Aula 2 Parasitologia

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Prof Msc.

Janderson Guimarães
Generalidades/Giardia lamblia e
Trichomonas vaginalis
Histórico do parasitismo
Os saberes relacionados ao parasitismo são de
3000 a.C. Em estudos no Egito , Grécia, China e
Índia.

Papiro de Éber
Escritos de Rhazes (médico
Corpus persa)
hippocraticum
Médicos sanitaristas do Instituto
Manguinhos atual Fundação Oswaldo
Cruz no RJ contribuíram para os
primeiros estudos eficazes em
Microbiologia e Parasitologia no Brasil.
O trabalho de Carlos Chagas em 1909
descobrindo o agente etiológico
Trypanosoma cruzi tendo como
hospedeiro intermediário o inseto
Barbeiro ( Triatoma infestans)
Nomenclaturas e termos técnicos em parasitologia
(Sociedade Brasileira de Parasitologia).

Agente etiológico: é o agente causador ou


responsável por uma doença. Pode ser vírus,
bactéria, fungo, protozoário ou helminto. É
sinônimo de “patógeno”.

Plasmodium Sp agente etiológico da


doença malária
Ciclo metaxênico: quando parte do ciclo
vital de um parasito se realiza no vetor, isto
é, o vetor não só transporta o agente
etiológico, mas é um elemento obrigatório
para sua maturação ou multiplicação.
Ex.: malária, esquistossomose.
Ciclo heteroxênico- parasitos que
necessitam de um ou mais hospedeiros
intermediários. Lesões: Ação mecânica dos
aparelhos de fixação. Perfuração do tecido
(pele, brânquias): porta de entrada para
infecções secundárias.
Hospedeiro intermediário: aquele que alberga a
forma larvária ou assexuada do patógeno.

Hospedeiro definitivo - aquele que alberga a


reprodução sexuada ou sua forma madura.

Hospedeiro: é o organismo que alberga o


parasito.
O caramujo do gênero
Biomphalaria é o hospedeiro
intermediário do Schistosoma
mansoni.
§ Ectoparasito: vive externamente no corpo do
hospedeiro.
§ Endoparasito: vive dentro do corpo do
hospedeiro.
§ Hiperparasito: que parasita outro parasito:

Ascaris Lumbricoides
(Lombriga) e Amblyomma
cajennense (Carrapato estrela)
Reservatório: é qualquer local, vegetal, animal ou
humano onde vive e multiplica-se um agente
etiológico e do qual é capaz de atingir outros
hospedeiros.
Ex.: os humanos são os reservatórios do S.
mansoni.
Vetor: é um artrópode, molusco ou veículo
que transmite um parasito entre dois
hospedeiros.

Vetor biológico: quando o agente etiológico se


multiplica ou se desenvolve no vetor.

Vetor mecânico: quando o parasito não se


multiplica ou se desenvolve no vetor, esse
simplesmente serve de transporte ao parasito.
Virulência: é a severidade e rapidez com que um agente etiológico provoca lesões no
hospedeiro.

Zoonoses: doenças que são naturalmente transmitidas entre humanos e


animais vertebrados podendo dividir-se em:
§ Anfixenose: doença que circula indiferentemente entre humanos e animais, isto é,
tanto os animais como os humanos funcionam como hospedeiros do agente.
§ Antropozoonose: doença primária de animais e que pode ser transmitida aos
humanos. Ex.: brucelose, onde os humanos são infectados acidentalmente.
§ Zooantroponose: doença primária de humanos e que pode ser transmitida aos animais.
Ex.: no Brasil a esquistossomose mansoni tem os humanos como principais hospedeiros e
alguns animais se infectam a partir de nós.
Giardia Lamblia/ Trichomonas
vaginalis
Histórico

Esse protozoário foi descrito, pela primeira vez,


em 1681 por Antonie Van Leeuwenhoek, após
analisar suas próprias fezes utilizando lentes de
aumento em microscópio simples.

Leeuwenhoek observando em seu


microscópio.
Taxonomia

● Giardia duodenalis/lamblia
● Reino Protista;
● Filo Sarcomastigophora;
● Subfilo Mastigophora;
● Classe Zoomastigophoea;
● Ordem Diplomnadida;
● Família Hexamitidae;
● Gênero Giardia.

Espécie: são conhecidas 6 espécies, porém


somente a Giardia lamblia infecta humanos.
Giardia lamblia: Biologia

Giardia lamblia é um protozoário cosmopolita


flagelado que causa parasitose em humanos
chamada giardíase.Essa parasitose é uma das
principais causas de doenças gastrointestinais e m
todo o mundo, tornando-se um problema de saúde
pública.
Agente etiológico
Morfologia
Trofozoíto: encontrado no intestino
delgado, é a forma responsável pelas
manifestações de sinais e sintomas da
infecção. Tem forma de pêra, simetria
bilateral, 4 pares de flagelos.

• Cisto: responsável pela transmissão


do parasito, é oval. Apresenta parede
cística, que torna os cistos resistentes a
variações de temperatura e umidade,
ação de desinfetantes. Internamente, há
2 ou 4 núcleos
● Ingestão de cistos
Ciclo Biológico
● Alojamento dos cistos no duodeno e
jejuno;
● Desencistamento;
● Cada cisto maduro libera um forma
oval com 8 flagelos e denominado
excitozoíto;
● Organismo divide-se e origina quatro
trofozoítos binucleados;
● O ciclo se completa pelo
encistamento do parasito e sua
eliminação para o meio externo junto
com as fezes do hospedeiro.
Transmissão

Ocorre por via fecal-oral. Transmissão


indireta: ingestão de cistos presentes na
água, nos alimentos ou no ambiente
contaminado com fezes. Transmissão
direta de pessoa a pessoa por meio de
mãos contaminadas e comum em locais de
aglomeração humana
Sintomatologia
● A maioria das infecções é assintomática e afeta adultos e crianças; O indivíduo pode
eliminar cistos nas fezes por um período de até 6 meses;
● Enquanto outros podem apresentar sintomas decorrentes de uma infecção aguda ou
crônica;
● Em indivíduos que estão em contato pela primeira vez com o parasito e ingerem um
elevado número de cistos, podem ter diarreia aquosa, explosiva, de odor fétido, gases,
distensão e dores abdominais;
● Essa forma aguda dura poucos dias e seus sintomas podem ser confundidos com
quadros associados às diarreias virais e bacterianas.
Patogenia

Quando presentes em grandes


quantidades, os trofozoítos cobrem todo o
duodeno, reduzindo a ação das
dissacaridases e prejudicando a absorção
de vitaminas lipossolúveis, vitamina B12,
ácidos graxos, ácido fólico, glicose, sódio e
água. Com essa deficiência na absorção,
pode haver esteatorreia*.

*É o aumento da eliminação de
gordura nas fezes, causando
sintomas como fezes oleosas,
esbranquiçadas, volumosas e
com mau cheiro,
Diagnóstico

• Clínico: é baseado na sintomatologia. Em crianças de 8 meses -12 anos, a


giardíase apresenta diarreia com esteatorreia, irritabilidade, insônia, náuseas e
vômitos, perda de apetite (acompanhada ou não de emagrecimento) e dor
abdominal.
• Laboratorial: exame parasitológico das fezes para identificar trofozoítos e/ou
cistos. Alguns fatores podem interferir na eficiência deste método, entre eles, o
aspecto e a consistência da amostra fecal, uma vez que em fezes formadas e
fezes diarreicas apresentam cistos e trofozoítos, respectivamente. Os cistos são
encontrados nas fezes da maioria dos indivíduos com giardíase.
Epidemiologia

● Cerca de 500 milhões a 1 bilhão de pessoas infectadas por Giardia lamblia no mundo;
● Em 2023 de 5% a 15% a estimativa de pessoas infectadas no Brasil;
● Prevalência é maior em áreas com saneamento básico precário, principalmente em
regiões Norte e Nordeste;
● Crianças são mais suscetíveis à infecção devido à imaturidade do sistema imunológico.
Tratamento

Vale lembrar que algumas infecções são


autolimitadas e o tratamento não é necessário.
Porém, em outros casos, os principais fármacos de
escolha são os derivados de nitromidazolicos:

● Metronidazol.
● Ornidazol.
● Tinidazol.
Trichomonas vaginalis
Histórico

T.vaginalis foi descrita por Alfred François Donné


em 1836, isolando-a de uma mulher com vaginite.
Em 1894, Marchand e Miura, em 1896 Dock,
observaram o flagelado na uretrite de um homem.
Taxonomia

● Família Trichomonadidae
● Sub Família Trichomonadinae
● Ordem Trichomonadida
● Classe Zoomastigophorea
● Filo Sarcomastigophora

Trichomonas vaginalis
Trichomonas vaginalis: Morfologia

O Trichomonas vaginalis é um parasita


eucariota flagelado anaeróbio facultativo com
cerca de quinze micrômetros. Tem quatro
flagelos desiguais e uma membrana
ondulante que lhe dá mobilidade, e uma
protuberância em estilete denominada
axostilo.
Ciclo Biológico
Transmissão
Sintomatologia-Homens

● Infecção Sexualmente Transmissível


(IST) (maioria dos casos)
● Trichomonas vaginalis costuma ser
assintomática e transitória;
● Há casos de homens que permanecem
sendo portadores assintomáticos do
protozoário por vários meses, servido
como fonte de contágio.
● Casos adultos: Uretrite (inflamação da
uretra), Prostatite.
Sintomatologia- Mulheres

● Infecção Sexualmente Transmissível


(IST) (maioria dos casos)
● O quadro mais comum é a vaginite,
inflamação da vagina que cursa com
corrimento amarelo-esverdeado de odor
desagradável;
● Disúria (dor para urinar);
● Dispareunia (dor durante o ato sexual) e
prurido (coceira) vaginal.
Diagnóstico
● Exame ginecológico (detecta vagina inflamada e com pequenas úlceras);
● Durante o exame colhe-se uma amostra de secreção vaginal para ser estudada
no microscópio. Em até 70% dos casos é possível identificar o protozoário se
movendo nas secreções;
● O exame de PCR (pesquisa de DNA do protozoário) também pode ser usado.
Esse exame é mais caro, porém apresenta resultados mais rapidamente e com
mais segurança.
Epidemiologia

● A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que existam 170 milhões de


novos casos de tricomoníase a cada ano em pessoas com idades entre 15 e 49
anos.
● A maioria dos casos (92%) ocorrem em mulheres.
● A tricomoníase é mais comum em regiões em desenvolvimento, mas também
ocorre em países desenvolvidos.
Tratamento e prevenção

● O Metronidazol e o Tinidazol são as duas opções de tratamento para a


tricomoníase;
● Usar sempre camisinha durante as relações sexuais;
● Evitar ter múltiplos parceiros(as).
● Evite relações com pessoas sabidamente contaminadas e ainda não
tratadas;
● Se você tem corrimento, evite relações sexuais até ser vista pelo seu
ginecologista.

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