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Curso 222690 Aula 01 565b Completo
Curso 222690 Aula 01 565b Completo
Autor:
Paulo H M Sousa
08 de Dezembro de 2022
Índice
1) Pessoas jurídicas - Noções gerais
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O que é pessoa jurídica? As pessoas jurídicas, coletivas, abstratas, fictas ou mesmo morais, são
entidades que conglobam pessoas, bens ou ambos (pessoas + bens). Elas são aptas a titularizar
relações jurídicas de maneira bastante ampla e, por isso, as pessoas jurídicas têm personalidade
jurídica, como as pessoas físicas ou naturais.
E quais são as características da pessoa jurídica? Depende do autor que você escolher, mas posso
indicar, a partir de diversas obras, as seguintes, mais importantes do ponto de vista prático:
b. Estrutura organizativa;
A pessoa jurídica é, portanto, titular de direito e deveres na ordem civil, como remete o art. 1º do
CC/2002. Seus direitos e obrigações certamente não são os mesmos que os da pessoa natural. Pessoa
jurídica não vota e não tem liberdade sexual, mas tem alguns direitos de personalidade (e sofre dano
moral), direitos obrigacionais (pode contratar livremente), direitos reais (pode ser proprietária de
bens) e mesmo direitos sucessórios (pode receber bens mortis causa).
A Lei 13.874/2019, sumarizando essas características, modificou o CC/2002 para incluir o art. 49-A.
Segundo a norma, a pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associados, instituidores ou
administradores. Por isso, a autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um instrumento lícito
de alocação e segregação de riscos, estabelecido pela lei com a finalidade de estimular
empreendimentos, para a geração de empregos, tributo, renda e inovação em benefício de todos
(parágrafo único).
1 – Classificação
Quais são as pessoas jurídicas trazidas pelo CC/2002? São duas classificações:
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Já a segunda classificação é mais complexa e atende à distinção prevista no art. 40. As pessoas jurídicas
de direito público são regidas por regime jurídico de direito público, típico do Direito Administrativo, e
as pessoas jurídicas de direito privado são regidas por regime jurídico de direito privado, típico do
Direito Civil/Empresarial.
As pessoas jurídicas podem ser de direito público (interno ou externo) e direito privado. Veja cada
um dos grupos:
Estados da comunidade
União
internacional
Demais pessoas regidas pelo
Estados
Direito Internacional Público
Municípios
Distrito Federal
Territórios
Autarquias
Associações Públicas
Fundações Públicas
O último caso, das pessoas jurídicas de direito público interno, elucida bem uma distinção fundamental
entre as pessoas jurídicas de direito público e as pessoas jurídicas de direito privado. Aquelas são
criadas, habitualmente, por lei. Exemplo são as fundações criadas por lei – também
chamadas de fundações autárquicas –, que são pessoas jurídicas de direito público. Por quê?
Porque são “entidades de caráter público criadas por lei”.
Cuidado com o art. 41, parágrafo único! As pessoas jurídicas de direito público
interno que tiverem estrutura de direito privado serão regidas pelas regras do
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Direito Privado. Ou seja, apesar de serem públicas são tratadas como se privadas fossem. Ainda assim,
há diferenças, analisadas pelo Direito Administrativo.
É o caso das empresas públicas e das sociedades de economia mista. O Direito Administrativo as chama
de “pessoas jurídicas de direito privado”, já que têm regime jurídico de direito privado. O Direito Civil
as chama de “pessoas jurídicas de direito público com estrutura de direito privado”, já que foram criadas
pelo Estado, mas adotaram uma estrutura de direito privado, ou seja, regime jurídico de direito privado.
O Enunciado 141 da III Jornada de Direito Civil esclarece que, para além dessas pessoas
jurídicas, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de
direito privado, mencionadas pelo art. 41, parágrafo único, são as fundações públicas
e os entes de fiscalização do exercício profissional, como o CFM (uma autarquia) ou a
OAB (uma entidade sui generis, como definiu o STF na ADI 3.026/DF).
O art. 44 do CC/2002 classifica as pessoas jurídicas de direito privado. Atente porque, segundo o
Enunciado 144 da III Jornada de Direito Civil, a relação das pessoas jurídicas de direito privado
constante do art. 44 não é exaustiva (rol taxativo ou numerus clausus); trata-se de rol meramente
exemplificativo (numerus apertus).
Eis o rol das pessoas jurídicas de direito privado trazido pelo Código e pelas leis especiais:
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Esclarece o Enunciado 142 do CJF que os partidos políticos, os sindicatos e as associações religiosas, por
terem natureza associativa, são classificados como pessoas jurídicas de direito privado. Por isso, aplica-
se a elas o Código Civil. Evidentemente que a legislação trabalhista (art. 8º da CF/1988 e arts. 511 e
seguintes da CLT) traz disposições específicas a respeito dos sindicatos; bem como o faz a legislação
eleitoral (art. 17 da CF/1988 e Lei 9.096/1995, a Lei dos Partidos Políticos), no tocante aos partidos
políticos.
Quanto às organizações religiosas, sua criação, organização e funcionamento não podem sofrer
intervenção estatal, prevê o art. 44, §1º.
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2. Organizações Sociais – OS: previstas no art. 1º da Lei 9.637/1998, são organizações cujas atividades
sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e
preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde;
3. Organizações da Sociedade Civil – OSC: previstas no art. 2º, inc. I, da Lei 13.019/2014, são
organizações se dirigem à consecução de finalidades de interesse público em regime de mútua
cooperação, por meio de termos de fomento ou em acordos de cooperação.
Elas nada mais são do que qualificações dadas pelo Poder Público a determinadas pessoas jurídicas de
direito privado, sem fins lucrativos, para que possam receber recursos da Administração Pública para a
consecução de seus objetivos. Ou seja, as OSCIP, OS e as OSC não são pessoas jurídicas propriamente
ditas, mas qualificação dada a determinadas pessoas jurídicas de direito privado sem fins
lucrativos! Para fazer jus ao recebimento dessa qualificação, a pessoa jurídica interessada deve
comprovar uma série de requisitos. Cumpridos essas exigências, a pessoa jurídica pode habilitar-se
à qualificação pretendida.
2 – Personificação
Diversas teorias foram criadas ao longo do tempo para justificar a pessoa jurídica. Segundo a Teoria da
Realidade Técnica, adotada pelo CC/2002, soma da Teoria da Ficção e da Teoria da Realidade
Orgânica/Objetiva, a pessoa jurídica resulta de um processo técnico, a personificação, que
depende da lei. Assim, a pessoa jurídica é uma realidade, ainda que técnica, produzida pelo Direito, a
partir de uma forma jurídica.
Essa teoria, por conta do Positivismo Jurídico, é a teoria mais aceita. Atualmente, ela se encontra no art.
45 do CC/2002, que assim dispõe:
Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro,
precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as
alterações por que passar o ato constitutivo.
Assim, cumpridos os atos exigidos por lei, a pessoa jurídica passa a existir, como se pessoa fosse
(no sentido de ser humano). A esse processo se dá o nome de personificação, que nada mais é do que
dotar de personalidade jurídica algo que não tem personalidade ainda, para que esse algo possa se
tornar uma pessoa. Ou seja, a personificação constitui a pessoa jurídica.
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o nascimento da pessoa jurídica depende de um ato formal, já que ela “naturalmente” não existe. Esse
ato é o registro do ato constitutivo, consoante regra do art. 45 do CC/2002. Mas o que é necessário
para o registro? O art. 46 estabelece quais são os requisitos gerais do registro, em seus incisos:
A partir daí, a pessoa jurídica precisa ser administrada. Caso ela tenha administração coletiva, as
decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de
modo diverso (art. 48). E se essas decisões violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo,
simulação ou fraude? Nesse caso, determina o parágrafo único que é possível anulá-las no prazo
(imprecisamente chamado de) decadencial de 3 anos.
Na hipótese de não existir, por qualquer razão, administrador à pessoa jurídica, o juiz, a requerimento
de qualquer interessado, nomeará um administrador provisório, ad hoc, permite o art. 49. Se a “crise”
da pessoa jurídica se agravar e ela for dissolvida ou cassada sua autorização de funcionamento, ela
subsiste para os fins de liquidação, até que esta se conclua (art. 51).
Essa liquidação será averbada no registro da pessoa jurídica (§1º), aplicando-se as disposições a
respeito das sociedades, no que couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado (§2º). Com o
encerramento da liquidação, promove-se finalmente o cancelamento da inscrição da pessoa
jurídica (§3º); somente nesse momento a pessoa jurídica é extinta, deixando de existir no plano
jurídico.
O art. 52, por fim, estabelece que se aplica às pessoas jurídicas, no que couber, a
proteção dos direitos da personalidade. A extensão dos direitos da personalidade à
pessoa jurídica depende, obviamente, da possibilidade de a pessoa jurídica poder ser
titular de determinados direitos e obrigações.
O Código detalha diversas espécies de pessoas jurídicas, mas são relevantes aqui apenas as
associações e as fundações.
Há situações em que existe mero agrupamento de pessoas e/ou bens, sem que chegue a constituir
pessoas jurídicas. Esses entes despersonificados, no entanto, possuem direitos e obrigações
muito semelhantes às pessoas jurídicas.
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Quem são esses entes despersonificados? São mero agrupamento de pessoas e/ou bens,
sem que cheguem a constituir pessoas jurídica. No entanto, possuem direitos e
obrigações muito semelhantes às pessoas jurídicas, sendo que alguns desses grupos,
de maneira bastante contraditória, possuem até mesmo CNPJ (que, como o próprio
nome diz, é o Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas), como é o caso do condomínio.
Quem são esses grupos despersonalizados? Eles aparecem no art. 75 do CPC, que estabelece que serão
eles representados em juízo, ativa e passivamente, por um representante:
1. A massa falida
3. O espólio
• Pelo inventariante
5. O condomínio
De modo a afastar qualquer dúvida, o art. 52 do CC/2002 estende às pessoas jurídicas, no que couber,
a proteção dos direitos da personalidade. Obviamente, determinados direitos de personalidade não
se aplicam à pessoa jurídica, como o direito à liberdade sexual, à intimidade etc.
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A proteção da personalidade da pessoa jurídica tem um componente muito mais patrimonial que
efetivamente moral ou extrapatrimonial. Ainda assim, não é necessário que a pessoa jurídica
comprove qualquer prejuízo material, qualquer dano patrimonial, para que lhe seja deferida
indenização por danos morais, já que o direito de personalidade trata de questões extrapatrimoniais.
A letra da Lei
Agora, trago a você os dispositivos de lei referentes à nossa aula. Lembro que, ao longo do texto, eu não
trato de todos os dispositivos legais aqui citados, propositadamente. Isso porque meu objetivo não é
tornar o material um comentário à lei, mas, sim, fazer você compreender os institutos jurídicos que são
importantes à prova.
Agora, ao contrário, o objetivo é trazer todos os dispositivos legais, para que você possa ao menos passar
os olhos. Não se preocupe em compreender em detalhe cada um deles; eu objetivo apenas trazer o texto
legal para que você não precise procurá-los fora do material. Trata-se da letra da lei com grifos nos
principais pontos da norma, para ajudar na fixação dos conteúdos.
Vamos lá!
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.
I - a União;
III - os Municípios;
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha
dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas
deste Código.
Enunciado 141: A remissão do art. 41, parágrafo único, do Código Civil às pessoas jurídicas
de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, diz respeito às
fundações públicas e aos entes de fiscalização do exercício profissional.
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as
pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
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Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus
agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os
causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato
constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do
Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de
direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no
registro.
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;
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Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes
definidos no ato constitutivo.
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de
votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este artigo,
quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.
Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer
interessado, nomear-lhe-á administrador provisório.
Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associados, instituidores ou
administradores.
Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um instrumento lícito de alocação e
segregação de riscos, estabelecido pela lei com a finalidade de estimular empreendimentos, para a
geração de empregos, tributo, renda e inovação em benefício de todos.
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou
pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando
lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações
de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa
jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização da pessoa jurídica com o
propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza. (Incluído pela Lei nº
13.874, de 2019)
§ 3º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo também se aplica à extensão das obrigações de
sócios ou de administradores à pessoa jurídica.
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§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que trata o caput deste
artigo não autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica.
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade
for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos
consumidores.
Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento,
ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua.
§ 1º Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução.
§ 2º As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às demais pessoas
jurídicas de direito privado.
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
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Excepcionalmente, a cisão criada pela Teoria da Realidade Técnica, em termos patrimoniais, deixa de
existir, e é possível se ignorar o véu que separa o patrimônio da pessoa jurídica e o patrimônio pessoal
dos sócios. Trata-se de homenagem à teoria da aparência e à vedação ao abuso de direito,
claramente.
A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas deve ser considerado um instrumento lícito de
alocação e segregação de riscos. O objetivo é estimular a empresa, com geração de emprego,
tributo, renda e inovação em benefício de todos.
Trata-se de uma perspectiva marcadamente empresarial da pessoa jurídica. Não obstante, em que pese
a necessidade de cisão, notáveis são os casos em que há abuso. Por isso, se presentes os requisitos legais,
haverá a aplicação do instituto da desconsideração da personalidade jurídica.
A amplitude dessa separação patrimonial ficou ainda mais evidente quando o legislador brasileiro criou
a EIRELI, em 2011. Essa pessoa jurídica, que não era uma sociedade, mas um novo ente personificado,
constituída por pessoa natural (Enunciados 468 e 469 do CJF), uma pessoa jurídica unipessoal.
De qualquer modo, em que pese a confusão entre pessoa física e jurídica ser mais fácil, o Enunciado 470
do CJF elucidava que o patrimônio da EIRELI responderia pelas dívidas da pessoa jurídica, não se
confundindo com o patrimônio da pessoa natural que a constituía. Apesar de os enunciados se
referirem à EIRELI, o mesmo raciocínio pode ser aplicado à sociedade unipessoal, que, em larga medida,
se tornou a sucessora daquela.
Para além da EIRELI e da sociedade unipessoal, a cisão patrimonial entre sócios, associados,
instituidores ou administradores e a pessoa jurídica foi evidenciada também pelo art. 49-A, incluído
pela Lei nº 13.874/2019. Dita a norma que não se pode confundir pessoa jurídica com pessoas físicas.
Contudo, vale lembrar que a EIRELI NÃO é mais considerada pessoa jurídica, a partir da entrada
em vigor da Lei 14.195/2021.
Já a Teoria Menor é adotada pelo art. 28, §5º, do CDC, que assim dispõe:
Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma,
obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.
Ou seja, o juiz pode desconsiderar a personalidade jurídica ainda que não tenha havido confusão
patrimonial ou desvio de finalidade, basta que se configure alguma das hipóteses previstas no art. 28,
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ou ainda a verificação genérica de dano ao consumidor prevista no §5º. Daí o nome de Teoria Menor,
pois ela exige menos requisitos para ser aplicada.
No Direito Civil, portanto, aplica-se a Teoria Maior! Por isso, deve-se comprovar o abuso de
personalidade caracterizado pelo desvio de finalidade ou a confusão patrimonial. Evidentemente
que a aplicação da Teoria Maior nas relações interprivadas em geral não afasta a aplicação da Teoria
Menor nas relações regidas pelo microssistema consumerista, e nem as peculiaridades das demais
searas (trabalhista, tributária etc.), como afiança o Enunciado 51 do CJF.
TEORIA MAIOR
previsão: art. 50 do CC
Requisitos:
abuso de personalidade +
desvio de finalidade ou
confusão patrimonial
O §1º do art. 50 agora prevê textualmente o que seja o desvio de finalidade. Segundo ele,
desvio de finalidade é a utilização da pessoa jurídica com o propósito de lesar
credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza. Além disso, o §5º
evidencia que não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da
finalidade original da atividade econômica específica da pessoa jurídica. Ou seja, o CNAE de
uma sociedade empresarial indica a finalidade econômica daquela pessoa jurídica, mas isso
não será indicativo para verificação de desvio de finalidade jurídica. Assim, se uma pessoa
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jurídica presta serviços contábeis, e inicia venda de produtos de papelaria, desvirtua sua finalidade
econômica, mas não sua finalidade jurídica. Não há abuso de personalidade, portanto.
Já o §2º estabeleceu no texto legal o conceito de confusão patrimonial. De acordo com a norma, entende-
se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada
por (i) cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou
vice-versa; (ii) transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os
de valor proporcionalmente insignificante; e (iii) outros atos de descumprimento da autonomia
patrimonial.
Há discussão acerca da responsabilização da pessoa jurídica por atos praticados pelos administradores
com abuso de poder ou com violação ao objeto da pessoa jurídica. Esse é um tema, a rigor, de Direito
Empresarial, mas cujas linhas gerais se extraem daqui.
Como se extrai da interpretação inversa do art. 47 não obrigam a pessoa jurídica os atos dos
administradores, exercidos fora dos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo. É uma
forma de proteção da pessoa jurídica contra os atos das pessoas naturais que lhe administram (lembre-
se, são pessoas distintas), derivada da Ultra Vires Doctrine do direito anglo-saxônico.
No entanto, quanto aos terceiros de boa-fé que contrataram com a pessoa jurídica por meio de
ato exorbitante do administrador, ela continua responsável, por aplicação da Teoria da
Aparência e do princípio da boa-fé objetiva. É esse o sentido que se sedimentou, inclusive, no
Enunciado 145 da III Jornada de Direito Civil.
A letra da Lei
Agora, trago a você os dispositivos de lei referentes à nossa aula. Lembro que, ao longo do texto, eu não
trato de todos os dispositivos legais aqui citados, propositadamente. Isso porque meu objetivo não é
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tornar o material um comentário à lei, mas, sim, fazer você compreender os institutos jurídicos que são
importantes à prova.
Agora, ao contrário, o objetivo é trazer todos os dispositivos legais, para que você possa ao menos passar
os olhos. Não se preocupe em compreender em detalhe cada um deles; eu objetivo apenas trazer o texto
legal para que você não precise procurá-los fora do material. Trata-se da letra da lei com grifos nos
principais pontos da norma, para ajudar na fixação dos conteúdos.
Vamos lá!
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.
I - a União;
III - os Municípios;
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha
dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas
deste Código.
Enunciado 141: A remissão do art. 41, parágrafo único, do Código Civil às pessoas jurídicas
de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, diz respeito às
fundações públicas e aos entes de fiscalização do exercício profissional.
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as
pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus
agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os
causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
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IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato
constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do
Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de
direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no
registro.
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;
Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes
definidos no ato constitutivo.
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de
votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.
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Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este artigo,
quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.
Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer
interessado, nomear-lhe-á administrador provisório.
Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associados, instituidores ou
administradores.
Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um instrumento lícito de alocação e
segregação de riscos, estabelecido pela lei com a finalidade de estimular empreendimentos, para a
geração de empregos, tributo, renda e inovação em benefício de todos.
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou
pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando
lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações
==299e1b==
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização da pessoa jurídica com o
propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza. (Incluído pela Lei nº
13.874, de 2019)
§ 3º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo também se aplica à extensão das obrigações de
sócios ou de administradores à pessoa jurídica.
§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que trata o caput deste
artigo não autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica.
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§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade
for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos
consumidores.
Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento,
ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua.
§ 1º Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução.
§ 2º As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às demais pessoas
jurídicas de direito privado.
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
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FCC
PESSOAS JURÍDICAS
1. (FCC - SEFAZ-SC – Analista da Receita Estadual – 2021) De acordo com o Código Civil, a
existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa com a
(A) publicação, no Diário Oficial, da autorização ou aprovação do Poder Executivo para o seu
funcionamento, nos casos em que uma coisa ou outra seja necessária.
(B) inscrição do seu ato constitutivo no respectivo registro, independentemente, em qualquer caso, de
prévia autorização ou aprovação do Poder Executivo.
(C) sua inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), precedida, quando necessário, de
autorização ou aprovação do Poder Executivo.
(D) inscrição do seu ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de
autorização ou aprovação do Poder Executivo.
(E) sua inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), independentemente, em qualquer
caso, de prévia autorização ou aprovação do Poder Executivo.
Comentários
A alternativa D está correta, uma vez que o início das pessoas jurídicas ocorre com a inscrição do seu
ato constitutivo no respectivo registro, devendo ser precedida, quando necessário, se autorização ou
aprovação do Poder Executivo, nos termos do art. 45 do CC/2002: “Art. 45. Começa a existência legal
das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro,
precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no
registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo”.
Gabarito: D
(A) aplica-se a elas a proteção dos direitos da personalidade, possuindo honra objetiva - mas não
subjetiva - e direito à reparação de danos materiais e morais.
(B) aplica-se a elas parcialmente a proteção dos direitos da personalidade, possuindo honra objetiva,
mas não tendo direito à reparação dos danos morais, embora possa indenizar-se dos prejuízos
materiais.
(C) não se aplica a elas a proteção dos direitos da personalidade, porque são uma ficção jurídica e não
possuem honra de nenhuma espécie, podendo pleitear apenas a reparação de danos materiais.
(D) aplica-se a elas integralmente a proteção dos direitos da personalidade, possuindo honra subjetiva
e objetiva e podendo pleitear a reparação dos danos materiais e morais.
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(E) não se aplica a elas a proteção dos direitos da personalidade, que é exclusiva às pessoas físicas, mas
podem ajuizar demandas reparatórias materiais e morais.
Comentários:
A alternativa A está correta, uma vez que, as pessoas jurídicas possuem personalidade jurídica, mas é
protegida a honra objetiva, já que, não há como aferir a honra subjetiva, pois esta é inerente aos seres
humanos, conforme o art. 52: “Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da
personalidade”. Ainda, a pessoa jurídica pode sofrer dano moral, mais uma vez, sendo aferido com
critérios objetivos, de acordo com a Súmula 227 do STJ: "A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”.
A alternativa B está incorreta, pois, a pessoa jurídica tem o direito à reparação de danos morais e
materiais, conforme a Súmula 227, do STJ.
A alternativa C está incorreta, as pessoas jurídicas possuem direitos de personalidade, no que couber,
sendo estes protegidos pela lei, conforme o art. 52.
A alternativa D está incorreta, eis que, a pessoa jurídica não possui honra subjetiva, apenas objetiva.
Gabarito: A
II. Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência, se for possível, ainda que
improvável, a morte de quem, segundo ao menos duas testemunhas, estava em perigo de vida.
III. Cessará, para os menores, a incapacidade, pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro,
mediante instrumento público ou particular, independentemente de homologação judicial, ou por
sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos.
IV. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.
(A) I e IV.
(B) I e II.
(C) II e IV.
(D) II e III.
(E) I e III.
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Comentários:
A afirmativa I está correta, pois os direitos de personalidade das pessoas jurídicas também possuem
proteção, diante do que dispõe o art. 52: “Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos
direitos da personalidade”.
A afirmativa II está incorreta, porque, apenas é declarada a morte presumida, sem decretação de
ausência, se for extremamente provável a morte da pessoa, conforme o art. 7°, inc. I: “Pode ser declarada
a morte presumida, sem decretação de ausência: I - se for extremamente provável a morte de quem
estava em perigo de vida”.
A afirmativa III está incorreta, uma vez que, a pela concessão dos pais, apenas ocorrerá a emancipação
por instrumento público, não sendo válida a concessão por instrumento particular, de acordo com o art.
5º, Parágrafo único, inc. I: “Cessará, para os menores, a incapacidade: I - pela concessão dos pais, ou de
um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial,
ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos”.
A afirmativa IV está correta, conforme literalidade do art. 19: “O pseudônimo adotado para atividades
lícitas goza da proteção que se dá ao nome”.
Gabarito: A
Comentários:
Esta questão está desatualizada, pois a Lei 14.195/1995 revogou o inciso VI, do art. 44, do
CC/2002. Contudo, ainda é possível analisá-la.
A alternativa A está incorreta, uma vez que, os condomínios edilícios não são pessoas jurídicas de
direito privado.
A alternativa C está incorreta. Apesar de ao tempo em que foi aplicada a prova, esta alternativa ser o
gabarito da questão, ela não mais o é, pois a Lei 14.195/1995 revogou o inc. VI do art. 44, do CC/2002.
A alternativa D está incorreta, já que, a massa falida não é pessoa jurídica de direito privado.
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A alternativa E está incorreta, visto que os espólios não estão presentes no art. 44.
Gabarito: X
5. (FCC/ PREFEITURA DE SÃO LUÍS - MA – 2018) Em relação às pessoas jurídicas, é certo que
(A) começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com o início efetivo de suas
atividades, mesmo que ainda não inscrito seu ato constitutivo no respectivo registro.
(B) obrigam a pessoa jurídica os atos dos seus administradores, exercidos ou não nos limites de seus
poderes definidos no ato constitutivo.
(C) se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, de ofício, nomear-lhe-á outro
administrador.
(D) nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela
subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua; encerrada a liquidação, promover-se-á o
cancelamento da inscrição da pessoa jurídica.
(E) a proteção dos direitos da personalidade é exclusiva às pessoas físicas, com exceção somente da
proteção à marca empresarial.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois as pessoas jurídicas de direito privado começam a existir com a
inscrição do ato constitutivo no registro, de acordo com o art. 45: “Começa a existência legal das pessoas
jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida,
quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as
alterações por que passar o ato constitutivo”.
A alternativa B está incorreta, já que, os atos dos administradores apenas obrigam a pessoa jurídica
quando exercidos dentro dos limites estabelecidos no ato constitutivo, conforme o art. 47: “Obrigam a
pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato
constitutivo”.
A alternativa C está incorreta, dado que, o juiz não nomeará outro administrador de ofício, mas apenas
com o requerimento de qualquer interessado, de acordo com o art. 49: “Se a administração da pessoa
jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador
provisório”.
A alternativa D está correta, porque a pessoa jurídica será liquidada e, apenas após a liquidação esta
será encerrada, conforme dispõe o art. 51. § 3º: “Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento
da inscrição da pessoa jurídica”.
A alternativa E está incorreta, já que as pessoas jurídicas também têm seus direitos de personalidade
protegidos, conforme o art. 52: “Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos
da personalidade”.
Gabarito: D
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II. A correção monetária do valor da indenização do dano moral incide desde a data do evento danoso.
IV. O contrato de seguro por danos pessoais compreende os danos morais, salvo cláusula expressa de
exclusão.
Corresponde a entendimentos sumulados pelo Superior Tribunal de Justiça o que se afirma APENAS em
(A) II e III.
(B) I e III.
(C) I e IV.
(D) II e IV.
(E) I e II.
Comentários:
A afirmativa I está correta, pois a pessoa jurídica pode sofrer dano moral, de acordo com a Súmula 227,
do STJ: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”.
A afirmativa II está incorreta, já que, a correção monetária incide desde o arbitramento do dano moral,
conforme a Súmula 362, do STJ: “A correção monetária do valor da indenização do dano moral incide
desde a data do arbitramento”.
A afirmativa III está incorreta, porque a apresentação de cheque pré-datado caracteriza dano moral,
nos termos da Súmula 370, do STJ: “Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-
datado”.
A afirmativa IV está correta, sendo a literalidade da Súmula 402, do STJ: “O contrato de seguro por
danos pessoais compreende os danos morais, salvo cláusula expressa de exclusão”.
Gabarito: D
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Comentários:
As afirmativas III e IV estão corretas. As pessoas jurídicas de direito público interno estão classificadas
no art. 40 do Código Civil que traz expressamente em seu texto:
I - a União;
III - os Municípios;
Gabarito: A
8. (FCC - ALESE - Analista Legislativo - Apoio Jurídico- 2018) A empresa Joli's Doces e
Guloseimas tornou-se insolvente porque todos os seus sócios passaram a desviar recursos da
empresa para contas pessoais, abusando da personalidade jurídica e causando confusão
patrimonial. Em ação de execução de crédito decorrente de compra e venda de insumos, uma
empresa fornecedora da Joli's Doces e Guloseimas
(A) não poderá requerer a desconsideração da personalidade jurídica, que é cabível apenas nas relações
regidas pelo Código de Defesa do Consumidor.
(B) poderá requerer a desconsideração da personalidade jurídica, a fim de que os bens dos
administradores ou sócios da pessoa jurídica respondam pela dívida contraída pela empresa.
(C) poderá requerer a desconsideração da personalidade jurídica, que implica a extinção da empresa.
(D) poderá requerer a desconsideração da personalidade jurídica, para excussão dos bens do
administrador da empresa, porém não de seus sócios.
(E) não poderá requerer a desconsideração da personalidade jurídica, pois a empresa e seus sócios não
se confundem.
Comentários:
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 2526
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A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. O art. 50 do Código Civil consagra o dispositivo
da desconsideração da personalidade jurídica, que se dá pelo abuso da autonomia da personalidade.
Caracteriza-se o abuso, segundo a doutrina, pelo desvio da finalidade (conforme a teoria subjetiva) e
pela confusão patrimonial (pela teoria objetiva), sendo então o abuso um elemento necessário para a
desconsideração da personalidade jurídica. De acordo com a redação do art. 50, caput: "Em caso de
abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial,
pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo,
desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos
aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou
indiretamente pelo abuso.".
Gabarito: B
Comentários:
Esta questão está desatualizada. Apesar de a banca haver considerado como correta a
alternativa C, a Lei 14.195/1995 revogou o inciso VI, do art. 44, do CC/2002. Contudo, ainda é
possível analisá-la.
A alternativa A está incorreta, já que, a União, os Estados e o Distrito Federal e Territórios, são pessoas
jurídicas de direito público interno, de acordo com o art. 41, incs. I e II: “São pessoas jurídicas de direito
público interno: I - a União; II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios”
A alternativa B está incorreta, porquanto, os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado,
conforme o art. 44, inc. V: “São pessoas jurídicas de direito privado: V - os partidos políticos”.
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A alternativa C está correta, porque conforme o art. 41, incs. I e II: “São pessoas jurídicas de direito
público interno: I - a União; II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios. Ainda, de acordo com o
art. 44 e incisos: “São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações; II - as sociedades; III - as
fundações. IV - as organizações religiosas; V - os partidos políticos. VI - as empresas individuais de
responsabilidade limitada”.
A alternativa D está incorreta, visto que as empresas de responsabilidade limitada também são
consideradas pessoas jurídicas de direito privado, conforme o art. 44, inc. VI.
A alternativa E está incorreta, pois as organizações religiosas são pessoas jurídicas de direito privado.
Gabarito: C
I. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com o início efetivo de suas
atividades societárias ou empresariais, após o que deverá proceder-se à inscrição de seu ato
constitutivo no registro respectivo.
III. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela
confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe
couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de
obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica
beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
(B) I e II , apenas.
(D) I, II e III .
Comentários:
Esta questão está desatualizada. Apesar de a banca haver considerado como correta a
alternativa C, a Lei 14.195/1995 revogou o inciso VI, do art. 44, do CC/2002. Contudo, ainda é
possível analisá-la.
A afirmativa I está incorreta, já que, as pessoas jurídicas de direito privado começam a existir com o
registro do ato constitutivo, conforme dispõe o art. 45: “Começa a existência legal das pessoas jurídicas
de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando
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A afirmativa II está correta, uma vez que, todas as pessoas descritas são jurídicas de direito privado,
conforme o art. 44 e incisos: “São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações; II - as
sociedades; III - as fundações. IV - as organizações religiosas; V - os partidos políticos; VI - as empresas
individuais de responsabilidade limitada”.
A afirmativa III está correta, dada a literalidade do art. 50: “Em caso de abuso da personalidade jurídica,
caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a
requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-
la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens
particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente
pelo abuso”.
Gabarito: C
11. (FCC/ ATESP – 2017) Entre as pessoas jurídicas classificadas, pelo Código Civil Brasileiro
(Lei n° 10.406/2002) como de direito público interno, inserem-se
IV. os territórios.
V. partidos políticos.
(A) I e V.
(B) II e V.
(C) I, II e V.
(D) I, II e III.
(E) I, II e IV.
Comentários:
A afirmativa I está correta, pois todas as pessoas descritas são jurídicas de direito público interno,
conforme o art. 41, incs. I, II e III: “São pessoas jurídicas de direito público interno: I - a União; II - os
Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III - os Municípios”.
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A afirmativa II está correta, já que, também se tratam de pessoas jurídicas de direito público interno,
de acordo com o art. 41, inc. IV: “São pessoas jurídicas de direito público interno: IV - as autarquias,
inclusive as associações públicas”.
A afirmativa III incorreta, porque em regra, as empresas públicas e sociedades de economia mista são
regidas pelo direito privado, nos termos do art. 41, parágrafo único: “Salvo disposição em contrário, as
pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que
couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código”.
A afirmativa IV está correta, pois os territórios são pessoas jurídicas de direito público interno, de
acordo com o art. 41, inc. II: “São pessoas jurídicas de direito público interno: II - os Estados, o Distrito
Federal e os Territórios;
Item V incorreto, eis que, os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado, conforme dispõe
o art. 44, inc. V: “São pessoas jurídicas de direito privado: V - os partidos políticos.
Gabarito: E
12. (FCC/ TRT- 24° REGIÃO – 2017) Sobre as pessoas jurídicas, à luz do Código Civil:
(A) O prazo decadencial para anulação da constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por
defeito do ato respectivo, é de 5 anos, contado o prazo da publicação da sua inscrição no registro.
(D) Se uma determinada pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão, em regra,
por no mínimo 1/3 dos votos dos presentes.
(E) Cassada a autorização para funcionamento da pessoa jurídica ela não subsistirá para os fins de
liquidação, uma vez que possui efeitos imediatos.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, dado que, o prazo para a anulação é de três anos, nos termos do art. 45,
parágrafo único: “Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito
privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro”.
A alternativa B está incorreta, eis que, os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado, de
acordo com o art. 44, inc. V: “São pessoas jurídicas de direito privado: V - os partidos políticos”.
A alternativa C está correta, dada literalidade do art. 49: “Se a administração da pessoa jurídica vier a
faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório”.
A alternativa D está incorreta, já que, neste caso, a decisão deve ser tomada pela maioria dos votos
presentes, conforme o art. 48: “Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão
pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso”.
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A alternativa E está incorreta, pois a pessoa jurídica subsistirá para os fins de liquidação, de acordo
com o art. 51: “Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu
funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que está se conclua”.
Gabarito: C
13. (FCC - TRF - 5ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária- 2017) Luciana e Fernanda
são sócias em uma sociedade limitada administrada por Renato, que tem por objeto o comércio
de artigos esportivos. A participação de Luciana na sociedade corresponde a 90% do capital
social, ao passo que a de Fernanda corresponde a 10%. Havendo abuso da personalidade da
sociedade, por conta de desvio de finalidade para o qual todos concorreram, o juiz poderá
desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade, para que os efeitos de certas e
determinadas relações de obrigações dela sejam estendidos aos bens particulares de
Comentários:
Gabarito: C
14. (FCC - ARTESP - Especialista em Regulação de Transporte III - Direito- 2017) Conforme
esclarece Maria Helena Diniz, “a pessoa jurídica é uma realidade autônoma, capaz de direitos e
obrigações, independentemente dos membros que a compõem, com os quais não tem nenhum
vínculo, agindo, por si só, comprando, vendendo, alugando etc., sem qualquer ligação com a
vontade individual das pessoas físicas que dela fazem parte. Realmente, seus componentes
somente responderão por seus débitos dentro dos limites do capital social, ficando a salvo o
patrimônio individual” (Curso de Direito Civil Brasileiro – v. 1, Editora Saraiva, 21. ed., p. 272).
Essa circunstância pode, contudo, gerar abusos e prejuízos aos credores e, para coibi-los,
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(A) não se aplica, salvo para obrigações tributárias em caso de decretação de falência.
(C) foi introduzida a partir do Código de Defesa do Consumidor (Lei no 8.078/1990), aplicando-se
apenas às relações de consumo e de prestação de serviços públicos.
(D) importa a dissolução da pessoa jurídica, sendo aplicada apenas em situações estabelecidas em lei e
quando haja fraude comprovada.
(E) não retira a personalidade jurídica, mas apenas a desconsidera em determinadas situações,
envolvendo atos fraudulentos ou abusivos, mediante decisão judicial que permite alcançar patrimônio
pessoal dos sócios.
Comentários:
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. A doutrina se dividiu criando duas correntes,
quais sejam a teoria maior e a teoria menor. Na teoria maior, adotada pelo Código Civil, que também é
conhecida como teoria subjetiva, o magistrado, usando de seu livre convencimento, se entender que
houve fraude ou abuso de direito, pode aplicar a desconsideração da personalidade jurídica. Já
teoria menor da desconsideração, basta a prova de insolvência da pessoa jurídica para o pagamento de
suas obrigações, independentemente da existência de desvio de finalidade ou de confusão patrimonial.
O art. 50, caput, do Código Civil, versa que: "Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado
pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do
Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas
e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou
de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.". Ocorrendo então, que
aplica-se a desconsideração da personalidade jurídica não apenas para os abusos que ocorreram
diretamente, mas também para os abusos que ocorreram de forma indireta que beneficiaram o sócio.
Ainda, versa o Código Civil no seu art. 50, § 2°, e incisos, trazendo a respeito da confusão patrimonial e
suas características que:
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Por fim, é importante destacar que a Lei 13.874, de 2019 alterou a redação do art. 50, mais precisamente
com o § 5°, passando a entender que: “Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração
da finalidade original da atividade econômica específica da pessoa jurídica.”.
Gabarito: E
15. (FCC/ SEGEP- MA -2016) Jair é sócio e administrador da pessoa jurídica J. Jardinagem
Ltda., que não possui conta corrente, utilizando a conta corrente pessoal de Jair para realizar
movimentações financeiras. Surpreendido com dificuldades financeiras, decorrentes de suas
obrigações pessoais, Jair gastou todos os recursos existentes em sua conta corrente. Com isto, a
pessoa jurídica J. Jardinagem Ltda. viu-se impossibilitada de honrar compromissos. À vista do
ocorrido, Manoel, credor civil da J. Jardinagem Ltda., requereu a desconsideração da
personalidade jurídica da empresa, a fim de ver penhorados os bens particulares e penhoráveis
de Jair. De acordo com o Código Civil, tal pedido
(A) Deve ser acatado, pois a confusão patrimonial caracteriza abuso da personalidade jurídica,
autorizando a desconsideração da personalidade jurídica da sociedade, com o atingimento dos bens
particulares e penhoráveis de Jair.
(B) Não deve ser acatado, pois apenas o abuso da personalidade jurídica caracteriza a desconsideração
da personalidade jurídica, o que não se dá com a confusão patrimonial.
(C) Deve ser acatado, pois a confusão patrimonial caracteriza abuso da personalidade jurídica,
autorizando a desconsideração da personalidade jurídica da sociedade, que leva à sua dissolução.
(D) Não deve ser acatado, pois apenas nas relações de consumo se admite a desconsideração da
personalidade jurídica.
(E) Deve ser acatado, pois o inadimplemento, por si só, autoriza a desconsideração da personalidade
jurídica.
Comentários:
A alternativa A está correta, pois, neste caso, houve abuso de personalidade, já que houve confusão
patrimonial entre o patrimônio do administrador e da pessoa jurídica, sendo autorizada a
desconsideração da personalidade jurídica para atingir os bens particulares do sócio, nos termos do art.
50: “Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela
confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe
couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de
obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica
beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso”.
A alternativa B está incorreta, uma vez que, o abuso de personalidade consiste também na confusão
patrimonial, permitindo assim, a desconsideração da personalidade jurídica.
A alternativa C está incorreta, pois a desconsideração ocorre apenas para que o patrimônio do sócio
seja atingido, portanto, não há que se falar em dissolução da pessoa jurídica.
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A alternativa D está incorreta, pois a desconsideração da personalidade jurídica não ocorre apenas nas
relações de consumo, nos termos do art. 50.
A alternativa E está incorreta, dado que, na Teoria Maior, adotada para as relações não consumeristas,
é necessário que haja o abuso de personalidade para a desconsideração da personalidade jurídica.
Gabarito: A
(D) Má gestão, ainda que o administrador não tenha dado causa a confusão patrimonial ou a desvio de
finalidade.
Comentários:
A alternativa A está correta, pois, para que haja a desconsideração da personalidade jurídica, é
necessário comprovar o abuso de personalidade jurídica, previsto no art. 50: “Em caso de abuso da
personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o
juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo,
que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares
dos administradores ou sócios da pessoa jurídica”.
A alternativa E está incorreta, uma vez que, necessário o abuso de personalidade para a
desconsideração da personalidade jurídica.
Gabarito: A
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(A) A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, as autarquias e as associações públicas são
pessoas jurídicas de direito público interno.
(B) Não se aplica, em qualquer hipótese, a proteção dos direitos da personalidade tratando-se de
incompatibilidade legal de institutos.
(C) São de direito privado, dentre outras, as organizações religiosas, os partidos políticos e as empresas
individuais de responsabilidade limitada.
(D) Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo
no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo.
(E) Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por
defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro.
Comentários:
Esta questão está desatualizada, pois a Lei 14.195/1995 revogou o inciso VI, do art. 44, do
CC/2002. Contudo, ainda é possível analisá-la.
A alternativa A está correta, dado que, todas as pessoas jurídicas citadas são de direito público interno,
conforme o art. 41 e incisos: “São pessoas jurídicas de direito público interno: I - a União; II - os Estados,
o Distrito Federal e os Territórios; III - os Municípios; IV - as autarquias, inclusive as associações
públicas; V - as demais entidades de caráter público criadas por lei”.
A alternativa B está incorreta, uma vez que, os direitos de personalidade aplicam-se as pessoas
jurídicas, inclusive podendo sofrer danos morais, nos termos do art. 52: “Aplica-se às pessoas jurídicas,
no que couber, a proteção dos direitos da personalidade”.
A alternativa C está correta, pois as pessoas jurídicas citadas são de direito público privado, diante do
que dispõe o art. 44, incs. IV, V e VI: “São pessoas jurídicas de direito privado: IV - as organizações
religiosas; V - os partidos políticos; VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada”.
A alternativa D está correta, dada literalidade do art. 45: “Começa a existência legal das pessoas
jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida,
quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as
alterações por que passar o ato constitutivo”.
A alternativa E está correta, sendo exatamente o que dispõe o art. 45, parágrafo único: “Decai em três
anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato
respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro”.
Gabarito: B
18. (FCC/ TRT – 9° REGIÃO – 2015) G e R são sócios da pessoa jurídica Tex, a qual, em razão
da crise econômica, deixou de honrar compromissos com o fornecedor Xis, que requereu, em
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ação de execução, a penhora dos bens de G e R. De acordo com o Código Civil, o pedido deverá
ser
(A) Indeferido, pois a desconsideração da personalidade jurídica somente é possível com a decretação
da falência.
(B) Deferido, independentemente de qualquer requisito, pois os sócios respondem, em regra, direta e
pessoalmente pelas obrigações contraídas pela pessoa jurídica.
(C) Deferido apenas se comprovado que Tex não possui recursos para pagamento do débito.
(D) Indeferido, pois em nenhuma hipótese os sócios respondem pelas obrigações contraídas pela pessoa
jurídica.
(E) Deferido se comprovado abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade
ou pela confusão patrimonial.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, dado que, a desconsideração da personalidade jurídica ocorre com o
abuso de personalidade, independentemente da decretação de falência.
A alternativa B está incorreta, pois a desconsideração da personalidade jurídica deve ser indeferida,
pois o patrimônio dos sócios não se confunde com o patrimônio da pessoa jurídica.
A alternativa D está incorreta, já que, há hipóteses em que os sócios respondem pessoalmente pelas
dívidas da pessoa jurídica, no caso de abuso de personalidade.
A alternativa E está correta, já que, apenas seria deferida a desconsideração da personalidade jurídica
no caso, em caso de abuso de personalidade, conforme dispõe o art. 50: “ Em caso de abuso da
personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o
juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo,
desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos
aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou
indiretamente pelo abuso”.
Gabarito: E
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Comentários:
A alternativa A está incorreta, visto que, a União e os Estados Federados não são pessoas jurídicas de
direito público externo, mas sim de direito público interno, conforme o art. 41, inc. I e II: “São pessoas
jurídicas de direito público interno: I - a União; II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios”.
A alternativa B está incorreta, dado que, as pessoas de direito público externo não abrangem apenas
os organismos internacionais, mas também as nações estrangeiras, a Santa Sé, as Uniões Aduaneiras e
Organizações Internacionais e as demais pessoas regidas pelo direito internacional público, conforme o
art. 42: “São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que
forem regidas pelo direito internacional público”.
A alternativa C está incorreta, conforme a alternativa anterior, não apenas os Estados estrangeiros são
pessoas de direito público externo.
A alternativa D está incorreta, visto que, a União é pessoa de direito público interno.
A alternativa E está correta, pois os Estados estrangeiros e as demais pessoas regidas pelo direito
internacional público são pessoas jurídicas de direito público externo, conforme o citado art. 42.
Gabarito: E
20. (FCC/ MPE-PB – 2015) No que concerne às pessoas jurídicas, é correto afirmar:
(A) As fundações que tiverem finalidade lucrativa serão fiscalizadas pelo Ministério Público.
(C) As associações podem ter finalidade lucrativa, de acordo com o que dispuserem a respeito os seus
estatutos.
(D) O direito de anular deliberações de administradores que forem eivadas de erro, dolo, simulação ou
fraude decai em 3 anos.
(E) Nas associações, os direitos e obrigações recíprocos entre os associados devem estar
regulamentados no respectivo estatuto.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, visto que, as fundações não podem ter finalidade lucrativa
A alternativa B está incorreta, porque as Autarquias são pessoas jurídicas de direito público interno,
não de direito privado, conforme o art. 41, inc. IV: “São pessoas jurídicas de direito público interno: IV -
as autarquias, inclusive as associações públicas”.
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A alternativa C está incorreta, uma vez que, as associações não podem ter finalidade lucrativa, nos
termos do art. 53: “Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não
econômicos”.
A alternativa D está correta, nos exatos termos do art. 48, parágrafo único: “Decai em três anos o direito
de anular as decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de
erro, dolo, simulação ou fraude”.
A alternativa E está incorreta, pois não há entre os associados direitos e obrigações recíprocos,
conforme o art. 53, parágrafo único.
Gabarito: D
(A) A proteção dos direitos da personalidade é de aplicação irrestrita para as pessoas jurídicas.
(B) Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
(C) Apenas quanto à utilização do nome é que se aplica às pessoas jurídicas a proteção dos direitos da
personalidade.
(D) Para caracterização de dano moral à pessoa jurídica é imprescindível que também ocorra dano
patrimonial.
Comentários:
A alternativa B está correta, já que, no que couber, as pessoas jurídicas tem seus direitos de
personalidade protegidos, podendo inclusive, sofrer dano moral, conforme a Súmula 227, do Superior
Tribunal de Justiça: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”.
A alternativa C está incorreta, porque não apenas o nome é protegido, mas os demais direitos de
personalidade que couberem a pessoa jurídica.
A alternativa D está incorreta, dado que, para a caracterização do dano moral, não é necessário o dano
patrimonial, conforme entendimento do STJ"CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. A prova
do fato que gerou lesão à reputação da pessoa jurídica é suficiente para a indenização do dano moral,
nada importando que daí tenha resultado, ou não, prejuízo
patrimonial. Agravo regimental não provido. (STJ; AgRg no Ag 970204 SC; Julgamento: 02/09/2008)”.
A alternativa E está incorreta, pois as pessoas jurídicas também podem sofrer dano moral, segundo a
Súmula: 227, do STJ.
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Gabarito: B
II. O prazo decadencial para anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito
do ato respectivo, é de dois anos a contar da publicação de sua inscrição no registro.
III. Em regra, se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de
votos dos presentes. Neste caso, o prazo decadencial para anular as referidas decisões que violarem a
lei ou estatuto é de dois anos.
IV. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
(A) II e III
(B) I e II e IV.
(D) I, II e III.
(E) I e IV.
Comentários:
A afirmativa I está correta, pois ambas são pessoas jurídicas de direito privado, conforme o art. 44, incs.
IV e V: “São pessoas jurídicas de direito privado: IV - as organizações religiosas; V - os partidos políticos”.
A afirmativa II está incorreta, já que, o prazo é de três anos, conforme o art. 45, parágrafo único: “Decai
em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do
ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro”.
A afirmativa III está incorreta, já que, o prazo para anular as decisões é de três anos, nos termos do art.
48 caput e parágrafo único: “Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão
pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso. Parágrafo
único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este artigo, quando violarem a
lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude”.
A afirmativa IV está correta, exatamente como dispõe o art. 52: “Aplica-se às pessoas jurídicas, no que
couber, a proteção dos direitos da personalidade”.
Gabarito: E
23. (FCC/ TRT - 24ª REGIÃO – 2014) Assinale a alternativa em que nenhum ente mencionado
possui personalidade jurídica
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Comentários:
Esta questão está desatualizada, pois a Lei 14.195/1995 revogou o inciso VI, do art. 44, do
CC/2002. Contudo, ainda é possível analisá-la.
A alternativa B está incorreta, dado que, as fundações possuem personalidade jurídica de direito
privado, nos termos do art. 44, inc. III: “São pessoas jurídicas de direito privado: III - as fundações”.
A alternativa C está correta, já que a família, o espólio e a sociedade em conta de participação não
possuem personalidade jurídica.
A alternativa D está incorreta, dado que, a associação possui personalidade de direito privado, nos
termos do art. 44, inc. I: “São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações”.
A alternativa E está incorreta, uma vez que, a empresa individual de responsabilidade limitada possui
personalidade jurídica de direito privado, conforme o art. 44, inc. VI: “São pessoas jurídicas de direito
privado: VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada”.
Gabarito: C
24. (FCC/ DPE-PB – 2014) Carlos emprestou R$ 1.000,00 a Pedro, sócio da "Construtora
Bertolai Ltda.", empresa de grande porte. O contrato foi formalizado em instrumento subscrito
por duas testemunhas. Na data em que o dinheiro deveria ser devolvido, Pedro negou-se ao
pagamento, afirmando insuficiência de recursos. Diante do inadimplemento, Carlos ajuizou
execução de título executivo extrajudicial, contra a qual não foram opostos embargos. Na fase de
indicação de bens à penhora, constatou-se somente que Pedro não possuía bens penhoráveis.
Por esta razão, Carlos requereu desconsideração inversa da personalidade jurídica, a qual
deverá ser
(A) Indeferida, pois a mera ausência de bens penhoráveis não autoriza o pedido.
(B) Deferida, pois a empresa de que Pedro é sócio possui condições suficientes para pagar o débito.
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(C) Deferida apenas se provado que Pedro ostenta cargo de gerência na empresa de que é sócio.
Comentários:
A alternativa A está correta, pois a pessoa jurídica não se confunde com a pessoa do sócio, e a
desconsideração da personalidade jurídica, apenas ocorrerá em caso de abuso de personalidade, sendo
que, a mera ausência de bens penhoráveis não autoriza o pedido, conforme o art. 50.
A alternativa B está incorreta, já que, os bens do sócio não se misturam com o da pessoa jurídica, assim
como as dívidas. Portanto, a dívida só pode ser cobrada do sócio, não da pessoa jurídica, pois não houve
abuso de personalidade para que fosse realidade a desconsideração inversa da personalidade jurídica.
A alternativa C está incorreta, pois a desconsideração da personalidade jurídica apenas ocorre em caso
de abuso de personalidade.
A alternativa D está incorreta, dado que, a desconsideração inversa da pessoa jurídica é possível, desde
que em caso de abuso, o que não ocorreu no caso.
A alternativa E está incorreta, pois não há que se falar em relação de consumo no caso.
Gabarito: A
(A) Ente despersonalizado, porque suas atividades são exercidas pela pessoa física ou jurídica que a
instituir.
(B) Pessoa jurídica de direito privado, que só poderá ser instituída por outra pessoa jurídica também
de direito privado, mas não terá capital social.
(C) Pessoa jurídica de direito privado e será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do
capital social.
(D) Pessoa jurídica de direito privado cuja personalidade se confunde com a de seu instituidor e não
possui capital social.
(E) Pessoa jurídica de direito público, ou de direito privado, segundo seja seu instituidor uma pessoa
natural ou um ente público.
Comentários:
Esta questão está desatualizada. Apesar de a banca haver considerado como correta a
alternativa C, a Lei 14.195/1995 revogou o inciso VI, do art. 44, do CC/2002. Contudo, ainda é
possível analisá-la.
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A alternativa A está incorreta, pois as empresas individuais possuem personalidade jurídica de direito
privado, conforme o art. 44, inc. VI “São pessoas jurídicas de direito privado: VI - as empresas individuais
de responsabilidade limitada.”.
A alternativa D está incorreta, pois a pessoa jurídica não se confunde com a pessoa física do seu sócio,
casa qual possui seu próprio patrimônio.
A alternativa E está incorreta, pois será necessariamente a personalidade de direito público privado.
Gabarito: C
(B) Deve ser decretada, inclusive nas relações civis, sempre que a pessoa jurídica se tornar insolvente,
não importando a razão que a tenha levado à insolvência.
(C) Pode atingir sócio que não tenha sido designado administrador pelo contrato social.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois a desconsideração da personalidade jurídica não extingue a pessoa
jurídica, apenas a afasta por um momento para atingir os bens particulares dos sócios, em caso de abuso
de personalidade.
A alternativa C está correta, porque a desconsideração da personalidade jurídica pode atingir todos os
sócios, devendo ser analisado o caso concreto.
A alternativa D está incorreta, eis que, a desconsideração da personalidade jurídica pode atingir todos
os sócios da pessoa jurídica, tanto o majoritário como o minoritário não importando os valores de
capital.
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A alternativa E está incorreta, pois a desconsideração da personalidade jurídica não tem a ver com a
falta de administração que, neste caso, o juiz nomeará um administrador, conforme o art. 49: “Se a
administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-
lhe-á administrador provisório”.
Gabarito: C
27. (FCC/ PGE-RN – 2014) Examine o seguinte texto de Vicente Ráo: de há muito vem
ocupando a atenção dos juristas a possibilidade da organização e funcionamento de sociedades
de um único sócio, pessoa física ou jurídica de direito privado (Einmanngesellschaften, na
Alemanha; one man companies, na Inglaterra), para o exercício de atividades econômicas com
patrimônio separado e, pois, com responsabilidade igualmente distinta (Riv. Dir. Comm., 1954,
v. LII, 1° parte, p. 95). Essa forma de separação patrimonial que, quando reveste certas
modalidades, é encarada por alguns juristas italianos como negócio indireto de tipo fiduciário
(Riv. Dir. Comm., 1932, 1ª parte, p. 799), ou negócio permitido pelo novo código civil italiano
(arts. 2.326, 2.448 e 2.479; Brunelli. Il Libro del Lavoro, n. 421), não é, ainda, admitida por nosso
direito. Em seguida, afirma que a admissibilidade de um patrimônio separado para fins de
exploração econômica acabará por prevalecer. (O direito e a vida dos direitos, 2 v., 2ª tiragem,
Max Limonad, Editor de Livros de Direito, p. 367-368). Waldemar Ferreira, porém, escreveu
sobre esse tema: em matéria de ficção jurídica, chegou-se a ponto verdadeiramente imprevisto
e incrível. Não podia, nem devia ela, por isso mesmo, vingar no Brasil. (Tratado de Direito
Comercial. 2 v., São Paulo: Saraiva, 1960, p. 262). À vista da legislação em vigor
(A) cumpriu-se, em parte, o que previa Vicente Ráo, porque, embora o Código Civil não contemple
nenhuma hipótese de separação patrimonial para instituição de pessoa jurídica, o patrimônio de
afetação é permitido nas incorporações imobiliárias, em que o terreno e acessões objeto da
incorporação manter-se-ão apartados do patrimônio do incorporador.
(B) cumpriu-se o vaticínio de Vicente Ráo, pois o Código Civil contempla, no rol de pessoas jurídicas,
hipótese de patrimônio separado de seu instituidor para fins econômicos.
(C) ambos os autores tiveram, em parte, seus pensamentos acolhidos pelo Código Civil, porque ele prevê
no rol de pessoas jurídicas somente hipótese de patrimônio separado para fins não econômicos.
(D) prevalece o entendimento de Waldemar Ferreira, porque o Código Civil não admite separação
patrimonial, em nenhuma hipótese, tendo cada pessoa apenas um patrimônio.
(E) prevalece o entendimento de Waldemar Ferreira, exceto no tocante ao empresário individual, como
tal inscrito no registro púbico de empresas mercantis.
Comentários:
ATENÇÃO! Esta questão está desatualizada. Apesar de o gabarito divulgado pela banca ser a
alternativa B, as EIRELIs foram extintas do ordenamento jurídico pela Lei 14.195/2021.
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A alternativa B está correta, já que, cumpriu-se o vaticínio de Vicente Ráo, pois o Código Civil
contempla, no rol de pessoas jurídicas, hipótese de patrimônio separado de seu instituidor para fins
econômicos, trata-se das empresas individuais de responsabilidade limitada- EIRELI, previstas no art.
44, inc. VI: “São pessoas jurídicas de direito privado: VI - as empresas individuais de responsabilidade
limitada”. Essas pessoas jurídicas são descritas no art. 980-A: “A empresa individual de
responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social,
devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no
País”.
Gabarito: B
28. (FCC/ TRT - 15ª REGIÃO – 2013) Joaquim é sócio majoritário e administrador de empresa
produtora de alimentos enlatados e embutidos. Durante muitos anos, a empresa experimentou
sucesso empresarial. No entanto, depois que o Ministério da Saúde passou a desestimular a
ingestão deste tipo de alimento, a empresa deixou de honrar compromissos com fornecedores,
que ajuizaram e venceram ações de cobrança. Contudo, quando do cumprimento das sentenças,
verificou-se que a empresa não possuía bens penhoráveis. Neste caso, de acordo com o Código
Civil, a personalidade jurídica deverá ser desconstituída
(A) A requerimento da parte, se comprovado abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio
de finalidade ou pela confusão patrimonial.
(B) Necessária e automaticamente, pois é dever do juiz zelar pela efetividade das decisões judiciais.
(C) Apenas em relação a Joaquim, independentemente de quaisquer requisitos, por ostentar a qualidade
de sócio majoritário e administrador da empresa.
Comentários:
A alternativa A está correta, pois a personalidade jurídica pode ser desconsiderada para atingir o
patrimônio dos sócios ou administradores, em caso de abuso de personalidade, conforme o art. 50: “Em
caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão
patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber
intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de
obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica
beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso”.
A alternativa B está incorreta, porque a desconsideração não ocorre de forma automática, devendo ter
requerimento da parte ou Ministério Público.
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A alternativa D está incorreta, dado que, o Código Civil adota a Teoria Maior, em que não basta o
prejuízo para que haja a desconsideração da personalidade jurídica, mas sim o abuso de personalidade,
que consiste no desvio de finalidade ou confusão patrimonial.
A alternativa E está incorreta, eis que, a desconsideração pode ser requerida a qualquer tempo, não se
restringindo à época do cumprimento da sentença.
Gabarito: A
29. (FCC/ AL-RN – 2013) Esta questão refere-se ao Código Civil brasileiro. Hipoteticamente
considere: A Igreja Nossa Senhora do Rosário de Fátima e o Partido Nacional da Libertação.
Nestes casos, as entidades mencionadas são pessoas jurídicas de direito
(B) Público.
(D) Privado.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois tanto a Igreja quanto o partido político são pessoas jurídicas de
direito privado.
A alternativa B está incorreta, dado que Igreja Nossa Senhora do Rosário de Fátima e o Partido Nacional
da Libertação não são públicas.
A alternativa D correta, conforme art. 44, IV e V: “São pessoas jurídicas de direito privado: IV - as
organizações religiosas; V - os partidos políticos”.
Gabarito: D
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FCC
PESSOAS JURÍDICAS
1. (FCC - SEFAZ-SC – Analista da Receita Estadual – 2021) De acordo com o Código Civil, a
existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa com a
(A) publicação, no Diário Oficial, da autorização ou aprovação do Poder Executivo para o seu
funcionamento, nos casos em que uma coisa ou outra seja necessária.
(B) inscrição do seu ato constitutivo no respectivo registro, independentemente, em qualquer caso, de
prévia autorização ou aprovação do Poder Executivo.
(C) sua inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), precedida, quando necessário, de
autorização ou aprovação do Poder Executivo.
(D) inscrição do seu ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de
autorização ou aprovação do Poder Executivo.
(E) sua inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), independentemente, em qualquer
caso, de prévia autorização ou aprovação do Poder Executivo.
(A) aplica-se a elas a proteção dos direitos da personalidade, possuindo honra objetiva - mas não
subjetiva - e direito à reparação de danos materiais e morais.
(B) aplica-se a elas parcialmente a proteção dos direitos da personalidade, possuindo honra objetiva,
mas não tendo direito à reparação dos danos morais, embora possa indenizar-se dos prejuízos
materiais.
(C) não se aplica a elas a proteção dos direitos da personalidade, porque são uma ficção jurídica e não
possuem honra de nenhuma espécie, podendo pleitear apenas a reparação de danos materiais.
(D) aplica-se a elas integralmente a proteção dos direitos da personalidade, possuindo honra subjetiva
e objetiva e podendo pleitear a reparação dos danos materiais e morais.
(E) não se aplica a elas a proteção dos direitos da personalidade, que é exclusiva às pessoas físicas, mas
podem ajuizar demandas reparatórias materiais e morais.
II. Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência, se for possível, ainda que
improvável, a morte de quem, segundo ao menos duas testemunhas, estava em perigo de vida.
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 1346
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III. Cessará, para os menores, a incapacidade, pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro,
mediante instrumento público ou particular, independentemente de homologação judicial, ou por
sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos.
IV. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.
(A) I e IV.
(B) I e II.
(C) II e IV.
(D) II e III.
(E) I e III.
5. (FCC/ PREFEITURA DE SÃO LUÍS - MA – 2018) Em relação às pessoas jurídicas, é certo que
(A) começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com o início efetivo de suas
atividades, mesmo que ainda não inscrito seu ato constitutivo no respectivo registro.
(B) obrigam a pessoa jurídica os atos dos seus administradores, exercidos ou não nos limites de seus
poderes definidos no ato constitutivo.
(C) se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, de ofício, nomear-lhe-á outro
administrador.
(D) nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela
subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua; encerrada a liquidação, promover-se-á o
cancelamento da inscrição da pessoa jurídica.
(E) a proteção dos direitos da personalidade é exclusiva às pessoas físicas, com exceção somente da
proteção à marca empresarial.
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II. A correção monetária do valor da indenização do dano moral incide desde a data do evento danoso.
IV. O contrato de seguro por danos pessoais compreende os danos morais, salvo cláusula expressa de
exclusão.
Corresponde a entendimentos sumulados pelo Superior Tribunal de Justiça o que se afirma APENAS em
(A) II e III.
(B) I e III.
(C) I e IV.
(D) II e IV.
(E) I e II.
8. (FCC - ALESE - Analista Legislativo - Apoio Jurídico- 2018) A empresa Joli's Doces e
Guloseimas tornou-se insolvente porque todos os seus sócios passaram a desviar recursos da
empresa para contas pessoais, abusando da personalidade jurídica e causando confusão
patrimonial. Em ação de execução de crédito decorrente de compra e venda de insumos, uma
empresa fornecedora da Joli's Doces e Guloseimas
(A) não poderá requerer a desconsideração da personalidade jurídica, que é cabível apenas nas relações
regidas pelo Código de Defesa do Consumidor.
(B) poderá requerer a desconsideração da personalidade jurídica, a fim de que os bens dos
administradores ou sócios da pessoa jurídica respondam pela dívida contraída pela empresa.
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(C) poderá requerer a desconsideração da personalidade jurídica, que implica a extinção da empresa.
(D) poderá requerer a desconsideração da personalidade jurídica, para excussão dos bens do
administrador da empresa, porém não de seus sócios.
(E) não poderá requerer a desconsideração da personalidade jurídica, pois a empresa e seus sócios não
se confundem.
I. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com o início efetivo de suas
atividades societárias ou empresariais, após o que deverá proceder-se à inscrição de seu ato
constitutivo no registro respectivo.
III. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela
confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe
couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de
obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica
beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 1349
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(B) I e II , apenas.
(D) I, II e III .
11. (FCC/ ATESP – 2017) Entre as pessoas jurídicas classificadas, pelo Código Civil Brasileiro
(Lei n° 10.406/2002) como de direito público interno, inserem-se
IV. os territórios.
V. partidos políticos.
(A) I e V.
(B) II e V.
(C) I, II e V.
(D) I, II e III.
(E) I, II e IV.
12. (FCC/ TRT- 24° REGIÃO – 2017) Sobre as pessoas jurídicas, à luz do Código Civil:
(A) O prazo decadencial para anulação da constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por
defeito do ato respectivo, é de 5 anos, contado o prazo da publicação da sua inscrição no registro.
(D) Se uma determinada pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão, em regra,
por no mínimo 1/3 dos votos dos presentes.
(E) Cassada a autorização para funcionamento da pessoa jurídica ela não subsistirá para os fins de
liquidação, uma vez que possui efeitos imediatos.
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13. (FCC - TRF - 5ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária- 2017) Luciana e Fernanda
são sócias em uma sociedade limitada administrada por Renato, que tem por objeto o comércio
de artigos esportivos. A participação de Luciana na sociedade corresponde a 90% do capital
social, ao passo que a de Fernanda corresponde a 10%. Havendo abuso da personalidade da
sociedade, por conta de desvio de finalidade para o qual todos concorreram, o juiz poderá
desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade, para que os efeitos de certas e
determinadas relações de obrigações dela sejam estendidos aos bens particulares de
14. (FCC - ARTESP - Especialista em Regulação de Transporte III - Direito- 2017) Conforme
esclarece Maria Helena Diniz, “a pessoa jurídica é uma realidade autônoma, capaz de direitos e
obrigações, independentemente dos membros que a compõem, com os quais não tem nenhum
vínculo, agindo, por si só, comprando, vendendo, alugando etc., sem qualquer ligação com a
vontade individual das pessoas físicas que dela fazem parte. Realmente, seus componentes
somente responderão por seus débitos dentro dos limites do capital social, ficando a salvo o
patrimônio individual” (Curso de Direito Civil Brasileiro – v. 1, Editora Saraiva, 21. ed., p. 272).
Essa circunstância pode, contudo, gerar abusos e prejuízos aos credores e, para coibi-los,
desenvolveu-se a teoria da desconsideração da pessoa jurídica, a disregard doctrine do direito
norte-americano. No ordenamento jurídico brasileiro, tal doutrina
(A) não se aplica, salvo para obrigações tributárias em caso de decretação de falência.
(C) foi introduzida a partir do Código de Defesa do Consumidor (Lei no 8.078/1990), aplicando-se
apenas às relações de consumo e de prestação de serviços públicos.
(D) importa a dissolução da pessoa jurídica, sendo aplicada apenas em situações estabelecidas em lei e
quando haja fraude comprovada.
(E) não retira a personalidade jurídica, mas apenas a desconsidera em determinadas situações,
envolvendo atos fraudulentos ou abusivos, mediante decisão judicial que permite alcançar patrimônio
pessoal dos sócios.
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 1351
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15. (FCC/ SEGEP- MA -2016) Jair é sócio e administrador da pessoa jurídica J. Jardinagem
Ltda., que não possui conta corrente, utilizando a conta corrente pessoal de Jair para realizar
movimentações financeiras. Surpreendido com dificuldades financeiras, decorrentes de suas
obrigações pessoais, Jair gastou todos os recursos existentes em sua conta corrente. Com isto, a
pessoa jurídica J. Jardinagem Ltda. viu-se impossibilitada de honrar compromissos. À vista do
ocorrido, Manoel, credor civil da J. Jardinagem Ltda., requereu a desconsideração da
personalidade jurídica da empresa, a fim de ver penhorados os bens particulares e penhoráveis
de Jair. De acordo com o Código Civil, tal pedido
(A) Deve ser acatado, pois a confusão patrimonial caracteriza abuso da personalidade jurídica,
autorizando a desconsideração da personalidade jurídica da sociedade, com o atingimento dos bens
particulares e penhoráveis de Jair.
(B) Não deve ser acatado, pois apenas o abuso da personalidade jurídica caracteriza a desconsideração
da personalidade jurídica, o que não se dá com a confusão patrimonial.
(C) Deve ser acatado, pois a confusão patrimonial caracteriza abuso da personalidade jurídica,
autorizando a desconsideração da personalidade jurídica da sociedade, que leva à sua dissolução.
(D) Não deve ser acatado, pois apenas nas relações de consumo se admite a desconsideração da
personalidade jurídica.
(E) Deve ser acatado, pois o inadimplemento, por si só, autoriza a desconsideração da personalidade
jurídica.
(D) Má gestão, ainda que o administrador não tenha dado causa a confusão patrimonial ou a desvio de
finalidade.
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 1352
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(A) A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, as autarquias e as associações públicas são
pessoas jurídicas de direito público interno.
(B) Não se aplica, em qualquer hipótese, a proteção dos direitos da personalidade tratando-se de
incompatibilidade legal de institutos.
(C) São de direito privado, dentre outras, as organizações religiosas, os partidos políticos e as empresas
individuais de responsabilidade limitada.
(D) Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo
no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo.
(E) Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por
defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro.
==299e1b==
18. (FCC/ TRT – 9° REGIÃO – 2015) G e R são sócios da pessoa jurídica Tex, a qual, em razão
da crise econômica, deixou de honrar compromissos com o fornecedor Xis, que requereu, em
ação de execução, a penhora dos bens de G e R. De acordo com o Código Civil, o pedido deverá
ser
(A) Indeferido, pois a desconsideração da personalidade jurídica somente é possível com a decretação
da falência.
(B) Deferido, independentemente de qualquer requisito, pois os sócios respondem, em regra, direta e
pessoalmente pelas obrigações contraídas pela pessoa jurídica.
(C) Deferido apenas se comprovado que Tex não possui recursos para pagamento do débito.
(D) Indeferido, pois em nenhuma hipótese os sócios respondem pelas obrigações contraídas pela pessoa
jurídica.
(E) Deferido se comprovado abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade
ou pela confusão patrimonial.
20. (FCC/ MPE-PB – 2015) No que concerne às pessoas jurídicas, é correto afirmar:
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 1353
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(A) As fundações que tiverem finalidade lucrativa serão fiscalizadas pelo Ministério Público.
(C) As associações podem ter finalidade lucrativa, de acordo com o que dispuserem a respeito os seus
estatutos.
(D) O direito de anular deliberações de administradores que forem eivadas de erro, dolo, simulação ou
fraude decai em 3 anos.
(E) Nas associações, os direitos e obrigações recíprocos entre os associados devem estar
regulamentados no respectivo estatuto.
(A) A proteção dos direitos da personalidade é de aplicação irrestrita para as pessoas jurídicas.
(B) Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
(C) Apenas quanto à utilização do nome é que se aplica às pessoas jurídicas a proteção dos direitos da
personalidade.
(D) Para caracterização de dano moral à pessoa jurídica é imprescindível que também ocorra dano
patrimonial.
II. O prazo decadencial para anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito
do ato respectivo, é de dois anos a contar da publicação de sua inscrição no registro.
III. Em regra, se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de
votos dos presentes. Neste caso, o prazo decadencial para anular as referidas decisões que violarem a
lei ou estatuto é de dois anos.
IV. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
(A) II e III
(B) I e II e IV.
(D) I, II e III.
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 1354
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(E) I e IV.
23. (FCC/ TRT - 24ª REGIÃO – 2014) Assinale a alternativa em que nenhum ente mencionado
possui personalidade jurídica
24. (FCC/ DPE-PB – 2014) Carlos emprestou R$ 1.000,00 a Pedro, sócio da "Construtora
Bertolai Ltda.", empresa de grande porte. O contrato foi formalizado em instrumento subscrito
por duas testemunhas. Na data em que o dinheiro deveria ser devolvido, Pedro negou-se ao
pagamento, afirmando insuficiência de recursos. Diante do inadimplemento, Carlos ajuizou
execução de título executivo extrajudicial, contra a qual não foram opostos embargos. Na fase de
indicação de bens à penhora, constatou-se somente que Pedro não possuía bens penhoráveis.
Por esta razão, Carlos requereu desconsideração inversa da personalidade jurídica, a qual
deverá ser
(A) Indeferida, pois a mera ausência de bens penhoráveis não autoriza o pedido.
(B) Deferida, pois a empresa de que Pedro é sócio possui condições suficientes para pagar o débito.
(C) Deferida apenas se provado que Pedro ostenta cargo de gerência na empresa de que é sócio.
(A) Ente despersonalizado, porque suas atividades são exercidas pela pessoa física ou jurídica que a
instituir.
(B) Pessoa jurídica de direito privado, que só poderá ser instituída por outra pessoa jurídica também
de direito privado, mas não terá capital social.
(C) Pessoa jurídica de direito privado e será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do
capital social.
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 1355
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(D) Pessoa jurídica de direito privado cuja personalidade se confunde com a de seu instituidor e não
possui capital social.
(E) Pessoa jurídica de direito público, ou de direito privado, segundo seja seu instituidor uma pessoa
natural ou um ente público.
(B) Deve ser decretada, inclusive nas relações civis, sempre que a pessoa jurídica se tornar insolvente,
não importando a razão que a tenha levado à insolvência.
(C) Pode atingir sócio que não tenha sido designado administrador pelo contrato social.
27. (FCC/ PGE-RN – 2014) Examine o seguinte texto de Vicente Ráo: de há muito vem
ocupando a atenção dos juristas a possibilidade da organização e funcionamento de sociedades
de um único sócio, pessoa física ou jurídica de direito privado (Einmanngesellschaften, na
Alemanha; one man companies, na Inglaterra), para o exercício de atividades econômicas com
patrimônio separado e, pois, com responsabilidade igualmente distinta (Riv. Dir. Comm., 1954,
v. LII, 1° parte, p. 95). Essa forma de separação patrimonial que, quando reveste certas
modalidades, é encarada por alguns juristas italianos como negócio indireto de tipo fiduciário
(Riv. Dir. Comm., 1932, 1ª parte, p. 799), ou negócio permitido pelo novo código civil italiano
(arts. 2.326, 2.448 e 2.479; Brunelli. Il Libro del Lavoro, n. 421), não é, ainda, admitida por nosso
direito. Em seguida, afirma que a admissibilidade de um patrimônio separado para fins de
exploração econômica acabará por prevalecer. (O direito e a vida dos direitos, 2 v., 2ª tiragem,
Max Limonad, Editor de Livros de Direito, p. 367-368). Waldemar Ferreira, porém, escreveu
sobre esse tema: em matéria de ficção jurídica, chegou-se a ponto verdadeiramente imprevisto
e incrível. Não podia, nem devia ela, por isso mesmo, vingar no Brasil. (Tratado de Direito
Comercial. 2 v., São Paulo: Saraiva, 1960, p. 262). À vista da legislação em vigor
(A) cumpriu-se, em parte, o que previa Vicente Ráo, porque, embora o Código Civil não contemple
nenhuma hipótese de separação patrimonial para instituição de pessoa jurídica, o patrimônio de
afetação é permitido nas incorporações imobiliárias, em que o terreno e acessões objeto da
incorporação manter-se-ão apartados do patrimônio do incorporador.
(B) cumpriu-se o vaticínio de Vicente Ráo, pois o Código Civil contempla, no rol de pessoas jurídicas,
hipótese de patrimônio separado de seu instituidor para fins econômicos.
(C) ambos os autores tiveram, em parte, seus pensamentos acolhidos pelo Código Civil, porque ele prevê
no rol de pessoas jurídicas somente hipótese de patrimônio separado para fins não econômicos.
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 1356
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(D) prevalece o entendimento de Waldemar Ferreira, porque o Código Civil não admite separação
patrimonial, em nenhuma hipótese, tendo cada pessoa apenas um patrimônio.
(E) prevalece o entendimento de Waldemar Ferreira, exceto no tocante ao empresário individual, como
tal inscrito no registro púbico de empresas mercantis.
28. (FCC/ TRT - 15ª REGIÃO – 2013) Joaquim é sócio majoritário e administrador de empresa
produtora de alimentos enlatados e embutidos. Durante muitos anos, a empresa experimentou
sucesso empresarial. No entanto, depois que o Ministério da Saúde passou a desestimular a
ingestão deste tipo de alimento, a empresa deixou de honrar compromissos com fornecedores,
que ajuizaram e venceram ações de cobrança. Contudo, quando do cumprimento das sentenças,
verificou-se que a empresa não possuía bens penhoráveis. Neste caso, de acordo com o Código
Civil, a personalidade jurídica deverá ser desconstituída
(A) A requerimento da parte, se comprovado abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio
de finalidade ou pela confusão patrimonial.
(B) Necessária e automaticamente, pois é dever do juiz zelar pela efetividade das decisões judiciais.
(C) Apenas em relação a Joaquim, independentemente de quaisquer requisitos, por ostentar a qualidade
de sócio majoritário e administrador da empresa.
29. (FCC/ AL-RN – 2013) Esta questão refere-se ao Código Civil brasileiro. Hipoteticamente
considere: A Igreja Nossa Senhora do Rosário de Fátima e o Partido Nacional da Libertação.
Nestes casos, as entidades mencionadas são pessoas jurídicas de direito
(B) Público.
(D) Privado.
GABARITO
1. SEFAZ-SC D 2. AFAP A
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Capítulo II – Associações
As associações são pessoas jurídicas de direito privado formadas para fins não
econômicos, conforme estabelece o art. 53 do CC/2002. Veja que nada impede que as
associações desenvolvam atividade econômica, desde que não haja finalidade
lucrativa, evidentemente (Enunciado 534 da VI Jornada de Direito Civil).
Por isso, uma associação não pode distribuir lucro entre os associados, por mais polpudos
que eles sejam. E pode a associação ter lucro? Pode ela exercer atividades produtivas? Pode,
mas o objetivo da associação não pode ser a distribuição de lucro social, exatamente o contrário de uma
sociedade. Se há distribuição de lucro, portanto, trata-se de uma sociedade, e não de uma associação.
Consequentemente, o parágrafo único do art. 53 prevê que não há, entre os associados, direitos e
obrigações recíprocos. Não confunda esse dispositivo com a possiblidade de haver direitos e
obrigações recíprocos entre o associado e a associação; não há entre os associados em si! Os
requisitos da associação encontram-se no art. 54:
Todos esses requisitos devem estar contidos no Estatuto Social. Esse Estatuto pode prever categorias
de associados com vantagens especiais, mas todos eles devem ter iguais direitos (art. 55 do CC/2002).
Por isso, nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função, a não ser nos casos
e pela forma previstos na Lei ou no Estatuto (art. 58 do CC/2002).
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 459
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Pois bem. Feitas essas deduções, se for o caso, determina o art. 61 que o remanescente do patrimônio
líquido seja destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este,
por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou
semelhantes.
Se não existir no respectivo território em que a associação tiver sede instituição nas referidas condições,
o que remanescer do seu patrimônio ficará com o Estado, o Distrito Federal ou a União, conforme o caso.
A letra da Lei
Agora, trago a você os dispositivos de lei referentes à nossa aula. Lembro que, ao longo do texto, eu não
trato de todos os dispositivos legais aqui citados, propositadamente. Isso porque meu objetivo não é
tornar o material um comentário à lei, mas, sim, fazer você compreender os institutos jurídicos que são
importantes à prova.
Agora, ao contrário, o objetivo é trazer todos os dispositivos legais, para que você possa ao menos passar
os olhos. Não se preocupe em compreender em detalhe cada um deles; eu objetivo apenas trazer o texto
legal para que você não precise procurá-los fora do material. Trata-se da letra da lei com grifos nos
principais pontos da norma, para ajudar na fixação dos conteúdos.
Vamos lá!
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não
econômicos.
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 460
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Enunciado 534: As associações podem desenvolver atividade econômica, desde que não
haja finalidade lucrativa.
Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com
vantagens especiais.
Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a
transferência daquela não importará, de per si , na atribuição da qualidade de associado ao
adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto.
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em
procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.
Parágrafo único.
Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido
legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto.
I – destituir os administradores;
II – alterar o estatuto.
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido
deliberação da assembleia especialmente convocada para esse fim, cujo quórum será o
estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores.
Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 (um
quinto) dos associados o direito de promovê-la.
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 461
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Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for
o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de
fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à
instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.
§ 1 o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes da
destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo
valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação.
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 462
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As fundações são um complexo de bens, ou seja, são pessoas jurídicas sem quaisquer pessoas
físicas/naturais quando de sua instituição. Cria-se a fundação por escritura pública ou por
testamento, dotando-a o instituidor de bens livres, especificando o fim a que se destina, e
declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
O objetivo das fundações é sempre público, apesar do caráter privado que possuem. O Enunciado
9 do CJF estabelece que o parágrafo único do art. 62 deve ser interpretado de modo a excluir apenas
as fundações com fins lucrativos.
I – assistência social;
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III – educação;
IV – saúde;
V – segurança alimentar e nutricional;
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão,
produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos;
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;
IX – atividades religiosas.
Caso a fundação seja criada por ato entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe
a propriedade sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado
judicial (art. 64).
Instituída a fundação, o instituidor nomeará pessoa para gerir o patrimônio. Essas pessoas devem,
segundo o art. 65, formular logo, de acordo com a base prevista para a fundação, o estatuto da
fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente (atualmente,
o MP), com recurso ao juiz.
Veja-se que, caso o estatuto não seja elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo
prazo, em 180 dias, a incumbência caberá ao Ministério Público, consoante regra expressa do parágrafo
único do mencionado art. 65.
O papel do MP é importantíssimo, já que cabe a ele velar pelas fundações, segundo estabelece o
art. 66, de acordo com a competência territorial do Parquet. Quando a fundação se localiza em algum
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 463
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dos Estados da Federação, não há grande dúvida. Porém, se sua atividade se estender por mais de
um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo MPE, na forma do § 2º do art. 66.
Aqui, um cuidado. A Lei 13.151/2015 corrigiu uma distorção que havia no § 1º do art. 66. Em
sua redação original, essa regra mencionava que, no caso de funcionarem no Distrito Federal ou
em Território, caberia o encargo legal ao MPF. A referida lei alterou o dispositivo e passou a
prever que caberá o encargo ao MPDFT.
Contrariamente às associações, a alteração do Estatuto das fundações tem algumas exigências legais,
conforme estabelece o art. 67. Primeiro, tenha em mente que a finalidade da fundação é inalterável;
pode-se apenas alterar seu estatuto. Para tanto, são três os requisitos exigidos:
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação;
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta;
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 dias, findo o qual ou
no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.
O Ministério Público, portanto, tem prazo decadencial de apenas 45 dias para denegar
confirmação à alteração. O silêncio, nesse caso, é interpretado como negação de aceitação
da alteração, consequentemente, a permitir suprimento judicial.
Caso a alteração não seja aprovada por votação unânime, os administradores da fundação, ao
submeterem o estatuto ao MP, devem requerer que se dê ciência à minoria vencida. A minoria,
então, pode impugnar a mudança de maneira fundamentada, querendo, no prazo decadencial de
10 dias, segundo o art. 68. Aí, o Parquet analisa a controvérsia e decide se aprova ou não a alteração, na
forma do art. 67, inc. III, supracitado. Novamente, se a aprovação for negada, cabe ao juiz decidir a
respeito.
Por fim, estabelece o art. 69 acerca da extinção da fundação. Se se tornar ilícita, impossível ou inútil a
finalidade da fundação, ou vencido o prazo de sua existência, em caso de termo previsto pelo instituidor,
o MP ou qualquer interessado requererá sua extinção.
Nessa hipótese, incorpora-se seu patrimônio a outra fundação, designada pelo juiz, que se
proponha a fim igual ou semelhante. Evidentemente que se houver disposição em contrário no ato
constitutivo ou no estatuto, deve-se seguir tal determinação.
A letra da Lei
Agora, trago a você os dispositivos de lei referentes à nossa aula. Lembro que, ao longo do texto, eu não
trato de todos os dispositivos legais aqui citados, propositadamente. Isso porque meu objetivo não é
tornar o material um comentário à lei, mas, sim, fazer você compreender os institutos jurídicos que são
importantes à prova.
Agora, ao contrário, o objetivo é trazer todos os dispositivos legais, para que você possa ao menos passar
os olhos. Não se preocupe em compreender em detalhe cada um deles; eu objetivo apenas trazer o texto
legal para que você não precise procurá-los fora do material. Trata-se da letra da lei com grifos nos
principais pontos da norma, para ajudar na fixação dos conteúdos.
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Vamos lá!
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação
especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de
administrá-la.
I – assistência social;
III – educação;
IV – saúde; ==299e1b==
IX – atividades religiosas;
Enunciado 9: Deve ser interpretado de modo a excluir apenas as fundações com fins
lucrativos.
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro
modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou
semelhante.
Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-
lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados,
em nome dela, por mandado judicial.
Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo,
formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-
o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz.
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 465
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Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo
prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério Público.
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação;
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco)
dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento
do interessado.
Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores da
fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à
minoria vencida para impugná-la, se quiser, em dez dias.
Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo
de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção,
incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto,
em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.
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FCC
(A) Os associados devem ter iguais direitos, sem que o estatuto possa instituir categorias com vantagens
especiais.
(B) Constituem-se pela união de pessoas que se organizem para fins de lazer, culturais ou econômicos.
(C) A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento
que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, já que, o estatuto da associação pode instituir categorias com vantagens
especiais, conforme art. 55: “Os associados devem ter iguais diretos, mas o estatuto poderá instituir
categorias com vantagens especiais”.
A alternativa B está incorreta, pois as associações não podem ter fins econômicos, segundo o art. 53:
“Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos”.
A alternativa C está correta, conforme literalidade do art. 57: “A exclusão do associado só é admissível
havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso,
nos termos previstos no estatuto”.
A alternativa D está incorreta, uma vez que, em regra, a qualidade do associado é intransmissível, nos
termos do art. 56: “A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário”.
A alternativa E está incorreta, pois a competência para destituir os administradores e alterar o estatuto
é da Assembleia Geral, de acordo com o art. 59, inc. I e II: “Compete privativamente à Assembleia geral:
I – destituir os administradores; II – alterar o estatuto”. Ainda, o quórum para deliberação será definido
no estatuto, conforme o parágrafo único, do mesmo artigo: “Para as deliberações a que se referem os
incisos I e II deste artigo é exigido deliberação da Assembleia especialmente convocada para esse fim,
cujo quórum será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores”.
Gabarito: C
2. (FCC/ TRT- 2° REGIÃO – 2018) Uma determinada fundação privada é criada em uma
cidade do interior do Estado de São Paulo para fins de promoção da ética, da cidadania, da
democracia e dos direitos humanos, sendo elaborado o estatuto dentro do prazo legal em
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(A) por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação e aprovada pelo órgão do
Ministério Público no prazo máximo de 45 dias, findo o qual, ou no caso de o Ministério Público a
denegar, o juiz não poderá supri-la a requerimento do interessado.
(B) por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação e aprovada pelo órgão do
Ministério Público no prazo máximo de 45 dias, findo o qual, ou no caso de o Ministério Público a
denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.
(C) no mínimo, pela maioria simples dos competentes para gerir e representar a fundação e aprovada
pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 90 dias, findo o qual, ou no caso de o Ministério
Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.
(D) por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação e aprovada pelo órgão do
Ministério Público no prazo máximo de 90 dias, findo o qual, ou no caso de o Ministério Público a
denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.
(E) no mínimo, pela maioria simples dos competentes para gerir e representar a fundação e aprovada
pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 dias, findo o qual, ou no caso de o Ministério
Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, já que, caso seja atingido o prazo máximo do MP ou este venha a denegar
a aprovação, o juiz poderá supri-la a requerimento do interessando, conforme dispõe o art. 67, inc. III:
“Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma: III – seja aprovada pelo órgão
do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o
Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado”.
A alternativa B está correta, sendo exatamente o que dispõe o art. 67. Inc. I e III: “Para que se possa
alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma: I - seja deliberada por dois terços dos
competentes para gerir e representar a fundação; III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público
no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a
denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado”.
A alternativa C está incorreta, porque, não é no mínimo, pela maioria simples dos competentes, mas
sim, por dois terços dos competentes, conforme o art. 67, inc. I. Ainda, não é correto afirmar que o prazo
máximo é de 90 dias para que seja aprovado, uma vez que o prazo estipulado é 45 dias.
A alternativa D está incorreta, uma vez que, o prazo máximo para a aprovação do MP é de 45 dias, não
90, de acordo com o art. 67, inc. III.
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 1568
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A alternativa E está incorreta, eis que, a aprovação deve ser deliberada por dois terços dos
competentes, conforme o art. 67, inc. I.
Gabarito: B
Comentários:
A alternativa D está correta, pois a fundação pode ser realizada por escritura pública ou testamento,
de acordo com o disposto no art. 62: "Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura
pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e
declarando, se quiser, a maneira de administrá-la".
Gabarito: D
4. (FCC/ TRT - 11ª REGIÃO – 2017) A respeito das pessoas jurídicas, é correto afirmar que
(A) As associações não podem ter finalidade econômica, mesmo com expressa previsão estatutária.
(C) O registro dos atos constitutivos das organizações religiosas depende de autorização do poder
público.
(E) Velará pelas fundações o Ministério Público Federal, quando estenderem a atividade por mais de
um Estado da Federação.
Comentários:
3
PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 1569
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A alternativa A está correta, porque as associações não podem ter fins econômicos, de acordo com o
que dispõe o art. 53: “Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins
não econômicos”.
A alternativa B está incorreta, já que, os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado, nos
termos do art. 44, inc. V: “São pessoas jurídicas de direito privado: V - os partidos políticos”.
A alternativa C está incorreta, uma vez que, o poder público não pode negar reconhecimento ou
registro dos atos constitutivos para o funcionamento de organizações religiosas, de acordo com o art.
44, § 1º: “São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações
religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos
e necessários ao seu funcionamento”.
A alternativa D está incorreta, eis que, as associações públicas são pessoas jurídicas de direito público
interno, nos termos do art. 41, inc. IV: “São pessoas jurídicas de direito público interno: IV - as
autarquias, inclusive as associações públicas”.
A alternativa E está incorreta, já que, se as atividades se estenderem por mais de um Estado, velará
pelas fundações os MPs de cada um deles, conforme o art. 66, § 2º: “Se estenderem a atividade por mais
de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público”.
Gabarito: A
5. (FCC/TRT – 11° REGIÃO – 2017) A respeito das pessoas jurídicas, é correto afirmar que
(B) velará pelas fundações o Ministério Público Federal, quando estenderem a atividade por mais de um
Estado da Federação.
(C) as associações não podem ter finalidade econômica, mesmo com expressa previsão estatutária.
(E) o registro dos atos constitutivos das organizações religiosas depende de autorização do poder
público.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, já que, as associações públicas são pessoas jurídicas de direito público
interno, conforme o art. 41, inc. IV: “São pessoas jurídicas de direito público interno: IV - as autarquias,
inclusive as associações públicas”.
A alternativa B está incorreta, pois, neste caso, o encargo será dos MPs dos estados abrangidos, nos
termos do art. 66. § 2º: “Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada
um deles, ao respectivo Ministério Público”.
A alternativa C está correta, dado que, as associações não têm finalidade econômica, conforme o art.
53: “Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos”.
4
PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 1570
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A alternativa D está incorreta, eis que, os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado, de
acordo com o art. 44, inc. V: “São pessoas jurídicas de direito privado: V - os partidos políticos”.
Gabarito: C
6. (FCC - ARTESP - Especialista em Regulação de Transporte III - Direito- 2017) Suponha que
um conjunto de pessoas pretenda conjugar esforços, organizando-se, mediante a constituição de
uma pessoa jurídica, para apoiar atividades desportivas, sem finalidade lucrativa. Considerando
o rol de pessoas jurídicas de direito privado estabelecido na legislação pátria e as características
e regime jurídico correspondentes, para atingimento dos fins colimados deverá ser constituída
(D) um condomínio.
Comentários:
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. A constituição das associações se dá sem fins
econômicos, pois assim são classificadas e beneficiadas com essa categorização. Assim trata o art. 53 do
Código Civil, deixando também claro a vedação a finalidade econômica de associações: "Constituem-se
as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.". Além disso, outra
característica dada pelo código se dá quanto a diferenciação entre os associados como trata o Parágrafo
Único deste artigo que diz: "Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.".
Gabarito: B
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 1571
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(B) Não atinge Lourenço, porque as taxas de manutenção criadas por associações de moradores não
obrigam os não associados ou que a elas não anuíram.
(C) Atinge Lourenço, porque a associação impõe, aos associados, direitos e obrigações recíprocos.
(D) Atinge Lourenço, porque, no silêncio do estatuto, presume-se que a qualidade de associado se
transmite do antigo para o novo proprietário do imóvel.
(E) Não atinge Lourenço, porque as taxas de manutenção criadas por associações de moradores,
independentemente do que dispõe o estatuto, não possuem caráter obrigatório, ainda que os associados
tenham a elas anuído.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois o STJ entende que a cobrança de taxa de manutenção do condomínio
não atinge aos que não anuíram, pois apenas a lei e o contrato podem criar obrigações.
A alternativa B está correta, pois este é o entendimento do STJ, veja-se: “As taxas de manutenção
criadas por associações de moradores não obrigam os não associados ou os que a elas não anuíram. As
obrigações de ordem civil, sejam de natureza real sejam de natureza contratual, pressupõem, como fato
gerador ou pressuposto, a existência de uma lei que as exija ou de um acordo firmado com a
manifestação expressa de vontade das partes pactuantes, pois, em nosso ordenamento jurídico
positivado, há somente duas fontes de obrigações: a lei ou o contrato. Nesse contexto, não há espaço
para entender que o morador, ao gozar dos serviços organizados em condomínio de fato por associação
de moradores, aceitou tacitamente participar de sua estrutura orgânica. REsp 1.280.871-SP e REsp
1.439.163-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. para acórdão Min. Marco Buzzi, Segunda Seção,
julgados em 11/3/2015, DJe 22/5/2015”.
A alternativa C está incorreta, dado que, não atinge Lourenço pois, este não anuiu a associação, não
tendo, portanto, direitos e obrigações recíprocos.
A alternativa D está incorreta, pois Lourenço não anuiu e o silêncio não importa em anuência tácita,
conforme entendimento do STJ e ao que dispõe o art. 56, parágrafo único: “A qualidade de associado é
intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário. Parágrafo único: Se o associado for titular de
quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si, na
atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do
estatuto”.
A alternativa E está incorreta, já que, para os que anuíram a obrigação, esta deve ser cumprida, nos
termos estabelecidos no estatuto.
Gabarito: B
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 1572
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8. (FCC/ TRT -14° REGIÃO – 2016) Para se alterar o estatuto de uma fundação, é mister que
a reforma não contrarie ou desvirtue o fim desta e seja deliberada
(A) Pela maioria simples dos competentes para gerir e representar a fundação, devendo, ainda, ser
aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá o juiz supri-la, a requerimento
do interessado.
(B) Pela unanimidade dos competentes para gerir e representar a fundação, devendo, ainda, ser
aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá o juiz supri-la, a requerimento
do interessado.
(C) Por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação, devendo, ainda, ser aprovada
pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá o juiz supri-la, a requerimento do
interessado.
(D) Por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação, devendo, ainda, ser aprovada
pelo órgão do Ministério Público, sem possibilidade de suprimento judicial a requerimento do
interessado no caso de denegação.
(E) Pela unanimidade dos competentes para gerir e representar a fundação, devendo, ainda, ser
aprovada pelo órgão do Ministério Público, sem possibilidade de suprimento judicial a requerimento
do interessado no caso de denegação.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois o quórum para alterar o estatuto é de dois terços dos competentes,
não a maioria simples.
A alternativa C está correta, uma vez que, deve ser deliberada por dois terços dos competente, deve ser
aprovada pelo MP e caso este não aprove, poderá ser suprida pelo juiz a requerimento de algum
interessado, sendo o que dispõe o art. 67 e incisos: “Para que se possa alterar o estatuto da fundação é
mister que a reforma: I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a
fundação; II - não contrarie ou desvirtue o fim desta; III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público
no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a
denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado”.
A alternativa D está incorreta, já que, caso o Ministério Público não aprove a alteração estatutária das
fundações, o juiz poderá supri-la a requerimento do interessado.
A alternativa E está incorreta, dado que, o quórum de aprovação é de dois terços dos competentes e,
caso o Ministério Público não aprove a alteração, poderá o juiz supri-la a requerimento do interessado.
Gabarito: C
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 1573
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(A) Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a
propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome
dela, por mandado judicial.
(B) Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial
de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
(C) Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo
não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.
(D) Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma seja deliberada pela
unanimidade dos membros competentes para gerir e representar a fundação, bem como que a reforma
não contrarie ou desvirtue o fim desta.
(E) Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de
sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção,
incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em
outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.
Comentários:
A alternativa A está correta, conforme literalidade do art. 64: “Constituída a fundação por negócio
Jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre
os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial”.
A alternativa B está correta, dada literalidade do art. 62: “Para criar uma fundação, o seu instituidor
fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se
destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la”.
A alternativa C está correta, nos exatos termos do art. 63: “Quando insuficientes para constituir a
fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em
outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante”.
A alternativa D está incorreta, uma vez que, a reforma deve ser deliberada por dois terços dos
competentes e não por unanimidade, conforme o art. 67, inc. I: “Para que se possa alterar o estatuto da
fundação é mister que a reforma: I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e
representar a fundação”
A alternativa E está correta, na literalidade do art. 69: “Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a
finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou
qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em
contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha
a fim igual ou semelhante”.
Gabarito: D
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 1574
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I. Constituem elas um acervo de bens, que recebe personalidade jurídica para a realização de fins
determinados, de interesse público, de modo permanente e estável.
II. Podem ser constituídas para fins científicos, educacionais ou de promoção do meio ambiente, mesmo
que com fins lucrativos.
III. Quando insuficientes para constitui-las, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não
dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.
IV. Os fins ou objetivos da fundação não podem em princípio ser modificados, a não ser pela vontade
unânime de seus dirigentes.
Comentários:
A afirmativa I está correta, pois a fundação é a união de bens, sem fins lucrativos, criados para atender
determinadas finalidade, conforme o art. 62.
A afirmativa II está incorreta, já que, a fundação não pode ter fins lucrativos, podendo ser criada para
os fins descritos no art. 62 caput e parágrafo único e incisos: “Para criar uma fundação, o seu instituidor
fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se
destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. Parágrafo único. A fundação somente
poderá constituir-se para fins de: I – assistência social; II – cultura, defesa e conservação do patrimônio
histórico e artístico; III – educação; IV – saúde; V – segurança alimentar e nutricional; VI – defesa,
preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; VII –
pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão,
produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; VIII – promoção da ética,
da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; IX – atividades religiosas.
A afirmativa III está correta, na literalidade do art. 63: “Quando insuficientes para constituir a
fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em
outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante”.
A afirmativa IV está incorreta, pois é possível a alteração do estatuto da fundação, desde que cumpridos
alguns requisitos, dentre eles a provação de dois terços dos competentes, de acordo com o art. 67 e
incisos: “Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma: I - seja deliberada por
dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação; II - não contrarie ou desvirtue o fim
desta; III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco)
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 1575
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dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento
do interessado”.
Gabarito: E
11. (FCC/ TCM-GO – 2015) Morrinhos Futebol Clube é uma associação esportiva sem fins
lucrativos, que decide, para aumentar seus ganhos, montar um restaurante em sua sede, aberto
aos associados e familiares, bem como uma loja para vender camisas dos uniformes de seus
jogadores, bolas e réplicas dos troféus conquistados. Essa conduta
(A) Não é possível, pois associações não podem ter fins econômicos, o que se caracterizaria em ambas
as situações, só podendo a imagem da associação ser cedida onerosamente a terceiros.
(B) É possível, mesmo com ganhos pessoais aos associados, pois associações podem ter os mesmos fins
econômicos que uma sociedade por quotas de responsabilidade limitada.
(C) É possível, desde que não haja ganhos pessoais aos associados, pois a realização eventual de
negócios para manter ou aumentar o patrimônio da associação não a desnatura
(D) É possível somente em relação à venda de uniformes, bolas e troféus, pois a abertura de um
restaurante, mesmo que sem ganhos pessoais aos associados, desnatura sua condição de associação,
por não ter nexo com suas atividades esportivas.
(E) É possível somente em relação à abertura do restaurante, desde que somente para os associados e
familiares, pois a venda de uniformes, bolas e troféus, por ser livre à população em geral, tem fins
lucrativos que a desnaturam enquanto associação.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois, apesar de não terem fins econômicos, nada impede que a associação
aufira lucros, desde que sejam revertidos em favor dela, não dos associados.
A alternativa B está incorreta, uma vez que, as associações não podem ter finalidade lucrativa, e apesar
de poder obter lucro, não poderá ocorrer ganhos pessoais aos associados.
A alternativa C está correta, já que, as associações podem obter lucros, se forem revertidos para o seu
funcionamento e não havendo repartição entre os associados.
A alternativa D está incorreta, uma vez que, a associação poderá fazer qualquer atividade para obter
lucro, mesmo que de ramo diferente, desde que revertidos em favor da associação.
Gabarito: C
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 1576
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(A) Constituídas por negócio jurídico entre vivos, a transferência da propriedade sobre os bens dotados
é obrigatória após a morte do instituidor, somente.
(B) Só podem elas ser constituídas para fins religiosos, econômicos, morais, culturais, assistenciais ou
esportivos.
(C) Quando os bens destinados a constituí-las forem insuficientes, em regra voltarão ao instituidor, se
vivo, ou serão transferidos aos herdeiros deste, se falecido.
(D) Para serem criadas, seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de
bens livres, especificando o fim a que se destinam e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
(E) Tornadas ilícita, impossível ou inútil sua finalidade, serão extintas e, em regra, seu patrimônio será
incorporado ao Estado-membro em que sediadas.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, dado que, a transferência da propriedade sobre os bens dotados é
obrigatória, mesmo antes da morte do instituidor, conforme o art. 64: “Constituída a fundação por
negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito
real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial”.
A alternativa B está incorreta, já que, o rol de fins para a constituição da fundação é mais abrangente,
nos termos do art. 62, parágrafo único e incisos: “A fundação somente poderá constituir-se para fins de:
I – assistência social; II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; III – educação;
IV – saúde; V – segurança alimentar e nutricional; VI – defesa, preservação e conservação do meio
ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; VII – pesquisa científica, desenvolvimento de
tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e
conhecimentos técnicos e científicos; VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos
direitos humanos; IX – atividades religiosas”.
A alternativa C está incorreta, uma vez que, quando os bens forem insuficientes, serão incorporados
em outra fundação com fim igual ou semelhante, nos termos do art. 63: “Quando insuficientes para
constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor,
incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante”.
A alternativa D correta, sendo exatamente o que dispõe o art. 62: “Para criar uma fundação, o seu
instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o
fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la”.
A alternativa E está incorreta, pois, neste caso, o patrimônio será incorporado em outra fundação com
fim igual ou semelhante, desde que não tenha disposição em contrário, conforme o art. 69: “Tornando-
se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o
órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu
patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação,
designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante”.
Gabarito: D
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(A) Constituída com bens insuficientes, serão eles convertidos em títulos da dívida pública, como regra,
até que seu rendimento perfaça capital bastante para sua viabilização.
(B) Não pode ter alterado seu estatuto, em nenhuma hipótese, pois sua finalidade é imutável.
(C) Pode ser constituída somente por negócio jurídico entre vivos, vedado testamento por ser
incompatível com sua natureza jurídica.
(D) Poderá constituir-se para qualquer fim lícito, inclusive empresarial, cultural, de assistência ou
religioso.
(E) Se constituída por ato entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro
direito real, sobre os bens dotados e, se não o fizer, serão registrados em nome dela por mandado
judicial.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois quando insuficientes os bens para a constituição da fundação, estes
serão incorporados em outra fundação, conforme o art. 63: “Quando insuficientes para constituir a
fundação, os bens a ela destinados, serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em
outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante”.
A alternativa B está incorreta, já que, o estatuto pode ser alterado, conforme o art. 67 e incisos: “Para
que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma: I - seja deliberada por dois terços
dos competentes para gerir e representar a fundação; II - não contrarie ou desvirtue o fim desta; III -
seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá o juiz supri-la, a
requerimento do interessado”.
A alternativa C está incorreta, porque a fundação pode ser constituída por testamento, nos termos do
art. 62: “Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação
especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de
administrá-la”.
A alternativa D está incorreta, pois a fundação não pode ter fins lucrativos, sendo o rol de fins definidos
pela lei, de acordo com o art. 62, parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins
de: I – assistência social; II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; III –
educação; IV – saúde; V – segurança alimentar e nutricional; VI – defesa, preservação e conservação do
meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; VII – pesquisa científica, desenvolvimento
de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações
e conhecimentos técnicos e científicos; VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos
direitos humanos; IX – atividades religiosas;”
A alternativa E está correta, na literalidade do art. 64: “Constituída a fundação por negócio Jurídico
entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens
dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial”.
Gabarito: E
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14. (FCC/ MPC-MS – 2013) União de pessoas que se organizam para fins não econômicos é
conceito que se aplica às
(C) Fundações.
(E) Associações.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois as sociedades anônimas tem fins lucrativos, conforme dispõe o art.
1.088: “Na sociedade anônima ou companhia, o capital divide-se em ações, obrigando-se cada sócio ou
acionista somente pelo preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir” em conjunto com o art.
1.089: “A sociedade anônima rege-se por lei especial, aplicando-se-lhe, nos casos omissos, as
disposições deste Código”.
A alternativa B está incorreta, pois Sociedades empresariais é a junção de duas ou mais pessoas
buscando exercer atividade econômica, visando lucro, conforme o art. 982: “Salvo as exceções
expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de
empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais”.
A alternativa C está incorreta, já que, as fundações são a junção de bens e não de pessoas.
A alternativa D está incorreta, eis que, as Sociedade simples são parcerias entre profissionais
prestadores de serviços, com fins econômicos, conforme o art. 981: “Celebram contrato de sociedade as
pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade
econômica e a partilha, entre si, dos resultados”.
A alternativa E está correta, na literalidade do art. 53: “Constituem-se as associações pela união de
pessoas que se organizem para fins não econômicos”.
Gabarito: E
I. Para que se possa alterar o estatuto da Fundação é mister, dentre outros requisitos, que a reforma seja
deliberada por um terço dos competentes para gerir e representar a Fundação.
II. A Fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, políticos, morais, culturais ou de
assistência.
III. Velará pelas Fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. Se estenderem a atividade por
mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público.
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 1579
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IV. Vencido o prazo de existência da Fundação, em regra, o órgão do Ministério Público, ou qualquer
interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio.
(B) I e II.
(C) I e IV.
Comentários:
A afirmativa I está incorreta, pois a reforma deve ser deliberada por dois terços dos competentes,
conforme o art. 67, inc. I: “Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma: I -
seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação”
A afirmativa II está incorreta, visto que o rol para fins da constituição da fundação é mais abrangente,
nos termos do art. 62, parágrafo único, e incisos: “A fundação somente poderá constituir-se para fins
de: I – assistência social; II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; III –
educação; IV – saúde; V – segurança alimentar e nutricional; VI – defesa, preservação e conservação do
meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; VII – pesquisa científica, desenvolvimento
de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações
e conhecimentos técnicos e científicos; VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos
direitos humanos; IX – atividades religiosas”.
A afirmativa III está correta, sendo exatamente o que prevê a lei, de acordo com o art. 66, §2º: “Velará
pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. §2º Se estenderem a atividade por mais
de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público”.
A afirmativa IV está correta, nos termos do art. 69: “Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a
finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou
qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em
contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha
a fim igual ou semelhante”.
Gabarito: D
I. Constituem-se associações pela união de pessoas organizadas para fins não econômicos, havendo
entre os associados direitos e obrigações recíprocos.
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 1580
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II. Fundações somente poderão constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência,
nesses conceitos compreendidas as fundações para fins científicos, educacionais ou de promoção do
meio ambiente.
III. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens
especiais.
(E) I, II e III.
Comentários:
A afirmativa I está incorreta, pois, entre os associados não há direitos e obrigações recíprocos,
conforme o art. 53, parágrafo único: “Constituem-se as associações pela união de pessoas que se
organizem para fins não econômicos. Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações
recíprocos”.
A afirmativa II está incorreta, já que o rol das fundações é mais abrangente, conforme o art. 62,
parágrafo único, e incisos: “A fundação somente poderá constituir-se para fins de: I – assistência
social; II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; III – educação; IV –
saúde; V – segurança alimentar e nutricional; VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente
e promoção do desenvolvimento sustentável; VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias
alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e
conhecimentos técnicos e científicos; VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos
direitos humanos; IX – atividades religiosas;
A afirmativa III está correta, na literalidade do art. 55: “Os associados devem ter iguais direitos, MAS o
estatuto poderá instituir categorias com vantagens especial”.
Gabarito: X
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 1581
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FCC
(A) Os associados devem ter iguais direitos, sem que o estatuto possa instituir categorias com vantagens
especiais.
(B) Constituem-se pela união de pessoas que se organizem para fins de lazer, culturais ou econômicos.
(C) A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento
que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.
2. (FCC/ TRT- 2° REGIÃO – 2018) Uma determinada fundação privada é criada em uma
cidade do interior do Estado de São Paulo para fins de promoção da ética, da cidadania, da
democracia e dos direitos humanos, sendo elaborado o estatuto dentro do prazo legal em
cumprimento ao que estabelece a legislação em vigor. Após alguns anos desempenhando
regularmente as atividades para as quais foi instituída é proposto por um de seus instituidores
a alteração do estatuto da fundação para inclusão de novas atribuições. Neste caso, de acordo
com o Código Civil, para que se possa alterar o estatuto da fundação, é necessário que a reforma
não contrarie ou desvirtue o fim desta e, ainda, que seja deliberada
(A) por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação e aprovada pelo órgão do
Ministério Público no prazo máximo de 45 dias, findo o qual, ou no caso de o Ministério Público a
denegar, o juiz não poderá supri-la a requerimento do interessado.
(B) por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação e aprovada pelo órgão do
Ministério Público no prazo máximo de 45 dias, findo o qual, ou no caso de o Ministério Público a
denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.
(C) no mínimo, pela maioria simples dos competentes para gerir e representar a fundação e aprovada
pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 90 dias, findo o qual, ou no caso de o Ministério
Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.
(D) por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação e aprovada pelo órgão do
Ministério Público no prazo máximo de 90 dias, findo o qual, ou no caso de o Ministério Público a
denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 882
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(E) no mínimo, pela maioria simples dos competentes para gerir e representar a fundação e aprovada
pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 dias, findo o qual, ou no caso de o Ministério
Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.
4. (FCC/ TRT - 11ª REGIÃO – 2017) A respeito das pessoas jurídicas, é correto afirmar que
(A) As associações não podem ter finalidade econômica, mesmo com expressa previsão estatutária.
(C) O registro dos atos constitutivos das organizações religiosas depende de autorização do poder
público.
(E) Velará pelas fundações o Ministério Público Federal, quando estenderem a atividade por mais de
um Estado da Federação.
5. (FCC/TRT – 11° REGIÃO – 2017) A respeito das pessoas jurídicas, é correto afirmar que
(B) velará pelas fundações o Ministério Público Federal, quando estenderem a atividade por mais de um
Estado da Federação.
(C) as associações não podem ter finalidade econômica, mesmo com expressa previsão estatutária.
(E) o registro dos atos constitutivos das organizações religiosas depende de autorização do poder
público.
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6. (FCC - ARTESP - Especialista em Regulação de Transporte III - Direito- 2017) Suponha que
um conjunto de pessoas pretenda conjugar esforços, organizando-se, mediante a constituição de
uma pessoa jurídica, para apoiar atividades desportivas, sem finalidade lucrativa. Considerando
o rol de pessoas jurídicas de direito privado estabelecido na legislação pátria e as características
e regime jurídico correspondentes, para atingimento dos fins colimados deverá ser constituída
(D) um condomínio.
(B) Não atinge Lourenço, porque as taxas de manutenção criadas por associações de moradores não
obrigam os não associados ou que a elas não anuíram.
(C) Atinge Lourenço, porque a associação impõe, aos associados, direitos e obrigações recíprocos.
(D) Atinge Lourenço, porque, no silêncio do estatuto, presume-se que a qualidade de associado se
transmite do antigo para o novo proprietário do imóvel.
(E) Não atinge Lourenço, porque as taxas de manutenção criadas por associações de moradores,
independentemente do que dispõe o estatuto, não possuem caráter obrigatório, ainda que os associados
tenham a elas anuído.
8. (FCC/ TRT -14° REGIÃO – 2016) Para se alterar o estatuto de uma fundação, é mister que
a reforma não contrarie ou desvirtue o fim desta e seja deliberada
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 884
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(A) Pela maioria simples dos competentes para gerir e representar a fundação, devendo, ainda, ser
aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá o juiz supri-la, a requerimento
do interessado.
(B) Pela unanimidade dos competentes para gerir e representar a fundação, devendo, ainda, ser
aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá o juiz supri-la, a requerimento
do interessado.
(C) Por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação, devendo, ainda, ser aprovada
pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá o juiz supri-la, a requerimento do
interessado.
(D) Por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação, devendo, ainda, ser aprovada
pelo órgão do Ministério Público, sem possibilidade de suprimento judicial a requerimento do
interessado no caso de denegação.
(E) Pela unanimidade dos competentes para gerir e representar a fundação, devendo, ainda, ser
aprovada pelo órgão do Ministério Público, sem possibilidade de suprimento judicial a requerimento
do interessado no caso de denegação.
(A) Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a
propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome
dela, por mandado judicial.
(B) Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial
de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
(C) Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo
não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.
(D) Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma seja deliberada pela
unanimidade dos membros competentes para gerir e representar a fundação, bem como que a reforma
não contrarie ou desvirtue o fim desta.
(E) Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de
sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção,
incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em
outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.
I. Constituem elas um acervo de bens, que recebe personalidade jurídica para a realização de fins
determinados, de interesse público, de modo permanente e estável.
II. Podem ser constituídas para fins científicos, educacionais ou de promoção do meio ambiente, mesmo
que com fins lucrativos.
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 885
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III. Quando insuficientes para constitui-las, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não
dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.
IV. Os fins ou objetivos da fundação não podem em princípio ser modificados, a não ser pela vontade
unânime de seus dirigentes.
11. (FCC/ TCM-GO – 2015) Morrinhos Futebol Clube é uma associação esportiva sem fins
lucrativos, que decide, para aumentar seus ganhos, montar um restaurante em sua sede, aberto
aos associados e familiares, bem como uma loja para vender camisas dos uniformes de seus
jogadores, bolas e réplicas dos troféus conquistados. Essa conduta
(A) Não é possível, pois associações não podem ter fins econômicos, o que se caracterizaria em ambas
as situações, só podendo a imagem da associação ser cedida onerosamente a terceiros.
(B) É possível, mesmo com ganhos pessoais aos associados, pois associações podem ter os mesmos fins
econômicos que uma sociedade por quotas de responsabilidade limitada.
(C) É possível, desde que não haja ganhos pessoais aos associados, pois a realização eventual de
negócios para manter ou aumentar o patrimônio da associação não a desnatura
(D) É possível somente em relação à venda de uniformes, bolas e troféus, pois a abertura de um
restaurante, mesmo que sem ganhos pessoais aos associados, desnatura sua condição de associação,
por não ter nexo com suas atividades esportivas.
(E) É possível somente em relação à abertura do restaurante, desde que somente para os associados e
familiares, pois a venda de uniformes, bolas e troféus, por ser livre à população em geral, tem fins
lucrativos que a desnaturam enquanto associação.
(A) Constituídas por negócio jurídico entre vivos, a transferência da propriedade sobre os bens dotados
é obrigatória após a morte do instituidor, somente.
(B) Só podem elas ser constituídas para fins religiosos, econômicos, morais, culturais, assistenciais ou
esportivos.
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 886
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(C) Quando os bens destinados a constituí-las forem insuficientes, em regra voltarão ao instituidor, se
vivo, ou serão transferidos aos herdeiros deste, se falecido.
(D) Para serem criadas, seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de
bens livres, especificando o fim a que se destinam e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
(E) Tornadas ilícita, impossível ou inútil sua finalidade, serão extintas e, em regra, seu patrimônio será
incorporado ao Estado-membro em que sediadas.
(A) Constituída com bens insuficientes, serão eles convertidos em títulos da dívida pública, como regra,
até que seu rendimento perfaça capital bastante para sua viabilização.
(B) Não pode ter alterado seu estatuto, em nenhuma hipótese, pois sua finalidade é imutável.
==299e1b==
(C) Pode ser constituída somente por negócio jurídico entre vivos, vedado testamento por ser
incompatível com sua natureza jurídica.
(D) Poderá constituir-se para qualquer fim lícito, inclusive empresarial, cultural, de assistência ou
religioso.
(E) Se constituída por ato entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro
direito real, sobre os bens dotados e, se não o fizer, serão registrados em nome dela por mandado
judicial.
14. (FCC/ MPC-MS – 2013) União de pessoas que se organizam para fins não econômicos é
conceito que se aplica às
(C) Fundações.
(E) Associações.
I. Para que se possa alterar o estatuto da Fundação é mister, dentre outros requisitos, que a reforma seja
deliberada por um terço dos competentes para gerir e representar a Fundação.
II. A Fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, políticos, morais, culturais ou de
assistência.
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 887
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III. Velará pelas Fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. Se estenderem a atividade por
mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público.
IV. Vencido o prazo de existência da Fundação, em regra, o órgão do Ministério Público, ou qualquer
interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio.
(B) I e II.
(C) I e IV.
I. Constituem-se associações pela união de pessoas organizadas para fins não econômicos, havendo
entre os associados direitos e obrigações recíprocos.
II. Fundações somente poderão constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência,
nesses conceitos compreendidas as fundações para fins científicos, educacionais ou de promoção do
meio ambiente.
III. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens
especiais.
(E) I, II e III.
GABARITO
1. CÂM. LEGISLATIVA DO DF C
2. TRT- 2° REGIÃO B
3. MPE-PE D
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 889
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Necessário localizar espacialmente a pessoa jurídica. Com relação à pessoa jurídica, o CC/2002 fixa
algumas regras a respeito do domicílio no art. 75. O domicílio é:
Além disso, caso a pessoa jurídica tenha diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada
um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. Se a sede (administração ou
diretoria) ficar no exterior, o §2º estabelece que o domicílio da pessoa jurídica será, no tocante às
obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, situado no Brasil, a
que ela corresponder.
Vale ressaltar que a regra do art. 78 prevê a possibilidade de os contratantes elegerem domicílio especial
no seu estatuto ou atos constitutivos. Isso é muito importante para questões de Direito Processual Civil,
pois impacta na fixação da competência do juiz, mas é irrelevante aqui.
Por fim, vale ressaltar que a regra do art. 78, que prevê a possibilidade de os contratantes especificarem
domicílio por meio de contratos escritos é de especial relevo para as pessoas jurídicas.
A letra da Lei
Agora, trago a você os dispositivos de lei referentes à nossa aula. Lembro que, ao longo do texto, eu não
trato de todos os dispositivos legais aqui citados, propositadamente. Isso porque meu objetivo não é
tornar o material um comentário à lei, mas, sim, fazer você compreender os institutos jurídicos que são
importantes à prova.
Agora, ao contrário, o objetivo é trazer todos os dispositivos legais, para que você possa ao menos passar
os olhos. Não se preocupe em compreender em detalhe cada um deles; eu objetivo apenas trazer o texto
legal para que você não precise procurá-los fora do material. Trata-se da letra da lei com grifos nos
principais pontos da norma, para ajudar na fixação dos conteúdos.
Vamos lá!
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 290
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IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações,
ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.
§ 1 o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será
considerado domicílio para os atos nele praticados.
==299e1b==
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 291
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FCC
1. (FCC/ TRT – 6° REGIÃO – 2018) Pimpão é um palhaço de circo itinerante. Para efeitos
legais,
(A) o domicílio de Pimpão é o endereço do sindicato ou associação que represente sua categoria
profissional.
(B) o domicílio de Pimpão é o endereço do circo constante em seu registro como pessoa jurídica.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, porque o endereço do sindicato ou associação que representa sua
categoria profissional não é considerado domicílio de pessoa itinerante.
A alternativa B está incorreta, pois o endereço registrado da pessoa jurídica não é domicílio de pessoa
itinerante.
A alternativa C está incorreta, pois não faz sentido o domicílio ser um local onde a pessoa não mais
resida, não havendo essa hipótese na lei.
A alternativa D está incorreta, uma vez que, toda pessoa tem domicílio, mesmo que não tenha
residência.
A alternativa E está correta, pois trata-se do domicílio do itinerante, conforme o art. 73: “Ter-se-á por
domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada”
Gabarito: E
2. (FCC/ MPE-PE – 2018) Luísa possui residências, com ânimo definitivo, nas cidades de São
Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, nas quais alternadamente vive. Considerando-se que a
residência de São Paulo é onde vive há mais tempo, a residência do Rio de Janeiro é onde passa
a maior parte do ano e a residência de Belo Horizonte foi a estabelecida por ela mais
recentemente, Luísa possui domicílio em
1
PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 1092
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Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois não apenas São Paulo é considerado domicílio, mas também o Rio
de Janeiro e Belo Horizonte, já que reside com ânimo definitivo em todos.
A alternativa B está incorreta, porque além do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte também são
considerados domicílios.
A alternativa C está incorreta, já que, São Paulo e Rio de Janeiro também são domicílios de Luísa.
A alternativa D está correta, visto que, as três cidades são consideradas domicílio, pois Luísa reside em
todas com ânimo definitivo, de acordo com o art. 70: “O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela
estabelece a sua residência com ânimo definitivo”, em conjunto com o art. 71: “Se, porém, a pessoa
natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer
delas”.
Gabarito: D
II. No que concerne às relações atinentes à profissão, considera-se domicílio o local em que esta é
exercida.
IV. O domicílio da União é o Distrito Federal, assim como da pessoa natural que não tenha residência
habitual.
(A) II.
(B) I e III.
(C) I e IV.
(D) II e III.
(E) IV.
2
PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 1093
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Comentários:
A afirmativa I está incorreta, uma vez que, é possível a pluralidade de domicílios, conforme o art. 71:
“Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á
domicílio seu qualquer delas”.
A afirmativa II está correta, dado que, o local em que a profissão é exercida também é considerado
domicílio, conforme o art. 72: “É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes
à profissão, o lugar onde esta é exercida”.
A afirmativa III está incorreta, pois residência e domicílio não são sinônimos, O domicílio é
a localização espacial da pessoa, ou seja, local onde ela estabelece residência, com ânimo definitivo,
como se extrai do art. 70. Daí extraem-se os requisitos objetivo (residência) e subjetivo
(animus manendi) do domicílio. A residência, por sua vez, é onde a pessoa se fixa, ainda que
temporariamente e mesmo que de maneira quase fugaz.
A afirmativa IV está incorreta, já que, o domicílio de pessoa que não tenha residência habitual é o lugar onde for
encontrada, conforme art. 73.
Gabarito: A
4. (FCC/ TRT - 9ª REGIÃO – 2015) W assinou contrato com o banco Fox na cidade de Curitiba,
lá obtendo financiamento. O banco Fox possui sede na Cidade de São Paulo e estabelecimentos
em quase todas as cidades do Estado do Paraná, incluindo Pato Branco, onde W reside. De acordo
com o Código Civil, com relação ao financiamento obtido por W, considera-se domicílio de Fox:
(A) Curitiba, pois, tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos, em lugares diferentes, será
considerado domicílio a capital do Estado em que o ato tiver sido praticado.
(B) São Paulo, pois a pessoa jurídica de direito privado tem como domicílio sua sede, apenas, para todo
e qualquer ato que vier a praticar.
(C) Pato Branco, pois, tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos, em lugares diferentes, será
considerado domicílio o local em que reside o consumidor.
(D) Qualquer cidade em que Fox tiver estabelecimento, pois, tendo a pessoa jurídica diversos
estabelecimentos, todos eles serão considerados seu domicílio, para todo e qualquer ato que vier a
praticar.
(E) Curitiba, pois, tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos, em lugares diferentes, cada um
deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, dado que, como a pessoa jurídica possui diversos estabelecimentos,
cada um deles é domicílio, conforme os atos neles praticados, de acordo com o art. 75, § 1º: “Tendo a
pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado
domicílio para os atos nele praticados”.
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 1094
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A alternativa B está incorreta, sendo todos os estabelecimentos considerados domicílio, de acordo com
o ato praticado, e no caso, como o ato foi praticado em Curitiba, este será o domicílio em relação ao
contrato.
A alternativa C está incorreta, porque o domicílio, neste caso, será o do estabelecimento onde foi
firmado o contrato.
A alternativa E está correta, dado que, Curitiba será considerada domicílio, conforme o art. 75 § 1º:
“Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será
considerado domicílio para os atos nele praticados”.
Gabarito: E
5. (FCC/ TRE-SE – 2015) Mário é empregado do Partido Político “X” exercendo funções
administrativas de acordo com o seu nível de escolaridade (terceiro grau completo). Seu pai,
Clodoaldo, é militar da marinha; seu tio, Fernando, é marítimo; sua mãe, Vera, é costureira sendo
que atualmente está presa na penitenciária “W” pela prática de conduta tipificada como
criminosa pela legislação competente. Nestes casos, analisando esta família sob os dados
fornecidos, de acordo com o Código Civil brasileiro, possuem domicílio necessário
Comentários:
A alternativa A está correta, pois o militar, Clodoaldo, o marítimo, Fernando e o preso, Vera, possuem
domicílio necessário, nos termos do art. 76: “Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público,
o militar, o marítimo e o preso”.
A alternativa B está incorreta, pois Mário não possui domicílio necessário, mas seu local de trabalho
também é considerado seu domicílio, nos assuntos relacionados a profissão, conforme o art. 72: “É
também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é
exercida”.
A alternativa C está incorreta, já que, Fernando também possui domicílio necessário, pois é marítimo.
A alternativa D está incorreta, pois Clodoaldo também tem domicílio necessário, eis que, é militar.
A alternativa E está incorreta, já que, Vera possui domicílio necessário, pois está presa.
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Gabarito: A
6. (FCC/ TJ-AP – 2014) A empresa MMB possui seu principal estabelecimento em Macapá,
além de outros dois em Manaus e Brasília. A diretoria funciona em Manaus. Admitir-se-á como
domicílio(s) da empresa
(B) Macapá, Manaus e Brasília, independentemente do local em que tenha sido praticado o ato.
(C) Macapá, Manaus e Brasília, para os atos praticados em cada um desses locais.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, visto que, todos os estabelecimentos da empresa são considerados
domicílio.
A alternativa B está incorreta, já que, todos são considerados estabelecimentos, de acordo com os atos
praticados, conforme o art. 75, § 1º: “Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares
diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados”.
A alternativa C está correta, uma vez que, todos são considerados domicílios, sendo que cada um deles
é domicílio de acordo com os atos neles praticados, exatamente o que prevê o art. 75, §1º.
Gabarito: C
I. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo; se,
porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde alternadamente viva, considerar-se-á domicílio
seu qualquer delas.
II. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta
é exercida; se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para
as relações que lhe corresponderem.
III. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o último lugar em que
foi domiciliada.
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PC-MG (Investigador) Direito Civil - 2023 (Pré-Edital) 1096
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IV. Nos contratos escritos, somente as pessoas jurídicas contratantes poderão especificar domicílio
onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.
(A) I, IV e V.
(B) I, II e V.
(C) III, IV e V.
Comentários:
A afirmativa I correta, pois o domicílio da pessoa natural é a sua residência com ânimo definitivo, de
acordo com o art. 70: “O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com
ânimo definitivo”. Porém, caso a pessoa tenha mais de uma residência, todas elas será considerado
domicílio, conforme o art. 71: Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde,
alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas”.
A afirmativa II correta, pois o lugar onde a pessoa exerça a profissão também é domicílio art. 72: “É
também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é
exercida”. Caso a profissão seja exercida em mais de um lugar, todos serão domicílio, de acordo com o
parágrafo único, do mesmo artigo: “Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles
constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem”.
A afirmativa III incorreta, já que, quem não tem residência habitual, seu domicílio será o local onde for
encontrada, conforme o art. 73: “Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência
habitual, o lugar onde for encontrada”.
A afirmativa IV incorreta, dado que, os contratantes podem especificar domicílio, conforme o art. 78:
“Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os
direitos e obrigações deles resultantes”.
A afirmativa V correta, dado que, todos têm domicílio necessário, de acordo com o art. 76: “Têm
domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso”.
Gabarito: B
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(B) a pessoa que exercer profissão em lugares diversos terá como seu domicílio o último lugar em que
trabalhou.
(C) o domicílio, quanto às pessoas jurídicas, é o lugar onde funcionarem suas diretoria e administração,
não podendo eleger domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.
(E) o lugar onde a pessoa natural for encontrada será considerado seu domicílio, desde que não tenha
residência habitual.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, já que, o domicílio do preso é o local onde ele cumpre sentença, não onde
foi processado, conforme dispõe o art. 76, caput e parágrafo único: “Têm domicílio necessário o incapaz,
o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu
representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas
funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se
encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso,
o lugar em que cumprir a sentença”.
A alternativa B está incorreta, pois quem trabalha em locais diversos, será considerado seu domicílio
qualquer um deles, conforme o art. 72, parágrafo único: “Se a pessoa exercitar profissão em lugares
diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem”.
A alternativa C está incorreta, já que, as pessoas jurídicas podem eleger domicílio especial, conforme
previsão do art. 75, inc. IV: “Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: IV - das demais pessoas jurídicas,
o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio
especial no seu estatuto ou atos constitutivos”.
A alternativa D está incorreta, dado que, é permitido a pluralidade de domicílios, conforme o art. 71:
“Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á
domicílio seu qualquer delas”.
A alternativa E está correta, porque quem não tem residência habitual, seu domicílio será o local onde
for encontrada, diante do que dispõe o art. 73: “Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha
residência habitual, o lugar onde for encontrada”.
Gabarito: E
9. (FCC/ TCE-PI – 2014) Marcelo é biólogo, pesquisador de espécies da fauna nativa não
possui residência habitual, em razão da sua profissão. Atualmente, Marcelo realiza pesquisas na
cidade de Teresina, seus pais e esposa residem em São Paulo, capital, e suas últimas pesquisas
ocorreram em Santos - SP e Gramado - RS, nesta ordem. Neste caso, de acordo com o Código Civil
brasileiro, ter-se-á por domicílio de Marcelo
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Comentários:
A alternativa A está correta, já que, Marcelo não tem residência habitual, portanto, seu domicílio será
considerado o lugar onde ele for encontrado, conforme o art. 73: “Ter-se-á por domicílio da pessoa
natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada”.
Gabarito: A
10. (FCC/ TCE-PI – 2014) De segunda a quarta-feira, Nicolas reside, com habitualidade e
ânimo definitivo, na cidade de Teresina, com esposa e filhos, e trabalha na cidade de Demerval
Lobão. De quinta a sexta-feira, reside com habitualidade e ânimo definitivo, sozinho, na cidade
de Água Branca, e trabalha na cidade de Elesbão Veloso. Aos finais de semana, volta para a cidade
de Teresina, com esposa e filhos. De acordo com o Código Civil,
(D) Teresina, Demerval Lobão, Água Branca e Elesbão Veloso são domicílios de Nicolas.
Comentários:
A alternativa D está correta, pois Teresina e Água Branca são considerados domicílio, pois Nicolas
reside com ânimo definitivo em ambos, conforme o art. 70: “O domicílio da pessoa natural é o lugar onde
ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo”, em conjunto com o art. 71: Se, porém, a pessoa
natural tiver diversas residências, onde alternadamente viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer
delas”. Quanto as relações profissionais, tanto Demerval Lobão quanto Elesbão Veloso são considerados
domicílio, pois Nicolas exerce a profissão em ambos, conforme o art. 72 caput e parágrafo único: “É
também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é
exercida. Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles
constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem”.
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Gabarito: D
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FCC
1. (FCC/ TRT – 6° REGIÃO – 2018) Pimpão é um palhaço de circo itinerante. Para efeitos
legais,
(A) o domicílio de Pimpão é o endereço do sindicato ou associação que represente sua categoria
profissional.
(B) o domicílio de Pimpão é o endereço do circo constante em seu registro como pessoa jurídica.
2. (FCC/ MPE-PE – 2018) Luísa possui residências, com ânimo definitivo, nas cidades de São
Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, nas quais alternadamente vive. Considerando-se que a
residência de São Paulo é onde vive há mais tempo, a residência do Rio de Janeiro é onde passa
a maior parte do ano e a residência de Belo Horizonte foi a estabelecida por ela mais
recentemente, Luísa possui domicílio em
II. No que concerne às relações atinentes à profissão, considera-se domicílio o local em que esta é
exercida.
IV. O domicílio da União é o Distrito Federal, assim como da pessoa natural que não tenha residência
habitual.
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(A) II.
(B) I e III.
(C) I e IV.
(D) II e III.
(E) IV.
4. (FCC/ TRT - 9ª REGIÃO – 2015) W assinou contrato com o banco Fox na cidade de Curitiba,
lá obtendo financiamento. O banco Fox possui sede na Cidade de São Paulo e estabelecimentos
em quase todas as cidades do Estado do Paraná, incluindo Pato Branco, onde W reside. De acordo
com o Código Civil, com relação ao financiamento obtido por W, considera-se domicílio de Fox:
(A) Curitiba, pois, tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos, em lugares diferentes, será
considerado domicílio a capital do Estado em que o ato tiver sido praticado.
(B) São Paulo, pois a pessoa jurídica de direito privado tem como domicílio sua sede, apenas, para todo
e qualquer ato que vier a praticar.
(C) Pato Branco, pois, tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos, em lugares diferentes, será
considerado domicílio o local em que reside o consumidor.
(D) Qualquer cidade em que Fox tiver estabelecimento, pois, tendo a pessoa jurídica diversos
estabelecimentos, todos eles serão considerados seu domicílio, para todo e qualquer ato que vier a
praticar.
(E) Curitiba, pois, tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos, em lugares diferentes, cada um
deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
5. (FCC/ TRE-SE – 2015) Mário é empregado do Partido Político “X” exercendo funções
administrativas de acordo com o seu nível de escolaridade (terceiro grau completo). Seu pai,
Clodoaldo, é militar da marinha; seu tio, Fernando, é marítimo; sua mãe, Vera, é costureira sendo
que atualmente está presa na penitenciária “W” pela prática de conduta tipificada como
criminosa pela legislação competente. Nestes casos, analisando esta família sob os dados
fornecidos, de acordo com o Código Civil brasileiro, possuem domicílio necessário
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6. (FCC/ TJ-AP – 2014) A empresa MMB possui seu principal estabelecimento em Macapá,
além de outros dois em Manaus e Brasília. A diretoria funciona em Manaus. Admitir-se-á como
domicílio(s) da empresa
(B) Macapá, Manaus e Brasília, independentemente do local em que tenha sido praticado o ato.
(C) Macapá, Manaus e Brasília, para os atos praticados em cada um desses locais.
I. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo; se,
porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde alternadamente viva, considerar-se-á domicílio
seu qualquer delas.
II. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta
é exercida; se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para
as relações que lhe corresponderem.
III. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o último lugar em que
foi domiciliada.
IV. Nos contratos escritos, somente as pessoas jurídicas contratantes poderão especificar domicílio
onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.
(A) I, IV e V.
(B) I, II e V.
(C) III, IV e V.
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(B) a pessoa que exercer profissão em lugares diversos terá como seu domicílio o último lugar em que
trabalhou.
(C) o domicílio, quanto às pessoas jurídicas, é o lugar onde funcionarem suas diretoria e administração,
não podendo eleger domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.
(E) o lugar onde a pessoa natural for encontrada será considerado seu domicílio, desde que não tenha
residência habitual.
9. (FCC/ TCE-PI – 2014) Marcelo é biólogo, pesquisador de espécies da fauna nativa não
possui residência habitual, em razão da sua profissão. Atualmente, Marcelo realiza pesquisas na
cidade de Teresina, seus pais e esposa residem em São Paulo, capital, e suas últimas pesquisas
ocorreram em Santos - SP e Gramado - RS, nesta ordem. Neste caso, de acordo com o Código Civil
==299e1b==
10. (FCC/ TCE-PI – 2014) De segunda a quarta-feira, Nicolas reside, com habitualidade e
ânimo definitivo, na cidade de Teresina, com esposa e filhos, e trabalha na cidade de Demerval
Lobão. De quinta a sexta-feira, reside com habitualidade e ânimo definitivo, sozinho, na cidade
de Água Branca, e trabalha na cidade de Elesbão Veloso. Aos finais de semana, volta para a cidade
de Teresina, com esposa e filhos. De acordo com o Código Civil,
(D) Teresina, Demerval Lobão, Água Branca e Elesbão Veloso são domicílios de Nicolas.
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GABARITO
1. TRT – 6° REGIÃO E
2. MPE-PE D
3. ALESE A
4. TRT - 9ª REGIÃO E
5. TRE-SE A
6. TJ-AP C
7. SEFAZ-PE B
8. TCE-PI E
9. TCE-PI A
10. TCE-PI D
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