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Fisiologia Do Sistema Pulmonar
Fisiologia Do Sistema Pulmonar
MIV 12 - Fisiologia
• Vias aéreas condutoras: servem apenas para mover o gás, pois não têm
alvéolos, representadas por brônquios que contêm cartilagem e bronquíolos
não-respiratórios, sendo referidas como espaço morto anatômico
• Surfactante pulmonar: produzido pelas células alveolares tipo II, reduz a tensão
superficial no fluido alveolar, diminuindo a resistência às trocas gasosas
1
Fábio Serra - Medicina - UFPB - 106 - 2017.2
- Inervação
• Parassimpático: induz a broncoconstricção, a vasodilatação, o aumento da
secreção glandular (muco), sendo mais maior nas vias mais calibrosas Capítulo 20 Estrutura e Função
crônica
• Mm. acessórios: os Mm. escalenos, (DPOC) o trabalho
esternocleidomastoideo, da respiração
trapézio, peitoral
maior e platisma contraem-se para a inspiração apenas, embora
tado secundariamente à obstrução do
vigorosamente, durante o exercício ou em caso de significativa obstrução de
vias aéreas expiração não é mais passiva, mas reque
ativaé passiva,
• Expiração: no repouso fisiológico, dos músculos
não necessitando expiratórios.
de músculos, Adic
mas, durante o exercício ou capacidade
a hiperventilação,pulmonar
os Mm. reto do total (CPT) está a
abdômen,
oblíquos interno e externo, transverso do abdômen e intercostais internos
atuam na diminuição do volume maior CPT força o diafragma para baixo
torácico
fi bras musculares e diminui o raio da cur
• Os músculos da respiração tem maior força, quão maior for o volume da caixa
torácica, visto que se aumentaresultado,
o tamanho a dofunção
sarcômero e (análogos
a efi ciênciaao do d
miocárdio, segundo a lei do reduzidas. Os
coração). A fadiga dosmúsculos respiratórios
músculos respiratórios éo pod
principal fator para o desenvolvimento da falência respiratória
fadiga, como ocorre com qualquer o
esquelético, quando a carga de trabalho
- Fluidos do Sistema Respiratório
músculos respiratórios podem, também
• Sistema de Limpeza Mucociliar:em pacientes
recobrindo dacom doenças
traqueia aos brônquios neuromusc
terminais, o fluido periciliar e o muco, produzidos pelo epitélio respiratório,
síndrome
participam da remoção de partículas devírus
(e.g. bactérias, Guillain-Barré,
e toxinas) do pulmão miast
Nessas doenças, a intensa fraqueza dos
• Muco: produzidas pelas células caliciformes do epitélio respiratório, as quais
podem ser aumentadas em piratórios pode crônico.
número pelo tabagismo difi cultar
Produzem movimentos
muco d
também as glândulas submucosasca e resultar
seromucosas,emasfalência
quais aumentamrespiratória,
em m
número e tamanho na bronquite crônica. Ainda com controvérsias, as células
de Clara são granulares basaisas com
propriedades
papel na regeneraçãomecânicas do pulmão
epitelial e provável
função secretória não-mucinosarácica estiverem normais.
• Surfactante: substância predominantemente lipídica presente nos alvéolos
reduzindo a tensão superficial, força que tenderia a minimizar a área de
superfície, dificultando insuflar o pulmão. Em comparação, um pulmão cheio
com solução salina exige pressão muito menor para mesmo enchimento que
! Equação 20-1
um pulmão cheio de ar, devido à tensão superficial
- NA
ComCLÍNICA
surfactante, há a diminuição da tensão superficial,
entretanto a concentração de surfactante é maior em
Pelo fato de os músculos respiratórios gerarem a força
alvéolos
motriz para menores,
a ventilação, doençasfazendo
que afetamcomas pro-que a tensão diminua
priedades do pulmão afetam os músculos da respira-
mais nesses alvéolos. Como resultado, as pressões se
ção. Por exemplo, na doença pulmonar obstrutiva
crônicatornam similares,
(DPOC) o trabalho e está
da respiração os aumen-
volumes alveolares se
tado secundariamente à obstrução do fl uxo de ar. A
expiraçãoestabilizam
não é mais passiva, mas requer a contração
ativa dos músculos expiratórios. Adicionalmente, a A B
- Pressão
capacidade pulmonar total (CPT) está
transmural: aumentada.
pressão A
transalveolar, necessária para
! Figura 20-13. Forças de superfície manter
em umaoesfera
volume
tentam
maior CPT força o diafragma para baixo, encurta suas
pulmonar
fi bras musculares e diminui o raio da curvatura. Como reduzir a área da superfície e geram pressão na esfera. Pela
Lei de Laplace, a pressão gerada é inversamente proporcional
resultado, a função e a efi ciência do diafragma são ao raio da esfera. A, Forças de superfície na esfera menor
- Mecanismo
reduzidas. Os músculos respiratórios podem entrar em Osgeram
de interdependência: alvéolos, exceto
maior pressão da superfície
(setas grossas) pleural,
do que as da esfera maior
fadiga, como ocorre com qualquer outro músculo (setas fi nas). Como resultado, o ar se move da menor esfera
estão
esquelético, conectados
quando aos alvéolos
a carga de trabalho aumenta. Osadjacentes.
(maior pressão) Assim,
para a semaiorum alvéolo
esfera tende seta
(menor pressão; a
músculos respiratórios podem, também, enfraquecer preta). Isso faz com que a esfera menor se colapse e que a
colapsar,
em pacientes ele distende
com doenças os alvéolos
neuromusculares (p. ex., aomaior
redor.
fi queHá os porosB,de
sobredistendida. Kohn que
O surfactante ligam
(camada som-
síndrome de Guillain-Barré, miastenia grave). breada) reduz a tensão superfi cial, e o faz mais acentuada-
alvéolos adjacentes, permitindo a ventilação colateral, bem como o fazem
mente nas esferas menores do que nas maiores. O resultado
os
Nessas doenças, a intensa fraqueza dos músculos res-
canais
piratórios decultar
pode difi Lambert,
movimentosquedaligam vias aéreas
caixa toráci- efetivo terminais
é que a pressãoaos alvéolos
nas esferas menoradjacentes
e maior é similar e
as esferas fi cam estabilizadas.
ca e resultar em falência respiratória, mesmo quando
- Drenagem
as propriedades mecânicas
rácica estiverem normais.
do do pulmão e da caixa
surfactante: to-
recaptação por pneumócitos tipo II, absorção
linfática e limpeza por macrófagos alveolares cia do alvéolo para se colapsar é oposta pela tração
exercida pelos alvéolos a seu redor. Assim, o colapso
de um só alvéolo distende e distorce os alvéolos ao
- Função do surfactante: (1) redução do trabalho
redor que, por dasua respiração, (2) prevenção
vez, estão conectados a outros al-
! Equação 20-1
véolos. Pequenas aberturas (poros de Kohn) nas pare-
do colapso e 2Tfixação dos alvéolosdes na alveolares
expiração e (3) estabilização
conectam os alvéolos adjacentes,
dos
Pe =
alvéolos, principalmente r os que tendem enquanto a se desinsuflar
os canais de Lambert sob baixaastensão
conectam vias aére-
as terminais aos alvéolos adjacentes. Os poros de Kohn
onde T ésuperficial
a tensão na parede (dinas/cm) e r é o raio da e os canais de Lambert permitem a ventilação colateral
esfera. e impedem o colapso alveolar (atelectasia).
Na ausência de surfactante a tensão superficial na
interface ar-líquido permaneceria constante, e a pressão Composição e Função do Surfactante
transmural (transalveolar) necessária para mantê-la na- O surfactante pulmonar é uma mistura complexa de
quele volume seria maior do que em um volume pulmo- fosfolipídios, lipídios neutros, ácidos graxos e proteí-
nar (alveolar) menor (Fig. 20-13, A). Assim, uma maior nas. O surfactante contém 85% a 90% de lipídios, pre-
pressão transmural seria necessária para produzir dado dominantemente fosfolipídios, e 10% a 15% de proteínas.
aumento no volume alveolar em menores volumes pul- O fosfolipídio principal é a fosfatidilcolina, aproximada-
monares do que em maiores volumes pulmonares. O mente 75% como dipalmitoil fosfatidilcolina (DPFC). O
surfactante estabiliza o estado insuflado dos alvéolos DPFC é o principal componente do surfactante, e ele
por permitir que a tensão superficial se reduza enquan- reduz a tensão superficial. O segundo fosfolipídio mais
to o alvéolo fica maior (Fig. 20-13, B). Como resultado, abundante é o fosfatidilglicerol (FG), que corresponde
a pressão transmural exigida para manter o alvéolo in- a 1% a 10% de todo o surfactante. Esses lipídios são
suflado aumenta, enquanto o volume pulmonar (e a importantes na formação da monocamada na interface
pressão transpulmonar) aumenta, e ela diminui quando alvéolo-ar, e o FG é importante para a dispersão do
o volume pulmonar se reduz. A característica singular surfactante pela grande área da superfície. O surfactan-
do surfactante é que embora ele diminua a tensão su- te é secretado pelas células tipo II e deve se espalhar
perficial dos alvéolos como um todo, o surfactante pode pela área da superfície total do alvéolo. Isso é realizado
alterar sua tensão superficial em diferentes volumes com a ajuda de componentes do surfactante, como o
pulmonares. Especificamente, em presença de surfac- FG, que têm propriedades dispersivas. Colesterol e és-
tante existe aumento da tensão superficial nos altos teres de colesterol respondem pela maioria dos lipídios
volumes pulmonares e redução em baixos volumes pul- neutros; seu papel funcional preciso não é completa-
monares. O resultado é que o pulmão pode manter os mente conhecido, mas eles podem auxiliar na estabili-
alvéolos em muitos volumes diferentes. De outra forma zação da estrutura dos lipídios.
os pequenos alvéolos iriam sempre esvaziar seus con- Quatro proteínas específicas do surfactante (SP-A,
teúdos nos alvéolos maiores. SP-B, SP-C, SP-D) formam 2% a 5% da massa do surfac-
Somado ao surfactante há outro mecanismo, chama- tante. A mais estudada é a SP-A, expressa pelas células
do de interdependência, que contribui para estabilizar alveolares tipo II e pelas células de Clara no pulmão. A
os alvéolos. Os alvéolos, exceto aqueles da superfície SP-A está envolvida na regulação da renovação do sur-
pleural, estão cercados por outros alvéolos. A tendên- factante, na regulação imunológica no pulmão e na for-