Você está na página 1de 4

“Eu NÃO SOU uma BOA MÃE!

” - Como lidar com a CULPA


MATERNA!| Dra Jannuzzi
Transcribed by TurboScribe.ai. Go Unlimited to remove this message.

Vamos falar sobre culpa materna. Esse papo eu tenho certeza que vai ser muito bom pra
você. Eu me chamo Ana Bárbara Januzzi, sou médica, pós-graduada em pediatria, estudo
zoostono, tenho três crianças, duas fora e uma dentro da barriga nesse momento, sou
mãe e sinto culpa o tempo todo.

Se você é mãe e sente culpa em grande parte do tempo, escreve aqui embaixo pra eu
saber. E se você gosta desse tipo de conteúdo sobre maternidade, cuidados com o bebê,
me acompanha aqui no canal. Gente, a culpa na maternidade é uma coisa que surge
invariavelmente.

Quando a gente fala nasce uma mãe, nasce uma culpa, isso pode ser bastante injusto,
porque geralmente também nasce uma sobrecarga, nasce uma percepção da sociedade
de que a mãe tem que dar conta de tudo perfeitamente, mesmo que ela ainda não saiba
o que está fazendo, o que é muito injusto, mas a verdade é que a gente se sente
culpado quando as coisas não funcionam como a gente gostaria. E é sobre essa culpa
que eu quero falar. A culpa em si não é o problema.

O problema é o que a gente faz com ela. De onde vem essa culpa? A culpa vem das
expectativas em relação ao que a gente deveria estar fazendo, em relação aos
resultados das nossas ações, em relação a como eu acredito que o bebê deveria estar se
comportando, em relação a como a minha vida está nesse momento. Está mais
paralisada depois que eu tive um bebê, está um pouco mais confusa, em relação a uma
série de coisas, mas tudo com as expectativas.

Então a gente tem expectativas, quando essas expectativas são frustradas em todos os
campos onde a maternidade vai lá e dá uma bagunçada, que eu acredito que são todos
os campos da vida da mulher, a gente sente culpa. E essa culpa pode ser extremamente
paralisante. Diante da sensação de eu não sou uma boa mãe, eu não sou uma mãe
excelente, eu não consigo dar conta, eu não consigo fazer nada do que eu deveria estar
fazendo, essa culpa pode ser extremamente paralisante.

Então a primeira coisa que eu quero te dizer aqui é o seguinte, não carrega isso na tua
mochila. Eu costumo dizer que quando a gente ganha um filho, quando a gente tem uma
criança, a gente ganha uma mochila pesada para a gente andar nas costas, pesada de
muitas coisas, coisas boas e ruins, mas que ocupam espaço e que tem um peso. E a
gente tem que carregar essa mochila para o resto da nossa vida.

E quando a gente tem mais um filho, a gente tem mais uma mochila, eu já tô com três
mochilas, não sei onde vou carregar mais. Mas a verdade é que tem coisas que a gente
pode tirar dessa mochila. Esses pesos a gente pode tirar porque eles não levam a gente
geralmente a lugar nenhum.

Quando eu fico me culpando porque a minha criança ficou resfriada, qual é a utilidade
dessa culpa nenhuma? Quando eu me culpo porque a minha criança tomou um tombo
que é natural da idade, que é esperado e poxa eu não tava ali para segurar a mão dela.
Eu sei gente, eu sou mãe também, eu também fico angustiada. Mas a verdade é que
isso faz parte do processo.

Então vamos tirar, vamos olhar para essa gama das culpas que a gente tem e vamos
tirar aquelas que não servem de nada. Aquelas que apenas paralisam, fazem a gente se
sentir extremamente mal e não nos trazem nenhum benefício. Quem aqui nunca teve
culpas assim? Mas eu já tive várias, várias, várias e todos os dias eu tenho e descubro
que eu tenho uma culpa nova.

Agora tem uma outra, um outro tipo de culpa, aliás, um outro olhar em relação a culpa
que pode ser positivo, que é o seguinte. Eu costumo chamar da culpa trampolim. É
aquela culpa de quando a gente faz alguma coisa que a gente não gostaria de ter feito.

Ou alguma coisa que a gente poderia ter feito diferente. Ou alguma coisa que pelo
desconhecimento a gente fez assim, mas poderia ter feito assado. Vou dar alguns
exemplos aqui.

Pelo desconhecimento do fato de que o meu bebê precisa de três mudas de roupa
quando eu saio na rua, porque eu ainda estou aprendendo a lidar com ele. Ele é um
recém-nascido, eu também acabei de nascer como mãe. Eu não levei muda de roupa, a
criança ficou toda suja, vomitou, a roupa ficou molhada, não tinha roupa para trocar.

Um exemplo. Eu sinto culpa. Essa é uma culpa que não deveria me paralisar, ela deveria
me ensinar e falar preciso ficar mais esperto na próxima, esperta, esperto na próxima e
colocar uma muda de roupa mais aqui.

É uma culpa trampolim que faz com que a gente aprenda. Percebe? Ah não, pelo fato de
eu estar extremamente cansada em um determinado horário e ter brigado com meu
marido e ter alguma coisa acontecido na minha vida, eu acabei perdendo a paciência
com meu filho. Esse é o tipo de culpa que precisa fazer com que a gente olhe para
dentro e fale.

Existe alguma coisa dentro dessa organização que eu posso mudar? Existe alguma coisa
dentro desse esquema de divisão de tarefas que eu posso mudar? Porque eu perdi a
paciência com meu filho, porque eu estava extremamente cansada, porque eu estava
me sentindo sobrecarregada, porque eu e meu companheiro não chegamos a uma
conclusão, a um acordo X sobre um determinado tema de dentro da casa e eu acabei
absorvendo aquela demanda. Pode ser o que quiser gente, eu consigo pensar em várias.
Isso lá na ponta fez com que eu perdesse a paciência com a criança.

Geralmente foi uma coisa muito pequena que a criança fez. É claro que eu sinto culpa,
mas eu preciso fazer essa análise, eu junto com aquela pessoa que está junto comigo
criando a criança, né? Fazer essa análise retrospectiva para entender de onde veio a
palha para isso aqui pegar fogo. E essa culpa ela se torna na verdade uma ferramenta
de análise do que está acontecendo.

Ou deixa eu ver se eu consigo pensar em algum outro exemplo aqui. A culpa de quando
você não leva água para o seu filho na rua. Você esquece de levar água e a criança
começa a chorar de sede.

Já passei por isso, foi terrível. E aí eu aprendi que eu tinha que levar água para ele,
sempre para ela no caso, sempre que eu te saísse, porque senão eu ia ter que comprar
na rua ou ela ia ficar com sede até a gente chegar em casa. Essas coisas não causaram
nenhum dano para minha filha.

Essa falta da água não causou nenhum dano. Ter ficado com a roupa molhada alguns
minutos quando a gente estava voltando para casa depois que ela vomitou não causou
nenhum grande dano. Mas elas foram situações em que eu tive culpa e a partir daí eu
preciso ser muito estratégico para usar como um trampolim, para aprender e fazer um
pouquinho melhor da próxima vez.

Porque eu estou aprendendo, está todo mundo aprendendo. Então eu queria falar com
vocês, era justamente disso, da culpa que paralisa, que faz com que a gente não consiga
agir, reagir. A gente só se sente mal, a gente só se sente frustrado, a gente só se sente
angustiado e não traz para a gente nada de bom.

E aquela culpa que não, não paralisa. Aquela culpa que faz eu fazer uma análise, olhar
para trás e falar ah, isso aqui poderia realmente ter sido um pouco melhor ou não.
Realmente foi assim, mas eu não tenho nada que eu possa mudar nesse momento.

Então na vida o que não tem remédio, o remediado está. Queria que você me contasse
aqui embaixo quais foram as culpas que você já sentiu e como você lidou com ela. Se
você já teve alguma culpa trampolim na sua vida de mãe.

Se em algum momento você sentiu culpa por alguma coisa e essa culpa fez você pensar
e falar, posso fazer um pouco diferente da próxima vez. Porque isso gente, é a base do
aprendizado, para tudo inclusive. Espero que tenha sido um vídeo bem bacana para
vocês.

Como foi para mim pensar sobre isso, porque todas as vezes que eu sinto culpa por
alguma coisa, eu faço essa reflexão e as coisas ficam melhores por aqui.

Transcribed by TurboScribe.ai. Go Unlimited to remove this message.

Você também pode gostar