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Confira como fazer um

desmame
gradual e gentil
com seu bebê!
Desmame gentil parece uma tarefa
impossível, não é mamães? Mas é sim
possível! O primeiro passo é trabalhar a nossa
mente para depois dar início ao processo (que
não é fácil, mas que vale muito a pena).
Mesmo que a vovó ou a vizinha tenham
conseguido só colocando algum bicho ou
sujeira no peito, você PODE fazer diferente.
Lembre-se mamães: as crianças NÃO
precisam ser enganadas. Elas entendem
muita coisa, basta ter persistência. É
importante que a gente saiba das
motivações de desmamar.

Escolha pelo menos 3 motivações que te


fizeram tomar a atitude e todas as vezes que
você pensar em desistir, pense nelas. Pode
ser: cansaço, desconforto e idade da criança
avançando, por exemplo. Quando nós temos
motivos e objetivos bem definidos, no
momento do “desespero” nós temos um lugar
para se apoiar.
É essencial saber também
que mamá tem hora para
começar (assim que o bebê
nasce) e tem hora para
acabar (quando os dois não
veem mais sentido ou o
bebê já atingiu a idade
mínima de 24 meses -
orientação da Sociedade
Brasileira de Pediatria).

É normal, faz parte do desenvolvimento


e do crescimento dele.

Retorne para o início da vida de vocês juntos


e pense no quanto foi importante todo esse
processo, o SEU leite fez com que o seu
luxinho se desenvolvesse da melhor forma
possível para que agora ele possa fazer as
coisas com mais autonomia. Isso não significa
que você não vai atender mais as
necessidades dele, mas agora ele também vai
poder te ajudar a fazer isso.
Essa decisão é somente de vocês dois
por isso é tão importante introduzir a
criança nessa escolha também.
Confira como fazer isso na prática:

Não coloque metas ou tempo de


validade:
O mais importante é não fazer desse
momento “uma competição”. Se tudo
estiver indo bem e de forma gradual o
seu corpo vai responder diminuindo a
produção de leite. Não é aconselhável
tomar medicamentos para secar o leite.

Evite substituições:
Substituir o peito por chupetas ou por
copinhos de bico mole não é uma
alternativa bacana porque depois você
vai precisar fazer todo o processo de
novo com esse item.
Atenção!

No caso de apresentar
ingurgitamento mamário (mamas
muito cheias e dolorosas) ou o seu
filho apresentar comportamentos
muito negativos como insônia,
choro descontrolado, ansiedade e
outros, não exite em voltar atrás.
Talvez esse ainda não seja o
momento adequado para vocês.
Não extrapole os limites dos dois
corpos envolvidos.
Comunicação efetiva:
Converse com a criança mostrando a
verdade de uma forma que ela entenda,
explique que a amamentação do jeito
que está não está mais funcionando
para você. Nesse momento talvez seja
importante você nomear para a criança
o que está sentindo: cansaço, dor,
desconforto ou outro sentimento.

Além disso, vá identificando os choros


dele, confira se é fome, sono, falta de
atenção, cansaço ou dor e incentive ele
a nomear os próprios sentimentos
também, dessa forma você vai conseguir
identificar e ATENDER ao que ele
realmente precisa (que muitas vezes não
é efetivamente o peito).
Peito é mais que alimento, é
aconchego! É por isso que é tão
difícil para o pequeno e também
para a mamãe. Mas precisamos
descobrir outra forma efetiva de
aconchegar o nosso bebê.
Alimente bem:
Nesse processo é importante certificar-
se de que ele está se alimentando bem,
por isso uma rotina é essencial! Se ele
comeu menos no almoço, no lanchinho
da tarde ofereça alguma coisa que
sustente, mas não precisa oferecer em
grande quantidade para “substituir o
almoço”.

Dessa forma você também ficará mais


tranquila e não vai ter a possibilidade de
o pedido de mamá ser fome.
Combinados:
Os combinados são ótimas estratégias no
desmame gentil. Combine algo como “mamá
é só em casa” ou “mamá é só enquanto o sol
está aparecendo” (excelente para desmame
noturno), “mamá é só em determinado lugar”
(por exemplo a cama) ou então “mamá só
antes de dormir”. Depois de combinado,
cumpra! Dar brechas para quebra de
combinado pode alongar o processo.

Distrações:
Mesmo que tenha chegado a hora do
combinado, NÃO OFEREÇA! Deixe que o bebê
peça. Se por acaso ele pedir fora do horário
combinado, use as distrações. Você pode
apelar para “Mamar agora? E se a gente
fizesse ___________ (insira aqui uma
coisa impossível de ser recusada)”. Vai
distraindo a criança o quanto puder com
brincadeiras e momentos juntos!
Ah mas e se ele chorar muito,

Dra. Carol?

Mamães, chorar é a
única forma que as
crianças expressam os
próprios sentimentos. É
importante acolher o
choro e pedir para que
ela nomeie o que está
sentindo, pergunte se ela
quer um abraço, explique
a situação mais de uma
vez e distraia. Se ela
quiser continuar
chorando, deixe! Acolher
os sentimentos não é
ceder sempre.
Crie estratégias:
Quando ele fizer um dodói ou estiver
cansado e correr para o peito, ofereça o
peito, mas já vai introduzindo alguma outra
alternativa. Por exemplo: fez um dodói e
correu para o aconchego do tetê, dê o
tetê e invente uma musiquinha, um
beijinho ou um determinado jeito de
abraçar. Dessa forma, quando não tiver o
mamá, você pode continuar com aquele
jeitinho e ele ainda vai se sentir acolhido.

Não fique mencionando o desmame:


Não é adequado ficar falando sobre o
desmame com outras pessoas e na frente
da criança (mesmo se ela estiver longe ou
dormindo porque esses luxinhos entendem
tudo). Isso gera uma ansiedade na criança
e um sentimento de “abandono”, o que vai
resultar em uma criança que vai querer
ainda mais o mamá.
Existe mundo fora do mamá:
Mostre o quanto a vida pode continuar
mesmo sem o mamá. É possível ir ao
parquinho, ir a casa da vovó ou dos titios,
brincar sem a mamãe por perto, ir para a
escola, enfim… Uma infinidade de coisas.
Mostre isso para a criança. Aponte o
quanto as coisas são legais (sem
mencionar o peito para que ela não se
lembre).

Mostre que existe uma mamãe que não é

só o mamá também. Uma mamãe que

brinca, que faz atividades, que explora

o mundinho dele, que dá carinho e que

está ali por ele.


Mamá é atenção exclusiva:
Pare e pense em que outro momento do dia
você fica exclusivamente com o seu filho
senão, na hora dos mamás? Eles percebem
isso, mamães! Muitas vezes pedem o tetê
apenas para ter a sua atenção. Mesmo sem
perceber, deixamos eles sozinhos em
diversos momentos como “fica aqui
assistindo que a mamãe vai fazer comida e
já volta” e isso gera um sentimento de
frustração.
Se antecipe! Dê atenção. Leve ele para
cozinhar com você, insira ele nas atividades
da rotina mesmo que seja para “demorar
mais”, isso é importante nesse processo.
Não existe receita de bolo!

O seu bebê não é o bebê da sua


amiga ou irmã. Tenha calma e
saiba entender o tempo dele e o
que mais funciona para ele,
desde que seja gentil e
respeitoso com os sentimentos
dele.

- Uma pitada de empatia

- Duas xícaras de gentileza

- 1 kg de paciência

- Exagere no amor de mãe!


E como eu sei que estamos

no caminho certo?
Instinto! Você vai sentir se estiver tudo bem
e se ele, mesmo com uns chorinhos de vez
em quando, estiver se desenvolvendo bem.

Passe pelas etapas com calma. Diminua os


tempos das mamadas. Vá de 4-3 mamadas
para 3-2, depois 2-1 e por fim só 1, quando
você menos esperar a criança não vai se
lembrar nem dessa 1 que restou.

Depois de 15 dias ela pode lembrar e você


pode explicar mais uma vez todo o processo
que passaram e que agora ela já é forte o
suficiente para ficar sem o mamá.
O luto e o desmame

Mesmo depois de concluído esse processo


você ainda pode se sentir triste, mamãe. São
sentimentos ambíguos de “meu bebê cresceu”
com “eu finalmente consegui”!

Está tudo bem sentir tudo isso.


Está tudo bem fazer uma festa
para encerrar esse momento.
Está tudo bem olhar fotos e sentir
saudade.
Está tudo bem celebrar comprando
sutiãs novos já que agora não
precisa mais se preocupar com
aberturas fáceis.
Aproveite também para marcar
um vale night com amigas já que
agora não tem a hora do tetê!
Por: Dra. Carol Alvim
Sobre mim:
Olá, eu sou a pediatra Dra. Maria Carolina Alvim, conhecida
pelas mamães como Dra. Carol. Meu propósito na pediatria é
oferecer um atendimento cada vez mais humanizado e
acolhedor para as mamães que nascem junto com seus
bebês. Acredito que quanto mais mamães saudáveis nós
tivermos, mais bebês incríveis e bem cuidados teremos!

Atuo na pediatria há 15 anos, já trabalhei no hospital infantil


João Paulo II e na UTI pediátrica do hospital João XXII, ambos
de Belo Horizonte. No hospital São Judas Tadeu em Oliveira,
na Santa Casa de Misericórdia de Itaguara e de Carmopólis.
Sou Consultora em Aleitamento Materno e apaixonada pelos
estudos da área.

Minha nova missão é passar, também de forma digital, todo


o meu conhecimento sobre a saúde e o bem-estar das
crianças e das mães. Então, espero que esse artigo tenha
sido útil para você. Se você tiver alguma dúvida sobre esse
universo, me acompanhe nas redes sociais.
Agendamentos:
Center Clin (Cláudio - MG)
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(37) 3381-3140

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Alvim Pediatra

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