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TRANSTORNOS DE HUMOR

TRANSTORNOS DE HUMOR

Organização Mundial da Saúde. Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10:


Descrições Clínicas e Diagnósticas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993, p. 111 a 129.

FREUD, S. (1915). Luto e melancolia. In: FREUD, S. Edição Standard das Obras Psicológicas Completas de
Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Ed. Imago, 1996.

TEXTO COMPLEMENTAR:
PERES, Urania Tourinho. Depressão e melancolia. 3.ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar , 2010.
MENDES, Elzilaine Domingues, VIANA, Terezinha de Camargo e BARA, Olivier. Melancolia e depressão: um estudo psicanalítico. Psicologia:
Teoria e Pesquisa. 2014, v. 30, n. 4, pp. 423-431.

PSICOPATOLOGIA
Prof. Dr. José Raimundo Evangelista da Costa ESPECIAL
• O que dizer da dor que não pode ser dita?

• Dor do nada, simplesmente do vazio de existir, indescritível,


imensurável, e que, por isso mesmo, chama em vão a palavra?

• Muitos falaram dela, para dizê-Ia, traduzi-Ia ou minorá-Ia: tristeza,


trevas, sombras sem fim, sol negro, nevoeiro, tempestade em céu
sereno, certeza infeliz, apatia, tédio ...

PERES, 2010

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LUTO E MELANCOLIA

• ... alguma luz sobre a natureza da melancolia,


comparando-a com o afeto normal do luto.

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• O luto, de modo geral, é a reação à perda de um ente
querido, à perda de alguma abstração que ocupou o lugar
de um ente querido, como o país, a liberdade ou o ideal de
alguém, e assim por diante.

• Em algumas pessoas, as mesmas influências produzem


melancolia em vez de luto; por conseguinte, suspeitamos
de que essas pessoas possuem uma disposição
patológica.

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• Embora o luto envolva graves afastamentos daquilo que
constitui a atitude normal para com a vida, jamais nos
ocorre considerá-lo como sendo uma condição patológica
e submetê-lo a tratamento médico.

• É superado após um tempo, e julgamos inútil ou mesmo


prejudicial qualquer interferência em relação a ele.

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Os traços mentais distintivos da melancolia são:

• Um desânimo profundamente penoso;

• A cessação de interesse pelo mundo externo;

• A perda da capacidade de amar;

• A inibição de toda e qualquer atividade;

• Uma diminuição dos sentimentos de auto-estima;

• Expectativa delirante de punição.

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Com uma única exceção, os mesmos traços são
encontrados no luto.

A perturbação da autoestima está ausente no luto;


afora isso, porém, as características são as
mesmas.

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• Freud chamar a disposição para o luto de
‘dolorosa’.

• ...o objeto amado não existe mais, passando a


exigir que toda a libido seja retirada de suas
ligações com aquele objeto.

...o fato é que, quando o trabalho do luto


se conclui, o ego fica outra vez livre e
desinibido.

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• Na melancolia, a perda desconhecida resultará num
trabalho interno, e será, portanto, responsável pela inibição
melancólica.

• O melancólico exibe ainda uma outra coisa que está


ausente no luto — uma diminuição extraordinária de sua
autoestima, um empobrecimento de seu ego em grande
escala.
O termo tem origem no
grego melancholia que expressa
uma tristeza persistente, muitas
vezes sem razão aparente.

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• No luto, é o mundo que se torna pobre e vazio; na
melancolia, é o próprio ego.

• O paciente representa seu ego para nós como


sendo desprovido de valor, incapaz de qualquer
realização e moralmente desprezível.

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Assim como a melancolia tornou-se uma
patologia predominante no século XIX, a
depressão tornou-se a forma de expressão
do mal-estar nos dias atuais. O sofrimento
psíquico manifesta-se atualmente sob a
forma de depressão (Birman, 2007; Berlinck, 2008; Edler,
2008; Kehl, 2009; Roudinesco, 2000).

MENDES et al, 2014

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Desde a Antiguidade aos dias atuais, a
melancolia aparece, sem cessar, assumindo
diferentes nomes e formas, como tema de
estudos médicos ou filosóficos e como
inesgotável fonte de inspiração para poetas e
artistas. Fala-se da melancolia como sinônima
do furor dos alienados, da acedia dos monges,
da genialidade na Renascença, da tristeza no
Romantismo e da depressão tratada
atualmente por psiquiatras e psicólogos.
MENDES et al, 2014

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Para a psicanálise tanto a melancolia quanto a
depressão estão relacionadas com a perda. Para
Freud a depressão está vinculada a um afeto,
sintoma ou estado que envolve tristeza, desgosto,
inibição e angústia. Já a melancolia está associada a
um estado inconsciente de impossibilidade de
elaboração do luto, uma neurose narcísica.

MENDES et al, 2014

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A melancolia pode ser uma patologia narcísica,
caracterizada por uma falha na constituição do eu, na
qual predominam os impulsos destrutivos, podendo
levar à destruição do eu....

....a depressão também pode ser uma patologia


acionada pela resistência às altas demandas da
sociedade que supervaloriza a produção, o consumo e
o espetáculo...

MENDES et al, 2014

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Organização Mundial da Saúde. Classificação de Transtornos
Mentais e de Comportamento da CID-10: Descrições Clínicas e
Diagnósticas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993, p. 111 a 129.

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F30 Episódio maníaco

F30.0 Hipomania

F30.1 Mania sem sintomas psicótico

F30.2 Mania com sintomas psicóticos

LEITURA OBRIGATÓRIA
CID – 10, p. 111 a 113

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F31 Transtorno afetivo bipolar

F31.1 Transtorno afetivo bipolar, episódio atual maníaco sem sintomas psicóticos

F31.2 Transtorno afetivo bipolar, episódio atual maníaco com sintomas psicóticos

F31.3 Transtorno afetivo bipolar, episódio atual depressivo leve ou moderado

F31.4 Transtorno afetivo bipolar, episódio atual depressivo grave sem sintomas psicóticos

F31.5 Transtorno afetivo bipolar, episódio atual depressivo grave com sintomas psicóticos

F31.6 Transtorno afetivo bipolar, episódio atual Misto

F31.5 Transtorno afetivo bipolar, atualmente em remissão

LEITURA OBRIGATÓRIA
CID – 10, p. 113 a

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F32 Episódio depressivo

F32.0 Episódio depressivo leve

F32.1 Episódio depressivo moderado

F32.2 Episódio depressivo grave sem sintomas psicóticos

F32.3 Episódio depressivo grave com sintomas psicóticos

LEITURA OBRIGATÓRIA
CID – 10, p. 117 a 122

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“Acostumei-me tanto à
melancolia que a
cumprimento como uma
velha amiga”.

Charles Bukowski

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