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INTRODUÇÃO

Atualmente, a humanidade enfrenta desafios cada vez maiores para produzir alimentos,
fibras, energia, produtos madeireiros e não madeireiros de forma compatível com a
disponibilidade de recursos naturais, em especial solo e água. Por isso, são intensos os
apelos para que seja difundida em todo o mundo a concepção da agricultura sustentável.
A integração lavoura-pecuária (ILP) proporciona benefícios recíprocos entre a lavoura e
a pecuária, reduzindo as causas da degradação física, química e biológica do solo,
resultantes de cada uma das explorações (KLUTHCOUSKI; STONE, 2003). A
introdução do componente florestal aos subsistemas lavouras e pastagens representa um
avanço da ILP, que evoluiu para o conceito mais amplo de integração lavoura-pecuária-
floresta (ILPF), quando se adota sua modalidade agrossilvipastoril. São inúmeras as
possibilidades de combinação espaço-temporal entre os componentes agrícola, pecuário
e florestal, que se caracterizam pelo alto potencial produtivo e por proporcionarem
melhorias na qualidade ambiental (BALBINO et al., 2011a, 2011b, 2012).

Segundo Pretty (2008), o interesse pela sustentabilidade da agricultura pode ser


atribuído a preocupações ambientais que se iniciaram em meados das décadas de 1950 e
1960, apesar de existirem ideias sobre sustentabilidade em relatos remotos. Segundo o
mesmo autor, atualmente, as preocupações sobre sustentabilidade são centradas na
necessidade do desenvolvimento de tecnologias e práticas agrícolas que: i) não tenham
efeitos adversos no meio ambiente; ii) sejam acessíveis e efetivas para os produtores
rurais; e iii) levem a melhorias tanto na produtividade agrícola como na produção de
alimentos, bem como tenham efeitos positivos em bens e serviços ambientais. Por sua
vez, Lal (2009a) afirma que o manejo sustentável dos ecossistemas agrícolas implica
uma tendência de aumento da produtividade primária líquida por unidade de entrada de
recursos externos, conjuntamente com melhoria na qualidade do solo e nos serviços
ecossistêmicos, tais como aumento nos teores de carbono, melhoria na qualidade e
quantidade de recursos hídricos, e aumento da biodiversidade.
Porém, com o aumento da demanda por alimentos e a evolução tecnológica na
produção, a atividade agrícola moderna passou a se caracterizar por sistemas de
produção padronizados e simplificados em monocultura, com redução da
biodiversidade. Além disso, com a expansão da fronteira agrícola e com a adoção de
sistemas de cultivo com preparo do solo, o uso de agroquímicos e da irrigação, e as
atividades agrícolas, pecuárias e florestais passaram a ser realizadas de maneira
intensificada, independente e dissociada. Esse modelo da produção agropecuária
predomina nas propriedades rurais em todo o mundo; entretanto, tem mostrado sinais de
fragilidade, em virtude da elevada demanda por energia e por recursos naturais que o
caracteriza (BALBINO et al., 2011a).

Objectivos
Objectivos geral
 Estudar o sistema de Integração Lavoura-Pecuária.
Especificos
 Identificar as modalidades do sistema de integração lavoura-pecuária;
 Conhecer as vantagens do sistema de Integração Lavoura-Pecuária;
Revisão da literatura

INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA (ILP) E INTEGRAÇÃO LAVOURA-


PECUÁRIA-FLORESTA (ILPF)

Entende-se por “integração” o ato ou efeito de integrar ou tornar inteiro, ou seja, é a


combinação de partes isoladas para a formação de um conjunto que trabalha como um
todo. Um dos usos dessa palavra no Brasil é para identificar sistemas de produção
agropecuária que combinam as atividades agrícola, pecuária e/ou florestal na mesma
área ou gleba, constituindo um sistema de produção. Isso pode ser feito de diferentes
formas, como, por exemplo, pela adoção da consorciação, da sucessão e/ou da rotação
de culturas.

O cultivo consorciado é um sistema no qual duas ou mais espécies vegetais são


cultivadas na mesma área simultaneamente. A sucessão de cultivos ocorre quando
diferentes espécies vegetais são semeadas, uma após a colheita da outra, dentro do
mesmo ano agrícola, tendo como exemplo para a região central do Brasil a sucessão
soja/milho. Já a rotação ocorre

quando há alternância de espécies vegetais, ocupando o mesmo espaço físico e período


do ano, dentro de princípios técnicos, visando principalmente sanar problemas
fitossanitários. Dessa forma, esses sistemas tornam-se mais diversificados e complexos,
porém, com maior expressão de efeitos sinérgicos que potencializam os fatores bióticos
e abióticos capazes de incrementar os rendimentos desses componentes integrados de
forma significativa, quando comparados aos rendimentos dos mesmos componentes
implantados isoladamente (KLUTHCOUSKI et al., 2015a; SALTON et al., 2015a).

Conforme definem Hirakuri et al. (2012), o sistema de produção é composto de sistemas


de cultivo vegetal ou de criação animal no âmbito de uma propriedade rural, definidos
com base nos fatores de produção (terra, capital e mão de obra) e interligados por um
processo de gestão. De acordo com esses autores, os sistemas em integração são aqueles
em que ocorrem sistemas de cultivo/criação de diferentes finalidades (agricultura ou
lavoura, pecuária e floresta) que são integrados entre si, em uma mesma gleba da
propriedade rural, com intuito de maximizar o uso da área e dos meios de produção, e
ainda diversificar a renda.

Segundo Balbino et al. (2011b), os sistemas de produção em integração podem ser


classificados em quatro modalidades:

i) integração lavourapecuária (ILP) ou sistema agropastoril – sistema de produção


que integra os componentes agrícola e pecuário em rotação, consórcio ou
sucessão, na mesma área e no mesmo ano agrícola ou por múltiplos anos;
ii) integração pecuária-floresta (IPF) ou sistema silvipastoril – sistema de
produção que integra os componentes pecuário (pastagem e animal) e florestal,
em consórcio;
iii) integração lavoura-floresta (ILF) ou sistema silviagrícola – sistema de
produção que integra os componentes florestal e agrícola pela consorciação de
espécies arbóreas com cultivos agrícolas (anuais ou perenes);
iv) integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) ou sistema agrossilvipastoril –
sistema de produção que integra os componentes agrícola, pecuário e florestal
em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma área.

Pode ocorrer um consórcio de uma cultura anual com uma espécie forrageira até que,
após a colheita da cultura anual, a forrageira predomine, e o uso da terra passe a ser
pastoril e não mais agrícola. Nessa fase, o sistema muda de status e passa a ser uma
sucessão, no sistema agropastoril (ou ILP). Há ainda o cultivo consorciado com a
semeadura defasada, como é o caso das espécies forrageiras semeadas tardiamente (em
sobressemeadura), por exemplo, na cultura da soja. Em outros sistemas mais complexos
com a presença de árvores, pode ocorrer consórcio de uma cultura anual com árvores, e
nessa fase o sistema será silviagrícola (ou ILF). Após a colheita da cultura anual e
início do pastejo, o sistema será silvipastoril (ou IPF). Nessa dinâmica, no mesmo ano
agrícola ou na dimensão temporal predeterminada, é que se configura o
agrossilvipastoril (ou ILPF). As árvores não estarão em sucessão nem em rotação com
as lavouras e/ou pastagens, mas sim em consórcio (KLUTHCOUSKI et al., 2015a).

As modalidades de integração com componente florestal se assemelham com a


classificação de sistemas agroflorestais (SAFs), ou agroforestry systems, em suas
vertentes silviagrícola, silvipastoril e agrossilvipastoril (BANDY, 1994; DUBOIS,
2004; MONTAGNINI et al., 1992; NAIR, 1991). Existe, atualmente, na literatura uma
grande variedade de termos que são empregados para denominar e conceituar a prática
de combinar espécies florestais com culturas agrícolas e/ou com a pecuária, como, por
exemplo, agrossilvicultura (DANIEL et al., 1999, MACEDO et al., 2010). Contudo,
Balbino et al. (2011b) ressaltam que os sistemas de integração apresentam classificação
mais abrangente, pois incluem também o sistema agropastoril, ou seja, a ILP.

De acordo com Kluthcouski et al. (2015a), também é possível a separação dos sistemas
de integração em duas categorias: os sistemas de integração sem componente florestal
(ou seja, a ILP); e os sistemas de integração com componente florestal (ou seja, a IPF, a
ILF e a ILPF). Independentemente da forma como são classificados ou denominados,
os sistemas de integração são sistemas mistos de produção agropecuária e seguem os
mesmos princípios, em especial, a diversificação de atividades.

Historicamente, nas terras baixas , as áreas de cultivos de arroz irrigado são também
utilizadas para pecuária de corte, em rotação com pastagens. Também na região Sul,
áreas de planalto ocupadas com “campos nativos”, com a disponibilidade de herbicidas
e semeadoras, foram substituídas por lavouras de soja em sistema plantio direto (SPD).
No Brasil Central, foi lançado o sistema barreirão, que é composto por um conjunto de
tecnologias e práticas de recuperação de áreas de pastagens em degradação, embasadas
no consórcio arroz-pastagem. Com a expansão do SPD e a maior oferta de máquinas e
herbicidas, foram desenvolvidas práticas de dessecação de pastagens e semeadura de
soja, tendo resultado no desenvolvimento de sistemas de ILP com rotação lavoura-
pastagem (BALBINO et al., 2011a; KlUTHCOUSKI et al., 1991, 2015a).

Posteriormente, novas hipóteses de pesquisa foram levantadas sobre os benefícios


potenciais da pastagem para a lavoura na rotação e, com base nisso, surgiram também
propostas que envolviam o uso de sistemas de ILP com rotação lavoura-pastagem, para
produção de grãos, produção de forragem para a entressafra e acúmulo de palhada para
o sistema plantio direto (SPD). No início dos anos 2000, consolidou-se o Sistema Santa
Fé, que se fundamenta na produção consorciada de culturas de grãos, especialmente
milho, sorgo, milheto e arroz, com forrageiras tropicais, principalmente as do gênero
Brachiaria (syn. Urochloa) em áreas de lavoura com solo parcial ou totalmente
corrigido. Os principais objetivos desse sistema são: produção de forragem para a
entressafra; produção de palhada em quantidade e qualidade para o SPD (BORGHI;
CRUSCIOL, 2007; KLUTHCOUSKI; AIDAR, 2003); e, obviamente, produção de
grãos. Alvarenga e Noce (2005) descrevem a ILP como a diversificação, a rotação, a
consorciação ou a sucessão das atividades de agricultura e de pecuária dentro da
propriedade rural, de forma harmônica, em um mesmo sistema, para que haja
benefícios para ambas.

A ILP possibilita que a área seja explorada economicamente durante todo o ano, o que
favorece o aumento da oferta de grãos, de carne e de leite, a um custo mais baixo, em
virtude do sinergismo entre lavoura e pastagem.

No bioma Cerrado, vários sistemas de ILP são caracterizados de acordo com o perfil e
os objetivos da fazenda. As diferenças nos sistemas podem ser atribuídas às
peculiaridades regionais e da propriedade, como condições de clima e de solo,
infraestrutura, experiência do produtor e tecnologia disponível. Contudo, três
modalidades de integração se destacam: fazendas de pecuária, em que culturas de
grãos, geralmente arroz, soja, milho e/ou sorgo, são introduzidas ou consorciadas em
áreas de pastagens para recuperar a produtividade dos pastos; fazendas especializadas
em lavouras de grãos, que utilizam gramíneas forrageiras para melhorar a cobertura de
solo em SPD e, na entressafra, para uso da forragem na alimentação de bovinos
(“safrinha de boi”); e fazendas que, sistematicamente, adotam a rotação de pasto e
lavoura para intensificar o uso da terra e se beneficiar do sinergismo entre as duas
atividades. Esses sistemas podem ser praticados por parcerias entre lavoureiros e
pecuaristas (VILELA et al., 2011).

Os termos “boi safrinha” ou “pasto safrinha” referem-se ao uso da forragem produzida


em consórcio no verão, com a finalidade de cobertura de solo para o SPD, e também
para a alimentação de bovinos na estação da seca (inverno). (Figura 1).

É uma pastagem de curta duração num período em que, normalmente, ocorre déficit de
forragem. A pastagem pode ser utilizada para cria, recria ou terminação de bovinos,
bem como para produção de feno. A intensificação do uso dos fatores de produção
merece destaque, pois é possível manter a área produzindo o ano todo, por exemplo:
soja na primeira safra de verão, milho consorciado com uma gramínea forrageira e,
depois da colheita, alimentação animal na estação da seca. Com essa diversificação de
atividades, há uma redução de risco de produção e financeiro (diluição dos custos),
além da possibilidade de manutenção de mão de obra definitiva nas propriedades.

impactos positivos do sistema de ILP na modalidade boi safrinha:


i) ganhos de produtividade de soja de 10% a 15% quando em sucessão a pastagens
de maior produtividade e adubadas;
ii) no sistema de ILP com pastagem de curta duração (apenas na estação da seca),
tem-se observado ganho de peso, em equivalente-carcaça, entre 6 arrobas ha-1 e
12 arrobas ha-1;
iii) ciclagem de nitrogênio, fósforo e potássio, estimada em equivalente-
fertilizante, em torno de 60 kg ha-1 ano-1 de ureia, 95 kg ha-1 ano-1 de
superfosfato simples e 85 kg ha-1 ano-1 de cloreto de potássio, respectivamente
(VILELA et al., 2015).

Outros sistemas de ILP vêm sendo desenvolvidos com foco regional, como, por
exemplo, o Sistema Santa Brígida, que é um consórcio triplo entre milho, braquiárias e
uma espécie leguminosa – nos casos de ILP, especialmente o guandu-anão –, com os
objetivos principais de produzir forragem mais rica em proteína, aumentar a fixação
biológica do nitrogênio (FBN) e, com isso, reduzir a necessidade de fertilizante
nitrogenado mineral no cultivo em sucessão (OLIVEIRA et al., 2010). Para solos
arenosos ou de textura média, foi desenvolvido o Sistema São Mateus, que tem como
base a utilização do sistema de ILP com a antecipação da correção química e física do
solo, cultivo das pastagens e, em seguida, do cultivo de soja em SPD para amortizar os
custos da recuperação de pastagens degradadas depois de recuperar a fertilidade física e
química do solo (SALTON et al., 2013).
Com a inclusão de árvores nos sistemas de integração (IPF, ILF e ILPF), o componente
agrícola pode restringir-se à fase inicial de implantação do componente florestal ou
fazer parte do sistema por vários anos, sendo o componente pecuário o que permanece
com o crescimento das árvores no estágio final da integração (BALBINO et al., 2012).

Conforme explicam Balbino et al. (2011a), a ILPF envolve sistemas produtivos


diversificados que contemplam a produção de alimentos, fibras, energia, produtos
madeireiros e/ou não madeireiros, de origem vegetal e animal, realizados para otimizar
os ciclos biológicos das plantas e dos animais, bem como dos insumos e seus
respectivos resíduos. Ainda, segundo esses autores, a ILPF pode contribuir para:
recuperação de pastagens e áreas degradadas; aumento do bem-estar animal em
decorrência do maior conforto térmico; manutenção e reconstituição da cobertura
florestal; adoção de boas práticas agropecuárias (BPA); e valorização de serviços
ambientais oferecidos pelos agroecossistemas (conservação dos recursos hídricos e
edáficos, abrigo para os agentes polinizadores e de controle natural de insetos-praga e
doenças, fixação de carbono, redução da emissão de GEE, etc.)

Atualmente, as ações de conservação do solo e da água levam o ecossistema agrícola a


ser não apenas um provedor de alimentos e fibras para gerar, de modo sustentável, renda
ao produtor e segurança alimentar, mas também a ser um provedor de serviços
ambientais. Há no Brasil práticas agrícolas que, se forem consideradas todas as práticas
conservacionistas, podem oferecer diversos serviços ambientais, como, por exemplo:
SPD contínuo na palha; sistema de ILP em SPD; e de ILPF em SPD (MACHADO et
al., 2010). Ou seja, os sistemas de produção sustentáveis que integram atividades
agrícolas, pecuárias e/ou florestais são, na atualidade, as principais soluções
tecnológicas para a agropecuária sustentável nos trópicos, uma vez que proporcionam
muitos benefícios técnicos, econômicos, ambientais e sociais.

INTENSIFICAÇÃO SUSTENTÁVEL DO USO DO SOLO POR MEIO DA


ADOÇÃO DA ILP E DA ILPF

De acordo com Pretty (2008), os princípios-chave para a sustentabilidade na agricultura


são:

i) integração de processos biológicos e ecológicos noprocesso de produção de


alimentos;
ii) minimização do uso de insumos não renováveis que causam danos ao meio
ambiente ou à saúde;
iii) uso produtivo do conhecimento e habilidades dos produtores rurais;
iv) uso produtivo das capacidades coletivas para resolução dos problemas da
agricultura e dos recursos naturais.

Segundo o autor, se alguma tecnologia promove aumento de produtividade e não causa


danos ambientais, então é provável que tenha benefícios de sustentabilidade.
Evidências indicam que as práticas e processos utilizados na agricultura sustentável se
consolidam com mudanças nos fatores de produção, como, por exemplo, do uso de
fertilizantes para a utilização da FBN ou do uso de preparo do solo para o uso do SPD.
Erroneamente, enfatiza o autor, supõe-se que a agricultura sustentável implica redução
no uso de insumos, assim, tornando tais sistemas essencialmente extensivos.

Melhoria da atividade biológica e da qualidade do solo

S têm grande impacto sobre a biologia do solo com reflexos positivos sobre a
diversidade biológica. A melhoria das propriedades físicas do solo proporcionada pela
ação das raízes das forrageiras nos sistemas de integração, como a ILP, melhora
também a estrutura do solo e provoca efeito positivo sobre a qualidade biológica do solo
(MACEDO, 2009). Salton et al. (2015b) relatam observações de experimentos de longa
duração, em que, de modo geral, afirmam que a utilização do sistema de ILP com a
rotação entre os sistemas de lavoura e pecuária a cada 2 anos resultou em aumento da
MOS ou, em outras palavras, que o solo atingiu qualidade e houve aumento da
capacidade produtiva. Além disso, esses autores relatam que a ILP favorece a
manutenção da diversidade da fauna invertebrada, a formação de agregados estáveis e a
fertilidade do solo.

A melhor estruturação do solo encontrada no sistema de ILP, nas camadas mais


superficiais do solo, configura um ambiente edáfico biologicamente mais ativo.

Silva et al. (2011) verificaram que, entre diferentes sistemas produtivos estudados, a
melhor estrutura do solo foi verificada no sistema ILP nas camadas mais superficiais.
Os autores concluíram também que sistemas sob ILP e em pastagem cultivada
continuamente favoreceram um ambiente edáfico biologicamente mais ativo em
comparação aos outros sistemas cultivados. A visualização conjunta dos atributos do
solo mostrou que a ILP é uma estratégia para desenvolver sistemas de produção
sustentáveis e que o período de 2 anos de manejo é adequado para a rotação lavoura-
pecuária.

Assim, além da melhoria das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, a


quebra de ciclos bióticos (pragas, doenças) contribui para aumentar a produtividade do
sistema (COSTA; RAVA, 2003; VILELA et al. 1999). Os resultados do trabalho
realizado por Görgen et al. (2010) demonstram que o milho safrinha consorciado com
B. ruziziensis pode desinfestar mais intensivamente solos com o fungo do mofo-branco
(Sclerotinia sclerotiorum) em comparação com o milho safrinha solteiro. Esses autores
indicam o Sistema Santa Fé como medida para a redução do número de apotécios
formados no plantio da soja. Outro estudo relacionado a doenças de solo, em sistemas
de rotação lavoura-pastagem, é apresentado por Costa e Rava (2003), demonstrando o
efeito positivo da palhada de B. ruziziensis e de B. brizantha cv. Marandu no controle
de Fusarium solani, Rhizoctonia solani e Sclerotinia sclerotiorum.

Disponibilidade de forragem, consumo e tempo diário de pastejo

O consumo é o componente de maior influência na determinação da qualidade da


forragem, a qual é definida como o resultado do produto do valor nutritivo e consumo
voluntário potencial (Reis et al., 2006, Reis e Da Silva, 2006). O valor alimentício das
silagens é primeiramente definido pela digestibilidade, a qual é influenciada diretamente
pelo padrão de fermentação bem como pelos processos de deterioração observados
durante a fase aeróbia.

Segundo Boval et al. (2000), o consumo de forragem em bovinos de corte é


diretamente afetado pela disponibilidade de forragem, alcançando o máximo de
consumo com valores entre 55 e 240g de matéria seca (MS)/kg peso vivo (PV). Não só
a quantidade de forragem, mas também a composição das mesmas em folhas e hastes,
verdes ou secas, interferem no consumo final de matéria seca de bovinos em pastejo.
Em determinadas situações, onde se encontram grandes ofertas de forragem, porém com
pequenas proporções de folhas verdes, podem ocorrer longos períodos de pastejo e, não
otimização do consumo total de matéria seca. O consumo diário de forragem é função
do tempo de pastejo e da taxa de ingestão de forragem, composta pela taxa e tamanho
de bocado. O tamanho de bocado é fortemente afetado pelas condições de pastagens,
sobretudo altura (Hodgson, 1990).
O consumo voluntário de forragem por animal tende a ser maior quando a taxa de
lotação empregada, ou pressão de pastejo é menor, potencializando, dessa forma, o
desempenho individual do animal (Barbero et al., 2014). Pastagens com menos de 2.000
kg de matéria seca (MS) por hectare e alta taxa de lotação, levam a menor consumo de
pasto e aumento do tempo de pastejo. O consumo também pode cair quando a forragem
ingerida tiver menos que 6 a 8% de proteína bruta na MS (NRC, 1996).

A quantidade de MS ingerida pelo animal constitui o principal fator para controlar a


produção dos bovinos a pasto. Assim, o consumo voluntário de forragem pode ser
definido como a quantidade de MS ingerida diariamente pelos animais, quando a
quantidade de alimento oferecida está em excesso. Diante da importância do consumo
em ruminantes, varias técnicas vem sendo desenvolvidas a fim de estimar o consumo de
forragem em bovinos a pasto. São mensuradas em um curto intervalo de tempo e de
forma indireta com auxílios de indicadores externos que permitem a estimativa da
produção fecal a partir da amostra de fezes (Cardoso et al., 2014).

De acordo com Minson & Wilson (1994) as teorias que explicam o controle de consumo
voluntário dos ruminantes estão relacionados às características químico-bromatológicas,
físico-anatômicas e de cinética digestiva que favorecem ou não o consumo pelos
animais. Estas podem ser:
• Químico-bromatológicas: deficiências de minerais como, por exemplo, cálcio, fósforo,
magnésio, sódio, cobalto; enxofre; teores de proteína inferiores a 60-80 g/kg de MS;
teor de fibra; teor de lignina; humidade;

• Físico-anatômicas: tamanho de partícula; resistência à mastigação; características da


epiderme vegetal, relação de tecidos na célula vegetal, arranjo estrutural desses tecidos;
• Cinética digestiva: digestibilidade da matéria seca; taxa de digestão; taxa de passagem
pelo trato gastrointestinal.

Assim, o reduzido consumo de matéria seca verificado a pasto, tem sido atribuído
principalmente a fatores relacionados à baixa qualidade da forragem, particularmente
em pastagens tropicais (Van Soest, 1994). No entanto, existem evidências de que a
estrutura do pasto também exerce um papel importante no comportamento ingestivo dos
bovinos (Carvalho et al., 2007). Dentre as características estruturais da pastagem mais
importantes para o consumo animal, se destacam a altura, a densidade de biomassa, a
relação folha/colmo e a proporção de folhas mortas (Gomide e Gomide, 2001).
Há uma significativa variação entre os animais no consumo alimentar, na manutenção e
na eficiência da utilização dos alimentos. Bovinos Bos indicus puros e cruzados utilizam
forragens de baixa qualidade mais eficientemente do que bovinos Bos taurus. Isto
explica o superior desempenho dos cruzados Bos indicuus X Bos taurus em relação aos
animais Bos taurus em condições de ambientes tropicais, particularmente com restrições
nutricionais importantes. Quando se fornece dietas a base de forragem de alta qualidade
e adicionalmente suplementa-se com concentrado, bovinos Bos taurus consomem mais
em relação as suas exigências de manutenção e consequentemente ganham peso mais
rápido e eficientemente comparando com os Bos indicus (Freitas et al.; 2011).

Bovinos Bos taurus consomem mais alimento a cima de suas exigências de manutenção
e, assim, ganham peso mais rápido e com maior eficiência do que animais Bos indicus.
Os autores ressaltam que a utilização de raças europeias nos cruzamentos, visa buscar
animais prcoces ao abate com o mesmo padrão de acabamento (Abrahão et al., 2005;
Freitas et al., 2011).

Silveira et al. (2008), trabalhando com novilhos castrados divididos em oito grupos
genéticos resultantes de cruzamentos de 31 Charolês e Nelore mantidos em
confinamento, obtiveram maior ganho em peso para os animais com maior porcentagem
de Charolês. Menezes e Restle (2005) encontraram maiores consumos de matéria seca
diária para os animais mestiços e atribuiu o maior consumo de matéria seca ao maior
peso dos animais.

Menezes & Restle (2005) trabalhando com bovinos puros das raças Charolesa e Nelore
e diferentes composições genéticas de Nelore (N) e Charolês (C) (¾ C + ¼ N; ¾ N + ¼
C; ⅝ C + ⅜ N; ⅝ N + ⅜ C; 11/16 C + 5/16 N e 11/16 N + 5/16 C), observaram
consumos médios diários de matéria seca, energia digestível e de fibra em detergentes
neutro e ácido maiores para animais mestiços em todas as gerações de cruzamento,
porém, os animais mestiçosapresentaram mesma eficiência alimentar que os Nelore,
mas foram inferiores aos Charolês quanto à eficiência alimentar e ao ganho de peso
médio diário.

Mensuração do consumo alimentar por bovinos a pasto

Uso de indicadores e procedimentos na estimativa do consumo


Indicadores são substâncias rotineiramente utilizadas no monitoramento dos aspectos
químicos (hidrólise e síntese) e físicos (fluxos) da digestão. Conhecendo-se a
recuperação fecal de um indicador, é possível calcular o consumo de alimentos a partir
da produção de fezes, enquanto o fluxo pode ser estimado utilizando-se animais
fistulados (OWENS; HANSON, 1992). Conforme Soest (1994), vários indicadores têm
sido aplicados na estimativa indireta de produção fecal, tais como a cortiça, o sulfeto de
prata, o óxido férrico, o itérbio, a fibra detergente ácido indigestível, o óxido crômico e
alguns elementos denominados “terras raras”.

Diversos autores (FAHEY JÚNIOR; JUNG, 1983; KOTB; LUCKEY, 1972) sugerem
que o indicador ideal deve possuir as seguintes propriedades: - Ser inerte; - Não ser
tóxico; - Não ter função fisiológica; - Não ser metabolizado a fim de ser totalmente
recuperado do trato digestivo; - Capacidade de ser processado com o alimento; - Ter
tamanho apreciável; - Misturar intimamente com o alimento e permanecer
uniformemente distribuído na digesta; - Não ter influência sobre a motilidade e
secreções do trato digestivo; - Não ter influência sobre a microflora e seus hospedeiros;
- Possuir um método específico e sensível de determinação; - Ter propriedades físico-
químicas que não interfiram nos processos digestivos.

Um bom indicador para as estimativas de excreção fecal pode não ser eficiente nas
determinações da cinética ruminal. Problemas como a migração, separação de fases,
inibição da digestão, efeito osmótico e quantificação podem interferir nas estimativas
preditas do fluxo (OWENS; HANSON, 1992). O tempo de permanência do alimento no
rúmen pode ser calculado pela recíproca da taxa de passagem (Kp), estando altamente
correlacionado com o nível de alimentação do animal. Medidas das taxas de passagem
têm variado dentro de um intervalo de 0,02 a 0,08%/hora (AGRICULTURAL AND
FOOD RESEARCH COUNCIL, 1993).

Indicadores de fluxo

As taxas de passagem das fases sólida e líquida dos alimentos pelo rúmen-retículo,
podem ser estimadas por meio de indicadores e de suas concentrações. A fibra
mordentada com cromo, ou partículas marcadas com metais denominados “terra raras”
(elementos da série lantanídeos), são utilizadas nas estimativas das taxas de passagens
(kp) das partículas, enquanto o polietileno glicol e o EDTA, marcados com cromo ou
cobalto, são utilizados nas kp do líquido ruminal (BERCHIELLI et al., 1996;
NATIONAL RESEARCH COUNCIL, 2001; POND et al., 1989; SALIBA, 1998). O
fluxo das partículas e dos sólidos através dos diversos compartimentos do trato
digestivo, pode ser estimado aplicando-se os valores de recuperação dos indicadores aos
modelos matemáticos de Colucci et al. (1990) para as taxas de passagens da fase líquida
e de Grovum e Williams (1973) para as taxas de passagens dos sólidos. Revisões neste
sentido também foram apresentadas por Dhanoa et al. (1985) e Pond et al. (1988).

Indicadores de fase líquida

Os indicadores da fase líquida mais rotineiramente empregados têm sido o polietileno


glicol (PEG) e os quelatos de Cr ou Co com EDTA (Cr-EDTA ou Co-EDTA,
respectivamente) (BERCHIELLI et al., 1996). A determinação dos indicadores de fase
líquida é relativamente simples, no entanto as técnicas de análises do PEG são menos
precisas (KOTB; LUCKEY, 1972), que as do Co-EDTA e do Cr-EDTA (MERCHEN;
BOURQUIN, 1994), sendo que Miles et al. (2001) recomendam o uso de uma solução
de Co-EDTA contendo 14,8% de Co.

Indicadores de fase sólida

Fibras mordentadas com Cr ou Yb (FDN-Cr ou FDN-Yb) têm sido utilizadas nas


avaliações do fluxo da fase sólida da digesta. Os indicadores podem ser administrados
em dose diária única ou de forma contínua e, conforme Pond et al. (1988), o
procedimento de dose única permite estimar a taxa de passagem, o tempo médio de
retenção e o volume do trato gastrointestinal. Esta técnica denominada como dose pulso,
consiste na relação entre uma aplicação do indicador com amostragem em diversos
horários. Desta forma, é possível determinar a curva temporal de excreção do indicador
nas fezes, que, associados a modelos matemáticos não lineares, possibilitam estimar a
cinética da fase sólida da digesta (BURNS et al., 1994).

Indicadores de consumo e digestibilidade

A determinação direta da produção fecal é uma das técnicas utilizadas nas estimativas
de consumo de animais em pastejo. A técnica requer a coleta total das fezes; realizada
normalmente com o auxílio de bolsas coletoras; a qual além de alterar o comportamento
animal apresenta inúmeras falhas processuais (CARVALHO et al., 2007). É devido a
estas falhas, a razão do desenvolvimento de metodologias alternativas como é o caso
das estimativas indiretas utilizando-se indicadores.
Indicadores internos

A recuperação de frações indigestíveis do alimento é a base para os indicadores


internos, que são utilizados em estudos nos quais são necessárias estimativas de
digestibilidade (SOEST, 1994). O erro de amostragem pode ser reduzido se um
componente indigestível de alta porcentagem na matéria seca puder ser encontrado.
Nesse sentido, tem sido sugerido que as frações fibrosas indigestíveis do alimento sejam
utilizadas com este propósito (LIPPKE et al., 1986). Os indicadores internos podem ser
vantajosos quando comparados aos externos, pois além de estarem naturalmente
presentes nos alimentos, permanecem uniformemente distribuídos na digesta (PIAGGIO
et al., 1991), entretanto, necessitam serem expostos à digestão por períodos de no
mínimo 144 horas de incubação (BERCHIELLI et al., 2000) para serem considerados
como fração indigestível.

Indicadores externos

Óxido crômico (Cr2O3) e dióxido de titânio (TiO2). O óxido de cromo foi amplamente
utilizado nos trabalhos sobre estimativa de consumo a pasto. Segundo Saliba (1998), o
indicador é fornecido aos animais em cápsulas de papel, diretamente no rúmen com o
auxílio de um lançabolos durante 10 a 12 dias objetivando gerar uma concentração de
equilíbrio e uniformemente distribuída no trato digestivo. Indicadores externos são
administrados aos animais com o alimento ou em cápsulas podendo posteriormente ser
identificados e quantificados nas fezes ou ao final do segmento. São administrados
diariamente em dose única ou duas vezes ao dia, por meio de infusão ou com o uso de
cápsulas. Já os indicadores internos, representados por frações indigestíveis dos
alimentos, como a fibra em detergente neutro indigestível (FDNi) e a fibra em
detergente ácido indigestível (FDAi), matéria seca indigestível (MSi), cinza insolúvel
em detergente ácido (CIDA), lignina que podem ser obtidos por incubações in situ ou in
vitro (Cardoso et al., 2014).

O LIPE® (lignina purificada e enriquecida), é um indicador externo, desenvolvido


como alternativa que exige menor tempo de adaptação dos animais, é de baixo custo e
pode ser recuperado nas fezes quase que em sua totalidade, além de ser considerada
característica essencial para um bom indicador (Saliba & Cavalcanti, 2013).

Ao avaliar a eficácia dos indicadores internos, fibras indigestíveis (FDAi e FDNi) e


lignina Klason e os indicadores externos: óxido crômico e o LIPE® nas estimativas de
consumo total de novilhas mestiças Holandês x Zebu, os autores observaram que para
estimativa da produção fecal, o óxido crômico subestimou (P<0,05) o consumo de MS
pelas novilhas, independente da dieta consumida. Os resultados com óxido crômico
diferiram, não apenas do consumo de MS mensurado no cocho, mas também daqueles
obtidos com os demais indicadores. Entretanto, as estimativas de consumo obtidas com
o LIPE® mostraram que esse pode ser um indicador externo substituto do óxido
crômico, pois as estimativas de consumo fornecidas por ele não diferiram (P>0,05) do
consumo mensurado no cocho, para todas as dietas estudadas. Já as estimativas de
produção fecal fornecidas pelos indicadores internos diferiram entre si (P<0,05) (Silva
et al., 2010).

Desempenho de bovinos em sistema ILP


Salton et al. (2015a) destacam que a utilização de sistemas integrados pode contribuir
para redução da pressão por abertura de novas áreas, pois aumenta o potencial produtivo
das áreas já utilizadas pela agricultura. Além disso, o cultivo de árvores em consórcio
com lavoura ou pastagem contribui para redução do desmatamento, já que aumenta o
fornecimento de madeira para o comércio e, no caso do uso de espécies nativas,
contribui para preservação dessas espécies.
De acordo com Carolina et al. (2009) e Vilela et al. (2011) as fazendas que adotam a
ILP como estratégia de produção podem se beneficiar da melhor estabilidade de
produção forrageira para pastejo do rebanho durante o ano todo. No período chuvoso, a
produtividade das pastagens é alta, em virtude da melhoria da fertilidade do solo pelas
lavouras. Na seca, além da palhada e dos subprodutos de colheita, os pastos recém
estabelecidos permanecem verdes e com qualidade e quantidade para conferir ganhos de
peso positivos.
Conforme explicam Balbino et al. (2011a), a ILPF envolve sistemas produtivos
diversificados que contemplam a produção de alimentos, fibras, energia, produtos
madeireiros e/ou não madeireiros, de origem vegetal e animal, realizados para otimizar
os ciclos biológicos das plantas e dos animais, bem como dos insumos e seus
respectivos resíduos. Ainda, segundo esses autores, a ILPF pode contribuir para:
recuperação de pastagens e áreas degradadas; aumento do bem-estar animal em
decorrência do maior conforto térmico; manutenção e reconstituição da cobertura
florestal; adoção de boas práticas agropecuárias (BPA); e valorização de serviços
ambientais oferecidos pelos agroecossistemas (conservação dos recursos hídricos e
edáficos, abrigopara os agentes polinizadores e de controle natural de insetos-praga e
doenças, fixação de carbono, redução da emissão de GEE, etc.).
Kichel et al. (2014) observaram melhorias na taxa de lotação em sistema ILP, os valores
aumentaram de 4,71 UA/ha/ano para lotação final de 5,70 UA/ha/ano, com ganhos
diários de médios de peso de 400 para 548 g.
Turini et al. (2015) utilizando 40 bovinos, ½ Angus x ½ Nelore, machos com idade de
nove meses em uma área de integração estabelecida por Panicum maximum em
sucessãocom soja, corrigida e adubada anualmente com 200 kg Nitrogénio/ha,
obtiveram ganhos de peso diário 0,995 kg no período de inverno.
Durante a época seca, foi observado, em pastagem de Panicum maximum cultivar
Tanzânia, estabelecida em consórcio com milho, ganhos de peso em novilhos de recria
entre 700 e 900 g por animal por dia. Essa variação de 28% no ganho de peso foi
resultante dos grupos genéticos avaliados.
Os maiores ganhos foram dos animais de cruzamento industrial(Nelore x Red Angus) e
os menores, dos animais mestiços (Nelore x Girolando). Segundo os autores, houve uma
produtividade anual de 20,4 @ de carne na área do sistema ILP, valores bem acima da
média da produtividade nacional, que gira em torno de 3 @ ha/ano (Alvarenga et al.,
2007).
Durante 15 meses, o ganho de peso de animais cruzados (Nelore x Blond D’Aquitaine),
de maior potencial de produção, superou o ganho de peso de animais Nelore em 8,8%
(161 kg x 148 kg), quando o pasto estava degradado. Em pastagens renovadas por meio
de adubação ou de cultivo de milho e arroz e manejadas adequadamente, o ganho de
peso dos animais cruzados superou o dos Nelores em 24,9% (266 kg x 213 kg). As
produtividades no pasto degradado e no pasto renovado, com manejo do pastejo
adequado, foram de 51 e 310,5 kg por hectare por ano equivalente de carcaça,
respectivamente. O maior potencial produtivo obtido pelo cruzamento de raças ou pelo
melhoramento genético/seleção do rebanho sempre deverá estar associado à melhoria da
qualidade alimentar ofertada aos animais (Martha Jr. et al., 2007b).
De acordo com Martha Jr. et al. (2007a) o desempenho produtivo em pastagens
estabelecidas em áreas de plantio com elevada produtividade, sem adubação dos pastos,
pode variar de 20 a 40 @/ha no primeiro ano, de 12 a 18 @/ha no segundo ano e de 9 a
15 @/ha no terceiro ano, decrescendo para 4,5 @/ha/ano em áreas com 4 a 6 anos de
formação. Esses valores são bem superiores à produtividade média existente no Brasil,
de aproximadamente 3@/ha/ano.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido, na Unidade de Referência Tecnológica (URT), local de
demonstração de sistema de integração lavoura e pecuária (ILP), instalado em 2005 no
campo experimental da Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas, MG. Antes da
implantação do sistema ILP, a área de 24 ha foi cultivada com milho e sorgo para
silagem por vários anos. Depois, permaneceu em pousio por seis anos até dezembro de
2005, quando foi implantado o sistema ILP. Após estas avaliações, foi aplicada 1,0
tn/ha de gesso agrícola para melhorar a condição de crescimento das raízes em
subsuperfície. A área experimental foi então dividida em quatro glebas de
aproximadamente 5,5 ha (Figura 1), onde foram estabelecidos quatro sistemas de
cultivos em rotação, no sistema de plantio direto (Sistema Santa Fé) (Machado etal.,
2011). Anualmente, cada gleba é rotacionada de tal forma que estes sistemas de cultivos
nunca se repitam em dois anos seguidos na mesma área. Assim, na gleba onde foi
plantada soja no ano anterior foi feita a lavoura de milho-capim; onde foi milho-capim
foi sorgo-tanzânia; onde foi sorgo-tanzânia foi pastagem; e onde foi pastagem foi soja.
O período experimental foi de 5 de Agosto de 2014 à 21 de Maio de 2015, foram
mantidos bovinos de quatro grupos genéticos em pastejo rotacionado nas glebas. No
período seco (Agosto a Outubro), os animais pastejaram as quatro glebas, com taxa de
lotação média foi de 3,00 UA/ha. No período das águas (Novembro a Maio) os animais
permaneceram pastejando apenas na gleba de pastagem que foi subdividida, por meio
de cerca elétrica, em cinco piquetes, com taxa de lotação de 4,75 UA/ha, em um sistema
rotacionado com 7 dias de ocupação e 28 de descanso. Em setembro de 2014, foram
aplicadas 2,00 t/ha de gesso agrícola e 200 kg/ha de KCl para aumentar a oferta de
cálcio, enxofre e potássio no solo. durante o período das chuvas foram aplicados a lanço
200 kg/ha de nitrogênio na pastagem, divididosem três aplicações.
Figura 1: Unidade de Referência Tecnológica de Integração Lavoura-Pecuária de corte
implantada na Embrapa Milho e Sorgo.

Foram utilizados 39 bovinos machos não castrados, devidamente identificados, treze 1/2
Aberdeen Angus x 1/2 Nelore (AN); oito 1/2 Charolês x 1/4 Aberdeen Angus x 1/4
Nelore (CAN); treze 1/2 Tabapuã x 1/4 Aberdeen Angus x 1/4 Nelore (TAN) e cinco
1/2 Tabapuã x 1/2 Nelore (TN), com idade média de 9 meses, e pesos médios iniciais de
167,92 kg; 183,16 kg; 135,58 kg e 131,50 kg para os grupos AN, CAN, TAN e TN
respectivamente.

Avaliação da produção e do valor nutricional da forrageira


Foi determinada a produtividade do pasto, avaliada pela disponibilidade de matéria seca
realizada a cada 28 dias, por meio de cortes rentes ao solo, conforme descrito por
McMeniman (1997). Para cada piquete foram colhidas 8 amostras determinadas por um
quadrado metálico de 1,0 x 1,0 m, alocado aleatoriamente, de forma que as amostras
representassem a massa de forragem disponível na área e formando uma amostra total
significativa, da amostra total, foram retiradas duas sub-amostras representativas, verde
e composta. A sub-amostra verde, foi avaliada com a finalidade de se obter a
disponibilidade total de massa de forragem. A sub-amostra composta foi usada para
avaliar o percentual das frações da matéria seca morta (MSM), e das proporções de
folha e colmo. Em seguida, foram colocadas em sacos de papel e pré-secas em estufa de
ventilação forçada a 55ºC por no mínimo 72 horas.
Foi realizado, juntamente com a coleta da forragem, o pastejo simulado de cada piquete.
As amostras foram colhidas manualmente e condicionadas em sacos plásticos
previamente identificados. Foram depois pesadas e secas à 55ºC, por 72 horas, em
estufa de ventilação forçada e moída em moinho Willey, em peneira de 1mm. As
amostras do pastejo simulado da forragem e dos suplementos foram analisadas
baseando-se nas metodologias citadas por Silva & Queiroz (2002), quanto ao teor de
matéria seca total (MST), cinzas, proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN),
fibra em detergente ácido (FDA) e extrato etéreo (EE). Para os suplementos protéico-
energéticos-minerais, foram realizadas a digestibilidade in vitro da matéria seca
(DIVMS) conforme Tilley e Terry (1963), no laboratório de nutrição animal. As
análises de PB foram realizadas no Laboratório de Nutrição Animal da Escola de
Veterinária (UFMG). As percentagens dos nutrientes digestíveis totais (NDT) foram
estimadas pela equação proposta por Van Soest (1994), onde NDT = DIVMS – Cinzas
+ 1,25 EE + 1,9 para a pastagem. A determinação dos teores dos macro e micro
minerais foi realizada pelo método de espectrofotometria de absorção atômica (Cunniff,
1995).
A oferta de forragem (kg de matéria seca para cada 100 kg de peso vivo animal por
hectare) foi calculada por meio da equação proposta por Campbell (1966), OF = (MF ÷
n + TAD) *100 ÷ CA, onde: MF =massa de forragem (kg MS/ha); n = número de dias
de pastejo até a avaliação; TAD = taxa de acúmulo diário de forragem (kg MS/ha/dia) e
CA = carga animal média (kg/ha) no período de pastejo.
Avaliação de desempenho e consumo alimentar
No período de pastejo, foram avaliados o desempenho animal (kg/animal/dia) e a
produtividade animal (kg/ha). As pesagens foram feitas em intervalos de 28 dias, para
avaliar o ganho de peso diário em cada período.
Foi avaliado o desempenho de cada grupo genético em delineamento inteiramente
casualizado. Em cada pasto foram utilizados animais testes durante todo o período de
avaliações, que foram submetidos à avaliação de desempenho e animais reguladores que
foram adicionados para ajustar o resíduo pós-pastejo entre 40-50 cm de altura do solo e
pré pastejo de 100-120 cm de altura do solo. Os animais receberam suplemento
proteico-energético-mineral (Tabela 2) específico para a categoria, dividindo-se o
fornecimento conforme a pluviometria da região (Tabela 1). A primeira fase
compreendeu a época seca, com consumo médio estimado em 0,1% do peso vivo
(PV)/animal/dia e a segunda, foi no período das águas, nessa fase, o consumo médio foi
de 0,6% do peso vivo (PV)/animal/dia.

Tabela 2: Teores de matéria seca (MS), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em
detergente ácido (FDA), extrato etéreo (EE) e Cinzas (CZ) dos suplementos de acordo
com cada período

Suplemento usado na seca: Milho moído 520 kg, ureia, Sal branco 250 kg e Mineral
concentrado com 13% P. Suplemento usado nas águas: Cálcio 20 g/kg, Fósforo 9000
mg/kg, Sódio 37 g/kg, Enxofre 16 g/kg, Magnêsio 2000 mg/kg, Cobalto 20 mg/kg,
Cobre 150 mg/kg, Iodo 17 mg/kg, Manganês 140 mg/kg, Selênio 3 mg/kg, Zinco 600
mg/kg, Ferro100 mg/kg.

Em Fevereiro de 2015, foi utilizado o marcador LIPE® (lignina purificada e


enriquecida) como indicador externo em 16 animais, sendo quatro de cada tratamento,
para a estimativa de consumo de matéria seca (CMS) individual dos animais. O
indicador foi fornecido em forma de cápsula via oral na quantidade de 0,5 g por
animal/dia, por um período de sete dias, dois dias de adaptação e cinco dias de colheita.
A determinação do teor de LIPE® nas fezes foi realizada por espectroscopia no
infravermelho.

Foram avaliados e comparados o consumo de matéria seca total (CMS), consumo de


proteína bruta (CPB) e consumo de nutrientes digestíveis totais (CNDT), apresentados
por animais de diferentes grupos genéticos, mantidos em pastagens. A estimativa de
consumo foi realizada no mês de Fevereiro de 2015.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Disponibilidade e qualidade da forragem


É apresentada na (Tabela 3) o valor médio da composição químico-bromatológica da
forrageira por estação avaliada durante o período experimental. Constatou-se que o
cultivo de Panicum maximum cv, Tanzânia, proporcionou teores elevados de PB
durante o período experimental. A adubação feita ao solo e o consórcio desta forrageira
com sorgo, evidenciou alta capacidade de produção da mesma. Ressalta-se que obteve-
se no período da seca uma lotação média de 3,00 UA/ha e no período das águas obteve-
se 4,75 UA/ha, proporcionando-se alta oferta de forragem de 12,64% de matéria seca
total.

Tabela 3: Composição químico-bromatológica da massa de forragem de Panicum


maximumcv. Tanzânia, teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra em
detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), Liguinina (LIG), extrato
etéreo (EE) e Cinzas (CZ) minerais

Pode-se inferir que não houve limitação de compostos nitrogenados na microbiota


ruminal para a expressão do potencial de ganho de peso dos animais mantidos somente
a pasto neste estudo, pois os teores de PB obtidos durante o experimento apresentaram-
se acima do valor mínimo sugerido por Van Soest (1994), que é de 7% de PB na
matéria seca da dieta.
Estudos avaliando a produtividade de gramíneas tropicais mostram que quando estas se
encontram em monocultivo apresentam baixos teores de PB principalmente na época
seca.

Neste estudo, constatou-se aumento crescente de PB da época seca para a das águas.
Souza et al. (2002) afirmaram que de modo geral, as gramíneas tropicais quando
consorciadas com culturas produtoras de grãos, apresentam teores de PB mais altos que
quando em monocultivo.

Desempenho animal

Os animais entraram no experimento com nove meses de idade e peso médio de 155 kg,
sendo os grupos TAN e TN menos pesados que os demais grupos. As diferenças
encontradas nos pesos iniciais, condicionaram o emprego do mesmo como covariável
para a análise dos ganhos médios diários nos grupos genéticos avaliados. O peso médio
no início do experimento é considerado baixo para bovinos com essa idade e deve ter
sido devido às condições do manejo da fazenda de origem. Num experimento com
bovinos superprecoces Nelore, Simental e mestiços, Bianchini et al.

tiveram no início do experimento pesos de 241 kg, 300,3 kg e 336 kg respectivamente


para essas raças. Esses pesos são considerados ideais para o desmame desses animais
nas condições do Brasil.
CONCLUSÃO

O grupo genético Angus X Nelore foi superior em relação ao grupo Tabapuã X Nelore
no período seco, este grupo genético apresenta maior retenção de heterose individual e
elevado valor aditivo que o grupo zebuínos, condição que lhe confere maior ganho de
peso comparando com grupo Tabapuã X Nelore. No período das águas, a pesar de o
grupo Charolês X Angus X Nelore apresentar sangue 3/4 com predominância taurino,
condição que os confere boa capacidade para ganho de peso, esse grupo teve menor
desempenho comparando com o grupo Angus X Nelore, esse fato pode dever se a falta
de adaptação às condições ambientais do meio, condição que comprometeu a expressão
de ganho de penso em relação aos de mais grupos.

O consumo de matéria seca e a eficiência alimentar foram semelhantes nos diferentes


grupos genéticos deste estudo, podendo ser indicados estes grupos genéticos em ILP no
período de recria.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os sistemas em integração com e sem componente florestal propiciam diversos


benefícios como aumentos de produtividade dos componentes; melhoria dos atributos
físicos, químicos e biológicos do solo em virtude do aumento da matéria orgânica do
solo; aumento do estoque de carbono; redução da pressão de desmatamento de novas
áreas pelo efeito “poupaterra”; estabilidade econômica e aumento da renda com a
diversificação das atividades; redução de custos no médio e longo prazos; redução da
vulnerabilidade aos riscos climáticos; e melhoria na qualidade de vida do produtor e sua
família.

Por todos esses aspectos e pelo fato que, com a adoção dos sistemas em integração, é
possível ampliar o aproveitamento dos fatores de produção e a oferta ambiental das
áreas agrícolas entre 90% e 100% do tempo, podese concluir que tais sistemas se
caracterizam como estratégias eficientes de intensificação sustentável do uso dos solos
nas regiões tropicais.

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