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REABILITAÇÃO ORAL

SELEÇÃO DE COR,
AJUSTES FUNCIONAL E
ESTÉTICO
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
- UNAMA - Prof.ª Ms. Michele Ramos de Azevedo
Faculdade de Odontologia
Graduação
SELEÇÃO DE COR
SELEÇÃO DE COR
MATIZ – nome da cor (azul, amarelho, vermelho, etc).

CROMA ou SATURAÇÃO – quantidade de pigmentos que


determinado matiz apresenta.

VALOR – quantidade de cinza que um matiz apresenta, brilho.


A mais difícil de determinar por sua característica acromática.
SELEÇÃO DE COR
BRILHO INDEPENDE DO MATIZ  E SIM DA QUANTIDADE DE LUZ
REFLETIDA.

MAIS BRILHO  MAIOR REFLEXÃO DE LUZ  MAIOR


SENSAÇÃO DE CLAREZA EM RELAÇÃO A COR ORIGINAL.

EX: Uma cerâmica de cor A2, com brilho excessivo, vai era
com que pareça A1.
TRÍADE ESTÉTICA
1ºFORMA

2ºTEXTURA 3ºCOR
SELEÇÃO DE COR
A COR FINAL DOS TRABALHO PROTÉTICOS DEPENDE ALÉM DO CIRURGIÂO
DENTISTA, DO TÉCNICO DE LABORATÓRIO E DO PACIENTE, TAMBÉM DE VÁRIOS
FATORES QUE INFLUENCIAM NA SELEÇÃO E DEFINIÇÃO. COMO POR EXEMPLO,
FORMA E TEXTURA DOS DENTES, COLORAÇÃO DE SUBSTRATO OU DE INFRA
ESTRUTURAS, TRATAMENTO DAS MESMAS (OPACIFICAÇÃO), COR DAS
CERÂMICAS, VARIAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E TÉCNICAS, ETC..
SELEÇÃO DE COR
A seleção da cor pode ser influenciada por diferentes fatores:

1. Ambiente
2. Observador
3. Objeto
4. Fonte de luz
5. Escalas de cores
6. Comunicação entre o CD e o técnico de laboratório.
SELEÇÃO DE COR
1.AMBIENTE

O ambiente de trabalho deve ser constituído de cores neutras e sem brilho


(gelo, bege, cinza, azul e verde -claro), para reduzir o cansaço visual, o
estresse e a interferência desses fatores na seleção das cores.

De forma semelhante, para evitar a interferência das cores das roupas do
paciente, este deve ser recoberto com um pano de campo também de cor
neutra.
SELEÇÃO DE COR
1.AMBIENTE

Deve -se, ainda, solicitar ao paciente que remova qualquer


maquiagem facial em excesso, principalmente batom, mesmo que
tenha tonalidade clara.

Isso possibilita a determinação das cores dos dentes com a


coloração natural dos lábios, simulando um sorriso, e da cor do
tecido gengival.
SELEÇÃO DE COR
2. OBSERVADOR

O CD e o técnico de laboratório devem aperfeiçoar -se em cursos,


palestras, conferências, livros, artigos, etc., buscando a compreensão e o
domínio das diferentes dimensões da cor.

Somente assim o CD poderá passar o que vê ao técnico, e este poderá


compreender o que lhe é passado para, posteriormente, aplicar nas
facetas estéticas das coroas em que está trabalhando. O domínio das
cores é um aprendizado constante.
SELEÇÃO DE COR
2. OBSERVADOR

O paciente deve ser posicionado no mesmo nível dos olhos do observador, de


tal forma que a luz incida de maneira similar no dente da escala e no objeto.

Distância similar à de conversação, correspondente a cerca de 60 cm.

É importante fazer uma determinação rápida da cor por aproximadamente 5


segundos, para evitar o cansaço da retina e visualizar as cores secundárias
decorrentes desse cansaço.
SELEÇÃO DE COR
2. OBSERVADOR

Caso esse tempo seja insuficiente, deve –se descansar os olhos em


um fundo azul –claro (campo ou parede) por alguns segundos, antes
de reiniciar o processo.
SELEÇÃO DE COR
SELEÇÃO DE COR
3. OBJETO

Alguns detalhes com relação ao objeto são extremamente importantes


quando se realiza um trabalho de prótese, tais como:

A seleção da cor deve preceder o próprio preparo dentário e fazer parte


do planejamento, que é um dos primeiros procedimentos odontológicos
realizados.
SELEÇÃO DE COR
3. OBJETO

É importante que o dente utilizado como referência tenha estrutura


dentária suficiente, mantenha sua cor original e não tenha sido
submetido a restaurações extensas, tratamento endodôntico, etc.

Dessa forma, evita -se a seleção da cor após uma sessão clínica,
comumente exaustiva e associada ao cansaço visual e físico, o que
facilita a indução a erros.
SELEÇÃO DE COR
Deve ser feita uma profilaxia prévia à determinação da cor, mediante jatos de
bicarbonato ou taças de borracha e pasta profilática, afim de eliminar manchas ou
placa bacteriana eventual mente existentes.

Tanto a superfície do dente a ser comparado quanto a do dente da escala devem ser
umedecidas.

A superposição de uma película de saliva impede a desidratação natural do dente e


sua decorrente opacidade, que prejudica a própria tomada da cor. Além disso, é com
a superfície umedecida pela saliva que os dentes são naturalmente visualizados.
SELEÇÃO DE COR
Devem -se utilizar preferencialmente dentes vizinhos como primeira
referência. Caso sejam portadores de coroas insatisfatórias ou de
restaurações extensas, pode -se utilizar o dente homônimo do lado oposto
como segunda referência.

Como terceira referência, utilizam -se dentes antagonistas. Vale a pena


relembrar que uma mesma boca pode apresentar variações acentuadas de
matiz e croma.
SELEÇÃO DE COR
Os caninos constituem uma excelente referência para a
seleção da cor, pois são os dentes que apresentam a maior
quantidade de saturação ou croma.

De maneira geral, porém, a maioria dos dentes apresenta


uma saturação mais acentuada no terço cervical do que no
corpo.
SELEÇÃO DE COR
A quantidade de incisal ou translucidez é maior nos dentes jovens e diminui
com a idade, em virtude do desgaste incisal.

Para evitar erros durante a tomada da cor, o CD deve determinar


inicialmente a cor da parte central (corpo) do dente.

Em seguida, ele deve observar as nuanças de cor das regiões cervical
(mais escura, mais saturada ou com mais croma) e incisal (mais clara,
mais translúcida ou com menos croma).
SELEÇÃO DE COR
SELEÇÃO DE COR
4. FONTES DE LUZ

A seleção de cor deve ser feita durante o dia, aproveitando o máximo


possível de luz natural, simultaneamente com lâmpadas corrigidas do
tipo “luz do dia”.

Nesses casos, deve –se desligar o refletor odontológico minutos antes da


seleção de cor, evitando o efeito da luz halógena e também da
incandescente, de acentuar o amarelo -laranja dos dentes.
SELEÇÃO DE COR

O mesmo tipo de luz artificial “do dia” presente no


consultório odontológico deve predominar no ambiente
de trabalho do técnico de laboratório.

Do contrário, corre -se o risco de se ver cores


diferentes em cada ambiente.
SELEÇÃO DE COR
Se o horário possível para a consulta for noturno ou se o ambiente
de trabalho não apresentar luz natural adequada, deve -se melhorar a
iluminação com “luz do dia” e utilizar a luz do refletor colocada à
maior distância possível dos dentes naturais utilizados como
referência para a seleção da cor.

Várias tomadas de cor devem ser feitas durante o tratamento, em


diferentes horas do dia e sob diferentes condições de luminosidade e
de ângulos de incidência da luz.
SELEÇÃO DE COR
5. ESCALAS DE CORES

ESCALAS COMPATÍVEIS COM CERÂMICAS UTILIZADAS PELOS PROTÉTICOS.

EX: A ESCALA DE CORES VITAPAN CLASSICAL SHADE GUIDE.

 NÃO É ACONSELHAVEL UTILIZAR ESCALAS DE RESINA


PARA DEINIÇÃO DE COR DE TRABALHOS CERÂMICOS. O
PROTÉTICO IRÁ FAZER A CONVERSÃO PARA SUA ESCALA
COMO ACHAR ADEQUADO, UMA VEZ QUE NÃO POSSUI
NENHUM CONTATO CLÍNICO COM O PACIENTE.
SELEÇÃO DE COR
LETRAS= MATIZES / NÚMEROS= CROMA/SATURAÇÃO E NÃO CONSIDERA VALOR
=BRILHO/CINZA

A1- A4 B1- B4 C1- C4 D2- D4

**COM VALOR/BRILHO/CINZA:
B1; A1; B2; D2; A2; C1; C2; D3; A3; B3; A3,5; B4; C3; A4; C4.
SELEÇÃO DE COR
Evite usar todos os dentes da escala para comparação na frente da boca do
paciente, pois esse procedimento tornará impossível a definição dos
matizes.

Destaque sempre o dente da escala de acordo com o matiz encontrado no


corpo do dente e faça a comparação entre a cervical do dente da escala e a
do dente natural e entre as incisais.

Inicie a determinação da cor pelos dentes da escala que apresentam


saturação (croma) intermediária, marcados com o número 3.
SELEÇÃO DE COR
Compare inicialmente o matiz C (laranja -cinza), pois ele
apresenta baixo valor quando comparado com os demais, o
que praticamente elimina qualquer dúvida na sua
determinação.

Se o matiz estiver correto, passe para a seleção do croma


mais (4) ou menos (1 ou 2) saturado.
SELEÇÃO DE COR
Essas duas cores constituem uma subfamília, e é muito
provável que se resolva com o matiz B a dúvida deixada pelo C.

Se confirmar o B, selecione o croma em seguida.

Evite, se possível, próteses extensas com o matiz C, pois, por


causa do baixo valor, ele deixa os dentes artificiais, “sem vida”.
SELEÇÃO DE COR
Em caso de descarte imediato do matiz C, procure fazer a comparação com
o A3.

Caso confirme o matiz A, selecione o croma em seguida.

Por constituir outra subfamília, caso fique em dúvida com o matiz A,


compare –o com o D.

Embora seja comum na prática clínica, o conhecimento das cores torna


quase impossível a confusão entre os matizes A e B.
SELEÇÃO DE COR
Caso isso ocorra e as sugestões anteriores não auxiliem na definição, opte pelo matiz
A. Afinal, a grande maioria das cores dos dentes naturais está localizada no espectro
amarelo –marrom.

Nunca selecione um croma acima do necessário, pois será impossível abaixá -lo.

Na dúvida entre A3 e A3,5 ou B2 e B3, fique com croma menor, pois ele poderá ser
modificado por caracterização extrínseca e se aproximar do ideal.

Nos casos de dúvidas entre cromas, é procedimento comum o técnico fazer a mistura
da cerâmica meio a meio, na tentativa de atingir o croma intermediário.
SELEÇÃO DE COR
Entre uma determinação e outra, descanse os olhos em um fundo
azul -claro. Embora seja um exercício interessante, não confie
exclusivamente na memória para a determinação da cor, a fim de
evitar equívocos.

Se persistirem dúvidas quanto à seleção de cor, ouça a opinião do


paciente, do auxiliar odontológico e, principalmente, do técnico de
laboratório, se ele estiver disponível.
SELEÇÃO DE COR
A convivência diária com cores e suas combinações
permite discernir com maior facilidade os diferentes
matizes.

O aprendizado e o treinamento podem tornar o CD apto


a desenvolver esse tipo de iscernimento.
SELEÇÃO DE COR
Se ainda assim persistirem dúvidas, pois a cor não corresponde
exatamente a nenhum dos matizes, selecione o mais próximo e
menos saturado.

É possível aperfeiçoar a cor com detalhes de caracterização


intrínseca e extrínseca, aumentando a saturação e reduzindo o
valor.
SELEÇÃO DE COR
Caso ocorra erro de matiz, este não pode ser modificado
com corantes, e geralmente a correção só poderá ser feita
com nova determinação de cor e repetição da cerâmica.

Se as coroas provisórias estiverem adequadas, leve em


consideração a cor utilizada para sua confecção, utilizando
seu matiz como referência.
SELEÇÃO DE COR
A determinação do valor é o mais difícil de todos os componentes da cor.

Exige um ambiente com baixa luminosidade, que possibilite a ativação dos


bastonetes, células responsáveis pela visão do preto (baixo valor) e do
branco (alto valor) = da quantidade de cinza presente no dente do
paciente, quando comparado com o dente da escala.

Para controlar a entrada de luz, recomenda -se semicerrar os olhos


durante a determinação do valor.
SELEÇÃO DE COR
Como a própria escala não apresenta variação de valor, sendo constituída
por amostras com alto valor, próximo a 10, é comum o profissional abaixá -
lo e nunca aumentá -lo.

Na dentição natural, o valor se situa entre 6 e 8 em uma escala de 0


(negro) a 10 (branco), estando o cinza médio no valor 5.

Para o controle do valor, o meio mais prático é a aplicação de corantes ou


pigmentação extrínseca.
SELEÇÃO DE COR
Após seleção do matiz, do croma, do valor e suas variações,
identifique as características individuais que podem ser aplicadas
internamente na cerâmica por meio de modificadores, como
manchas brancas, marrons, cinza, sulcos oclusais, trincas, áreas
transparentes, etc.

Se forem corretamente incorporadas, essas características


contribuem muito para um bom resultado estético.
SELEÇÃO DE COR
6. COMUNICAÇÃO ENTRE O CD E O TÉCNICO DE LABORATÓRIO

TELEFONEMAS  IMAGINAÇÃO

FOTOGRAFIAS DIGITAIS COM CÂMERAS DE QUALIDADE (CUIDADO COM O


FLASH!)

DIAGRAMAS DETALHADOS

ESPECTROFOTOMETROS (LIMITAÇÃO DE COR)


SELEÇÃO DE COR
AJUSTES FUNCIONAIS E
ESTÉTICOS
A principal finalidade dessa etapa é adequar as características das coroas
vindas do laboratório às necessidades funcionais e estéticas do paciente.

AJUSTES PRÉVIOS A PROVA EM BOCA:

 Avaliação das superfícies internas das coroas


 Eliminação dos excessos marginais de cerâmica
 Eliminação dos excessos de cerâmica da cinta metálico –lingual
AJUSTES FUNCIONAIS E ESTÉTICOS
AJUSTES FUNCIONAIS E
ESTÉTICOS
Ajustes clínicos cervicais (Áreas de
isquemia, Perfil de
Ajuste do contato proximal emergência)
Ajuste do contato gengival Ajustes oclusais (MIH OU
dos pônticos RC)
Verificação das margens Ajuste fonético
AJUSTES FUNCIONAIS E
ESTÉTICOS
Abertura ou ameia incisal
Ajuste estético Corredor bucal
Curva do lábio inferior
Vértice dos incisivos para distal Textura superficial
Ameias cervicais
Áreas planas
Abertura interproximal
AJUSTES FUNCIONAIS E
ESTÉTICOS
CARACTERIZAÇÃO EXTRÍNSECA

Os corantes são óxidos metálicos aplicados à superfície da cerâmica, previamente ao


glaseamento ou à vitrificação, responsáveis pela personalização do trabalho.

Seleção dos pigmentos:


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1. Pegoraro TA, da Silva NR, Carvalho RM. Cements for use in esthetic
dentistry. Dent Clin North Am. 2007;51(2):453-71.
MUITO OBRIGADA!

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