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ASPECTOS SOCIAIS, POLÍTICOS E LEGAIS

DA EDUCAÇÃO
UNIDADE 2 - LEI DE DIRETRIZES E BASES
(LEI 9.394/96): VOCÊ CONHECE A
IMPORTÂNCIA DESTA LEI PARA A
EDUCAÇÃO NACIONAL?

Eliana Póvoas Pereira Estrela Brito


Introdução
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) – Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996 é
uma das leis mais importantes da educação brasileira. Ela estrutura e organiza a educação nacional.
Obedecendo à nossa Constituição Federal de 1988, a LDB assegura a educação como um dos direitos
humanos fundamentais e que, portanto, traz os marcos legais para que um projeto nacional de educação
pública, gratuita e com qualidade socialmente referendada fique a serviço de toda a população brasileira.
Nesta unidade, você conhecerá a LDBEN e sua trajetória histórica, as modificações sofridas no percurso
de mais de 20 anos de promulgação. Vamos tratar também sobre a reforma do Ensino Médio e sobre o
papel dos profissionais da educação na perspectiva dessa lei.
Pronto para começar? Então, seja bem-vindo e bons estudos.

2.1 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e suas


atualizações. Art. 1º ao 20
Inicialmente, é preciso que você saiba que a Lei n. 9.394/96 é a nossa segunda Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional. Embora durante a ditadura militar tenham existido reformas importantes para a
educação, os governos desse período não quiseram editar uma nova LDBEN, preferiram disciplinar a
educação nacional por meio de leis específicas. Nesse sentido, tivemos, por exemplo, a Lei n. 5.540/68,
que tratou da reforma universitária, e a Lei n. 5.692/71, que normatizou o ensino de 1° e 2º graus. No
entanto, em termos de Lei de Diretrizes e Bases permanecemos com a Lei 4.024, aprovada em 20 de
dezembro de 1961, ou seja, a primeira LDBEN.
É importante também que você saiba que com o fim do período ditatorial no Brasil (1964- 1981), a
sociedade civil brasileira, com a garantia de liberdade de manifestação atribuída pela Constituição
Federal de 1988, começou a se mobilizar para que a educação pudesse acompanhar os movimentos
sociais, políticos, culturais e econômicos que caracterizaram o período de redemocratização nacional.
Entre a tramitação e a aprovação da Lei n. 9.394/96 decorreram oito anos entre idas e vindas ao
Congresso Nacional, propostas excessivas de emendas, projetos substitutivos e tantas outras disputas
políticas que ocuparam a agenda parlamentar. Em 20 de dezembro de 1996 foi finalmente aprovada. De
acordo com Neusa Chaves Batista (2002 apud BOLLMANN; AGUIAR, 2016, p. 410):

A promulgação de uma nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação a exemplo do que ocorreu
durante o processo Constituinte para a elaboração da nova Constituição Federal, não se deu
sem embates e divergências entre, de um lado parlamentares que juntamente com algumas
entidades educacionais privadas defendiam um projeto de LDB voltado para o privatismo e,
de outro, associações da sociedade civil, com representantes no parlamento, reunidas em um
movimento educacional que, ainda inspiradas nos ideais dos pioneiros, representavam um
projeto de LDB que priorizasse definitivamente a escola pública.

Embora alguns autores entendam que a disputa entre os interesses privados e a defesa da educação
pública tenha provocado prejuízos para a redação de um texto mais democrático e inclusivo das
demandas das classes economicamente desfavorecidas, o certo é que a LDBEN representou um
importante passo para a consolidação da democracia brasileira ao colocar a educação como
mecanismo de enfrentamento na luta pela redução das desigualdades sociais, ampliando
significativamente o direito à educação básica no Brasil.
VOCÊ O CONHECE?
Darcy Ribeiro foi um grande intelectual brasileiro e participou ativamente da vida
política do país. Antropólogo e educador, deixou importantes contribuições no
campo da antropologia, e criou um conceito de suma importância para os estudos
da área de humanidades: identidade cultural. No campo da educação, militou a
favor da educação pública junto com outros intelectuais de relevante expressão,
como Anísio Teixeira. Foi senador federal e responsável pela versão final do texto
da LDBEN. Vários sites trazem a vida e a obra desse intelectual brasileiro, entre os
quais “ebiografia”. O texto específico sobre Darcy Ribeiro, escrito por Dilva Frazão,
está disponível em: <https://www.ebiografia.com/darcy_ribeiro/
(https://www.ebiografia.com/darcy_ribeiro/)>

Cabe sublinhar que diante da disputa de projetos diferentes, acrescida da pressa do governo federal à
época em aprovar a LDBEN ainda no ano de 1996, o então senador pelo Rio de Janeiro, Darcy Ribeiro (do
Partido Democrático Trabalhista), apresentou uma nova versão da lei, reescrita de modo a contemplar as
principais demandas presentes nas versões anteriores dela. O texto apresentado pelo parlamentar foi
aprovado pelo plenário, e por esse motivo a Lei n. 9.394/96 ficou conhecida como Lei Darcy Ribeiro.
Após breves pinceladas sobre a trajetória da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, podemos
prosseguir em nossos estudos do tópico. Vamos analisar os primeiros 20 artigos da Lei, fazendo
destaques que serão úteis para a compreensão das questões educacionais.

2.1.1 Artigos 1º ao 20 da LDBEN


O texto da Lei n. 9.394/96 encontra-se distribuído em nove títulos:
I – Da Educação;
II – Dos Princípios e Fins da Educação Nacional;
III – Do Direito à Educação e do Dever de Educar;
IV – Da Organização da Educação Nacional;
V – Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino;
VI – Dos Profissionais da Educação;
VII – Dos Recursos Financeiros;
VIII – Das Disposições Gerais; e
IX – Das Disposições Transitórias.
Neste subtópico serão trabalhados os quatro primeiros títulos que, no seu conjunto, possuem 20
importantes artigos que discorrem sobre a educação, seus princípios e finalidades, direitos e deveres,
bem como sua organização.
Vamos começar?
No Título “Educação”, em seu art. 1º, encontramos a conceituação de educação. De acordo com a
LDBEN:

A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na


convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos
sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais (BRASIL, 1996).

Atente-se que a LDBEN não restringe a educação a um processo que ocorre apenas em instituições
formais de ensino; antes, valoriza a convivência humana em diferentes espaços como família, trabalho,
movimentos sociais e culturais. Ou seja, a educação, um direito público, é abrangente na perspectiva da
formação humana integral.

Figura 1 - A educação ocorre também por meio da participação em movimentos sociais.


Fonte: Eugenio Marongiu, Shutterstock, 2018.

Com base em princípios republicanos, o art. 3º, I, garante “igualdade de condições para o acesso à
educação e a permanência na escola” (BRASIL, 1996). Ao conjugar acesso e permanência, a lei avança
de forma definitiva no enfrentamento das desigualdades sociais ao garantir não apenas que crianças e
jovens provenientes das classes economicamente desfavorecidas tenham vagas asseguradas com
vistas à formação escolarizada em instituições públicas, mas, antes, reitera a permanência nos
processos de escolarização, demandando, por consequência, práticas políticas que promovam, com
qualidade socialmente referendada, a continuidade e o sucesso no prosseguimento dos estudos.
VOCÊ QUER VER?
Se você deseja conhecer experiências de estrutura e organização escolar bastante
interessantes e inovadoras e identificar alguns questionamentos a respeito dos
atuais modelos de educação, vale a pena conferir o documentário La Educación
Prohibida (A Educação Proibida). O filme, uma produção argentina de 2012, busca
indicar, por meio dos relatos e das reflexões propostas, a necessidade de um novo
paradigma no contexto educacional. O material está disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=OTerSwwxR9Y&t=41s>.

No que tange aos princípios orientadores do ensino, a LDBEN trouxe, em seu texto original, um conjunto
de preceitos indispensáveis à educação democrática em uma sociedade multicultural e multirracial
como é a brasileira. Ao assegurar o “pluralismo de ideias e de concepções pedagógica; respeito à
liberdade e apreço à tolerância; coexistência de instituições públicas e privadas de ensino, com a
garantia de gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais” (BRASIL, 1996), esse
ordenamento jurídico se inscreve no solo social da democracia na perspectiva de, a partir da educação,
contribuir com a construção de uma sociedade mais igualitária e respeitosa das diferenças econômicas,
sociais e culturais brasileiras.
Dois princípios foram acrescidos ao texto originalmente aprovado pela LDBEN. São eles: “consideração
com a diversidade étnico-racial” (art. 3º, XII), cuja inclusão se deu pela Lei n. 12.796/13 (BRASIL, 2013); e
“garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida” (art. 3º, XIII), incluído pela Lei n.
13.632/18 (BRASIL, 2018).
VOCÊ SABIA?
As culturas africanas e indígenas devem ser trabalhadas em todos os
currículos da Educação Básica. Como sabemos, vivemos em um país em que
existe uma diversidade de raças e etnias e, por consequência, de culturas. No
sentido de valorizar as contribuições africanas e afro-brasileiras, em 2003 foi
sancionada a Lei n. 10.639 que, ao modificar a LDBEN, tornou obrigatória a
inclusão da temática da História e Cultura Afro-Brasileira nos currículos
escolares. Cinco anos depois, a Lei n. 11.645/08 promoveu nova modificação
na LDBEN e obrigou a introdução de história e cultura africana e indígena
brasileira.

É preciso que você saiba que, com a incorporação da Lei n. 12.796/13, a Educação Infantil, parte
integrante da Educação Básica, se tornou obrigatória a partir de quatro anos de idade. Dessa forma, a
educação pública obrigatória e gratuita passou a atender a Emenda Constitucional n. 59, de 11 de
novembro de 2009, que tornou obrigatória a oferta gratuita de Educação Básica a partir de quatro anos
até os 17 anos de idade, incluindo também o “atendimento ao educando, em todas as etapas da
educação básica, por meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte,
alimentação e assistência à saúde” (BRASIL, 2009a).
Figura 2 - A inclusão da Educação Infantil na Educação Básica é obrigatória e gratuita a partir de quatro
anos de idade.
Fonte: Tolikoff Photography, Shutterstock, 2018.

A partir da inclusão dos preceitos da Lei n. 12.796/13, passou a ser “dever dos pais ou responsáveis
efetuar a matrícula das crianças na educação básica a partir dos 4 (quatro) anos de idade” (BRASIL,
1996). Por certo as escolas das redes públicas de ensino precisaram (e precisam) fazer adequações
para que a lei seja cumprida com o padrão de qualidade igualmente referenciado na norma legal. Na
prática, o atendimento satisfatório desses preceitos necessita de maior investimento dos poderes
públicos (municipais, estaduais, distrital e federal) para com a Educação Básica – o que nem sempre
vem sendo cumprido.
Desde 2015, por incorporação da Lei n. 13.234/15, a União ficou responsável por organizar, em
colaboração com estados, Distrito Federal e municípios, a identificação, o cadastramento e o
atendimento, na Educação Básica e na Educação Superior, de alunos com altas habilidades ou
superdotação (BRASIL, 2015).
Os estados e o Distrito Federal – este, por lei, terá as mesmas incumbências dos outros entes federados
– legislarão sobre as instituições de ensino que façam parte da sua região de abrangência. Incluem-se
entre as instituições de ensino mantidas pelo poder público estadual as de educação superior, se
mantidas pelo poder público municipal, e as da rede de ensino estadual, sejam públicas, sejam privadas
(cf. Lei n. 13.234/15).
Os estados e o Distrito Federal deverão definir, com os municípios, formas de colaboração “na oferta do
ensino fundamental, as quais devem assegurar a distribuição proporcional das responsabilidades, de
acordo com a população a ser atendida e os recursos financeiros disponíveis em cada uma dessas
esferas do Poder Público” (BRASIL, 1996).
De acordo com a Lei n. 9.394/96 (BRASIL, 1996), os municípios são responsáveis pelas instituições de
educação infantil, ensino fundamental e médio mantidas pelo poder público municipal e pelos
estabelecimentos de educação infantil privados. Fazem parte das incumbências dos municípios
organizar seus Sistemas Municipais de Educação, bem como baixar normas complementares relativas à
educação no âmbito dos municípios, autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos de
ensino, além da oferta de transporte escolar para os estudantes da rede de ensino pública municipal.
Incumbir-se-ão de “oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino
fundamental, permitida a atuação em outros níveis” (BRASIL, 1996).
Para além dessas atribuições, a LDBEN, ao acolher as prescrições estabelecidas pela Lei n. 13.663/18,
responsabilizou as instituições de ensino pela promoção da cultura da paz nas escolas. Isso se dá por
meio da adoção de medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos os tipos de
violência, especialmente a intimidação sistemática (bullying) no âmbito escolar, conforme dispõe o art.
12, IX, X da lei (BRASIL, 1996).

Figura 3 - A promoção da cultura da paz deve incluir medidas contra o bullying, violência que ocorre no
ambiente escolar e geralmente praticada por alunos contra os próprios colegas.
Fonte: LightField Studios, Shutterstock, 2018.

A LDBEN, nos artigos 19 e 20, classifica as instituições de acordo com as categorias administrativas.
Nesse sentido, elas podem ser:

Públicas

Quando são mantidas e administradas pelo poder público.


Privadas

Quando são mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.

Clique nas abas abaixo e veja que as instituições privadas podem ser:

Particulares

Mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.

Comunitárias

Constituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas; sem fins
lucrativos, é necessário que haja representantes da comunidade na mantenedora.

Confessionais

Instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas que atendem à
orientação confessional e ideologia específicas.

Filantrópicas

Existem normas jurídicas que estabelecem requisitos para que as instituições possam usufruir
das prerrogativas cabíveis a quem atua na perspectiva da assistência social. A Lei n. 12.101/09,
que trata sobre a certificação das entidades beneficentes de assistência social, assevera, em seu
art. 2º, que as instituições filantrópicas “deverão obedecer ao princípio da universalidade do
atendimento, sendo vedado dirigir suas atividades exclusivamente a seus associados ou a
categoria profissional” (BRASIL, 2009c).

Como vocês puderam acompanhar até aqui, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional se
mostrava em 1996 uma legislação moderna e com amplitude suficiente para dar respaldo legislativo às
principais demandas sociais reivindicadas à época de sua aprovação. Todavia, com o passar dos anos,
foi se tornando insuficiente diante das rápidas transformações sociais que marcaram os últimos 20 anos
no Brasil e no mundo.
Dessa forma, ela precisou ser revista a partir da inclusão de preceitos legais atribuídos por leis
específicas que contribuam para que o principal dispositivo legal da educação brasileira se mantenha
como um texto que determine as bases e as diretrizes da educação nacional.

2.2 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional –


Educação Básica e a Reforma do Ensino Médio
O Brasil é um dos poucos países do mundo a garantir a obrigatoriedade e a gratuidade do acesso à
Educação Básica a partir de quatro anos de idade. No entanto, apesar dos significativos avanços
ocorridos pela ampliação desse direito, as desigualdades sociais persistem e dificultam a consolidação
da educação básica como um direito público de contribuir para o efetivo enfrentamento das assimetrias
sociais que assolam o nosso país.
Vamos conhecer um pouco dessa realidade?

VOCÊ QUER VER?


Pro dia nascer feliz, direção de João Jardim, é um importante documentário sobre
as diferentes situações enfrentadas pelo adolescente no Brasil diante de um
sistema de educação público precário e carregado de preconceitos, violências e
esperanças. O vídeo traz realidades sociais e regionais variadas envolvendo três
estados (Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo) com depoimentos de estudantes
falando sobre suas vidas escolares, projetos e sonhos. O material está disponível
em: <https://www.youtube.com/watch?v=nvsbb6XHu_I&t=70s
(https://www.youtube.com/watch?v=nvsbb6XHu_I&t=70s)>.
Apesar do Brasil ter avançado bastante no acesso à educação, quase ao nível de uma universalização
total, muitos problemas assolam o país. Condições para permanência, estrutura das escolas, dentre
outros, são alguns dos problemas que o país ainda enfrenta.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgou em 2018 o “Panorama da distorção da
idade-série no Brasil” que aponta que dos 35 milhões de estudantes matriculados no ensino fundamental
e no ensino médio, mais de 7 milhões encontram-se com dois ou mais anos de atraso escolar, ou seja,
em distorção idade-série (UNICEF, 2018c). Acresce-se a esse panorama educacional o fato de o Brasil
possuir 1,7 milhão de jovens entre 15 a 17 anos fora da escola (VOLPI; SILVA; RIBEIRO, 2014).

Figura 4 - Desempenho de alunos do ensino médio no Brasil é preocupante, segundo dados oficiais do
MEC.
Fonte: LStockStudio, Shutterstock, 2018.

Outro fator preocupante em relação ao ensino médio brasileiro foi demonstrado pelos resultados do
Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) de 2017. Os dados revelados pelo INEP/MEC apontam
que sete de cada dez estudantes do terceiro ano do ensino médio possuem baixo conhecimento em
matérias básicas na formação escolarizada nessa etapa formativa. Apenas 4% têm um rendimento
adequado em português e matemática (INEP/MEC, 2018a).

2.2.1 Sobre a Educação Básica


Agora que você já conhece alguns indicadores da realidade educacional brasileira, vamos acompanhar
como a Educação Básica se encontra na estrutura da LDBEN. É importante que você saiba que nessa
legislação a Educação Escolar não é a Educação Básica; ela é mais abrangente, e se compõe por
Educação Básica e Educação Universitária. Preste atenção a essa nomenclatura, porque muitas vezes a
utilizamos de forma equivocada. Apesar de a expressão “educação escolar” parecer evocar educação
em escolas, no caso da LDBEN ela é mais ampla e reúne Educação Básica e Educação Universitária. Por
sua vez, a Educação Básica compreende três níveis de ensino: Educação Infantil, Ensino Fundamental e
Ensino Médio.
Veja a imagem a seguir, que certamente ajuda na compreensão sobre essa estrutura.
Figura 5 - Níveis escolares em conformidade com a Lei n. 9.394/96.
Fonte: Elaborada pela autora, 2018.

Em termos de organização dos fluxos escolares, a LDBEN atribui aos respectivos sistemas de ensino a
responsabilidade pela construção do calendário escolar com as adequações correspondentes às
singularidades locais e/ou regionais, incluindo questões econômicas e climáticas. O cumprimento da
carga horária anual mínima deve ser mantido: 800 horas para o Ensino Fundamental e para o Ensino
Médio, e, no mínimo, 200 dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais,
quando houver.
Figura 6 - A diversidade cultural brasileira evidencia a necessidade de currículos escolares plurais e
inclusivos.
Fonte: Csp, Shutterstock, 2018.

Em relação aos currículos da Educação Básica, todos os níveis escolares deverão oferecer uma base
comum e outra parte diversificada que inclua as características regionais e locais da sociedade. O
ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais, se tornou obrigatório para toda a Educação
Básica pela Lei n. 13.415/17.

2.2.2 A reforma do Ensino Médio e as alterações na Lei n. 9.394/96


As mais significativas mudanças que ocorreram no texto original da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, promulgada em 20 de dezembro de 1996, foram atribuídas pela Lei n. 13.415, de 16
de fevereiro de 2017, também conhecida como Lei da Reforma do Ensino Médio. Você já escutou falar
dessa reforma? Sabia que ela redefine a estrutura e a organização do ensino médio? Vamos juntos
compreender melhor a seu respeito.
Inicialmente, a chamada reforma do Ensino Médio foi aprovada pelo então Presidente Michel Temer
(2016-2018) por meio da Medida Provisória n. 746, de 22 de setembro de 2016. Posteriormente, com
algumas modificações no texto inicial, foi aprovada pelo Congresso Nacional e publicada na forma de lei.
Mas, do que se trata esse dispositivo legal? De saída, pode-se dizer que incide diretamente no Ensino
Médio, alterando sua estrutura e seu funcionamento. A lei propõe um reordenamento, mudanças
curriculares e na carga horária do ensino, além de introduzir a formação técnica e profissional.
A reforma do Ensino Médio partiu da constatação de que as altas taxas de reprovação e de abandono e a
distorção da idade-série nesse nível de ensino não estavam permitindo o cumprimento das atribuições
legais prescritas pelo art. 35 da LDBEN:

I – a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino


fundamental [...];
II – a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar
aprendendo [...];
III – o aprimoramento do educando como pessoa humana [...];
IV – a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos,
relacionando a teoria com a prática [...] (BRASIL, 1996).

Diante desse panorama, o governo Temer decidiu reordenar o Ensino Médio, que, segundo o seu
entendimento, estava ultrapassado e desinteressante para a maioria dos jovens brasileiros. Nesse
sentido, propôs uma reestruturação curricular a partir da inclusão de quatro áreas do conhecimento:
linguagens e suas tecnologias; matemática e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias;
e ciências humanas e sociais aplicadas (BRASIL, 2017). Segundo os princípios estabelecidos pela
reforma do Ensino Médio, o estudante poderá escolher a área que pretende priorizar.

CASO
Luiz Antônio é estudante do Ensino Médio de uma escola na Região Metropolitana
de Belo Horizonte. Entre as diversas carreiras profissionais que vem pesquisando,
ele está inclinado a abraçar a de professor, mais exatamente de História, com a
qual sempre se identificou. Nesse sentido, o curso que certamente fará é o de
Licenciatura nessa área.
Diante dessa decisão, e considerando a Lei n. 13.415, de 16 de fevereiro de 2017,
que estabelece que o aluno deva escolher um dos quatro percursos formativos
disponíveis no texto legal, qual será a opção de Luiz Antônio: linguagens e suas
tecnologias? Matemática e suas tecnologias? Ciências da natureza e suas
tecnologias? Ou ciências humanas e sociais aplicadas?

Certamente, o caminho mais adequado é aquele que concentra os estudos na área


de conhecimentos em ciências humanas e suas tecnologias. Isso porque reúne as
disciplinas de história, geografia, sociologia e filosofia, que estão estreitamente
ligadas à formação e exercício profissional de Luiz Antônio.

Ainda sobre as modificações curriculares trazidas pela reforma do Ensino Médio e incorporadas pela
LDBEN, o ensino de língua inglesa passou a ser obrigatório a partir do sexto ano do Ensino Fundamental.
A carga horária atual de 800 horas anuais, distribuídas em 200 dias letivos, passará, progressivamente,
no prazo de cinco anos, para 1.400 horas. Além disso, 60% da carga horária serão destinados aos
conteúdos curriculares previstos pela Base Nacional Comum Curricular do ensino médio (BNCC), e os
40% restantes serão optativos (BRASIL, 2017).
Uma vez que tratamos da reforma do Ensino Médio, nosso próximo passo é compreender como a
Educação Superior e a Educação Especial se encontram disciplinadas na LDBEN.
Ainda sobre as modificações curriculares trazidas pela reforma do Ensino Médio e incorporadas pela
LDBEN, o ensino de língua inglesa passou a ser obrigatório a partir do sexto ano do Ensino Fundamental.
A carga horária atual de 800 horas anuais, distribuídas em 200 dias letivos, passará, progressivamente,
no prazo de cinco anos, para 1.400 horas. Além disso, 60% da carga horária serão destinados aos
conteúdos curriculares previstos pela Base Nacional Comum Curricular do ensino médio (BNCC), e os
40% restantes serão optativos (BRASIL, 2017).
Uma vez que tratamos da reforma do Ensino Médio, nosso próximo passo é compreender como a
Educação Superior e a Educação Especial se encontram disciplinadas na LDBEN.

2.3 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – sobre a


Educação Superior e a Educação Especial
Você saber dizer o que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional estabelece a respeito da
Educação Superior – que juntamente com a Educação Básica faz parte da Educação Escolar? E sobre a
Educação Especial, o que esse dispositivo legal determina? Esse é o assunto que trataremos neste
tópico.
Um destaque importante a ser feito diz respeito ao expressivo crescimento do ensino superior na
modalidade da Educação a Distância. Segundo dados do Censo da Educação Superior, as matrículas em
cursos nessa modalidade equivalem a 21,2% do total, e 75,3% delas pertencem a instituições
particulares (BRASIL, 2017).

Figura 7 - A Educação a Distância, que utiliza as ferramentas tecnológicas de comunicação, tem crescido
significativamente no Brasil.
Fonte: Ilkercelik, Shutterstock, 2018.

De acordo com a LDBEN, a Educação Superior abrange cursos sequenciais por campo de saber, cursos
de graduação e de pós-graduação (programas de mestrado e doutorado, cursos de especialização,
aperfeiçoamento) e cursos de extensão.
Os cursos sequenciais de graduação e pós-graduação, organizados por campos específicos do
conhecimento, podem atender a diferentes níveis de abrangência. A oferta deles está condicionada aos
requisitos estabelecidos pelas instituições de ensino superior; os candidatos precisam ter concluído o
Ensino Médio ou equivalente. Já os cursos de extensão são aqueles ofertados pelas universidades e
abertos à comunidade de acordo com os requisitos atribuídos por elas. Certificam e são excelentes para
a qualificação profissional.

VOCÊ QUER LER?


A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional identifica diversos objetivos
relacionados à Educação Superior. Entre eles se incluem o estímulo ao
desenvolvimento do pensamento reflexivo e à pesquisa científica, a formação de
profissionais aptos a contribuírem para o desenvolvimento da sociedade brasileira e
a atuação em prol da Educação Básica. É muito importante você conhecer todos os
objetivos que a lei dispõe a esse respeito, por isso vale a pena conferir o teor da
LDBEN especialmente no art. 43. Ele está disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm>.

Para que a Educação Superior cumpra com suas finalidades educativas, faz-se necessário que as
dimensões da autonomia pedagógica, de gestão administrativa e financeira sejam respeitadas.
De acordo com o Decreto n. 9.235, de 15 de dezembro de 2017, as universidades, como instituições
pluridisciplinares, se constituem em lugar do pluralismo democrático de ideias, com liberdade para
ensinar; caracterizam-se pela “indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão” (BRASIL, 2017d).
Além disso, devem possuir obrigatoriamente em seus quadros a “proporcionalidade de 1/3 de
professores com titulação de mestrado ou doutorado; [...] “um quinto do corpo docente [deve] estar
contratado em regime de tempo integral” (BRASIL, 2017d).
Para além das universidades, existem as instituições que não possuem esse status, mas que têm o
respaldo legal para ofertar o ensino superior. Clique nos botões abaixo e veja quais são elas:

Institutos Superiores de Educação.


Centros Federais de Educação Tecnológica e/ou
Centros de Educação Tecnológica.

Faculdades isoladas.

Faculdades integradas.

2.3.1 Art. 43 ao 60
Como pudemos acompanhar nos tópicos anteriores, as transformações pelas quais passam as
sociedades impulsionam as pessoas a reivindicarem seus direitos sociais como forma de exercitar a
cidadania. Com a Educação Especial não foi diferente. Inserida como um direito constitucional desde
1988, as questões relativas à inclusão escolar ainda enfrentam sérios desafios decorrentes de um
conjunto de fatores, entre os quais se incluem: falta de estrutura física adequada nas escolas, ausência
de recursos humanos especializados, metodologias de ensino adaptadas, materiais didáticos
adequados e outros.

Figura 8 - Educação Especial ainda enfrenta dificuldades, entre as quais a falta de material didático
adequado.
Fonte: Elnur, Shutterstock, 2018.

De acordo com o art. 58 da LDBEN, a Educação Especial é considerada uma “modalidade de educação
escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação” (BRASIL, 1996). A lei prevê
ainda no mesmo artigo “serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às
peculiaridades da clientela de educação especial” (BRASIL, 1996). No entanto, prescreve que isso possa
ser feito a partir de serviços especializados. Na prática, como as escolas públicas possuem poucos
recursos, resulta, muitas vezes, que esses serviços especializados sejam realizados em locais
específicos e distantes dos cotidianos das escolas.

VOCÊ QUER LER?


A Educação Especial vem merecendo a atenção de educadores e legisladores para
que se criem condições de o tema ser tratado adequadamente. Se você deseja se
aprofundar no assunto, leia “Política Nacional de Educação Especial na perspectiva
da Educação Inclusiva”, que apresenta marcos históricos e normativos da temática
e um diagnóstico da Educação Especial. O material está disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf>. Outra sugestão é
a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que o
Brasil promulgou em 2009. O endereço de acesso ao documento é:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D6949.htm>.

A partir da Lei n. 13.632/18, a responsabilidade do Estado para com a Educação Especial se expande na
medida em que a coloca tendo início na Educação Infantil e estendendo-se ao longo da vida (BRASIL,
2018a). Essa mudança na legislação é muito significativa, pois assegura o direito à educação para todos,
independentemente de níveis e/ou modalidades.

2.4 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – sobre


profissionais da educação
Neste tópico vamos discorrer sobre os profissionais da educação, ou seja, um dos principais
personagens da educação. Como alcançarmos uma educação de qualidade se não tivermos professores
qualificados? Como a educação pode contribuir com a construção de uma sociedade mais justa, mais
fraterna e menos desigual se esses profissionais não estiverem comprometidos com suas funções
sociais? Quem de nós esquece o professor que fez “a diferença” em nossas vidas? Por outro lado, quem
não lembra entristecido daquele outro, despreparado e descomprometido com suas funções docentes?
Nesse sentido, você vai concordar: uma docência qualificada exige uma formação igualmente
qualificada para além de uma remuneração justa, apoiada em uma legislação trabalhista efetiva, que
possa não apenas dar dignidade aos profissionais que já estão em exercício de suas funções nas
instituições de ensino, mas também incentivar as novas gerações a escolherem a educação como
profissão.

VOCÊ SABIA?
O Censo da Educação Superior 2018 revelou que existem 1.628.676 estudantes
com matrículas ativas em cursos de Licenciaturas, o que representa 19,4% do
total de matrículas. Pela primeira vez na série histórica, o número de alunos
matriculados em licenciatura nos cursos à distância (50,2%) superou o número
de alunos matriculados nos cursos presenciais (49,8%) (INEP/MEC, 2019).

É importante dizer também que as condições de trabalho em que atuam os profissionais da educação
podem ser determinantes para qualificar ou deteriorar as atuações deles. Além das questões de
infraestrutura, por vezes bastante deficitárias, exigindo que improvisem condições estruturais para o
exercício da docência, ainda se faz necessário lembrar que trabalhar em um ambiente democrático e
participativo contribui para que os profissionais da educação se sintam coautores das políticas internas
da escola, dando-lhes outro sentimento de pertencimento à comunidade escolar.
Em termos de legislação, o art. 61 da LDBEN diz que considera “profissionais da educação escolar
básica os que, nela estando em efetivo exercício e tendo sido formados em cursos reconhecidos [...]”
(BRASIL, 1996). E disciplinou três possibilidades:

I – professores habilitados em nível médio ou superior para a docência na educação infantil e


nos ensinos fundamental e médio;
II – trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia, com habilitação em
administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como com
títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas;
III – trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso técnico ou superior em área
pedagógica ou afim (BRASIL, 1996).
Figura 9 - O ambiente democrático favorece o sentimento de pertencimento de professores à escola.
Fonte: Rawpixel, Shutterstock, 2018.

A partir da Lei n. 13.415, de 2017, duas outras possibilidades de formação foram incluídas – uma delas
relacionada à reforma do Ensino Médio e exclusivamente para atuar nesse segmento e em que passou a
ser admitido:

profissionais com notório saber reconhecido pelos respectivos sistemas de ensino, para
ministrar conteúdos de áreas afins à sua formação ou experiência profissional, atestados por
titulação específica ou prática de ensino em unidades educacionais da rede pública ou
privada ou das corporações privadas em que tenham atuado (BRASIL, 1996).

O outro acréscimo feito pela mesma lei (art. 61, V) diz respeito a “profissionais graduados que tenham
feito complementação pedagógica, conforme disposto pelo Conselho Nacional de Educação” (BRASIL,
1996).
A inclusão na LDBEN de profissionais com notório saber entre os profissionais da educação, ainda que
de forma restrita ao Ensino Médio, levou muitos estudiosos do campo da educação a criticarem essa
possibilidade. Isso porque dificilmente um profissional sem o conhecimento dos saberes específicos das
licenciaturas, incluindo didática, metodologia de ensino, teoria e prática pedagógicas, pode ter as
habilidades e competências necessárias para a docência.
Sobre os profissionais da educação, cabe a ressalva feita pela professora Sofia Lerche Vieira, quando diz:
“No terreno concreto do exercício da profissão, porém, a valorização do magistério tem deixado muito a
desejar, sendo uma reivindicação comum a todas as categorias docentes a melhoria de suas condições
salariais e de trabalho” (VIEIRA, 2015, p. 28).
Na LDBEN, a formação dos professores para atuarem na Educação Básica foi modificada por
interferência da Lei n. 13.415/17 e passou a ser disciplinada da seguinte maneira: “em nível superior, em
curso de licenciatura plena, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na
educação infantil e nos cinco primeiros anos do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na
modalidade normal” (BRASIL, 1996).
Figura 10 - A atuação qualificada do professor exige igualmente uma formação de qualidade.
Fonte: Syda Productions, Shutterstock, 2018.

Por lei, caberá à União, ao Distrito Federal, aos estados e aos municípios, em regime de colaboração, a
responsabilidade pela promoção da formação inicial e continuada dos professores. Em consonância
com o disciplinamento atribuído pela Lei n. 9.394/96, a utilização de recursos e tecnologias da Educação
a Distância estaria voltada à formação continuada e a capacitação dos profissionais de magistério.
Em termos de formação inicial, a LDBEN (art. 62, § 3º) utiliza o termo “preferencialmente” para referir-se
ao ensino presencial e “subsidiariamente fazendo uso de recursos e tecnologias de educação a
distância” (BRASIL, 1996). No entanto, em especial, a partir do Decreto n. 9.057/17, que regulamentou o
art. 80 da Lei n. 9.394/96, a oferta de cursos de graduação e pós-graduação na modalidade da Educação
a Distância ficou mais ampla e tem sido utilizada de forma expressiva para cursos de licenciaturas.
VOCÊ QUER LER?
Que tal conhecer a legislação sobre Educação a Distância, além de manter-se
sempre atualizado com informações sobre essa modalidade? Uma interessante é o
site da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed). Ali você encontra
também artigos científicos, eventos acadêmicos e cursos ofertados tanto pela rede
privada quanto pública. O endereço eletrônico da associação é:
<http://www.abed.org.br/site/pt/>.

Por fim, vale a pena sublinhar que, de acordo com o que pudemos acompanhar no percurso até aqui, a
realidade brasileira apresenta imensos desafios a serem enfrentados e vencidos. Entre eles, a formação
e a valorização dos profissionais da educação se tornam fundamentais, pois sem educadores
qualificados não poderemos ter uma educação qualificada, conforme é o anseio da nossa sociedade.
Nesse sentido, a qualidade da formação inicial de professores não pode ser julgada pela modalidade
(presencial ou a distância) e, sim, por aquilo que os cursos de formação de professores oferecem na
perspectiva de democratizar o ensino com qualidade socialmente referendada.

Conclusão
Ao concluir este capítulo você teve a possibilidade de percorrer a legislação educacional desde 1996 aos
dias de hoje. Além disso, conheceu com profundidade a Lei Diretrizes e Bases da Educação Nacional –
Lei n. 9.394/96 –, o mais importante dispositivo legal para a educação brasileira. Pôde perceber também
que, como a sociedade passa por transformações culturais, econômicas, políticas e sociais, essa lei
sofreu ajustes os quais foram feitos a partir de leis específicas demandadas para situações singulares
como foi, por exemplo, a reforma do Ensino Médio.
Você viu ainda os níveis da educação e suas relações com os entes federativos – União, estados, Distrito
Federal e municípios – e compreendeu a legislação que rege os docentes, figuras centrais para o
processo de democratização da educação com a inclusão de todos.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:

• acompanhar o percurso histórico da LDBEN desde sua


promulgação aos dias de hoje;
• compreender os princípios e fins da educação nacional;
• entender a estrutura e a organização da educação nacional;
• assimilar os princípios da Educação Básica;
• conhecer a reforma do Ensino Médio;
• identificar as alterações sofridas no texto original da LDBEN;
• perceber os princípios da Educação Especial;
• diferenciar modalidades e níveis de educação;
• conhecer os princípios e as finalidades da Educação Superior;
• entender a legislação que rege os profissionais da educação.

Bibliografia
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