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AVALIAÇÃO DE FILOSOFIA DA LINGUAGEM.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO.


DOCENTE: PRF. DR. FERNANDO RAUL DE ASSSIS NETO.
DISCENTE: JOÃO VITOR DE LIMA FERREIRA.
02/05/2023
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Questão 1
Escolha duas das teses e explique-as de forma simples usando exemplos:
R=
Tese 2: Uma das propriedades, ou algumas conjuntamente, são acreditadas por A como
escolhendo algum indivíduo unicamente.
A segunda tese de Kripke afirma que se um sujeito se vale de um termo, como um nome
próprio, ele estaria fazendo a escolha de se referir a um indivíduo em específico, se
baseando em propriedades que ele acredita serem pertencentes a este tal indivíduo. Para
exemplificar, suponha-se que um grupo de rapazes deseje concertar uma fiação elétrica.
Então eles pedem para seu amigo Leonardo, que é eletricista, fazer o serviço. Eles
acreditam que ser eletricista é obviamente a qualidade mais apropriada para se concertar
uma fiação. Mesmo que todos tenham a capacidade e saibam como se concertar uma
fiação, eles estão certos de que ser um eletricista é o melhor atributo para escolher alguém
para concertar a fiação. Assim eles se valeram do nome Leonardo se referindo a um
indivíduo que possui a propriedade de ser eletricista que é a mais adequada segundo eles
para se concertar uma fiação, ainda que todos saibam concertar uma fiação.
TESE 4: Se o resultado da escolha não fornece objeto algum, então ‘X’ não possui
referência.
A quarta tese de Kripke se refere a ausência de referência de uma determinada palavra
quando a escolha das propriedades não condiz com nenhum objeto que realmente exista.
Se não existir nada que corresponda aos atributos relacionados a um determinado termo,
esse termo não possui referência. Para exemplificar pode-se pensar no termo “Centauro”,
personagem monstruosa presente na mitologia grega, cujos atributos são ser homem da
cintura pra cima, e equino da cintura pra baixo. Obviamente que tal aberração não
corresponde à nenhuma criatura presente na Natureza. Portanto, no mundo real, fora dos
contos fantásticos, Centauros não possuem referência. É uma criatura a qual só se é
possível idealizar mentalmente.
Questão 2
Explique com detalhes e com os exemplos trazidos por Kripke contra cada uma das
teses que você escolheu:
R=
Refutação à tese 2: Para fazer uma refutação à segunda tese, Kripke usa um exemplo que
ele chama de Feynman-Gell-Mann. Neste exemplo ele afirma que muitos indivíduos se
valem dos termos “Feynman” e “Gell-Man” que são nomes próprios, sem terem porém
uma noção precisa de quem seriam estas duas pessoas. Os indivíduos que utilizam estes
nomes não os escolhem porquê conseguem discernir exatamente o significado destas
palavras. Eles simplesmente citam os nomes por serem os nomes que estes dois homens,
ou seja, Feynman e Gell-Mann possuem. As pessoas por ventura poderiam dizer que
Feynman é um famoso físico, mas sem conhecerem-no de maneira mais aprofundada, não
são capazes de detalhar algo que seja totalmente particular deste senhor. As pessoas
podem não saber sobre a data de seu aniversário, onde ele nasceu, ou dominar os
conteúdos que ele desenvolveu em sua carreira, mas podem usar seu nome, como um
nome próprio dele. Ou seja, a escolha de um nome próprio não se baseia em detalhes
exatos de atributos que sejam exclusivos daquela coisa a qual se deseja referir, mas é uma
relação causal entre o termo e aquilo que ele está se referindo. A tese é refutada porque
um indivíduo pode se valer de um dado nome para se referir a alguém, sem
necessariamente possuírem um conhecimento detalhado do sujeito. A escolha de um
nome próprio não seria portanto baseada exclusiva e detalhadamente em uma propriedade
ou um conjunto delas.
Refutação à tese 4: Para fazer uma refutação à quarta tese, Kipke se vale do caso Gödel.
Este senhor, tendo sido um renomado matemático, descobridor de um teorema
considerado de grande importância para a teoria dos números. Este tal teorema é chamado
de Teorema da Incompletude. Este teorema comprova que sempre haverão proposições
matemáticas verdadeiras que não podem ser comprovadas por outras também
verdadeiras. Ainda que absolutamente ninguém tivesse conhecimento da existência deste
teorema descoberto por Gödel, e que por acaso, essa prova tivesse surgido do nada em
uma folha de papel, ainda assim o nome “Gödel” seria o termo a se usar para se referir ao
indivíduo em questão. Isto se dá porque “Gödel” não é propriamente uma descrição exata
dos atributos do matemático, mas do próprio matemático. Ou seja, ainda que as descrições
usadas para se chegar a um determinado termo, não apresente um objeto ou ser em
específico, tal terminologia ainda tem a possibilidade de se referir a algo ou alguém
existente na realidade.

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