Saúde Pública
INTRODUÇÃO - 10/03
Para dar início ao conteúdo, precisamos
retomar alguns conceitos, sendo o primeiro
deles a saúde.
O primeiro conceito proposto de saúde é
que ela é um silêncio orgânico – proposto
para se referir à falta de sinais clínicos. Esse
conceito é incorreto visto que nem todas as
doenças se manifestam clinicamente.
O segundo conceito foi que a saúde é o
estado do indivíduo cujas funções
orgânicas, físicas e mentais encontram-se
normais. Mas o que seria o normal? Nem
sempre o que está dentro dos valores de
referência é normal, quem disse que as
referências são normais?
Saúde é a ausência de doenças. Este é outro
conceito que ainda não está totalmente
correto, tem doenças que podem ser
controladas, como a diabetes, o que não
significa que saúde é a ausência de doenças.
Saúde é o estado de completo bem-estar
físico, mental e social, e não apenas a
ausência de enfermidades. É o conceito
mais atual proposto pela OMS, mas ainda
sim traz relacionado com o bem-estar.
Nenhum ser vivo está totalmente bem e
confortável.
SAÚDE PÚBLICA
É um esforço organizado da comunidade,
por intermédio do governo ou de
instituições, para promover, proteger e
recuperar a saúde das pessoas e da
população, por meio de ações individuais
e/ou coletivas.
SAÚDE COLETIVA
É uma área de conhecimento
multidisciplinar que visa pesquisar as
origens das doenças e como elas se
reproduzem socialmente, para que possam
ser devidamente combatidas.
SAÚDE PÚBLICA X COLETIVA
A saúde pública utiliza o conhecimento na
área de saúde coletiva para promover o
bem-estar e saúde de toda uma população.
TRAJETÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA
VISÃO MÁGICA
Antigamente, nos povos primitivos, já
existiam as doenças, mas elas eram
atreladas a espíritos malignos, maldições.
Para a cura desses processos, existiam os
xamãs e feiticeiros.
VISÃO EMPÍRICA
Na Grécia (V a.C.) havia culto aos deuses.
Especificamente a duas deusas Hygieia e
Panacea. Mas também havia plantas
medicinais.
Avançando mais na história, em 460-377
a.C., Hipócrates criou a teoria dos quatro
fluidos (sangue, linfa, bile amarela e bile
negra- coração, pulmão, fígado e baço).
Também nessa época, surgiu a teoria dos
miasmas. Miasmas seriam gases (chamados
de gases fétidos) de plantas e animais
mortos, que subiam da terra e causavam as
doenças.
Na idade média (V-XV) ou era das trevas,
não houve avanço na saúde porque houve
queda do império romano e implantação
dos sistemas feudais. A população estava
passando fome e essa era a preocupação na
época. Um exemplo é a peste negra ou
peste bubônica, que só virou peste pela falta
de controle de roedores (falta de medidas
públicas de saúde).
Ainda nessa época, a religião era muito
forte e todas as coisas eram explicadas pela
vontade de deus.
Então surge a alquimia como grande auxílio
à saúde. Trabalhavam com elementos, e
então a religião não sabia explicar, o que
diminui a força mística de explicar a saúde.
VISÃO AUTORITÁRIA
O Estado pregava o intervencionismo
estatal, já os fisiocratas pensavam que se
uma sociedade morre, é porque faltou
capacidade de evoluir. Enquanto o Estado
pretendia proporcionar saúde a todos, os
fisiocratas não queriam intervenção estatal.
Com a prevalência do Estado, criou-se a
polícia sanitária, onde na época havia uma
autoridade médica. Nesse período que
doenças mentais ganharam importância, o
que antes era visto com medo e insanidade,
agora era visto como doenças que precisam
ser tratadas como qualquer outra.
Durante esse período, aconteceu a
Revolução Francesa (derrubar a
monarquia). Quando há a queda da
monarquia, começa um período de
reurbanização. No lado da saúde pública, a
reurbanização traz um desconforto pela
falta de controle do crescimento das
cidades; desordem, falta de saneamento
básico etc. Com isso, a saúde pública
atinge seu ápice.
Começam a ser feitas ações de atribuição
exclusiva do Estado, como a vacinação, o
controle de grandes endemias e o
saneamento básico. O Estado gira em torno
da economia, as medidas para prevenir uma
doença são mais baratas que tratar a doença
propriamente dita.
O nível de aplicação pode variar desde
ações governamentais amplas (fome da
população), restritas (vacinação cabe ao
ministério da saúde somente), ação do
profissional em relação ao paciente
(consulta médica), ação de auxiliar em
relação à pessoa e ação individual
(exercício físico, alimentação adequada
etc.).
VISÃO CIENTÍFICA
Dividida em três períodos.
CONTÁBIL
Nesse período, os números eram muito
importantes. Índices de saúde como
mortalidade, natalidade, proporção
homens/mulheres foram criadas e eram
muito observadas.
O malthusianismo propôs que a população
tem um crescimento geométrico e os
alimentos crescem aritmeticamente. Há um
ponto de crise em que a população cresceu
demais e há falta de alimento. Com medo
desse ponto de crise, houve controle
populacional onde estipularam o número de
pessoas em uma família. Hoje em dia, há o
neomalthusianismo.
Surgiu nessa mesma época a eugenia, onde
um grupo era melhor que outro e deveria
ser preservado mais que outro (teoria usada
no nazismo).
EPIDEMIOLÓGICA
Se baseia na distribuição e fatores
determinantes para o acontecimento de
doenças.
Nessa época, John Snow (médico) foi atrás
de entender a distribuição da doença. Ele
relacionou um surto de cólera com a
distribuição da água, onde comprovou que
havia essa relação entre a doença e a água.
ARMADA
Nesse período, a teoria dos miasmas é
totalmente refutada. Também aqui, temos
criação de ferramentas como microscópios,
além do avanço na microbiologia e no
controle de doenças.
Mas nesse período também há a
industrialização, onde surgem novos
problemas em relação aos dejetos e
resíduos. A industrialização juntamente
com a falta de consciência e planejamento
das pessoas gera um novo problema.
VISÃO SOCIAL
Começa com planejamento para garantir
um seguro social (assegura o acesso à saúde
para todos). Nesse período há integração e
coordenação andando lado a lado.
AVANÇOS NA SAÚDE PÚBLICA
Avanços importantes para a área da saúde
pública: descoberta de novas vacinas,
descoberta de novos antimicrobianos,
campanhas a nível nacional, obras de
saneamento básico e estudos
epidemiológicos.
ATUAÇÃO DO MÉDICO
VETERINÁRIO
ZOONOSES
O médico veterinário entende melhor do
que os médicos humanos com relação aos
ciclos de parasitas e outras doenças
zoonóticas.
CONTROLE DE SINANTRÓPICOS
Animais indesejados que vivem perto dos
humanos como roedores, pombos,
artrópodes...
DESASTRES NATURAIS
Nesses desastres temos animais atingidos,
mas também na questão do saneamento
básico e higienização dos locais. Os
desastres também incluem zoonoses e
animais sinantrópicos.
Aqui se aplica muito o conceito de saúde
única, onde o médico veterinário atua com
animais, humanos e meio ambiente.
SANEAMENTO BÁSICO
O médico veterinário também atua nessa
área.
HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA
NO BRASIL E POLÍTICAS
PÚBLICAS – 17/03
Tem início no período colonial com a
chegada dos portugueses no país,
interessados na extração de recursos (pau-
brasil, minérios e açúcar).
PERÍODO COLONIAL
Inicialmente houve a escravização de
indígenas, mas perceberam que eles não
tinham resistência aos patógenos e ao
trabalho pesado.
Com isso, a escravização teve como alvo os
africanos, que eram mais resistentes aos
patógenos europeus, uma vez que já eram
expostos a eles há muito mais tempo.
Patógenos como a malária e a febre amarela
já eram presentes no Brasil, mas os
portugueses introduziram a peste bubônica,
cólera etc.
Nesse período, os responsáveis pela cura de
indígenas eram os pajés ou curandeiros
(africanos), através de plantas medicinais.
Em relação aos portugueses, introduziram
os jesuítas para a doutrinação da população
indígena, conversão ao cristianismo.
PERÍODO IMPERIAL
Com a chegada da família real, instalaram-
se escolas de medicina, engenharia etc.
Nesse período, as epidemias eram
preocupantes, mas não visavam a cura de
um indivíduo e sim para evitar que as
doenças chegassem à nobreza, e para evitar
a falta de trabalho (pessoas doentes não
trabalhavam).
REPÚBLICA VELHA
Políticas sanitárias foram criadas
principalmente por Oswaldo Cruz. Entre
elas, visava o controle da febre amarela
(controle de mosquitos), peste bubônica
(controle de roedores) e varíola.
Essas medidas eram autoritárias, invadiam
as casas de pessoas mais pobres (densidade
demográfica alta) e quando tinham sinais
clínicos, queimavam roupas, bens e até as
residências. Com isso, a população se
revoltou em 1904 com a Revolta da
Vacina. A nobreza saiu ilesa!
Nesse período, também se criou as caixas
de aposentadorias e pensões (CAPs),
considerada a primeira política pública.
Garantiu o direito à aposentadoria por
invalidez ou por tempo de contribuição,
bem como à pensão por morte e assistência
médica. Também para pessoas
“importantes” da sociedade.
REPÚBLICA NOVA
Nesse período, Getúlio Vargas modificou a
CAPs para as IAPs, institutos de
aposentadoria e pensões, abrangendo uma
maior parte da população.
Ainda houve a criação de dois ministérios
MESP (ministério da educação e saúde
pública) e MTIC (ministério do trabalho,
indústria e comércio).
O serviço especial de saúde pública (SESP)
também teve início nesse período. Era
responsável por levar condições mínimas a
trabalhadores mais distantes como por
exemplo os de extração de minérios na
Amazônia.
REPÚBLICA CONTEMPORÂNEA
Criou-se o ministério da Saúde (1953), para
o controle de endemias para não se
tornarem epidemias.
Pandemia – doença que ultrapassa o
esperado a nível global
Epidemia – doença que ultrapassa o
esperado em certos locais.
Endemia – doença que não ultrapassa o
esperado, geralmente relacionado com a
época do ano (dengue no verão, por
exemplo, no litoral).
Surtos – aumento de casos de uma doença
em um local.
Aumentou-se a industrialização do país,
com isso há o aumento da necessidade de
saneamento básico. Um crescimento muito
rápido e sem planejamento, falta de
saneamento básico e então doenças
acometem a população.
Em 1965 há a criação do INPS (Instituto
Nacional de Previdência Social) que
garante o direito à saúde para todos. Mas
não teve o planejamento, uma vez que não
teve investimentos e os hospitais e
profissionais não aumentaram. Antes era
limitado a certas pessoas e agora todas
teriam acesso, levando à superlotação. Foi
considerado o colapso da saúde.
Então em 1977, criou-se o sistema nacional
de assistência e previdência social
(SINPAS) e institutos nacional de
assistência médica da previdência social
(INAMPS). Neste momento que o governo
consegue reverter superficialmente o
colapso da saúde.
Em 1982, com os programas de ações
integradas de saúde (PAIS) há a
hierarquização das unidades de saúde. UBS,
UPA, hospitais...
Em 1986 há VIII Conferência Nacional de
Saúde, em 1987 os Sistemas Unificados e
Descentralizados de Saúde (SUDS),
precursor do SUS. Em 1988 surgiu a
Constituição Cidadã.
Por fim, criou-se o sistema único de saúde
(SUS), atuando no saneamento básico,
medicamentos e vacinas gratuitas,
vigilância.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)
– 24/03
O conceito do SUS é o conjunto de todas as
ações e serviços de saúde prestados por
órgãos e instituições públicas.
Órgãos de administração direta são aqueles
que são diretamente ligados aos serviços
públicos como câmara de vereadores,
presidência...
Órgãos de administração indireta são
aqueles que servem e prestam serviços aos
de administração direta. Correios,
Petrobrás...
LEGISLAÇÃO
Teve início na constituição cidadã e
atualmente se baseia em duas legislações.
Lei nº 8.080/1990 – Aborda as diretrizes,
princípios, objetivos, estrutura e
atribuições.
Lei nº 8142/1990 – Aborda o
funcionamento da participação social e
financiamento do SUS.
FUNCIONAMENTO
Há três tipos de abrangência: nacional,
estadual e municipal. O enfoque é na
abrangência municipal uma vez que é
mais próxima da realidade regional.
Campanhas de vacinação são diferentes
com base nas doenças e enfermidades
presentes no local.
RESPONSABILIDADE DOS ENTES
União – é o principal financiador da rede
pública de saúde, sendo responsável por
formular políticas nacionais de saúde, além
de avaliar os instrumentos para o controle
do SUS.
Estado – é responsável por formular as suas
próprias políticas de saúde, visando
coordenar e planejar o SUS em nível
estadual, respeitando a normatização
federal.
Município – é responsável pela execução
das ações e serviços de saúde no âmbito do
seu território, visando coordenar e planejar
o SUS em nível municipal, respeitando a
normatização federal.
GESTORES E RESPONSABILIDADES
MINISTÉRIO DA SAÚDE
É a gestão nacional do SUS. Responsável
pela formulação, normatização,
fiscalização, monitoração e avaliação de
políticas e ações.
SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE
(SES)
Participa da formulação das políticas e
ações de saúde, presta apoio aos municípios
e aprova e implementa o plano estadual de
saúde.
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE
(SMS)
Planeja, organiza, controla, avalia e executa
as ações e serviços de saúde, visando
aprovar e implantar o plano municipal de
saúde.
COMPOSIÇÃO DOS CONSELHOS
São formados por 10-20 membros, sendo
50% representantes de usuários, 25% de
trabalhadores da saúde e 25% de
prestadores de serviços.
FINANCIAMENTO
15% da arrecadação dos municípios é
voltada para a saúde. No nível estadual,
12% dos lucros são voltados à saúde. Na
união (país) soma-se a quantia gasta do
nível anterior com a variação nominal do
PIB.
PRINCÍPIOS
Divididos em doutrinários e organizativos.
DOUTRINÁRIOS
Universalização, equidade e integralidade.
UNIVERSALIZAÇÃO
Saúde é um direito de cidadania de todas as
pessoas e cabe ao Estado assegurar esse
direito.
EQUIDADE
Diminuição das desigualdades. Trabalha de
forma desigual para combater as
desigualdades.
Igualdade x equidade
INTEGRALIDADE
Considera as pessoas como um todo,
atendendo a todas as suas necessidades.
ORGANIZATIVOS
Hierarquização, regionalização,
descentralização e participação popular.
HIERARQUIZAÇÃO
Os serviços devem ser organizados em
níveis crescentes de complexidade.
UBS – UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
É a porta de entrada dos atendimentos,
subdividida em UBS 1-4 conforme a
quantidade de equipes de atenção básica e
saúde da família.
UPA – UNIDADE DE PRONTO
ATENDIMENTO
É intermediário em relação a complexidade
e volume de atendimentos. Também
subdivididas de 1-3 conforme o número de
leitos disponíveis.
HOSPITAIS
É o local mais complexo e com menos
volume de atendimento, para onde são
encaminhados os casos mais graves.
Podem ser subdivididos com base em três
características:
 Porte do hospital: pequeno porte, médio,
grande e extra (conforme leitos
disponíveis).
 Perfil de assistência: clínicas básicas,
hospital geral, especializado, de urgência,
universitário ou de ensino e pesquisa.
 Nível de complexidade: nível básico,
primário, secundário, terciário ou
quaternário.
REGIONALIZAÇÃO
Distribuição espacial eficiente das ações e
serviços de saúde.
DESCENTRALIZAÇÃO
Redistribuição de poder e responsabilidade
entre os três níveis de governo.
PARTICIPAÇÃO POPULAR
A sociedade deve participar no dia a dia do
sistema.
ATUAÇÕES DO SUS
Atua em serviços de saúde, controle de
qualidade da água potável, fiscalização de
alimentos e cosméticos, assiduidade dos
aeroportos e rodoviárias, campanhas de
vacinação e doação de sangue, assistência
farmacêutica, controle de medicamentos
genéricos e serviço de atendimento móvel
de urgência (SAMU).
DISPONIBILIZAÇÃO DE
MEDICAMENTOS
Temos três tipos de medicamentos: básicos,
estratégicos, de alto custo.
MEDICAMENTOS BÁSICOS
Aqueles de uso contínuo, em doenças como
a diabetes, pressão alta... Também entram
medicamentos comuns como o benzetacil.
MEDICAMENTOS ESTRATÉGICOS
Utilizados em regiões específicas para
afecções locais, como a dengue em regiões
mais litorâneas.
MEDICAMENTOS DE ALTO CUSTO
Medicamentos que a maioria da população
não consegue bancar.
PROGRAMAS RELEVANTES
Transplante de órgãos, hemoterapia, rede
cegonha, bancos de leite materno, programa
mais médicos, judicialização da saúde,
saúde LGBT, saúde do homem, saúde
indígena.
IMPASSES DO SUS
SUBFINANCIAMENTO
Recursos destinados à operacionalização e
financiamento do SUS estão aquém de suas
necessidades.
INSUFICIÊNCIAS NA GESTÃO LOCAL
Baixa resolutividade da rede básica e
serviços, juntamente com a deficiência na
formação dos profissionais de saúde e a
deficiência na gestão dos sistemas loco
regionais de saúde.
NÚCLEO DE ATENÇÃO À SAÚDE DA
FAMÍLIA (NASF)
Atenção primária à saúde é a porta de
entrada prioritária do sistema de saúde,
como as UBS.
O NASF não é porta de entrada e sim
auxilia a população a chegar nas UBS.
A integralidade relacionada aos NASF se
dá pela abordagem integral do indivíduo,
organização das práticas de saúde e garantia
de acesso aos indivíduos.
AÇÕES DO MÉDICO VETERINÁRIO
 Avaliação de fatores de risco à saúde;
 Desenvolvimento de ações educativas e de
mobilização contínua da comunidade;
 Educação em saúde;
 Prevenção, controle e diagnóstico
situacional de riscos de zoonoses;
 Prevenção e controle de doenças
transmissíveis por alimentos;
 Orientações quanto a qualificação no
manejo de resíduos;
CONTROLE DE ANIMAIS
SINANTRÓPICOS – 31/03
São animais que se adaptaram a viver junto Possuem neofobia marcada, seria o medo
aos seres humanos, a despeito da vontade do novo, medo do ser humano uma vez que
desses. não conhecem.

Precisam de fatores de sobrevivência como

alimentos, água e abrigo.
Alimentos: podem ser oferecidos de forma
ativa (alimentação de pombos) ou de forma
passiva (alimentam-se de resíduos).
Água: não é um fator limitante, é o fator de
menor importância porque pode ser obtida
pelos próprios alimentos ou pela chuva.
Abrigo: qualquer lugar que os animais se
sintam seguros e protegidos.
ROEDORES
IMPORTÂNCIA ECONÔMICA
Pelo consumo de grãos e danos aos
mesmos. Ficam roendo os grãos, então
roem mais do que consomem, danificando a
produção.
RATTUS RATTUS
Espécie arvícola e intradomiciliar,
conhecido como rato do telhado. Tem área
de atuação de 60 metros e vive tanto em
áreas urbanas quanto rurais. Também
possuem neofobia.
MUS MUSCULUS
Também é uma espécie arvícola e
intradomiciliar, encontrado dentro de
móveis (estofado, gavetas...).
Área restrita de 3-5 metros, tem uma
dispersão passiva (através dos seres
humanos) e tem um hábito exploratório,
não tendo medo do novo e a espécie que
mais se aproxima dos seres humanos.
DIFERENCIAÇÃO

IMPORTÂNCIA SANITÁRIA Importante avaliar para saber onde procurar

Transmitem várias zoonoses, tanto

roedores silvestres quanto urbanos.

ESPÉCIES IMPORTANTES
Basicamente três, Rattus
norvergicus, Rattus rattus e Mus
musculus.

RATTUS NORVEGICUS
os outros animais. Também podemos
Tem o hábito fossorial, ou seja, possuem o avaliar as fezes caso não encontramos
hábito de cavar. Vivem em galerias de algum espécime.
esgoto e pluviais, com área de atuação de
aproximadamente 50 metros.

Seu deslocamento pode ser ativo (ele

mesmo caminha para outro lugar) ou
passivo (através de contêiners ou
caminhões).
MANEJO INTEGRADO DE CONTROLE
Conjunto de três técnicas utilizadas para o
controle de roedores. São elas as medidas
preventivas, medidas corretivas e medidas
de eliminação.
INSPEÇÃO
É a primeira etapa, onde buscamos
espécimes, fezes, ninhos, gordura, rastros
dos roedores.
IDENTIFICAÇÃO
Observamos as diferenças anatômicas ou
das fezes dos animais.
MEDIDAS DE CONTROLE
No processo de antiratização, tenta evitar a
chegada e permanência de roedores na
propriedade. Criação de barreiras, controle
dos três A’s e educação sanitária.
Também há medidas de desratização,
através do controle no contato com os
próprios animais.
TÉCNICAS MECÂNICAS E FÍSICAS
Ambas não acabam com o problema, só
passam para outro lugar, provocando um
desequilíbrio.
Técnicas mecânicas – cruentos (ratoeiras)
ou incruentos (armadilhas com posterior
soltura).
Técnicas físicas – aparelho de ultrassom
e/ou eletromagnéticos que expulsam os
animais pelo incômodo.
TÉCNICAS BIOLÓGICAS
Utilização de bactérias que acabaram
selecionando populações resistentes. Então
se desenvolveu com a utilização de
predadores.
TÉCNICAS QUÍMICAS
Utilizam-se rodencidas ou raticidas, agudos
ou crônicos.
Os agudos têm ação rápida, em torno de 24
horas, e os animais associam o lugar de
ingestão com a morte. Não possuem
antídoto, importante para intoxicações de
outros seres vivos, é proibida no país.
Os crônicos têm ação mais lenta, morrendo
em lugares longes e os animais não
correlacionam o lugar de ingestão com a
morte. Utilizam-se anticoagulantes que
provocam hemorragias internas (antídoto é
a vitamina K).
Os crônicos são divididos em dose múltipla
(1ª geração - warfarina) e de dose única (2ª
geração - difetialona). Os de dose única
também têm maior chance de intoxicação
de outras espécies por precisar ser ingerido
uma única vez.
Há várias formas de contaminação, como
pó de contato, blocos impermeáveis e iscas.
AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO
Inspeções periódicas para verificação de
êxito ou não.
EFEITO BUMERANGUE
Acontece quando não há o controle
adequado dos roedores. Há um limite
populacional da colônia, onde animais
recém-nascidos excedentes sofrem
canibalismo.
No controle errado e eliminação de somente
alguns, voltam a se reproduzir para encher a
colônia novamente e os que sobram,
formam novas colônias, aumentando o
problema.
POMBOS
Possuem a capacidade de voo e construção
de ninhos altos, dificultando no controle.
Além disso, a própria população oferece
alimentos a eles.
Eles não possuem controle de colônias ou
bandos, não tendo número máximo de
animais.
Transmitem várias doenças, sendo as
principais criptococose, salmonelose,
toxoplasmose, entre outras, bem como
carregam parasitas.
MEDIDAS DE CONTROLE
Várias técnicas que aumentam
gradativamente.
TÉCNICAS DE BAIXO IMPACTO
Construção de superfícies inclinadas para
que os animais não fiquem pousados em
certos locais.
Construção de espantalhos, espículas
(espinhos que impedem o pouso), fios
tensionados e refletores.
BAIXO IMPACTO E RISCO A OUTREM
Ainda de baixo impactos, mas outros
indivíduos podem ser afetados.
Fogos de artifício, gel irritante de contato,
cerca elétrica, armadilhas de captura (leva o
problema para outro local, levando a um
desequilíbrio) e sonorizadores.
MEDIDAS DURÁVEIS
Vedação de espaços com telas, como em
telhados.
MEDIDAS COMPLEMENTARES
Conscientização sobre a não alimentação
para os pombos, destinação correta de
resíduos e controle de ectoparasitas destes
animais.
MEDIDAS NÃO RECOMENDADAS
Armas de fogos, envenenamento e soltura
em outros locais.
BARATAS
Possuem ampla alimentação, além de
regurgitar e defecar no local do consumo,
aumentando a transmissão de doenças.
Basicamente duas espécies Periplaneta
americana e Blatella germanica.
IMPORTÂNCIA SANITÁRIA
Participam do ciclo de várias doenças,
atuando como vetores mecânicos.
CONTROLE
O controle é feito através de vedação de
ralos (sobem pelo encanamento de esgoto),
utilização de compostos químicos e bórax
com cerveja.
MOSQUITOS
Possuem um hábito de alimentação a base
de seiva (machos) ou repasto sanguíneo
(fêmeas).
Basicamente duas espécies de importância:
Aedes spp. e Culex spp.
IMPORTÂNCIA SANITÁRIA
Atuam como vetores biológicos, com
desenvolvimento do agente dentro dos
mosquitos.
CONTROLE
Permanente: atua nas formas de
proliferação dos mosquitos. Remoção de
focos de água, drenagem de solos e
utilização de telas.
Temporárias: atuam em certa fase do
mosquito (adultos ou larvas).
Envenenamento de larvas, controle
biológico de larvas (bactérias e peixes) e
armadilhas (com CO2 para atrair) para os
adultos.
ZOONOSES – 14/04
O médico veterinário é de extrema
importância no combate às zoonoses. São
doenças ou infecções que se transmitem
naturalmente entre animais e o homem ou
vice-versa.
As doenças zoonóticas acarretam prejuízos
econômicos, perigo à saúde e uma
preocupação social.
HISTÓRIA
Começou na pré-história (neolítico) com a
estruturação da agricultura, domesticação
dos animais e o início da vida urbana em
aldeias.
Com a estruturação das cidades medievais e
castelos feudais houve a aglomeração de
pessoas, restos de alimentos e resíduos que
favoreceram o crescimento de populações
de animais sinantrópicos.
NAVEGAÇÕES
No século XVIII, existia entre os
fazendeiros ingleses a crença de que quem
tivesse tido a varíola das vacas não teria a
varíola humana. Com isso, iniciou-se o
processo de variolização na Inglaterra.
ANOS E DATAS
1855: O médico alemão Rudolph Virchow
caracterizou o termo zoonose.
1946: Proposta para a inclusão na OMS um
componente dentro da Saúde Pública
Veterinária;
1950: publicação do primeiro informe
OMS/OPS - Grupo Misto de Expertos de
Zoonoses (Genebra);
1953: Criação pela OPS (Centro
Panamericano de Zoonoses) na Argentina;
1958: Publicação do Ann. New. York
Acad. Sci, v. 70, p 1- 485. Animal disease
and Human Health.
1959: Realização nos EUA (Kansas) -
Seminário OMS/OPS sobre Ensino de
Saúde Pública nas Escolas de Medicina
Veterinária das Américas;
1963: Realização no México. Seminário
OMS/OPS de ensino de Medicina
Preventiva e Saúde Pública nas Escolas de
Medicina Veterinária;
1965: Transmissão de enfermidades
diretamente ou pelo meio ambiente. Foram
incluídas as possibilidades da participação
de reservatórios e vetores.
1977: Publicação pela OPS da primeira
edição do Livro: Zoonosis e enfermedades
transmissibles comunes al hombre y a los
animales.
DOENÇAS X ANIMAIS
Desde a antiguidade o homem relacionou o
surgimento de certas doenças com a
presença de animais.
PESTE DE ATENAS
Epidemia que atingiu a cidade de Atenas
entre 430 a.C. e 427 a.C. A epidemia
causou grande mortalidade entre a
população local (tifo, sarampo e varíola).
PESTE JUSTINIANO
A peste ocorreu 541 d.C. Com o início no
Egito até a capital do Império Bizantino. A
peste medieval foi causada por Yersinia
pestis, transmitida através da picada de
pulgas de ratos infectados. Levou à morte
de aproximadamente 1 milhão de pessoas
no Oriente Médio.
PESTE NEGRA
Também conhecida como peste bubônica,
foi a pandemia mais devastadora da
humanidade. Ocorreu em 1343, assolou a
Ásia e Europa. Seu pico de letalidade
máxima foi entre 1347 a 1351. Matou entre
75 a 200 milhões de pessoas (1/3 da
população da época).
A OMS chegou a classificá-la como uma
infecção reemergente em 2018, depois de
registrar 3.248 casos no mundo (2010 e
2015), com 584 óbitos.
A OMS descreveu que o número poderia
ser maior, pois há uma tendência de
subnotificação, ademais pulgas infectadas
com a bactéria existem em todos os
continentes (exceto Oceania).
GRIPE RUSSA Contato cada vez mais próximo entre
homem e animais;
Primeira pandemia ocorreu em 1580, se
espalhando pela Ásia, Europa, África e Propagação de doenças fácil e rápida.
América. Em 1889, a gripe russa (Influenza
A - H2N2) foi a primeira a ser INTRODUÇÃO
documentada com detalhes. Acredita-se que
75% das doenças consideradas emergentes,
1,5 milhões de pessoas morreram.
tem uma fonte de vida selvagem, seja de
forma direta ou indireta por meio de
GRIPE ESPANHOLA
vetores.
A gripe espanhola (Influenza A- H1N1),
ocorreu entre 1918 a 1919, afetando não só 2/3 das doenças infecciosas são
idosos e pacientes com sistema consideradas zoonoses e há 1 bilhão de
imunológico debilitado como também doentes e milhões de óbitos por ano.
jovens e adultos. A origem acredita-se ser
A vida selvagem é um importante “pool
os Estados Unidos, matando 100 milhões de
zoonótico” de novos patógenos e os
pessoas.
animais domésticos atuam como
No Brasil, foi responsável por grande parte amplificadores.
da mortalidade de indígenas e levou a óbito
As zoonoses originadas na vida selvagem
cerca de 35 mil brasileiros
têm sido a ameaça mais global de todas as
doenças infecciosas emergentes.
OUTRAS GRIPES
 1957 a 1958 (Gripe asiática – H2N2) - 2
milhões de mortos;
 1968 a 1969 (Gripe Hong Kong – H3N2) –
3 milhões de mortos;
ZOONOSES – ANIMAIS SILVESTRES
 2009 a 2010 (Gripe suína – H1N1) –
origem no México – matou 17 mil pessoas A maioria dos agentes etiológicos de
(sobretudo jovens); zoonoses pode estar presente em animais
 1997 e 2004 – (Ásia, Europa e África) selvagens.
cerca de 300 pessoas (1,5 milhão de aves
foram mortas em 1997 como medida A medida que é obtido o controle de uma
profilática) zoonose nos ecossistemas urbanos e rurais,
o próximo desafio são os ecossistemas
RESUMO silvestres.
 Gripe espanhola (1918 e 1919) - cepas de
A ecologia e o comportamento dos animais
influenza em aves;
revelam suas relações tróficas como
 SARS (2003) - gatos-de-algália infectados
por morcegos;
preferências alimentares, modo de
 Influenza H1N1 (2009) – suínos; forrageamento dos hospedeiros, indicadores
 MERS (2012) - Arábia Saudita – camelos e da ecologia e biogeografia e pesquisa da
morcegos; biodiversidade.
 COVID-19 (2020) – morcegos??,
pangolim? PONTOS IMPORTANTES

O comércio, transporte, viagens, turismo e

Aumento na interação do homem com o
terrorismo para a propagação de doenças
ecossistema;
zoonóticas epidêmicas, endêmicas e
pandêmicas.
A rede de fatores biológicos, genéticos,
ecológicos, climáticos, antropogênicos,
socioeconômicos. Há necessidade de
estratégias de vigilância e controle mais
eficientes.
SAÚDE ÚNICA
"One Health” é o esforço colaborativo de
várias profissões relacionadas com a saúde,
juntamente com suas disciplinas e
instituições relacionadas:
Trabalho local, nacional e global para
atingir a saúde ideal para pessoas, animais
domésticos, vida selvagem, plantas e o
nosso ambiente.
A saúde única entende que o homem está
inserido no ambiente, assim se deve
compreender que a saúde depende do
equilíbrio entre a saúde humana, animal e
o meio ambiente.
“Um mecanismo colaborativo, internacional,
transversal e multidisciplinar para enfrentar
ameaças e reduzir os riscos de doenças
infecciosas prejudiciais na interface animal
humano-ecossistema.” – Food and Agriculture
Organization.
Temos como objetivo estruturar e
consolidar oficialmente a abordagem de
Saúde Única no contexto da Vigilância
Epidemiológica das doenças infecciosas
zoonóticas e agravos de relevância para a
saúde pública causados por animais.
CLASSIFICAÇÃO DE ZOONOSES
ANTROPOZOONOSES
Agentes de doenças que são perpetuados
pela transmissão entre animais, porém que
podem eventualmente acometer seres
humanos.
Exemplo: raiva e fascíola.
ZOOANTHROPONOSES
Agentes de doenças que são perpetuados
pela transmissão entre seres humanos,
porém que podem eventualmente acometer
animais.
Exemplo: tuberculose pelo Mycobacteirum
tuberculosis tipo humano.
AMPHIXENOSIS
Agentes de doenças que se transmitem com
igual intensidade entre animais, entre seres
humanos e entre ambos.
Exemplo: estafilococose.
ZOONOSES DIRETAS
O agente pode persistir com passagens
sucessivas por uma única espécie de animal
vertebrado.
Exemplo: raiva.
ZOONOSES INDIRETAS
Através de alimentos, secreções e/ou
vetores.
CICLOZOONOSE
O agente precisa obrigatoriamente passar
por duas espécies distintas de animais
vertebrados para seu ciclo completo.
Exemplo: teniose e cisticercose.
METAZOONOSE
O agente necessita passar por hospedeiro
invertebrado para que o seu ciclo se
complete.
Exemplo: febre amarela.
SAPROZOONOSE
O agente precisa passar por transformações
que ocorrem no ambiente externo em
ausência de parasitismo.
Exemplo: toxoplasmose e criptococose.
ZOONOSES EMERGENTES
São aquelas que não eram conhecidas.
Exemplo: influenza aviária.
ZOONOSES REEMERGENTES
São aquelas que estavam controladas ou
com perspectiva de controle e voltaram a
ocorrer com maior incidência.
Exemplo: tuberculose.
GRAVIDADE
Graves para o homem e animais –
Tuberculose
Graves para o homem e raro em animais –
Febre Q
Raro afetar o homem e grave epizootias –
Pasteurelose
IMPORTÂNCIA DAS ZOONOSES
O impacto das enfermidades zoonóticas
sobre a saúde humana leva à necessidade de
serviços veterinários permanentes nas
unidades de saúde.
Deve haver um envolvimento de equipes
multidisciplinares, criação de CCZs. Deve
haver uma associação entre o Ministério da
Saúde e o Ministério da Agricultura.
COMO ATENDER
CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL
Dejetos de animais em vias e logradouros
públicos, na areia da praia no litoral, em
caixas de areia em escolas e parques.
Associado à presença de animais como cães
e gatos e outros animais.
BASE DO CONTROLE
As atividades de controle de zoonoses se
interligam a tópicos da área de Educação
em Saúde, que devem ser desenvolvidos
para a conscientização de comunidades e o
envolvimento no controle de populações
animais, levando ao aprimoramento das
condições de saúde e da preservação
ambiental.
Os enfoques podem e devem ser positivos,
agradáveis e condizentes com os valores e
as opções dos diferentes grupos, mas
sempre com os objetivos de: promover a
saúde e o bem-estar geral.
A maioria das zoonoses estão relacionadas
com posturas e/ou intervenções
inadequadas no meio ambiente e passam a
incidir na população humana, nas
populações animais e, em especial, nos
animais domésticos que com ela convivem.
FATORES PARA A EMERGÊNCIA OU
REEMERGÊNCIA DAS ZOONOSES
 Aumento da urbanização;
 Densidade populacional;
 Migração;
 Mudanças tecnológicas;
 Desmatamento e reflorestamento;
 Alterações genéticas dos agentes;
 Mudanças sociais, culturais e
econômicos;
MUNDO GLOBALIZADO E AS
ENFERMIDADES
Temos a possibilidade de atravessar o
mundo em menos de 24 horas, com grandes
aglomerações de pessoas (Olimpíadas,
Copa de Mundo, Congressos Internacionais
etc.).
Os animais fazem parte de nossa rotina
diária, viajam com as famílias. Temos o
câmbio climático que alterou o
comportamento das temperaturas e das
estações do ano com isso microrganismos
se adaptaram a esta realidade, dispersão de
vetores (insetos) mais adaptados e novas
doenças surgem e outras se disseminam.
Os países em desenvolvimento ou
subdesenvolvidos geram o ciclo econômico
das doenças que determinam grandes
investimentos em medicina curativa;
As zoonoses são o elo de ligação das
doenças transmissíveis que acometem as
populações animal e humana.
Após a segunda Guerra Mundial, com a
criação da ONU e a OMS, foi proposta a
criação de um setor específico de saúde
pública veterinária com o objetivo:
 Prevenção e controle das zoonoses;
 Higiene alimentar com prevenção das
toxinfecções de origem animal;
 Prevenção e controle da poluição ambiental
de origem animal;
 Medicina comparativa para o conhecimento
das doenças humanas com comparações em
animais.
O crescimento populacional tem sido maior
justamente nas regiões que apresentam
piores condições de qualidade de vida.
A América Latina, África e Ásia
apresentam condições climáticas,
educacionais, habitacionais e
disponibilidade alimentos que redundam
em grandes contingentes da população
vivendo em condições precárias e expostos
a um grande número de agentes de doenças
transmissíveis.
Dentre as diversas causas responsáveis
pelas discrepâncias na qualidade de vida em
diferentes regiões do planeta, uma delas é a
desnutrição decorrente da disponibilidade
insuficiente de alimentos proteicos de
origem animal.
A américa latina, possui populações de
animais produtores de alimentos, iguais ou
superiores as existentes nos países
desenvolvidos, porém os índices de
produção e produtividade observados aqui
são muito inferiores.
Esta situação é devido a falhas nas práticas
de manejo, deficiências em tecnologias,
bem como na ocorrência de doenças
transmissíveis que comprometem a
atividade e prejudicam o comércio
internacional de animais e produtos de
origem animal.
AUMENTO DAS ZOONOSES
 Maior demanda de alimentos de origem
animal;
 Incremento nas indústrias zootécnicas;
 Aumento dos rebanhos;
 Aumento do risco de exposições;
 Urbanização nos centros das cidades;
 Aumento de animais de estimação.
 Disseminação de reservatórios e vetores de
uma região endêmica para uma indene;
 Comercialização de animais;
 Deslocamento como feiras e exposições -
aumenta o risco de exposição;
 Falta de orientação ou falta de
sensibilização por parte dos criadores ou
proprietários dos animais.
FATORES PARA O AGRAVAMENTO
 Grande extensão territorial;
 Escassez dos serviços de saúde;
 Falta de educação sanitária;
 Problemas na esfera política;
ZOONOSES - MEIO AMBIENTE
Com as transformações ambientais e
demográficas (urbanização,
industrialização, agricultura) acarreta o
surgimento de novas doenças e alteração do
comportamento epidemiológico de antigas
doenças.
FATORES QUE FAVORECEM
SURGIMENTO DE ZOONOSES
 Alterações climáticas
 Desmatamento: migração de animais
para perto dos humanos pela falta de
habitat.
 Extinção da fauna:
fragmentação/perda do habitat,
introdução do espécies exóticas,
poluição, superexploração de recursos
naturais e crescimento populacional
humano.
CENTRO DE CONTROLE DE
ZOONOSES
Os CCZs fazem programas de combate à
raiva, controle de vetores, programa de
animais sinantrópicos e animais
peçonhentos, combate à leptospirose...
O controle é feito pela prevalência da
doença, com inquéritos epidemiológicos
para analisar fontes de infecção e vias de
transmissão.
Observa-se os casos, dados das
propriedades. No final, realiza-se relatórios
(indústrias, laticínios, matadouros).
VIGILÂNCIA SANITÁRIA
Conjunto de ações capazes de eliminar,
diminuir ou prevenir riscos à saúde
(Zoonoses) e de intervir nos problemas
sanitários decorrentes do meio ambiente, da
produção e circulação de bens e da
prestação de serviços de interesse da
saúde”.
Controle de bens de consumo que de forma
direta ou indireta se relacionam com a
saúde, compreendendo todas as etapas e
processos de produção ao consumo;
Controle de prestação de serviços que se
relacionam de forma direta ou indireta com
a saúde;
Controle das zoonoses de maior
importância em saúde pública.
POLÍTICAS GERAIS DE CONTROLE
 Comissões especialistas;
 Análises de informações
epidemiológicas;
 Reciclagem e capacitação de equipes de
vigilância;
 Sistema de comunicação à população;
 Educação em saúde;
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA/
OBRIGATÓRIA
Raiva, Leptospirose, Peste Bubônica, Febre
Maculosa, Febre do Nilo, Febre Amarela,
Hantavirose, Leishmaniose (visceral e
tegumentar), Doença de Chagas,
Esquistossomose.
VARIAÇÕES CLIMÁTICAS E
DESASTRES NATURAIS – 05/05
A saúde do meio ambiente é a área de saúde
ambiental. Para a OMS, a saúde ambiental
estuda os fatores ambientais que podem
levar a algum agravo à saúde.
Meio ambiente é o conjunto de condições,
leis, influências e interações de ordem
física, química e biológica, que permite,
abriga e rege a vida em todas as suas
formas.
VARIAÇÕES CLIMÁTICAS
São variações naturais do clima, com
diferentes escalas de tempo (anos, décadas,
séculos, milênios...).
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Podem ser ações naturais ou ações direta ou
indireta do homem que altera a composição
da atmosfera mundial. Há processos
reversíveis e irreversíveis.
Pode interferir na disseminação de doenças
(bactérias, helmintos, protozoários etc.).
As mudanças climáticas também interferem
na migração dos animais (mudanças de
rotas ou adaptação a outros climas aos quais
não estão acostumados.
EL NIÑO
É um fenômeno atmosférico-oceânico que
causa um aquecimento anormal das águas
superficiais no oceano Pacífico Tropical.
Pode afetar o clima regional e global,
mudando os padrões de vento a nível
mundial. Essas mudanças alteram os
regimes de chuva em regiões tropicais e de
latitudes médias.
LA NIÑA
Também é um fenômeno oceânico-
atmosférico com características opostas ao
anterior. É o esfriamento anormal das águas
superficiais do Oceano Pacífico Tropical.
DESTRUIÇÃO DA CAMADA DE
OZÔNIO
Em 1977, cientistas britânicos detectaram
pela primeira vez a existência de um buraco
na camada de ozônio sobre a Antártida.
Diversos registros de q a camada está mais
fina em várias partes do mundo,
especialmente perto dos polos.
Os compostos de clorofluorcarbono levam
cerca de 8 anos para chegar à atmosfera
onde, atingidos pela radiação, se
desintegram e liberam o cloro. Esse cloro
reage com o ozônio e o transforma em cloro
e oxigênio, diminuindo a camada e a
proteção do planeta.
AQUECIMENTO GLOBAL
A entrada da radiação solar tem que ser
equilibrada por uma saída de calor enviada
pela Terra. Parte do calor deve retornar para
o espaço, atualmente cada vez mais ele está
sendo retido e a atmosfera atua como uma
estufa.
O clima impacta diretamente nas plantações
e nos animais; quanto menos chuva, menos
água e menos comida.
O aquecimento das águas superficiais pode
levar a uma maior concentração de
bactérias e toxinas em moluscos e
crustáceos (também no El Niño).
Protocolo de Kyoto criado em 1997 e
colocado em vigor em 2005. Visava
diminuir a emissão global de gases do
efeito estufa.
CONSEQUÊNCIAS
Aumento do nível do mar (inundação de
zonas costeiras e ilhas, agravamento das
erosões costeiras, água salgada pode invadir
reservas costeiras de água doce), recursos
hídricos (modificação das chuvas,
suprimentos hídricos, evaporações mais
abundantes, enchentes), saúde (doenças por
vetores, epidemias, redução de
produtividade, aumento de gastos com
medicamentos e cuidados).
O aumento da faixa de clima tropical no
planeta levará à dispersão de vetores para
áreas indenes, gerando graves problemas na
saúde.
As más condições sanitárias, causadas por
falta de água, levam a um aumento de
doenças diarreicas, as quais debilitam mais
ainda a população, principalmente crianças.
Na agricultura, altas temperaturas
influenciarão nos padrões de produção,
umidade do solo, produtividade dos campos
e pastagens...
A biodiversidade está ameaçada pela
possibilidade de extinção de diversas
espécies.
Fungos e vírus são sensíveis às mudanças
climáticas e podem crescer mais com o
aumento da temperatura. Parasitoses
também aumentarão.
EFEITO ESTUFA
É o nome dado à retenção de calor na baixa
atmosfera da Terra causada pela
concentração de gases de diversos tipos.
Os gases do efeito estufa impedem a
dispersão do calor gerado pela superfície do
planeta.
A maioria dos gases que causam esse
aquecimento é proveniente da queima de
combustíveis fósseis (carvão, petróleo e
derivados), florestas e agricultura.
CO 2
Fontes naturais: respiração, decomposição
de plantas e animais, queimadas naturais de
florestas.
Fontes antropogênicas: queima de
combustíveis fósseis, mudanças na
vegetação, desmatamento, queima de
biomassa.
METANO – NH 4
Fontes naturais: decomposição de plantas
e animais.
Fontes antropogênicas: criação de gado,
produção de petróleo.
ÓXIDO NITROSO – N 2 O
Fontes naturais: decomposição do
nitrogênio.
Fontes antropogênicas: indústrias de
fertilizantes e combustão de petróleo.
CFC’S
Hidrofluorcarbono, hexfluoreto e
polifluorcarbono.
Fontes antropogênicas: aerossóis,
refrigeradores, ar-condicionado,
equipamentos eletrônicos, produtos
derivados da fundação de alumínio.
CATÁSTROFES
Acontecimentos súbitos, imprevisíveis com
várias vítimas e prejuízos materiais. Falta
capacidade de resposta da comunidade e
afeta as condições de vida e
socioeconômicas.
A longo prazo, aumenta os casos de
depressão, suicídios, alcoolismo e
desordens comportamentais e psicológicas.
RISCOS NATURAIS
Riscos geológicos: sismos, vulcanismo,
deslizamento, desabamentos.
Riscos climatológicos: seca, cheias,
inundações, ondas de frio e calor,
tempestades, ciclones, tornados, incêndios
florestais, erosão costeira.
Outros: pragas, epidemias, pandemias.
SISMOS
Fenômeno natural resultante de uma
vibração mais ou menos violenta da crosta
terrestre, devido ao ajustamento súbito de
rochas sob pressão.
Causados pelos movimentos ao longo de
falhas geológicas entre placas tectônicas
que constituem a superfície da Terra.
Movimentos em falhas no interior das
placas tectônicas, atividade vulcânica,
deslocamentos superficiais de terreno.
Magnitude fornece uma medida da
quantidade de energia liberada por um
sismo, escala de Richter.
Intensidade mede a grandeza de um sismo
qualitativamente (efeitos em construções,
populações e ambiente). A escala adotada é
a de Mercalli Modificada.
As consequências envolvem perdas
materiais, humanas eanimais. Quando a
atividade sísmica é gerada no oceano, pode
ser acompanhada por tsunamis, provocando
grandes destruições na zona de costa ou
ribeirinha.
INCÊNDIOS
Como consequências temos perdas de vidas
humanas, animais, destruição de habitações,
perda de patrimônio florestal e agrícola.

Vulcões podem destruir terrenos e ilhas

inteiras.

CHEIAS E INUNDAÇÕES
Fenômenos naturais, provocados por
precipitações moderadas e permanentes ou
precipitações repentinas de alta intensidade.

Provocam prejuízos econômicos e

ambientais, perdas de vidas humanas e
animais...

As inundações podem levar à transmissão

de doenças infecciosas como a leptospirose.