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NOÇÕES DE DIREITO

ADMINISTRATIVO
Terceiro Setor

Livro Eletrônico
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CÓDIGO:
230726449407

DIOGO SURDI

Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo


em concursos públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se
destacam: Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário
do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do Brasil (2012) e Técnico
Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.

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Noções de Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Terceiro Setor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1. Terceiro Setor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.1. A Reforma Administrativa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.2. Princípio Constitucional da Eficiência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.3. Contrato de Gestão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2. Os Setores da Atividade Econômica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.1. O Primeiro Setor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.2. O Segundo Setor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.3. O Terceiro Setor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.4. O Quarto Setor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3. Entidades Paraestatais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3.1. Serviços Sociais Autônomos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3.2. Organizações Sociais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
3.3. Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.4. Entidades de Apoio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
4. Regime de Parcerias. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
4.1. Entidades Aptas e Entidades Proibidas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
4.2. Chamamento Público. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
4.3. Termo de Colaboração, Termo de Fomento e Acordo de Cooperação . . . . . . 36
4.4. Prestação de Contas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Questões de Concurso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Gabarito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
Gabarito Comentado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66

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Terceiro Setor
Diogo Surdi

APRESENTAÇÃO
Olá, pessoal, tudo bem? Espero que sim!
Na aula de hoje, conheceremos as regras relacionadas com as Entidades Paraestatais,
que compõem, como veremos em aula, o denominado Terceiro Setor.
Além disso, veremos as principais regras relacionadas com o “Regime das Parcerias”,
assunto que é objeto de análise da Lei 13.019/2014.
Grande abraço a todos e boa aula!
Diogo

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TERCEIRO SETOR

1. TERCEIRO SETOR

1.1. A REFORMA ADMINISTRATIVA


Historicamente, pode-se afirmar que a administração pública brasileira passou três
diferentes modelos de gestão dos recursos públicos, possuindo cada um deles características
próprias e objetivos distintos.

1.1.1. ADMINISTRAÇÃO PATRIMONIAL


Com a administração patrimonial, tínhamos um modelo de gestão com o foco voltado
para as ações do soberano (normalmente, representado por um rei). Assim, todas as medidas
por ele adotadas não levavam em conta as necessidades da população, mas sim o interesse
predominantemente particular.
No patrimonialismo, não há uma clara separação entre o patrimônio público e o privado.
Com isso, o rei faz uso de todos os bens existentes do território (principalmente os estatais),
administrando-os de acordo com as suas necessidades. E como não há necessidade de
prestação de contas das medidas adotadas pelo superior, trata-se a administração patrimonial
de um modelo em que a corrupção e o nepotismo são frequentes.

1.1.2. ADMINISTRAÇÃO BUROCRÁTICA


Com o surgimento do capitalismo e da democracia, passamos a contar com uma distinção
entre o patrimônio público e o patrimônio particular, de forma que as medidas adotadas
pelo Poder Público teriam que, obrigatoriamente, satisfazer as necessidades da coletividade.
Em consonância com este novo modelo de gestão, o papel dos administradores passa
a ser o de gerir os interesses da população, que é a verdadeira titular do interesse público.
Como consequência, os administradores e gestores de recursos públicos possuem a obrigação
de prestar contas das medidas adotadas em sua gestão.
No modelo burocrático, prioriza-se o combate à corrupção e ao nepotismo, de forma
que a atuação da administração pública deve pautar-se em princípios balizadores do
Estado democrático, tal como a legalidade e a impessoalidade. E como forma de combater
o nepotismo e a corrupção, surgem os mecanismos de controle da atividade administrativa.
Entretanto, trata-se de um controle exercido, basicamente, sobre as atividades meio, o que
gera como consequência uma administração engessada e altamente legalista.

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1.1.3. ADMINISTRAÇÃO GERENCIAL


A administração gerencial surgiu em nosso ordenamento jurídico em meados da
década de 90, em plena sintonia com a reforma administrativa do Estado brasileiro. Com
este modelo, objetiva-se a adoção, em todos os órgãos e entidades da administração,
de práticas gerenciais reconhecidamente comprovadas pela iniciativa privada.
Se no âmbito da administração burocrática tínhamos um modelo que priorizada o
controle exercido nas atividades meio, na administração gerencial o foco passa a ser o
controle das atividades fins. Da mesma forma, deixa a administração de atuar apenas de
acordo com a estrita legalidade e passa a adotar, em todas as suas ações, o princípio da
eficiência, que emerge da qualidade de princípio implícito e passa a constar como um dos
princípios constitucionalmente previstos para toda a administração pública.
Podemos sintetizar as principais características dos três modelos de administração
através da tabela a seguir.

Administração patrimonial Administração burocrática Administração gerencial


Patrimônio do soberano era
Distinção entre o patrimônio público Distinção entre o patrimônio
confundido com o patrimônio
e privado público e privado
público
Não há necessidade de Há necessidade de prestação de Há necessidade de prestação
prestação de contas contas de contas
Não há nenhum tipo de controle
Controle exercido sobre as atividades- Controle exercido sobre as
exercido sobre a atividade
meios atividades fins
estatal
Predomínio da corrupção e do Combate à corrupção e ao
Combate à corrupção e ao nepotismo
nepotismo nepotismo
Administração pautada nos princípios Administração pautada no
Inexistência de princípios
da legalidade e da impessoalidade princípio da eficiência

Ressalta-se, entretanto, que as características de cada um dos modelos utilizados


ainda existem nos dias atuais. Logo, é incorreto afirmar que vigora, nos dias atuais, uma
administração estritamente gerencial, uma vez que certas características da administração
patrimonial e burocrática ainda podem ser identificadas no atual modelo de gestão.

EXEMPLO:
Como exemplo de práticas patrimonialistas, temos a possibilidade de nomeação, para os cargos
em comissão, de servidores que não sejam oriundos dos quadros da administração pública.
Como exemplo de práticas burocráticas, temos a realização de concurso público para admissão
de pessoal e a obrigatoriedade de licitação para as contratações do Poder Público, uma vez
que, em ambas as situações, objetiva-se evitar as práticas de corrupção e nepotismo.
Como exemplo de práticas gerenciais, temos a necessidade de avaliação do servidor público por
meio de estágio probatório, sendo que apenas os servidores eficientes alcançarão a estabilidade.

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Como decorrência da administração gerencial, duas são as principais medidas que podem
ser identificadas como balizadoras de toda a atividade da administração pública, sendo
elas: o status de princípio constitucional para a eficiência e a possibilidade de utilização
dos contratos de gestão.

1.2. PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA EFICIÊNCIA


Foi por intermédio da Emenda Constitucional 19 que a eficiência alcançou o status
de princípio constitucional, de forma que o caput do artigo 37, após a emenda, passou a
contar com o seguinte teor:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte (...)

Importante frisar que todos os princípios observados no artigo constitucional possuem


o mesmo nível hierárquico, bem como que a sua observância é obrigatória por todos os
órgãos e entidades de todos os entes federativos.
O princípio da eficiência traduz a necessidade de termos uma administração pautada nas
características da economicidade e da produtividade. Dessa forma, ainda que os interesses
do Poder Público sejam opostos aos da iniciativa privada (uma vez que esta almeja o lucro
e a administração o bem-estar coletivo), diversas práticas que comprovadamente deram
certo com as pessoas jurídicas de direito privado passam a ser adotadas pela administração.
Com a eficiência, os servidores passam a ter que observar critérios de produtividade no
desempenho de suas atribuições. Assim, diante de duas ou mais soluções possíveis, devem
adotar aquela que implique no alcance do objetivo pretendido com o menor custo possível
(o bom e velho “fazer mais com menos”).
Ressalta-se, no entanto, que ainda assim os servidores e demais agentes continuam
com o dever de observar a legalidade, uma vez que esta é postulado norteador de todos os
Estados democráticos de Direito. No entanto, a simples observância da legalidade torna-se
insuficiente, devendo a conduta dos agentes estatais pautar-se, também, na economicidade
das medidas adotadas.

1.3. CONTRATO DE GESTÃO


O contrato de gestão, também conhecido como acordo-programa, pode ser conceituado
como o vínculo estabelecido entre a administração direta com outros órgãos da administração,
com entidades da administração indireta ou ainda com as organizações sociais, entidades
do terceiro setor.

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Nota-se, dessa forma, que a administração direta sempre será um dos polos da relação
contratual firmada. Salienta-se, no entanto, que parte da doutrina critica a possibilidade
de celebração de contrato entre a administração direta e seus próprios órgãos. Isso porque
o contrato possui como característica os interesses antagônicos, ou seja, cada uma das
partes possui objetivos distintos com a celebração contratual.

EXEMPLO:
Quando a administração celebra um contrato administrativo com um particular com o
propósito de este prestar serviços ao Poder Público, temos interesses distintos:
Para a administração, o objetivo é o recebimento dos serviços contratados sem a necessidade
de utilização de seu quadro funcional. Para o particular, o objetivo é auferir lucro com a
prestação da atividade.

Da mesma forma, temos que os órgãos que compões a administração direta não possuem
personalidade jurídica, de forma que, em última análise, a celebração do contrato de gestão
entre a administração direta e alguns de seus órgãos é a instrumentalização de um vínculo
em que a administração direta encontra-se dos dois lados. Por isso mesmo, o mais correto
seria a menção ao termo “convênio”, que possui como característica a busca de interesses
comuns entre os participantes. Ainda assim, o termo contrato será utilizado, uma vez que
é o adotado pelas bancas organizadoras.

Importante frisar que os efeitos da celebração do contrato de gestão são opostos a


depender de estarmos diante de um vínculo celebrado com órgãos e entidades públicas
ou com organizações sociais.
Quanto o contrato de gestão é celebrado com órgãos da administração direta ou com
entidades da administração indireta, temos um aumento da autonomia, de forma que
tais órgãos ou entidades passam a contar com uma maior liberdade para desempenhar
suas atribuições.

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Em contrapartida, exige-se deles a eficiência na prestação da atividade pública. Quando


alguma das entidades da administração indireta for uma autarquia ou uma fundação
pública, estas, após a celebração do contrato de gestão, passam a ser qualificadas como
agências executivas.
Ocorrendo a celebração com as organizações sociais, que são entidades privadas e sem
fins lucrativos, a autonomia funcional, em sentido oposto, será restringida.
O motivo para tal é que tais entidades não integram a administração pública, podendo,
antes da celebração contratual, exercer suas atividades de acordo com o seu estrito
interesse. Com a celebração contratual, as organizações sociais passam a contar com uma
maior fiscalização por parte da administração, uma vez que devem, obrigatoriamente,
cumprir com todas as obrigações contratualmente estabelecidas, encontrando-se sujeitas
à fiscalização do Poder Público.

A possibilidade de estipulação de contratos e gestão encontra previsão na Constituição


Federal, que, após a entrada da Emenda Constitucional 19, passou a contar, em seu artigo
37, §8º, com o seguinte teor:

Art. 37, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da


administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus
administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho
para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
I – o prazo de duração do contrato;
II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade
dos dirigentes;
III – a remuneração do pessoal.

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Nota-se que a previsão constitucional apenas alcança a possibilidade de celebração de


contratos de gestão com órgãos ou entidades do Poder Público. Posteriormente, com a
edição da Lei 9.637, de 1998, passamos a contar com a possibilidade de celebração de tal
vínculo com as organizações sociais, conforme se observa do artigo 1º da mencionada norma:

Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde,
atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.

Quando a celebração for feita com os órgãos e entidades públicas, o objetivo da


administração direta é aumentar a eficiência da prestação da atividade administrativa,
sendo que os órgãos e as entidades passam a contar com metas de desempenho que, se
atingidas, proporcionam um aumento da autonomia de atuação. Nesta forma de celebração
poderão ser utilizados, à critério do Poder Público, incentivos à remuneração dos servidores
baseados no alcance das metas estipuladas.
Quando a celebração ocorre com as organizações sociais, o objetivo da administração
direta é disciplinar a forma como ocorrerá a parceria entre o Poder Público e entidades que
não fazem parte da administração. Com a celebração, ocorre a publicização dos serviços
estatais não exclusivos, ou seja, a prestação de serviços que não sejam de competência
exclusiva do Estado pode passar a ser oferecida pelas organizações sociais.

2. OS SETORES DA ATIVIDADE ECONÔMICA


De forma geral, podemos sintetizar que a organização da atividade econômica se divide
em três setores, sendo eles a administração pública, o mercado e as entidades paraestatais.
Parte da doutrina identifica, ainda, um quarto setor, que seria formado pela economia
informal e pelas atividades ilícitas, tais como a corrupção e o tráfico de drogas.
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2.1. O PRIMEIRO SETOR


O primeiro setor é constituído pelos órgãos e entidades do Poder Público que estão
encarregados de organizar e executar as políticas públicas. Fazem parte do primeiro setor,
desta forma, todos os órgãos públicos da administração direta e todas as entidades que
compõem a administração indireta.
No primeiro setor temos a utilização de dinheiro público para fins públicos.

EXEMPLO
Quando a Receita Federal do Brasil expede uma certidão para um administrado, estamos
diante do primeiro setor, uma vez que trata-se de um órgão da administração direta.
Quando o Banco Central regula a atividade econômica, estamos igualmente diante do primeiro
setor, uma que a atividade é desempenhada por uma autarquia federal, entidade integrante
da administração indireta.

2.2. O SEGUNDO SETOR


O segundo setor é, em última análise, o próprio mercado, constituído pela vontade
das partes e regido pelo direito privado. Fazem parte do segundo setor todas as empresas
que disputam o mercado econômico, regidas pelo princípio da livre concorrência e com o
objetivo de auferir lucro. Tais empresas podem ser organizar mediante todas as formas
admitidas em nosso ordenamento, tal como a sociedade anônima ou sociedade por cotas
de responsabilidade limitada.
No segundo setor temos a utilização de dinheiro privado para fins privados.

EXEMPLO
Temos exemplo de atuação do segundo setor quando uma empresa privada abre diversas
filiais com a finalidade de aumentar seu lucro. Da mesma forma, é expressão do “mercado”
a atuação de um empresário individual que presta serviços a diversas pessoas físicas.
Em ambas as situações, nota-se que o Poder Público não possui interferência direta, sendo
que cada particular, ao desempenhar as atividades econômicas, assume o risco de seu negócio.

2.3. O TERCEIRO SETOR


Como o próprio nome sugere, o terceiro setor não é formado por pessoas jurídicas de
direito público (pois se assim o fossem seriam classificadas como primeiro setor). Da mesma
forma, não são pessoas jurídicas que objetivam o lucro (o que as colocaria no segundo
setor). Dessa forma, o terceiro setor é formado por pessoas jurídicas de direito privado,
sem fins lucrativos, e que prestam serviços de interesse público.

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No terceiro setor, temos a utilização de dinheiro privado para fins públicos. São exemplos
de entidades do terceiro setor as organizações sociais, as organizações da sociedade civil
de interesse público e os serviços sociais autônomos. Tais entidades, de acordo com a
doutrina, são também conhecidas como entidades paraestatais.
Importante salientar que as entidades do terceiro setor não integram a administração
pública, atuando, por isso mesmo, “ao lado” do Estado, em regime de mútua colaboração.
Para entendermos como funciona uma entidade que compõe o terceiro setor, bem como
quais as vantagens, para o Poder Público, das mesmas executarem atividades tipicamente
estatais, vamos ilustrar por meio de um exemplo:

EXEMPLO
Tomemos como exemplo o caso de uma organização social que se destine a preservar a
biodiversidade da Amazônia (como no caso da BIOAMAZÔNIA). Tal entidade, antes de vir
a integrar o terceiro setor, nada mais era do que uma organização privada, constituída e
financiada com recursos exclusivamente privados, e que se dedicava ao seu exclusivo propósito
(no caso, a preservação da biodiversidade da Amazônia).
O Poder Público, com o objetivo de utilizar a atividade desenvolvida pela organização como
forma de incentivar ou agregar valor as suas políticas públicas, firma com ela um contrato de
gestão, de forma que, ao mesmo tempo em que fomenta a atividade da entidade (por meio da
cessão de imóveis ou servidores custeados pelos cofres públicos), exige que as organizações
adotem políticas estratégicas de acordo com o plano governamental.
Basicamente, o que ocorre é a transferência, por parte do Estado, de atividades que não
sejam de sua competência exclusiva. Como contrapartida, o Poder Público concede benefícios
e incentivos a tais entidades.

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2.4. O QUARTO SETOR


Parte da doutrina identifica, ainda, a existência de um quarto setor, que seria formado
pela economia informal e pelas atividades ilícitas, tais como a corrupção e o tráfico de drogas.
Os diversos setores que compõem a economia podem ser melhor visualizados por meio
do gráfico a seguir:

3. ENTIDADES PARAESTATAIS
O termo Entidades Paraestatais, durante muito tempo, foi utilizado, por diversos
autores, para designar as entidades que estavam “ao lado” do Estado. O problema,
no entanto, é que cada autor tinha uma definição para quais seriam ou não as ditas
entidades paraestatais.
Com o passar dos anos, a doutrina passou a chamar tais entidades de terceiro setor,
sendo que deles fazem parte, basicamente, as organizações sociais, as organizações da
sociedade civil de interesse público, os serviços sociais autônomos e os entes de cooperação.

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3.1. SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS


Os serviços sociais autônomos podem ser conceituados como pessoas jurídicas de
direito privado, instituídas mediante autorização legal, para ministrar assistência ou ensino
a certas categorias profissionais.
No entanto, ainda que sejam constituídos para atender as demandas de determinada
categoria profissional, o leque de atuação dessas entidades, nos dias atuais, é bastante
amplo, alcançando, inclusive, pessoas não compreendidas na categoria atendida.

EXEMPLO
Como exemplo, podemos listar as entidades do Sistema S, tais como o Senai (ensino aos
trabalhadores da Indústria), Senac (ensino aos trabalhadores do comércio) e Senar (ensino
ao trabalhador rural).

Tais entidades são mantidas por dotações orçamentárias e por contribuições corporativas
incidentes sobre a remuneração paga aos empregados pelas pessoas jurídicas compreendidas
no ramo de atuação da entidade. As contribuições corporativas são cobradas pela Receita
Federal do Brasil.

EXEMPLO
Temos o SENAI (categoria da Indústria), que é financiado, além das dotações orçamentárias,
pelas contribuições devidas pelos empregadores da indústria com base na remuneração que
estes pagam a seus empregados.
Uma característica peculiar dos serviços sociais autônomos é que seus empregados
são regidos pela CLT, de forma que não é necessário concurso público como condição para
a admissão de pessoal, bastando, para tal, a realização de processo seletivo simplificado.
Neste sentido, merece destaque o entendimento do STF, expresso no julgado da ADIn 1864:

JURISPRUDÊNCIA
Não procede a afirmação de ofensa ao artigo 37, II, da Carta Federal, tendo em vista
que, conforme ficou salientado, os serviços sociais não integram a Administração
Pública, a quem está endereçada a norma constitucional. Somente a lei ou as normas
internas podem sujeitar os entes de cooperação à observância de contratar seus
empregados mediante concurso público.

Da mesma forma, segundo entendimento do TCU, tais entidades não se submetem,


integralmente, à lei das licitações, devendo apenas observar os princípios básicos da
administração pública para aquisição de bens ou prestação de serviços. Com isso, devem as
entidades elaborar um regulamento próprio, adotando as boas práticas de gestão quando
da contratação de bens e serviços particulares.
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Tais características não impedem, no entanto, que os serviços sociais autônomos sejam
objeto de controle finalístico por parte do Poder Público. Da mesma forma, devem prestar
contas ao Tribunal de Contas dos recursos públicos recebidos, uma vez que, nestas hipóteses,
estão atuando como gestoras do patrimônio alheio.
No que se refere à justiça competente para processar e julgar as suas causas, o STF possui
entendimento sumulado de que estas devem ser propostas perante a Justiça Estadual,
conforme se observa da Súmula 516:

Súmula 516 - O Serviço Social da Indústria - SESI - está sujeito à jurisdição da


Justiça Estadual.

Podemos resumir as características dos serviços sociais autônomos por meio do


seguinte esquema:

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001. (CEBRASPE (CESPE)/ACE TCE RJ/TCE-RJ/CONTROLE EXTERNO/CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2021)


No que se refere a serviços públicos, organizações sociais, sociedade civil de interesse público
e controle da administração pública, julgue o item seguinte.
Serviços sociais autônomos são pessoas jurídicas de direito privado, com ou sem fim
econômico, criadas por lei para desempenhar certas atividades, integrando a administração
pública indireta.

Os serviços sociais autônomos, assim como as demais entidades integrantes do terceiro


setor, não podem ter finalidade lucrativa. Além disso, tais entidades não fazem parte da
Administração Pública Indireta.
Errado.

3.2. ORGANIZAÇÕES SOCIAIS


As organizações sociais surgiram com a necessidade de enxugamento do Estado,
decorrentes das diretrizes da reforma gerencial iniciada em 1995, com a transferência
paulatina de certas atividades não exclusivas de Estado para o setor privado.

3.2.1 QUALIFICAÇÃO E DESQUALIFICAÇÃO


O próprio termo “organização social” não se trata da criação de uma nova entidade,
mas sim de uma qualificação que é concedida pelo Poder Público às pessoas jurídicas de
direito privado que atendam aos requisitos estabelecidos em lei.
Inicialmente, temos uma entidade de direito privado sem fins lucrativos (que pode
ser uma associação, uma organização outra forma de constituição). Posteriormente, tal
pessoa jurídica firma um contrato de gestão com o Poder Público, instrumento através do
qual se compromete a cumprir as metas estabelecidas pelo Estado e a prestar contas da
utilização dos recursos públicos. Como contrapartida, recebe isenções, dotações e outras
formas de fomento por parte do Poder Público.
Assim, podemos afirmar que, com a celebração do contrato de gestão, a agora organização
social possui uma redução na sua independência (uma vez que passa a ter que prestar
contas de suas atividades) e um aumento do seu leque de atuação (pois passa a participar
das políticas públicas do Estado, ainda que não integre a administração pública).
Para que uma entidade possa ser qualificada como organização social, deve cumprir
uma série de requisitos, que podem ser divididos em gerais e específicos.

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Como requisitos gerais para a qualificação, temos a obrigatoriedade de a entidade ser


uma pessoa jurídica de direito privado, não possuir fins lucrativos e exercer suas atividades
em um dos seguintes setores: ensino, cultura, saúde, pesquisa científica, desenvolvimento
tecnológico ou proteção e preservação do meio ambiente.
Merece destaque, no que se refere aos requisitos gerais, o inteiro teor do artigo 1º da
Lei 9.637:

Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde,
atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.

Com relação aos requisitos específicos, temos a necessidade de aprovação, por parte
do Ministro da respectiva área, da conveniência e oportunidade da qualificação da entidade
como organização social.
Além disso, a entidade que deseja se qualificar deve comprovar o registro dos seus atos
constitutivos, que, obrigatoriamente, deverão dispor sobre (art. 2º, I, da Lei 9.637):
a) natureza social de seus objetivos relativos à respectiva área de atuação;
b) finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de seus excedentes
financeiros no desenvolvimento das próprias atividades;
c) previsão expressa de a entidade ter, como órgãos de deliberação superior e
de direção, um conselho de administração e uma diretoria definidos nos termos do
estatuto, asseguradas àquele composição e atribuições normativas e de controle
básicas previstas nesta Lei;
d) previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de representantes
do Poder Público e de membros da comunidade, de notória capacidade profissional e
idoneidade moral;
e) composição e atribuições da diretoria;
f) obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial da União, dos relatórios financeiros
e do relatório de execução do contrato de gestão;
g) no caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na forma do estatuto;
h) proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido em qualquer
hipótese, inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento de associado ou
membro da entidade;
i) previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das doações que lhe
foram destinados, bem como dos excedentes financeiros decorrentes de suas atividades, em
caso de extinção ou desqualificação, ao patrimônio de outra organização social qualificada

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no âmbito da União, da mesma área de atuação, ou ao patrimônio da União, dos Estados,


do Distrito Federal ou dos Municípios, na proporção dos recursos e bens por estes alocados.

Salienta-se que o ato de qualificação como organização social, que é de competência


do Ministro da área em que a entidade desempenhe suas tarefas ou do Ministro do MPOG,
será sempre um ato discricionário, ou seja, a qualificação pode ou não ser concedida à
entidade, ainda que esta atenda aos requisitos estabelecidos em Lei.
A fiscalização das atividades desempenhadas pela entidade será feita pelo órgão
superior da atividade que está sendo fomentada. Caso o responsável pela fiscalização,
verificando irregularidades, não as comunique ao Tribunal de Contas, será responsabilizado
solidariamente por todos os danos e prejuízos causados.
A desqualificação da entidade como organização social poderá ser solicitada tanto
pela entidade, a pedido, como pelo descumprimento das obrigações previstas no contrato
de gestão.
Dessa forma, caso a entidade não cumpra com as obrigações estabelecidas no contrato
de gestão, deverá o Poder Público deverá instaurar processo administrativo com vistas a
assegurar à entidade o direito ao contraditório e à ampla defesa.

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Tendo sido verificadas as irregularidades, será decretada a desqualificação da entidade.

3.2.2. FORMAS DE INCENTIVO

Uma vez qualificadas como organizações sociais, as pessoas jurídicas passam a ser
declaradas como entidades de interesse social e utilidade pública, conforme previsão do
artigo 11 da Lei 9.637.
Como consequência, passam a poder usufruir dos seguintes incentivos concedidos pelo
Poder Público:
a) Cessão de servidores, mantido o ônus para a administração: Nesta situação, a
administração cede servidores para utilização das organizações sociais, que passa a contar
com pessoal suficiente para o desempenho de suas atribuições. Salienta-se que o ônus
pelo pagamento da remuneração e dos demais benefícios aos agentes públicos continuam
sendo de responsabilidade do Poder Público.
b) Destinação de recursos orçamentários: A destinação de recursos orçamentários
trata da principal forma de incentivo das atividades desempenhadas pelas organizações
sociais. Desta forma, quando da elaboração do orçamento da administração pública, uma
parte dos valores é destinado às mencionadas entidades.
c) Destinação de bens públicos: Os bens públicos necessários ao cumprimento das
finalidades das organizações sociais poderão ser cedidos pelo Poder Público. No entanto,
como estamos diante de bens públicos (que até então pertenciam à própria administração),

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uma série de características devem ser observadas, tal como a impossibilidade de inalienação
e de penhora.
A cessão de bens públicos, quando destinados às organizações sociais, deve ser realizada
com dispensa de licitação. Caso, posteriormente à cessão, ocorra a desqualificação da
entidade, tais bens serão revertidos ao Poder Público que realizou a cessão.

3.2.3. PUBLICIZAÇÃO

Importante conceito relacionado com as organizações sociais é o de publicização, que


pode ser entendido como a concessão de diversos incentivos (tais como a cessão de imóveis
ou servidores e a isenção de tributos) como forma de fomentar a prestação de serviços
por parte das entidades.
Fala-se em publicização porque, ao firmar contrato de gestão e receber a qualificação
de organização social, as entidades passam a executar atividades que até então eram
desempenhadas pelo próprio Estado. Assim, o Poder Público deixa de o responsável pela
execução das políticas públicas desenvolvidas e passa a apenas controlar e regulamentar
como as atividades estão sendo desempenhadas pela organização social.
De acordo com o entendimento de José dos Santos Carvalho Filho, o termo
publicização refere-se, basicamente, a um processo de desestatização das atividades
não exclusivas do Estado:

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O que existe, na realidade, é o cumprimento de mais uma etapa do processo de desestatização,


pelo qual o Estado se afasta do desempenho direto da atividade, ou, se se preferir, da prestação
direta de alguns serviços públicos, mesmo não econômicos, delegando-a a pessoas de direito
privado não integrantes da Administração Pública.

3.3. ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO


As organizações da sociedade civil de interesse público são entidades privadas, sem
fins lucrativos, que desenvolvem atividades de interesse do Estado. Possuem diversas
semelhanças com as organizações sociais, sendo que as diferenças entre as duas entidades
é constantemente objeto de questões de prova.

3.3.1 QUALIFICAÇÃO E DESQUALIFICAÇÃO


Quando estudamos as organizações sociais, verificamos que tais entidades recebem
esta qualificação após a celebração de um contrato de gestão com o Poder Público. Da
mesma forma, foi mencionado que a qualificação trata-se de um ato discricionário da
administração, que pode ou não conceder a qualificação ainda que as entidades preencham
todos os requisitos legais.
Para a qualificação como organização da sociedade civil de interesse público, no entanto,
o processo é outro. Assim, caso a entidade sem fins lucrativos atenda aos requisitos legais,
o Poder Público, obrigatoriamente, deve proceder à respectiva qualificação.
Cabe ao Ministro da Justiça, por meio de ato administrativo vinculado, a qualificação
das entidades como organização da sociedade civil de interesse público. Ao contrário do
que ocorre com as organizações sociais, no entanto, a simples qualificação não confere à
entidade o direito de receber incentivos do Poder Público.
Devem as oscips, após receberem tal qualificação, firmar termo de parceria com a
administração pública, oportunidade em que serão definidos os direitos, as obrigações
e as responsabilidades da entidade. É neste momento, também, que as oscips passam a
poder contar com incentivos concedidos pelo Poder Público em troca do cumprimento das
metas estabelecidas.
O termo de parceria em muito se assemelha ao contrato de gestão, sendo que as
principais diferenças entre os dois instrumentos residem no fato de que o termo de parceria
não prevê a utilização, como incentivo governamental, da cessão de bens públicos ou de
servidores públicos para a entidade parceira.
Como forma de facilitar o entendimento acerca das duas formas de qualificação,
relaciona-se abaixo como ocorrem ambos os processos:

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Destaque-se que a qualificação como organização da sociedade civil de interesse


público é anterior à celebração do termo de parceria, ao passo que a qualificação como
organização social ocorre com a celebração do contrato de gestão. Outra diferença é que a
celebração de contrato de gestão é ato discricionário do Poder Público. Já a qualificação
como oscip deve ser obrigatoriamente concedida a todas as entidades que preencham os
requisitos legais, tratando-se, por isso mesmo, de um ato vinculado.
A desqualificação de uma entidade como organização da sociedade civil de interesse
público pode ocorrer de duas formas: a pedido da própria entidade ou mediante decisão
proferida em processo administrativo ou judicial. Neste sentido, importante frisar que
são competentes para solicitar a instauração do processo o Ministério Público e qualquer
cidadão. Em todos os casos, deverá ser assegurada à entidade as garantias do contraditório
e da ampla defesa.

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Como regra, todas as pessoas jurídicas de direito privado que não possuam fins
lucrativos podem ser qualificadas como OSCIP, que, como já ressaltado, trata-se
de um ato vinculado do Poder Público. Em outras palavras, é correto afirmar que a
administração, desde que atendidos os requisitos legais, deve conceder a qualificação
como OSCIP à entidade.
Entretanto, duas são as situações em que a qualificação não poderá ser concedida,
sendo elas as referentes à área de atuação e às entidades expressamente vedadas por lei.
Em ambos os casos, o Poder Público não poderá proceder à qualificação da entidade.

3.3.2 ÁREAS DE ATUAÇÃO


Em seu artigo 3º, a Lei 9.790/1999 estabelece as áreas de atuação que devem ser exercidas
pela entidade sem fins lucrativos para que esta possa ser qualificada como organização
da sociedade civil de interesse público. Vejamos quais são as áreas passíveis de atuação:
• Promoção da assistência social;
• Promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
• Promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação
das respectivas organizações;
• Promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação
das respectivas organizações;
• Promoção da segurança alimentar e nutricional;
• Defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável;
• Promoção do voluntariado;
• Promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;
• Experimentação, não lucrativa, de novos modelos socioprodutivos e de sistemas
alternativos de produção, comércio, emprego e crédito;
• Promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica
gratuita de interesse suplementar;
• Promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de
outros valores universais;
• Estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e
divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito
às atividades mencionadas neste artigo.

3.3.3 VEDAÇÕES À QUALIFICAÇÃO


Não são todas as pessoas jurídicas, ainda que de direito privado e sem fins lucrativos,
que podem ser qualificadas como organização da sociedade civil de interesse público.
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A Lei Federal 9.790/1999, que é o diploma que regulamenta todas as condições de


funcionamento de tais entidades, estabelece uma lista das pessoas que não podem
receber tal qualificação (art. 2º). Nestes casos, ainda que as entidades exerçam suas
atividades em áreas que sejam do interesse das OSCIPs, a qualificação não poderá
ser concedida.

Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3º desta Lei:
I – as sociedades comerciais;
II – os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional;
III – as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões
devocionais e confessionais;
IV – as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;
V – as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo
restrito de associados ou sócios;
VI – as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados;
VII – as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;
VIII – as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras;
IX – as organizações sociais;
X – as cooperativas;
XI – as fundações públicas;
XII – as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público
ou por fundações públicas;
XIII – as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o sistema financeiro
nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal.

Não constituem impedimento à qualificação como Organização da Sociedade Civil de


Interesse Público as operações destinadas a microcrédito realizadas com instituições
financeiras na forma de recebimento de repasses, venda de operações realizadas ou
atuação como mandatárias.

Importante salientar que uma mesma entidade não pode ser qualificada, simultaneamente,
como organização social e como organização da sociedade civil de interesse público, ainda
que reúna os requisitos necessários para as duas qualificações.
Vamos sintetizar, no quadro a seguir, as principais características das organizações
sociais e das organizações da sociedade civil de interesse público, bem como suas diferenças.

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Organização da sociedade civil do interesse


Organização social
público
Pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos Pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos
Não integram a administração pública Não integram a administração pública
São fomentadas pelo poder público São fomentadas pelo poder público
Firmam contrato de gestão Firmam termo de parceria
Qualificação ocorre com a celebração do contrato Qualificação é anterior à celebração de termo de
de gestão parceria
Trata-se a qualificação de um ato discricionário Trata-se a qualificação de um ato vinculado
Qualificação é competência do Ministro da respectiva
Qualificação é competência do Ministro da Justiça
área de atuação e do Ministro do MPOG
Recebem diversos incentivos, dentre os quais destaca- Recebem diversos incentivos, mas não pode haver a
se a cessão de servidores e de bens públicos cessão de servidores ou de bens públicos

002. (CEBRASPE (CESPE)/PJ (MPE AP)/MPE AP/2021) A qualificação como organização da


sociedade civil de interesse público (OSCIP) apenas será útil para as entidades que pretendam
a) obter a qualificação de organizações sociais.
b) promover trabalho voluntário remunerado.
c) firmar termo de parceria com o poder público.
d) obter isenção do imposto de renda.
e) promover a assistência social custeada pelo Estado.

A qualificação como OSCIP é útil para as entidades que tenham o objetivo de firmar termo
de parceria com o poder público. Neste sentido, por exemplo, merece ser destacada a
previsão do artigo 9º da Lei 9.790/1999:

Art. 9º Fica instituído o Termo de Parceria, assim considerado o instrumento passível de ser
firmado entre o Poder Público e as entidades qualificadas como Organizações da Sociedade
Civil de Interesse Público destinado à formação de vínculo de cooperação entre as partes,
para o fomento e a execução das atividades de interesse público previstas no art. 3º desta Lei.

Letra c.

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3.4. ENTIDADES DE APOIO


Assim como ocorre com as demais entidades que fazem parte do “terceiro setor”,
as entidades de apoio são pessoas jurídicas de direito privado e sem fins lucrativos. No
entanto, uma série de controvérsias e divergência doutrinárias paira sobre as entidades
de apoio, conforme iremos analisar.
De início, precisamos conhecer o conceito de tais entidades, que, de acordo com a
professora Di Pietro, é o seguinte:

(...) as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas por servidores
públicos, porém em nome próprio, sob a forma de fundação, associação ou cooperativa,
para a prestação, em caráter privado, de serviços sociais não exclusivos do Estado,
mantendo vínculo jurídico com entidades da administração direta ou indireta, em regra
por meio de convênio.

Uma primeira peculiaridade das entidades de apoio está na criação. Ao contrário do


que ocorre com as demais integrantes do terceiro setor, tais entidades são instituídas
por servidores públicos.
Nada impede, no entanto, que a constituição seja feita por meio de outras pessoas
vinculadas à organização (como, por exemplo, a criação de uma entidade de apoio por ex-
alunos de uma faculdade).
Ainda que boa parte da doutrina afirme que as entidades de apoio são constituídas
sob a forma de fundação (sendo esta, inclusive, a regra em nosso ordenamento jurídico),
tais pessoas jurídicas podem perfeitamente ser constituídas, também, sob a forma de
associação ou cooperativa. O que não é possível, como já ressaltado, é a finalidade lucrativa
da entidade.
As entidades de apoio não carecem de autorização legal para a sua criação. Após sua
constituição, passam elas a desempenhar uma atividade não exclusiva do Estado.
Como a atividade que será desempenhada não pode ser exclusiva do Poder Público,
não poderemos ter, por exemplo, a constituição de entidade de apoio com o objetivo de
realizar atividades de saúde, haja vista que remo de atividade, em nosso ordenamento, é
exclusivo do Estado.
No entanto, as atividades a serem desempenhadas pelas entidades de apoio devem,
sempre, ser sociais, ou seja, ligadas a uma prestação de serviços para toda a coletividade.

Obs.: No Brasil, a imensa maioria das entidades de apoio desempenham atividades


relacionadas com a educação.
As entidades de apoio, assim como ocorre com as demais pessoas integrantes do
terceiro setor, estão sujeitas ao controle exercido pelo Tribunal de Contas. Frisa-se,
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contudo, que o controle realizado incide apenas sobre a parcela da atividade ligada aos
serviços sociais prestados.
Em sentido oposto, as demais atividades da entidade (que é, em última análise, uma
pessoa jurídica de direito privado) não são objeto de fiscalização.
A grande divergência, nos dias atuais, com relação às entidades de apoio, está na forma
como o vínculo é mantido entre a pessoa jurídica e a Administração Pública.
Inicialmente, era pacífico da doutrina o entendimento de que tal vínculo deveria ser
firmado por meio de convênio, uma vez que o interesse de ambas as partes, na celebração
do vínculo, era comum, em sentido oposto ao que ocorre, por exemplo, com os contratos
(onde temos interesses opostos sendo buscados pelas partes envolvidas).
Com a entrada em vigor da Lei 13.019/2014, que instituiu o regime de parcerias, os
convênios, inicialmente, passaram a ser uma possibilidade exclusiva das parcerias firmadas
entre os entes federados.

Art. 84. Salvo nos casos expressamente previstos, não se aplica às relações de fomento e
de colaboração regidas por esta Lei o disposto na Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, e
na legislação referente a convênios, que ficarão restritos a parcerias firmadas entre os
entes federados.

Com isso, o entendimento doutrinário era o de que, por exclusão, o vínculo mantido
entre a Administração Pública e as entidades de apoio deveria ser feito por meio de termo
de colaboração ou fomento. No entanto, o entendimento não levava a um consenso por
parte dos principais autores administrativistas.
Em 2015, com as alterações promovidas na Lei 13.019/2014, o texto do mencionado
artigo 84 foi revogado, passando a constar com a seguinte redação:

Art. 84. Não se aplica às parcerias regidas por esta Lei o disposto na Lei n. 8.666, de 21 de junho
de 1993.
Parágrafo único. São regidos pelo art. 116 da Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, convênios:
I – entre entes federados ou pessoas jurídicas a eles vinculadas;
II – decorrentes da aplicação do disposto no inciso IV do art. 3º.

As características das entidades de apoio podem ser mais bem visualizadas por meio
do seguinte quadro:

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4. REGIME DE PARCERIAS
A Lei 13.019, de 2014, foi a responsável por estabelecer o regime jurídico das parcerias
entre a Administração Pública e as organizações da sociedade civil.
Logo em seu artigo 1º, a norma em questão apresenta o objetivo a ser alcançado com a sua
edição, bem como o caráter que tais disposições apresentam em nosso ordenamento jurídico.

Art. 1º Esta Lei institui normas gerais para as parcerias entre a administração pública e organizações
da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de
interesse público e recíproco, mediante a execução de atividades ou de projetos previamente
estabelecidos em planos de trabalho inseridos em termos de colaboração, em termos de fomento
ou em acordos de cooperação.

Verifica-se, da leitura do artigo apresentado, que as parcerias, independente do


instrumento utilizado, terão, de um lado, a Administração Pública, e de outro uma organização
da sociedade civil.

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Todos os três conceitos apresentados possuem, de acordo com a Lei 13.019/2014,


importantes definições.

Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se:


I – organização da sociedade civil:
a) entidade privada sem fins lucrativos que não distribua entre os seus sócios ou associados,
conselheiros, diretores, empregados, doadores ou terceiros eventuais resultados, sobras,
excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, isenções de qualquer natureza,
participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades,
e que os aplique integralmente na consecução do respectivo objeto social, de forma imediata
ou por meio da constituição de fundo patrimonial ou fundo de reserva;
b) as sociedades cooperativas previstas na Lei no 9.867, de 10 de novembro de 1999; as integradas
por pessoas em situação de risco ou vulnerabilidade pessoal ou social; as alcançadas por programas
e ações de combate à pobreza e de geração de trabalho e renda; as voltadas para fomento,
educação e capacitação de trabalhadores rurais ou capacitação de agentes de assistência técnica
e extensão rural; e as capacitadas para execução de atividades ou de projetos de interesse
público e de cunho social.
c) as organizações religiosas que se dediquem a atividades ou a projetos de interesse público e
de cunho social distintas das destinadas a fins exclusivamente religiosos;
II – administração pública: União, Estados, Distrito Federal, Municípios e respectivas autarquias,
fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviço público,
e suas subsidiárias, alcançadas pelo disposto no § 9º do art. 37 da Constituição Federal;

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III – parceria: conjunto de direitos, responsabilidades e obrigações decorrentes de relação


jurídica estabelecida formalmente entre a administração pública e organizações da sociedade
civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e
recíproco, mediante a execução de atividade ou de projeto expressos em termos de colaboração,
em termos de fomento ou em acordos de cooperação;

Com relação às organizações da sociedade civil, é importante salientar que estas, para
firmarem parceria com o Poder Público, não podem ter finalidade lucrativa.
Merece destaque, ainda, a definição de Administração Pública, que, ao contrário do que
ocorre quando do estudo da organização administrativa, não é composta, no regime de
parcerias, pelas empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de
atividades econômicas.
Em sentido diverso, a Administração Pública, para fins de celebração de parcerias com
as organizações da sociedade civil compreende as autarquias, as fundações públicas, as
empresas públicas e as sociedades de economia mista prestadoras de serviço público
e, ainda, as respectivas subsidiárias.
São estas entidades, em última análise, as que podem celebrar termo de parcerias
com as organizações da sociedade civil.

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DICA
Considerando que a Lei 13.019/2019 é uma lei nacional
e instituidora de normas gerais, suas disposições são
aplicadas para as entidades da Administração Pública (acima
relacionadas) de todos os entes federativos: União, Estados,
Distrito Federal e Municípios.

Com a edição do estatuto das parcerias, a regra passou a ser a possibilidade de celebração
deste tipo de vínculo entre o Poder Público e as organizações da sociedade civil.
Em caráter de exceção, deve ser ressaltado que as disposições da Lei 13.019/2014 não
são aplicadas a uma série de situações específicas, como por exemplo os contratos de gestão
firmados com as organizações sociais e os termos de parceria celebrados com as OSCIPs.
Vejamos as situações legalmente previstas em que as disposições da Lei 13.019/2014
não são aplicadas:

Art. 3º Não se aplicam as exigências desta Lei:


I – às transferências de recursos homologadas pelo Congresso Nacional ou autorizadas pelo
Senado Federal naquilo em que as disposições específicas dos tratados, acordos e convenções
internacionais conflitarem com esta Lei;
III – aos contratos de gestão celebrados com organizações sociais, desde que cumpridos os
requisitos previstos na Lei n. 9.637, de 15 de maio de 1998;
IV – aos convênios e contratos celebrados com entidades filantrópicas e sem fins lucrativos
nos termos do § 1º do art. 199 da Constituição Federal; (Convênios e contratos celebrados para
a participação complementar no sistema único de saúde)
V – aos termos de compromisso cultural referidos no § 1º do art. 9º da Lei no 13.018, de 22 de
julho de 2014; (Transferências de recursos para entidades culturais)
VI – aos termos de parceria celebrados com organizações da sociedade civil de interesse
público, desde que cumpridos os requisitos previstos na Lei no 9.790, de 23 de março de 1999;
VII – às transferências referidas no art. 2º da Lei no 10.845, de 5 de março de 2004, e nos arts. 5º
e 22 da Lei no 11.947, de 16 de junho de 2009; (Transferências para a execução do Programa
de Complementação ao Atendimento Educacional Especializado às Pessoas Portadoras de
Deficiência, do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE e do Programa Dinheiro
Direto na Escola – PDDE)
IX – aos pagamentos realizados a título de anuidades, contribuições ou taxas associativas em
favor de organismos internacionais ou entidades que sejam obrigatoriamente constituídas por:
a) membros de Poder ou do Ministério Público;
b) dirigentes de órgão ou de entidade da administração pública;
c) pessoas jurídicas de direito público interno;
d) pessoas jurídicas integrantes da administração pública;
X – às parcerias entre a administração pública e os serviços sociais autônomos.

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4.1. ENTIDADES APTAS E ENTIDADES PROIBIDAS


Como anteriormente informado, a celebração de parcerias, com a entrada em vigor da
Lei 13.019/2014, passou a ser possível com todas as organizações da sociedade civil, desde
que estas, por sua vez, atendam aos requisitos legalmente previstos.
Neste sentido, merece destaque o artigo 33 da norma em estudo, que versa sobre os
requisitos específicos que devem ser atendidos pelas organizações da sociedade civil.

Art. 33. Para celebrar as parcerias previstas nesta Lei, as organizações da sociedade civil deverão
ser regidas por normas de organização interna que prevejam, expressamente:
I – objetivos voltados à promoção de atividades e finalidades de relevância pública e social;
III – que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio líquido seja transferido a
outra pessoa jurídica de igual natureza que preencha os requisitos desta Lei e cujo objeto social
seja, preferencialmente, o mesmo da entidade extinta;
IV – escrituração de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade e com as Normas
Brasileiras de Contabilidade;
V – possuir:
a) no mínimo, um, dois ou três anos de existência, com cadastro ativo, comprovados por
meio de documentação emitida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, com base
no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ, conforme, respectivamente, a parceria
seja celebrada no âmbito dos Municípios, do Distrito Federal ou dos Estados e da União,
admitida a redução desses prazos por ato específico de cada ente na hipótese de nenhuma
organização atingi-los;
b) experiência prévia na realização, com efetividade, do objeto da parceria ou de natureza
semelhante;
c) instalações, condições materiais e capacidade técnica e operacional para o desenvolvimento
das atividades ou projetos previstos na parceria e o cumprimento das metas estabelecidas.

Como veremos adiante, três são os instrumentos que poderão ser celebrados entre a
Administração Pública e as entidades da sociedade civil, sendo eles o termo de fomento,
o termo de colaboração e o acordo de colaboração.
Assim, quando o instrumento celebrado for o acordo de cooperação, apenas um dos
requisitos estabelecidos deverá ser atendido, sendo ele a necessidade de a entidade
ser regida por uma norma interna que estabeleça objetivos voltados à promoção de
atividades e finalidades de relevância pública e social.
É importante conhecermos, em sentido oposto, as entidades que estão impedidas de
celebrar parcerias com o Poder Público. A lista expressa no texto da Lei 13.019/2014 é
taxativa, assim como ocorre com todas as listas que vedam o exercício de determinados
direitos ou exercícios.

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Art. 39. Ficará impedida de celebrar qualquer modalidade de parceria prevista nesta Lei a
organização da sociedade civil que:
I – não esteja regularmente constituída ou, se estrangeira, não esteja autorizada a funcionar
no território nacional;
II – esteja omissa no dever de prestar contas de parceria anteriormente celebrada;
III – tenha como dirigente membro de Poder ou do Ministério Público, ou dirigente de órgão ou
entidade da administração pública da mesma esfera governamental na qual será celebrado o
termo de colaboração ou de fomento, estendendo-se a vedação aos respectivos cônjuges ou
companheiros, bem como parentes em linha reta, colateral ou por afinidade, até o segundo grau;
IV – tenha tido as contas rejeitadas pela administração pública nos últimos cinco anos, exceto se:
a) for sanada a irregularidade que motivou a rejeição e quitados os débitos eventualmente imputados;
b) for reconsiderada ou revista a decisão pela rejeição;
c) a apreciação das contas estiver pendente de decisão sobre recurso com efeito suspensivo;
V – tenha sido punida com uma das seguintes sanções, pelo período que durar a penalidade:
a) suspensão de participação em licitação e impedimento de contratar com a administração;
b) declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração pública;
c) a prevista no inciso II do art. 73 desta Lei (suspensão temporária da participação em
chamamento público e impedimento de celebrar parceria ou contrato com órgãos e
entidades da esfera de governo da administração pública sancionadora, por prazo não
superior a dois anos).
d) a prevista no inciso III do art. 73 desta Lei (declaração de inidoneidade para participar de
chamamento público ou celebrar parceria ou contrato com órgãos e entidades de todas
as esferas de governo, enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até
que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade,
que será concedida sempre que a organização da sociedade civil ressarcir a administração
pública pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base
no inciso II).
VI – tenha tido contas de parceria julgadas irregulares ou rejeitadas por Tribunal ou Conselho
de Contas de qualquer esfera da Federação, em decisão irrecorrível, nos últimos 8 (oito) anos;
VII – tenha entre seus dirigentes pessoa:
a) cujas contas relativas a parcerias tenham sido julgadas irregulares ou rejeitadas por Tribunal
ou Conselho de Contas de qualquer esfera da Federação, em decisão irrecorrível, nos últimos
8 (oito) anos;
b) julgada responsável por falta grave e inabilitada para o exercício de cargo em comissão ou
função de confiança, enquanto durar a inabilitação;
c) considerada responsável por ato de improbidade, enquanto durarem os prazos estabelecidos
nos incisos I, II e III do art. 12 da Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992. (Prazos de 10, 5 e 3 anos)

Por fim, a norma estabelece, ainda, que é vedada a celebração de parcerias que tenham
por objeto, envolvam ou incluam, direta ou indiretamente, a delegação das funções de
regulação, de fiscalização, de exercício do poder de polícia ou de outras atividades
exclusivas de Estado.

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4.2. CHAMAMENTO PÚBLICO


Ainda que a celebração de parcerias não dependa da realização de licitação, o legislador,
em plena sintonia com os princípios da isonomia e da impessoalidade, estabeleceu a
obrigatoriedade, como regra geral, da realização do chamamento público.
Trata-se o chamamento público, desta forma, de um procedimento realizado com o
objetivo de selecionar organizações da sociedade civil que tornem mais eficaz a execução
do objeto.
Basicamente, o chamamento público segue as mesmas etapas do procedimento licitatório,
ainda que não possa ser classificado como uma nova modalidade de licitação.
Assim, no âmbito do chamamento, tal como acontece com as licitações, a regra é a
realização do procedimento, sendo exceções as hipóteses de dispensa ou de inexigibilidade.

Art. 24. Exceto nas hipóteses previstas nesta Lei, a celebração de termo de colaboração ou de
fomento será precedida de chamamento público voltado a selecionar organizações da sociedade
civil que tornem mais eficaz a execução do objeto.

De acordo com a Lei 13.019/2014, o edital do chamamento público especificará, no


mínimo, as seguintes características:
• A programação orçamentária que autoriza e viabiliza a celebração da parceria;
• O objeto da parceria;
• As datas, os prazos, as condições, o local e a forma de apresentação das propostas;
• As datas e os critérios de seleção e julgamento das propostas, inclusive no que se
refere à metodologia de pontuação e ao peso atribuído a cada um dos critérios
estabelecidos, se for o caso;
• O valor previsto para a realização do objeto;
• As condições para interposição de recurso administrativo;
• A minuta do instrumento por meio do qual será celebrada a parceria;
• De acordo com as características do objeto da parceria, medidas de acessibilidade
para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e idosos.
Assim acontece com as licitações, os procedimentos utilizados no âmbito do chamamento
público devem ser claros, objetivos e simplificados, tendo como principais objetivos a orientação
aos interessados e a facilitação do acesso direto aos seus órgãos e instâncias decisórias.
Para que os objetivos sejam alcançados, a Administração Pública deverá estabelecer,
sempre que possível, critérios quanto às seguintes características:
a) objetos;
b) metas;
c) custos;
d) indicadores, quantitativos ou qualitativos, de avaliação de resultados.
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A regra é a realização do chamamento público. Em caráter de exceção, a Lei 13.019/2014


elenca situações em que o procedimento não será realizado em virtude de dispensa ou,
ainda, de inexigibilidade.
A diferença entre os institutos está no fato de que a inexigibilidade está fundamentada
na impossibilidade jurídica de competição. Logo, na inexigibilidade o chamamento público
não poderá ocorrer, tratando-se a contratação direta de uma obrigatoriedade para o
Poder Público.
Nas situações de dispensa, por sua vez, o chamamento pode ou não ser realizado,
tratando-se a realização do procedimento de uma faculdade para a Administração Pública.
Além disso, as situações de chamamento dispensável estão previstas de forma taxativa
no texto da norma, ao passo que as inexigibilidades, em sentido diverso, constam como
uma lista meramente exemplificativa. Vejamos as mencionadas hipóteses:

Art. 30. A administração pública poderá dispensar a realização do chamamento público:


I – no caso de urgência decorrente de paralisação ou iminência de paralisação de atividades de
relevante interesse público, pelo prazo de até cento e oitenta dias;
II – nos casos de guerra, calamidade pública, grave perturbação da ordem pública ou ameaça à
paz social;
III – quando se tratar da realização de programa de proteção a pessoas ameaçadas ou em situação
que possa comprometer a sua segurança;
VI – no caso de atividades voltadas ou vinculadas a serviços de educação, saúde e assistência
social, desde que executadas por organizações da sociedade civil previamente credenciadas pelo
órgão gestor da respectiva política.
Art. 31. Será considerado inexigível o chamamento público na hipótese de inviabilidade de
competição entre as organizações da sociedade civil, em razão da natureza singular do objeto
da parceria ou se as metas somente puderem ser atingidas por uma entidade específica,
especialmente quando:
I – o objeto da parceria constituir incumbência prevista em acordo, ato ou compromisso
internacional, no qual sejam indicadas as instituições que utilizarão os recursos;
II – a parceria decorrer de transferência para organização da sociedade civil que esteja autorizada
em lei na qual seja identificada expressamente a entidade beneficiária, inclusive quando se tratar
da subvenção prevista no inciso I do § 3º do art. 12 da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964,
observado o disposto no art. 26 da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000.

Chamamento Público Dispensável Chamamento Público Inexigível


Procedimento pode ou não ser realizado Procedimento não pode ser realizado
Hipóteses previstas de forma taxativa Hipóteses previstas de forma exemplificativa
Vários são os fundamentos para a não Tem como fundamento a impossibilidade
realização, como a segurança e a urgência. jurídica de competição

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4.3. TERMO DE COLABORAÇÃO, TERMO DE FOMENTO E ACORDO DE


COOPERAÇÃO
Três são os instrumentos que podem ser utilizados para a celebração das parcerias
regidas pela Lei 13.019/2014, sendo eles o termo de colaboração, o termo de fomento
e o acordo de cooperação.

Obs.: Termo de colaboração: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias
estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil
para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas pela
administração pública que envolvam a transferência de recursos financeiros;
Termo de fomento: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias
estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil
para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas
pelas organizações da sociedade civil, que envolvam a transferência de
recursos financeiros;
Acordo de cooperação: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias
estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para
a consecução de finalidades de interesse público e recíproco que não envolvam a
transferência de recursos financeiros;

Com relação ao termo de colaboração e ao termo de fomento, a diferença entre ambos


os instrumentos está na pessoa que propõe o plano de trabalho.
Quando o plano de trabalho for proposto pela Administração Pública, o instrumento
a ser utilizado é o termo de colaboração. Quando o plano de trabalho for proposto pela
entidade da sociedade civil, será feito uso do termo de fomento.
Ambos os institutos envolvem, obrigatoriamente, a transferência de recursos
financeiros, conforme previsão dos artigos 16 e 17 da norma em análise:

Art. 16. O termo de colaboração deve ser adotado pela administração pública para consecução
de planos de trabalho de sua iniciativa, para celebração de parcerias com organizações da
sociedade civil que envolvam a transferência de recursos financeiros.
Art. 17. O termo de fomento deve ser adotado pela administração pública para consecução de
planos de trabalho propostos por organizações da sociedade civil que envolvam a transferência
de recursos financeiros.

Mas será que as disposições da Lei 13.019/2014 são aplicadas, apenas, às parcerias que
envolvem a transferência de recursos financeiros?

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De forma alguma! As parcerias também poderão ser formalizadas, em sentido diverso,


sem que haja, necessariamente, a transferência de recursos financeiros.
Assim, sempre que estivermos diante de uma parceria entre o Poder Público e uma
entidade da sociedade civil e o instrumento pactuado não envolver a transferência de
recursos financeiros, deverá ser feito uso do acordo de cooperação.

003. (FCC/JE TJGO/TJ GO/2021) A Associação Goiana de Aeromodelismo, entidade privada


sem fins lucrativos, procura a Secretaria da Educação de Goiás, propondo a realização de
um projeto de oficinas de aeromodelismo nas escolas estaduais, sendo que tal proposta
se coaduna com um dos objetivos de seu estatuto social, referente à “promoção de ações
educativas associadas ao aeromodelismo”. Conforme o plano de trabalho proposto para
o ajuste, voluntários do quadro da entidade atuarão como instrutores de forma gratuita,
cabendo ao órgão estadual fornecer o material de consumo e disponibilizar as instalações
para desenvolvimento da atividade. Diante de tais características e tendo em vista o que
dispõe a Lei n. 13.019, de 31 de julho de 2014, constata-se que se pretende estabelecer um
a) convênio, visto que houve a apresentação de plano de trabalho pela entidade proponente.
b) termo de parceria, visto que a entidade, por suas características, pode ser considerada
uma OSCIP.
c) termo de fomento, haja vista que o projeto foi proposto pela entidade civil.
d) termo de colaboração, visto que o fornecimento de materiais pelo Estado pode ser
considerado uma forma de repasse financeiro.
e) acordo de cooperação, visto que o ajuste não implica transferência de recursos financeiros.

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Na medida em que ajuste pactuado não envolve a transferência de recursos financeiros, o


instrumento que deve ser utilizado é o acordo de cooperação.

Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se:


VIII – A - acordo de cooperação: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias
estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução
de finalidades de interesse público e recíproco que não envolvam a transferência de recursos
financeiros;

Letra e.

Independentemente do instrumento celebrado, a Lei 13.019/2014 elenca uma série


de cláusulas que sempre deverão estar presentes quando da formalização das parcerias.
Vejamos todas elas...

Art. 42. As parcerias serão formalizadas mediante a celebração de termo de colaboração, de termo
de fomento ou de acordo de cooperação, conforme o caso, que terá como cláusulas essenciais:
I – a descrição do objeto pactuado;
II – as obrigações das partes;
III – quando for o caso, o valor total e o cronograma de desembolso;
V – a contrapartida, quando for o caso, observado o disposto no § 1º do art. 35;
VI – a vigência e as hipóteses de prorrogação;
VII – a obrigação de prestar contas com definição de forma, metodologia e prazos;
VIII – a forma de monitoramento e avaliação, com a indicação dos recursos humanos e tecnológicos
que serão empregados na atividade ou, se for o caso, a indicação da participação de apoio técnico
nos termos previstos no § 1º do art. 58 desta Lei;
IX – a obrigatoriedade de restituição de recursos, nos casos previstos nesta Lei;
X – a definição, se for o caso, da titularidade dos bens e direitos remanescentes na data da
conclusão ou extinção da parceria e que, em razão de sua execução, tenham sido adquiridos,
produzidos ou transformados com recursos repassados pela administração pública;
XII – a prerrogativa atribuída à administração pública para assumir ou transferir a responsabilidade
pela execução do objeto, no caso de paralisação, de modo a evitar sua descontinuidade;
XIV – quando for o caso, a obrigação de a organização da sociedade civil manter e movimentar
os recursos em conta bancária específica, observado o disposto no art. 51;
XV – o livre acesso dos agentes da administração pública, do controle interno e do Tribunal de
Contas correspondente aos processos, aos documentos e às informações relacionadas a termos
de colaboração ou a termos de fomento, bem como aos locais de execução do respectivo objeto;
XVI – a faculdade dos partícipes rescindirem o instrumento, a qualquer tempo, com as respectivas
condições, sanções e delimitações claras de responsabilidades, além da estipulação de prazo
mínimo de antecedência para a publicidade dessa intenção, que não poderá ser inferior a 60
(sessenta) dias;

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XVII – a indicação do foro para dirimir as dúvidas decorrentes da execução da parceria, estabelecendo
a obrigatoriedade da prévia tentativa de solução administrativa, com a participação de órgão
encarregado de assessoramento jurídico integrante da estrutura da administração pública;
XIX – a responsabilidade exclusiva da organização da sociedade civil pelo gerenciamento
administrativo e financeiro dos recursos recebidos, inclusive no que diz respeito às despesas
de custeio, de investimento e de pessoal;
XX – a responsabilidade exclusiva da organização da sociedade civil pelo pagamento dos encargos
trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais relacionados à execução do objeto previsto no
termo de colaboração ou de fomento, não implicando responsabilidade solidária ou subsidiária da
administração pública a inadimplência da organização da sociedade civil em relação ao referido
pagamento, os ônus incidentes sobre o objeto da parceria ou os danos decorrentes de restrição
à sua execução.

4.4. PRESTAÇÃO DE CONTAS


A prestação de contas pode ser definida como o procedimento em que se analisa e se
avalia a execução da parceria, pelo qual seja possível verificar o cumprimento do objeto
e o alcance das metas e dos resultados previstos, compreendendo duas fases:
a) apresentação das contas, de responsabilidade da organização da sociedade civil;
b) análise e manifestação conclusiva das contas, de responsabilidade da administração
pública, sem prejuízo da atuação dos órgãos de controle.
Com relação à esta etapa, devemos saber que a regra geral é a de que as entidades da
sociedade civil devem, conforme previsão da Lei 13.019/2014, apresentar a prestação de
contas no prazo de até 90 dias após o término da vigência da parceria. Tal prazo poderá,
quando necessário, ser prorrogado por mais 30 dias.
Quando, no entanto, a parceria exceder a um ano, a prestação de contas deverá ser
realizada, adicionalmente, ao término de cada exercício.
Constatada irregularidade ou omissão na prestação de contas, será concedido o prazo
de até 45 dias para que a organização da sociedade civil possa sanar a irregularidade ou
cumprir a obrigação.
Transcorrido o prazo para saneamento da irregularidade ou da omissão, não havendo
o saneamento, a autoridade administrativa competente, sob pena de responsabilidade
solidária, deve adotar as providências para apuração dos fatos, identificação dos responsáveis,
quantificação do dano e obtenção do ressarcimento, nos termos da legislação vigente.
Uma vez apresentadas, deve a Administração Pública apreciar a prestação final de
contas no prazo de até cento e cinquenta dias, contado da data de seu recebimento ou
do cumprimento de diligência por ela determinada, prorrogável justificadamente por
igual período.

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O transcurso do prazo definido sem que as contas tenham sido apreciadas:


a) não significa impossibilidade de apreciação em data posterior ou vedação a que se
adotem medidas saneadoras, punitivas ou destinadas a ressarcir danos que possam ter
sido causados aos cofres públicos;
b) nos casos em que não for constatado dolo da organização da sociedade civil ou de seus
prepostos, sem prejuízo da atualização monetária, impede a incidência de juros de mora
sobre débitos eventualmente apurados, no período entre o final do prazo referido neste
parágrafo e a data em que foi ultimada a apreciação pela administração pública.

Após analisar a prestação de contas, deverá a Administração Pública decidir sobre uma
das seguintes medidas:
I – regulares, quando expressarem, de forma clara e objetiva, o cumprimento dos
objetivos e metas estabelecidos no plano de trabalho;
II – regulares com ressalva, quando evidenciarem impropriedade ou qualquer outra
falta de natureza formal que não resulte em dano ao erário;
III – irregulares, quando comprovada qualquer das seguintes circunstâncias:
a) omissão no dever de prestar contas;
b) descumprimento injustificado dos objetivos e metas estabelecidos no plano de trabalho;
c) dano ao erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico;
d) desfalque ou desvio de dinheiro, bens ou valores públicos.
Quando a prestação de contas for avaliada como irregular, após exaurida a fase recursal,
se mantida a decisão, a organização da sociedade civil poderá solicitar autorização para
que o ressarcimento ao erário seja promovido por meio de ações compensatórias de
interesse público, mediante a apresentação de novo plano de trabalho, conforme o
objeto descrito no termo de colaboração ou de fomento e a área de atuação da organização,
cuja mensuração econômica será feita a partir do plano de trabalho original, desde que
não tenha havido dolo ou fraude e não seja o caso de restituição integral dos recursos.
Por fim, vejamos as sanções administrativas que podem ser aplicadas como decorrência
da execução irregular da parceria firmada com o Poder Público.

Art. 73. Pela execução da parceria em desacordo com o plano de trabalho e com as normas desta
Lei e da legislação específica, a administração pública poderá, garantida a prévia defesa, aplicar
à organização da sociedade civil as seguintes sanções:
I – advertência;
II – suspensão temporária da participação em chamamento público e impedimento de celebrar
parceria ou contrato com órgãos e entidades da esfera de governo da administração pública
sancionadora, por prazo não superior a dois anos;

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III – declaração de inidoneidade para participar de chamamento público ou celebrar parceria


ou contrato com órgãos e entidades de todas as esferas de governo, enquanto perdurarem os
motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria
autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que a organização da sociedade
civil ressarcir a administração pública pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da
sanção aplicada com base no inciso II.

Importante salientar que as sanções de suspensão temporária, de impedimento de


celebrar parceria ou contrato e de declaração de inidoneidade são de competência exclusiva
de Ministro de Estado ou de Secretário Estadual, Distrital ou Municipal, conforme o caso.
Em ambos os casos, deve ser facultada a defesa do interessado no respectivo processo,
que será exercida no prazo de dez dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser
requerida após dois anos de aplicação da penalidade.

004. (VUNESP/ADV (CODEN)/CODEN/2021) Acerca das parcerias entre a administração


pública e organizações da sociedade civil, a Lei Federal n. 13.019, de 31 de julho de 2014,
prevê procedimento em que se analisa e se avalia a execução da parceria, pelo qual seja
possível verificar o cumprimento do objeto da parceria e o alcance das metas e dos resultados
previstos, que corresponde a
a) prestação de contas.
b) apresentação das contas.
c) análise e manifestação conclusiva das contas.
d) procedimento averiguatório.
e) processo investigativo.

A definição apresentada é a de prestação de contas, nos termos da Lei 13.019/2014, de


seguinte redação:

Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se:


XIV – prestação de contas: procedimento em que se analisa e se avalia a execução da parceria,
pelo qual seja possível verificar o cumprimento do objeto da parceria e o alcance das metas
e dos resultados previstos, compreendendo duas fases:
a) apresentação das contas, de responsabilidade da organização da sociedade civil;
b) análise e manifestação conclusiva das contas, de responsabilidade da administração pública,
sem prejuízo da atuação dos órgãos de controle;

Letra a.

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RESUMO
Ao longo dos anos, três foram as escolas presentes no âmbito da administração pública,
sendo elas a patrimonialista, a burocrática e a gerencial.
Com a administração patrimonial, tínhamos um modelo de gestão com o foco voltado
para as ações do soberano, sendo que todas as medidas por ele adotadas não levavam em
conta as necessidades da população, mas sim o interesse predominantemente particular.
Com a administração burocrática, passamos a contar com uma distinção entre o
patrimônio público e o patrimônio particular, de forma que as medidas adotadas pelo
Poder Público teriam que, obrigatoriamente, satisfazer as necessidades da coletividade.
A administração burocrática representou o início das formas de combate ao nepotismo
e à corrupção, tratando-se de um controle realizado sobre as atividades meio e pautado
nos princípios da legalidade e da impessoalidade.
Com a reforma administrativa, surge em nosso ordenamento a administração gerencial.
Com ela, o controle passa a ser exercido sobre as atividades fins, pautando-se no princípio
da eficiência.

Administração patrimonial Administração burocrática Administração gerencial

Patrimônio do soberano era


Distinção entre o patrimônio Distinção entre o patrimônio
confundido com o patrimônio
público e privado público e privado
público
Não há necessidade de prestação Há necessidade de prestação Há necessidade de prestação de
de contas de contas contas
Não há nenhum tipo de controle Controle exercido sobre as Controle exercido sobre as
exercido sobre a atividade estatal atividades meios atividades fins
Predomínio da corrupção e do Combate à corrupção e ao Combate à corrupção e ao
nepotismo nepotismo nepotismo
Administração pautada nos
Administração pautada no
Inexistência de princípios princípios da legalidade e da
princípio da eficiência
impessoalidade

Duas são as principais características da administração gerencial: o princípio da eficiência


e a possibilidade de celebração de contratos de gestão.
Com a Emenda Constitucional n. 19, a eficiência passou a ter o status de princípio
constitucional, sendo, por consequência, de observância obrigatória por toda a administração
pública de todos os entes federativos.
O princípio da eficiência traduz a necessidade de termos uma administração pautada
nas características da economicidade e da produtividade. Como exemplo, pode-se citar
a obrigatoriedade de aprovação em estágio probatório como condição para aquisição da
estabilidade do servidor público.
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O contrato de gestão, também conhecido como acordo programa, pode ser conceituado
como o vínculo estabelecido entre a administração direta com outros órgãos da administração,
com entidades da administração indireta ou ainda com as organizações sociais, entidades
do terceiro setor.
Quando ocorre a celebração de contrato de gestão com órgão da administração direta
ou com entidades da administração indireta, temos um aumento da autonomia. Em
sentido oposto, quando a celebração ocorre com entidades do terceiro setor, temos uma
redução da autonomia.
Três são os diferentes setores da atividade econômica.
O primeiro setor é constituído pelos órgãos e entidades do Poder Público que estão
encarregados de organizar e executar as políticas públicas.
O segundo setor é, em última análise, o próprio mercado, constituído pela vontade
das partes e regido pelo direito privado. Fazem parte do segundo setor todas as empresas
que disputam o mercado econômico, regidas pelo princípio da livre concorrência e com o
objetivo de auferir lucro.
O terceiro setor é formado por pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos,
e que prestam serviços de interesse público. No terceiro setor, temos a utilização de dinheiro
privado para fins públicos.
São exemplos de entidades do terceiro setor as organizações sociais, as organizações
da sociedade civil de interesse público e os serviços sociais autônomos. Tais entidades,
de acordo com a doutrina, são também conhecidas como entidades paraestatais.
Os serviços sociais autônomos podem ser conceituados como pessoas jurídicas de
direito privado, instituídas mediante autorização legal, para ministrar assistência ou ensino
a certas categorias profissionais.
São características dos serviços sociais autônomos: a) são pessoas jurídicas de direito
privado sem fins lucrativos,b) não integram a administração pública,c) estão dispensados da
regra constitucional do concurso público, devendo realizar processo seletivo,d) não obedecem
integralmente as normas de licitação, mas sim apenas os princípios da administração
pública,e) sua criação depende de lei autorizadora, f) são custeados por contribuições
corporativas incidentes na folha de pagamento, g) devem prestar contas de sua gestão ao
respectivo tribunal de contas e h) seus funcionários são regidos pela CLT.
As organizações sociais são uma qualificação que é concedida pelo Poder Público às
pessoas jurídicas de direito privado que atendam aos requisitos estabelecidos em lei.
Como requisitos gerais para a qualificação, temos a obrigatoriedade de a entidade
ser uma pessoa jurídica de direito privado, não possuir fins lucrativos e exercer suas
atividades em um dos seguintes setores: ensino, cultura, saúde, pesquisa científica,
desenvolvimento tecnológico ou proteção e preservação do meio ambiente.

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Diversas são as formas de incentivo concedidas pelo Poder Público às organizações


sociais, tais como a cessão de servidores com a manutenção do ônus para a administração,
a destinação de recursos orçamentários e a destinação de bens públicos.
As organizações sociais estão ligadas à necessidade de publicização das atividades estatais.
As organizações da sociedade civil de interesse público são entidades privadas, sem
fins lucrativos, que desenvolvem atividades de interesse do Estado.
As diferenças entre as organizações sociais e as organizações da sociedade civil de
interesse público podem ser visualizadas por meio do seguinte quadro:

Organização da sociedade civil do interesse


Organização social
público
Pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos Pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos
Não integram a administração pública Não integram a administração pública
São fomentadas pelo poder público São fomentadas pelo poder público
Firmam contrato de gestão Firmam termo de parceria
Qualificação ocorre com a celebração do contrato Qualificação é anterior à celebração de termo de
de gestão parceria
Trata-se a qualificação de um ato discricionário Trata-se a qualificação de um ato vinculado
Qualificação é competência do Ministro da
Qualificação é competência do Ministro da Justiça
respectiva área de atuação e do Ministro do MPOG
Recebem diversos incentivos, dentre os quais Recebem diversos incentivos, mas não pode haver
destaca-se a cessão de servidores e de bens públicos a cessão de servidores ou de bens públicos

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QUESTÕES DE CONCURSO

001. (FCC/AJ TRT22/TRT 22/ÁREA JUDICIÁRIA/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL/2022)


Conforme jurisprudência dominante dos Tribunais Superiores e do TCU, embora ostentem
personalidade de direito privado, aplicam-se aos serviços sociais autônomos criados em âmbito
federal (“Sistema S”) algumas normas típicas do regime jurídico-administrativo, dentre elas,
a) o pagamento de suas dívidas por precatórios.
b) a competência da Justiça Federal para julgamento das ações em que forem parte.
c) a obrigatoriedade de concurso público para admissão de pessoal de caráter permanente.
d) a observância das regras constantes da legislação federal sobre licitações.
e) a fiscalização pelo Tribunal de Contas da União.

002. (FCC/AJ TRT22/TRT 22/ÁREA JUDICIÁRIA/”SEM ESPECIALIDADE”/2022) As chamadas


Organizações Sociais (OS) são entes de colaboração com a Administração Pública e seu
regime legal se caracteriza
a) por serem escolhidas mediante processo licitatório, para desempenho de serviços públicos
em caráter descentralizado.
b) pela participação de representantes do Poder Público em seu conselho de administração.
c) pela obrigatoriedade de seleção de seus funcionários por concurso, em vista do princípio
da impessoalidade.
d) pelo exercício de quaisquer atividades de interesse público, desde que não haja
finalidade lucrativa.
e) pela celebração de termo de parceria, em que são fixadas as regras do regime de colaboração
entre a OS e o Poder Público.

003. (FCC/DP (DPE AP)/DPE AP/2022) As organizações sociais são definidas como pessoas
jurídicas de direito
a) público, sem fins lucrativos, mas que se consolidam por meio de um contrato de gestão,
no qual são repassados incentivos à entidade executora das atividades.
b) público, com fins lucrativos, que compõem a administração indireta, para executar
serviços tipicamente públicos.
c) privado, que constituem instrumento de privatização para diminuir as atividades
desenvolvidas pelo Estado, repassando-as, de forma perene, para execução da
administração indireta.
d) privado, sem fins lucrativos, criadas por particulares, para desempenhar serviços públicos
não privativos do Estado.

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e) privado, no intuito de fomentar a execução de atividades do Estado, seja por meio de


contrato com ou sem repasse de recursos.

004. (FCC/PROC (PGE TO)/PGE TO/2018) Após promover a construção de linha de Veículo
Leve sobre Trilhos − VLT para integração da malha metropolitana de transporte, o Governo do
Estado pretende que a operação da linha seja gerida de forma descentralizada. Considerando-
se a natureza do serviço e o fato de que haverá cobrança de tarifa dos usuários, NÃO é
solução adequada a
a) celebração de contrato de gestão com organização social.
b) constituição de parceria público-privada.
c) outorga do serviço a consórcio público, constituído para esse fim específico.
d) delegação mediante concessão de serviço público.
e) outorga do serviço a entidade especializada da Administração Indireta.

005. (FCC /2018/DPE-AM/ASSISTENTE TÉCNICO DE DEFENSORIA - ASSISTENTE TÉCNICO


ADMINISTRATIVO – TABATINGA) As Organizações Sociais, assim qualificadas pelo Poder
Executivo, vinculam-se juridicamente à Administração pública por meio de
a) contrato de gestão, que pode ser firmado com pessoas jurídicas de direito privado,
sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura
e à saúde.
b) termo de colaboração ou de fomento, que podem ser firmados exclusivamente com
pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas à
cultura e à saúde.
c) contrato de fornecimento, que pode ser firmado com pessoa jurídica de direto privado
com ou sem fins lucrativos, desde que demonstre ter capacidade técnica para a gestão
adequada e qualificada dos serviços que lhe serão transferidos.
d) contrato de concessão ou de permissão de serviço público, que pode ser firmado
independentemente de licitação, em razão da natureza da entidade contratada.
e) contrato de gestão, que pode ser firmado com pessoas jurídicas que tenham finalidade
lucrativa ou não, qualquer que seja a natureza social de seus objetivos e área de atuação,
liberdade necessária para democratização e qualificação do gasto público.

006. (FCC/APE (TCE-RS)/TCE-RS/CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS, DIREITO/2018) A União


pretende fomentar entidades privadas sem fins lucrativos que promovam, gratuitamente,
projetos de ensino para a alfabetização de adultos. Para tanto, ficam reservados recursos
orçamentários, a serem destinados àquelas entidades que demonstrem experiência e
aptidão na promoção de projetos do gênero.

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A destinação de tais recursos, à luz do Direito brasileiro e em atendimento à pretensão da


União, pode ser feita
a) exclusivamente às entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público, nos termos da Lei federal n. 9.790/1999.
b) exclusivamente às entidades qualificadas como Organizações Sociais, nos termos da Lei
federal n. 9.637/1998.
c) exclusivamente às entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil, nos
termos da Lei federal n. 13.019/2014.
d) às entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público,
como Organizações Sociais e como Organizações da Sociedade Civil, respeitados os termos
da legislação aplicável em cada caso.
e) às entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público e
como Organizações da Sociedade Civil, mas não àquelas qualificadas como Organizações
Sociais, porquanto a qualificação como Organização Social não se aplica a entidades privadas
sem fins lucrativos dedicadas ao ensino.

007. (FCC/ASS ADM (SEAD AP)/SEAD AP/2018) As organizações sociais não integram a
Administração pública, mas podem exercer atividades típicas dela, pois
a) prestam serviços públicos em caráter lucrativo, não podendo receber recursos públicos
no desempenho dessas funções, embora possam ser contratadas mediante dispensa
de licitação.
b) não podem exercer atividades com caráter lucrativo, tal qual as fundações públicas,
tampouco prestar serviços públicos, atuando em colaboração com o poder público mediante
celebração de termos de parceria, não se submetendo aos órgãos externos de controle.
c) dependem de autorização legislativa para serem instituídas pelo poder público, com o qual
celebram contrato de gestão, instrumento necessário para fixação de metas e resultados
no desempenho de atividades executivas, incluída a prestação de serviços públicos.
d) celebram contrato de gestão para definição de metas na execução de serviços públicos
de caráter não exclusivo, mediante repasses de recursos públicos, o que atrai a incidência
de controle externo no manejo dessas verbas.
e) estão habilitadas a firmar contratos de concessão ou permissão de serviços públicos,
tanto quanto termos de parcerias, cabendo controle sobre sua gestão, pois sua remuneração
pode advir diretamente dos usuários ou da própria Administração pública.

008. (FCC/AJ TRT6/TRT 6/JUDICIÁRIA/”SEM ESPECIALIDADE”/2018) De acordo com a Lei


n. 13.019/2014,

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a) qualquer organização da sociedade civil pode celebrar parceria com a Administração


pública, podendo se materializar mediante convênio ou contrato.
b) as entidades da sociedade civil devem ser qualificadas como organizações sociais para
celebrarem parcerias regidas por esse diploma legal com os entes públicos quando envolverem
o repasse de recursos financeiros.
c) as parcerias firmadas entre poder público e entidades da sociedade civil regidas por esse
diploma legal dependem da previsão de repasse de recursos financeiros para realização
das atividades.
d) os instrumentos de parceria previstos nesse diploma legal se destinam a disciplinar a
realização de atividades de interesse público e recíproco, nem todos envolvendo o repasse
de recursos financeiros em favor da organização da sociedade civil.
e) a celebração de acordos ou termos de cooperação com entidades da sociedade civil configura
hipótese expressa de dispensa de licitação, diferentemente do termo de fomento, que exige
a realização de um chamamento para escolha da organização que melhor desempenhará
as atividades de interesse público.

009. (FCC/APE (TCE-RS)/TCE-RS/ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA OU DE EMPRESAS/2018) Considere


que determinada organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, pretenda firmar
parceria com o Estado, tendo apresentado a proposta correspondente nos termos da Lei
n. 13.019/2014. Identificando interesse público no objeto apresentado, que demandará
repasse de recursos pelo ente público, o Estado decidiu tornar pública a proposta, instituindo
procedimento de manifestação de interesse social, o que significa que
a) optou, por meio deste ato, pela celebração da parceria, porém não pela escolha do
parceiro, a qual resultará da seleção decorrente do procedimento instaurado.
b) procederá à oitiva da sociedade sobre o tema, não estando, contudo, dispensado de
instaurar chamamento público para fins de seleção do parceiro que irá firmar o competente
termo de fomento.
c) instaurou procedimento tendente à qualificação da entidade autora da proposição, que,
se concluído satisfatoriamente, redundará na celebração de termo de colaboração.
d) optou por não firmar a parceria com a entidade solicitante, possivelmente pelo não
preenchimento dos requisitos legais exigíveis, porém dará prosseguimento à seleção de
outro parceiro para o objeto apresentado.
e) deverá colher sugestões para o aprimoramento do objeto da parceria, devendo, caso
decida pelo seu prosseguimento, firmar o competente termo de parceria com o solicitante.

010. (FCC/PJ (MPE PB)/MPE PB/2018) Dispõe a Lei Federal no 13.019/2014 que a celebração de
termos de parceria e termos de fomento devem ser precedidas de processo de chamamento

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público, voltado a selecionar organizações da sociedade civil que tornem mais eficaz a
execução do objeto, ressalvadas as hipóteses de dispensa e inexigibilidade mencionadas
na lei. É hipótese de inexigibilidade do chamamento público:
a) a situação de urgência decorrente de paralisação ou iminência de paralisação de atividades
de relevante interesse público, pelo prazo de até cento e oitenta dias.
b) a ocorrência de guerra, calamidade pública, grave perturbação da ordem pública ou
ameaça à paz social.
c) a realização de programa de proteção a pessoas ameaçadas ou em situação que possa
comprometer a sua segurança.
d) o caso de atividades voltadas ou vinculadas a serviços de educação, saúde e assistência
social, quando executadas por organizações da sociedade civil previamente credenciadas
pelo órgão gestor da respectiva política.
e) a parceria cujo objeto constituir incumbência prevista em acordo, ato ou compromisso
internacional, no qual sejam indicadas as instituições que utilizarão os recursos.

011. (FCC/PROC MUN (CARUARU)/PREF CARUARU/2018) A Lei n. 13.019, de 31 de julho de


2014, que estabelece o regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as
organizações da sociedade civil, estatui que
a) às parcerias estabelecidas, com base nessa lei, são aplicáveis as normas dispostas na
Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, que dispõe sobre normas para licitações e contratos
da Administração Pública.
b) as espécies de parceria estabelecidas por essa lei, são: termo de colaboração, termo de
fomento, acordo de cooperação e convênio.
c) a administração pública poderá dispensar a realização do chamamento público na
hipótese de inviabilidade de competição entre as organizações da sociedade civil, em razão
da natureza singular do objeto da parceria ou se as metas somente puderem ser atingidas
por uma entidade específica.
d) são consideradas organizações da sociedade civil as organizações religiosas que se
dediquem a atividades ou a projetos de interesse público e de cunho social distintas das
destinadas a fins exclusivamente religiosos.
e) considera-se atividade o conjunto de direitos, responsabilidades e obrigações decorrentes
de relação jurídica estabelecida formalmente entre a administração pública e organizações
da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de
interesse público e recíproco.

012. (FCC/AJ TRF5/TRF 5/JUDICIÁRIA/”SEM ESPECIALIDADE”/2017) A União, por meio do


Ministério do Educação, formalizou termo de colaboração, regido pela Lei n. 13.019 de 2014,

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com organização da sociedade civil, firmado após seleção por meio de chamamento público,
com vista à implementação de projeto voltado à formação e qualificação de multiplicadores de
conhecimento na área de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis em adolescentes.
Estabeleceu-se que a remuneração da equipe encarregada da execução do plano de trabalho,
durante a vigência da parceria, seria paga com recursos públicos vinculados à parceria. O
Tribunal de Contas da União solicitou esclarecimentos ao Poder Público sob a alegação de
que os recursos públicos não poderiam ser empregados na remuneração de pessoal próprio
da Organização da Sociedade Civil parceira.
O apontamento do TCU
a) procede, porquanto os recursos públicos repassados à entidade parceira somente podem
remunerar equipe de trabalho contratada, jamais própria, cujo custo deve ser suportado
pela entidade privada a título de contrapartida.
b) improcede, pois a Lei n. 13.019 de 2014 permite expressamente que a remuneração da
equipe de trabalho, tanto contratada como própria da entidade parceria, possa ser feita
com recursos públicos vinculados à parceria.
c) procede, pois a Lei n. 13.019 de 2014 veda expressamente o pagamento da equipe
encarregada da execução do plano de trabalho, seja pessoal próprio da organização, seja
contratado para execução da parceria.
d) improcede, porque a lei não dispõe quanto à natureza das despesas que podem ou não
ser custeadas com recursos vinculados à parceria, cabendo aos instrumentos jurídicos
disciplinar a questão livremente, em razão do controle de resultados introduzido pelo novo
marco regulatório.
e) procede, pois a lei veda expressamente o pagamento com recursos da parceria da equipe
de trabalho e de todos os custos indiretos necessários à execução do objeto, qualquer que
seja sua proporção em relação à parceria.

013. (FCC/AJ TRF5/TRF 5/JUDICIÁRIA/”SEM ESPECIALIDADE”/2017) Objetivando consecução


de finalidade de interesse público, autarquia federal lançou chamamento público para
selecionar organização da sociedade civil sem fins lucrativos interessada em firmar parceria
para execução, em regime de mútua cooperação, de projeto, cujo plano de trabalho foi
desenvolvido e ofertado pela Administração, com a previsão de repasse de recursos financeiros
e ausência de contrapartida.
Levando em consideração o regime jurídico das parcerias estabelecido pela Lei n. 13.019
de 2014, o futuro ajuste será instrumentalizado por
a) termo de colaboração, que é o instrumento legalmente previsto para formalização de
parcerias propostas pela Administração, que envolvam transferência de recursos financeiros,
desde que não haja previsão de contrapartida.

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b) termo de fomento, que é o instrumento legalmente previsto para formalização de


parcerias propostas pela Administração, que envolvam transferência de recursos financeiros,
estabeleçam ou não contrapartida.
c) acordo de cooperação, que é o instrumento legalmente previsto para formalização de
parcerias propostas pela Administração, que envolvam transferência de recursos financeiros
e previsão de contrapartida, que se constitui requisito para celebração da avença.
d) termo de colaboração, que é o instrumento legalmente previsto para formalização de
parcerias propostas pela Administração, que envolvam transferência de recursos financeiros,
com ou sem previsão de contrapartida.
e) termo de fomento ou termo de colaboração, que são instrumentos hábeis, nos termos da lei,
para formalização de parcerias que envolvam transferência de recursos, independentemente
da origem da proposta.

014. (FCC/ASS JUR (ALMS)/ALMS/2016) Uma associação de direito privado, criada por
fundação pública, pretende qualificar-se como organização da sociedade civil de interesse
público. Cumpre salientar que referida associação, sem fins lucrativos, tem por finalidade a
promoção da assistência social. Do mesmo modo, hospital privado não gratuito e que tem
como uma de suas finalidades a promoção do voluntariado pretende qualificar-se como
organização da sociedade civil de interesse público. Nos termos da Lei n. 9.790/1999,
a) apenas a segunda poderá qualificar-se como organização da sociedade civil de interesse
público, desde que preenchidos os demais requisitos legais.
b) ambos são passíveis de qualificação como organização da sociedade civil de interesse
público, desde que preenchidos os demais requisitos legais.
c) apenas a primeira poderá qualificar-se como organização da sociedade civil de interesse
público, desde que preenchidos os demais requisitos legais.
d) nenhum deles poderá qualificar-se como organização da sociedade civil de interesse
público, haja vista proibição expressa a tais pessoas jurídicas.
e) nenhum deles poderá qualificar-se como organização da sociedade civil de interesse
público, haja vista que apenas as organizações sociais podem receber tal qualificação.

015. (FCC/JE TJPE/TJ PE/2015) “[...] é a qualificação jurídica dada a pessoa jurídica de
direito privado, sem fins lucrativos, instituída por iniciativa de particulares, e que recebe
delegação do Poder Público, mediante contrato de gestão, para desempenhar serviço público
de natureza social” (Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Direito Administrativo, 2012: 565).
A definição acima se refere às
a) Serviços sociais autônomos.
b) Organizações não-governamentais.

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c) Organizações sociais.
d) Fundações de apoio.
e) Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público.

016. (FCC/AUD (TCE-CE)/TCE-CE/2015) A atuação de organizações sociais, na forma


disciplinada pela Lei no 9.637/1998, corresponde
a) à prestação de serviço público, mediante permissão.
b) à execução de atividade de interesse público, sob regime privado.
c) à concessão de serviço público em caráter suplementar à atuação do poder público.
d) à autorização para prestação de serviço público sob regime publicístico.
e) ao desempenho de serviços sociais não exclusivos do Estado.

017. (FCC/PROC MPC (TCM-GO)/TCM-GO/2015) O desempenho das atividades estatais


deixou de ser exclusividade da Administração há lapso temporal bastante considerável.
Na evolução social do movimento de descentralização experimentado pela Administração
pública surgiram entidades privadas para o desempenho de atividades estatais, com ênfase
na área social, da saúde e da cultura. Essas entidades
a) não integram a Administração direta nem indireta, e seu centro de controle e gestão são
dissociados e independentes da estrutura estatal, aplicando-lhes o regime eminentemente
privado, o que afasta os mecanismos de controle e os instrumentos para fiscalização do
desempenho das atividades.
b) não são criadas pela Administração, nem são geridas por servidores designados por
aquela, de modo que lhes é vedado receber qualquer tipo de subsídio econômico ou outorga
de uso de bens públicos.
c) constituem-se sob formas jurídicas de direito privado, porém caso recebam benefícios
financeiros ou materiais da Administração pública, passam a se submeter ao princípio da
obrigatoriedade de licitação para suas contratações, tal qual as empresas estatais.
d) podem se constituir sob formas jurídicas de direito privado, seja fundação, seja associação
civil, submetendo- se aos instrumentos de controle e fiscalização por parte da Administração
pública, cuja intensidade se amplia diante do regular recebimento de benefícios estatais
e subsídios econômicos.
e) constituem-se, primordialmente, sob a forma de organização social, pessoa jurídica de
direito privado que celebra contrato de gestão com o Estado para dispor sobre os limites
de sua atuação e desempenho de suas atividades, inclusive aquelas de natureza econômica.

018. (FCC/ACE (TCM-GO)/TCM-GO/JURÍDICA/2015) Suponha que o Estado de Goiás pretenda


contar com a participação de entidades privadas na gestão dos serviços de alguns hospitais

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da rede pública. De acordo com a legislação federal que rege a matéria, tal participação
poderá se dar mediante
a) convênio com entidades sem fins lucrativos, prevendo pagamentos do Estado pela
execução dos serviços delegados.
b) contrato de programa com organizações da sociedade civil de interesse público,
estabelecendo remuneração baseada em indicadores de desempenho.
c) termo de parceria com empresas privadas, que poderão receber a qualificação de
organização social, sem perder sua finalidade lucrativa.
d) contrato de gestão com organizações sociais, que são entidades privadas sem fins
lucrativos que recebem essa qualificação do Poder Executivo.
e) consórcio com fundações públicas, que detenham experiência reconhecida na atividade
de gestão hospitalar, qualificadas como OSCIPs.

019. (FCC/ATE (SEFAZ PI)/SEFAZ PI/2015) Uma das formas consagradas de parceria entre
governo e sociedade corresponde à atuação das denominadas Organizações Sociais, que
podem ser definidas como
a) entidades da sociedade civil, organizadas sob a forma de associação, que celebram Termo
de Parceria com o setor público para execução de ações de interesse público.
b) entidades que passam a integrar a Administração Indireta, mediante ato de qualificação
vinculado ao cumprimento de indicadores de qualidade.
c) serviços sociais autônomos, voltados à implentação de ações sociais de interesse público,
parcialmente custeadas com contribuições de setores econômicos.
d) entidades paraestatais, sujeitas ao regime jurídico privado e aos princípios aplicáveis à
Administração pública, que recebem recursos públicos mediante convênios.
e) entidades privadas, sem fins lucrativos, que recebem qualificação específica e delegação
do Poder público para desempenhar serviço público não exclusivo.

020. (FCC/ACE (TCE-GO)/TCE-GO/CONTABILIDADE/2014) Tendo em vista o preenchimento


dos requisitos descritos na Lei n. 9.790/1999 (Lei das Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público), a pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, interessada em
obter a qualificação da OSCIP, deverá formular requerimento a determinado Ministério,
instruído com cópias autenticadas de alguns documentos. O referido Ministério e um dos
documentos exigidos pela citada lei são:
a) Ministério da Justiça e a declaração de isenção do imposto de renda.
b) Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e o estatuto registrado em cartório.
c) Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e a ata de eleição de sua atual diretoria.

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d) Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e a demonstração do resultado do


exercício.
e) Ministério da Defesa e a inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes.

021. (FCC/TCE (TCE-CE)/TCE-CE/ADMINISTRAÇÃO/SUPORTE ADMINISTRATIVO GERAL/2015)


Tem crescido em número e importância as relações do Estado com o denominado terceiro
setor. As parcerias (sentido amplo) estão sujeitas a instrumentos jurídicos distintos e a
diferentes regimes jurídicos. Considerando o regime jurídico aplicável às Organizações
Sociais (OS) e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), há de se
considerar que
a) as primeiras OSs são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, que recebem
recursos públicos para desempenhar serviços sociais exclusivos do Estado, o que se dá por
meio de termo de parcerias.
b) a outorga, pela Administração pública, de qualificação como OSCIP à pessoa jurídica
de direito privado, sem fins lucrativos, é ato discricionário do Poder Público, mesmo nas
hipóteses em que preenchidos os requisitos legais para tanto.
c) a entidade que descumprir as regras e princípios regedores do contrato de gestão poderá
ser desqualificada como OS, o que independe de processo administrativo em que seja
assegurada a ampla defesa nas hipóteses em que a entidade tiver bens e valores públicos
entregues à sua utilização.
d) a relação do Poder Público com as Organizações Sociais encontra disciplina no Contrato de
Gestão, já a relação das OSCIPs é instrumentalizada por meio de termo de parceria; ambas
as relações têm por objeto o fomento e o desempenho de serviços sociais não exclusivos
do Estado.
e) a celebração de contratos de prestação de serviços do Estado com OSs para atividades
contempladas no contrato de gestão depende da realização de licitação, na modalidade
pregão, nas formas presencial ou eletrônica.

022. (FCC/JT TRT1/TRT 1/2014) A melhoria de eficiência e redução de custos constitui


uma busca constante da Administração pública, com vistas a ampliar, em quantidade e
qualidade, os equipamentos e serviços disponibilizados aos cidadãos. Um dos mecanismos
que podem ser utilizados nessa busca é a
a) criação, por lei específica, de organizações sociais, para gestão descentralizada e mais
flexível de serviços públicos não exclusivos.
b) qualificação de fundações como organizações sociais, por ato do Chefe do Executivo,
com base em plano de metas aprovado pelo Ministério Supervisor.

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c) criação, por lei específica, de agências executivas, na forma de autarquias de regime


especial, dotadas de autonomia orçamentária e financeira.
d) qualificação, mediante aprovação de plano de metas pelo Ministério Supervisor, de
autarquias como agências reguladoras, dotadas de maior flexibilidade de gestão.
e) celebração, por autarquias e fundações, de contrato de gestão fixando metas de desempenho
para a entidade, qualificada, por ato do Chefe do Executivo, como agência executiva.

023. (FCC/ACE (TCE-GO)/TCE-GO/JURÍDICA/2014) Assunto: Terceiro Setor (OSs, OSCIPs,


Sistema S e Fundações de Apoio)
As Organizações Sociais e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP)
apresentam características peculiares que as distinguem uma das outras, justamente
em razão de serem entidades diversas, previstas em legislações próprias. Sobre o tema,
considere as seguintes assertivas:
I – Não celebram contratos de gestão com o Poder Público, mas termos de parceria.
II – O Poder Público não participa de seus quadros diretivos.
III – Não há trespasse de servidores públicos para nelas prestar serviço.
IV – O objeto da atividade delas é muito mais amplo que o das Organizações Sociais,
compreendendo, inclusive, finalidades de benemerência social.
As OSCIPs distinguem-se das Organizações Sociais, entre outros pontos relevantes, pelo
descrito em
a) II, III e IV, apenas.
b) I, apenas.
c) I e IV, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II, III e IV.

024. (FCC/ADP (DPE SP)/DPE SP/ADMINISTRADOR/2010) Segundo a Lei no 9.637/98, o Poder


Público poderá firmar parcerias com entidades devidamente qualificadas como organizações
sociais, mediante o instrumento
a) do termo de parceria.
b) do contrato de gestão.
c) da terceirização.
d) da delegação.
e) da permissão.

025. (FCC/AJ TRE TO/TRE TO/JUDICIÁRIA/2011) De acordo com a Organização Administrativa


Brasileira, o SESI, o SESC e o SENAI são entidades

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a) estatais.
b) paraestatais.
c) autárquicas.
d) fundacionais.
e) empresariais.

026. (FCC/AFF (TCE-SP)/TCE-SP/ADMINISTRAÇÃO/2012) O acordo de cooperação para o


fomento e a execução de uma ou mais das atividades de interesse público previstas em
Lei, firmado entre a entidade qualificada como OSCIP − Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público e o Poder Público denomina-se
a) licitação pública.
b) termo de parceria.
c) contrato social.
d) convênio social.
e) termo de convênio.

027. (FCC/AFF (TCE-SP)/TCE-SP/ADMINISTRAÇÃO/2012) OSCIP − Organização da Sociedade


Civil de Interesse Público é uma organização
a) pública voltada para a promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos
e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar.
b) social especializada exclusivamente na defesa, preservação, conservação do meio ambiente
e promoção do desenvolvimento sustentável.
c) privada cuja função é única e exclusiva de atender aos interesses do seu grupo fundador,
ou administrador, como os sindicatos, as cooperativas, as associações de seguro mútuo etc.
d) da sociedade civil formada espontaneamente para a execução de certo tipo de atividade
de interesse público, mas que não é reconhecida em nosso ordenamento jurídico.
e) jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham as finalidades
determinadas pelo Estado.

028. (FCC/AJ TRT1/TRT 1/APOIO ESPECIALIZADO/SERVIÇO SOCIAL/2011) O chamado Terceiro


Setor só pode ser compreendido dentro de uma conjuntura social, econômica e política que
determinam o seu significado e a sua dimensão. Nesse sentido, considere:
I – O Terceiro Setor ocupou e ocupa o papel que é do Estado na formulação e execução das
políticas sociais.
II – Não se pode negar a importância das ações desenvolvidas pelas organizações do Terceiro
Setor no enfrentamento das diferentes manifestações da questão social.

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III – O Terceiro Setor se configurou nos últimos 20 anos dentro de um contexto de avanço
do projeto neoliberal caracterizado pela implementação de políticas sociais focalizadas e
seletivas.
Está correto o que se afirma em
a) I e III, apenas.
b) II e III, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I, II e III.

029. (FCC/ANA (MPE SE)/MPE SE/ADMINISTRAÇÃO/2009) As denominadas Organizações


Sociais e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público − OSCIPs
a) pertencem originalmente ao setor privado e, após receberem a correspondente qualificação,
passam a ser consideradas entidades públicas.
b) integram a estrutura da Administração, como entidades descentralizadas, atuando em
setores essenciais, porém não exclusivos do Estado, tal como saúde e educação.
c) são entidades do setor privado que, após receberem a correspondente qualificação, passam
a atuar em colaboração com a Administração, podendo receber recursos orçamentários.
d) são entidades do setor privado, declaradas por lei como de interesse público, que gozam
de privilégios fiscais.
e) são entidades privadas, cuja atuação é subsidiária à atuação pública no fomento a
atividades comerciais e industriais.

030. (FCC/EPP (SEPLA DR SP)/SEPLADR (SP)/2009) A Administração pública o tem adotado


como prática de contratualização de resultados com terceiros e com suas próprias entidades
públicas, na execução de serviços públicos. É o instrumento pelo qual se concretiza a
contratualização entre entidades da própria Administração pública. Trata-se
a) da concessão de serviço público.
b) do acordo de Programa.
c) do convênio.
d) do contrato de gestão.
e) do termo de parceria.

031. (FCC/AJ TRT3/TRT 3/ADMINISTRATIVA/”SEM ESPECIALIDADE”/2009) Os contratos de


gestão realizados entre a Administração e as denominadas Organizações Sociais
a) não caracterizam convênio administrativo, não se sujeitando, pois, à fiscalização e controle
por parte do Tribunal de Contas.
b) são sempre passíveis de fiscalização e controle pelo Tribunal de Contas.

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c) podem ser celebrados com dispensa de licitação, em função de autorização legal específica,
não estando sujeitos, nessa hipótese, ao controle e fiscalização pelo Tribunal de Contas.
d) sujeitam-se ao controle e fiscalização por parte do Tribunal de Contas, exceto quando
tenham por objeto a gestão de serviço público não-exclusivo.
e) são equiparados a convênio administrativo, quando celebrados com entidades com
finalidade lucrativa, sujeitando-se, apenas em tal hipótese, ao controle e fiscalização por
parte do Tribunal de Contas.

032. (FCC/DP AM/DPE AM/2013) As Organizações Sociais são pessoas jurídicas de direito
privado, qualificadas pelo Poder Executivo, nos termos da Lei Federal no 9.637/98, com
vistas à formação de parceria para execução de atividades de interesse público. NÃO está
entre as características das Organizações Sociais, nos termos da referida lei,
a) a necessidade de aprovação de sua qualificação, por meio de ato vinculado do Ministro
ou titular de órgão supervisor ou regulador da área de atividade correspondente ao seu
objeto social e do Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão.
b) a previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de representantes
do Poder Público e de membros da comunidade, de notória capacidade profissional e
idoneidade moral.
c) a proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido em qualquer
hipótese, inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento de associado ou
membro da entidade.
d) o desempenho de atividades relacionadas a pelo menos um dos seguintes campos:
ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio
ambiente, cultura e saúde.
e) a atuação com finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de seus
excedentes financeiros no desenvolvimento das próprias atividades.

033. (FCC/GP (SEAD PI)/SEAD PI/2013) Em novembro de 2007, a Associação Piauiense


de Habilitação, Reabilitação e Readaptação − Associação Reabilitar firmou parceria com
o Estado do Piauí para, dentre outras obrigações, administrar o Centro Integrado de
Reabilitação − CEIR, Centro este responsável hoje pelo atendimento mensal de mais de 35
mil pacientes deficientes de todo o Estado. Sabe-se que a referida Associação é instituição
não governamental sem fins lucrativos, com personalidade jurídica de direito privado e
qualificada pelo Poder Executivo como Organização Social. Sabe-se também que existe
repasse de recursos estaduais à Associação, a título de contrapartida. Diante do exposto,
deduz-se que o negócio jurídico celebrado entre o Estado do Piauí e a Associação Reabilitar
consiste em típico

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a) protocolo de intenções, o qual dispensa a entidade privada de sujeitar-se à fiscalização


do Tribunal de Contas do Estado, dada a inexistência de fins lucrativos nas operações
realizadas dentro do escopo do negócio jurídico.
b) termo de cooperação, no qual se estabelece o modo de desempenho de um serviço
não exclusivo do Estado e que, em razão dessa não exclusividade, a entidade privada fica
dispensada de controle da Administração pública.
c) contrato de gestão, no qual se especificam o programa de trabalho proposto, as metas,
os prazos de execução, bem como os critérios objetivos de avaliação de desempenho.
d) contrato de parceria público-privada, na modalidade de concessão administrativa, no
qual o Estado do Piauí, por meio de sua Secretaria de Saúde, figura como usuário indireto
do serviço público prestado.
e) consórcio público, o qual, por ser relacionado à área da saúde, deverá obedecer aos
princípios, diretrizes e normas que regulam o Sistema Único de Saúde − SUS.

034. (FCC/AJ TRT12/TRT 12/ADMINISTRATIVA/”SEM ESPECIALIDADE”/2013) A respeito da


estrutura das organizações administrativas de acordo com o sistema jurídico-institucional
brasileiro, considere:
I – As denominadas organizações sociais são entidades privadas que se ligam à Administração
Pública por meio de contrato de gestão.
II – As sociedades de economia mista fazem parte da Administração Indireta e podem
desempenhar serviço público ou atividade econômica.
III – A Administração Direta compreende as autarquias, fundações e empresas públicas.
Está correto o que consta em
a) II e III, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I, II e III.
d) I e III, apenas.
e) III, apenas.

035. (FCC/AJ TRT15/TRT 15/APOIO ESPECIALIZADO/SERVIÇO SOCIAL/2013) A Lei n. 9.790/99


que dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos,
como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, estabelece, em seu Art. 3º que
as ONGs devem constar em suas finalidades:
I – Promoção da Assistência Social; promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio
histórico e artístico; promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de
participação das organizações de que trata esta Lei; promoção gratuita da saúde, observando-
se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei.

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II – Promoção da segurança alimentar e nutricional; defesa, preservação e conservação do


meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; promoção do voluntariado;
promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza; experimentação,
não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de produção,
comércio, emprego e crédito.
III – Promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica
gratuita de interesse suplementar; promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos
humanos, da democracia e de outros valores universais; estudos e pesquisas, desenvolvimento
de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos
e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo.
Está correto o que se afirma em
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.

036. (FCC/PROC (PGE SP)/PGE SP/2012) A prestação de serviços não exclusivos, realizada
de forma a alcançar maior eficiência, mantido o financiamento do Estado, pode se dar por
meio da celebração de
a) contrato de gestão ou termo de parceria com entidades privadas sem fins lucrativos,
sob a forma de organizações sociais ou organizações da sociedade civil de interesse público,
cabendo o estabelecimento de metas de desempenho e critérios de avaliação pela agência
reguladora do setor onde se insere o serviço público prestado.
b) contrato de gestão com organizações sociais, entidades de direito público que recebem
aquela qualificação e, por essa razão, podem se valer da mitigação do regime jurídico de
direito público.
c) contratos de gestão firmados com organizações da sociedade civil de interesse
público, entidades de natureza privada às quais pode ser delegada a prestação de
serviços públicos exclusivamente nos setores regulados, cabendo o controle do contrato
à respectiva agência reguladora.
d) termo de parceria com organizações da sociedade civil de interesse público, entidades
de natureza pública, que gozam de maior autonomia administrativa e que podem prestar
serviços públicos, desde que não essenciais.
e) contratos de gestão com organizações sociais, entidades de direito privado sem fins
lucrativos que recebem aquela qualificação, podendo atuar nos setores de cultura e saúde.

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037. (FCC/PROC (JOÃO PESSOA)/PREF JOÃO PESSOA/2012) A União Federal pretende


transferir a administração de hospital público de sua rede a uma pessoa jurídica não-estatal.
Sabe-se que haverá o aproveitamento de servidores públicos que já trabalhavam no hospital
e que tal pessoa jurídica não será obrigada a investir na infraestrutura do estabelecimento
hospitalar, mas apenas gerenciá-lo administrativamente e prestar os serviços aos seus
usuários. Nesse caso, o ajuste a ser celebrado será um
a) consórcio público.
b) contrato de concessão administrativa.
c) contrato de concessão patrocinada.
d) contrato de gestão.
e) termo de parceria.

038. (FCC/ANA MIN (MPE PE)/MPE PE/CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2012) As OSCIPS (Organizações


da Sociedade Civil de Interesse Público):
a) estão dispensadas de elaborar as demonstrações contábeis.
b) podem firmar termos de parceria com o Estado, não sujeitos à Lei de Licitações.
c) não estão sujeitas à prestação de contas de gastos de dinheiro público.
d) estão isentas de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica.
e) estão impedidas de remunerar seus dirigentes, mesmo que atuem efetivamente na
gestão executiva, sob pena de perder os benefícios fiscais que gozam.

039. (FCC/AJ TRT1/TRT 1/APOIO ESPECIALIZADO/SERVIÇO SOCIAL/2011) O Terceiro Setor


é formado por instituições não governamentais, que expressam a sociedade civil, com
participação de voluntários, para atendimento de interesse público em diferentes áreas. Em
pesquisas recentes aponta-se que no Brasil existem cerca de 300 mil dessas instituições,
compondo um conjunto de grande diversidade. Mas, as organizações que compõem esse
setor tem algumas características em comum.
Sobre as instituições que formam o Terceiro Setor é INCORRETO afirmar:
a) São de caráter privado, mas desenvolvem um trabalho de interesse público.
b) Trabalham na defesa e garantia dos direitos.
c) Remuneram seus dirigentes que atuam efetivamente na gestão executiva da entidade.
d) Podem contar com o trabalho de um corpo de voluntários.
e) Não podem acumular as duas certificações (CEBAS e OSCIP).

040. (FCC/PROC (PGE RO)/PGE RO/2011) Organizações Sociais, Organizações da Sociedade


Civil de Interesse Público e Serviços Sociais Autônomos são espécies do gênero denominado
entidades de colaboração com a Administração Pública. É característica comum dessas três
espécies, conforme legislação federal,

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a) estarem sujeitas ao controle dos Tribunais de Contas, embora tenham personalidade


jurídica de direito privado.
b) serem beneficiárias de prerrogativas processuais semelhantes às das entidades de direito
público, quando houver questionamento dos atos praticados no exercício de atividades
consideradas de interesse público.
c) contarem obrigatoriamente com a participação de representantes do Poder Público em
seus órgãos internos de deliberação superior.
d) serem beneficiárias de contribuições parafiscais, estabelecidas para custeio de suas
atividades de interesse público.
e) celebrarem obrigatoriamente contrato de gestão, com a Administração Pública, para
desempenho de suas atividades.

041. (FCC/PROC (MPE TCM-BA)/TCM-BA/2011) As denominadas entidades do terceiro setor


caracterizam-se como pessoas jurídicas
a) privadas, sem fins lucrativos, que desempenham serviço não exclusivo do Estado
e que atuam em colaboração com este, recebendo alguma espécie de incentivo do
poder público.
b) privadas, que atuam em caráter subsidiário ou complementar à atuação estatal, mediante
permissão ou concessão de serviço público de interesse social.
c) híbridas, constituídas na forma do direito civil, como associações ou fundações, porém
com personalidade de direito público, que desempenham serviço público de forma subsidiada
pelo Estado.
d) de natureza comercial, que atuam mediante delegação do Estado no desempenho de
serviço público essencial.
e) públicas não integrantes da Administração indireta, que prestam serviço público mediante
vínculo de colaboração, na forma de convênio ou contrato de gestão.

042. (FCC/AJ TRT8/TRT 8/JUDICIÁRIA/EXECUÇÃO DE MANDADOS/2010) Quando o Poder


Público estabelece parceria com Organizações Sociais, assim qualificadas, sem fins lucrativos,
para fomento e execução de atividades relativas à área de proteção e preservação do meio
ambiente, ele o faz por meio de contrato de
a) mão de obra.
b) concessão.
c) permissão.
d) prestação de serviços.
e) gestão.

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043. (FCC/AJ (TJ MA)/TJ MA/DIREITO/2019) Um ente público que se encontra em grave
situação financeiro- orçamentária está promovendo a reestruturação de suas atividades,
a fim de identificar oportunidades de redução de despesas. A Secretaria de Cultura do ente
administra alguns equipamentos públicos de grande relevância, os quais, embora tenham
bom histórico de visitação, representam parcela significativa do custeio do órgão. Vislumbra,
assim, oportunidade e necessidade de otimizar e dinamizar a gestão desses equipamentos,
o que, de acordo com a legislação em vigor, pode se dar por meio de
a) celebração de contrato de gestão com pessoa jurídica de direito privado qualificada como
organização social, com estabelecimento de metas para prestação e melhoria dos serviços.
b) celebração de convênio com entidades do terceiro setor, estabelecendo remuneração
paga pelo poder público pela prestação dos serviços públicos a serem explorados.
c) formalização de contrato de permissão de serviço público, cabendo à empresa contratada
extrair remuneração exclusivamente da exploração da própria atividade.
d) contratação de prestação de serviços de administração e operação do equipamento
público, com base na Lei no 8.666/93, hipótese expressa de inexigibilidade de licitação.
e) formalização de contrato de gestão com pessoas jurídicas de direito privado para
exploração econômica do equipamento público em regime lucrativo.

044. (FCC/JE TJAL/TJ AL/2019) De acordo com as disposições da Lei federal no 13.019/2014,
o estabelecimento de parcerias entre o poder público e entidades da sociedade civil sem
fins lucrativos, para a execução de planos de trabalho por estas propostos,
a) se dá mediante termo de fomento, se envolver transferência de recursos públicos, vedada
a celebração de convênio para tal finalidade.
b) não pode envolver, direta ou indiretamente, a transferência de recursos públicos
à entidade.
c) deve ser precedido de procedimento licitatório, na modalidade convite, salvo em se
tratando de entidades de assistência social.
d) deve ser feito mediante contrato de gestão, apenas com entidades pré-qualificadas.
e) deve ser precedido de chamamento público, obrigando-se o poder público a celebrar
termo de parceria com a entidade melhor classificada.

045. (FCC/ANA FOM (AFAP)/AFAP/CRÉDITO/2019) A formalização de termo de colaboração entre


a Administração pública e uma organização da sociedade civil, para que esta prossiga com o
desenvolvimento de trabalho social de acolhimento de desabrigados, bem como de recolocação
dessas pessoas no mercado de trabalho, mediante prévia capacitação e treinamento,
a) deve, em regra, ser precedida de chamamento público, além do preenchimento de
requisitos formais pela organização da sociedade civil, em observância à transparência.

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b) demanda todas as providências, requisitos e procedimento previstos na Lei n. 8.666/1993.


c) demanda sempre prévio procedimento de seleção, observada a isonomia e legalidade,
na forma prevista na Lei n. 13.019/2017.
d) exige a elaboração e apresentação de plano de trabalho pela organização da sociedade
civil, esta que ficará integralmente responsável pela execução do mesmo, vedada ingerência
ou participação do poder público.
e) pode ser feita diretamente pelo Chefe do Executivo, desde que não surja interferência
com as autoridades formalmente competentes, sob pena de ser necessária prévia
autorização legislativa.

046. (FCC/AJ TRT7/TRT 7/ADMINISTRATIVA/2009) Sobre as entidades do Terceiro Setor é


correto afirmar:
a) para que entidades privadas se habilitem como Organização Social têm que ter previsão
no seu ato constitutivo, dentre outros requisitos, de participação, no órgão colegiado de
deliberação superior, de representantes do Poder Público e de membros da comunidade,
de notória capacidade profissional e idoneidade moral.
b) as organizações sociais são definidas como pessoa jurídica de direito público.
c) as organizações da sociedade civil de interesse público só podem distribuir dividendos
após cinco anos da sua criação.
d) as entidades qualificadas como organizações sociais não estão obrigadas a realizar
licitação para obras, compras, serviços e alienações, relativamente aos recursos por ela
administrados, oriundos de repasses da União.
e) classificam-se como terceiro setor, dentre outras, as autarquias, as organizações sociais
e as empresas públicas.

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GABARITO

1. e 35. e
2. b 36. e
3. d 37. d
4. a 38. b
5. a 39. c
6. d 40. a
7. d 41. a
8. d 42. e
9. b 43. a
10. e 44. a
11. d 45. a
12. b 46. a
13. d
14. d
15. c
16. e
17. d
18. d
19. e
20. a
21. d
22. e
23. e
24. b
25. b
26. b
27. e
28. b
29. c
30. d
31. b
32. a
33. c
34. b

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GABARITO COMENTADO

001. (FCC/AJ TRT22/TRT 22/ÁREA JUDICIÁRIA/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL/2022)


Conforme jurisprudência dominante dos Tribunais Superiores e do TCU, embora ostentem
personalidade de direito privado, aplicam-se aos serviços sociais autônomos criados em
âmbito federal (“Sistema S”) algumas normas típicas do regime jurídico-administrativo,
dentre elas,
a) o pagamento de suas dívidas por precatórios.
b) a competência da Justiça Federal para julgamento das ações em que forem parte.
c) a obrigatoriedade de concurso público para admissão de pessoal de caráter permanente.
d) a observância das regras constantes da legislação federal sobre licitações.
e) a fiscalização pelo Tribunal de Contas da União.

Para responder a questão, vejamos, inicialmente, o entendimento do STF acerca dos serviços
sociais autônomos.

JURISPRUDÊNCIA
(RE 789874) Os serviços sociais autônomos integrantes do denominado Sistema “S”,
vinculados a entidades patronais de grau superior e patrocinados basicamente por
recursos recolhidos do próprio setor produtivo beneficiado, ostentam natureza de pessoa
jurídica de direito privado e não integram a Administração Pública, embora colaborem
com ela na execução de atividades de relevante significado social. Tanto a Constituição
Federal de 1988, como a correspondente legislação de regência (como a Lei 8.706/93,
que criou o Serviço Social do Trabalho – SEST) asseguram autonomia administrativa a
essas entidades, sujeitas, formalmente, apenas ao controle finalístico, pelo Tribunal
de Contas, da aplicação dos recursos recebidos. Presentes essas características, não
estão submetidas à exigência de concurso público para a contratação de pessoal, nos
moldes do art. 37, II, da Constituição Federal.

a) Errada. O pagamento das dívidas não ocorre por meio de precatórios, uma vez que as
entidades não integram o conceito de Fazenda Pública.
b) Errada. A Súmula 516 do STF estabelece que “O Serviço Social da Indústria (SESI) está
sujeito à jurisdição da Justiça estadual”.
c) Errada. Por não integrarem a Administração Pública, as entidades do terceiro setor não
estão obrigadas a seguir a regra da realização de concurso público como forma de admissão
de pessoal.

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d) Errada. O terceiro setor não deve observar as regras constantes da legislação federal
sobre licitações. O que deve ser realizado é um procedimento simplificado, definido pela
entidade, e que observe os princípios constitucionais da Administração Pública.
e) Certa. Tendo em conta que os serviços sociais autônomos gerenciam recursos públicos,
devem as entidades se submeter à fiscalização do Tribunal de Contas.

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das
entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que
utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos
quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

Letra e.

002. (FCC/AJ TRT22/TRT 22/ÁREA JUDICIÁRIA/”SEM ESPECIALIDADE”/2022) As chamadas


Organizações Sociais (OS) são entes de colaboração com a Administração Pública e seu
regime legal se caracteriza
a) por serem escolhidas mediante processo licitatório, para desempenho de serviços públicos
em caráter descentralizado.
b) pela participação de representantes do Poder Público em seu conselho de administração.
c) pela obrigatoriedade de seleção de seus funcionários por concurso, em vista do princípio
da impessoalidade.
d) pelo exercício de quaisquer atividades de interesse público, desde que não haja
finalidade lucrativa.
e) pela celebração de termo de parceria, em que são fixadas as regras do regime de colaboração
entre a OS e o Poder Público.

a) Errada. Não há necessidade de licitação para a escolha das organizações sociais. De acordo
com o entendimento do STF, basta que sejam observados os princípios da Administração
Pública e que a seleção da entidade seja feita de forma objetiva e impessoal.
b) Certa. Uma das características das organizações sociais é que as entidades contam, na
composição do Conselho de Administração, com participantes do Poder Público.

Art. 3º O conselho de administração deve estar estruturado nos termos que dispuser o respectivo
estatuto, observados, para os fins de atendimento dos requisitos de qualificação, os seguintes
critérios básicos:
I – ser composto por:

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a) 20 a 40% (vinte a quarenta por cento) de membros natos representantes do Poder Público,
definidos pelo estatuto da entidade;

c) Errada. Por não integrarem a Administração Pública, as organizações sociais não estão
obrigadas a realizar concurso público como forma de admissão de pessoal.
d) Errada. As atividades que podem ser desempenhadas pelas organizações sociais constam
no artigo 1º da Lei 9.637/1998, de seguinte redação:

Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde,
atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.

e) Errada. As organizações sociais celebram contrato de gestão, e não termo de parceria.


Letra b.

003. (FCC/DP (DPE AP)/DPE AP/2022) As organizações sociais são definidas como pessoas
jurídicas de direito
a) público, sem fins lucrativos, mas que se consolidam por meio de um contrato de gestão,
no qual são repassados incentivos à entidade executora das atividades.
b) público, com fins lucrativos, que compõem a administração indireta, para executar
serviços tipicamente públicos.
c) privado, que constituem instrumento de privatização para diminuir as atividades
desenvolvidas pelo Estado, repassando-as, de forma perene, para execução da
administração indireta.
d) privado, sem fins lucrativos, criadas por particulares, para desempenhar serviços públicos
não privativos do Estado.
e) privado, no intuito de fomentar a execução de atividades do Estado, seja por meio de
contrato com ou sem repasse de recursos.

As organizações sociais podem ser definidas como pessoas jurídicas de direito privado, sem
fins lucrativos, criadas por particulares, para desempenhar serviços públicos não privativos
do Estado. Com as entidades mencionadas, o que ocorre é a prestação de atividades públicas
não exclusivas em regime de colaboração com o Poder Público.
Letra d.

004. (FCC/PROC (PGE TO)/PGE TO/2018) Após promover a construção de linha de Veículo
Leve sobre Trilhos − VLT para integração da malha metropolitana de transporte, o Governo do

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Estado pretende que a operação da linha seja gerida de forma descentralizada. Considerando-
se a natureza do serviço e o fato de que haverá cobrança de tarifa dos usuários, NÃO é
solução adequada a
a) celebração de contrato de gestão com organização social.
b) constituição de parceria público-privada.
c) outorga do serviço a consórcio público, constituído para esse fim específico.
d) delegação mediante concessão de serviço público.
e) outorga do serviço a entidade especializada da Administração Indireta.

As organizações sociais apenas podem ser utilizadas para as situações elencadas no artigo
1º da Lei 9.637, de seguinte redação:

Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde,
atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.

Além disso, o enunciado da questão afirma que o processo será resultante da descentralização.
Logo, apenas uma entidade da Administração Indireta ou uma delegatária de serviços
públicos (concessão, permissão) poderia executar a mencionada tarefa.
Letra a.

005. (FCC /2018/DPE-AM/ASSISTENTE TÉCNICO DE DEFENSORIA - ASSISTENTE TÉCNICO


ADMINISTRATIVO – TABATINGA) As Organizações Sociais, assim qualificadas pelo Poder
Executivo, vinculam-se juridicamente à Administração pública por meio de
a) contrato de gestão, que pode ser firmado com pessoas jurídicas de direito privado,
sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura
e à saúde.
b) termo de colaboração ou de fomento, que podem ser firmados exclusivamente com
pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas à
cultura e à saúde.
c) contrato de fornecimento, que pode ser firmado com pessoa jurídica de direto privado
com ou sem fins lucrativos, desde que demonstre ter capacidade técnica para a gestão
adequada e qualificada dos serviços que lhe serão transferidos.
d) contrato de concessão ou de permissão de serviço público, que pode ser firmado
independentemente de licitação, em razão da natureza da entidade contratada.

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e) contrato de gestão, que pode ser firmado com pessoas jurídicas que tenham finalidade
lucrativa ou não, qualquer que seja a natureza social de seus objetivos e área de atuação,
liberdade necessária para democratização e qualificação do gasto público.

As organizações sociais se vinculam com o Poder Público por meio de contrato de gestão.
Com isso, eliminamos as Letras B, C e D. Na Letra E, o erro está em afirmar que tal contrato
pode ser celebrado com pessoas jurídicas que tenham finalidade lucrativa.
Assim, a alternativa correta é a Letra A, nos termos do artigo 1º da Lei 9.637/1998:

Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde,
atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.

Letra a.

006. (FCC/APE (TCE-RS)/TCE-RS/CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS, DIREITO/2018) A União


pretende fomentar entidades privadas sem fins lucrativos que promovam, gratuitamente,
projetos de ensino para a alfabetização de adultos. Para tanto, ficam reservados recursos
orçamentários, a serem destinados àquelas entidades que demonstrem experiência e
aptidão na promoção de projetos do gênero.
A destinação de tais recursos, à luz do Direito brasileiro e em atendimento à pretensão da
União, pode ser feita
a) exclusivamente às entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público, nos termos da Lei federal n. 9.790/1999.
b) exclusivamente às entidades qualificadas como Organizações Sociais, nos termos da Lei
federal n. 9.637/1998.
c) exclusivamente às entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil, nos
termos da Lei federal n. 13.019/2014.
d) às entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público,
como Organizações Sociais e como Organizações da Sociedade Civil, respeitados os termos
da legislação aplicável em cada caso.
e) às entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público e
como Organizações da Sociedade Civil, mas não àquelas qualificadas como Organizações
Sociais, porquanto a qualificação como Organização Social não se aplica a entidades privadas
sem fins lucrativos dedicadas ao ensino.

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Tanto as organizações sociais quanto as OSCIPs possuem, dentro do seu campo de


atuação, atividades relacionadas com a educação. Neste sentido, por exemplo, é a previsão,
respetivamente, das Leis 9.637 e 9.790:

Lei 9.637: Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas
de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa
científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura
e à saúde, atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.
Lei 9.790: Art. 3º A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o princípio
da universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente
será conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais
tenham pelo menos uma das seguintes finalidades:
III – promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das
organizações de que trata esta Lei;

Consequentemente, a destinação dos recursos públicos poderá ser feita tanto para uma
OS quanto para uma OSCIP.
Letra d.

007. (FCC/ASS ADM (SEAD AP)/SEAD AP/2018) As organizações sociais não integram a
Administração pública, mas podem exercer atividades típicas dela, pois
a) prestam serviços públicos em caráter lucrativo, não podendo receber recursos públicos no
desempenho dessas funções, embora possam ser contratadas mediante dispensa de licitação.
b) não podem exercer atividades com caráter lucrativo, tal qual as fundações públicas,
tampouco prestar serviços públicos, atuando em colaboração com o poder público mediante
celebração de termos de parceria, não se submetendo aos órgãos externos de controle.
c) dependem de autorização legislativa para serem instituídas pelo poder público, com o qual
celebram contrato de gestão, instrumento necessário para fixação de metas e resultados
no desempenho de atividades executivas, incluída a prestação de serviços públicos.
d) celebram contrato de gestão para definição de metas na execução de serviços públicos
de caráter não exclusivo, mediante repasses de recursos públicos, o que atrai a incidência
de controle externo no manejo dessas verbas.
e) estão habilitadas a firmar contratos de concessão ou permissão de serviços públicos,
tanto quanto termos de parcerias, cabendo controle sobre sua gestão, pois sua remuneração
pode advir diretamente dos usuários ou da própria Administração pública.

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a) Errada. As organizações sociais são entidades que não podem ter finalidade lucrativa,
diferente do que informado.

Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde,
atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.

b) Errada. As organizações sociais não celebram termo de parceria, mas sim contrato
de gestão.
c) Errada. Não há necessidade de autorização legislativa para que o Poder Público qualifique
uma entidade como organização social. A medida, em sentido diverso, será realizada com
a celebração do contrato de gestão.
d) Certa. Conforme informado, o vínculo mantido entre uma organização social e o Poder
Público é por meio de contrato de gestão.

Art. 6º O contrato de gestão, elaborado de comum acordo entre o órgão ou entidade supervisora
e a organização social, discriminará as atribuições, responsabilidades e obrigações do Poder
Público e da organização social.

E considerando que, com o vínculo, a entidade passa a gerir recursos públicos, deve ela se
submeter ao controle externo, realizado, a título de exemplo, pelo Tribunal de Contas.
e) Errada. A organização social não tem relação com o termo de parceria, que é o instrumento
utilizado para a celebração de vínculo entre o Poder Público e as OSCIPs.
Letra d.

008. (FCC/AJ TRT6/TRT 6/JUDICIÁRIA/”SEM ESPECIALIDADE”/2018) De acordo com a Lei


n. 13.019/2014,
a) qualquer organização da sociedade civil pode celebrar parceria com a Administração
pública, podendo se materializar mediante convênio ou contrato.
b) as entidades da sociedade civil devem ser qualificadas como organizações sociais para
celebrarem parcerias regidas por esse diploma legal com os entes públicos quando envolverem
o repasse de recursos financeiros.
c) as parcerias firmadas entre poder público e entidades da sociedade civil regidas por esse
diploma legal dependem da previsão de repasse de recursos financeiros para realização
das atividades.
d) os instrumentos de parceria previstos nesse diploma legal se destinam a disciplinar a
realização de atividades de interesse público e recíproco, nem todos envolvendo o repasse
de recursos financeiros em favor da organização da sociedade civil.
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e) a celebração de acordos ou termos de cooperação com entidades da sociedade civil configura


hipótese expressa de dispensa de licitação, diferentemente do termo de fomento, que exige
a realização de um chamamento para escolha da organização que melhor desempenhará
as atividades de interesse público.

a) Errada. Não são todas as entidades que podem celebrar parcerias com o Poder Público.
A Lei 13.019 elenca, inclusive, situações em que a celebração não será possível (art. 39).
Além disso, a celebração entre as entidades e o Poder Público ocorre por meio de termos
de colaboração, termos de fomento ou acordos de cooperação, e não, conforme afirmado,
por meio de convênio ou contrato.
b) Errada. Para a celebração de parcerias com o Poder Público, não há necessidade de
qualificação, por parte da entidade, como organização social. As organizações sociais são
apenas um dos tipos de entidades que podem manter vínculo com o Poder Público. Neste
caso, a relação é mantida por meio de contrato de gestão.
c) Errada. Nem sempre a celebração dependerá da previsão de repasse de recursos financeiros.
A título de exemplo, temos o acordo de cooperação, instrumento utilizado quando não
houver a transferência de recursos financeiros.

Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se:


VIII – A - acordo de cooperação: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias
estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução
de finalidades de interesse público e recíproco que não envolvam a transferência de recursos
financeiros;

d) Certa. Conforme já afirmado, diversos são os instrumentos que podem ser utilizados
para a celebração das parcerias. O termo de colaboração e o termo de fomento preveem o
repasse de recursos financeiros. Já o acordo de cooperação não prevê este repasse.

Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se:


VII – termo de colaboração: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias
estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução
de finalidades de interesse público e recíproco propostas pela administração pública que envolvam
a transferência de recursos financeiros;
VIII – termo de fomento: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas
pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades
de interesse público e recíproco propostas pelas organizações da sociedade civil, que envolvam
a transferência de recursos financeiros;
VIII – A - acordo de cooperação: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias
estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de
finalidades de interesse público e recíproco que não envolvam a transferência de recursos financeiros;

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e) Errada. Mesmo no termo de fomento, que é uma das formas de celebração de


parcerias com o Poder Público, há a necessidade, como regra geral, da realização de
chamamento público.
Letra d.

009. (FCC/APE (TCE-RS)/TCE-RS/ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA OU DE EMPRESAS/2018) Considere


que determinada organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, pretenda firmar
parceria com o Estado, tendo apresentado a proposta correspondente nos termos da Lei
n. 13.019/2014. Identificando interesse público no objeto apresentado, que demandará
repasse de recursos pelo ente público, o Estado decidiu tornar pública a proposta, instituindo
procedimento de manifestação de interesse social, o que significa que
a) optou, por meio deste ato, pela celebração da parceria, porém não pela escolha do
parceiro, a qual resultará da seleção decorrente do procedimento instaurado.
b) procederá à oitiva da sociedade sobre o tema, não estando, contudo, dispensado de
instaurar chamamento público para fins de seleção do parceiro que irá firmar o competente
termo de fomento.
c) instaurou procedimento tendente à qualificação da entidade autora da proposição, que,
se concluído satisfatoriamente, redundará na celebração de termo de colaboração.
d) optou por não firmar a parceria com a entidade solicitante, possivelmente pelo não
preenchimento dos requisitos legais exigíveis, porém dará prosseguimento à seleção de
outro parceiro para o objeto apresentado.
e) deverá colher sugestões para o aprimoramento do objeto da parceria, devendo, caso
decida pelo seu prosseguimento, firmar o competente termo de parceria com o solicitante.

Se o Poder Público instituiu procedimento de manifestação de interesse social, e desde que


tenham sido atendidos os requisitos legais, deve a Administração Pública tornar pública a
proposta, podendo submeter o procedimento para a oitiva da sociedade.

Art. 20. Preenchidos os requisitos do art. 19, a administração pública deverá tornar pública a
proposta em seu sítio eletrônico e, verificada a conveniência e oportunidade para realização do
Procedimento de Manifestação de Interesse Social, o instaurará para oitiva da sociedade sobre
o tema.

E de acordo com o §1º do artigo 21, “A realização do Procedimento de Manifestação de


Interesse Social não dispensa a convocação por meio de chamamento público para a celebração
de parceria”.
Letra b.

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010. (FCC/PJ (MPE PB)/MPE PB/2018) Dispõe a Lei Federal no 13.019/2014 que a celebração de
termos de parceria e termos de fomento devem ser precedidas de processo de chamamento
público, voltado a selecionar organizações da sociedade civil que tornem mais eficaz a
execução do objeto, ressalvadas as hipóteses de dispensa e inexigibilidade mencionadas
na lei. É hipótese de inexigibilidade do chamamento público:
a) a situação de urgência decorrente de paralisação ou iminência de paralisação de atividades
de relevante interesse público, pelo prazo de até cento e oitenta dias.
b) a ocorrência de guerra, calamidade pública, grave perturbação da ordem pública ou
ameaça à paz social.
c) a realização de programa de proteção a pessoas ameaçadas ou em situação que possa
comprometer a sua segurança.
d) o caso de atividades voltadas ou vinculadas a serviços de educação, saúde e assistência
social, quando executadas por organizações da sociedade civil previamente credenciadas
pelo órgão gestor da respectiva política.
e) a parceria cujo objeto constituir incumbência prevista em acordo, ato ou compromisso
internacional, no qual sejam indicadas as instituições que utilizarão os recursos.

Apenas a Letra E, dentre as opções elencadas, trata-se de uma situação de chamamento


público declarado inexigível.

Art. 31. Será considerado inexigível o chamamento público na hipótese de inviabilidade de competição
entre as organizações da sociedade civil, em razão da natureza singular do objeto da parceria ou
se as metas somente puderem ser atingidas por uma entidade específica, especialmente quando:
I – o objeto da parceria constituir incumbência prevista em acordo, ato ou compromisso
internacional, no qual sejam indicadas as instituições que utilizarão os recursos;

Letra e.

011. (FCC/PROC MUN (CARUARU)/PREF CARUARU/2018) A Lei n. 13.019, de 31 de julho de


2014, que estabelece o regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as
organizações da sociedade civil, estatui que
a) às parcerias estabelecidas, com base nessa lei, são aplicáveis as normas dispostas na
Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, que dispõe sobre normas para licitações e contratos
da Administração Pública.
b) as espécies de parceria estabelecidas por essa lei, são: termo de colaboração, termo de
fomento, acordo de cooperação e convênio.
c) a administração pública poderá dispensar a realização do chamamento público na
hipótese de inviabilidade de competição entre as organizações da sociedade civil, em razão

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da natureza singular do objeto da parceria ou se as metas somente puderem ser atingidas


por uma entidade específica.
d) são consideradas organizações da sociedade civil as organizações religiosas que se
dediquem a atividades ou a projetos de interesse público e de cunho social distintas das
destinadas a fins exclusivamente religiosos.
e) considera-se atividade o conjunto de direitos, responsabilidades e obrigações decorrentes
de relação jurídica estabelecida formalmente entre a administração pública e organizações
da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de
interesse público e recíproco.

a) Errada. De acordo com o artigo 84 da Lei 13.019, “Não se aplica às parcerias regidas por
esta Lei o disposto na Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993”.
b) Errada. Os convênios não são instrumentos previstos em lei para a celebração de parcerias
com o Poder Público.

Art. 1º Esta Lei institui normas gerais para as parcerias entre a administração pública e organizações
da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de
interesse público e recíproco, mediante a execução de atividades ou de projetos previamente
estabelecidos em planos de trabalho inseridos em termos de colaboração, em termos de fomento
ou em acordos de cooperação.

c) Errada. Em caso de inviabilidade de competição entre as organizações da sociedade civil,


o chamamento público será inexigível, e não hipótese de dispensa.

Art. 31. Será considerado inexigível o chamamento público na hipótese de inviabilidade de


competição entre as organizações da sociedade civil, em razão da natureza singular do objeto
da parceria ou se as metas somente puderem ser atingidas por uma entidade específica,
especialmente quando (...)

d) Certa. Aqui, temos uma das definições do que vem a ser organização social de interesse
público, conforme previsão do artigo 2º da Lei 13.019:

Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se:


I – organização da sociedade civil:
c) as organizações religiosas que se dediquem a atividades ou a projetos de interesse público e
de cunho social distintas das destinadas a fins exclusivamente religiosos;

e) Errada. A definição apresentada é a de parceria, e não de atividade.

Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se:


III – parceria: conjunto de direitos, responsabilidades e obrigações decorrentes de relação jurídica
estabelecida formalmente entre a administração pública e organizações da sociedade civil, em
regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco,

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mediante a execução de atividade ou de projeto expressos em termos de colaboração, em termos


de fomento ou em acordos de cooperação;

Letra d.

012. (FCC/AJ TRF5/TRF 5/JUDICIÁRIA/”SEM ESPECIALIDADE”/2017) A União, por meio do


Ministério do Educação, formalizou termo de colaboração, regido pela Lei n. 13.019 de 2014,
com organização da sociedade civil, firmado após seleção por meio de chamamento público,
com vista à implementação de projeto voltado à formação e qualificação de multiplicadores de
conhecimento na área de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis em adolescentes.
Estabeleceu-se que a remuneração da equipe encarregada da execução do plano de trabalho,
durante a vigência da parceria, seria paga com recursos públicos vinculados à parceria. O
Tribunal de Contas da União solicitou esclarecimentos ao Poder Público sob a alegação de
que os recursos públicos não poderiam ser empregados na remuneração de pessoal próprio
da Organização da Sociedade Civil parceira.
O apontamento do TCU
a) procede, porquanto os recursos públicos repassados à entidade parceira somente podem
remunerar equipe de trabalho contratada, jamais própria, cujo custo deve ser suportado
pela entidade privada a título de contrapartida.
b) improcede, pois a Lei n. 13.019 de 2014 permite expressamente que a remuneração da
equipe de trabalho, tanto contratada como própria da entidade parceria, possa ser feita
com recursos públicos vinculados à parceria.
c) procede, pois a Lei n. 13.019 de 2014 veda expressamente o pagamento da equipe
encarregada da execução do plano de trabalho, seja pessoal próprio da organização, seja
contratado para execução da parceria.
d) improcede, porque a lei não dispõe quanto à natureza das despesas que podem ou não
ser custeadas com recursos vinculados à parceria, cabendo aos instrumentos jurídicos
disciplinar a questão livremente, em razão do controle de resultados introduzido pelo novo
marco regulatório.
e) procede, pois a lei veda expressamente o pagamento com recursos da parceria da equipe
de trabalho e de todos os custos indiretos necessários à execução do objeto, qualquer que
seja sua proporção em relação à parceria.

A questão deve ser respondida de acordo com as disposições do artigo 45, I, da Lei 13.019,
de seguinte redação:

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Art. 46. Poderão ser pagas, entre outras despesas, com recursos vinculados à parceria:
I – remuneração da equipe encarregada da execução do plano de trabalho, inclusive de pessoal próprio
da organização da sociedade civil, durante a vigência da parceria, compreendendo as despesas com
pagamentos de impostos, contribuições sociais, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, férias,
décimo terceiro salário, salários proporcionais, verbas rescisórias e demais encargos sociais e trabalhistas;

Sendo assim, a alegação do TCU não merece prosperar, haja vista que a Lei 13.019 estabelece
a possibilidade de pagamento da remuneração da equipe encarregada da execução do
plano de trabalho, inclusive de pessoal próprio da organização da sociedade civil, durante
a vigência da parceria, com recursos vinculados à parceria.
Letra b.

013. (FCC/AJ TRF5/TRF 5/JUDICIÁRIA/”SEM ESPECIALIDADE”/2017) Objetivando consecução


de finalidade de interesse público, autarquia federal lançou chamamento público para
selecionar organização da sociedade civil sem fins lucrativos interessada em firmar parceria
para execução, em regime de mútua cooperação, de projeto, cujo plano de trabalho foi
desenvolvido e ofertado pela Administração, com a previsão de repasse de recursos financeiros
e ausência de contrapartida.
Levando em consideração o regime jurídico das parcerias estabelecido pela Lei n. 13.019
de 2014, o futuro ajuste será instrumentalizado por
a) termo de colaboração, que é o instrumento legalmente previsto para formalização de
parcerias propostas pela Administração, que envolvam transferência de recursos financeiros,
desde que não haja previsão de contrapartida.
b) termo de fomento, que é o instrumento legalmente previsto para formalização de
parcerias propostas pela Administração, que envolvam transferência de recursos financeiros,
estabeleçam ou não contrapartida.
c) acordo de cooperação, que é o instrumento legalmente previsto para formalização de
parcerias propostas pela Administração, que envolvam transferência de recursos financeiros
e previsão de contrapartida, que se constitui requisito para celebração da avença.
d) termo de colaboração, que é o instrumento legalmente previsto para formalização de
parcerias propostas pela Administração, que envolvam transferência de recursos financeiros,
com ou sem previsão de contrapartida.
e) termo de fomento ou termo de colaboração, que são instrumentos hábeis, nos termos da lei,
para formalização de parcerias que envolvam transferência de recursos, independentemente
da origem da proposta.

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Na situação narrada, a parceria foi proposta pela Administração Pública. Logo, o vínculo
não pode ser formalizado por meio de termo de fomento, haja vista que, neste caso, a
proposta tem origem na entidade.

Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se:


VIII – termo de fomento: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas
pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades
de interesse público e recíproco propostas pelas organizações da sociedade civil, que envolvam
a transferência de recursos financeiros;

Também não há possibilidade de celebração por meio de acordo de cooperação, uma vez que
este instrumento apenas pode ser utilizado quando não houver a previsão de transferência
de recursos financeiros.

Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se:


VIII – A - acordo de cooperação: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias
estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de
finalidades de interesse público e recíproco que não envolvam a transferência de recursos financeiros;

Por fim, a resposta é o termo de colaboração, que apresenta a seguinte definição:

Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se:


VII – termo de colaboração: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias
estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução
de finalidades de interesse público e recíproco propostas pela administração pública que envolvam
a transferência de recursos financeiros;

Na Letra A, o erro está em afirmar que tal instrumento não pode ser utilizado quando houver
contrapartida, algo que, de acordo com as disposições legais, trata-se de uma faculdade
do Poder Público para todos os instrumentos de parceria.

Art. 35, § 1º Não será exigida contrapartida financeira como requisito para celebração de
parceria, facultada a exigência de contrapartida em bens e serviços cuja expressão monetária
será obrigatoriamente identificada no termo de colaboração ou de fomento;

Sendo assim, a Letra D é a resposta da questão.


Letra d.

014. (FCC/ASS JUR (ALMS)/ALMS/2016) Uma associação de direito privado, criada por
fundação pública, pretende qualificar-se como organização da sociedade civil de interesse
público. Cumpre salientar que referida associação, sem fins lucrativos, tem por finalidade a
promoção da assistência social. Do mesmo modo, hospital privado não gratuito e que tem

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como uma de suas finalidades a promoção do voluntariado pretende qualificar-se como


organização da sociedade civil de interesse público. Nos termos da Lei n. 9.790/1999,
a) apenas a segunda poderá qualificar-se como organização da sociedade civil de interesse
público, desde que preenchidos os demais requisitos legais.
b) ambos são passíveis de qualificação como organização da sociedade civil de interesse
público, desde que preenchidos os demais requisitos legais.
c) apenas a primeira poderá qualificar-se como organização da sociedade civil de interesse
público, desde que preenchidos os demais requisitos legais.
d) nenhum deles poderá qualificar-se como organização da sociedade civil de interesse
público, haja vista proibição expressa a tais pessoas jurídicas.
e) nenhum deles poderá qualificar-se como organização da sociedade civil de interesse
público, haja vista que apenas as organizações sociais podem receber tal qualificação.

Nenhuma das duas entidades poderá ser qualificada como OSCIP, haja vista que a Lei 9.790
elenca uma série de entidades que não podem receber a mencionada qualificação.
No caso narrado, estamos diante de uma entidade hospitalar que não é gratuita e de uma
associação de direito privado criada por fundação pública.

Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3º desta Lei:
VII – as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;
XII – as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público
ou por fundações públicas;

Letra d.

015. (FCC/JE TJPE/TJ PE/2015) “[...] é a qualificação jurídica dada a pessoa jurídica de
direito privado, sem fins lucrativos, instituída por iniciativa de particulares, e que recebe
delegação do Poder Público, mediante contrato de gestão, para desempenhar serviço público
de natureza social” (Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Direito Administrativo, 2012: 565).
A definição acima se refere às
a) Serviços sociais autônomos.
b) Organizações não-governamentais.
c) Organizações sociais.
d) Fundações de apoio.
e) Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público.

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Na medida em que a questão menciona que o vínculo é formado mediante a celebração de


contrato de gestão, a definição apresentada é a de Organização Social.
Letra c.

016. (FCC/AUD (TCE-CE)/TCE-CE/2015) A atuação de organizações sociais, na forma


disciplinada pela Lei no 9.637/1998, corresponde
a) à prestação de serviço público, mediante permissão.
b) à execução de atividade de interesse público, sob regime privado.
c) à concessão de serviço público em caráter suplementar à atuação do poder público.
d) à autorização para prestação de serviço público sob regime publicístico.
e) ao desempenho de serviços sociais não exclusivos do Estado.

As organizações sociais, assim como acontece com as demais entidades do terceiro setor,
desempenham atividades de interesse coletivo (serviços sociais) que não sejam exclusivos
do Estado.
Na Letra B, o erro está em mencionar que o regime das atividades é apenas o privado.
O mais correto é afirmar que tais atividades são executadas sob um regime híbrido,
preponderantemente privado e com regras de direito público.
Nas demais alternativas, o erro está em vincular as atividades das organizações sociais aos
institutos da autorização, permissão e concessão de serviços públicos.
Letra e.

017. (FCC/PROC MPC (TCM-GO)/TCM-GO/2015) O desempenho das atividades estatais


deixou de ser exclusividade da Administração há lapso temporal bastante considerável.
Na evolução social do movimento de descentralização experimentado pela Administração
pública surgiram entidades privadas para o desempenho de atividades estatais, com ênfase
na área social, da saúde e da cultura. Essas entidades
a) não integram a Administração direta nem indireta, e seu centro de controle e gestão são
dissociados e independentes da estrutura estatal, aplicando-lhes o regime eminentemente
privado, o que afasta os mecanismos de controle e os instrumentos para fiscalização do
desempenho das atividades.
b) não são criadas pela Administração, nem são geridas por servidores designados por
aquela, de modo que lhes é vedado receber qualquer tipo de subsídio econômico ou outorga
de uso de bens públicos.

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c) constituem-se sob formas jurídicas de direito privado, porém caso recebam benefícios
financeiros ou materiais da Administração pública, passam a se submeter ao princípio da
obrigatoriedade de licitação para suas contratações, tal qual as empresas estatais.
d) podem se constituir sob formas jurídicas de direito privado, seja fundação, seja associação
civil, submetendo- se aos instrumentos de controle e fiscalização por parte da Administração
pública, cuja intensidade se amplia diante do regular recebimento de benefícios estatais
e subsídios econômicos.
e) constituem-se, primordialmente, sob a forma de organização social, pessoa jurídica de
direito privado que celebra contrato de gestão com o Estado para dispor sobre os limites
de sua atuação e desempenho de suas atividades, inclusive aquelas de natureza econômica.

a) Errada. Ainda que as entidades do terceiro setor não façam parte da Administração
Pública, estão elas sujeitas à fiscalização e controle de diversos órgãos públicos. Isso ocorre
na medida em que tais entidades recebem recursos públicos como forma de fomento.
b) Errada. Determinadas entidades do terceiro setor podem receber, como forma de
fomento, a cessão de servidores ou de bens públicos.
c) Errada. Ainda que as entidades do terceiro setor recebam recursos públicos, não há
obrigatoriedade de tais entidades observarem as disposições da Lei 8.666, que é a norma
relacionada com licitações públicas. Tais entidades estão sujeitas, em sentido oposto, a um
regime próprio e simplificado de contratação.
d) Certa. As entidades do terceiro setor são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins
lucrativos e que desempenham atividades não exclusivas do Estado. Com a celebração do
vínculo com o Poder Público, passam a receber recursos estatais e, como consequência,
ficam sujeita a um maior controle por parte da Administração Pública.
e) Errada. As organizações sociais não desempenham atividades econômicas, mas sim
atividades de interesse da coletividade e sem fins lucrativos.
Letra d.

018. (FCC/ACE (TCM-GO)/TCM-GO/JURÍDICA/2015) Suponha que o Estado de Goiás pretenda


contar com a participação de entidades privadas na gestão dos serviços de alguns hospitais
da rede pública. De acordo com a legislação federal que rege a matéria, tal participação
poderá se dar mediante
a) convênio com entidades sem fins lucrativos, prevendo pagamentos do Estado pela
execução dos serviços delegados.
b) contrato de programa com organizações da sociedade civil de interesse público,
estabelecendo remuneração baseada em indicadores de desempenho.

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c) termo de parceria com empresas privadas, que poderão receber a qualificação de


organização social, sem perder sua finalidade lucrativa.
d) contrato de gestão com organizações sociais, que são entidades privadas sem fins
lucrativos que recebem essa qualificação do Poder Executivo.
e) consórcio com fundações públicas, que detenham experiência reconhecida na atividade
de gestão hospitalar, qualificadas como OSCIPs.

a) Errada. Nos convênios, não temos, ao contrário do que afirmado pela alternativa, a
delegação de serviços públicos.
b) Errada. As OSCIPs devem celebrar termo de parceria, e não contrato de programa.
c) Errada. Como afirmado, o termo de parceria trata-se do instrumento formalizado com
as OSCIPs.
d) Certa. As organizações sociais celebram contrato de gestão com o Poder Público, passando,
a partir de então, a desempenhar atividades não exclusivas do Estado e de interesse da
coletividade.
e) Errada. As fundações públicas não podem ser qualificadas como OSCIPs.
Letra d.

019. (FCC/ATE (SEFAZ PI)/SEFAZ PI/2015) Uma das formas consagradas de parceria entre
governo e sociedade corresponde à atuação das denominadas Organizações Sociais, que
podem ser definidas como
a) entidades da sociedade civil, organizadas sob a forma de associação, que celebram Termo
de Parceria com o setor público para execução de ações de interesse público.
b) entidades que passam a integrar a Administração Indireta, mediante ato de qualificação
vinculado ao cumprimento de indicadores de qualidade.
c) serviços sociais autônomos, voltados à implentação de ações sociais de interesse público,
parcialmente custeadas com contribuições de setores econômicos.
d) entidades paraestatais, sujeitas ao regime jurídico privado e aos princípios aplicáveis à
Administração pública, que recebem recursos públicos mediante convênios.
e) entidades privadas, sem fins lucrativos, que recebem qualificação específica e delegação
do Poder público para desempenhar serviço público não exclusivo.

a) Errada. As organizações sociais celebram contrato de gestão, e não termo de parceria.


b) Errada. As organizações sociais não integram a Administração Pública, atuando, em
sentido diverso, “ao lado” do Poder Público.

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c) Errada. Os serviços sociais autônomos são outra espécie de entidade do intitulado


terceiro setor.
d) Errada. O vínculo com as organizações sociais não é estabelecido por convênio, mas sim
por contrato de gestão.
e) Certa. Não há que se falar em delegação de serviços públicos em relação às
organizações sociais.
Letra e.

020. (FCC/ACE (TCE-GO)/TCE-GO/CONTABILIDADE/2014) Tendo em vista o preenchimento


dos requisitos descritos na Lei n. 9.790/1999 (Lei das Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público), a pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, interessada em
obter a qualificação da OSCIP, deverá formular requerimento a determinado Ministério,
instruído com cópias autenticadas de alguns documentos. O referido Ministério e um dos
documentos exigidos pela citada lei são:
a) Ministério da Justiça e a declaração de isenção do imposto de renda.
b) Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e o estatuto registrado em cartório.
c) Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e a ata de eleição de sua atual diretoria.
d) Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e a demonstração do resultado
do exercício.
e) Ministério da Defesa e a inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes.

Para responder a questão, façamos uso das disposições do artigo 5º da Lei 9.790, de
seguinte redação:

Art. 5º Cumpridos os requisitos dos arts. 3º e 4º desta Lei, a pessoa jurídica de direito privado
sem fins lucrativos, interessada em obter a qualificação instituída por esta Lei, deverá formular
requerimento escrito ao Ministério da Justiça, instruído com cópias autenticadas dos seguintes
documentos:
I – estatuto registrado em cartório;
II – ata de eleição de sua atual diretoria;
III – balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício;
IV – declaração de isenção do imposto de renda;
V – inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes.

Assim, o requerimento deverá ser feito junto ao Ministério da Justiça, sendo que um dos
documentos exigidos é a declaração de isenção do imposto de renda.
Letra a.

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021. (FCC/TCE (TCE-CE)/TCE-CE/ADMINISTRAÇÃO/SUPORTE ADMINISTRATIVO GERAL/2015)


Tem crescido em número e importância as relações do Estado com o denominado terceiro
setor. As parcerias (sentido amplo) estão sujeitas a instrumentos jurídicos distintos e a
diferentes regimes jurídicos. Considerando o regime jurídico aplicável às Organizações
Sociais (OS) e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), há de se
considerar que
a) as primeiras OSs são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, que recebem
recursos públicos para desempenhar serviços sociais exclusivos do Estado, o que se dá por
meio de termo de parcerias.
b) a outorga, pela Administração pública, de qualificação como OSCIP à pessoa jurídica
de direito privado, sem fins lucrativos, é ato discricionário do Poder Público, mesmo nas
hipóteses em que preenchidos os requisitos legais para tanto.
c) a entidade que descumprir as regras e princípios regedores do contrato de gestão poderá
ser desqualificada como OS, o que independe de processo administrativo em que seja
assegurada a ampla defesa nas hipóteses em que a entidade tiver bens e valores públicos
entregues à sua utilização.
d) a relação do Poder Público com as Organizações Sociais encontra disciplina no Contrato
de Gestão, já a relação das OSCIPs é instrumentalizada por meio de termo de parceria;
ambas as relações têm por objeto o fomento e o desempenho de serviços sociais não
exclusivos do Estado.
e) a celebração de contratos de prestação de serviços do Estado com OSs para atividades
contempladas no contrato de gestão depende da realização de licitação, na modalidade
pregão, nas formas presencial ou eletrônica.

a) Errada. O vínculo com as organizações sociais é formalizado mediante contrato de gestão,


e não mediante termo de parceria.
b) Errada. A qualificação como OSCIP é ato vinculado, realizado pelo Ministério da Justiça.
c) Errada. Para a desqualificação, deve ser assegurado, sempre, as garantias do contraditório
e da ampla defesa.
d) Certa. Ao passo que as organizações sociais celebram contrato de gestão, as OSCIPs
firmam termo de parceria com o Poder Público. Ambas as entidades possuem como objetivo
a execução de atividades de interesse coletivo não exclusivas do Estado.
e) Errada. A contratação das organizações sociais para a realização de atividades
contempladas no contrato de gestão independe de licitação. No caso, temos uma hipótese
de licitação dispensável.
Letra d.

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022. (FCC/JT TRT1/TRT 1/2014) A melhoria de eficiência e redução de custos constitui


uma busca constante da Administração pública, com vistas a ampliar, em quantidade e
qualidade, os equipamentos e serviços disponibilizados aos cidadãos. Um dos mecanismos
que podem ser utilizados nessa busca é a
a) criação, por lei específica, de organizações sociais, para gestão descentralizada e mais
flexível de serviços públicos não exclusivos.
b) qualificação de fundações como organizações sociais, por ato do Chefe do Executivo,
com base em plano de metas aprovado pelo Ministério Supervisor.
c) criação, por lei específica, de agências executivas, na forma de autarquias de regime
especial, dotadas de autonomia orçamentária e financeira.
d) qualificação, mediante aprovação de plano de metas pelo Ministério Supervisor, de
autarquias como agências reguladoras, dotadas de maior flexibilidade de gestão.
e) celebração, por autarquias e fundações, de contrato de gestão fixando metas de desempenho
para a entidade, qualificada, por ato do Chefe do Executivo, como agência executiva.

Dentre as alternativas apresentadas, apenas a Letra E retrata uma possibilidade para o


Poder Público.
O contrato de gestão, também conhecido como acordo-programa, pode ser conceituado como
o vínculo estabelecido entre a administração direta com outros órgãos da administração,
com entidades da administração indireta ou ainda com as organizações sociais, entidades
do terceiro setor.
A possibilidade de estipulação de contratos e gestão encontra previsão na Constituição
Federal, que, após a entrada da Emenda Constitucional 19, passou a contar, em seu artigo
37, §8º, com o seguinte teor:

Art. 37, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da


administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus
administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho
para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
I – o prazo de duração do contrato;
II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade
dos dirigentes;
III – a remuneração do pessoal.

Letra e.

023. (FCC/ACE (TCE-GO)/TCE-GO/JURÍDICA/2014) Assunto: Terceiro Setor (OSs, OSCIPs,


Sistema S e Fundações de Apoio)

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As Organizações Sociais e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP)


apresentam características peculiares que as distinguem uma das outras, justamente
em razão de serem entidades diversas, previstas em legislações próprias. Sobre o tema,
considere as seguintes assertivas:
I – Não celebram contratos de gestão com o Poder Público, mas termos de parceria.
II – O Poder Público não participa de seus quadros diretivos.
III – Não há trespasse de servidores públicos para nelas prestar serviço.
IV – O objeto da atividade delas é muito mais amplo que o das Organizações Sociais,
compreendendo, inclusive, finalidades de benemerência social.
As OSCIPs distinguem-se das Organizações Sociais, entre outros pontos relevantes, pelo
descrito em
a) II, III e IV, apenas.
b) I, apenas.
c) I e IV, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II, III e IV.

I. Certo. Ao passo que as OSCIPs firmam termo de parceria, as organizações sociais celebram
contrato de gestão.
II. Certo. Nas organizações sociais, a participação do Poder Público no Conselho de
Administração é obrigatória. Nas OSCIPs, a participação é facultativa.
III. Certo. A cessão de servidores apenas ocorre com relação às organizações sociais, mas
não encontra previsão legal para as OSCIPs, que fazem uso, em sentido oposto, de outras
formas de fomento.
IV. Certo. Ao passo que a lista de atividades das organizações sociais é taxativa, o campo
de atuação das OSCIPs é elencado, na norma legal, de forma meramente exemplificativa,
podendo a entidade atuar em outras áreas ou atividades.
Letra e.

024. (FCC/ADP (DPE SP)/DPE SP/ADMINISTRADOR/2010) Segundo a Lei no 9.637/98, o Poder


Público poderá firmar parcerias com entidades devidamente qualificadas como organizações
sociais, mediante o instrumento
a) do termo de parceria.
b) do contrato de gestão.
c) da terceirização.
d) da delegação.
e) da permissão.

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O vínculo entre o Poder Público e as organizações sociais é estabelecido por meio da


celebração de contrato de gestão.
Letra b.

025. (FCC/AJ TRE TO/TRE TO/JUDICIÁRIA/2011) De acordo com a Organização Administrativa


Brasileira, o SESI, o SESC e o SENAI são entidades
a) estatais.
b) paraestatais.
c) autárquicas.
d) fundacionais.
e) empresariais.

O denominado “sistema S” (SESC, SENAI, SESI etc.) apresenta exemplos de entidades


paraestatais integrantes do terceiro setor.
Letra b.

026. (FCC/AFF (TCE-SP)/TCE-SP/ADMINISTRAÇÃO/2012) O acordo de cooperação para o


fomento e a execução de uma ou mais das atividades de interesse público previstas em
Lei, firmado entre a entidade qualificada como OSCIP − Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público e o Poder Público denomina-se
a) licitação pública.
b) termo de parceria.
c) contrato social.
d) convênio social.
e) termo de convênio.

As OSCIPs estabelecem vínculo com o Poder Público por meio da celebração de termo
de parceria.
Letra b.

027. (FCC/AFF (TCE-SP)/TCE-SP/ADMINISTRAÇÃO/2012) OSCIP − Organização da Sociedade


Civil de Interesse Público é uma organização
a) pública voltada para a promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos
e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar.

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b) social especializada exclusivamente na defesa, preservação, conservação do meio ambiente


e promoção do desenvolvimento sustentável.
c) privada cuja função é única e exclusiva de atender aos interesses do seu grupo fundador,
ou administrador, como os sindicatos, as cooperativas, as associações de seguro mútuo etc.
d) da sociedade civil formada espontaneamente para a execução de certo tipo de atividade
de interesse público, mas que não é reconhecida em nosso ordenamento jurídico.
e) jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham as finalidades
determinadas pelo Estado.

As organizações da sociedade civil de interesse público são pessoas jurídicas de direito


privado, sem fins lucrativos, que desenvolvem atividades de interesse do Estado.
Para a qualificação como OSCIP, a pessoa jurídica deve ter alguma das finalidades
legalmente previstas.
Letra e.

028. (FCC/AJ TRT1/TRT 1/APOIO ESPECIALIZADO/SERVIÇO SOCIAL/2011) O chamado Terceiro


Setor só pode ser compreendido dentro de uma conjuntura social, econômica e política que
determinam o seu significado e a sua dimensão. Nesse sentido, considere:
I – O Terceiro Setor ocupou e ocupa o papel que é do Estado na formulação e execução das
políticas sociais.
II – Não se pode negar a importância das ações desenvolvidas pelas organizações do Terceiro
Setor no enfrentamento das diferentes manifestações da questão social.
III – O Terceiro Setor se configurou nos últimos 20 anos dentro de um contexto de avanço
do projeto neoliberal caracterizado pela implementação de políticas sociais focalizadas
e seletivas.
Está correto o que se afirma em
a) I e III, apenas.
b) II e III, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I, II e III.

I. Errado. O terceiro setor não exerce as atividades de formulação de políticas públicas,


mas sim desempenha serviços de interesse da coletividade que não sejam exclusivos
do Estado.

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II. Certo. As entidades do terceiro setor desempenham atividades essenciais para a


coletividade, atividades estas que, se não fossem tais entidades, teriam que ser executadas
pelo Poder Público.
III. Certo. Com o terceiro setor, o Estado sai de cena em determinadas atividades, que
passam a ser desempenhadas por pessoas jurídicas de direito privado.
Letra b.

029. (FCC/ANA (MPE SE)/MPE SE/ADMINISTRAÇÃO/2009) As denominadas Organizações


Sociais e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público − OSCIPs
a) pertencem originalmente ao setor privado e, após receberem a correspondente qualificação,
passam a ser consideradas entidades públicas.
b) integram a estrutura da Administração, como entidades descentralizadas, atuando em
setores essenciais, porém não exclusivos do Estado, tal como saúde e educação.
c) são entidades do setor privado que, após receberem a correspondente qualificação, passam
a atuar em colaboração com a Administração, podendo receber recursos orçamentários.
d) são entidades do setor privado, declaradas por lei como de interesse público, que gozam
de privilégios fiscais.
e) são entidades privadas, cuja atuação é subsidiária à atuação pública no fomento a
atividades comerciais e industriais.

As OSCIPs podem ser definidas como pessoas jurídicas de direito privado que, após a
celebração de vínculo com o Poder Público (qualificação), passam a atuar em regime de
colaboração com a Administração Pública na execução de serviços não exclusivos do Estado.
Como forma de fomento, podem elas receber recursos orçamentários para o desempenho
de suas atividades.
Letra c.

030. (FCC/EPP (SEPLA DR SP)/SEPLADR (SP)/2009) A Administração pública o tem adotado


como prática de contratualização de resultados com terceiros e com suas próprias entidades
públicas, na execução de serviços públicos. É o instrumento pelo qual se concretiza a
contratualização entre entidades da própria Administração pública. Trata-se
a) da concessão de serviço público.
b) do acordo de Programa.
c) do convênio.
d) do contrato de gestão.
e) do termo de parceria.
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O contrato de gestão, também conhecido como acordo programa, pode ser conceituado como
o vínculo estabelecido entre a administração direta com outros órgãos da administração
direta, com entidades da administração indireta ou ainda com as organizações sociais,
entidades do terceiro setor.
Quando celebrados com entidades da Administração Pública, temos a contratualização
das mencionadas atividades.
Letra d.

031. (FCC/AJ TRT3/TRT 3/ADMINISTRATIVA/”SEM ESPECIALIDADE”/2009) Os contratos de


gestão realizados entre a Administração e as denominadas Organizações Sociais
a) não caracterizam convênio administrativo, não se sujeitando, pois, à fiscalização e controle
por parte do Tribunal de Contas.
b) são sempre passíveis de fiscalização e controle pelo Tribunal de Contas.
c) podem ser celebrados com dispensa de licitação, em função de autorização legal específica,
não estando sujeitos, nessa hipótese, ao controle e fiscalização pelo Tribunal de Contas.
d) sujeitam-se ao controle e fiscalização por parte do Tribunal de Contas, exceto quando
tenham por objeto a gestão de serviço público não-exclusivo.
e) são equiparados a convênio administrativo, quando celebrados com entidades com
finalidade lucrativa, sujeitando-se, apenas em tal hipótese, ao controle e fiscalização por
parte do Tribunal de Contas.

a) Errada. Os contratos de gestão estão sujeitos à fiscalização por parte dos Tribunais
de Contas.
b) Certa. Considerando que as organizações sociais recebem recursos públicos para o
desempenho de suas atividades, ficam elas sujeitas à fiscalização e controle por parte do
Tribunal de Contas.
c) Errada. Como mencionado nas alternativas anteriores, as organizações sociais estão
sujeitas à fiscalização exercida pelos Tribunais e Conselhos de Contas.
d) Errada. A fiscalização ocorre com relação a todas as atividades desempenhadas pelas
organizações sociais.
e) Errada. O vínculo com as organizações sociais é celebrado mediante contrato de gestão.
Além disso, a entidade não pode ter finalidade lucrativa para a qualificação.
Letra b.

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032. (FCC/DP AM/DPE AM/2013) As Organizações Sociais são pessoas jurídicas de direito
privado, qualificadas pelo Poder Executivo, nos termos da Lei Federal no 9.637/98, com
vistas à formação de parceria para execução de atividades de interesse público. NÃO está
entre as características das Organizações Sociais, nos termos da referida lei,
a) a necessidade de aprovação de sua qualificação, por meio de ato vinculado do Ministro
ou titular de órgão supervisor ou regulador da área de atividade correspondente ao seu
objeto social e do Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão.
b) a previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de representantes
do Poder Público e de membros da comunidade, de notória capacidade profissional e
idoneidade moral.
c) a proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido em qualquer
hipótese, inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento de associado ou
membro da entidade.
d) o desempenho de atividades relacionadas a pelo menos um dos seguintes campos:
ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio
ambiente, cultura e saúde.
e) a atuação com finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de seus
excedentes financeiros no desenvolvimento das próprias atividades.

As organizações sociais não firmam termo de parceria, instrumento que é utilizado para
as OSCIPS. Na Letra A, desta forma, temos parte do procedimento a ser observado
para a qualificação de uma OSCIP, e não de uma organização social. Contudo, deve
ser salientado que o ato de qualificação como OSCIP é competência do Ministério da
Justiça, e não do MPOG.
Todas as demais alternativas apresentam características das organizações sociais:

Art. 2º São requisitos específicos para que as entidades privadas referidas no artigo anterior
habilitem-se à qualificação como organização social:
I – comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre:
a) natureza social de seus objetivos relativos à respectiva área de atuação; (Letra D)
b) finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de seus excedentes financeiros
no desenvolvimento das próprias atividades; (Letra E)
c) previsão expressa de a entidade ter, como órgãos de deliberação superior e de direção, um
conselho de administração e uma diretoria definidos nos termos do estatuto, asseguradas àquele
composição e atribuições normativas e de controle básicas previstas nesta Lei;
d) previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de representantes
do Poder Público e de membros da comunidade, de notória capacidade profissional e
idoneidade moral; (Letra B)
e) composição e atribuições da diretoria;

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f) obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial da União, dos relatórios financeiros e


do relatório de execução do contrato de gestão;
g) no caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na forma do estatuto;
h) proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido em qualquer hipótese, inclusive
em razão de desligamento, retirada ou falecimento de associado ou membro da entidade; (Letra C)
i) previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das doações que lhe foram
destinados, bem como dos excedentes financeiros decorrentes de suas atividades, em caso de
extinção ou desqualificação, ao patrimônio de outra organização social qualificada no âmbito da
União, da mesma área de atuação, ou ao patrimônio da União, dos Estados, do Distrito Federal
ou dos Municípios, na proporção dos recursos e bens por estes alocados;
II – haver aprovação, quanto à conveniência e oportunidade de sua qualificação como organização
social, do Ministro ou titular de órgão supervisor ou regulador da área de atividade correspondente
ao seu objeto social e do Ministro de Estado da Administração Federal e Reforma do Estado.

Letra a.

033. (FCC/GP (SEAD PI)/SEAD PI/2013) Em novembro de 2007, a Associação Piauiense


de Habilitação, Reabilitação e Readaptação − Associação Reabilitar firmou parceria com
o Estado do Piauí para, dentre outras obrigações, administrar o Centro Integrado de
Reabilitação − CEIR, Centro este responsável hoje pelo atendimento mensal de mais de 35
mil pacientes deficientes de todo o Estado. Sabe-se que a referida Associação é instituição
não governamental sem fins lucrativos, com personalidade jurídica de direito privado e
qualificada pelo Poder Executivo como Organização Social. Sabe-se também que existe
repasse de recursos estaduais à Associação, a título de contrapartida. Diante do exposto,
deduz-se que o negócio jurídico celebrado entre o Estado do Piauí e a Associação Reabilitar
consiste em típico
a) protocolo de intenções, o qual dispensa a entidade privada de sujeitar-se à fiscalização
do Tribunal de Contas do Estado, dada a inexistência de fins lucrativos nas operações
realizadas dentro do escopo do negócio jurídico.
b) termo de cooperação, no qual se estabelece o modo de desempenho de um serviço
não exclusivo do Estado e que, em razão dessa não exclusividade, a entidade privada fica
dispensada de controle da Administração pública.
c) contrato de gestão, no qual se especificam o programa de trabalho proposto, as metas,
os prazos de execução, bem como os critérios objetivos de avaliação de desempenho.
d) contrato de parceria público-privada, na modalidade de concessão administrativa, no
qual o Estado do Piauí, por meio de sua Secretaria de Saúde, figura como usuário indireto
do serviço público prestado.

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e) consórcio público, o qual, por ser relacionado à área da saúde, deverá obedecer aos
princípios, diretrizes e normas que regulam o Sistema Único de Saúde − SUS.

Se o vínculo mantido é entre o Poder Público e uma organização social, o instrumento utilizado
apenas pode ser o contrato de gestão. Este instrumento, por sua vez, deve contemplar
uma série de informações, tais como a especificação do programa de trabalho proposto, as
metas, os prazos de execução, bem como os critérios objetivos de avaliação de desempenho.

Art. 7º Na elaboração do contrato de gestão, devem ser observados os princípios da legalidade,


impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e, também, os seguintes preceitos:
I – especificação do programa de trabalho proposto pela organização social, a estipulação das
metas a serem atingidas e os respectivos prazos de execução, bem como previsão expressa dos
critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados, mediante indicadores de
qualidade e produtividade;
II – a estipulação dos limites e critérios para despesa com remuneração e vantagens de qualquer
natureza a serem percebidas pelos dirigentes e empregados das organizações sociais, no exercício
de suas funções.

Letra c.

034. (FCC/AJ TRT12/TRT 12/ADMINISTRATIVA/”SEM ESPECIALIDADE”/2013) A respeito da


estrutura das organizações administrativas de acordo com o sistema jurídico-institucional
brasileiro, considere:
I – As denominadas organizações sociais são entidades privadas que se ligam à Administração
Pública por meio de contrato de gestão.
II – As sociedades de economia mista fazem parte da Administração Indireta e podem
desempenhar serviço público ou atividade econômica.
III – A Administração Direta compreende as autarquias, fundações e empresas públicas.
Está correto o que consta em
a) II e III, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I, II e III.
d) I e III, apenas.
e) III, apenas.

I. Certo. Conforme afirmado, o instrumento utilizado para a celebração do vínculo entre o


Poder Público e as organizações sociais é o contrato de gestão.

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II. Certo. As sociedades de economia mista são uma das entidades que fazem parte da
Administração Indireta. Tais entidades podem tanto atuar como exploradoras da atividade
econômica quanto como prestadoras de serviços públicos.
I. Errado. A Administração Direta é composta por órgãos públicos. As autarquias, fundações
e empresas públicas são entidades da Administração Indireta.
Letra b.

035. (FCC/AJ TRT15/TRT 15/APOIO ESPECIALIZADO/SERVIÇO SOCIAL/2013) A Lei n. 9.790/99


que dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos,
como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, estabelece, em seu Art. 3º que
as ONGs devem constar em suas finalidades:
I – Promoção da Assistência Social; promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio
histórico e artístico; promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de
participação das organizações de que trata esta Lei; promoção gratuita da saúde, observando-
se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei.
II – Promoção da segurança alimentar e nutricional; defesa, preservação e conservação do meio
ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; promoção do voluntariado; promoção do
desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza; experimentação, não lucrativa, de novos
modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito.
III – Promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica
gratuita de interesse suplementar; promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos
humanos, da democracia e de outros valores universais; estudos e pesquisas, desenvolvimento
de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos
e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo.
Está correto o que se afirma em
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.

Todos os itens apresentados pela questão estabelecem finalidades que devem ser atendidas
para a qualificação como OSCIP:

Art. 3º A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o princípio da
universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será

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conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais
tenham pelo menos uma das seguintes finalidades:
I – promoção da assistência social;
II – promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III – promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das
organizações de que trata esta Lei;
IV – promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das
organizações de que trata esta Lei;
V – promoção da segurança alimentar e nutricional;
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável;
VII – promoção do voluntariado;
VIII – promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;
IX – experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio produtivos e de sistemas alternativos
de produção, comércio, emprego e crédito;
X – promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita
de interesse suplementar;
XI – promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros
valores universais;
XII – estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de
informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas
neste artigo.
XIII – estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibilização e a implementação de
tecnologias voltadas à mobilidade de pessoas, por qualquer meio de transporte;

Letra e.

036. (FCC/PROC (PGE SP)/PGE SP/2012) A prestação de serviços não exclusivos, realizada
de forma a alcançar maior eficiência, mantido o financiamento do Estado, pode se dar por
meio da celebração de
a) contrato de gestão ou termo de parceria com entidades privadas sem fins lucrativos,
sob a forma de organizações sociais ou organizações da sociedade civil de interesse público,
cabendo o estabelecimento de metas de desempenho e critérios de avaliação pela agência
reguladora do setor onde se insere o serviço público prestado.
b) contrato de gestão com organizações sociais, entidades de direito público que recebem
aquela qualificação e, por essa razão, podem se valer da mitigação do regime jurídico de
direito público.
c) contratos de gestão firmados com organizações da sociedade civil de interesse
público, entidades de natureza privada às quais pode ser delegada a prestação de

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serviços públicos exclusivamente nos setores regulados, cabendo o controle do contrato


à respectiva agência reguladora.
d) termo de parceria com organizações da sociedade civil de interesse público, entidades
de natureza pública, que gozam de maior autonomia administrativa e que podem prestar
serviços públicos, desde que não essenciais.
e) contratos de gestão com organizações sociais, entidades de direito privado sem fins
lucrativos que recebem aquela qualificação, podendo atuar nos setores de cultura e saúde.

a) Errada. O estabelecimento de metas de desempenho e de critérios de avaliação não é


feito pela agência reguladora, estando presentes nos próprios instrumentos celebrados
com o Poder Público.
b) Errada. Os contratos de gestão são celebrados com organizações sociais, pessoas jurídicas
de direito privado que não possuem finalidade lucrativa.
c) Errada. As OSCIPs firmam termo de parceria, e não contratos de gestão, que é o instrumento
celebrado com as organizações sociais.
d) Errada. O termo de parceria é firmado com pessoas jurídicas de direito privado, e não
de direito público, conforme afirmado.
e) Certa. Temos aqui a perfeita definição do instrumento celebrado com as organizações
sociais, sendo ele o contrato de gestão.

Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde,
atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.

Letra e.

037. (FCC/PROC (JOÃO PESSOA)/PREF JOÃO PESSOA/2012) A União Federal pretende


transferir a administração de hospital público de sua rede a uma pessoa jurídica não-estatal.
Sabe-se que haverá o aproveitamento de servidores públicos que já trabalhavam no hospital
e que tal pessoa jurídica não será obrigada a investir na infraestrutura do estabelecimento
hospitalar, mas apenas gerenciá-lo administrativamente e prestar os serviços aos seus
usuários. Nesse caso, o ajuste a ser celebrado será um
a) consórcio público.
b) contrato de concessão administrativa.
c) contrato de concessão patrocinada.
d) contrato de gestão.
e) termo de parceria.

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Dentre os instrumentos elencados pela questão, aquele que pode ser celebrado com pessoa
jurídica não estatal e que tem como uma das contrapartidas o aproveitamento de servidores
públicos é o contrato de gestão. Chegamos assim ao gabarito da questão, que é a Letra D.
O consórcio público (Letra a) é um conjunto de entes federativos. Logo, pertence ao Estado.
As concessões administrativa e patrocinada (Letras B e C) implicam no pagamento de
contraprestação pelo Poder Público. Já o termo de parceria é instrumento em que não
poderá ocorrer a utilização (cessão) de servidores públicos.
Letra d.

038. (FCC/ANA MIN (MPE PE)/MPE PE/CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2012) As OSCIPS (Organizações


da Sociedade Civil de Interesse Público):
a) estão dispensadas de elaborar as demonstrações contábeis.
b) podem firmar termos de parceria com o Estado, não sujeitos à Lei de Licitações.
c) não estão sujeitas à prestação de contas de gastos de dinheiro público.
d) estão isentas de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica.
e) estão impedidas de remunerar seus dirigentes, mesmo que atuem efetivamente na
gestão executiva, sob pena de perder os benefícios fiscais que gozam.

a) Errada. Ainda que não integrem a Administração Pública, devem as OSCIPs elaborar suas
demonstrações contábeis, possibilitando com isso a fiscalização pelos respectivos órgãos
de contas.
b) Certa. A celebração de termo de parceria não depende de licitação, sendo feita com a
entidade que reunir os requisitos legalmente previstos. Por isso mesmo, a qualificação é
considerada um ato vinculado.
c) Errada. Assim como ocorre com todas as pessoas que recebem recursos públicos, devem
as OSCIPs prestar contas de suas atividades e despesas.
d) Errada. As OSCIPs são, antes de tudo, pessoas jurídicas de direito privado. E, como pessoas
jurídicas, devem se cadastrar no CNPJ.
e) Errada. Diferente do que informado, há sim a possibilidade de remuneração dos
dirigentes que atuem efetivamente na gestão executiva ou para aqueles que prestem
serviços específicos.

Art. 4º Atendido o disposto no art. 3º, exige-se ainda, para qualificarem-se como Organizações
da Sociedade Civil de Interesse Público, que as pessoas jurídicas interessadas sejam regidas por
estatutos cujas normas expressamente disponham sobre:

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VI – a possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da entidade que atuem


efetivamente na gestão executiva e para aqueles que a ela prestam serviços específicos,
respeitados, em ambos os casos, os valores praticados pelo mercado, na região correspondente
a sua área de atuação;

Letra b.

039. (FCC/AJ TRT1/TRT 1/APOIO ESPECIALIZADO/SERVIÇO SOCIAL/2011) O Terceiro Setor


é formado por instituições não governamentais, que expressam a sociedade civil, com
participação de voluntários, para atendimento de interesse público em diferentes áreas. Em
pesquisas recentes aponta-se que no Brasil existem cerca de 300 mil dessas instituições,
compondo um conjunto de grande diversidade. Mas, as organizações que compõem esse
setor tem algumas características em comum.
Sobre as instituições que formam o Terceiro Setor é INCORRETO afirmar:
a) São de caráter privado, mas desenvolvem um trabalho de interesse público.
b) Trabalham na defesa e garantia dos direitos.
c) Remuneram seus dirigentes que atuam efetivamente na gestão executiva da entidade.
d) Podem contar com o trabalho de um corpo de voluntários.
e) Não podem acumular as duas certificações (CEBAS e OSCIP).

Todas as características apresentadas são aplicáveis para todas as entidades do terceiro


setor. No caso da Letra C, a remuneração dos dirigentes que atuam efetivamente na
gestão executiva da entidade é peculiaridade das OSCIPs, não se aplicando, por exemplo,
às organizações sociais.

Art. 4º Atendido o disposto no art. 3º, exige-se ainda, para qualificarem-se como Organizações
da Sociedade Civil de Interesse Público, que as pessoas jurídicas interessadas sejam regidas por
estatutos cujas normas expressamente disponham sobre:
VI – a possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da entidade que atuem
efetivamente na gestão executiva e para aqueles que a ela prestam serviços específicos,
respeitados, em ambos os casos, os valores praticados pelo mercado, na região correspondente
a sua área de atuação;

Letra c.

040. (FCC/PROC (PGE RO)/PGE RO/2011) Organizações Sociais, Organizações da Sociedade


Civil de Interesse Público e Serviços Sociais Autônomos são espécies do gênero denominado
entidades de colaboração com a Administração Pública. É característica comum dessas três
espécies, conforme legislação federal,
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a) estarem sujeitas ao controle dos Tribunais de Contas, embora tenham personalidade


jurídica de direito privado.
b) serem beneficiárias de prerrogativas processuais semelhantes às das entidades de direito
público, quando houver questionamento dos atos praticados no exercício de atividades
consideradas de interesse público.
c) contarem obrigatoriamente com a participação de representantes do Poder Público em
seus órgãos internos de deliberação superior.
d) serem beneficiárias de contribuições parafiscais, estabelecidas para custeio de suas
atividades de interesse público.
e) celebrarem obrigatoriamente contrato de gestão, com a Administração Pública, para
desempenho de suas atividades.

a) Certa. Tanto as Organizações Sociais quanto as Oscips e os Serviços Sociais Autônomos,


por receberem recursos públicos como fomento pela prestação dos serviços prestados,
devem prestar contas ao TCU.
b) Errada. Como tais entidades não integram a Administração Pública, não há que se falar
em prerrogativas processuais semelhantes às entidades de Direito Público.
c) Errada. Das três entidades, apenas as Organizações Sociais são obrigadas a constituir
Conselho de Administração, contando, por isso mesmo, com representantes do Poder
Público. Para os SSA e para as Oscips, no entanto, não há a obrigação de constituírem este
Conselho, motivo pelo qual estão dispensadas da participação de representantes públicos.
d) Errada. De acordo com o entendimento majoritário, apenas os Serviços Sociais Autônomos
recebem incentivos do Poder Público por meio de Contribuições Parafiscais. Neste sentido,
por exemplo, é o entendimento do STJ, conforme se verifica do julgado do Conflito de
Competência 109.505, de 2010:

Os serviços sociais autônomos, embora compreendidos na expressão entidade paraestatal, são


pessoas jurídicas de direito privado, categorizadas como entes de colaboração que não integram
a Administração Pública direta ou indireta, mesmo empregando recursos públicos provenientes
de contribuições parafiscais.

e) Errada. Apenas as Organizações Sociais celebram Contrato de Gestão. No que se refere


às Oscips, é celebrado um Termo de Parceria.
Letra a.

041. (FCC/PROC (MPE TCM-BA)/TCM-BA/2011) As denominadas entidades do terceiro setor


caracterizam-se como pessoas jurídicas

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a) privadas, sem fins lucrativos, que desempenham serviço não exclusivo do Estado e que
atuam em colaboração com este, recebendo alguma espécie de incentivo do poder público.
b) privadas, que atuam em caráter subsidiário ou complementar à atuação estatal, mediante
permissão ou concessão de serviço público de interesse social.
c) híbridas, constituídas na forma do direito civil, como associações ou fundações, porém
com personalidade de direito público, que desempenham serviço público de forma subsidiada
pelo Estado.
d) de natureza comercial, que atuam mediante delegação do Estado no desempenho de
serviço público essencial.
e) públicas não integrantes da Administração indireta, que prestam serviço público mediante
vínculo de colaboração, na forma de convênio ou contrato de gestão.

As entidades do terceiro setor são pessoas jurídicas de direito privado que não apresentam
finalidade lucrativa. Após celebrarem algum instrumento com o Poder Público, passam a
desempenhar atividades não exclusivas do Estado, recebendo, como contrapartida, alguma
espécie de incentivo.
Letra a.

042. (FCC/AJ TRT8/TRT 8/JUDICIÁRIA/EXECUÇÃO DE MANDADOS/2010) Quando o Poder


Público estabelece parceria com Organizações Sociais, assim qualificadas, sem fins lucrativos,
para fomento e execução de atividades relativas à área de proteção e preservação do meio
ambiente, ele o faz por meio de contrato de
a) mão de obra.
b) concessão.
c) permissão.
d) prestação de serviços.
e) gestão.

O instrumento utilizado entre o Poder Público e as organizações sociais é o contrato de


gestão. Após a celebração, as entidades passam a exercer atividades não exclusivas do
Estado em determinadas áreas, como, por exemplo, as relacionadas com a proteção e
preservação do meio ambiente.

Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica,

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ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à


saúde, atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.

Letra e.

043. (FCC/AJ (TJ MA)/TJ MA/DIREITO/2019) Um ente público que se encontra em grave
situação financeiro- orçamentária está promovendo a reestruturação de suas atividades,
a fim de identificar oportunidades de redução de despesas. A Secretaria de Cultura do ente
administra alguns equipamentos públicos de grande relevância, os quais, embora tenham
bom histórico de visitação, representam parcela significativa do custeio do órgão. Vislumbra,
assim, oportunidade e necessidade de otimizar e dinamizar a gestão desses equipamentos,
o que, de acordo com a legislação em vigor, pode se dar por meio de
a) celebração de contrato de gestão com pessoa jurídica de direito privado qualificada como
organização social, com estabelecimento de metas para prestação e melhoria dos serviços.
b) celebração de convênio com entidades do terceiro setor, estabelecendo remuneração
paga pelo poder público pela prestação dos serviços públicos a serem explorados.
c) formalização de contrato de permissão de serviço público, cabendo à empresa contratada
extrair remuneração exclusivamente da exploração da própria atividade.
d) contratação de prestação de serviços de administração e operação do equipamento
público, com base na Lei no 8.666/93, hipótese expressa de inexigibilidade de licitação.
e) formalização de contrato de gestão com pessoas jurídicas de direito privado para
exploração econômica do equipamento público em regime lucrativo.

a) Certa. O contrato de gestão pode ser celebrado com as organizações sociais, que são
entidades privadas sem fins lucrativos. Após a celebração, as entidades passam a auxiliar
o Poder Público na execução de determinadas atividades, tendo uma série de metas para
prestação e melhoria dos serviços.

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, entende-se por contrato de gestão o instrumento firmado
entre o Poder Público e a entidade qualificada como organização social, com vistas à formação
de parceria entre as partes para fomento e execução de atividades relativas às áreas relacionadas
no art. 1º.

b) Errada. Nos convênios, não há o recebimento de remuneração, uma vez que há reciprocidade
de ambas as partes no objetivo a ser alcançado.
c) Errada. De acordo com o enunciado, a Administração Pública quer, com a medida, “otimizar
e dinamizar a gestão desses equipamentos”. E esta gestão não adentra no conceito de
serviços públicos, não havendo que se falar em delegação por meio de permissão.

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d) Errada. A inexigibilidade de licitação, tanto na Lei 8.666/1993 quanto na Lei 14.133/2021


(nova lei das licitações), apenas ocorre nas situações em que houver impossibilidade jurídica
de competição, o que não ocorre na situação mencionada.
e) Errada. O contrato de gestão deve ser celebrado para a execução de atividades tipicamente
públicas, e não para a exploração econômica em regime lucrativo. Não podemos confundir
o contrato de gestão com os contratos administrativos, que, estes sim, são celebrados com
o objetivo de uma das partes alcançar a lucratividade.
Letra a.

044. (FCC/JE TJAL/TJ AL/2019) De acordo com as disposições da Lei federal no 13.019/2014,
o estabelecimento de parcerias entre o poder público e entidades da sociedade civil sem
fins lucrativos, para a execução de planos de trabalho por estas propostos,
a) se dá mediante termo de fomento, se envolver transferência de recursos públicos, vedada
a celebração de convênio para tal finalidade.
b) não pode envolver, direta ou indiretamente, a transferência de recursos públicos
à entidade.
c) deve ser precedido de procedimento licitatório, na modalidade convite, salvo em se
tratando de entidades de assistência social.
d) deve ser feito mediante contrato de gestão, apenas com entidades pré-qualificadas.
e) deve ser precedido de chamamento público, obrigando-se o poder público a celebrar
termo de parceria com a entidade melhor classificada.

a) Certa. Considerando que o plano de trabalho foi proposto pela organização da sociedade
civil, o instrumento que deve ser utilizada para a celebração da parceria é o termo de fomento.

Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se:


VIII – termo de fomento: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas
pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades
de interesse público e recíproco propostas pelas organizações da sociedade civil, que envolvam
a transferência de recursos financeiros;

b) Errada. A transferência de recursos financeiros é possível, conforme verificado no artigo


da alternativa anterior.
c) Errada. Não é o convite que é utilizado, mas sim, como regra geral, o chamamento público.

Art. 24. Exceto nas hipóteses previstas nesta Lei, a celebração de termo de colaboração ou de
fomento será precedida de chamamento público voltado a selecionar organizações da sociedade
civil que tornem mais eficaz a execução do objeto.

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d) Errada. O estabelecimento de parcerias entre o poder público e entidades da sociedade


civil sem fins lucrativos ocorre de diversas formas. No caso do contrato de gestão, temos
um vínculo mantido, apenas, com uma organização social, e não com as demais organizações
da sociedade civil. Logo, diversas são as outras formas de celebração das parcerias.
e) Errada. O chamamento público é a regra, mas pode, em determinadas situações, ser
dispensado ou declarado inexigível. Além disso, o termo de parceria trata-se de um
instrumento específico celebrado com as OSCIPs.
Letra a.

045. (FCC/ANA FOM (AFAP)/AFAP/CRÉDITO/2019) A formalização de termo de colaboração


entre a Administração pública e uma organização da sociedade civil, para que esta
prossiga com o desenvolvimento de trabalho social de acolhimento de desabrigados,
bem como de recolocação dessas pessoas no mercado de trabalho, mediante prévia
capacitação e treinamento,
a) deve, em regra, ser precedida de chamamento público, além do preenchimento de
requisitos formais pela organização da sociedade civil, em observância à transparência.
b) demanda todas as providências, requisitos e procedimento previstos na Lei n. 8.666/1993.
c) demanda sempre prévio procedimento de seleção, observada a isonomia e legalidade,
na forma prevista na Lei n. 13.019/2017.
d) exige a elaboração e apresentação de plano de trabalho pela organização da sociedade
civil, esta que ficará integralmente responsável pela execução do mesmo, vedada ingerência
ou participação do poder público.
e) pode ser feita diretamente pelo Chefe do Executivo, desde que não surja interferência
com as autoridades formalmente competentes, sob pena de ser necessária prévia
autorização legislativa.

a) Certa. A regra geral é a necessidade, para formalização de termo de colaboração entre a


Administração pública e uma organização da sociedade civil, de realização de chamamento
público, conforme previsão da Lei 13.019:

Art. 24. Exceto nas hipóteses previstas nesta Lei, a celebração de termo de colaboração ou de
fomento será precedida de chamamento público voltado a selecionar organizações da sociedade
civil que tornem mais eficaz a execução do objeto.

Além disso, devem as entidades, para poder celebrar vínculo com o Poder Público, atender
aos demais requisitos legais.

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b) Errada. Em sentido contrário ao que informado, o artigo 84 da Lei 13.019 estabelece


que “Não se aplica às parcerias regidas por esta Lei o disposto na Lei n. 8.666, de 21 de junho
de 1993”. Atualmente, a regra deve ser estendida para as disposições da Lei 14.133/2021.
c) Errada. Conforme verificado na Letra A, não são todas as situações que demandam a
realização de chamamento público, havendo, em sentido contrário, exceções legais.
d) Errada. As parcerias serão celebradas em regime de mútua colaboração, uma vez que
destinadas à consecução de finalidades de interesse público e recíproco. Logo, não é vedada
a ingerência ou participação do poder público.

Art. 1º Esta Lei institui normas gerais para as parcerias entre a administração pública e organizações
da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de
interesse público e recíproco, mediante a execução de atividades ou de projetos previamente
estabelecidos em planos de trabalho inseridos em termos de colaboração, em termos de fomento
ou em acordos de cooperação.

e) Errada. A formalização não pode ser realizada diretamente pelo Chefe do Poder Executivo.
Além disso, não há necessidade de autorização legislativa para a celebração dos instrumentos
de parceria legalmente previstos.
Letra a.

046. (FCC/AJ TRT7/TRT 7/ADMINISTRATIVA/2009) Sobre as entidades do Terceiro Setor é


correto afirmar:
a) para que entidades privadas se habilitem como Organização Social têm que ter previsão
no seu ato constitutivo, dentre outros requisitos, de participação, no órgão colegiado de
deliberação superior, de representantes do Poder Público e de membros da comunidade,
de notória capacidade profissional e idoneidade moral.
b) as organizações sociais são definidas como pessoa jurídica de direito público.
c) as organizações da sociedade civil de interesse público só podem distribuir dividendos
após cinco anos da sua criação.
d) as entidades qualificadas como organizações sociais não estão obrigadas a realizar
licitação para obras, compras, serviços e alienações, relativamente aos recursos por ela
administrados, oriundos de repasses da União.
e) classificam-se como terceiro setor, dentre outras, as autarquias, as organizações sociais
e as empresas públicas.

a) Certa. Trata-se de uma das diretrizes a serem observadas para que as entidades privadas
sejam qualificadas como organizações sociais.

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Art. 2º São requisitos específicos para que as entidades privadas referidas no artigo anterior
habilitem-se à qualificação como organização social:
I – comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre:
d) previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de representantes
do Poder Público e de membros da comunidade, de notória capacidade profissional e
idoneidade moral;

b) Errada. As organizações sociais são, na verdade, pessoas jurídicas de direito privado.


c) Errada. Tais entidades não distribuem dividendos, uma vez que são pessoas jurídicas
sem finalidade lucrativa.
d) Errada. As organizações sociais não integram a Administração Pública. Logo, não devem
elas, como regra geral, se submeter às disposições da Lei das Licitações. Contudo, quando
as contratações forem oriundas de recursos públicos recebidos, devem elas realizar suas
contratações de acordo com regulamento próprio. E este regulamento, de acordo com o
entendimento de parte da doutrina, é uma forma de licitação.
e) Errada. As autarquias e as empresas públicas são entidades da Administração Indireta,
e não do terceiro setor.
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