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Danillo dos Santos Barsan

RA: C01AEB-8

A EVOLUÇÃO DA APLICAÇÃO DA JURISPRUDENCIA E DOS


PRECEDENTES NO CPC/15

São Paulo – SP
2020
DANILLO DOS SANTOS BARSAN

A EVOLUÇÃO DA APLICAÇÃO DA JURISPRUDENCIA E DOS


PRECEDENTES NO CPC/15

Trabalho de conclusão de curso para


obtenção do titulo de graduação em
Direito apresentado a Universidade
Paulista – UNIP.

Orientador: ____________________

SÃO PAULO
2020

DANILLO DOS SANTOS BARSAN


A EVOLUÇÃO DA APLICAÇÃO DA JURISPRUDENCIA E DOS
PRECEDENTES NO CPC/15

Trabalho de conclusão de curso para


obtenção do título de graduação em
Direito apresentado a Universidade
Paulista – UNIP.

Aprovado em: ____________________

BANCA EXAMINADORA
_______________________/__/___
Prof. ____________________
Universidade Paulista – UNIP

_______________________/__/___
Prof. ____________________
Universidade Paulista – UNIP

_______________________/__/___
Prof. ____________________
Universidade Paulista – UNIP
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por trazer força e sustentar os pilares do conhecimento


durante esta árdua jornada de lapidação nos estudos.
À minha esposa Patrícia Franco de Oliveira, que me apoiou desde o início
de minha caminhada acreditando em cada novo degrau que eu subia e a Minha
amada Filha Maria Rita de Oliveira Barsan, que nasceu durante o curso, e que
muitas vezes tive que me dividir entre os estudos e a sua atenção.
Ao Dr. Renato Xavier da Silveira Rosa, que me deu a oportunidade de
estágio logo no início do curso, que me possibilitou um grande aprendizado
dentro do Direito.
Agradeço a todos os professores que de alguma forma contribuíram para a
minha formação fazendo com que a cada dia eu tivesse mais certeza de ter
seguido o caminho mais Justo e Perfeito que eu poderia ter seguido.
RESUMO

O presente trabalho, visa analisar a importância e a abertura que o Novo Código de Processo Civil (Lei
nº 13.105 de 2015), deu à Jurisprudência e aos Precedentes, em uma tentativa de unificação dos julgados de
nossos Tribunais. Essa mudança em nosso ordenamento, acaba por abrir ao Direito Brasileiro uma tímida, mas,
importante fresta para a Common law.
Iremos entender a importância que o Novo Código de Processo Civil (CPC/15), deu a esses elementos,
que buscam trazer ao Processo Civil mais agilidade e segurança jurídica.
Após esta análise será possível ter uma visão a respeito de como estão e como poderão ser baseadas as
futuras decisões em nossos Tribunais. Como que a partir do CPC/15, poderemos vislumbrar um Direito mais
dinâmico e ágil em nosso País. Se a exemplos de outros países, de Common Law, ou se teremos sempre a
necessidade de materializar os nossos direitos, estendendo e detalhando cada vez mais os textos legislativos com
a necessidade de apontar o que se deve ou não fazer em virtude da Lei.

ABSTRACT

The present work aims to analyze the importance and openness that the New Code of Civil Procedure (Law No.
13,105 of 2015), gave to the Jurisprudence and the Precedents, in an attempt to unify the judges of our Courts.
This change in our ordering ends up opening Brazilian law a timid, but, important gap for Common law.

We will understand the importance that the New Civil Procedure Code (CPC / 15) gave to these elements, which
seek to bring more agility and legal certainty to the Civil Procedure.

After this analysis, it will be possible to have a vision about how they are and how future decisions in our
Courts may be based. As from CPC / 15, we will be able to envision a more dynamic and agile law in our
country. If following the example of other countries, the Common Law, or if we will always need to materialize
our rights , increasingly extending and detailing the legislative texts with the need to point out what should or
should not be done under the Law.
SUMÁRIO

1. O Novo Código de Processo Civil..............................................................................7


2. Civil Law X Common
Law………………………………………………………………...12
2.1. Civil
law…………………………………………………………………………………….13
2.2. Common law……………………………………………………………………………….14
3. Decisões Judiciais como fonte de
Direito..................................................................16
3.1. Criação Judicial do Direito………………………………………………………..16
4. O que é Precedente, Súmula e Jurisprudência?
........................................................19
4.1. Precedentes..............................................................................................................19
4.2. Jurisprudência
.........................................................................................................21
4.3. Súmulas...................................................................................................................22
5. A aplicabilidade dos precedentes e jurisprudência no Direito Brasileiro.................24
5.1. Aplicação dos precedentes na fundamentação das decisões
judiciais.....................27
6. Decisões Regionais Divergentes X Segurança Juridica:
A Necessidade De Uniformização Da Jurisprudência..............................................30
7. Incidente de Resolução de Demandas Repetitiva (IRDR) .......................................34
7.1. A Força dos precedentes no IRDR..........................................................................35
8. Conclusão.................................................................................................................37
9. Referências...............................................................................................................38
8

1. O NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Em março de 2016, entrou em vigor o Novo Código de Processo Civil (CPC/15), visando a
agilidade processual entre outros objetivos. Essa mudança buscou inovar, adaptar e melhorar o Direito
Processual Civil Brasileiro, que já era tido como tecnicamente bom, mas, que demand ava de diversas
emendas que foram feitas ao longo dos seus poucos mais de 40 anos de vigência, daí veio a
necessidade deste Novo Código Processual.

Não apenas tentando modernizar o Direito Processual, mas, também de materializar


costumes que já vinham sendo utilizados, como a jurisprudência, mas, que tinham uma certa falta de
respaldo material em nossa legislação, tivemos a positivação da jurisprudência e dos precedentes como
uma das principais fontes de Direito.

Essa valoração da jurisprudência, que busca, não apenas trazer uma segurança jurídica aos
julgados, mas, também tem o intuito de se resolver de maneira sólida as todas as ações e recursos
repetitivos, conforme nos ensina o Prof. Humberto Teodoro: “Com base na política de valorização da
jurisprudência, os casos de rejeição liminar da demanda foram ampliados, de modo a permiti-la
sempre que o pedido contrariar súmulas ou acórdãos do STF e do STJ, bem como entendimento
firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência, e ainda
quando afrontar norma jurídica extraída de dispositivo expresso de ato normativo. Por último, a
medida será ainda cabível quando, em se tratando de direito local, o pedido contrariar súmula de
Tribunal de Justiça (art.332) ”.

Quando da entrada em vigor do CPC/15, o Excelentíssimo Ministro Paulo de Tarso, destacou


a positividade do novo Código, onde segundo ele com sua implantação abre uma nova cultura
processual no Brasil com a valorização dos precedentes jurisprudenciais.

Nas palavras do Ministro: “Esse ponto de vista é, particularmente muito positivo para o STJ,
cuja a missão é a uniformização da interpretação da legislação federal. Então, através de institutos
como a valorização dos recursos repetitivos e o acidente de assunção de competência, nós teremos
ainda mais mecanismos para uma melhor aplicação do direito federal”.

Foram inúmeras alterações realizadas no CPC, todas com o objetivo de trazer cada vez mais
celeridade aos processos, o que infelizmente segundo os juristas, não ocorreu ainda, talvez por ainda
existir resquícios da antiga lei, ou pelo excesso de demandas. Apesar de ainda não ter alcançado o seu
objetivo é inegável as benesses de pontos específicos do CPC/15.
9

Inovações como o contraditório prévio, é o dever (obrigação) da fundamentação das decisões


pelos magistrados (Art. 9º, 10 é 489, §1º), a abertura a novos meios de resolução de conflitos por
meios alternativos (Art. 3º), a alteração da contagem dos prazos processuais em dias úteis (Art. 219), a
apresentação da contestação juntamente com a reconvenção em uma única peça (Art. 336 e 343), que
antes eram apresentados em incidentes separados, a unificação de prazos recursais (Art. 1.003) e a
restrição às hipóteses de cabimento do recurso de agravo de instrumento (Art. 1.015), são algumas das
alterações pontuais que ocorreram no CPC.

Devemos ainda ressaltar que apesar do antigo CPC não estar mais em vigência o termo
Novo Código de Processo Civil, ou NCPC, já carregava esse nome desde o início do seu anteprojeto, é
com isso temos duas justificações plausíveis para tal nomeação, a primeira por se tratar de um novo
código que se sobrepõe ao anterior. A segunda explicação seria o viés acadêmico e doutrinário que
resolveu por assim chamá-lo para fazer os comparativos entre os dois Códigos.

Ao longo de 5 anos que o presente Código está em vigor, ainda pelo curto espaço de tempo,
é inevitável a comparação ao antigo, tanto para a base de estudos como para a base prática, e que
provavelmente só será chamado simplesmente de CPC, quando se findar antigos processos judiciais e
forem já esmiuçados os seus artigos pelos juristas sem a necessidade de comparar os dois códigos para
se ter o entendimento do que o legislador quis dizer em artigos que não demonstram sua intenção com
a devida clareza do porque eles foram criados.

Apesar do vasto material de trabalho que nos fornece não apenas a comparação entre os
códigos, como, assuntos individuais que poderiam ser tratados esse trabalho busca focar nos artigos
926 e 927 do CPC/15, que tratam a respeito das novas fontes do direito civil como a
Jurisprudência e os Precedentes.

No Art. 489 do CPC/15, temos a fundamentação no que se refere às decisões


judiciais, que só serão consideradas fundamentadas, caso ele revele expressamente o motivo
pelo qual deixou de seguir a jurisprudência é os precedentes invocados pelas partes conforme
podemos observar:

“Art. 489. São elementos essenciais da sentença: [...]

§1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela


interlocutória, sentença ou acórdão, que: [...]

V – Se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar


seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento
se ajusta àqueles fundamentos;
10

VI – Deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente


invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em
julgamento ou a superação do entendimento. ” (nossos grifos).

Com o intuito de fazer com que as decisões judiciais sigam a mesma coerência
evitando-se assim decisões diversas em casos similares, reforçando assim fundamentações é
integridade das decisões, além de trazer a celeridade tão almejada pelos juristas, pois, tendo
uma decisão bem fundamentada e que responda a todos os quesitos levantados pelas partes,
acabam esgotando os argumentos para recursos, que muitas vezes são interpostos com a
intenção de protelar o Trânsito em Julgado do Processo.

Com isso, os art. 926 e 927, vem reforçando a maneira com a qual devem ser feitas a
uniformização das decisões e de como elas devem ser observadas. Cabe aqui uma pequena
consideração que no Art. 927, §1º, é feita uma referência direta ao art. 489.

“Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:

§ 1o Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art. 489,


§ 1o, quando decidirem com fundamento neste artigo. ”

Desta forma as decisões é o entendimento da justiça, que apesar do Princípio do


Livre Convencimento do Juiz1, este deve seguir a mesma direção quando houver processos
que tratam de um assunto em comum, dentro dos mesmos termos e com a mesma causa de
pedir, para que desta forma não existam decisões díspares a respeito de um mesmo assunto e
desta forma acabe com a Segurança Jurídica.

Deste modo, é fácil chegar a conclusão de que ao ser demonstrada a similaridade de


um caso concreto com decisões anteriores, através dos precedentes e da jurisprudência, não
poderá o Magistrado fechar os olhos para o que foi apresentado o que de maneira alguma, tem
o objetivo de acabar com o livre convencimento do Juiz e sim de tratar assuntos iguais de
maneira justa, uma vez que eles já foram discutidos é desta forma seja julgado nos mesmos
termos.

1
“Vige em nosso sistema o princípio do livre convencimento motivado ou da persuasão racional, segundo o qual
compete ao Juiz da causa valorar com ampla liberdade os elementos de prova constantes dos autos, desde que o
faça motivadamente, com o que se permite a aferição dos parâmetros de legalidade e de razoabilidade adotados
nessa operação intelectual. Não vigora mais entre nós o sistema das provas tarifadas, segundo o qual o legislador
estabelecia previamente o valor, a força probante de cada meio de prova” (RHC 91.161, Relator o Ministro
Menezes Direito, de 25.4.2008).
11

Não há como seguirmos adiante sem termos o entendimento do que são essas fontes
do Direito e de como elas norteiam as decisões em nossos Tribunais, logo no início da
faculdade o aluno, aprende sobre quais são essas fontes, sem isso, ficaria impossível sustentar
os seus pedidos os contraditórios e ainda se fundamentar as decisões judiciais como já
explanado.

Mas, quais são essas fontes? Logo de cara podemos ter como as mais importantes
fontes de Direito (não apenas o Processual Civil, mas, se estende para todas as ramificações
do Direito), a Lei, os textos da Lei são nossas fontes primárias de Direito, e quando o seu
texto não nos dá uma resposta direta, temos que buscar em nossa doutrina e jurisprudência as
soluções hermenêuticas para esses casos.

Tamanha a importância da jurisprudência se dá pela necessária atualização, em


alguns casos, da interpretação da lei, nas palavras do Prof. Humberto Teodoro:

“Mesmo diante de textos legais expressos, não é pequena a contribuição da


jurisprudência para fixação dos conceitos básicos do direito processual. A
incoerência do legislador, a obscuridade dos textos normativos, as
imprecisões terminológicas, como falhas naturais de toda criação humana,
são frequentemente superadas pelo trabalho criativo e aperfeiçoador da
doutrina e da jurisprudência. E o mais importante é o trabalho de ir
promovendo a criação de novas concepções que inspiram remodelação das
normas jurídicas expressas, a par de consolidar os costumes judiciais que
são, na prática, produto da jurisprudência assentada.”.

Deste modo, o CPC/15, veio ampliando uma norma que já estava expressa em nossa
Constituição Federal, no seu art. 103 – A, que já dava ao STF, a possibilidade de que se
houvesse reiteradas decisões de mateira constitucional, sendo aprovado por dois terços de
seus membros, ficaria aprovada a Sumula Vinculante, ressaltando a necessidade de haver
diversos pedidos repetitivos, não bastando uma decisão única para sustentar as demais
decisões.

“Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por


provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após
reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a
partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em
relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública
12

direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como


proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. ”

E até então a Jurisprudência atuava com força obstativa de recursos, permitindo que
fosse negado seguimento às impugnações manifestadas em contrariedade aos precedentes,
sobretudo àqueles emanados dos Tribunais Superiores (CPC/1973, art. 475, §3º, 518, §1º;
544, §§3º e 4º; 557).2

Com o advento do CPC/15, temos uma valoração dos precedentes, principalmente,


os que são formalizados pelos Tribunais Superiores, sem a necessidade de “sumular”, todas as
decisões, correndo o risco de se criar uma espécie de Legislação paralela, nos aproximando
timidamente da common law, e nos trazendo a agilidade e segurança processual almejada
pelos juristas.

Assim, para podermos seguir neste trabalho, temos que entender o que é cada
elemento deste demonstrado, nesta breve explanação sobre o CPC/15, o que são e as
diferenças entre precedentes, jurisprudência e súmulas, e ainda as diferenças entre common
law e civil law, para que posteriormente possamos ver o avanço de nossa lei processual civil
em direção à common law, valorizando os costumes e adaptações culturais, como uma
possível tentativa de se manter as leis atualizadas sem a necessidade de se reescrever novos
textos de lei com o passar dos anos.

2
OLIVEIRA, Carlos Alberto Álvaro de. Op. cit., p. 117.
13

1. CIVIL LAW x COMMON LAW

Como é perceptível, vemos a aproximação que o CPC/15, junto a um sistema de precedentes


que traz mais dinamismo ao Direito Processual, oriundo de países que tem em seu sistema legislativo a
tradição do common law, diferente do sistema tradicional brasileiro que é o civil law.

Mas, o que são esses sistemas? Esse entendimento é importante para que possamos
compreender esta parte da reforma do Código de Processo Civil Brasileiro, que poderia ter seguido
diversas outras influencias que ocorre no mundo contemporâneo, mas, que resolveu se direcionar ao
common law, de uma maneira discreta, sem criar grandes conflitos com o sistema implantando e que
funciona a muito tempo em nosso pais.

Segundo Marcos Vinicius Rios Gonçalves3: “O nosso ordenamento jurídico


processual, oriundo do sistema romano-germânico, estava baseado
fundamentalmente na norma escrita, embora antes da entrada em vigor do
CPC/15 já fosse possível identificar a influência do sistema anglo-saxônico.
Com a nova lei, que adotou o sistema dos precedentes vinculantes, pode-se
afirmar que o nosso sistema, embora ainda predominantemente embasado
na civil law, passou a ser, de certa forma, híbrido, já que, tal como nos
países da common law, os precedentes e súmulas vinculantes se erigem em
verdadeira fonte formal do direito. Mas apenas nos casos em que eles são
vinculantes. ”

Desta forma fica demonstrada a necessidade ainda da materialização das decisões para que
elas possam figurar como uma das fontes de direito como protagonista, mas para que possamos
entender esses sistemas temos que voltar no tempo e buscar a origem deles.

Carlos Roberto Gonçalves, de uma maneira simples nos ensina: “Encontra-se no costume a
primeira fonte do direito, consubstanciada na observância reiterada de certas regras, consolidadas
pelo tempo e revestidas de autoridade. Trata-se do direito não escrito, conservado nos sistemas de

3
Mestre em Direito Civil pela PUC-SP. Juiz de Direito. Professor no Damásio Educacional.
14

Common Law. Com o passar do tempo e a evolução social, bem como a organização do Estado, o
direito passa a emanar da autoridade, sob a forma de uma lei imposta coativamente. Surge o direito
escrito4, em contraposição ao anteriormente mencionado, adotado em quase todos os países do
Ocidente. ”.

2.1. CIVIL LAW

O Sistema de Tradição de Civil Law, também conhecido como romano-germânico,


tem influencias não apenas no antigo Direito Romano, como também sofre influencias de
fontes como direito canônico, direito comercial, as revoluções e ciência do direito.

Esse sistema que se iniciou na Europa Ocidental no início do Século XIII,


influenciou diretamente países como Portugal, que viria a colonizar o Brasil, deste modo o
Direito Brasileiro absorveu a Civil Law, como sistema.

A necessidade que os estudiosos tiveram em materializar o direito natural e


transforma-lo em algo mais concreto, surgindo o Direito Positivo, estando certo de que a
codificação dos direitos traria maior segurança para todos, surgindo aí a necessidade de se
criar diversos códigos, não apenas para as vertentes do direito, como também para cada pais
que precisava adequar os direitos a sua realidade, para que assim pudessem materializa-los.

Com o passar do tempo, as leis começam a apresentar lacunas, e por mais que a
materialização delas pudessem trazer uma certa segurança jurídica, houve momentos em que a
analogia e estudo de costumes e casos similares começaram a ser necessários para
desengessar as leis para que pudessem ser aplicadas, pois, não se bastava as interpretações
prévias da lei.

Esta positivação do Direito, torna o juiz um mero aplicador da lei, não há como o
magistrado criar leis ou entendimentos sem que este recorra ao texto da lei, o que dificulta por
vezes, quando surgem novos costumes5, e que conforme nos diz a CF/88, no art. 5º, inciso II:
“ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”, este
dispositivo nos demonstra a necessidade de que para avaliarmos algo juridicamente tendo a

4
Civil Law
5
A dificuldade por exemplo de se aplicar as normas vigentes sobre os crimes eletrônicos por exemplo, que em
nosso pais não possui uma legislação especifica e que por isso depende de analogias e entendimentos que podem
por acabar beneficiando um criminoso quando não for nítida a similaridade com os crimes previstos na lei.
15

legalidade como norteador da atividade jurisdicional. Conclui-se, desta forma, que o modelo
brasileiro,inserido na tradição do civil law, tem seu direito vinculado à produção legislativa6.

2.2. COMMON LAW

A Common Law, diverge da Civil Law, pois, não depende de codificação das normas,
mas se baseia nos costumes e precedentes.

Ou seja, não há a necessidade de se codificar todas as normas e direitos, as


discussões jurídicas são baseadas nos costumes e na jurisprudência que são o Norte para as
decisões do judiciário.

Esse sistema tem origem anglo-saxônica (Estados Unidos e Inglaterra,


principalmente), que nasceu durante os Séculos XII e XIII, como o conjunto de decisões
judiciais que se baseavam nas tradições e precedentes.

Esta falta de codificação faz com que o direito evolua juntamente com a sociedade,
não necessitando de estar tudo escrito, podendo mudar conforme os costumes se alteram, sem
perder a sua segurança jurídica sem perder a sua essência se baseando em casos concretos
como fonte de direito, conforme nos explica Paolo Grossi:

“ O seu traço mais peculiar é, de fato, que o direito seja coisa de juristas e
que não pode ser senão a ordem dos juristas a fixá-lo e exprimi-lo, além de
garantir-lhe o desenvolvimento com relação às necessidades de uma
sociedade em crescimento.”7

Esta perpetuação deste sistema, mostra de certa forma a sua eficiência, e o motivo
pelo qual o legislador tinha a intenção de aproximar o CPC/15, com este sistema. Que pode
evoluir juntamente com a sociedade, o que é reforçado nas palavras de Teresa Arruda Alvim
Wambier:

“ O common law não foi sempre como é hoje, mas a sua principal
característica sempre esteve presente: casos concretos são considerados fonte
do direito. O direito inglês, berço de todos os sistemas de common law, nasceu

6
RAMIRES,2010, p. 61
7
GROSSI, 2006, p. 55-56
16

e se desenvolveu de um modo que pode ser qualificado como “natural”: os


casos iam surgindo, iam sendo decididos. Quando surgiam casos iguais ou
semelhantes, a decisão tomada antes era repetida para o novo caso. Mais ou
menos como se dava no direito romano.”8

Destarte, para diferenciarmos os dois sistemas, é imprescindível a percepção de que ambos


buscam a segurança jurídica, sendo a civil law, dependente da materialização da lei e o common law,
fazendo uma equiparação da jurisdição com a legislação.

8
WAMBIER, 2009, p. 54
17

2. DECISÕES JUDICIAIS COMO FONTE DE DIREITO

Como já foi dito no Brasil, adotamos o sistema de Civil Law, onde precisamos ter nossas
principais fontes de direito escritas, para que a partir delas possamos fazer a interpretação e
consequentemente fazer se valer a vontade do legislador.

Com o advento do CPC/15, abrimos espaço para que as decisões judiciais possam fazer parte
do rol de fontes de direito, as decisões judicias reiteradas, já haviam ganhado força com a Emenda
Constitucional 45/2004 (EC 45/2004), que criou as Súmulas Vinculantes, que obrigatoriamente devem
ser consultadas pelos julgadores, aspecto inerente ao Common Law.

Com o suporte ainda mais guarnecido pelo Art. 927 do CPC/15, corroborou para que as
decisões judiciais tivessem uma força equitativa de fonte formal primária, apesar de muitos ainda
discutirem a rigidez de nossa Constituição, da qual subordina toda e qualquer outra fonte ao seu texto
e aos princípios éticos sociais.

Essa aproximação de sistemas jurídicos distintos (Common law e Civil law), fez com que se
fosse necessário o aprofundamento dos estudos das fontes formais do Direito, onde tiveram suas
teorias bem desenvolvidas desde a independência nos Estado Unidos em 1776, chegando suas ideias
ao Brasil no Século XXI, quando se percebeu a necessidade de se aprimorar as fontes do Direito.

Cumpre salientar que as Decisões do sistema Common law, não criam efeitos vinculantes
imediatos, “a doutrina pela qual as cortes aderem ao precedente em questões de Direito de forma a
assegurar certeza, consistência e estabilidade à administração da justiça.”9. Na verdade, em primeiro
lugar, tecnicamente são as opiniões das cortes, e não as decisões em si, que formam os precedentes,
ainda que corretamente se fale em decisões vinculantes, e em segundo lugar temos as hierarquias das
cortes onde a corte mais importante tem a palavra final sobre determinado assunto, não devendo o
julgador das cortes inferiores jamais tentar alterar o que foi superiormente decidido.

9
MERRIAM WEBSTER’S DICTIONARY OF LAW. Springfield: Merriam-Webster, 1996. P. 468.
18

“Mais uma vez, a qualidade peculiar e o efeito de um


Precedente Judicial como uma fonte do Direito devem ser notados. O
Precedente pode ser uma fonte do Direito por expressar a opinião de
homens doutos, ou por afirmar saudável doutrina moral, mas sua força
peculiar como Precedente Judicial não se encontra no fato de estar ou
não de acordo com a opinião dos doutos, ou no fato de estar correto; ele
é um Precedente Judicial, não porque deveria ter sido criado, mas
porque foi criado. A decisão de uma corte pode unir a característica de
Precedente Judicial com a característica de uma expressão de
pensamento sábio ou de sã moral, porém freqüentemente essas
características estão separadas”.10

É interessante notar o pensamento de como uma Decisão Judicial acaba por gerar um
precedente não pelo simples fato de estar certo conforme a lei, mas, sim pelo fato dos julgadores
pensarem da maneira certa para decidir, de acordo com os costumes, moral, sabedoria e o
conhecimento inerente à época em que ela foi proferida.

Claro que esta liberdade, deve ter um limite, para que não se tomem decisões absurdas ou
ainda injustas, o qual pelo menos em teoria não deve fazer parte do Direito. Não permitir que o
Julgador forme leis a seu bel prazer, por isso a necessidade de se fundamentar uma decisão e ela estar
ainda condicionada a revisão de um órgão superior.

No caso do Brasil, essas limitações além de poderem ser revistas pelos órgãos colegiados,
ainda há o limite explicito na lei, onde se cria um limite até onde pode ir o julgador.

Saindo um pouco das decisões judiciais podemos pegar por exemplo do Direito Civil o
Pacta Sund Servanda, que na teoria das obrigações dos contratos, “é o principio segundo o qual o
contrato obriga as partes nos limites da lei.”11, ou seja, sempre o limite do julgador, como qualquer
outra figura do Direito tem como limite o que está materializado, o que é Lei.

De alguma forma, com o reconhecimento das decisões judiciais, dentro dos limites da lei, há
de se alimentar essa fonte que de alguma maneira surgira a teoria da criação judicial do direito que
explanarei a seguir.

3.1 CRIAÇÃO JUDICIAL DO DIREITO

10 GRAY.John Chipman. “Judicial precedentes”. P. 188-189


11 ZUNINO NETO, Nelson. Pacta sund servanda x rebus sic stantibus: uma breve abordagem.
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=641. Acessado em 22/03/2010.
19

Como explicado anteriormente, as decisões judiciais vêm ganhando força, como fonte de
Direito, os precedentes, a jurisprudências e as sumulas, que explicaremos a seguir, vem sustentando
esta fonte, e os órgãos judiciais que antes apenas julgavam leis, acabam por criar também as leis.

Segundo Pedro Lenza, “visa-se, dentro dessa nova realidade, não mais apenas atrelar o
constitucionalismo à ideia de limitação do poder político, mas, acima de tudo, busca-se a eficácia da
Constituição (...)sobretudo diante da concretização dos direitos fundamentais”.

Deste modo, o judiciário ganha importante destaque no que toca as normatizações legais,
dando uma maior cobertura da lei, em casos que muitas vezes essa deixa lacunas, por simplesmente
serem mal formuladas, muitas vezes por legisladores que não possuem o certo conhecimento técnico
para formula-las e com isso as deixam falhas.

Dessa forma, podemos ter a garantia que se operando o direito desta forma podemos alcançar
determinados casos que se fossemos utilizar o direito positivado, poderíamos chegar em um resultado
diferente daquele pretendido.

No Brasil, esse ativismo na busca do alcance social está disposto no art. 3º, inc. III da CF de
88 que diz, “erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais” ,
como também se encontra na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) que aduz
em seu art. 5º, “na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências
do bem comum”.

A questão mais preocupante que devemos nos atentar, é quanto a imparcialidade do Juiz, “na
qual ele busca ficar mais equidistante dos litigantes para que não penda sua decisão para um ou outro
lado”12, ou seja, o Juiz não pode se deixar levar pelo ânimo de se decidir por algo, mas, deve faze-lo de
maneira que possa auxiliar não apenas o caso em suas mãos, como quando possível decidi-lo de
maneira que todos os similares o acompanhem.

De tal sorte, essa judicialização, tem expandido os poderes do judiciário, fazendo com que
ele de certa forma invada um pouco o poder legislativo e executivo, essa invasão deve ser feita de
maneira equilibrada e técnica buscando o máximo aproveitamento das normas legislativas, sem
desequilibrar a força dos três poderes.

Muitas são as discussões acerca do assunto, sobre como o Judiciário pode avançar sobre oato
de legislar, visto que inúmeras demandas que buscam no judiciário respostas para questões que são

12 Dinamarco, 2015
20

incontroversas em seus textos legislativos, ou que deixam margem a uma gama de interpretações que
poderiam por acabar com a Segurança Juridica.

3. O QUE SÃO PRECEDENTES, JURISPRUDÊNCIA E SÚMULAS

O foco deste trabalho é de como o CPC/15, nos guia para um Direito mais dinâmico,
que evolua de acordo com a sociedade, se adaptando as novas realidades e ainda à visão da
comunidade jurídica e da sociedade como um todo.
Para isso, temos três elementos que nos da base material para que isso ocorra,
gerando segurança jurídica necessários para que nossos tribunais se lapidem e forneçam
decisões mais justas e perfeitas, buscando a justiça tão almejada por todos. São eles, os
Precedentes, as Súmulas e a Jurisprudência. Cada qual com a sua função dentro das peças
jurídicas e da fundamentação dos pedidos e das decisões, no qual passaremos a explicar a
seguir.

4.1. PRECEDENTES

Para o Direito, os precedentes são “resolução em que a mesma questão jurídica,


sobre o qual, há que se decidir uma vez por um Tribunal em outro caso”13.

O precedente com base, em casos anteriores de igual assunto, apesar de criarem uma
linha na interpretação hermenêutica do Direito, ele não busca acabar com a argumentação
jurídica e sim para nos trazer base como fonte de Direito, para colaborar, fundamentos e
sustentar os pedidos e decisões judiciais,

Não se tem a intenção de tornar os precedentes como norma, mas, sim de torna-lo um
auxiliar dos meios interpretativos, e deste modo trabalhar em cima do caso concreto faz com
que seja expandida a margem interpretativa do julgador, fornecendo a esta mais segurança

13
LARENZ, Karl. Metodologia da ciência do Direito. 5ª ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2009, p. 611
21

jurídica e com isso tentar pôr fim às decisões ambíguas, ou divergentes sobre assuntos da
mesma natureza, que podem se repetir as dezenas, centenas ou milhares me nossos Tribunais.

Dessa forma em nosso direito devemos tratar os precedentes como uma fonte auxiliar
de direito e não como verdade absoluta e imutável, inclusive ainda por conta do Direito
Brasileiro, ser extremamente materialista (civil law), diferentemente de outros países que dão
ao precedentes status de normas jurídicas (common law). Com isso, mesmo que o CPC/15,
tenha dado mais valor aos precedentes, ele é um dos diversos pilares que sustentam uma tese
ou decisão e que precisa estar devidamente alinhado com as leis existentes.

Assim, temos que entender que os precedentes judiciais, não irão dar razão ou
sustentar a partir de um único julgado, que pode ser divergente dos precedentes anteriores,
devido a peculiaridade do caso, fazendo se alterar as decisões anteriores, por isso a
necessidade de alinha-la as demais fontes de direito.

Ou seja, devemos alinhar ou desalinhar os precedentes de acordo com o caso e atese


a ser levantada, mostrando se o que defende, é igual ou divergente das decisões anteriormente
tomadas trazendo mais dinamismo e objetividade as petições e decisões.

Segundo o Dr. Alexandre Freire14:

“quando se fala em de precedente judicial, deve-se considerar que se está


fazendo referência apenas a uma decisão15. Nada obstante, deve-se
reconhecer que esse traço característico nos leva apenas à conclusão de que
um precedente é uma decisão judicial. É importante saber, então, quando uma
decisão judicial é um precedente.”.

Ou seja, precedente, poderá surgir de uma decisão de um caso especifico, e que irá
nortear as decisões de casos iguais, diferente da formação da jurisprudência, que são decisões
recorrentes sobre o mesmo tema que se consolida com o passar do tempo, ou seja, se temos
que fazer uma tese para defender um direito de uma pessoa, e achamos uma ou outra decisão
em casos iguais, devemos citar como há precedentes, e não como nossa jurisprudência, como
erroneamente citam-se alguns operadores do direito.

14
Dr. Alexandre Freire: Doutor em Direito pela PUC-SP, Mestre em Direito pela UFPR. Professor da Pós-
Graduação em Direito Processual Civil da PUC-Rio.
15
LANDES, William M.; POSNES, RICHARD A. Legal precedente: a theoretical and empirical analysis. The
jornal of Law and economics, v19, 1976, p. 250-251.
22

De tal conhecimento, temos os precedentes, não como uma força vinculante, e sim,
apenas como um norteador de casos idênticos que podem ou não ser seguidos pelos Tribunais
Superiores, em cima de decisões de instâncias inferiores, estes sim, em busca da segurança
jurídica devem seguir os seus próprios precedentes , e aqueles formados pelas instâncias
superiores, ou ainda nas palavras do Dr. Alexandre Freire “a máxima de tratar casos iguais
como iguais é aplicável horizontalmente ou verticalmente. Neste último caso devido a “força
gravitacional”16 dos precedentes oriundos de órgãos superiores.”.

4.2. JURISPRUDÊNCIA

Se os precedentes nos norteiam a respeito de casos específicos, temos a


jurisprudência como uma espécie de concretização dos precedentes, que terminam por
pacificar as decisões repetitivas que podem ocorrer no âmbito judicial.

Nas palavras do Prof. Miguel Reale, a jurisprudência “é a forma de revelação do


Direito que se processa através do exercício da jurisdição, em virtude de uma sucessão
harmônica de decisões dos tribunais”.

Sendo assim, a jurisprudência, deve ser enxergada de uma maneira técnica e como
mínimo de discernimento, pois, ela não trata apenas de decisões esparsas sobre assuntos afins,
mas, como ainda nos ensina Prof. Reale “que guardem entre si uma linha essencial de
continuidade e coerência.”.

A jurisprudência, então, pode ser interpretada como um conjunto de decisões que


acabam com a margem de interpretação de determinadas decisões, fazendo com que diversas
demandas judiciais, tenham seus objetivos frustrados ou embasados, pelo entendimento do
Tribunal, diminuindo assim demandas desnecessárias, e agilizando processos em que os
direitos pleiteados são devidos, de modo que uma determinada ação não se arraste por anos
sem que se finde, vindo assim, a atingir o objetivo de celeridade do CPC/15.

Com isso, é inevitável, percebermos que estamos abrindo a janela para a common
law, mesmo que por etapas, e ainda assim, tentando amadurecer nos velhos hábitos do
“jeitinho brasileiro”, para se conseguir atingir o objetivo. Pois, o Advogado, ao ser
questionado por seu cliente sobre o possível direito que ele subentende que tem, ele pode

A expressão é utilizada por Ronald Dworkin. Levando os direitos a sério. São Paulo; Martins Fontes, 2002,
16

Cap. 4.
23

orientar sobre a desistência dessa pretensão caso o entendimento dos Tribunais


(Jurisprudência), demonstre isso, ou a possiblidade de sucesso, sendo o caso.

Com a uniformização da Jurisprudência teremos como resultado a tão almejada


Segurança Jurídica, que acaba por transmitir a sociedade confiança em relação aos seus
direitos, e possibilitando uma diminuição de busca, desnecessária, pelo judiciário. Pois, dará
não apenas ao patrono fundamentos para a ação impetrada, como também servirá de
fundamentação ao Magistrado quando este for proferir a decisão, que se baseará não apenas
na Jurisprudência, mas, também, em cima dos fatos, das normas e dos valores.

De um modo mais simplista, podemos dizer que a jurisprudência, é o conjunto de


decisões reiteradas acerca de um determinado assunto17 com o intuito de trazer segurança
jurídica e respaldo acerca deste assunto.

4.3. SÚMULA

Se a jurisprudência, é o conjunto de precedentes, que acabam por nortear novas


discussões a respeito de determinado assunto em nossos Tribunais, temos a Súmula, que
acaba por homologar o entendimento por determinado assunto, acabando assim, com
interpretações que busquem distorcer o que de certa forma já foi pacificado judicialmente.

O Prof. Pedro Lenza, diz: “Trata-se de pronunciamento profundo pelos Tribunais do


nosso País, baseados em decisões reiteradas, que delimitam o entendimento e interpretação
das leis sobre determinada matéria dada pelos nossos magistrados18”.

Deste modo, temos a Sumula como a materialização dos precedentes e da


jurisprudência trazendo a uniformização das decisões em nossos Pátrios Tribunais, servindo
como uma espécie de determinação de como devem ser tratados determinados assuntos,
trazendo segurança jurídica, e materializando direitos que não estão explícitos em nossa
legislação.

O Art. 926, §1º, do CPC/1519, vem nos trazendo exatamente a ideia dessa

17
Obs.: A jurisprudência, tem significados bem mais profundos e que poderiam ser mais explorados, sendo até
tema de um extenso trabalho, como não é o foco deste trabalho.
18
Livro “Direito Constitucional Esquematizado”.
19 Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente.
24

materialização da jurisprudência, e a necessidade de materializarmos essas decisões, buscando


uma estabilização dos julgados para que deste modo seja formalizada a maneira de como
determinado assunto será tratado nos Tribunais.

Com este respaldo do CPC/15, as decisões, podem e devem usar as Súmulas como
fundamentação das decisões do magistrado, não sendo apenas esta a fundamentação, mas,
servindo de fato como uma “pedra em cima de determinado assunto” quando comprovado que
há de fato e de direito, um pedido de assunto controverso ao que esta sumulado.

Ou seja, a Sumula, vem por fortalecer o objetivo de celeridade processual, evitando


excesso de ações infundadas que abarrotam o Judiciário, como ainda, evita, ou busca evitar,
os recursos meramente protelatórios20, que arrastam o transito em julgado das ações.

É importante termos o entendimento das diferenças destes três conceitos de fontes do


Direito, para que possamos seguir adiante nesta análise, e conseguirmos perceber que com
isso, além de termos mais opções para fundamentar as decisões e pedidos e de como o
CPC/15, veio ampliando este leque e nos possibilitando a adequar as leis de acordo com os
costumes vem se alterando a uma velocidade da qual a nossa legislação não consegue
acompanhar.

§ 1º Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os tribunais editarão


enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante.

20
Recursos sem embasamento jurídico, ou com distorção deste embasamento, com o intuito de se postergar o
final do processo, para que com isso, a parte contraria possa desistir da ação ou o condenado tenha mais tempo
para cumprir o seu dever, se apoiando na morosidade do Judiciário, que pode ocorrer devido ao número de
demandas.
25

4. A APLICABILIDADE DOS PRECEDENTES E JURISPRUDÊNCIA


NO DIREITO BRASILEIRO.

Tendo o entendimento dos sistemas judiciais e que vigora em nosso país, e ainda, o que são
precedentes, vamos agora falar da sua aplicabilidade dentro do Direito Brasileiro, que se tornou de
fato eficaz com o advento do CPC/15, que trouxe em seus artigos 926 e 927 a relevância dos
precedentes e da jurisprudência para as discussões jurídicas.

No art. 926, podemos observar que mesmo trazendo essa valoração ainda se encontra a
necessidade da materialização das normas, ele ressalta a importância das Súmulas, da uniformização
da Jurisprudência nacional, para que a partir deste ponto se tornem relevantes de fato os precedentes,
como podemos observar:

Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la


estável, íntegra e coerente.
§ 1º Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento
interno, os tribunais editarão enunciados de súmula correspondentes a sua
jurisprudência dominante.
§ 2º Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às
circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação.

Em que se pese a necessidade de materializar os precedentes, através da uniformização das


jurisprudências é uma ideia defendida pelo Supremo Tribunal Federal, que traz as raízes da civil law,
para que se sustente a segurança jurídica, conforme podemos observar nas palavras do Exmo. Ministro
Gomes de Barros:
26

“O STJ foi concebido para um escopo especial; orientar a aplicação da lei


federal e unificar lhe a interpretação, em todo o Brasil. Se assim ocorre, é
necessário que a sua jurisprudência seja observada, para se manter firme e
coerente. Assim sempre ocorreu em relação ao STF, de que o STJ é sucessor,
nesse mister. Em verdade, o Poder Judiciário mantem sagrado compromisso
com a justiça e a segurança. Se deixarmos que nossa jurisprudência varie ao
sabor das convicções pessoais, estaremos prestando um desserviço as nossas
instituições. Se nós - os integrantes da Corte – não observarmos as decisões
que ajudamos a formar, estaremos dando sinal para que os demais órgãos
judiciários façam o mesm. Estou certo de que, em acontecendo isso, perde o
sentido a existência de nossa Corte. Melhor será extingui-lá”21
.

Deste modo, se reafirma que para que os precedentes ganhem força, precisamos que eles
sejam materializados, sejam por leis o súmulas, mas, sem criar uma barreira intransponível, pois, o
Art. 927, estabelece uma espécie de “ordem hierárquica” dos precedentes, que devem ser observados
pelos juízes e pelos Tribunais.

Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:


I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de
constitucionalidade;
II - os enunciados de súmula vinculante;
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução
de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e
especial repetitivos;
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria
constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria
infraconstitucional;
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem
vinculados.
§ 1º Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art. 489, §
1º, quando decidirem com fundamento neste artigo.
§ 2º A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula ou em
julgamento de casos repetitivos poderá ser precedida de audiências públicas
e da participação de pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir
para a rediscussão da tese.

21
(RST) 157/17: REsp 228.432-ED-AgRg; Min. Gomes de Barros, perante a corte especial do STJ, na sessão de
1.2.02).
27

§ 3º Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo


Tribunal Federal e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de
julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da
alteração no interesse social e no da segurança jurídica.
§ 4º A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada ou
de tese adotada em julgamento de casos repetitivos observará a necessidade
de fundamentação adequada e específica, considerando os princípios da
segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia.
§ 5º Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os por
questão jurídica decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede
mundial de computadores.

Diante disso temos a abertura, para que não apenas os precedentes sumulados, tenham que
ser observados, mas, também aqueles que mesmo sem a previsão legal sejam aceitos.

Isso nos mostra que os precedentes não se manifestam “e nem mesmo são aplicados de uma
única forma”22 que podem variar de acordo com o entendimento e a forma pela qual se criou o
precedente.

De fato, o caminho percorrido para que os precedentes tivessem espaço e chegassem ao


degrau que hoje ocupam foi longo, foi necessário o aperfeiçoamento como é citado por Rafael Iorio e
Fernanda Duarte:

“Na verdade, os casos que são citados como precedentes não são
necessariamente similares, como também não é possível distinguir nos votos
aquilo que seria, na linguagem processual, holding e obter dicta,
diferentemente do que ocorre no modelo norte-americano de tradição
Common Law, onde a lógica do stare decisis está inserida em uma cultura
jurídica do precedente com caráter estruturante.”.23

O que nos demonstra que os precedentes ganharam um certo respaldo legislativo, de leis que
foram criadas24 que já tinham a intenção de valorizar os precedentes e a jurisprudência, referentes às
demandas repetitivas antes mesmo do CPC/15.

22
Larissa Clare Pochmann da Silva: Doutoranda e mestre em Direito pela UNESA, Graduada em Direito pela
UERJ, Membro do Instituto Brasileiro de Direito Processual professora de Direito Processual da UCAM.
23
A lógica dos precedentes judiciais das sumulas vinculantes do STJ. IX Encontro ABCP. Brasília, 2014, p. 3-4)
24
Em 1998, a Lei 9.756, que alterava o CPC vigente, atentando à jurisprudência para julgamentos de demandas
repetitivas.
Em 2006, a Lei 11.276, que alterava o art. 518 do CPC/73, fazendo com que recursos sobre matéria pacificada
por sumulas vinculantes fossem negados.
28

Como resultado dessa evolução que foi ganhando cada vez mais forma, até que finalmente foi
positivado no CPC/15, o direito jurisprudencial, oriundo de toda essa evolução do pensamento
jurídico.

Como já foi explica, o nosso Sistema de civil law, teve um grande avanço, com o advento do
CPC/15, exigindo uma necessidade de adaptação dos operadores do Direito, para que buscassem não
apenas os direitos explícitos na lei, ou sumulas vinculantes, mas, dentro de precedentes ainda não
sumulados, mas, que da mesma forma, exigem do Advogado e do Magistrado uma argumentação
racional objetiva e fundamentada. Conforme as palavras de Leonard Schmitz25:

“a previsão de vinculação também não afasta – e nem deverão – a


necessidade de argumentação racional no processo de
interpretação/aplicação do direito. A decisão jurídica baseada em
previsão de eficácia vinculante precisa de muito mais do que uma
mera identificação, exige interpretação e compreensão. Não é dado
ao julgador a faculdade de se eximir de interpretar (e, portanto,
compreender).

Diante do exposto, há de se perceber que o Brasil está observando de longe as metodologias


dos países de Common Law, mas que pela necessidade de positivação dos direitos que está enraizada e
fundamentada na CF (Civil Law), que ainda que hoje enxergue os precedentes como relevantes as
luzes do CPC/15, para trazer a celeridade e objetividade das ações e julgados, não é possível se
desapegar das previsões legais, que faz, com que exista a necessidade de que os precedentes e a
jurisprudência sejam relevantes, diferentemente dos países que seguem a Common Law, países esses
que levaram um certo tempo para o amadurecimento para que conseguissem consagrar os precedentes
sem a necessidade de uma regra legal.

5.1. APLICAÇÃO DOS PRECEDENTES NA FUNDAMENTAÇÃO DAS


DECISÕES JUDICIAIS

Conforme o art. 489, §1º, Inciso VI, do CPC/15, não será considerada fundamentada a
decisão judicial que “deixar de seguir enunciado de sumula, jurisprudência ou precedente invocado
pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do
entendimento”.

25
SCHIMITZ, Leonard Ziesemer. Compreendendo os “precedentes” no Brasil: fundamentação de decisões com
base em outras decisões. Revista de processo. São Paulo: RT, v. 226, dez, 2013, p.9 (versão eletrônica).
29

Como já foi explanado a falta de fundamentação, não é aceita pelo CPC/15, podendo
acarretar em nulidade por força dos arts. 93, IX, da CF/88, e o Art. 11, do CPC/15, sendo de extrema
relevância, ter o conhecimento do precedente a ser invocado nos autos, pois, tanto o julgador, quanto a
parte que poderá contestar essa invocação poderá demonstrar a existência de distinção dos casos, deste
modo, fazendo com que ele não influencie ou direcione o julgamento da lide.

Sendo assim, a simples citação aos precedente, sem a fundamentação da razão pela qual ele
deve ser considerado como semelhante ao caso apresentado, não garante que o caso será tratado de
maneira igual, pois, mais que uma citação acadêmica, a parte técnica para explicar por que se trata de
situações com o mesmo assunto é necessária. Não devendo ficar, apenas, ao encargo do julgador,
fundamentar a similaridade, mas, também cabe as partes fundamentar a similitude ou divergência dos
casos.

Essa fundamentação se faz necessária, para que de uma maneira escusa, não seja apresentada
a similaridade, ou ainda, uma tentativa de induzir o julgador ao erro, ao se utilizar por exemplo
ementas de julgados, garimpados nos acervos dos TJs, onde existe apenas uma concordância com o
pedido do autor, por exemplo, em meio de milhares de julgados pacificados que versam exatamente o
contrario do que foi requerido pela parte.

Talvez por isso os tribunais, busquem diferenciar um simples precedente, de um precedente


considerado vinculante, conforme podemos observar o julgamento do Agravo em Recurso Especial n.
1.427.771/SP, que não declarou a nulidade de uma decisão, que deixou de analisar e fundamentar os
precedentes suscitados pelas partes, como podemos observar:

"AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


PRODUÇÃO DE PROVAS. CERCEAMENTO DE DEFESA.
INOCORRÊNCIA. LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO.
SUFICIÊNCIA DAS PROVAS. DEVER DE MOTIVAÇÃO. ART. 927 DO
CPC. ACÓRDÃO E SENTENÇA DAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS.
NÃO CONSTAM DO ROL PRECEDENTES VINCULANTES.
INEXISTÊNCIA DO DEVER DE ANÁLISE
PORMENORIZADA. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO.
SÚMULA 211 DO STJ. HONORÁRIOS RECURSAIS. MAJORAÇÃO PELO
TRIBUNAL DE ORIGEM. PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE.
REVISÃO INVIÁVEL. SÚMULA 7 DO STJ. AGRAVO NÃO PROVIDO.

(...)

3. O julgador não é obrigado a discorrer sobre todos os argumentos


levantados pelas partes, mas sim decidir a contento, nos limites da lide que
lhe foi proposta, fundamentando o seu entendimento de acordo com o seu
livre convencimento, baseado nos aspectos pertinentes à hipótese sub
judice e com a legislação que entender aplicável ao caso concreto.
30

4. Com exceção dos precedentes vinculantes previstos no rol do art. 927


do CPC, inexiste obrigação do julgador em analisar e afastar todos os
precedentes, acórdãos e sentenças, suscitados pelas partes.

(...)

(AgInt no AREsp 1427771/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO,


QUARTA TURMA, julgado em 24/6/2019, DJe 27/6/2019, grifos nossos)".

Como se pode perceber, no processo acima referido, a parte recorrente havia invocado em
seu favor uma sentença e um acórdão que, no seu entendimento, se amoldariam aos fatos sob
apreciação do órgão jurisdicional e que, por serem decisões anteriores, deveriam ser considerados
como precedentes para a decisão que deveria ser tomada na hipótese sob julgamento.

Entretanto, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP), simplesmente ignorou as


decisões apresentadas pelo recorrente e invocadas como precedentes, dando uma outra solução para o
processo. Por isso, foi interposto recurso especial para o STJ sob o argumento de que teria sido
violado o inciso VI do § 1º do art. 489 do CPC de 2015, uma vez que o TJSP teria deixado de seguir
precedente "sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do
entendimento".

O Superior Tribunal de Justiça, por sua vez, confirmou o entendimento do TJSP de que não
há dever de análise pormenorizada de precedentes invocados pelas partes se estes não forem
precedentes vinculantes. E mais, apontou a Corte Superior que precedentes vinculantes, para tal
finalidade, são aqueles constantes do rol do art. 927 do CPC de 2015.

Portanto se a parte invocar um simples precedente, de caráter persuasivo, em seu favor e o


julgador, ou órgão julgador entender que ele não deve ser levado em consideração, não existe a
necessidade de fundamentar a decisão, explicando a distinção entre o precedente invocado e o caso
concreto.

De outro modo, se for demonstrado que os precedentes são qualificados conforme o art. 927
do CPC/15 (precedentes vinculantes), o órgão jurisdicional deverá cumprir o comando do inciso VI do
§ 1º do art. 489 do CPC/15 se quiser deixar de seguir aquilo que foi invocado, devendo "demonstrar a
distinção do caso em julgamento ou a superação do entendimento".
31

5. DECISÕES REGIONAIS DIVERGENTES X SEGURANÇA


JURIDICA: A NECESSIDADE DE UNIFORMIZAÇÃO DA
JURISPRUDÊNCIA

Se por um lado temos o avanço os dispositivos dos arts. 926 e 927 do CPC/15, pode ajudar a
trazer a celeridade ao processo, auxiliando as resoluções de litígios e trazendo um avanço na maneira
como se opera o Direito Brasileiro, por outro lado, nosso pais, que quase toma conta de todo um
continente, esbarra na divergência das decisões judiciais, essa divergência pode afetar não apenas este
avanço intelectual do direito brasileiro como pode também prejudicar a Segurança Jurídica.

“Não há Estado Constitucional e não há mesmo Direito no momento em que


casos idênticos recebem diferentes decisões do Poder Judiciário. Insulta o
bom senso que decisões judiciais possam tratar de forma desigual pessoas
que se encontram na mesma situação.”

Os Doutrinadores, Marinoni e Mitidiero, já em 2010, quando se estudava o projeto do Novo


Código de Processo Civil (NCPC), já alertavam sobre a possível divergência jurisprudencial, baseada
já nas diversas demandas que sobrecarregavam o Poder Judiciário, e que ainda hoje sobrecarregam,
com demandas em sua grande maioria de casos semelhantes.

Essas divergências, em algum momento devem ser sanadas, para que não haja a insegurança
jurídica, deste modo mesmo com a valorização da jurisprudência e dos precedentes , ainda exista a
necessidade de termos de alguma forma, que formalizar a jurisprudência dominante, mesmo que seja
através de Sumula Vinculante, a um pais que esta acostumado a ter a Lei como principal fonte do
Direito.

A aproximação dos diferentes sistemas jurídicos (common law x civil law), necessita de uma
adaptação, mas, juntos podem ser ferramentas uteis ao Judiciário, que de algum modo terá que se
estruturar de uma maneira que consiga trazer essa uniformização jurisprudencial.

Destarte, não é novidade a discussão sobre o tema da segurança jurídica, sendo sua garantia
essencial à satisfação dos interesses dos jurisdicionados. Carlos Aurélio Mota de Souza26 elabora
32

interessante distinção entre segurança jurídica e certeza do direito. Segundo o autor, a segurança é
fato, algo concreto, objetivo, como uma rodovia em que um caminhante transita mesmo à noite, mas
sabe que seus elementos, como a sinalização, o concreto do chão, as defensas laterais, lhe dão a
segurança de que, seguindo-a corretamente, chegará a seu destino. Já a certeza seria um valor, algo em
que se pode confiar, sendo subjetiva, como acreditar que, seguindo corretamente a estrada, se
alcançará o destino.

Assim, para o autor, a segurança jurídica vem das leis elaboradas pelo Estado para seus
cidadãos, traduzindo-se, portanto, através das normas e instituições do sistema jurídico. Já a certeza do
direito vem do conhecimento e da compreensão dessas normas, de saber quais direitos e obrigações
lhe estão resguardados e, agindo, quais serão suas consequências.

Seguindo com esse raciocínio, não se discute que há certeza do direito que emana da lei.
Todavia, pode-se falar também em certeza jurisprudencial, ou seja, pode existir certeza do direito com
base nas decisões dos tribunais? Para o autor, apesar de não se falar em jurisprudência como norma no
Direito brasileiro, deve-se ter em conta que algumas decisões dos tribunais superiores têm efeitos que
ultrapassam a esfera privada das partes, atingindo toda a sociedade.

Além disso, a construção jurisprudencial tende a ser mais célere que o direito legislado.
Quanto a isso, poderíamos citar exemplos de leis que foram inspiradas pela jurisprudência ou vieram
apenas para chancelar práticas já admitidas pelos tribunais — veja-se como exemplo recente a exceção
de pré-executividade, entendida como prevista pelo novo Código de Processo Civil em seu artigo 806,
parágrafo único. Esse, porém, é assunto para outro trabalho.

De tal modo, se por um lado as decisões dispares podem trazer a insegurança jurídica, ao
termos a uniformização jurisprudencial, pode nos trazer uma segurança jurídica qualificada, uma vez
que a tendência, segundo as normas do CPC/15, de que as decisões tenham que ser fundamentadas,
teremos conjuntos de julgados igualmente qualificados, coesos, precisos e claros, garantindo o
tratamento igualitário a situações congruentes, alcançando assim o objetivo da segurança jurídica, que
é de trazer a segurança e a previsibilidade das decisões judiciais.

A solução para este impasse, foi toda uma reorganização do Judiciário, a dificuldade gerada
para uma decisão monocrática, por exemplo, nos Tribunais Superiores, como advento do Art. 93227, do

26
Graduação em Direito - Instituição Toledo de Ensino (1963), mestrado em Direito pela Universidade de São
Paulo (1985) e doutorado em Direito pela Universidade de São Paulo (1989).
27
Art. 932. Incumbe ao relator:
33

CPC/15, com o intuito de se evitar mais um recurso a ser impetrado, pois desta forma diminui a
chance de falhas ao julgamento, pois, como em todas as decisões, o CPC/15, exigem que elas sejam
devidamente fundamentadas.

Na concepção doutrinária de Wambier, Almeida e Talamini28, a uniformização de


jurisprudência "é um expediente cujo objeto é evitar a desarmonia de interpretação de teses jurídicas,
uniformizando, assim, a jurisprudência interna dos tribunais".

Para Arruda Alvim, Araken de Assis e Eduardo Arruda Alvim29, “a orientação divergente
decorrente de turmas e câmaras, dentro de um mesmo tribunal – no mesmo momento histórico e a
respeito da aplicação de uma mesma lei – representa grave inconveniente, gerador da incerteza do
direito, que é o inverso do que se objetiva com o comando contido numa lei, nascida para ter um só
entendimento.
O incidente consiste em pronunciamento prévio sobre a interpretação do direito, por órgão
de Tribunal de Segunda Instância, quando se verificar que a seu respeito existem entendimentos
antagônicos.

I – dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem


como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes;
II – apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência
originária do tribunal;
III – não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado
especificamente os fundamentos da decisão recorrida;
IV – negar provimento a recurso que for contrário a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio
tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em
julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção
de competência;
V – depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a
decisão recorrida for contrária a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio
tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em
julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção
de competência;
VI – decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for
instaurado originariamente perante o tribunal;
VII – determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso;
VIII – exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal.

28
(1999, p. 742)
29
(2012, p. 742)
34

Nery Junior e Nery30, ensinam que o incidente de uniformização de jurisprudência "é


destinado a fazer com que seja mantida a unidade da jurisprudência interna de determinado tribunal.
Havendo, na mesma corte, julgamentos conflitantes a respeito de uma mesma tese jurídica, é cabível o
incidente (...)".

O ordenamento jurídico busca tornar razoavelmente previsível os julgamentos de casos


similares, em substâncias análogos, e, assim, impedir que a sorte de um determinado processo, no todo
ou em parte, dependa da álea intrínseca da distribuição para este ou aquele órgão fracionário do
tribunal.31

Anteriormente à vigência do atual Código, o incidente chamava-se de recurso de revista o


instrumento utilizado para a uniformização da jurisprudência nos tribunais, que foi eliminado em prol
do instituto disciplinado nos artigos 476 e ss., CPC.

De tal forma, a uniformização jurisprudencial se torna necessária, seja ela realizada através
da melhor interpretação da lei, esse entendimento prévio do como uma determinada demanda pode
terminar, pode não apenas evitar ações desnecessárias, como também pode ser auxiliar em se resolver
questões de litigio através da conciliação e arbitragem, uma vez, que ao observar a jurisprudência, e
precedentes existentes, existirá uma margem na qual as partes poderão se basear, para que deste modo
evitem discussões por diferença de valores, por exemplo, que não compete a nenhuma das partes.

Mas, até termos um andamento coerente dessas demandas repetitivas, para que com isso
consigam se resolver as ações que estão correndo e desta forma reduzir não apenas o número de
demandas, como, também se reduz o tempo de espera pela resolução da mesma, um exemplo disso são
ações que estão paradas no “gargalo” do judiciário aguardando julgamento para que se possam findar.

Um exemplo dessas demandas, são as ações contra as empresas de energia elétrica do qual o
consumidor requer devolução do ICMS, sobre as tarifas, onde a divergência de julgados, fez com que
a discussão chegasse ao Supremo, no qual aguardam decisão.

Ao se ter o julgamento, e a formalização dessa decisão, haverá uma agilidade, em ações


congruentes, na qual as partes já estarão cientes de que os diretos suscitados estão em conformidade
com a jurisprudência, gerando assim, a tão almejada Segurança Jurídica.

30
(2012, p. 911)
31
(Arruda Alvim, Araken de Assis e Eduardo Arruda Alvim -2012, p. 742)
35

6. INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS


O incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR), que diz, que processos, mesmo
que possuam partes diferentes, mas, que verse sobre o mesmo assunto, devem ser decididos da mesma
forma.

Este instituto instaurado no CPC/15, busca como objetivo fixar uma tese jurídica (precedente)
nos tribunais, pacificando assim qualquer questão repetidamente questionada, seja ela de Direito
Material ou Direito Processual, contribuindo para o fim da morosidade, e alcançando os princípios da
celeridade e da razoável duração do processo, descritos no art. 5º, LXXVIII, da CF/88.

O reconhecimento deste instituto, está demonstrado no art. 976:

Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas


repetitivas quando houver, simultaneamente:
I – efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma
questão unicamente de direito;
II – risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica. (nossos grifos).

Como podemos perceber, é necessário que para ser reconhecido, o IRDR, deve cumular
simultaneamente conforme incisos I e II do referido artigo, que requer, a efetiva repetição de
processos sobre a mesma questão de Direito, e que tragam risco a ofensa da isonomia e a Segurança
jurídica, note-se que ele não especifica a quantidade de ações e nem que se trate das mesmas partes.
36

Sendo reconhecido os requisitos, o pedido deverá ser direcionado ao presidente do Tribunal,


no qual as demandas estão se repetindo e cumprindo os requisitos, esses pedidos podem ser feitos pelo
juiz, ou relator de oficio, ou a pedido das partes, pelo Ministério Público ou pela Defensoria Publica,
por petição, que demonstre claramente o preenchimento dos pressupostos para a instauração do
Incidente, conforme deixa claro o Art. 977;

Art. 977. O pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente de


tribunal:
I – pelo juiz ou relator, por ofício;
II – pelas partes, por petição;
III – pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, por petição.
Parágrafo único. O ofício ou a petição será instruído com os documentos
necessários à demonstração do preenchimento dos pressupostos para a
instauração do incidente.

É importante termos o conhecimento do referido assunto, pois, ele é um dispositivo que irá
criar precedentes, e direcionará todos os julgados, que versem sobre o mesmo assunto, e não apenas
aqueles que vierem a ser protocolados, após a publicação deste precedente, mas, de todos aqueles que
estavam tramitando concomitantemente com a ação que requereu o reconhecimento do IRDR.

Desta forma, o IRDR é considerado por Humberto Theodoro como um remédio processual de
caráter coletivo que não pode, todavia, ser confundido com as ações coletivas, porquanto essas
reúnem através de seu substituto processual várias ações em busca de um único provimento de mérito
que tutele direitos subjetivos individuais homogêneos de todos os interessados substituídos.

Para Alexandre de Freitas Câmara, o processo civil deve se ater ao fato de que
vivemos hoje em uma sociedade onde os interesses são coletivizados e que tem como
característica marcante a despersonalização do indivíduo.

Em suma, este instituto, busca mais do que tudo a isonomia e a segurança jurídica, a
partir de decisões conflitantes proferidas, sendo analisada pelos Tribunais, de maneira
técnica, avaliando todos os requisitos necessários, para que se fixe a mais correta tese
jurídica a ser aplicada nos casos futuros.

Cumpre salientar, que enquanto as decisões estiverem sendo proferidas todas no


mesmo sentido, sem que haja, qualquer tipo de controvérsias entre elas, não existe a
utilidade de instauração o IRDR, pois deste modo, não cumpriria os seus requisitos.

Como podemos perceber, o objetivo do IRDR, é não apenas o de trazer celeridade,


como também de trazer fortalecer a Segurança Jurídica, com a formação de precedente,
37

que irá guiar todos os casos semelhantes a partir daquele momento, uma medida prática e
eficiente, que com o tempo irá auxiliar o excesso de processos, a serem em nossos
tribunais.

7.1. A FORÇA DOS PRECEDENTES NO IRDR

Já tendo o entendimento de como o IRDR, pode ser aplicado e como ele se tornara um
precedente, esse instrumento, juntamente com sumulas e jurisprudência tem a sua
importância, não apenas para a segurança jurídica como para a prevenção da divergência,
objetivando assim a uniformização da jurisprudência.

O precedente gerado no julgamento desse incidente deve ser aplicado em todos os


casos suspensos em virtude da sua instauração32, e aqueles que forem apresentados
posteriormente, e que tratarem da mesma questão de Direito sob a jurisdição do tribunal
julgador.

Cumpre salientar que o precedente oriundo da IRDR, deve ser observado atentamente
pelos julgadores sob jurisdição do tribunal que o prolatou, o que está expressamente explicito
no Art. 927, III, do CPC/15, devendo a tese e a decisão proferida ser adotada por eles.

O julgamento extraído do incidente de resolução de demandas repetitivas resulta em


um precedente condutor obrigatório do qual seu efeito poderá gerar as seguintes
consequências:

 Concessão de tutelas de evidencias, em casos que comprovadamente versem sobre


a mesma matéria já decidida no IRDR (Art. 311,II, do CPC/15);
 Improcedência de liminar em casos que comprovadamente versem sobre a mesma
matéria já decidida no IRDR (Art. 332, III, do CPC/15);
 Afastamento de sujeição ao duplo grau de jurisdição obrigatório em casos que
comprovadamente versem sobre a mesma matéria já decidida no IRDR (Art.
496,§4º, III, do CPC/15);
 Dispensa de caução, em execução provisória, em casos que comprovadamente
versem sobre a mesma matéria já decidida no IRDR (Art. 521,IV, do CPC/15);

32Art. 982, CPC/15: admitido o incidente, o relator: I- suspenderá os processos pendentes, individuais ou
coletivos, que tramitam no Estado ou na região, conforme o caso;
38

 Ao relator, autoriza negar ou dar o provimento ao recurso, em casos que


comprovadamente versem sobre a mesma matéria já decidida no IRDR (Art.
932,IV, c e V, c, do CPC/15);

Deste modo, é correto afirmar que os precedentes decorrentes da IRDR, permite, ainda
que nas instancias ordinárias, sejam formadores de uma jurisprudência uniforme, que deve ser
obrigatoriamente aplica em casos similares, independente se estes se encontrarem em
primeiro ou segundo graus de jurisdição.

O IRDR, não apenas, fixará a obrigação da aplicação do precedente por ele gerado, em
âmbito regional, no caso de ter sido julgado por algum Tribunal de Justiça, como nos casos
que os precedentes forem prolatados pelo Supremo Tribunal, ou Tribunais Federais, se
estenderá o seu alcance por todo o território nacional.

Esse método, que foi trazido pelo CPC/15, vem claramente mostrando os objetivos do
CPC/15, que busca trazer uma maior celeridade aos processos, trazendo uma decidibilidade
das questões jurídicas relacionadas às causas repetitivas, e atendo com segurança jurídica,
dando o devido valor a demandas que já foram discutidas e que se repetem no dia a dia
jurídico.

7. CONCLUSÃO

Com o advento do Código de Processo Civil de 2015, temos o inicio de um sistema que
busca uma eficácia melhor na formação de um sistema de precedentes. A aproximação de uma
maneira discreta, mas, que visa melhorias em nosso judiciário, com a Common law, sem que seja
necessária uma reforma invasiva para se deixar de lado o sistema de Civil law, implantado no Brasil.

Mais do que a busca, por se alterar o sistema jurídico, a implantação do CPC/15, buscou
adaptar o funcionamento da pratica jurídica em nosso pais, de modo que trouxesse celeridade,
adaptabilidade e segurança jurídica para o Judiciário.

Com os cuidados, de se evitar uma insegurança em nossos tribunais, e ainda com a


necessidade de se positivar as normas legislativas, faz com que as decisões, e os pedidos, não sejam
meramente aleatórios, mas, devam ser fundamentados as suas semelhanças e diferenças, para que a
força dadas as precedentes, a jurisprudência, sejam tão consistentes como aquela que já era dada as
39

sumulas, sem a necessidade de se postergar as decisões de demandas congruentes, até a formalização


de uma sumula.

Assim, a força dada aos precedentes, sustentada pela necessária ação de fundamentação vem
com a intenção dos legisladores de fortalecer a segurança jurídica, sem a necessidade de burocratizar
as decisões judiciais, trazendo mais dinamismo e celeridade, que são os sonhos de qualquer operador
do direito. Evitando-se assim a discussão prolongada de assuntos já discutidos ou ainda, de questões
que nem devem ser discutidas judicialmente.

Mas, ao mesmo tempo, esse flerte com a Common law, nos traga uma adaptabilidade as leis
e normas, sem que seja necessário reformular as leis, através de longos processos legislativos, pois, o
CPC/15, ainda permite que fontes como os costumes sejam acolhidas, e dessa forma, fazendo com que
algumas decisões podem se tornar de uma certa forma uma legislação e que pode ser alterada
conforme a evolução da sociedade.33

É claro que ainda sofremos efeitos da rigidez do CPC/73 e mesmo após 4 anos de sua
vigência (CPC/15), ainda estamos com o judiciário abarrotado de processos, muitos deles com
discussões sobre o mesmo assunto e que mais dias ou menos dias serão resolvidos. Talvez, um dos
grandes parceiros para esta celeridade seja a informatização do judiciário, que poderá, desde que haja
interesse, fazer com que determinados assuntos sejam discutidos de maneira mais ágil, fazendo com
que enfim nossa Justiça funcione de maneira Justa e Perfeita.

8. REFERÊNCIAS

- Theodoro Júnior, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito processual
civil, processo de conhecimento e procedimento comum – vol. I / Humberto Theodoro Júnior. 56. ed.
rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2015. Bibliografia ISBN 978-85-309-6068-1

- BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado
Federal: Centro Gráfico, 1988

- Código de Processo Civil Lei no 13.105, de 16 de março de 2015, Processo civil, legislação, Brasil;
http://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/507525

Podemos aqui destacar por exemplo a união homoafetiva que não encontra respaldo em texto da lei, mas,
33

que com o reconhecimento do STF, passou a ser realizada em nosso Pais.


40

- Código de Processo Civil / 1973, Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Processo Civil, legislação,
Brasil; https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-5869-11-janeiro-1973-357991-
publicacaooriginal-1-pl.html

- Nunes, Dierle; A nova aplicação da jurisprudência e precedentes no CPC/15 / Dierle Nunes, Aloisio
Mendes, Fernando Jayme. – 1. Ed. – São Paulo; Ed; Revista dos Tribunais, 2017. Bibliografia ISBN
978-85-203-7282-1.

- REALE, Miguel. Estudos de Filosofia e Ciência do Direito. São Paulo: Saraiva, 1978

- LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado, 10ª Edição; São Paulo; Ed. Método, 2006.

- Gonçalves, Marcus Vinicius Rios Direito processual civil esquematizado® / Marcus Vinicius Rios
Gonçalves. – 8. ed. – São Paulo: Saraiva, 2017. (Coleção esquematizado® / coordenador Pedro
Lenza);

- Gonçalves, Carlos Roberto Direito civil brasileiro, volume 1: parte geral / Carlos Roberto Gonçalves.
– 11. ed. – São Paulo: Saraiva, 2013. Bibliografia. 1. Direito civil 2. Direito civil - Brasil I. Título.
CDU-347(81);

- DAVID, René. Os grandes sistemas do direito contemporâneo. Tradução por Hermínio A. Carvalho.
São Paulo: Martins Fontes, 2002.

- RAMIRES, Maurício. Crítica à aplicação de precedentes no direito brasileiro. Porto Alegre: Livraria
do Advogado, 2010.

- WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. A uniformidade e a estabilidade da jurisprudência e o estado de


direito - Civil law e common law. Revista Jurídica, Porto Alegre, v. 57, n. 384;

- GROSSI, Paolo. Primeira lição sobre o direito. Tradução por Ricardo Marcelo Fonseca. Rio de
Janeiro: Forense, 2006;

- MARINONI, Luiz Guilherme; MITIDIERO, Daniel. O Projeto do CPC. Críticas e propostas. São
Paulo: RT, 2010, p. 17-18.

- SOUZA, C. A. M. de. Segurança Jurídica e Previsibilidade. São Paulo: Editora LTR, 1996

- ALVIM, ARRUDA, 1936 – Comentários ao Código de processo civil / Arruda Alvim, Araken de
Assis, Eduardo Arruda Alvim. – 1. Ed. – Rio de Janeiro: GZ Ed., 2012.

- NERY JUNIOR, N; WAMBIER, T A A. Teoria geral dos recursos. 6. Ed. Rev. E ampl. São Paulo,
Revista dos Tribunais, 2000.
41

- ALVIM, E P A; WAMBIER, T A A; NERY JÚNIOR, N (Orgs.). Aspectos polêmicos e atuais dos


recursos. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.

- JUNIOR, Humberto Theodoro. Curso de Direito Processual Civil – Execução forçada, processo nos
tribunais, recursos e direito intertemporal - Vol. III. 49ª ed. Ver., atual. e ampliada – Rio de Janeiro:
Forense, 2016. p. 913-914.

- CÂMARA, Alexandre Freitas. O Novo Processo Civil Brasileiro – São Paulo: Atlas, 2015.

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