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Modalidadese Causas de morte

Tanatognose e Cronotanatognose
Fenômenos Cadavéricos
 A Tanatalogia médico-legal ou forense é
o ramo da medicina legal que estuda o
morto e a morte, assim como os fenômenos
dela decorrentes.

 A morte, na sua acepção mais simples,


consiste na cessação total e irreversível das
funções vitais.
A morte atualmente é definida por
critérios estabelecidos pelo Conselho Federal
de Medicina (Resolução 1480/97) que a
considera como sendo a parada total e
irreversível das atividades encefálicas. É o
que se denomina morte encefálica.
 Os sinais de morte são bem conhecidos pelos médicos que
realizam necropsias, mas nem todos têm igual valor no
diagnóstico da realidade da morte. Isoladamente, nenhum deles
é decisivo. É necessário reunir vários sinais para integrar a
síndrome da morte.

 Segundo França, “os meios anteriormente disponíveis pela


Medicina Legal para precisar a morte, quando no interesse dos
transplantes, eram precários. Daí surgiu um novo conceito: a
morte encefálica”.

 O moderno conceito de “morte clínica ou “morte encefálica” se


caracteriza pelo que preconiza a Resolução CFM nº 1.480/97, a
qual considera “que a parada total e irreversível das funções
encefálicas equivale à morte, conforme critérios já bem
estabelecidos pela comunidade científica mundial”.
 Inicialmente, faz-se necessária breve discussão
técnica acerca da morte e seus sinais.
 Tanatognose é a parte da Tanatologia que estuda
o diagnóstico da realidade da morte ─
diagnóstico que o médico estabelece com
segurança observando os sinais de morte.
 O prof. Hélio Gomes (Medicina Legal, 25ª ed., Rio
de Janeiro. Ed. Freitas Bastos, 1987, Cap. 59, p.
604-6) diz:
 “A morte pode ser anatômica, histológica,
aparente, relativa, intermediária e real”.
 QUANTO À EXTENÇÃO : morte anatômica e
morte histológica;

 QUANTO AO PROCESSAMENTO: súbita ou


agônica;

 QUANTO À REVERSIBILIDADE: morte


aparente, morte relativa e morte real (ou
absoluta);

 morte intermédia

 morte clínica
 Anatômica – é a chamada simplesmente de
morte. Ocorre com a parada das grandes
funções vitais; é a morte do organismo, dos
aparelhos.
Histológica – embora decorrência forçada da anterior, é paulatina.

Na morte anatômica o indivíduo, como um todo, morre num instante.


Exalando o último suspiro, está morto.

Na morte histológica os tecidos e as células morrem mais devagar. Depois


do organismo morto o estômago ainda digere por alguns instantes, os
espermatozoides sobrevivem horas à morte individual, os cílios vibráteis
podem contrair-se, os pelos ainda crescem... Unhas também.

decorre da parada das funções circulatória e respiratória, caracterizando-se


pela cessação definitiva, porém gradual e sucessiva, das atividades vitais
dos diversos tecidos orgânicos

 histologia
 substantivo feminino
 bio med disciplina biomédica que realiza estudos da estrutura
microscópica, composição e função dos tecidos vivos.
 Aparente – é aquela em que o indivíduo
parece morto, tem a aparência da morte, mas
está vivo. As contrações cardíacas, embora
muito fracas e quase imperceptíveis,
persistem. A volta à vida é possível,
espontaneamente ou mercê de eficientes
socorros médicos.
 Relativa – verifica-se a parada completa e
prolongada do coração, o indivíduo está
morto. Todavia, a massagem direta do
coração pode fazê-lo voltar à vida;
 Intermediária – admitida apenas por alguns
autores, é a que precede a morte absoluta e
sucede à relativa. É o estágio inicial da morte
definitiva. Nele, a volta à vida é impossível;

 Refere relatos de pessoa que se viram mortas


(fora do corpo, presas por um fio de prata ao
cordão umbilical e relatam esta experiência).
É a morte absoluta.

Cessam, em definitivo,
TODAS as funções vitais.

Demanda tempo para sua constatação.

Real – é a morte verdadeira, completa, absoluta,


ou para sermos incisivos: é a morte.”
MORTE ENCEFÁLICA

Órgãos encefálicos:
Cérebro + Tronco cerebral

Lei no 9.434/97
(Lei dos Transplantes)
 MORTE SÚBITA  MORTE AGÔNICA

repentina implica sofrimento

inesperada é a morte lenta


 MÉDICAS OU CLÍNICAS: relacionadas ao
estado mórbido letal;

 JURÍDICAS: naturais ou violentas.


IMEDIATOS CONSECUTIVOS
 Parada circulatória
 rigidez cadavérica
 Parada respiratória
 Perda da consciência
(rigor mortis)
 Perda da sensibilidade
 hipóstase
(táctil, térmica e (livor mortis)
dolorosa)  esfriamento do
 Abolição do tônus corpo
muscular (midríase (algor mortis)
paralítica, relaxamento  evaporação
de esfíncteres)
tegumentar
Caracteriza-se pelo acúmulo de sangue nas
partes mais declivosas (baixas) do corpo pela ação
da gravidade na massa sanguínea que se encontra
inerte por ausência de circulação, de acordo com a
posição do cadáver.
As hipóstases surgem em torno de 02 a 03
horas após a morte. Passadas 08 a 12 horas,
fixam-se para não mais mudar de posição, ainda
que o corpo tenha sua colocação alterada.
A rigidez cadavérica se instala em razão do
aumento do teor de ácido lático nos músculos e
consequente coagulação da Miosina:
começa pela nuca e mandíbula (01 a 02 horas);
atinge os membros superiores (03 a 04 horas);
depois tórax e abdômen (05 a 06 horas);
generaliza-se ao atingir também os membros
inferiores, entre 07 a 08 horas após a morte;
persiste por muitas horas, por vezes, mais de 24h.
 a temperatura cai numa velocidade
aproximada de 0,5oC/h, nas três primeiras
horas;
 a partir da quarta hora, cai ±1oC/h;
 temperatura axilar no vivo: ± 36,5oC;
 temperatura retal no vivo: ± 37,2oC.
DESTRUTIVOS CONSERVADORES

 autólise  mumificação
 putrefação  corificação
 maceração  saponificação
 petrificação
 autólise

 putrefação

 maceração
quebra da membrana celular por
enzimas produzidas pela própria
célula (lisossomos)
Com a morte e cessada a circulação, as
células deixam de receber os nutrientes necessários
à manutenção dos fenômenos biológicos. O meio
vivo, que era neutro, passa a ser ácido, tornando
impossível a realização dos fenômenos vitais.
Com a alteração do pH e pela ação da
pressão osmótica, as membranas celulares se
rompem desintegrando os tecidos.
amolecimento ou dissolução dos
tecidos por embebição aquosa
quando o cadáver permanece
em meio líquido
A maceração é um fenômeno
transformativo destrutivo, do qual os ossos
se soltam dos tecidos, o abdome se achata e
o tegumento se desprende sob a forma de
largos retalhos.
ação de bactérias nos tecidos
moles do cadáver
A putrefação inicia-se logo após a autólise pela ação
de germes. Inicia-se geralmente a nível do intestino grosso
dando origem à chamada mancha verde abdominal e
espalha-se pelo organismo.

Embora exista uma variação muito grande na mancha


de putrefação, variando com o local em que o cadáver está
colocado ou mesmo em decorrência da causa mortis , a
putrefação obedece 04 fases:

Fase Início Duração


Da colaração de 20 a 24h até 07 dias
Gasosa de 02 a 07 dias de 07 a 30 dias
Coliquativa de 09 a 30 dias de 01 mês a 03 anos
Esqueletização fase final
 de coloração ou cromática - a pele adquire um tom
esverdeado que geralmente começa pelo abdômen
(mancha verde abdominal);
 gasosa (grande aumento de volume do cadáver por
ação dos gases da putrefação);
 coliquativa - transformação das partes moles em
putrilagem;
 de esqueletização - restam o esqueleto e dentes.
 Mumificação;
 Corificação;
 Saponificação;
 Petrificação ou calcificação.
resulta da desidratação intensa
e rápida dos tecidos moles
quando o cadáver permanece
em meio quente, seco e aerado
A mumificação é um processo
conservativo que pode ser natural ou artificial.
A mumificação artificial os corpos são
submetidos a processos especiais destinados à
conservação do corpo, como por exemplo, as
múmias dos faraós egípcios.
O processo natural ocorre quando as
condições climáticas favorecem como rápida
desidratação do corpo, impedindo a ação das
bactérias que levam a putrefação.
os ácidos graxos dos tecidos
transformam-se em sabão
quando o cadáver permanece
em meio úmido e sem
ventilação
A saponificação é um fenômeno
transformativo conservador, em que o cadáver
adquire consistência untuosa e mole como sabão
ou cera. Normalmente, a saponificação atinge
apenas partes do cadáver podendo, entretanto,
atingir todo o corpo.
A saponificação é um fenômeno que se
inicia já quando o corpo se encontra em
adiantado estado de putrefação e é facilitado por
solos argilosos onde não há muita aeração.
resulta de desidratação intensa
dos tecidos moles por absorção de
zinco - semelhança com couro
endurecimento dos tecidos por
absorção de cálcios (os
litopédios).
 Formolização;
 Embalsamamento;
 Mumificação;
 Congelação;
 Criogênese.
Para
descontrair...

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