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UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO

FACULDADE DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE MINAS

CADEIRA: TECA
Elaborado por: Jaime Dias
1. A indústria Mineira como as demais indústrias, têm como objectivo económico básico, maximizar a
sua riqueza futura.

2. A indústria mineira é caracterizada por visar o aproveitamento económico de um bem de capital


exaurível e não renovável, o que a diferencia das demais indústrias. Assim a maximização da riqueza
futura deve realizar-se num período definido, ou seja, durante a existência do bem mineral que lhe deu
origem.

3. Em termos económico o objectivo da indústria mineira é a maximização do valor actual líquido dos
benefícios monetários futuros, durante toda a vida da mina.

4. Ao implantar uma mina deve-se ter conhecimento geológico da jazida (só se conhece e adquire o
perfeito conhecimento da jazida quando ela é consumida) e beneficiamento minério.

5. A pesquisa geológica nos fornece a correcta interpretação da estrutura da jazida, sua reserva, seus
teores e a distribuição espacial dos mesmos, características geomecânicas do minério e encaixantes,
composição mineralógica.

6. A reserva lavrável e processo de beneficiamento são intimamente ligados, porque o


estabelecimento de um sem a devida consideração do outro podem levar a resultados tecnicamente
possíveis mas nunca a aqueles mais desejáveis, sob o ponto de vista económico.

7. Para existir uma mina ou mineração é necessário que exista uma jazida e que o seu minério seja
concentrável, técnica e economicamente.

8. Existem duas alternativas de aproveitamento do bem mineral ambas são tecnicamente possíveis
mas carecem de fundamento económico já que não conduzem a maximização actual dos benefícios
futuros.

9. A primeira alternativa diz respeito a lavra da totalidade do depósito mineral, com aproveitamento
total de toda a substância útil contida, sem atentar para o aspecto económico desta operação. Esta
alternativa somente se justifica quando calcada em razões de ordem estratégica ditadas pela política
mineral do país ou pela necessidade de manutenção da segurança nacional.

10. A segunda alternativa se refere a lavra das partes mais ricas da jazida, caracterizado em lavra
ambiciosa e, evidentemente, a um custo operacional baixo. Esta alternativa embora conduza a resultados
económicos positivos. Não os maximiza, pois a lavra do remanescente poderá ficar comprometida pela
destruição das características médias do jazigo pela retirada da sua porção mais rica. Certamente a lavra
do remanescente certamente não poderá se realizar com resultados económicos satisfatórios.

11. O projecto de mineração deve objectivar a busca da solução ideal, compreendida entre as duas
alternativas extremas e que conduza ao atendimento do objectivo económico.

12. A pesquisa geológica deve possibilitar o conhecimento da reserva Geológica, expressa segundo as
massas e teores das substancias úteis pesquisadas, a sua génese, as suas composições mineralógicas, as
estruturas mineralizadas ou não, a acção da tectónica e intemperismo, as formas e natureza dos contactos
entre estruturas mineralizadas e estéreis, enfim todas as informações que permitam quantificar, qualificar
e correlacionar o bem mineral pesquisado na sua totalidade.
13. Reserva geológica

14. Reserva lavrável é aquela que é tecnicamente lavrável em somente uma parcela da Reserva
Geológica e técnica, económica e seguramente lavrada.

15. Na exploração geológica é necessário definir o alvo, coleccionar todas as informações existentes
sobre a região, na forma de mapas, relatórios, registos de antigas operações mineiras etc. E usando
modelos geológicos para o controle das mineralizações.

16. Os depósitos minerais como os minerais de minério e os tipos de rocha, possuem propriedades
químicas visíveis particulares, como também uma grande variedade de propriedade físicas.

17. As principais propriedades físicas incluem: módulo de elástico; densidade; condutividade térmica;
resistência eléctrica; susceptibilidade magnética e radioactividade.

18. Os factores condicionantes do aproveitamento são escala de produção e investimento inicial.

19. A Escala de Produção deve ser estabelecida através da pesquisa de mercado, quando será definida –
em função de produções e consumo verificados para o bem que se deseja produzir e projecções de
produção e consumo do mesmo bem – a quantidade que a área de influência económica da jazida é capaz
de consumir.

20. O Investimento inicial é função da escala de produção e com ela se relaciona através da seguinte
fórmula, suficientemente aproximada quando se realizam estudos preliminares de aproveitamento de um
depósito mineral: I0/Ii = (P0/Pi)0.6

I0 = Investimento inicial correspondente a produção P0 Ii = Investimento inicial correspondente a


produção Pi

21. Custo de produção é função da escala de produção variando inversamente e não linearmente com
esta, caracterizando a economia de escala.

22. Valor do produto é função directa do mercado consumidor e oscila conforme as tendências deste. É
um factor altamente decisivo na viabilização do empreendimento mineiro e, ao mesmo tempo, de
previsão de evolução difícil, por dependente de factores muitas vezes imprevisíveis.

23. Ao se fazer análise económica de um empreendimento mineiro, devem ser considerados vários
valores para a venda do produto, com o objectivo de se determinar o valor mínimo que conduza ao
resultado económico desejado.

24. Genericamente, um projecto de mineração se desenvolve segundo 4 fases distintas: projecto (ou
estudo) de viabilidade; ante projecto; projecto básico e projecto detalhado.

25. A fase de Projecto (ou Estudo) de Viabilidade: compreende os primeiros estudos realizados sobre
uma determinada ocorrência, com a finalidade de demonstrar a viabilidade da sua lavra sob os pontos de
vista tecnico-economico. São estudos preliminares baseados em dados igualmente preliminares sobre o
jazimento e sua área de influência, e objectivam unicamente formar um consenso sobre a conveniência de
se desenvolverem estudos mais detalhados sobre o referido jazimento e assim proceder-se a real
determinação de dados que normalmente são assumidos nesta fase. Tem-se em uma primeira
aproximação, os valores de investimentos necessários e o benefício que esta possa gerar, embora com um
erro admissível de 40%. Um estudo de viabilidade pode se realizar antes mesmo de se ter uma pesquisa
geológica realizada e por isso mesmo, não é conclusivo a ponto de permitir a implantação do
empreendimento.
26. A fase de Ante Projecto se realiza em sequência do estudo de viabilidade e, usa, em sua elaboração,
dados mais precisos sobre o jazimento, realmente determinados em campo ou laboratório. Nesta fase, já
se consegue diminuir o erro, cometido no estudo de viabilidade, para 30%. Com base nos resultados do
ante-projecto, já é possível iniciarem-se negociações para o financiamento do empreendimento – se o
mesmo se mostrar viável – bem como são levantadas novas imprecisões, na decorrência natural do
aprofundamento do estudo realizado. Em suma o ante-projecto e uma ferramenta de decisão sobre o que,
como e quando realizar acções para o levantamento de imprecisões que ainda persiste.

27. A fase de Projecto Básico considera o erro cometido em suas conclusões cerca de 20% já se pode
concluir pela viabilidade ou não da implantação do empreendimento. Considera-se que a jazida já é
suficientemente conhecida bem como todos outros factores que condicionam a sua lavra. Pode ocorrer
que o projecto básico ainda revele imprecisões ou carência de dados, cujas naturezas determinam ou não a
necessidade de acurá-los ou supri-los, antes de se passar ao projecto detalhado.

28. A fase de Projecto Detalhado a sua precisão deve ser suficiente para permitir a implantação do
empreendimento, aqui a imprecisão é de 10%. Há uma sobreposição entre o projecto detalhado e a sua
implantação, benéfica sobre todos os aspectos pois admitindo-se a confiabilidade dos números em que a
mesma se calcou permite-se o início da produção e consequentemente retorno de capital em prazo mais
curto.

29. Projecto de mineração é o somatório de vários projectos constituindo aproximações na busca de


garantia de sucesso do empreendimento.

30. Método de cubagem serve para quantificar e qualificar a reserva em estudo, através de tratamento
matemático das grandezas medidas nos trabalhos de pesquisa geológica.

31. O conceito de estimação teve sua origem há centenas de anos, desde que surgiu a necessidade de
conhecer uma reserva mineral, com condição de provar a exequibilidade de sua lavra. Os métodos
utilizados para a determinação de um conteúdo metálico de um determinado jazimento; a precariedade
deste procedimento ocasionava o cometimento de erros grosseiros nestas avaliações e que eram tanto
maiores quanto menor a experiencia do avaliador.

32. Com o advento da Química Analítica, a avaliação passou a ser suportada por técnicas científicas,
deixando de existir os critérios estimativos calcados em valores não mensuráveis. A avaliação tornou-se
então quantitativa e surgiram os processos clássicos de determinação de um bem mineral, ate hoje
largamente aplicados e que se baseia na geometria Euclidiana.

33. O método de cubagem ou os métodos para quantificar o cálculo das reservas podem ser
classificados em três métodos: método das figuras geométricas; método de curvas de isovalores e
método das distâncias pesadas.

34. Método Das Figuras Geométricas: consiste em se estender, pura e simplesmente, os teores obtidos
em um determinado trabalho de pesquisa a uma determinada área de volume de influência. Este método
não contorna o problema do erro de extensão, isto e, o erro que se comete ao se transpor o teor verificado
para um determinado intervalo de sondagem para a totalidade do volume de influência.

35. A cubagem de todo o corpo mineralizado é a resultante do somatório das massas de cada lâmina.

36. Teor médio é o resultado da ponderação do teor médio de cada lâmina com a massa respectiva.

37. Método das curvas de isovalores baseia-se no traçado de curvas representativas dos lugares
geométricos de valores de igual teor. Estas curvas são obtidas, a exemplo do que se faz em topografia,
pela interpolação – e mesmo extrapolação – de valores de teores determinados em furos contíguos. Este
método não contorna o erro de extensa, além de se basear em interpretações pessoais no traçado das
curvas de isovalores.

38. Método das distâncias pesadas o mais comum é o denominado Método do Inverso do Quadrado das
Distancias. Para o seu entendimento, adoptam-se ainda a mesma figura considerada anteriormente no
método das figuras geométricas.

O teor se calcula aplicando-se a seguinte formula:

1 1 1 1 1
𝑡9 + 𝑡12 + 𝑡13 + 𝑡11 + 𝑡7
(𝑑9 )2 (𝑑12 )2 (𝑑13 )2 (𝑑11 )2 (𝑑7 )2
𝑡=
1 1 1 1 1
+ + + +
(𝑑9 )2 (𝑑12 )2 (𝑑13 )2 (𝑑11 )2 (𝑑7 )2

Em que tn são os teores correspondentes aos furos Fn e dn as distancias furos Fn ao furo centrado no
prisma cujo teor se quer calcular.

39. O método das isolinhas apresenta algumas vantagens em relação aos anteriores, por conduzir a erros
menores na estimação, não contorna os problemas do erro de extensão e do erro de estimação que é
aquele que se comete ao estimar o teor de um determinado bloco a partir da informação levantada.

40. O objectivo da avaliação geoestatística com parametrização é o cálculo da sua reserva global –
tonelagem de minério bruto, teores e respectivas curvas de parametrização – através de metodologia
própria da geoestatística suportada pela respectiva teoria.

41. A parametrização de uma jazida é uma extensão pratica da geoestatística mineira que usa
ferramentas matemáticas próprias destinadas a optimizar o aproveitamento da jazida que se esta a
parametrizar. Esse aproveitamento optimo não se refere apenas a definição da unidade de lavra e a
determinação do teor de corte, pois atinge também a caracterização optimal da jazida (através do estudo
de uma curva característica optima da jazida), a escolha e afinação do método de beneficiamento de
minério e da jazida, a identificação dos parâmetros influentes na lavra e no beneficiamento (que depois
terão que ser estacionarizados) e outros embora muitos destes aspectos sejam mais próprios de um
detalhamento de um projecto do que de um projecto em fase de estudo básico.

42. A pesquisa tecnológica tem como objectivo a determinação de parâmetros de natureza diversa
daqueles determinados durante a pesquisa geológica e que são essenciais para a formulação de um
projecto de mineração. A pesquisa tecnológica é conduzida com o objectivo de se determinar os tipos de
minério e estéril, definir o processo de concentração com base da tipologia estabelecida, verificar os
parâmetros geotécnicos determinados por ocasião da pesquisa e determinar os outros que não o foram.

43. A pesquisa tecnológica visa enquadrar a realidade geológica, dentro do conceito tecnológico,
fornecendo elementos indispensáveis de decisão sobre o empreendimento, o que não seria possível
somente com a pesquisa geológica.

44. Campo de actuação da pesquisa tecnológica é o espaço físico onde se processa a mesma, ou a
jazida em estudo.

45. O campo de actuação da pesquisa tecnológica deve ser suficientemente amplo para garantir a
representatividade dos resultados gerados sem pecar por exagero em comprometimento da minimização
do custo da sua execução. Para ser suficientemente ampla a pesquisa deve abranger toda a jazida, em uma
densidade determinada pelos estudos geoestatísticos, se os mesmos tiverem sido efectuados..
46. O objectivo da tipologia é verificar a existência de tipos diferentes de minério na jazida, classificar
esses tipos, medir a sua participação no corpo mineralizado, obter a sua distribuição espacial do mesmo
corpo e obter as respostas dos tipos determinados ao processo de beneficiamento adoptado.

47. Um ângulo de talude deve permitir a continuidade das operações que se realizam em seu nível ou
em níveis inferiores; em outras palavras, um talude deve permanecer estável enquanto perdurarem as
operações de lavra ou seja a sua vida deve ser igual a vida da mina. Geralmente, quando a cava de
mineração atinge grandes profundidades, o talude e bermado, isto é, a sua continuidade é quebrada pela
existência de bermas, com dimensões, e em níveis adequados, posicionadas ao longo do talude.

48. Os métodos de lavra classificam-se em: lavra a céu aberto e subterrâneo.

49. Os métodos de lavra a céu aberto são:

1º Gerais ou convencionais: -Em Flanco e Em Cava.

2º Especiais: -Lavra de pláceres; de petróleo e gases; de sais solúveis ou suspensoides; de enxofre


(processo Frasch); submarina e in situ.

50. Os métodos de lavra subterrânea são:

1º Minerais metálicos ou industriais: -Com abandono de pilares; Com enchimento; Com abatimento
controlado.

2º Combustíveis sólidos: -Com abandono de pilares; Com enchimento; Com abatimento controlado.

51. Sob o ponto de vista económico, a lavra subterrânea é preferível quando a relação estéril minério a
ser removido para minério extraído satisfizesse a relação: KC≤S-A

K: Relação estéril minério; C: custo unitário de remoção e deposição do capeamento; S: custo unitário da
lavra subterrânea e A: custo unitário de lavra de minério a céu aberto (ton ou m3 conforme a relação
desejada).

52. Desenvolvimento são serviços mineiros empreendidos para facultar a lavra de uma jazida. Pressupõe
que o corpo mineral tenha sido convenientemente pesquisado e provado ser jazida, pois não seria razoável
a execução de serviços preparatórios para uma lavra ainda problemática. São também denominados
preparações e traçado, embora este último termo tenha significado algo mais restrito.

53. Vias de acesso são desenvolvimentos básicos que permitem atingir a jazida em um ou vários
horizontes e o escoamento das substâncias uteis desmontadas.

54. Os diferentes tipos de vias de acesso em lavra a céu aberto são: sistema de zig-zag ou serpentina,
sistema de via helicoidal continua, sistema de plano inclinado, sistema de suspensão por cabos aéreos,
sistema de poço vertical, sistema de adito inferior e sistema de funil.

55. Sistema de zig-zag ou serpentina: a estrada de acesso se desenvolve por vários lances, com a
declividade compatível com o género de transporte e com largura que permite pelo menos duas pistas de
rolamento (em geral 8 a 10 metros).

56. Os diversos lances que possuem o sistema de zig-zag/serpentinas são:

a) Curvas de grande raio: permitindo a inscrição de veículos transportadores, quando a topografia local
as possibilite sem cortes excessivamente altos;

b) Curvas de raio pequeno: constituindo as reversões denominadas peras;


c) Praças ou plataformas horizontais – facultando manobras de veiculo

d) Plataformas de reversão de marcha, com emprego de chaves de manobra – utilizado em cada


banco, com trens e evitando curvas de largo raio, com grande movimento de terra.

57. Sistema de via helicoidal continua – apresentando lances planos e outros em declividade; só
possíveis em jazida de grande área horizontal.

58. Sistemas de plano inclinado a céu aberto – com fortes declividades e transportes por skips ou por
correias transportadoras.

59. Sistemas de suspensão por cabos aéreos – actualmente de limitada utilização; os cabos de suspensão
se estendem sobre a cava, de pequena aérea, suspensos por uma ou varias torres especiais.

60. Sistema de poço vertical – comportando a execução de um ou mais poços, próximos da cava, os
bancos ligam-se ao poço por travessas

61. Sistema de adito inferior – um adito é feito no fundo da cava, se a topografia o permite; o minério é
transportado nos vários bancos e transferido para chutes do adito, através de caídas de minério;

62. Sistema de funil – a lavra se procede por sucessivos níveis na cava, sem bancos; o minério
desmontado e escoado por abertura afuniladas, no fundo.

63. A mina a céu aberto é mais vantajosa que a subterrânea em termos de recuperação, controle de
teor, flexibilidade de operações, segurança e controlo ambiental.

64. A open pit design consiste tecnicamente em planear um esquema ou um grupo de alternativas de
esquemas, seguido por uma avaliação e selecção do esquema optimo.

65. A metodologia adotada em um determinado jazimento é aquela que apresenta o menor custo
unitário, considerando-se todos os condicionantes operacionais.

66. As variáveis que influenciam no método de lavra são:

 Teor do minério
 Competência da Rocha
 Recuperação e diluição
 Escala de Produção
 Investimentos

67. Os elementos da mina subterrânea são:

 Ventilação
 Equipagem:
 Ar
 Água
 Energia Elétrica
 Drenagem
 Galerias de Pesquisa

68. Empolamento de um material é o aumento de volume verificado quando removido, do seu estado
natural e e expresso com uma percentagem desse valor.
69. Factor de conversão exprime a percentagem de redução na densidade de um material, de seu estado
natural para o estado empolado.

70. Compatibilidade: exprime a redução de volume que o material sofre sob a acção de um agente
externo qualquer.

71. Humidade: exprime a quantidade de água existe no material em seu estado natural e representada, em
termos percentuais, como resultado da divisão de massa de água pela massa total de sólidos mais agua.

72. Para o desenvolvimento das actividades de planeamento geral da mina é muito importante a
disponibilidade das seguintes informações: As Informações geológicas e mineralógicas requeridas, As
informações estruturais requeridas e As informações econômicas.

73. As Informações geológicas e mineralógicas requeridas incluem:

 As dimensões (comprimento, largura e potencia) das áreas a serem lavradas dentro de uma região
considerada;
 O mergulho e o plunge de cada corpo minerio;
 Algum alargamento ou estreitamento de cada corpo de minerio;
 O tipo de contacto entre o corpo de minerio e as encaixantes;
 Se o mineral minerio estiver ou nao incluso em outro mineral ou esteril;
 A presença de zonas alteradas tanto no minério quanto no estéril;

74. As informações estruturais requeridas incluem:

 A profundidade do minerio;
 A estrutura (tipo de rocha, resistência, planos de fraquezas, zonas de alteração, porosidade,
permeabilidade, tensões regionais, RQD, etc) da rocha hospedeira, (tecto, piso e paredes);
 A estrutura do minério, incluindo todos os factores do item acima mais a tendência de oxidação,
degeneração em finos, recompactacao, etc, e o conteúdo de sílica e fibras;

75. As informações econômicas incluem:

 Os detalhes sobre a propriedade da superfície e eventuais edificações que poderão ser afectadas
por subsidência da superfície;
 A disponibilidade de água e a possibilidade de sua utilização;
 A localização da área da mina em relação a estradas de ferro e de rodagem existentes, energia
eléctrica, rios navegáveis, infra-estrutura residencial e disponibilidade de suprimentos comerciais.

76. Os diversos factores que limitam a escala de um projecto são:

 Condições de Mercado e preços do produto;


 O teor do minério e a reserva correspondente;
 A disponibilidade de uma fonte de energia e o seu custo;
 A disponibilidade de mão-de-obra que necessita ser recrutada treinada e mantida;
 A viabilidade ambiental do projecto e seu licenciamento.

77. Os dois sectores na indústria do petróleo são: DOWNSTREAM e o UPSTREAM, sendo que
alguns autores acrescentam um terceiro o MIDSTREAM.

78. Upstream são actividades de pesquisa, exploração e produção, isto é, trazer para cima o óleo a ser
prospectado.

79. Downstream são actividades de refino de petróleo bruto, tratamento do gás natural, o transporte, a
comercialização e a distribuição de derivados.

80. Midstream refere-se ao sector de refino, não se inserindo, portanto, no downstream.

81. O petróleo tem origem a partir da decomposição da matéria orgânica resultante de restos de animais
e plantas juntamente com rochas sedimentares, que após longo tempo sofrendo acções bacterianas e
químicas, activadas pelo aumento de pressão e temperatura, acabam por se transformar em
hidrocarbonetos.

No estado líquido, o petróleo é uma substância oleosa, inflamável, menos densa que a água, com cheiro
característico, em uma coloração que pode variar de preto ao castanho claro. Estas duas últimas
características variam em função dos diferentes reservatórios em que os óleos são obtidos. Alguns podem
ser escuros, densos e viscosos, com pouca água, enquanto outros podem apresentar tonalidades mais
claras, baixa densidade e viscosidade, com quantidade expressiva de gás.

Sua composição é basicamente uma mistura de compostos químicos orgânicos, os hidrocarbonetos, ou


seja, hidrogénio e oxigénio, há outros constituintes em menor percentual, como o nitrogénio, o enxofre, o
oxigénio, metais e sais. Tais constituintes são considerados nocivos aos produtos, equipamentos e ao meio
ambiente, sendo por isso considerados impurezas, devendo ser removidos em processos de tratamento
específicos.

82. As classes que permitem classificar o óleo são: Classe parafínica, Classe parafínico-nafténica,
Classe nafténica e Classe aromática.

 Classe parafínica: óleos leves e fluidos, de baixa viscosidade.

 Classe parafínico-nafténica: densidade e viscosidade superior aos parafínicos, baixo teor de


enxofre.

 Classe nafténica: baixo teor de enxofre, tem propriedades mescladas com as duas classes
anteriores.

 Classe aromática: densidade elevada, são óleos que contêm de 10% a 30% de asfaltenos, sendo
portanto, óleos pesados.

83. Os métodos ou as técnicas de prospecção usadas para encontrar o petróleo são: métodos
geológicos e sísmicos.

84. Métodos geológicos: engloba as actividades voltadas para o estudo de bacias sedimentares, com a
finalidade de descobrir acumulações de hidrocarbonetos. Abrangendo ramos da geologia, da geofísica, da
geoquímica e da paleontologia; também são realizadas análises aerofotogramétricas (fotos aéreas,
imagem de radar e de satélites), e métodos geofísicos potenciais, como gravimetria (estudo do campo
gravitacional) e magnetometria (variação da intensidade do magnético terrestre).
85. Métodos sísmicos: baseia-se na reflexão de ondas elásticas geradas artificialmente, por exemplo, por
explosões de cargas de dinamite ou de ar comprimido que se propagam pelo interior da terra, onde são
reflectidas pelas interfaces das diversas formações rochosas. As reflexões são captadas por equipamentos
especiais denominados geofones (para registos em terra) ou hidrofones (para registos no mar) os quais
convertem as vibrações mecânicas em oscilações eléctricas que são transmitidas e registadas em
sismógrafos.

Produção no mar: a produção offshore é feita em plataformas de exploração ou em navios


adaptados.

86. Volume original: Volume do reservatório a época da descoberta.

87. Volume recuperável: Volume de hidrocarbonetos que se espera retirar do reservatório.

88. Factor de recuperação: Percentual do volume original que se espera retirar, proveniente do
quociente entre o volume recuperável e o volume original.

89. Produção acumulada: Quantidade de fluido já produzido até determinado momento.

90. Fracção recuperada: Percentual do fluido original produzido até dado instante, sendo determinado
pelo quociente, a cada momento, entre a produção acumulada e o volume original.

91. As formas de classificação dos poços e petróleo são: verticais, direccionais, horizontais e
multilaterais, quando a classificação diz respeito a sua trajectória.

92. Relativamente à finalidade, um poço pode ser estratigráfico, para obter informações sobre a bacia;
pioneiro, para verificar uma estrutura mapeada, de extensão ou delimitação e determinar os limites de um
campo; de produção, para produzir os hidrocarbonetos; de injecção, para injectar água ou gás no
reservatório, além de outros fins menos comuns, como apagar um incêndio em poço em erupção.

93. A perfuração consiste no conjunto de várias operações e actividades necessárias para atravessar as
formações geológicas que formam a porção superficial da crosta terrestre, com objectivos
predeterminados, até atingir o objectivo principal, que é a prospecção de hidrocarbonetos.

94. As sondas de perfuração consistem num conjunto de equipamentos bastante complexos, existindo
grande variedades de tipos. Tais sondas podem ser terrestres ou marítimas conforme o local de operação.
Uma característica que chama a atenção nas sondas de perfuração é a presença de uma torre (torre de
perfuração ou derrick).

95. A finalidade da torre de perfuração é permitir que os tubos de perfuração sejam manuseados em
secções de três tubos, o que confere maior agilidade à operação.

96. As plataformas podem ser classificadas: pela finalidade (perfuração de poços, produção de poços,
sinalização, armazenamento, alojamento etc.), pela mobilidade (fixas ou móveis), pelo tipo de ancoragem.
As plataformas têm sua utilização condicionadas a alguns aspectos relevantes como a profundidade da
lâmina de água, relevo do solo submarino, a finalidade do poço e a melhor relação custo/benefício.

97. Os tipos de plataformas são: Plataformas Fixas, Submersíveis, Auto-elevatórias, Flutuantes (fpso e
semi-submersíveis) e Tension Leg.

98. Plataformas Fixas: são estruturas apoiadas no fundo do mar por meio de estacas cravadas no solo
com o objectivo de permanecerem no local de operação por longo tempo. Foram as primeiras a serem
utilizadas, mas têm como limitante a utilização em lâminas de água em até 300 metros. Devido ao custo
elevado, compreendido entre projecto, montagem e instalação, sua aplicação é restrita em campos que já
tiveram sua exploração comercial comprovada.

99. Plataformas Submersíveis: a estrutura e todos os equipamentos estão sobre um flutuador, que se
desloca com auxílio de rebocadores. No entanto, sua aplicação é restrita a águas rasas e calmas, pois sua
limitação é justamente quando a lâmina de água, proporcional à altura do casco inferior, que é lastreado
até se apoiar no fundo do mar.

100. Plataformas Auto-elevatórias: constituem-se de uma estrutura montada sobre uma balsa flutuador
com pernas extensíveis. Estas pernas são accionadas de modo mecânico ou hidráulico, movimentando-se
para baixo até atingir o fundo do mar, dando apoio a estrutura e permitindo que a balsa se auto eleve a
uma altura segura para operação.

101. Plataformas Flutuantes (FPSO e Semi-Submersíveis): diz respeito aos navios sonda e às
plataformas submersíveis. Os navios sonda (FPSO), possuem um sistema de ancoragem especial, além de
um sistema de posicionamento dinâmico que lhe permitem manter a posição e deste modo não danificar
equipamentos e prejudicar as operações, em função da acção dos ventos, ondas e correntes marinhas.

Já as plataformas Semi-Submersíveis são estruturas apoiadas por colunas sustentadas por flutuadores
submersos, podendo ou não ter propulsão própria, sendo bastante requeridas para perfuração de poços
exploratórios.

102. Plataforma Tension Leg: apresentam estrutura semelhante as Semi-Submersíveis, com a diferença
de que as colunas ficam ancoradas no fundo do mar. São empregues para o desenvolvimento de campos.
Devido à boa estabilidade auferida, o que permite operações similares às realizadas em plataformas fixas.

103. Para realizar a perfuração se utiliza um conjunto-ferramenta que constitui a coluna de perfuração.
Estando a broca instalada na extremidade inferior da coluna, na perfuração é preciso dispor a ferramenta
com energia de rotação e peso suficientes para cortar as formações rochosas. A coluna é composta por:

1.-Tubos de comando, que exercem peso sobre a broca e dão rigidez a coluna.

2.-Tubos pesados, de material duro e resistente à fadiga, que transmitem parte da rigidez dos comandos
para os tubos de perfuração.

3.-Tubos de perfuração (drill pipes)

104. Fluidos de perfuração ou lamas de perfuração: são misturas complexas de produtos químicos,
líquidos, sólidos e as vezes até gás, cujo objectivo principal é lubrificar a broca, garantir uma perfuração
ágil e segura. A lama é injectada por dentro da coluna de perfuração retornando pelo espaço anular
existente entre a coluna de perfuração e as paredes do poço ou do revestimento.

105. As funções que o fluido de perfuração ou lamas de perfuração deve ter são:

a)-Limpar o fundo do poço, removendo e transportando à superfície os cascalhos cortados pela broca.

b)-Lubrificar e refrigerar a coluna de perfuração

c)-Exercer uma pressão hidrostática de controlo à pressão dos fluidos das formações atravessadas,
estabilizando as paredes do poço.

Operações de Rotina: são operações normais que envolvem as actividades de perfuração. Exemplo: A
conexão dos tubos de perfuração.
Operações Específicas: São operações diferenciadas, indispensáveis em casos específicos. Exemplos:
Perfilagem; Revestimento de Poço; Cimentação do Revestimento; Testemunho de Poço e Completação de
Poços de Petróleo.

Perfilagem: uma vez perfurado o poço são descidos em seu interior alguns equipamentos especiais cuja
finalidade é mensurar algumas propriedades das formações que farão parte da caracterização e avaliação
económica do mesmo.

Revestimento de Poço: sendo o poço perfurado em fases, vão sendo revestidos com tubo de aço especial,
colocados uns por dentro dos outros, formando as colunas de revestimento.

Cimentação do Revestimento: uma vez instalada a coluna de revestimento do poço, o espaço anular
entre a coluna e a parede do poço é cimentado (preenchido por uma mistura cimento/água), visando uma
melhor fixação da coluna e isolando as zonas porosas e permeáveis atravessadas pelo poço.

Testemunho de Poço: o testemunho consiste na obtenção de uma amostra da formação rochosa de


subsuperfície, com finalidade de analisar informações úteis e pertinentes à avaliação do poço, à equipe de
engenharia de reservatórios, aos geólogos etc.

Completação de Poços de Petróleo: após a perfuração de um poço vem a fase de completação, que
consiste numa série de operações que têm por objectivo permitir a produção económica e segura de
hidrocarbonetos, bem como injectar fluidos no reservatório quando necessário.

A produção do petróleo pode ser natural ou artificial, isto é, bombeio ou injecção de gás no poço.

Durante a produção, instala-se sobre a cabeça de poço (parte superior) um conjunto de válvulas
chamado de árvore de natal, com dispositivos de segurança e de controlo de produção, além de vários
outros. No caso de completação de poços em terra, árvore de natal fica na superfície. No caso de
completação de poço no mar, tais equipamentos são bem mais complexos, podendo estar alocados na
superfície (na plataforma) ou na água (submarina); as submarinas podem ser do tipo árvore de natal seca,
em cápsula, (protegidas da água e da pressão atmosférica) ou molhada (exposta a água).

Os tipos de elevação do petróleo são: elevação natural e artificial.

Elevação natural é quando os fluídos contidos no reservatório chegam facilmente a superfície. Estes
poços são chamados de poços surgentes.

Elevação artificial é quando a pressão do reservatório não é suficiente para o petróleo surgir, sendo
necessária a utilização de métodos. Tais métodos consistem na utilização de equipamentos que visam
aumentar o diferencial de pressão sobre o reservatório, aumentando sua vazão.

Os métodos de elevação artificial são: injecção de água e/ ou gás – lift; bombeio centrífugo submerso e
bombeio mecânico.

Injecção de água e/ ou gás – lift: é bastante utilizado por ter um custo relativamente baixo, mesmo em se
tratando de poços profundos. Consiste na utilização de gás comprimido para elevar os fluidos até a
superfície.

Bombeio centrífugo submerso: utiliza-se uma bomba centrífuga de múltiplos estágios no interior do
poço.

Bombeio mecânico: é o mais conhecido e utilizado em todo o mundo. O princípio de funcionamento é a


transformação do movimento rotativo de um motor em movimento alternativo, que através das hastes de
uma coluna transmite este movimento para fundo do poço, accionando uma bomba que eleva os fluídos
até a superfície.

Blowout: é a ocorrência de fluxo indesejável de quaisquer fluidos para dentro do poço, determinando a
perda de controlo em sua operação. Tal ocorrência pode acarretar sérias consequências, como acidentes
pessoais, dano ao reservatório e aos equipamentos, agressão ao meio ambiente, etc.

Os tipos de abandonos de poço são: temporária e definitivamente. Em ambos os casos são utilizados
tampões de cimento que selam o poço por completo, observando normas rigorosas de segurança que
objectivam evitar acidentes e agressões ao meio ambiente.

PROCESSAMENTO PRIMÁRIO DO PETRÓLEO

No processamento do gás, parte do mesmo pode ser utilizado como combustível na própria unidade, ou
para a elevação artificial de petróleo. Se a produção for exceder em muito o consumo poderá ser
transferido para refinarias ou direccionado para queimadores, enquanto a parte liquefeita poderá ser
adicionada ao óleo para a transferência e posterior aproveitamento nas unidades de processo.

Nos campos de produção é realizado um tratamento primário que consiste na separação óleo-gás-água,
através de decantação e desidratação. A decantação é simples, ocorrendo a separação de fase de acordo
com a diferença de densidades. A desidratação consiste na adição de uma substância química
desemulsificante que agrega as moléculas de água, desta forma permitindo retirar o máximo da água
emulsionada no óleo durante a produção.

Refino é a separação do mineral bruto em fracções desejadas, para posterior processamento e


transformação em produtos de maior valor agregado.

As etapas do processamento de refinação de óleo cru são basicamente três: separação (Destilação
atmosférica e Destilação a vácuo), conversão (Craqueamento término e catalítico, Visco-redução,
Craqueamento retardado e Hidrocraqueamento) e tratamento (Hidrotratamento, Tratamento cáustico,
Tratamento DEA e Tratamento MEROX)

A destilação atmosférica é o primeiro processo de refinação em qualquer refinaria. Consiste na


separação do petróleo em fracções mais leves de acordo com os diferentes pontos de ebulição de cada
fracção.

Destilação a vácuo: a torre é submetida a uma pressão negativa, e o objectivo deste processo é produzir,
a partir do resíduo, fracções de diesel e gasóleo. O gasóleo é uma fracção do petróleo destinado à
produção de lubrificantes, podendo ser direccionado para processos mais complexos, como o
craqueamento catalítico, onde é transformado em óleo diesel, gasolina e GLP.

Já o produto residual da destilação a vácuo pode ser utilizado como asfalto ou utilizado para a produção
de óleo combustível.

Processos de conversão: destina-se a transformar fracções pesadas de petróleo em produtos mais leves.

Craqueamento Térmico e Craqueamento Catalítico

O craqueamento pode ser térmico quando resulta da elevação da temperatura (˃400ºC), ou catalítico,
quando se utilizam catalisadores.

Craqueamento catalíticos, primeiro em leito fixo, depois em leito móvel ou fluidizado, sendo esta
última forma (craqueamento catalítico fluido –FCC) a mais moderna a ser utilizada pelas refinarias.
A visco-redução: é um processo em que as fracções pesadas do petróleo são convertidas em produtos
mais leves, através da submissão conjunta à acção de temperatura e pressão, tendo como finalidade inicial
a redução da viscosidade de óleos residuais, objectivando seu emprego como óleos combustíveis.
Actualmente a fracção visco-reduzida já é utilizada para empregos mais nobres.

Craqueamento Retardado: A aplicação principal é sua utilização como eléctrodos na produção de


alumínio, sendo empregado também na produção de carburetos, abrasivos, na produção de coque
siderúrgico, como combustível, etc. este processo também produz gasóleos (fracção de hidrocarboneto
que tem a mesma faixa de destilação do óleo diesel) para carga de FCC, gás combustível, GLP e nafta.

Hidrocraqueamento: o hidrogénio também tem a finalidade de hidrogenar os compostos aromatizados,


facilitando sua decomposição, e reduzir a deposição de coque sobre o catalisador, além de proporcionar a
eliminação de compostos de nitrogénio e enxofre (Produtos menos poluentes) e produzir naftas de boa
octanagem.

A finalidade do tratamento do petróleo é retirar dos derivados obtidos as substâncias consideradas


impróprias, como os compostos sulfurados e os oxigenados que promovem o aumento no índice de
poluição, corrosão, etc.., ou seja colocar os produtos dentro de padrões de qualidade exigidos para sua
comercialização. Consequentemente, o tratamento também tem por finalidade rentabilizar o máximo
possível as fracções destiladas.

De modo geral, um processo de tratamento busca atingir os seguintes objectivos:

-Eliminação de compostos de enxofre e nitrogénio; -Separação e eliminação de materiais asfálticos; -


Correcção do odor do produto; -Correcção da coloração do produto; -Estabilidade do petróleo

Hidrotratamento: trata-se de um processo de refinação onde as fracções de petróleo são submetidas ao


hidrogénio e que tem por finalidade eliminar compostos indesejáveis do produto, bem como estabilizar
determinado corte de petróleo.

Tratamento Cáustico: utiliza-se o tratamento cáustico para remover baixos teores de enxofre em
fracções leves de derivados, tais como nafta e GLP. O processo é simples, e a finalidade básica é a
remoção de H2S e outros compostos ácidos por ventura presentes no produto.

Tratamento DEA (Dietanolamina): tem por finalidade a remoção de H2S do gás combustível e do GLP,
colocando-os dentro de padrões estabelecidos relativos a teores de enxofre e corrosividade.

Tratamento Merox: é um tratamento químico muito utilizado actualmente, aplicado para extracção e
adoçamento de fracções leves intermediárias do petróleo, como GLP, nafta, querosene e diesel.

O adoçamento consiste em transformar compostos de enxofre em outros compostos menos prejudiciais,


sem contudo removê-los dos produtos. Já a extracção consiste na dessulfurização do produto, isto é, na
remoção efectiva dos compostos de enxofre do produto.

Gasolina: é um combustível composto basicamente por hidrocarbonetos, obtido através da refinação do


petróleo.

Os tipos de gasolinas são: Gasolina Tipo A, Gasolina Tipo C, Gasolina Aditivada e Gasolina Premium.

Gasolina Tipo A: constituído basicamente de uma mistura de naftas, numa proporção adequada para o
enquadramento do produto na especificação prevista.
Gasolina Tipo C: é a gasolina comum que se encontra disponível no mercado, sendo preparada pelas
distribuidoras, que adicionam anidro à gasolina A, numa percentagem compreendida entre 21 e 23% em
volume, ou conforme determinar a agência reguladora.

Gasolina Aditivada: difere da comum apenas por conter aditivos detergentes/dispersantes, adicionados
pelas distribuidoras; é admitida pelo Departamento Nacional de Combustíveis – a adição de corantes,
existindo cores diferentes, conforme a distribuidora. Os aditivos têm a função de impedir a formação de
depósitos, mantendo limpa os bicos injectores e as válvulas do motor.

Gasolina Premium: Apresenta formulação especial, sendo obtida a partir de naftas de elevada
octanagem, o que confere ao produto maior resistência a detonação (índice antidetonante-IAD).

Óleo diesel: é uma mistura de hidrocarbonetos que tem amplo emprego como combustível em motores de
explosão (Ciclo Diesel), quer seja em ónibus, navios, locomotivas e também como fonte de calor.

Os quatro tipos específicos de óleo diesel, cuja característica principal reside no teor de enxofre são:
Óleo Diesel do tipo B, C, D, marítimo e padrão.

Óleo Diesel do tipo B: possui teor de enxofre em torno de 0.50% em massa.

Óleo Diesel do tipo C: o teor de enxofre gira em torno de 0.30%, no máximo

Óleo Diesel do tipo D: apresenta no máximo 0.20% de enxofre, logo menos poluente.

Óleo Diesel Marítimo: o teor de enxofre equivale a 1% em média.

Óleo Diesel Padrão: desenvolvido para atender às exigências específicas dos testes de avaliação de
consumo e emissão de poluentes pelos motores diesel, sendo utilizado pelos fabricantes de motores pelos
órgãos responsáveis pela homologação dos mesmos.

A TÉCNICA DE DESMORONAMENTO-empregava, intensivamente, explosivos para a extracção de


rochas orname tais.

FIO HELICOIDAL – Esta tecnologia proporcionou o aparecimento da s chamadas técnicas de corte


contínuo, responsáveis por um importante desenvolvimento no sector extractivo de rochas ornamentais. A
tecnologia do fio helicoidal baseia-se no corte da rocha através do atrito promovido pela movimentação
de um cabo de aço de comprimento da ordem de centenas de metros, movimentando-se dentro de um
longo circuito fechado. A geometria do tipo hélice permite o carregamento de substâncias abrasivas, na
maioria dos casos areia responsáveis pela acção de corte.

Actualmente os principais objectivos de perquisa e do desenvolvimento tecnológico dos processos, das


máquinas e dos insumos secundário ou ferramentas para a extracção e o beneficiamento industrial das
rochas ornamentais estão concentrados no:

 Diminuição do desperdício do material

 Aumento da segurança geral da operação

 Melhoria das condições ambientais e funcionais de trabalho

 Aumento do nível de automação das operaç~es

Dentro do presente ciclo, o paradigma tecnológico reside no emprego do diamante como elemento
abrasivo, aplicado a diversos processos do ciclo de aproveitamento económico das rochas. Na extracção a
tecnologia mais moderna disponível e com uso já difundido, em nível económico, é o corte com fio
DIAMANTADO.

METODOLOGIAS DE LAVRA

Os métodos de lavra definem a sequência espacial e temporal de operações e ciclo de trabalho para o
aproveitamento de uma jazida, que por sua vez é subdividida em volumes e subvolumes, projectados e
organizados de modo a obedecerem a uma ordem hierárquica no desenvolvimento exploratório do bem
mineral.

A aplicação de métodos de lavra para uma determinada jazida permite, em qualquer instante do seu
desenvolvimento, a definição da geometria espacial da mina em todas as suas peculiaridades. A primeira
operação é a identificação e a quantificação dos volumes, para, em seguida ser determinada a sequência
da exploração.

A escolha do método de lavra é função da morfologia dos afloramentos, do volume da reserva mineral, da
análise do plano estrutural da jazida, do seu estado de fracturamento, da localização geográfica da área e
das características intrínsecas do material objecto da exploração.

LAVRA POR BANCADAS

Nas lavras por bancadas, a jazida em subdividida em praças, que se constituem em planos horizontais
subparalelos. As Bancadas são lavradas obedecendo a uma determinada sequência lógica e hierárquica,
utilizando-se as praças para a realização dos trabalhos de extracção das diferentes frentes de produção
activas. O método de lavra por bancadas normalmente é adoptado nas fases avançadas da lavra, quando a
pedreira assume configurações geométricas regulares, com altura de bancadas uniforme.

LAVRA POR PAINÉIS VERTICAIS

O método de lavra por painéis é adoptado nas fases iniciais da abertura da pedreira e, também, é
permitido o desenvolvimento em profundidade devido a limitação das reservas ou mesmo
condicionamentos particulares da jazida..

LAVRA POR DESMORONAMENTO

Na lavra por desmoronamento, grandes volumes de rocha são removidos por meio de carregamento de
explosivo, localizados entre os planos de fracturas.

LAVRA SELECTIVA

O método de lavra selectiva aplica-se frequentemente, nos casos onde o maciço a ser explorado apresenta
como característica principal diferentes tipos de fracturas com orientação principal preferencialmente
ortogonais.

LAVRA DE MATACÕES

O método é bastante simples e pode ser operado com mão de obra pouco especializada. Geralmente a
porção de rocha destacada do corpo principal é dividida em duas partes, mediante o emprego de pólvora
negra, carregadas em dosagens crescentes, em furo central, localizado no plano preferencial de separação.
As duas porções de rocha são sucessivamente subdivididas e esquadrejadas no próprio local.

LAVRA SUBTERRÂNEA

A abertura de uma lavra subterrânea é realizada mediante a criação, de espaços denominados salões,
sustentados por pilares, geralmente constituído de material de qualidade inferior, já que esses pilares
serão abandoados. A relação entre salões e pilares costuma a ser elevada. Este método vem sendo
utilizado em rochas calcárias, particularmente nos mármores, que por serem rochas de menor dureza,
apresentam mais facilidade de corte com a adopção das novas tecnologia.

TECNOLOGIAS DE LAVRAS

TECNOLOGIAS CÍCLICAS

Estas tecnologias baseiam-se preponderantemente na perfuração e são caracterizadas por grande


versatilidade e poder de adaptação em operações de lavra as mais diversas. De modo prático, existe uma
completa compatibilidade nos confrontos dos diferentes métodos de lavra, mas nem sempre é prudente
recorrer integralmente a sua utilização, preferindo-se por muitas vezes adoptar combinações de
tecnologias heterogéneas.

DESMONTE POR DESMORONAMENTO

Esta técnica é aplicada no caso de jazidas localizadas em zonas montanhosas de encostas íngremes e
caracterizadas pela presença de sistemas de fracturas ou planos de estratificação subverticais que
delimitam prismas de rochas destacáveis do corpo principal, através da simples execução de um corte na
base.

A produção primária fornece blocos de volumes variados e formas irregulares sobre os quais se torna
necessário intervir realizando-se cortes secundários, de subdivisão e esquadrejamento do bloco.

CORTE ATRAVÉS DE PERFURAÇÃO E EXPLOSIVO – a técnica de corte baseada na utilização de


explosivos carregados em furos dispostos próximos entre si e que definem um plano de corte se encontra
muito difundida e , de certa forma, preferida pela maioria das empresas voltadas para a produção de
blocos. Devido a sua versatilidade, facilidade de execução e custos normalmente inferiores, suplantam as
técnicas alternativas, para o caso de pedreiras com produção baixa ou média.

PERFURAÇÃO CONTÍNUA

Esta tecnologia consiste na execução de furos justapostos de modo que se obtenha um plano de rotura
contínuo ou intercalado por diafragmas suficientemente subtil que permitam sua completa separação,
através de forças de tracção naturais.

DIVISÃO MECÂNICA ATRAVÉS DE CUNHAS

O corte por divisão mecânica através de cunhas se baseia no uso de perfuração e constitui uma das
técnicas mais amplamente adoptadas. Utiliza os dispositivos com cunhas, responsáveis pelas operações de
subdivisão da rocha de acordo com planos preestabelecidos, geralmente aqueles preferenciais de
orientação dos minerais.

A referida técnica de corte é utilizada principalmente nas fases finais de recorte e esquadrejamento dos
blocos ou nas operações de recuperação no método de lavra de matacões. Seu uso, em grandes
superfícies, é limitado.

DIVISÃO ATRAVÉS DE AGENTES EXPANSIVOS

A técnica que emprega o uso de agentes expansivos é utilizada na maioria dos casos, directamente sobre
os blocos, embora demonstre poucas possibilidades de sucesso devido a lentidão de sua acção associada a
um elevado custo.

TECNOLOGIAS DE CORTE CONTÍNUO


As tecnologias de corte contínuo constituem basicamente aquelas cuja operação é efectuada sem o uso
predominante da perfuração de explosivo.

FIO HELICOIDAL

A tecnologia de corte por fio helicoidal é considerada hoje obsoleta e encontra utilização ocasional
somente em alguns países em desenvolvimento que possuem dificuldades de absorver técnicas de corte
mais modernas.

Esta tecnologia baseia-se no movimento, em circuito fechado, de um fio constituído por três cabos de aço
na forma de hélice, tensionado contra a superfície rochosa a ser cortada.

FLAME JET

É utilizado como tecnologia de corte, consiste em uma câmara de combustão revestida de material
refractário, na qual são inseridos simultaneamente o comburente (ar ou oxigénio) e o combustível
(querosene ou óleo diesel) nebulizado, que proporciona uma chama análoga aquela produzida por
maçarico oxiacetilénico. A temperatura da saída do gás é da ordem de 1200 a 1300ºC, ou mais, no caso de
utilização de oxigénio como comburente.

CORTADOR A CORRENTE

O cortador a corrente é constituído essencialmente de um “braço” sobre o qual desliza uma corrente com
plaquetas de vídia ou diamantes, accionado por um grupo motor. O comprimento do braço representa uma
limitação quanto a altura ou profundidade do corte e sua aplicação é indicada para as jazidas cujo nível de
fractura é baixo, de modo a não prejudicar o rendimento das bancadas isoladas.

TECNOLOGIAS MODERNAS DE CORTE

São consideradas como modernas tecnologias de corte introduzidas nas pedreiras principalmente nas de
granito, aquelas que se baseiam no uso de ferramentas diamantadas (fio, e , em menor escala, corrente) e
as que utilizam jactos de água a grande velocidade (puros ou com abrasivos.

FIO DIAMANTADO

A tecnologia de corte com fio diamantado apresenta maior produtividade, requer menos mão-de-obra
operacional e tempo de instalação nitidamente inferior.

O fio diamantado é constituído por um cabo de aço que funciona como suporte para as pérolas
diamantadas, separadas ao longo do cabo por meio metálicas, no caso dos mármores, ou então por
material plástico ou borracha, para as rochas abrasivas. O elemento cortante, a pérola, é constituído por
uma pasta diamantada montada sobre um suporte cilíndrico.

CORTADORES A CORRENTE DIAMANTADA

A técnica de corte que se baseia na utilização da cortadora a corrente diamantada decorre do uso de
equipamentos de corte utilizados para a abertura de galerias subterrâneas na lavra de carvões. Trata-se de
equipamento composto por um braço dotado de corrente onde em seus anéis são aplicados elementos
abrasivos constituídos de segmentos ou plaquetas de diamantes sintetizados que podem ser substituídos
após seu desgaste.

JATO DE ÁGUA (WATERJET)

O corte é obtido através de um ou mais jactos de água, gerados a partir de uma elevada pressão que
podem atingir a escala de 400MPa. Actuando a uma distância próxima da rocha, provocando o
desprendimento dos fragmentos junto as micro-discontinuidades mineralógicas, onde a acção encontra a
sua maior eficiência.

TECNOLOGIAS PARA BENEFICIAMENTO

TECNOLOGIA PARA BENEFICIAMENTO PRIMÁRIO – Existem basicamente três métodos ou


tecnologias para o beneficiamento primário ou, como já foi dito, para o corte de bloco: o corte com teares
de lâminas, o corte com talha blocos de discos diamantados e o corte com fio diamantado.

CORTE COM TEARES DE LÂMINAS – Este processo de corte consiste na acção de um elemento
abrasivo conduzido por um conjunto de lâminas movimentado pelo tear. Trata-se de um equipamento
constituído de uma estrutura de sustentação formada por quatro colunas que suportam um quadro porta-
lâminas. Estas são dispostas no sentido longitudinal do maior comprimento do bloco do material a ser
beneficiado e tensionadas para manter perfeito nivelamento, alinhamento e paralelismo entre si, durante
todo o processo de corte. O quadro é accionado por motor eléctrico, com o auxílio de um volante, através
de um mecanismo biela-manivela, imprimindo-lhe um movimento alternativo, responsável pelo atrito
entre lâminas, o elemento abrasivo e o bloco a ser cortado. Simultaneamente o conjunto quadro lâminas é
pressionado contra o bloco, em um movimento de vai-vem e de descida, provocando o avanço do corte do
material.

Existem disponíveis hoje no mercado diversos tipos e modelos de teares. Os principais e mais utilizados
são:

-Tear de lâminas com movimento semi-rectilínio do quadro porta-lãmina e que usa granalha metálicas
como abrasivo

-Tear de lâmina diamantada, com movimento horizontal de descida do quadro porta-lâmina

-Tear de lâmina diamantada com movimento pendular do quadro porta-Laminas.

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