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Geociências
Avaliação Comercial de
Propriedades Minerais
2002
1
SUMÁRIO
1. Introdução 3
2. Aplicações 4
3. Enquadramento do tema 4
4. Níveis de avaliação 5
9. Bibliografia 29
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1. INTRODUÇÃO
A apresentação deste tema pode ser feita de uma forma esquemática e sim-
plificada, boa para a compreensão das avaliações que fazemos na exploração mine-
ral. Isto não deve iludir o geólogo, entretanto. Os procedimentos da administração
financeira, para fins de maior responsabilidade, isto é, para decisões que envolvem
investimentos maiores, requerem análises muito mais detalhadas e precisas. O as-
sunto é, portanto, de alta importância para o geólogo de exploração e mais comple-
xo do que possa parecer numa abordagem introdutória como esta. Por isto, é preci-
so ficar claro que este texto tem os seguintes objetivos:
3
Fornecer os conceitos e as informações básicas que permitam avançar no
estudo do assunto, com auxílio da literatura indicada.
2. APLICAÇÕES
3. ENQUADRAMENTO DO TEMA
4
na teoria da decisão, que é outra abordagem da avaliação de investimentos, mas
que extrapola a aplicação específica de que tratamos neste texto. Resumindo:
4. NÍVEIS DE AVALIAÇÃO
Avaliações de pré-viabilidade
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Visam justificar investimentos de exploração, em fases de alto risco.
Avaliações de viabilidade
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Aplicam-se também às negociações das jazidas, minas e direitos minerá-
rios relacionados com indústrias instaladas.
5. 1 - Valor econômico
Outro fator que entra nesta definição é o custo de oportunidade, que é o valor
econômico de um investimento alternativo ao que está sendo avaliado. O valor eco-
nômico é portando, função de duas variáveis:
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Importância relativa deste bem para quem avalia a oportunidade de investir
um determinado capital, tendo em vista a sua produção ou aquisição.
Outro conceito básico que deve ser bem entendido é que o valor do dinheiro
varia ao longo do tempo. Um real vale mais hoje do que dentro de um ano, porque
hoje ele começa imediatamente a render dividendos. Isto independe da inflação,
pois é uma função exclusiva das taxas de juros aplicadas no mercado financeiro.
Fn = P (1 + K) n (1)
P = Fn / (1 + K) n (2)
8
Exemplo
O que hoje nos parece valer R$ 100.000 dentro de um ano, equivale de fato a
R$ 80.000 ganhos hoje. O que fizemos foi descontar o valor futuro do capital, apli-
cando a equação (2), de modo que a taxa de juros, neste caso, passou assumir o
papel de uma taxa de desconto.
Evidentemente, como já foi dito, isto pode ser feito com qualquer valor eco-
nômico, para se adequar o seu significado a qualquer prazo de referência desejado,
seja ele presente, passado ou futuro. Podemos fazer isto com todos os valores de
um demonstrativo financeiro de despesas e receitas, ou custos e rendas, ou lucros e
perdas.
5. 3 - Risco de investimentos
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avaliação podem não se identificar com as avaliadas por outra, pois o termo aqui
pode envolver anomalias geoquímicas e geofísicas, ocorrências minerais, indícios
diretos de minérios e áreas geologicamente favoráveis.
Com base nestas avaliações de risco, Peters (1978) admite como estatisti-
camente válidas as seguintes probabilidades de sucesso, no início das sucessivas
etapas de um projeto de exploração:
5. 3. 2 - Risco na mineração
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senciais nos cálculos. As interferências do risco, neste casos, são diretas e explíci-
tas. Naquelas feitas para fins de dimensionamento dos investimentos em produção,
com base em números mais realistas (mantendo-se sempre a ressalva de que tam-
bém não passam de projeção), o conceito de risco entra como um elemento de cau-
tela quanto à consistência dos resultados calculados. Isto é, ele deve ser mantido
como um sinal de alerta contra a crença inabalável nos números aparentemente
precisos e seguros.
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5. 3. 3 - Métodos para controlar o risco
Existem várias formas de se manter algum controle sobre os riscos que en-
volvem os investimentos. Alguns são francamente empíricos e outros se baseiam
em princípios teóricos. Todos têm a sua utilidade e eficiência para determinadas si-
tuações.
Método informal
Análise de sensibilidade
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recuperação, teores reais da jazidas, etc. A análise de sensibilidade permite simular
os efeitos das variações positivas e negativas de cada fator, isolada ou combinada-
mente. Assim pode-se identificar aqueles que afetam mais fortemente as variações
dos resultados finais, isto é, os que são mais sensíveis, mais críticos para a econo-
micidade do projeto.
Simulação em computador
Programação linear
Análise matemática que pode ser utilizada em situações nas quais existe a
necessidade de se selecionar uma combinação ótima de recursos para de atingir um
determinado fim e existem limites específicos em um ou mais recursos envolvidos.
Muitos problemas envolvendo produtos múltiplos, localizações múltiplas ou uso al-
ternativo de equipamentos podem se equacionados por esta técnica. Existem pro-
gramas de computador para isto.
Efeito de carteira
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síveis: geográficas, de projetos com tamanhos diferentes, de investimentos em
prospectos novos e de jazidas cubadas, de setores industriais diferentes.
Compartilhamento do risco
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compará-lo aos investimentos a serem feitos e determinar a viabilidade de realizá-
los.
5. 5 - Projetos de investimento
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aceitável para a negociação. Outras combinações são possíveis, entretanto. Temos,
portanto, três critérios básicos que podemos adotar:
Estes critérios são simples e poucos, mas resumem a lógica da avaliação co-
mercial de propriedades minerais e consolidam de forma prática os conceitos teóri-
cos e metodológicos apresentados anteriormente.
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lação. Quando se trata de uma mina ou jazida, este valor é obtido através do
estudo da viabilidade técnica e econômica.
RECEITA OPERACIONAL
(INVESTIMENTO INICIAL)
(CUSTOS OPERACIONAIS)
(CUSTOS ADMINISTRATIVOS)
RENDA BRUTA
(DEPRECIAÇÃO)
(TAXA DE EXAUSTÃO)
RENDA TRIBUTÁVEL
(IMPOSTO DE RENDA)
RENDA APÓS TRIBUTAÇÃO
DEPRECIAÇÃO
TAXA DE EXAUSTÃO
FLUXO DE CAIXA
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Custos administrativos. Geralmente admitidos como sendo uma percenta-
gem (20%) dos custos operacionais, também ditos diretos.
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PLANILHA PARA AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS EM EXPLORAÇÃO
DADOS BÁSICOS
Todos os itens sem unidade de medida são monetários.
A unidade monetária foi dispensada para uso da moeda mais conveniente a cada caso.
INVESTIMENTOS DE CAPITAL
Eq – Equipamentos............................................................................................. ____________
Ie – Infraestrutura.............................................................................................. ____________
St – Subtotal = Eq + Ie........................................................................................ ____________
Ev – Eventuais = 0,2. St...................................................................................... ____________
Ic – Investimentos de capital............................................................................... ____________
FLUXO DE CAIXA
Rb – Renda bruta = Ro - Co.............................................................................. ____________
De – Depreciação e amortização = Ic/10.......................................................... ____________
Ri – Renda tributável = Rb - De........................................................................ ____________
Ir – Imposto de renda = 0,35. Ri....................................................................... ____________
St – Sub-total = Ri - Ir....................................................................................... ____________
Fc – Fluxo de caixa anual = St + De................................................................. ____________
Vp – Valor presente para a vida útil = Fc. P/A (i,n) .......................................... ____________
ÍNDICES DE AVALIAÇÃO
Pl – Valor líquido presente = Vp - Ic................................................................. ____________
Ie – Limite de investimentos em exploração = 0,1. Pl...................................... ____________
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DADOS BÁSICOS
Vb – Valor bruto da jazida: obtido pela integração de reserva total, recuperação to-
tal, teor médio e valor unitário do produto. O seu cálculo é útil para a simplificação
da estimativa da receita operacional.
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Vm – Vida útil da mina: prazo de esgotamento da reserva de minério, para o volu-
me de produção anual simulado, observando o limite de 20 anos que se arbitra cor-
retamente para as avaliações comerciais de propriedades minerais.
INVESTIMENTOS DE CAPITAL
A maioria das avaliações feitas para este fim específico ignora estes investi-
mentos, certamente por admitir que eles afetam pouco profundamente os resultados
finais de estimativas tão genéricas. Considerando, entretanto, que em muitos casos
o peso destes investimentos pode afetar significativamente o valor líquido presente
da jazida, o método aqui proposto os inclui na simulação.
Evidentemente, uma simulação deste tipo não tem compromisso com previ-
sões precisas, de modo que as estimativas deste bloco, mais do que quaisquer ou-
tras, devem ser encaradas como projeções grosseiras, compatíveis com o nível de
informação do projeto avaliado. Recomenda-se utilizar como referência, sempre que
possível, os custos operacionais vigentes na região do projeto.
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avaliação e ela é possível por que as reservas já foram compatibilizadas com a pro-
dução anual.
Ci – Custos indiretos: são arbitrados como sendo uma percentagem dos custos di-
retos e dependem dos diferentes modelos de produção, por incluírem basicamente
os custos administrativos e financeiros do empreendimentos. Como regra geral,
adota-se 20%, podendo ser alterado em função dos padrões de custos da empresa
avaliadora ou do próprio modelo de produção simulado.
FLUXO DE CAIXA
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Rb – Renda bruta: é obtida deduzindo-se da receita operacional o custo operacio-
nal.
Ir – Imposto de renda: admite-se como taxa média de provisão para este tributo o
valor de 35% sobre a renda tributável.
Vp – Valor líquido presente: o fluxo de caixa é uma anuidade que se repetirá hipo-
teticamente, de forma uniforme ao longo da vida útil da mina. Isto caracteriza uma
série uniforme de rendimentos, através de cujas propriedades matemáticas pode-
mos calcular o valor líquido presente (isto é, descontado para o ano zero de empre-
endimentos) do saldo acumulado até o final do último ano, às taxas de juros vigen-
tes do mercado. Neste tipo de avaliação, adotamos a taxa média das aplicações fi-
nanceiras ou do credito bancário a longo prazo. O fator P/A.(i,n) é obtido em tabelas
apropriadas da engenharia econômica.
ÍNDICES DE AVALIAÇÃO
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Pl – Valor líquido presente: para maior aproximação de uma realidade, ainda que
simulada, abatemos os investimentos de capital do valor presente do fluxo de caixa
descontado.
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na avaliação de uma propriedade mineral: geologia de minas, mercado de bens mi-
nerais, mercado financeiro, mercado de ações e mercado de propriedades minerais.
Nas propriedades que não contêm reservas minerais cubadas, somente os critérios
da geologia de minas são aplicáveis, basicamente com o propósito de estruturar o
raciocínio do avaliador, permitindo-lhe uma análise crítica do seu método de avalia-
ção e tornar explícitos os fatores utilizados como insumos para os cálculos.
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tabelecendo-se entre elas uma proporcionalidade em função da pontuação cabível
de acordo com critérios da tabela.
- Área de 50 hectares.
- Área de 80 hectares.
- Contém uma zona mineralizada com teor econômico, medida nas três di-
mensões, mas sem volume suficiente para lavra.
Vpc = 8 x 4 x 2 = 64
Vpa = 6 x 3 x 3 = 36
Em que:
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Apa: área da propriedade avaliada
VA = x
C VB = y
A B VC,D = z
Vp = x + z + y
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PESOS
FATORES DESCRIÇÃO DENTRO FORA
28
9. BIBLIOGRAFIA
Bomsel, O.; Giraud, P.N. e Sá, P. A crise na indústria mineral: 1973-1984. Brasil Mi-
neral, no 21, agosto de 1985, pp.48-52; no 22, setembro de 1985, pp. 45-47.
Gowen, E.L. Principles of Engineering Economy. The Ronald Press Company. New
York, 1966.
Kilburn, L.C. Valuation of mineral properties which do not contais exploitable re-
serves. CIM Bulletin, Montreal, 83 (940) : 90-93, 1990.
MacKenzie, B.W. The Theory of the Mining Firm. Columbia University in the City of
New York, Eng. Sc. Doctorate Thesis, 1968.
O’Hara, T.A. Analysis of Risk in Mining Projects. CIM Bulletin, July 1982, pp.84-90.
Peters, W.C. Explorantion and Mining Geology. John Wiley & Sons, New York,
1978.
Sá, P. Mineração mundial, a adaptação à crise. Brasil Mineral, n o 23, outubro 1985,
pp. 43-51.
Whitney, J.W.; Witney, R.E. Investment and Risk Analysis in the Mineral Industry.
Jonh W. Witney, Inc. Short Course Notes, Revision n o 1. May, 1978.
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