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Felipe Augusto Rodrigues Maciel França 12221EAR014

Isadora Fernandes Soares 12221EAR002


Thúlio Aurélio Magalhães Borges 12221EAR006

Projeto – Construção de um planador

Uberlândia/MG
2023
Felipe Augusto Rodrigues Maciel França 12221EAR014
Isadora Fernandes Soares 12221EAR002
Thúlio Aurélio Magalhães Borges 12221EAR006

Projeto – Construção de um planador

Relatório Técnico Científico apresentando o


Projeto de um planador elaborado para a
disciplina de Introdução à Engenharia aeronáutica,
sob orientação do Prof. Dr. Roberto de Souza
Martins

Uberlândia/MG
2023
RESUMO

Neste documento de natureza técnico-científica, descreve-se a execução do


projeto de um pequeno planador, que seja capaz de planar sem nenhum mecanismo
de propulsão adicional, projetado e desenvolvido pelos seguintes membros da 26a
turma do curso de Engenharia Aeronáutica: Felipe Augusto, Isadora Fernandes e
Thúlio Borges. O projeto em questão foi proposto pelo professor Dr. Roberto de
Souza Martins, o qual ministra a disciplina de Introdução à Engenharia Aeronáutica.
O principal objetivo é o desenvolvimento de um aeromodelo planador, com
especificações a serem decididas pelo próprio grupo, com a restrição de 1 m de
envergadura para a construção da asa e a existência de um perfil aerodinâmico
eficiente, condições impostas pelo professor. A atividade foi realizada em duas
etapas, nas quais foram levadas em consideração, como critério de avaliação, a
distância percorrida pelo aeromodelo (na primeira etapa), e o desvio sofrido pelo
mesmo (na segunda etapa). Assim, este relatório tem por objetivo apresentar as
etapas de desenvolvimento do projeto, a construção do protótipo de forma detalhada
e os resultados alcançados pelo grupo. Com base nisso, o relatório foi subdividido
em seções, do início ao fim do projeto, visando facilitar a compreensão de todas as
etapas da execução, desde o planejamento, construção, até os resultados obtidos.
Palavras-chave: Planador. Projeto. Etapas. Planejamento. Compreensão.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO
................................................................................................4
1.1.
Objetivos.....................................................................................................
4
1.2.
Metodología................................................................................................5

2. DESENVOLVIMENTO
...................................................................................6
2.1. Protótipo I
................................................................................................6
2.1.1. Materiais I
............................................................................................7
2.1.2. Fuselagem
I.........................................................................................8
2.1.3. Asa I
...................................................................................................12
2.1.4. Empenagens I
.................................................................................15
2.1.5. Testes e Correções
I........................................................................17
2.2. Protótipo II
.............................................................................................18
2.2.1. Materiais II
......................................................................................18
2.2.2. Fuselagem II
....................................................................................19
2.2.3. Asa II
..................................................................................................20
2.2.4. Empenagens II
.................................................................................21
2.2.5. Testes e Correções II
.....................................................................22

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
............................................................24

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
....................................................................26

REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS.............................................................27
4

1. INTRODUÇÃO

O homem, desde os seus primórdios, sempre foi fascinado pela possibilidade


de voar, ao vislumbrar criaturas, como algumas aves e insetos ao seu redor. E foi
exatamente esse fascínio que o levou ao estudo sobre a aerodinâmica e o princípio
do voo, e também à criação de inúmeros dispositivos capazes de se sustentar no ar
- sejam eles motorizados ou não - que vem desde o século XX, e evoluiu até os dias
atuais, com a criação e progresso da aviação e engenharia modernas.
Nesse sentido, é preciso definir o objeto principal de estudo deste trabalho: o
planador. Um aeromodelo planador nada mais é do que um aeródino - aeronave
mais pesada do que o ar - capaz planar e se manter no ar sem o uso de qualquer
mecanismo de propulsão interna.
Assim, este trabalho foi realizado a fim de planejar e construir um aeromodelo
planador pelos membros do grupo, visando, assim, a expansão dos conhecimentos
práticos acerca da área aeronáutica.

1.1. Objetivos
O trabalho tem como objetivo principal desafiar os estudantes de Engenharia
Aeronáutica na construção e desenvolvimento de um pequeno aeromodelo planador,
que abrange desde a etapa do planejamento, construção e testagem, até
apresentação dos resultados obtidos, e que atenda alguns critérios pré
estabelecidos e faça uso de conceitos abordados nas disciplinas do primeiro
semestre do curso. Nesse sentido, o projeto busca expandir a carga de
conhecimento e experiência, aplicando-se os conhecimentos das aulas teóricas da
universidade na prática, contribuindo, assim, para a formação do engenheiro para
além das salas de aula.
O aeromodelo planador a ser construído deve seguir as seguintes
especificações:
● Dimensões: envergadura de 1 metro;
● Material: livre;
● Asa com perfil aerodinâmico;
● Características de voo planador.
5

As exigências a serem cumpridas são as seguintes:


Primeira etapa: o planador deve realizar um voo sem restrições quanto à
direção, e deverá executar o maior deslocamento possível em relação ao ponto de
lançamento.
Segunda etapa: o planador deve realizar um voo retilíneo, e deverá executar
o maior deslocamento possível em relação ao ponto de lançamento, dentro de um
corredor com largura de 2,5 metros,
Ao cumprir esses requisitos, o aeromodelo planador demonstrará seu
desempenho de acordo com as especificações estabelecidas.

1.2. Metodologia
O projeto como um todo, bem como o relatório em questão, foi realizado em
grupo de forma colaborativa. O trabalho definitivo foi o resultado final da junção das
ideias e trabalhos realizados por todos.
Após a discussão da forma e modelo do planador, bem como os materiais e
utensílios a serem utilizados, iniciou-se uma pesquisa na internet a fim de se
verificar a melhor maneira de se construir suas partes, como asas, fuselagem e a
empenagem. Após a execução do esboço para concretização de medidas, execução
do projeto e testes feitos pelos membros do grupo, foram coletados dados para a
elaboração deste relatório. Os mesmos passos foram realizados com o protótipo II,
destacando-se assim, a importância da análise de dados retirados do primeiro,
seguido de correções e melhorias no segundo, sendo visível a evolução entre os
dois.
6

2. DESENVOLVIMENTO
Todo o desenvolvimento do projeto foi feito em dois protótipos, já que o inicial
não cumpria com exigências para a segunda etapa de lançamento, que serão
abordadas mais à frente. Assim, foi possível perceber, a partir dos resultados do
primeiro, possíveis erros de construção - ainda quando o grupo não tinha prática
com o manuseio dos materiais utilizados - que foram corrigidos no segundo
protótipo. Essa abordagem, utilizando dois protótipos, demonstra a importância do
aprendizado contínuo e da melhoria persistente durante o desenvolvimento de
projetos. Por meio da análise dos resultados, identificação de erros e correção de
falhas, o grupo pôde progredir e alcançar um nível mais avançado de construção,
evidenciando a capacidade de adaptação e a busca pela excelência no processo de
desenvolvimento do projeto.

2.1. Protótipo I
A construção do primeiro protótipo se deu início na mesma semana em que o
projeto foi proposto pelo professor. Inicialmente, foi discutida a ideia de se construir
um planador com varetas de fibra de vidro ou bambu de forma que realizassem a
função de longarinas e “braços” da fuselagem, que dariam sustentação à aeronave,
como mostrado na figura 1.

Figura 1: Exemplo de planador tipo treliça

Fonte: http://e-voo.com/viewtopic.php?f=2&t=61108
7

No entanto, devido às dificuldades impostas pela construção do projeto, e,


através da recomendação de um dos veteranos do curso, o grupo optou pela
construção de uma aeronave de isopor, em que suas peças, separadamente, seriam
inteiriças e maciças, como mostrado na figura 2, o que tornaria o projeto mais
economicamente viável e simplificado.

Figura 2: Planador em isopor, somente

Fonte: https://outerzone.co.uk/images/_thumbs/models_more/6920/012.jpg

2.1.1. Materiais I
− Placas de isopor tipo P3;
− Palitos de bambu para churrasco;
− Cola de silicone para isopor;
− Fita adesiva;
− Fita crepe;
− Fita isolante;
− Moedas diversas;
8

− Lixas 120 e 220;


− Estilete;
− Tesoura;
− Fonte de computador 12 V;
− Fios de de cobre e aço;
− arco de madeira;
− Elásticos de dinheiro;
− Papel contact transparente.

2.1.2. Fuselagem I
A fuselagem de uma aeronave nada mais é do que o seu corpo principal, que
abriga a cabine, passageiros, cargas, e é também onde ficam anexadas todas as
estruturas, como as asas, empenagens, motores e outros componentes. Ademais,
ela é projetada com o objetivo de oferecer suporte estrutural completo à aeronave,
garantir a segurança dos ocupantes, acomodar cargas e sistemas essenciais de
operação e contribuir para a eficiência aerodinâmica durante o voo.
Existem inúmeros tipos e variações de fuselagens, sendo divididas,
basicamente, em três tipos: fuselagem treliçada, monocoque e semi-monocoque.
A fuselagem do tipo treliça é composta por uma estrutura de vigas e
barras interconectadas, formando uma rede de treliças que oferece resistência e
rigidez, comumente encontrada em aeronaves mais antigas e de menor porte. A
fuselagem monocoque, por sua vez, é construída com uma estrutura contínua, onde
a própria parede externa da aeronave é responsável por suportar as cargas
aerodinâmicas, amplamente utilizada aviões comerciais e jatos executivos. Já a
fuselagem semi-monocoque é uma variação da fuselagem monocoque, onde a
carga é distribuída tanto pela pele externa quanto por estruturas internas, como
longarinas e quadros. É comumente encontrada em aeronaves maiores, como
aviões de médio e grande porte. Os três tipos fundamentais de fuselagem podem
ser representadas a seguir:
9

Figura 3: Fuselagem tipo treliça

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Fuselagem

Figura 4: Fuselagem tipo monocoque

Fonte:
https://nascidosparavoar.wordpress.com/comissario-de-bordo/bloco-4/cga-conhecim
entos-gerais-de-aeronaves/cga-1-conhecimento-tecnicos-de-aeronaves/
10

Figura 5: Fuselagem tipo semi-monocoque

Fonte: https://aerotoolbox.com/fuselage-structure/

No entanto, o grupo decidiu que a fuselagem seria confeccionada toda em


isopor, assemelhando-se ao tipo semi-monocoque, simplificando o processo de
fabricação da fuselagem. Assim, seria necessário somente o corte da placa de
isopor do tipo P3 e acabamento a fim de deixar a estrutura com caráter
aerodinâmico.
Inicialmente, modelos de planadores foram pesquisados a fim de se obter um
tipo de fuselagem que fosse possível de ser construída a partir dos materiais
listados. Assim, chegou-se na conclusão que o grupo construiria uma fuselagem
semelhante à representada na figura 5:
11

Figura 6: Fuselagem usada como referência

fonte: https://www.clasf.com.br/q/aeromodelo-planador/

Antes da construção da fuselagem propriamente dita, foi necessário o


estabelecimento de medidas consideradas proporcionais a um planador em escala
real pelo pelo grupo. Considerando-se a fuselagem um parelelepípedo retângulo,
definiu-se, então, que a fuselagem teria 75 cm de comprimento, o que representa
uma razão de 75% quando comparada à asa de 1m, 6 cm de largura máxima e 8 cm
de altura.
Além disso, há um estreitamento nas duas pontas da fuselagem a fim de
torná-la mais aerodinâmica. De ambos os lados este afunilamento inicia-se a 16 cm
de cada um dos lados e resulta em um retângulo em cada ponta, com a do nariz
tendo 3 cm por 2,5 cm e a da cauda tendo 5 cm por 2,5 cm. Para a fixação das asas,
foram colocados 2 palitos de churrasco na parte posterior da aeronave, onde seriam
presos os elásticos que passam pela asa. O resultado pode ser visualizado a seguir:
12

Figura 7: Fuselagem Protótipo I

Fonte: Autoral

2.1.3. Asa I
A asa é o membro vital de uma aeronave, sendo ela a principal responsável
pela sustentação do planador no ar, devido às resultantes aerodinâmicas. Assim,
essa estrutura recebeu o maior cuidado de todo o projeto, na tentativa da redução
de possíveis erros relacionados à sua construção, tanto que o modelo escolhido e
sua forma de fabricação quase não se alterou no protótipo II.
Inicialmente, optou-se pela construção de duas semi-asas, a fim de ser
possível a construção do diedro durante a montagem. Foram definidas que ambas
teriam 50 cm de comprimento, de forma retangular.
Para a construção de um perfil aerodinâmico eficiente, decidiu-se que o
modelo utilizado seria o Clark Y, que pela análise do grupo e recomendação dos
professores, seria o perfil mais adequado para este planador, já que atende aos
requisitos necessários do projeto, ou seja, para uma aeronave que operará em
baixas velocidades, e é relativamente simples de ser executado, levando-se em
consideração que o perfil seria moldado em isopor a partir de placas planas. O perfil
Clark Y pode ser observado na figura a seguir:
13

Figura 8: Perfil Clark Y

Fonte:
https://www.researchgate.net/figure/Scaled-schematic-of-Clark-Y-airfoil_fig6_281824169

Tendo o perfil supracitado como base, definiu-se uma corda - distância do


bordo de ataque ao bordo de fuga do perfil - de 15 cm, e uma espessura máxima de
3 cm. Para a confecção da asa propriamente dita, um cortador de isopor foi
construído, utilizando-se uma fonte de computador 12 V e uma haste de madeira.
O grande problema de construção da asa é a desproporcionalidade e a falta
de homogeneidade da peça durante a sua confecção. Assim, a fim de obter-se um
perfil constante ao longo de toda a asa, foi construído um arco de madeira e fio de
aço, de modo que o fio ficasse suficientemente tensionado para mantê-lo reto. Isso
evita que duas pessoas tenham que segurar o fio, uma de cada lado do perfil,
tornando-o menos simétrico e com erros de construção, já que as duas pessoas
teriam que executar o mesmo movimento espelhado em perfeita sincronia.
14

Figura 9: Cortador de Isopor

Fonte: Autoral

Com o cortador de isopor em mãos, iniciou-se o processo de corte das placas.


O perfil Clark Y, depois de cortado em uma chapa de papelão, foi colado dos dois
lados da placa de isopor, alinhados, para servir de referência ao passar o fio quente
no isopor, como mostrado a figura 10.
Figura 10: Referência de corte
15

Fonte: Autoral

Figura 11: Asa Já cortada

Fonte: Autoral

Depois de cortadas, as semi-asas, já estavam prontas para serem coladas


uma na outra. No entanto, o diedro ainda precisava ser estabelecido. Para tal,
utilizou-se um vídeo do canal do YouTube "Manual do Mundo" como fonte de
referência (Manual do Mundo, 2020, 17:18). O vídeo selecionado foi intitulado
"COMO FAZER UM AEROMODELO DE CONTROLE REMOTO". Conforme
instruções apresentadas no vídeo, as duas semi-asas deveriam ser inclinadas em
relação a uma mesa a noventa graus do chão, e posteriormente tinham suas
junções lixadas paralelamente à borda da mesa, fazendo com que a angulação das
duas semi-asas fosse exatamente a mesma. Após isso, as semi-asas foram coladas,
com um diedro de aproximadamente 5° e enteladas com papel contact.
16

2.1.4. Empenagem I
A empenagem de um avião é a parte traseira da aeronave, composta pelo
estabilizador horizontal, estabilizador vertical e superfícies de controle associadas.
Ela desempenha um papel crucial no controle de voo e estabilidade longitudinal e
direcional da aeronave.
Existem diferentes configurações de empenagem, como a convencional ou
padrão, em T, em V, em V invertido, cruciforme, dentre outras, cada uma com
características aerodinâmicas e de controle específicas. A escolha do tipo de
empenagem depende do projeto da aeronave e de suas necessidades, visando a
estabilidade, controle direcional e eficiência durante o voo.

Figura 12: Tipos de Empenagem

Fonte:
https://fernandoportoprofessorengenheiro.files.wordpress.com/2019/03/dg3-06-aerodinamica
-dos-estabilizadores-v4.pdf
17

Dessa forma, foi escolhida a empenagem do tipo padrão ou convencional,


devido à sua maior simplicidade e eficiência, já que é utilizada na grande maioria
das aeronaves. As empenagens foram construídas utilizando-se três trapézios
cortados no isopor, com o lado maior medindo 15 cm (mesma medida da corda da
asa), lado menor medindo 10 cm, e altura do trapézio medindo 20 cm. Além disso,
as empenagens tinham espessura máxima de 1 cm. Depois de cortadas na chapa
com o auxílio do cortador de isopor, foram lixadas até se atingir o perfil simétrico, em
forma de “gota”, desejado.
Após cortada e lixadas, as empenagens foram envolvidas também no papel
contact e fixadas com cola e auxílio de palitos de churrasco na traseira da
fuselagem. O resultado pode ser visualizado na figura a seguir:

Figura 13: Empenagem Protótipo I

Fonte: Autoral

2.1.5. Testes e Correções I


Com o planador todo montado, fez-se necessária a adição de pesos em seu
nariz, a fim de deslocar o CG (centro de gravidade) para frente. Para fazer isso,
foram coladas, utilizando-se fita isolante, onze moedas variadas na ponta do avião,
sempre realizando o teste com os dedos na asa da aeronave para verificar
18

tendências de massa para frente ou para trás, até atingir a posição ideal, no primeiro
terço da asa.
Ao serem realizados os testes de planeio, foram registrados resultados
positivos, levando-se em consideração que era o primeiro protótipo. Os vôos, em
média, superaram a marca dos 15 metros. No entanto, a aeronave sofria constantes
desvios para a esquerda. O grupo então, colocou uma moeda para fornecer peso à
asa direita, a fim de impedir o movimento de rolagem da aeronave, que estava
claramente desbalanceada, levando-se em consideração o eixo de simetria
longitudinal. Após a adição do peso na asa direita, o desvio foi minimizado, o que o
grupo deu como suficiente para as exigências da primeira etapa de lançamento.

Figura 14: Protótipo I - Final

Fonte: Autoral

2.2. Protótipo II
O segundo protótipo foi construído na semana do dia 20 de maio de 2023,
com o objetivo de desenvolver um aeromodelo mais robusto, utilizando
predominantemente o isopor como material estrutural. Desta vez, o design do
aeromodelo foi inspirado em formatos modernos de planadores reais, na tentativa
de garantir um alto nível de semelhança aerodinâmica e características de voo. O
19

mesmo protótipo foi utilizado no dia 23 de junho de 2023 na segunda etapa de


lançamento.

2.2.1. Materiais II
− Isopor tipo P3;
− Palitos de bambu para churrasco;
− Cola de silicone para isopor;
− Fita adesiva;
− Folha de EVA;
− Fita crepe;
− Fita de entelagem na cor branca;
− Fita isolante;
− Chumbada para pesca;
− Lixas 120 e 220;
− Estilete;
− Tesoura;
− Pasta de plástico para papel;
− Elásticos de dinheiro.

2.2.2. Fuselagem II
A fim de se obter uma aeronave resistente e realmente aerodinâmica para o
protótipo II, foi utilizada como referência um modelo de planador real, como
observado na figura a seguir:
Figura 15: Modelo de inspiração
20

Fonte: https://www.ej.com.br/cursos-para-piloto/curso-de-introducao-ao-voo-a-vela

Objetivando manter as proporções acima, foram escolhidas as seguintes


medidas: fuselagem com 65 cm de comprimento, com corte transversal na forma
aproximada de uma elipse, com eixo maior medindo 10 cm e eixo menor medindo 7
cm, que diminui até chegar na cauda, onde seu eixo maior mede 4 cm e seu eixo
menor mede 2,5 cm. Depois de cortada com o auxílio de um estilete, toda a
fuselagem foi lixada e aperfeiçoada com lixas 120 e 220 respectivamente, e, para
dar o acabamento final, foi envelopada com fita própria para entelagem na cor
branca. Tudo isso para o melhor desempenho de voo possível. Além disso,
diferentemente do 1° protótipo, foram acoplados dois suportes feitos em EVA, a fim
de deixar as asas estáveis e a aeronave simétrica.

Figura 16: Fuselagem Protótipo II


21

Fonte: Autoral

2.2.3. Asa II
A construção da segunda asa seguiu quase que sem alterações. O modelo do
perfil utilizado foi o mesmo, com a única alteração sendo sua escala. Nesse sentido,
a corda do perfil foi diminuída de 15 cm para 12,5 cm, e a espessura da asa, por
conseguinte, passou de 3 cm para 2,5 cm. Apesar de diminuir a sustentação da
aeronave, essa diminuição da área total da asa e sua espessura foi feita objetivando
a diminuição do arrasto sofrido pela aeronave, aumentando assim, sua eficiência.
Além disso, depois de construída, a asa foi coberta com a mesma fita de
entelagem utilizada na fuselagem. Diferentemente do primeiro modelo feito, foram
colados pequenos “palitos” recortados em pasta de papel nos dois bordos da asa,
onde são presos os elásticos, evitando, assim, a deformação excessiva da asa.

Figura 17: Asa do Protótipo II


22

Fonte: Autoral

2.2.4. Empenagem II
O grupo decidiu manter a empenagem do tipo convencional no segundo
protótipo, devido aos motivos já citados. No entanto, de acordo com as
recomendações de um dos veteranos, o grupo decidiu diminuir as dimensões das
empenagens, para que ficassem mais proporcionais a um planador real, e também,
porque uma empenagem do tamanho antigo poderia contribuir para dar comando
excessivo à aeronave, o que poderia estar fazendo ela desviar de seu percurso, que
deveria ser retilíneo.
Para tal, decidiu-se usar pedaços de pasta de papel, do mesmo tipo utilizado
nas asas, para construir as empenagens. Esse material foi usado pois é
relativamente fino, leve, maleável e pode ser facilmente manipulado. Assim foram
cortados na pasta novos três trapézios retos, porém agora, de medidas: 12 cm de
base maior, 6 cm de base menor e 13 cm de altura, colados entre si e fixados na
fuselagem utilizando-se o mesmo procedimento anterior

Figura 18: Empenagem do Protótipo II


23

Fonte: Autoral

2.2.5. Testes e Correções II


Com o protótipo montado e em mãos, observou-se a necessidade de se
ajustar o CG do aeromodelo, que estava ainda mais pesado que sua versão anterior.
Para isso utilizou-se de 6 chumbadas para pesca de 6 g cada e uma de 20 g,
totalizando 56 gramas no total. Um furo foi feito no nariz da aeronave e, depois de
colocados, os pesos foram fechados e cobertos com fita isolante na parte dianteira
da aeronave.
No entanto, os pesos não foram colocados todos de uma vez. Foram postos
um a um, com o maior deles sendo o primeiro, e seguidos de testes a cada peso
colocado a mais. Com o centro de gravidade da aeronave já estabelecido e após
algumas correções e ajustes de simetria, o planador demonstrou um desempenho
satisfatório e alcançou os objetivos pré-estabelecidos no âmbito do projeto de forma
bem-sucedida, tendo seu deslocamento máximo dentro da faixa estabelecida de 15
metros e 10 centímetros, aproximadamente.
24

Figura 19 : Protótipo II - Final

Fonte: Autoral
25

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Tendo em vista o projeto proposto, e com base nas aulas de Fundamentos de
Aeronáutica I, ministradas pelo professor Odenir, os integrantes do grupo foram capazes de
cumprir com os objetivos pré-estabelecidos ao aplicar os conhecimentos adquiridos na
compreensão dos princípios aerodinâmicos, configuração da asa e dinâmica de voo do
planador. Essa sólida base teórica proporcionou embasamento científico necessário para o
desenvolvimento do projeto de forma eficiente e coerente com as exigências propostas.
Para tal, os integrantes, sempre que se fazia necessário, trocavam ideias de projetos e
ajustes técnicos para o planador, seja em reuniões no campus Santa Mônica, na casa de um
dos participantes, ou em conversas online, com o objetivo de desenvolver uma abordagem
colaborativa e eficiente na busca de soluções para os desafios enfrentados no processo de
construção e aprimoramento do planador.
Consequentemente, os voos realizados apresentaram uma excelente performance,
cumprindo, com certa tranquilidade, os objetivos estabelecidos das baterias, propostas
anteriormente pelo professor.
Assim, no primeiro voo, o grupo obteve êxito, tendo destaque em 5 das 8 baterias
realizadas. Levando-se em consideração a distância, o grupo obteve os seguintes resultados:

Lançamento 1° 2° 3° 4° 5° 6° 7° 8°

Distância 13,90 m 17,10 m 17,35 m 19,62 m 13,87 m 14,40 m 17,90 m 20,67 m

Assim, no geral, o grupo obteve uma média de 16,85 m, sendo o seu melhor
lançamento de 20,67 m e o pior lançamento de 13,87 m.
Já na segunda etapa de voo, o grupo em questão conseguiu atingir com sucesso os
seguintes requisitos estabelecidos: voo retilíneo, com margem de 2,5 metros de largura. As
distâncias alcançadas foram as seguintes:

Lançamento 1° 2° 3° 4° 5° 6° 7° 8°

Distância 14,00 m 12,10 m 12,90 m 13,00 m 9,70 m 12,20 m 14,00 m 15,10 m


26

Com isso, o grupo obteve destaque em 4 das 8 baterias realizadas, com uma média
de 12,87 m, sendo o seu melhor lançamento de 15,10 m e o pior lançamento de 9,70 m.
A diminuição da média era esperada, uma vez que no segundo voo, o desvio deveria
ser mínimo. Consequentemente, a distância de planeio dentro da faixa delimitada se
encurta, já que qualquer desvio, seja por erro de lançamento ou erro de construção, poderia
comprometer a precisão e eficiência do voo a longas distâncias.
27

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A conclusão exitosa do projeto, sob a orientação do prof. dr. Roberto de Souza
Martins, trouxe aprendizados valiosos aos integrantes envolvidos, tanto de noções gerais
sobre tudo que envolve o projeto de um planador, quanto às barreiras e desafios que
precisaram ser quebrados para realizá-lo com excelência.
Tendo em vista o voo retilíneo, o grupo apresentou certa dificuldade em manter o
planador voando longas distâncias num corredor de 2,5 metros de largura. Portanto, seria
preciso melhorá-lo nesse quesito caso houvesse um próximo voo.
No âmbito do projeto, os estudantes tiveram a oportunidade de aprofundar seu
conhecimento sobre a mecânica de voo de um planador real, compreendendo em maior
profundidade o funcionamento das asas, estabilizadores e fuselagem. Essa imersão
permitiu-lhes explorar os aspectos técnicos e aerodinâmicos envolvidos, assim como adquirir
um entendimento mais abrangente sobre as complexidades dessa área de estudo.
Além disso, os alunos puderam confrontar-se diretamente com os desafios e
dificuldades enfrentados durante o processo de projeto e construção do planador,
aprimorando suas habilidades de resolução de problemas e desenvolvendo um maior apreço
pela engenharia aeronáutica. Essa experiência prática e enriquecedora proporcionou aos
participantes uma visão mais realista do campo da aviação, permitindo-lhes aplicar seus
conhecimentos teóricos para além das salas de aula.
Portanto, é possível concluir que o projeto trouxe elementos cruciais para o
desenvolvimento profissional e aprendizado acadêmico dos estudantes do grupo, bem como
proporcionou uma imersão prática e enriquecedora no campo da aeronáutica, preparando
os integrantes para novos desafios e oportunidades na área prática.
28

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CGA 1 – Conhecimento Técnicos de Aeronaves. Disponível em:


<https://nascidosparavoar.wordpress.com/comissario-de-bordo/bloco-4/cga-conheci
mentos-gerais-de-aeronaves/cga-1-conhecimento-tecnicos-de-aeronaves/>. Acesso
em: 25 jun. 2023.

EJ - Escola de Aviação Civil. Disponível em:


<https://www.ej.com.br/cursos-para-piloto/curso-de-introducao-ao-voo-a-vela>.
Acesso em: 25 jun. 2023.

PORTO, F. Disciplina: Aerodinâmica. Disponível em:


<https://fernandoportoprofessorengenheiro.files.wordpress.com/2019/03/dg3-06-aero
dinamica-dos-estabilizadores-v4.pdf>. Acesso em: 25 jun. 2023.

WIKIPEDIA CONTRIBUTORS. Fuselagem. Disponível em:


<https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Fuselagem&oldid=64228652>.
Acesso em: 25 jun. 2023.

WOOD, A. Aircraft fuselage structural design and layout. Disponível em:


<https://aerotoolbox.com/fuselage-structure/>. Acesso em: 25 jun. 2023.

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