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Emergencias Quimicas 2015 Acadebommg-1-1
Emergencias Quimicas 2015 Acadebommg-1-1
EMERGÊNCIAS QUIMICAS
Material: 2015
Revisão: Handerson Fabio Alves
SUMÁRIO
1. LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA..................................................... 2
1.1 TRANSPORTE RODOVIÁRIO............................................................ 2
1.2 TRANSPORTE MARÍTIMO................................................................ 4
1.3 TRANSPORTE FERROVIÁRIO.......................................................... 4
2. CONCEITOS, CLASSIFICAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO............. 5
2.1 CONCEITOS......................................................................................... 5
2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS PERIGOSOS............................ 6
2.3 FORMAS DE IDENTIFICAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS......... 11
3. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO.......................................... 23
3.1 OBJETIVOS......................................................................................... 23
3.2 AR RESPIRÁVEL EM CONDIÇÕES NORMAIS.................................. 23
3.3 CONCENTRAÇÃO – IPVS................................................................... 23
3.4 FILTROS QUÍMICOS........................................................................... 23
3.5 NÍVEIS DE PROTEÇÃO....................................................................... 24
4. PROCEDIMENTOS EM EMERGÊNCIA................................... 27
4.1 OBJETIVOS......................................................................................... 27
4.2 ZONAS DE TRABALHO...................................................................... 27
4.3 EQUIPES DE ATUAÇÃO NO CENÁRIO DA EMERGÊNCIA............. 29
5. RESGATE DE VÍTIMAS............................................................ 39
5.1 DESCONTAMINAÇÃO DE VÍTIMAS E SOCORRISTAS.................... 40
6. REFERÊNCIAS......................................................................... 43
CURSO DE FORMAÇÃO DE BOMBEIRO PROFISSIONAL CIVIL – MÓDULO EMERGÊNCIAS QUÍMICAS 2
1. LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Considerando que o objetivo deste curso não abrange uma análise aprofundada da
legislação que rege a movimentação e manuseio de produtos perigosos citamos a
legislação abaixo para conhecimento geral dos instruendos, a saber:
• Legislação Ambiental:
Art. 1.º O transporte, por via pública, de produto que seja perigoso ou
represente risco para a saúde de pessoas, para a segurança pública ou
para o meio ambiente, fica submetido às regras e procedimentos
estabelecidos neste Regulamento, sem prejuízo do disposto em legislação
e disciplina peculiar a cada produto.
Parágrafo 1º. Para os efeitos deste Regulamento‚ é produto perigoso o
relacionado em Portaria do Ministério dos Transportes.
Parágrafo 2º. No transporte de produto explosivo e de substância
radioativa serão observadas, também, as normas especificas do Ministério
do Exército e da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN,
respectivamente. (R-105 e Res 5.01 - CNEN).
[...]
[...]
[...]
SOLAS 1974 - (International Convention for the Safety of the Life at Sea) - É a
Convenção Internacional para a Segurança Marítima. Contém as disposições
obrigatórias que regem o transporte de Produtos Perigosos.
OBJETIVOS:
2.1. CONCEITOS
Exemplos:
______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Exemplos:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
• Subclasse 1.2 - Substâncias e artigos com risco de projeção, mas sem risco
de explosão em massa. Ex.: Artigos Pirofóricos;
• Subclasse 1.3 - Substâncias e artigos com risco de fogo e com pequeno risco
de explosão, de projeção ou ambos, mas sem risco de explosão em massa.
Ex: Cartuchos para sinalização;
Gás é uma substância que a 50ºC tem a pressão de vapor superior a 300 KPa, ou,
ainda, é completamente gasoso na temperatura de 20ºC e na pressão normal de
101,3 KPa.
A Classe 2 está dividida em três subclasses, com base no risco principal que os
gases apresentam durante o transporte:
Sempre quando se tratar de gases deve-se analisar o risco principal do produto pelo
2º número. Por exemplo, os gases venenosos (tóxicos) poderiam ser incluídos na
subclasse 6.1, porque seu caráter venenoso é o risco principal, porém está definido
com o n.º de risco 26.
Cuidados especiais:
1- Os veículos devem ser adaptados para que vapores do produto não entrem na
cabine;
2- Os produtos devem ser protegidos contra o calor nos níveis de prescrição de cada
um;
• Painel de Segurança
• Rótulo de Risco
• Ficha de Emergência
• Nota Fiscal
• Diamante de Hommel
PAINEL DE SEGURANÇA
Painel retangular de cor alaranjado, indicativo de transporte rodoviário de
produtos perigosos, que possui inscrito, na parte superior o NÚMERO DE
IDENTIFICAÇÃO DE RISCO DO PRODUTO e, na parte inferior, o NÚMERO
QUE IDENTIFICA O PRODUTO (ONU).
Este painel de segurança (placa laranja) deve ser afixado nas laterais, traseira e
dianteira do veículo. É constituído de quatro algarismos (número da ONU) e o
número de risco.
Exemplo:
Proibição de água
Número ONU
2257
NÚMERO DE RISCO
Este número é constituido por dois ou três algarismos e se necessário a letra “X”.
Quando for expressamente proibido o uso de água no produto perigoso deve ser
cotada a letra X, no início, antes do número de identificação de risco.
A
ALLG
GAAR
RIIS
SMMO
O S
SIIG
GNNIIFFIIC
CAAD
DOOD DO
OA ALLG
GAAR
RIIS
SMMO
O
2 Gás
3 Líquido inflamável
4 Sólido inflamável
5 Substância oxidante ou peróxido orgânico
6 Substância tóxica
7 Substância radioativa
8 Substância corrosiva
9 Substâncias Perigosas Diversas
A
ALLG
GAAR
RIIS
SMMO
O S
SIIG
GNNIIFFIIC
CAAD
DOOD DO
OAALLG
GAAR
RIIS
SMMO
O
0 Ausência de risco subsidiário
1 Explosivo
2 Emana gás
3 Inflamável
4 Fundido
5 Oxidante
6 Tóxico
7 Radioativo
8 Corrosivo
9 Perigo de reação violenta
OBSERVAÇÕES:
− Na ausência de risco subsidiário deve ser colocado como 2º algarismo o zero.
− No caso de gás nem sempre o 1º algarismo significa o risco principal.
− A duplicação ou triplicação dos algarismos significa uma intensificação do risco.
EXEMPLOS:
30 = INFLAMÁVEL;
33 = MUITO INFLAMÁVEL;
333 = ALTAMENTE INFLAMÁVEL
RÓTULO DE RISCO
Losango que representa simbolos e/ou expressões emolduradas, referentes à
classe do produto perigoso. Ele é fixado nas lateriais e traseira do veículo de
transporte. Os rótulos de risco possuem desenhos e números que indicam o
produto perigoso. Quanto à natureza geral, a cor de fundo dos rótulos é a
mais visível fonte de identificação da classe de um produto perigoso.
C
COOR
REES
S S
SIIG
GNNIIFFIIC
CAAD
DOO
Laranja
Vermelho
Verde
Branco
Azul
Amarelo
Preto/Branco
Amarelo/Branco
Vermelho/Branco Listrado
OBSERVAÇÕES:
CLASSE 1 = EXPLOSIVOS
Substâncias submetidas a transformações químicas extremamente rápidas e que
produzem grandes quantidades de gases e calor. Muitas das substâncias
pertencentes a esta classe são sensíveis ao calor, ao choque e à fricção. Já outros
produtos da mesma classe necessitam de um intensificador para explodirem.
CLASSE 2 = GASES
Esta classe compreende os gases comprimidos, os liquefeitos, os dissolvidos sob
pressão ou, ainda, os altamente refrigerados, ditos criogênicos. Em caso de
vazamentos ou fugas, os gases tendem a ocupar todo o ambiente, mesmo quando
possuem densidade diferente da do ar atmosférico. Além do risco inerente ao seu
estado físico, os gases podem apresentar riscos adicionais, como, por exemplo,
inflamabilidade, toxidade, poder de oxidação e corrosividade, entre outros.
CLASSE 8 = CORROSIVOS
São substâncias que, por ação química, causa severos danos em contato com
tecidos vivos. Basicamente, existem dois principais grupos de materiais que
apresentem estas propriedades, os ácidos e as bases.
C
CLLA
ASSS
SEED
DEER
RIIS
SCCO
OPPR
RIIM
MÁÁR
RIIO
O
CLASSE 1 – EXPLOSIVOS
CLASSE 2 – GASES
CLASSE 8 - CORROSIVOS
C
CLLA
ASSS
SEED
DEER
RIIS
SCCO
OSSU
UBBS
SIID
DIIÁ
ÁRRIIO
O
CLASSE 1 – EXPLOSIVOS
CLASSE 2 – GASES
CLASSE 8 – CORROSIVOS
C
CLLA
ASSS
SEE S
SUUB
BCCLLA
ASSS
SEE S
SIIG
GNNIIFFIIC
CAAD
DOOS
S
Classe 1 Explosivos
Subclasse 1.1 Substâncias e artefatos com risco de explosão em massa
Subclasse 1.2 Substância e artefatos com risco de projeção
Subclasse 1.3 Substância e artefatos com risco predominante de fogo
Subclasse 1.4 Substância e artefatos que não apresentam riscos
significativos
Subclasse 1.5 Substâncias pouco sensíveis
Subclasse 1.6 Substâncias extremamente insensíveis
Classe 2 Gases
Subclasse 2.1 Gases inflamáveis
Subclasse 2.2 Gases comprimidos não tóxicos e não inflamáveis
Subclasse 2.3 Gases tóxicos por inalação
D
DIIA
AMMA
ANNTTE
EDDE
EHHO
OMMM
MEELL
VERMELHO – INFLAMABILIDADE
4 – Gases inflamáveis, líquidos muito voláteis, materiais pirotécnicos
3 – Produtos que entram em ignição a temperatura ambiente
2 – Produtos que entram em ignição quando aquecidos moderadamente
1 – Produtos que precisam ser aquecidos para entrar em ignição
0 – Produtos que não queimam
AMARELO – REATIVIDADE
4 – Capacidade de detonação ou decomposição com explosão à temperatura
ambiente
3 – Capacidade de detonação ou decomposição com explosão quando exposto à
fonte de energia severa
2 – Reação química violenta possível quando exposto a temperaturas e/ou pressões
elevadas
1 – Normalmente estável, porém pode se tornar instável quando aquecido
0 – Normalmente estável
OBJETIVO DO MANUAL
AS SEÇÕES DO MANUAL
SEÇÃO AZUL: A seção azul identifica o produto pelo seu nome comercial, servindo
para se associar o mesmo à sua respectiva guia de emergência e ao número da
ONU.
A seção laranja possui 62 guias, divididas em função dos riscos potenciais, como:
fogo ou explosão e risco à saúde; atribuições da segurança pública, como
vestimentas de proteção e evacuações; e, trás ainda, ações de emergência em caso
de vazamento e derramamento, fogo e os primeiros socorros em caso de vítimas.
OBSERVAÇÕES:
• A letra “P” seguida do número da guia indica produtos que podem polimerizar
de forma violenta pelo calor ou por contaminação.
• Polimerização é a denominação dada à reação química que a partir de
moléculas simples (monômeros) produzem macromoléculas (polímeros),
normalmente de forma extremamente exotérmica.
• Os produtos destacados em verde indicam que possuem riscos especiais
(tóxicos por inalação ou em contato com a água produzem gases tóxicos).
Requerem um tratamento especial quanto ao isolamento e distanciamento.
AVALIAÇÃO
PEQUENOS GRANDES
DERRAMAMENTOS DERRAMAMENTOS
Provenientes de Provenientes de
embalagens pequenas uma embalagem grande
ou um pequeno ou de diversas
vazamento de uma embalagens pequenas
embalagem grande
A seguir, A seguir,
Primeiro, PROTEJA as Primeiro, PROTEJA as
ISOLE pessoas no ISOLE pessoas no
em todas sentido do em sentido do
as vento todas as vento
ONU NOME DO C.R GUIA direções DIA NOITE direções DIA NOITE
PRODUTO
1017
1026
1036
ÓXIDO
NÍTRICO
PERÓXIDO DE
NITROGÊNIO
PARALDEÍDO
1541
1008
AMÔNIA,
ANIDRA,
LIQUEFEITA
MONÓXIDO DE
CARBONO
3. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
3.1. OBJETIVOS
_______________________________________________________________
1. Concentração do contaminante;
2. Compatibilidade do filtro;
3. Concentração de oxigênio.
4. PROCEDIMENTOS EM EMERGÊNCIA
4.1. OBJETIVOS:
Toda área de acidente com produto perigoso deverá estar sob rigoroso
controle. O método utilizado para prevenir ou reduzir a migração dos
contaminantes é a limitação da cena de emergência em zonas de trabalho. O
emprego de um sistema de três zonas, pontos de acesso e procedimentos de
descontaminação, fornecerá uma razoável segurança contra o deslocamento
de agentes perigosos para fora da zona contaminada ou área de risco.
A divisão das zonas de trabalho deverá ser constituída da forma que segue:
ZONAS DE TRABALHO
Para que todas as ações de emergência sejam tomadas o mais rápido possível
e de maneira ordenada e sistematizada é necessária uma abordagem
integrada da situação, onde várias ações pré-determinadas são
desempenhadas simultaneamente por diferentes membros da equipe com um
objetivo comum, minimizar os efeitos danosos do acidente. De maneira geral a
missão dos Bombeiros nessas ocorrências passa por:
Esta é a função do Comandante da Operação, deve ser ocupada por quem tem
a maior responsabilidade sobre a ocorrência. O COORDENADOR DO SCO
desenvolve as seguintes atividades:
4.3.2. OPERAÇÕES
Caso não seja possível identificar o produto deve-se assumir o pior caso
possível e fazer uso da GUIA 111.
O produto envolvido deve ser identificado antes que qualquer ação seja
tomada, pois é muito provável que estejamos frente a um problema muito sério
e, muitas vezes, mortal. Se o acidente envolve fogo, a reação natural dos
bombeiros é tentar apagar este fogo. Todavia, em muitas emergências com
produtos perigosos, é expressamente proibido o emprego de água, pois esta
pode reagir com o produto químico e formar gases combustíveis ou explosivos.
Como exemplo, citamos o Carbureto de Cálcio e o Sódio Metálico.
Em alguns casos, para que um vazamento seja eliminado, pode ser necessário
apenas o rolamento de um tambor, o fechamento de uma válvula ou o
desligamento de uma bomba.
O trabalho dessa equipe existe para dar suporte à equipe da zona quente. Ele
é dividido conforme o tipo de produto envolvido na ocorrência, a saber:
• LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS.
• Dinâmica do acidente
• Riscos na cena
• Número de vítimas e estado aparente das mesmas
• Dificuldades de resgate
• Recursos adicionais a solicitar
Mantas:
São de fácil aplicação prática e
apresentam excelente velocidade
de absorção. Utilizados em
conjuntos com almofadas e
barreiras.
Tapetes Microfibras:
São de fácil aplicação prática e apresentam excelente
velocidade de absorção. Utilizados em conjuntos com
almofadas e barreiras.
Almofadas:
Apresentam as mesmas vantagens dos tapetes
absorventes, no entanto, por possuírem maior quantidade
de material, são empregadas em áreas onde há o
acúmulo de líquidos (poças).
b) Também deve ser mantido um contato visual constante com a zona quente.
5. RESGATE DE VÍTIMAS
Tratando-se de ocorrências com produtos perigosos, este item deve ser tratado
de forma diferenciado das demais situações que exigem o salvamento de
vítimas, pois na ânsia de socorrer pessoas que tiveram contato com o produto,
direta ou indiretamente, devem ser considerados contaminados. Portanto, não
é aconselhável fazer entradas heróicas para resgate de vítimas sem
Equipamentos de Proteção Individual compatíveis.
Área de Tratamento:
montada próxima a
saída do CRC. Deve
ter fácil acesso de
VTRs.
Toda a extensão do CRC deverá ser bem sinalizada, com restrições para
entrada e saída de pessoal, sendo a chamada “linha quente” obrigatoriamente
o seu início.
Temos empregado com sucesso apenas três bases no CRC, esse número de
bases se deve em parte à quantidade limitada de bombeiros envolvidos na
ocorrência.
1ª BASE / ESTAÇÃO:
• DEPÓSITO DE MATERIAIS
• SACOS PLÁSTICOS
2ª BASE / ESTAÇÃO:
• Reserva de água;
• Lona;
• Piscina;
• 1 balde;
• 2 Cavaletes;
• Oxigênio.
3ª BASE / ESTAÇÃO:
• Cilindros de ar;
• Bancos;
• Lona.
6. REFERÊNCIAS
ABIQUIM, Departamento Técnico, Comissão de Transportes. Manual para
atendimento de emergências com produtos perigosos. 5ª ed. São Paulo,
2006.