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Auxiliar de Farmácia

Auxiliar de Farmácia

“LIVRO DO ALUNO”

Nome: Turma :
Curso : Professor:

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Auxiliar de Farmácia

Curso de Auxiliar de Farmácia

O curso de Auxiliar de Farmácia é um curso profissionalizante que


tem por objetivo capacitar o aluno para atuar em todas as áreas do setor
farmacêutico relacionados a gestão de estoques, dispensação de
medicamentos e correlatos, aviamento de receitas médicas, aferição de
pressão arterial, monitoramento de glicemia, aplicação de medicamentos
injetáveis, cálculo de posologias de medicamentos , intercambialidade de
medicamentos e ética no atendimento. O curso proporciona ao aluno todo
conhecimento legal e prático sobre o funcionamento de estabelecimentos
farmacêuticos e setores afins. Ao final do curso o aluno estará munido de
todo conhecimento necessário para atuar em posição de destaque no
mercado de trabalho.

Áreas de Atuação deste profissional:

Farmácias
Drogarias
Farmácias públicas
Farmácia hospitalar
Distribuidora de medicamentos e correlatos

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Auxiliar de Farmácia

Sumário
➢ História e Cenário Atual do Varejo Farmacêutico.....................................................................5

➢ Papel do Auxiliar de Farmácia no Mercado de Trabalho atual...............................................10

➢ Assistência Farmacêutica
• Conceitos básicos.......................................................................................................11
• Classificação dos medicamentos................................................................................12
• Regras gerais de armazenamento e conservação de medicamentos...........................13

➢ Abordagem Farmacológica
• Formas Farmacêuticas...............................................................................................19
• Vias de Administração de Medicamentos ................................................................20

➢ Apresentações comerciais de medicamentos e Intercambialidade........................................23

➢ Definições de doses a partir de prescrições médicas..............................................................25

➢ Tipos de Receituário..............................................................................................................32

➢ Introdução à Famacologia......................................................................................................42

• Antiinflamatórios, Analgésicos e Antitérmicos.........................................................45


• Antialérgicos..............................................................................................................50
• Antibióticos...............................................................................................................55
• Antiparasitários..........................................................................................................58
• Anti-hipertensivos......................................................................................................68
• Aferição da Pressão Arterial ....................................................................................73
• Hipoglicemiantes......................................................................................................74
• Monitoramento de Glicemia.....................................................................................83

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• Hormônios Tireoidianos...........................................................................................84
• Anticoncepcionais....................................................................................................87
• Ansiolíticos...............................................................................................................92
• Depressão e Antidepressivos....................................................................................95
• Vitaminas e Minerais...............................................................................................100

➢ Aplicação de Injetáveis........................................................................................................107

➢ Atendimento ao Cliente........................................................................................................122

➢ Gestão de Vendas.................................................................................................................127

➢ Gestão de estoques...............................................................................................................128

➢ Layout da Farmácia..............................................................................................................131

➢ Análise de Bulas...................................................................................................................136

➢ Exercícios.............................................................................................................................138

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História e Cenário atual do Varejo farmacêutico no Brasil

História da Farmácia

As primeiras apotecas ou boticas de que se tem notícia surgiram no século X e foram as precursoras
das farmácias modernas, no entanto, desde os primeiros tempos da humanidade, há milênios, a
atividade farmacêutica já era de grande importância para a saúde.

Há mais de 2.600 anos os chineses já desenvolviam seus remédios, extraindo de milhares de


plantas, drogas para a cura das doenças. Os egípcios também já preparavam remédios a partir de
vegetais, sais de chumbo, cobre e ungüentos de banha de leão, hipopótamo, crocodilo e cobra há
mais de 1.500 anos. Na índia, os brâmanes desenvolveram remédios a partir de 600 tipos diferentes
de plantas e os assírios conheceram mais de 200 drogas diferentes.

Na Grécia, as ciências de curar aconteciam nos templos, onde eram pendurados os ex-votos de
doentes que tinham alcançado a cura. Eram utilizadas para a cura as chamadas fórmulas mágicas,
conjuros e procedimentos que talvez hoje seriam vistos como metapsíquicos. As chamadas ciências
de curar foram levadas para fora dos templos.

Hipócrates marcou uma nova era para a cura, sistematizando os grupos de medicamentos e
dividindo-os em narcóticos, febrífugos e purgantes. Na Roma primitiva, foram os escravos que
exerceram a medicina. Alguns tinham relativa cultura e o preparo dos medicamentos era confiado,
exclusivamente, a eles.

A evolução da farmácia, como atividade diferenciada, aconteceu em Alexandria em conseqüência


de um período marcado por guerras, doenças, traições e envenenamentos.

Neste período, por causa das guerras e epidemias, a farmacologia teve um grande impulso,
principalmente para o tratamento de soldados que se acidentavam nas guerras e o cuidado com
pessoas que tentavam o envenenamento.

Os farmacopistas, no início do século II, incrementaram as diversas fórmulas existentes para melhor
atender às necessidades da época. Em Bagdá, os árabes fundaram a primeira escola de farmácia e a
partir desta escola muitas outras foram surgindo. Para melhor eficiência no atendimento, foi criada
neste período uma legislação especial para o exercício da profissão.

Já nos fins do século X surgiu nos conventos da França e Espanha o apotecário, que desempenhava
o papel de médico e farmacêutico. Este "profissional" tinha que conhecer os males e suas curas. Era

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exigido também que pertencesse a uma família honrada, com boa situação econômica, conhecesse o
latim, tivesse boa reputação e apresentasse certidão de cristianismo e moralidade. Tinha ainda que
cultivar as plantas que eram utilizadas na preparação dos medicamentos e trabalhar à vista das
pessoas.

Surgiram depois as apotecas ou boticas, estabelecimentos organizados com uma série de exigências
para o bom funcionamento. Elas possuíam porões, celeiros, despensas, armários, prateleiras,
aparadores, arcas, mesas e cadeiras. No teto era comum pendurar animais empalhados,
principalmente o crocodilo.

O material do apotecário era conservado em caixas de madeira. Os medicamentos destinados ao


tratamento de doenças do estômago eram guardados em caixas de couro e os potes de estanho
conservavam gorduras e pomadas. Recipientes de ferro e chumbo eram utilizados para óleos
medicinais. Os vinhos e vinagres eram guardados em vasos de cerâmica.

Tempos depois estes recipientes foram substituídos por potes de majólica e mais tarde pela
porcelana. Neste período começaram a surgir nas farmácias frascos, garrafas, alambiques, funis,
frascos de medidas, serpentinas, retortas, filtros, peneiras, prensas para extrair o sumo das plantas,
tesouras, espátulas, colheres e piluladores. Do material de trabalho faziam parte: seringas, garrafas
de couro e cânulas. Essas apotecas ou boticas foram as precursoras de nossas farmácias.

História da Farmácia no Brasil

Segundo o Departamento de Farmácia da Universidade Federal de Pernambuco, a história da


farmácia tem início no Brasil com a colonização portuguesa. Os povoadores, náufragos aventureiros
e colonos, utilizavam recursos da natureza para combater as doenças, curar feridas e tratar de
envenenamentos. A fim de combater a hostilidade de alguns nativos os primeiros europeus tiveram
que contornar a adversidade aproximando de maneira amável, e com isso aprenderam com os pajés
a preparar remédios da terra para tratar seus males.

Os remédios da civilização somente estavam disponíveis quando as expedições européias chegavam


ao Brasil com suas esquadras, onde sempre estava presente um cirurgião barbeiro ou algum
tripulante com uma botica à mão sortida de drogas e medicamentos.

Os jesuítas instituíram enfermarias e boticas em seus colégios e disponibilizando um irmão para


cuidar dos doentes e outro para preparar os medicamentos. A princípio os medicamentos vinham do
reino já preparados, mas por inúmeras dificuldades para a chegada dos medicamentos no Brasil
colônia, os jesuítas terminaram por ser os primeiros boticários da nova terra e nos colégios as

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primeiras boticas onde o povo encontrava os medicamentos vindo da metrópole, bem como
remédios preparados com plantas nativas através do aprendizado com os pajés.

As boticas somente tiveram autorização para o comércio em 1640, e então multiplicaram-se, de


norte a sul, dirigidas por boticários aprovados em Coimbra ou pelo delegado comissário na capital
do Brasil, Salvador.

Em 1794, foi adotada a Farmacopéia Geral do Reino de Portugal e Domínios, com autoria do
professor da Universidade de Coimbra, Francisco Tavares. Esta ação buscava a padronização e
regulamentação das boticas.

História Recente do Mercado Farmacêutico no Brasil

Após o Plano Real, o varejo farmacêutico começou a sentir a necessidade de se estruturar e se


capacitar para atuar com profissionalismo e competitividade. Surgiram, então, o modelo
associativista e as franquias, por iniciativa das farmácias e drogarias independentes como forma de
organizar o mercado e ganhar escala de compras.

Em abril de 1999, o Governo Federal criou um órgão regulador e fiscalizador do mercado


denominado ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária, com o desafio de combater a
onda de falsificações que assolou o país no ano anterior (“Microvlar® de Farinha”).

Oito meses depois, foi instaurada a CPI dos Medicamentos, com o intuito de averiguar
irregularidades e escândalos no setor. No mesmo ano, o Ministério da Saúde, por meio da Lei
9.787, instituiu o medicamento genérico no país, de acordo com as normas internacionais adotadas
por Países da Comunidade Européia, EUA e Canadá, além da OMS (Organização Mundial da
Saúde).

Esses principais acontecimentos afetaram todas as esferas do nosso mercado, seja a produção,
distribuição ou dispensação de medicamentos. O que é fato incontestável é que todos que atuam
neste setor tiveram de sair da zona de conforto. Entretanto, nem sempre as mudanças de
comportamento acontecem na mesma velocidade que desejamos.

Muitas atitudes que o mercado precisava tomar não foram tomadas ou, se ocorreram, foram de
forma desorganizada. Entre as atitudes, destaco a volta das indústrias no PDV (Ponto De Venda),
fazendo venda e utilizando o distribuidor como operador logístico.

Com o advento do Medicamento Genérico, as farmácias e drogarias passaram a ter um poder de


decisão até então inexistente, e muitas indústrias farmacêuticas, que em algum momento haviam
delegado aos distribuidores a função de vender medicamentos, viram-se numa situação delicada,
pois todos que já estávam no mercado tinham como premissa que uma receita médica era um

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documento, em que não se devia discutir preço, acesso, troca, produtos semelhantes ou qualquer
outro questionamento era feito.

Literalmente, respeitava-se o que estava prescrito. Mas agora tinha-se o remédio genérico, com
propriedades idênticas às dos chamados éticos (de marca), o que provocou mudanças no mercado.
A partir da implantação desses medicamentos, para as indústrias de propaganda médica não bastava
gerar a receita, era preciso fazer com que o produto prescrito não fosse trocado por outro no balcão
da farmácia.

Iniciou-se então uma corrida desordenada das indústrias no ponto-de-venda, muitas vezes sem uma
proposta concreta de relacionamento ou até mesmo sem um planejamento estratégico daquilo que se
esperava das farmácias.

E, por outro lado, muitos empresários do varejo viam aquela iniciativa como uma forma de
vingança do abandono que havia acontecido nos períodos anteriores. Mas, como todo processo é
evolutivo, essa aproximação melhorou substancialmente, e hoje já é uma realidade incontestável -
mesmo que ainda existam farmacistas que façam resistência, que não acreditam nessa modalidade
de relacionamento.

Atualmente, as maiores indústrias que fazem propaganda médica possuem equipes de profissionais
trabalhando junto ao PDV, e muitas dispõem - ou estão desenvolvendo - de programas de
relacionamento, que contemplam cerca de 12 mil estabelecimentos que representam 75% do
faturamento do mercado farmacêutico nacional.

Com todas mudanças ocorridas nos últimos anos no mercado farmacêutico brasileiro, tornou-se
ainda mais importante a qualificação e aperfeiçoamento profissional dos trabalhadores do setor
farmacista (varejo farmacêutico), devido a competitividade onde os que detém mais o conhecimento
com certeza sobressaem e visualiza-se uma crescimento profissional do mesmo neste senário.

O Brasil está na nona colocação no ranking de faturamento de medicamentos no mercado mundial,


aferindo os dados de IMS Health do Brasil que analisou um número significativo de farmácia
comerciais.

Cenário atual do varejo farmacêutico no Brasil

As farmácias e drogarias são o principal canal de dispensação de medicamentos para a população


brasileira. O Brasil é o 4º mercado de consumo de medicamentos no cenário mundial, segundo o
instituto IMS Health. De acordo com o Conselho Federal de Farmácia (CFF), no Brasil há mais de
60 mil farmácias e drogarias (país com o maior número de farmácias do mundo), com uma
proporção de 3,34 farmácias para cada 10 mil habitantes. A expansão das redes de farmácias e
drogarias ocorreu na década de 80, a partir da informatização dos estoques dos pontos-de-venda e
da diminuição no número médio de funcionários por loja.

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Disputa de Mercado

Entre as alternativas encontradas pelo pequeno varejo para concorrer com as grandes do setor,
destacam-se:

Fomento a uma política de melhoria nos preços;


Melhoria na qualidade de atendimento;
Promoção de serviços adicionais;
Diversificação do mix de produtos;
Desenvolvimento de produtos com marcas próprias.

As grandes redes do varejo farmacêutico no Brasil

O desenvolvimento das redes de farmácias e drogarias se deu, principalmente, a partir da informatização dos
estoques e dos pontos de venda, na década de 80. A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e
Drogarias (Abrafarma) faz um ranking todos os anos considerando o faturamento e número de lojas
das companhias do setor. De acordo com o seu levantamento, referente a 2016, a Raia Drogasil está
no topo da lista.

As maiores redes do País movimentaram R$ 20,48 bilhões. Em meio a fusões e aquisições, acredita-
se que as vendas ainda foram impulsionadas por não medicamentos e genéricos Após um ano das
primeiras fusões anunciadas entre redes de farmácias e drogarias no Brasil, os resultados apurados
são positivos, o que faz com que o setor amadureça e perceba a importância desta movimentação
para a economia nacional.

Diante deste perfil o ramo de trabalho em farmácias e drogarias passa a ser bastante atrativo, porém
um mercado bastante exigente no quesito, qualificação, visto que não se trata de um simples
comércio (mesmo objetivando o lucro), e sim um posto de prestação de serviços de saúde, torna-se
necessário uma mão de obra qualificada e especializada. Há algum tempo era comum o termo
“balconista” para aquele profissional que pejorativamente vendia remédios, hoje o profissional que
atua na DISPENSAÇÂO de medicamentos e no ATENDIMENTO, obtêm hoje o lugar de Auxiliar
de Farmácia.

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Papel do Auxiliar de Farmácia no Mercado de Trabalho Atual

Auxiliar de farmácia: o elo entre a farmácia e o consumidor

Todo trabalho por mais difícil que seja deve ser encarado com muito profissionalismo e seriedade.
No caso do auxiliar de farmácia de farmácia este aspecto é muito importante, já que este
profissional tem que atuar como "relações públicas" da farmácia onde trabalha, representar a
própria empresa e ser o elo entre a farmácia e o consumidor. Toda empresa comercial tem como
objetivo o bom atendimento ao cliente. Na farmácia isso não é diferente, a gentileza no
atendimento com certeza trará bons retornos para a farmácia e para o auxiliar de farmácia.

O auxiliar de farmácia é a primeira pessoa que o cliente vê e ouve e, às vezes, é a única pessoa com
quem ele entra em contato dentro de uma drogaria. Por isso é fundamental o bom aspecto do
auxiliar de farmácia, que deve usar sempre um avental ou jaleco limpo, de preferência de cor clara.

O auxiliar de farmácia deve ainda observar sempre as necessidades do consumidor e verificar se


elas estão sendo atendidas prontamente. Controlar a entrada e saída de produtos, conferirem, repor,
arrumar mercadorias, ter conhecimento dos medicamentos que estão sendo vendidos e os
laboratórios que produzem estes remédios, saber ler uma receita e atualizar-se sobre novos
lançamentos, são princípios básicos que fazem parte do dia-a-dia do auxiliar de farmácia e ajudam,
em muito, a organização de uma farmácia.

Paciência e dedicação

Existe um antigo ditado popular que diz que "o cliente sempre tem razão" e mesmo que isso não
seja totalmente verdade é importante que o auxiliar de farmácia não esqueça que este ditado resume
uma regra básica na relação de compra e venda.

Tem cliente que fica nervoso ou irritado pela demora no atendimento ou mesmo por qualquer outro
motivo. Neste caso o auxiliar de farmácia deve utilizar de bom senso e atendê-lo o mais
prontamente possível, evitando até mesmo comentar o contratempo ocorrido. Desta forma o cliente
ficará desarmado e até mesmo sem ação. Manter a calma e ser gentil nesta ou em qualquer outra
situação deve ser um dos lemas do auxiliar de farmácia até mesmo para se desvencilhar de um
cliente que gosta de "esticar a conversa" no balcão. Como ele pode estar atrapalhando o andamento
do trabalho, peça amavelmente para ele esperar um pouco até que outros clientes sejam atendidos.

É fundamental nunca perder a paciência e sempre colocar o cliente em primeiro lugar, afinal todo o
seu trabalho gira em torno dele e para ele.

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Conceitos Básicos
Medicamento: produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade de
prevenção, diagnóstico ou tratamento das doenças.

Remédio: é tudo aquilo utilizado com intenção de combater ou aliviar a dor, a doença, o
desconforto ou qualquer outro fator que possa prejudicar o organismo.
Exemplos: repouso, dieta, fisioterapia, medicamentos
e outros. A utilização de um banho de água morna para aliviar
a febre ou a utilização de um chá doméstico para aliviar os
sintomas de uma gripe podem ser entendidos como remédio.

“todo medicamento é um remédio, mas nem


todo remédio é um medicamento”

Fármaco ou princípio ativo: é a substância terapeuticamente


ativa, a droga em sua forma bruta, ainda por ser processada e
misturada.

Especialidade farmacêutica: é a preparação farmacêutica


apresentada no mercado em embalagem própria, isto é o produto industrial pronto para ser
consumido.

Droga: é toda substância capaz de modificar sistemas fisiológicos ou estados patológicos, utilizada
com ou sem intenção de benefício do receptor ou apenas como auxílio de investigação científica.

Veneno: produto que introduzido no organismo do indivíduo normal seja susceptível de provocar
alterações da saúde ou conduzir à morte. Todas as substâncias medicamentosas podem se tornar
tóxicas de acordo com a quantidade administrada, a via de administração, as condições do paciente,
etc.

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Classificação dos Medicamentos

Quanto à origem

Esta classificação considera como os medicamentos são obtidos, podendo ser:

• Natural: obtidos da natureza, isto é do reino animal, vegetal ou mineral. Exemplo: óleo de fígado de
bacalhau;
• Semi-sintéticos: originados de uma substância natural que sofre algumas modificações químicas.
Exemplo: rifampicina;
• Sintéticos: são aqueles sintetizados pela indústria química. Exemplo: cimetidina.

Quanto à forma física

• Líquidos. Exemplo: xarope, solução


• Sólidos. Exemplo: comprimido, drágea
• Semi-sólidos. Exemplo: pomada, creme
• Gasosos. Exemplo: oxigênio

Quanto ao local da ação terapêutica

• Local: medicamentos de uso tópico, aplicado para efeito local em pele, olhos, narina,
garganta, vagina, etc.
• Sistêmica: medicamentos de uso interno, administrado no organismo através das vias
intravenosa, subcutânea, intramuscular e oral.

Quanto ao tipo de terapia

• Alopáticos: são os medicamentos empregados na alopatia, que é um sistema de tratamento


onde as doenças são combatidas por meios contrários a elas, procurando conhecer a sua
etiologia, combater as causas e minimizar os sintomas.

• Fitoterápicos: são os medicamentos à base de plantas medicinais. Pode ser empregada a


planta inteira, parte da mesma ou produtos obtidos delas. A fitoterapia é muitas vezes
confundida com a homeopatia, embora a fitoterapia pertença a alopatia.

• Homeopáticos: são os medicamentos utilizados na homeopatia. Especialidade médica que


trata o doente, não a doença, considerada como uma situação de desequilíbrio do próprio
doente e devem ser tratadas com medicamentos personalizados. As principais características
destes medicamentos são a energização e a dinamização.

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Armazenagem de Medicamentos
Conceito

Atividade necessária para garantir a qualidade dos medicamentos, através da proteção contra os
riscos de alterações físico-químicas e microbiológicas, durante sua estocagem, incluindo
recebimento de medicamentos, estocagem, segurança, conservação e controle de estoque.

1. Recebimento

O recebimento na farmácia da unidade de saúde implica em conferir atentamente se os


medicamentos entregues, as respectivas quantidades, os lotes e o prazo de validade estão
rigorosamente em conformidade com a nota de entrega. Deve-se observar também se os
medicamentos estão em boas condições. Qualquer divergência deve ser devidamente registrada.
Após conferência, assinar e datar a nota de entrega. Todas as novas entregas de medicamentos
deverão ser registradas em impresso próprio.

2. Estocagem: condições gerais para o bom armazenamento dos medicamentos

O medicamento não pode ser tratado como um material qualquer. Existem vários fatores que podem
agir sobre eles, alterando-lhes a estabilidade e comprometendo o seu uso.

Na maioria das vezes, o local destinado à armazenagem de medicamentos não foi projetado para
esse fim. Por isso, devemos adaptá-lo o máximo possível dentro das exigências requeridas, criando
um ambiente próprio para sua conservação. O local reservado à armazenagem dos medicamentos
deve destinar-se somente para a guarda dos mesmos e sempre separados de outros tipos de
materiais. Portanto, para que possamos garantir a sua qualidade e a eficácia algumas normas devem
ser observadas.

a) Normas gerais de armazenamento

- Os medicamentos nunca devem ser estocados diretamente no chão e nunca encostados nas
paredes, devendo sempre ser mantida uma distância do teto, do chão e da parede. Embora algumas
literaturas citem a distância de 50 cm, não há um consenso, devendo ser adequado ao espaço físico
disponível, bem como o volume dos produtos a serem movimentados.

- Os medicamentos embalados em caixas pequenas devem ser estocados em prateleiras. As caixas


volumosas, que não caibam nas prateleiras, deverão ser estocadas em estrados de madeira,
observando sempre o limite máximo de empilhamento permitido. A informação de limite máximo
de empilhamento pode ser obtida do lado de fora das embalagens e é fornecida pelo próprio
fabricante. O excesso de peso pode alterar o medicamento e não deixá-lo em condições de uso e
com isso acarretar perdas, prejuízos e danos à saúde.

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- Observar o correto posicionamento para armazenamento. Nunca acondicioná-los de “cabeça para


baixo”.

- Devem existir estantes, armários, prateleiras e estrados em número suficiente que garantam o
acondicionamento correto e racional do medicamento.

- As estantes aconselháveis são as metálicas, que devem sofrer manutenção quando enferrujadas,
pelo risco de contaminação. Deve-se evitar estantes de madeira que permitam a retenção de
umidade, a proliferação de fungos, pragas (cupins) e outros parasitas que poderão contaminar os
medicamentos.

- As caixas de medicamentos não deverão ficar próximas de condicionadores de ar, estufas,


respiradores, sobre geladeiras, freezer, etc.

- Inflamáveis deverão ser guardados em áreas secas, completamente isoladas de áreas destinadas a
outros materiais e a temperaturas mais baixas.

Regras Gerais de Conservação e Armazenamento de Medicamentos

Conservação dos medicamentos

As condições de conservação dos medicamentos vêm registradas nas suas embalagens ou nas
próprias bulas.

• Temperatura Ambiente: refere-se à temperatura normalmente existente em um local de


trabalho; entre 15°C e 30°C;
• Local Fresco: refere-se aquele ambiente em que a temperatura não ultrapassa 25°C;
• Local Frio: refere-se aquele ambiente em que a temperatura não ultrapassa 15°C;
• Refrigerador: especifica que a temperatura desejada deverá permanecer entre 2°C e 8°C;
• Congelador: especifica que a temperatura desejada deverá permanecer entre 0°C e -20°C;
• Local Quente: é o ambiente cuja temperatura permanece entre 30°C e 40°C;
• Calor Excessivo: indica temperatura acima de 40°C;
• Conservar ao Abrigo da Luz: significa que a substância deve ser conservada em recipiente
opaco ou capaz de impedir a ação da luz;
• Recipiente bem fechado: é aquele que protege o seu conteúdo de perdas e contaminação
por sólidos estranhos, nas condições usuais de manipulação, transporte, armazenagem e
distribuição;
• Recipiente perfeitamente fechado: é aquele que protege seu conteúdo de perdas e de
contaminação por sólidos, líquidos e vapores estranhos, eflorescência, deliqüescência ou
evaporação nas condições usuais de manipulação, distribuição, armazenagem e transporte;
• Recipiente hermético: é aquele impermeável ao ar ou qualquer outro gás, nas condições
usuais de manipulação, transporte, armazenagem e distribuição.

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b) Temperatura

Um fator que é sabidamente contra-indicado ao armazenamento de medicamentos é a temperatura


elevada. Portanto, os medicamentos não podem receber incidência direta da luz solar. Se isso
estiver acontecendo na sua unidade de saúde, algumas providências podem ser tomadas, como por
exemplo:

- Uso de vidros opacos ou a pintura dos vidros lisos e transparentes das janelas em cores opacas.
- O correto posicionamento das estantes.

A temperatura ambiente favorável ao armazenamento dos medicamentos é de no máximo 28°C e


ela deve ser controlada diariamente através de termômetro (de parede). No entanto, existem
medicamentos que precisam de temperaturas especiais de armazenamento para sua conservação.
Exemplos:

- Vacinas: temperatura entre 2° a 8°C.


- Insulinas: temperatura entre 2° e 8°C.
- Medicamentos termolábeis: temperatura entre 2° e 8°C.

Nesses casos é de fundamental importância o controle e o registro da temperatura através de


termômetros adequados. Isso permite a garantia da preservação da qualidade dos medicamentos e
de suas características. Exemplo: o congelamento da insulina causa a formação de grânulos,
resultando na separação entre insulina e diluente. A dose a ser utilizada pode se tornar incorreta e
trazer efeitos prejudiciais sérios ao controle do diabético.

c) Ventilação

Os medicamentos precisam estar acondicionados em locais frescos e bem ventilados. Portanto, é


absolutamente necessário que este local possua janelas e grades de segurança para que permaneçam
abertas, durante o dia, assegurando a ventilação natural.

d) Umidade

Os medicamentos não podem ser armazenados próximos de goteiras, paredes úmidas ou mofadas,
pois a umidade causa danos às embalagens e aos medicamentos, alterando sua ação terapêutica.
Calor e umidade criam condições ideais para o crescimento de microorganismos sobre o produto ou
dentro dele.

e) Iluminação

O local onde se estoca medicamentos deve receber iluminação natural adequada de modo a evitar a
insolação excessiva ou a umidade. Nesse local, recomenda-se uso de iluminação interna do tipo “luz
fria” (lâmpada fluorescente).

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Auxiliar de Farmácia

ATENÇÃO:
Condições adequadas de temperatura, ventilação, iluminação e umidade, se não observadas
corretamente, podem acarretar a deterioração do medicamento, diminuir ou anular sua atividade
e torná-lo um produto tóxico.

3. Segurança

Para o funcionamento correto da farmácia, algumas normas de segurança são absolutamente


fundamentais:

- Chave da farmácia: somente as pessoas responsáveis pelos medicamentos e que trabalham nesse
local devem ter acesso a ele. Para um melhor controle, a porta da farmácia deve permanecer sempre
trancada. As portas e janelas da farmácia devem ser suficientemente seguras a fim de prevenir
roubos e arrombamentos.

- Não fumar no local: as caixas de papelão que acondicionam os medicamentos são altamente
inflamáveis. O hábito de fumar no local deve ser evitado pelo perigo de incêndio.

- Não se alimentar no local: as refeições devem ser feitas em lugar apropriado e nunca na área de
armazenagem de medicamentos. Os restos alimentares beneficiam o acúmulo de insetos e roedores.

- Evitar o uso de inseticidas: pelo alto risco de contaminação dos medicamentos.

- Manter a higiene rigorosa do local: a limpeza do local deve ser diária para não permitir o
acúmulo de poeira, de papéis velhos, de caixas vazias de papelão que criam condições ideais para
propagação de insetos e roedores. O lixo deve ser depositado em recipientes com tampa e deve ser
eliminado todos os dias. O interior da farmácia (paredes e pisos) deve possuir superfícies lisas e
sem rachaduras que facilitem a limpeza e evitem desprendimento de pó. Os funcionários devem
usar uniformes condizentes com o tipo de trabalho.

- Acesso de pessoas: só é permitido o acesso de pessoas que trabalhem no setor.

- Manter a disciplina e organização do local: “Medicamento não é brinquedo”. Um erro com


relação ao manuseio do medicamento pode acarretar a morte do usuário.

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Auxiliar de Farmácia

Organização em Geral

• No local destinado a estocagem e distribuição de medicamentos deverá haver os equipamentos


(mesa, cadeira, arquivos, etc.) necessários às anotações e a guarda de impressos exclusivos do
setor, utilizados para fins de controle, estatística e previsão de consumo.
• Após a conferência, os medicamentos devem ser organizados nas prateleiras, com o rótulo
voltado para frente, em ordem alfabética, facilitando a localização do produto.
• Os medicamentos devem ser colocados nas prateleiras em suas embalagens originais e com
espaços livres entre os volumes para facilitar a circulação de ar.
• A armazenagem em estantes, armários, prateleiras ou estrados deve permitir a fácil visualização
para perfeita identificação dos medicamentos quanto ao: nome do produto, número de lote, prazo
de validade.
• Os medicamentos que necessitam ser colocados fora das embalagens originais (exemplo: aqueles
que ficam na caixa de emergência) deverão estar limpos e seguramente rotulados, com número
de lote e prazo de validade, de modo a serem facilmente identificados.
• Quanto ao número de lote: em todo rótulo de medicamento, por lei, deverá constar o número do
lote impresso. A sua apresentação nas embalagens varia de produtor para produtor. É
imprescindível preservar intacto o número do lote do medicamento, quando se abrem as caixas.
• Quanto ao prazo de validade: O prazo de validade determina o tempo durante o qual o
medicamento poderá ser utilizado. Os produtos deverão indicar nos rótulos, obrigatoriamente, a
data de sua fabricação e a data do término de sua validade ou vencimento. Esta data identifica o
tempo durante o qual o medicamento estará de acordo com as exigências técnicas para uso,
quando mantido sob as condições de conservação indicadas.
• A apresentação do prazo de validade nas embalagens varia de produtor para produtor.
• Medicamentos com diferentes números de lote devem ser subdivididos em quantos lotes forem
necessários e assim estocados. Os medicamentos devem ser organizados segundo seu prazo de
validade. Os que vão vencer antes devem ficar estocados na frente dos que vão vencer depois,
para que eles sejam consumidos em primeiro lugar. Sistema PEPS (Primeiro que entra, primeiro
que sai).
• Ampolas e vidros (materiais frágeis), passíveis de quebra devem ser guardados com a máxima
cautela, em lugar seguro e menos expostos a acidentes (tipo pancada, choque, etc.).
• Medicamentos sob controle especial (psicotrópicos, entorpecentes e outras drogas) precisam ser
armazenados com total segurança, em armários com chave, sempre trancados e estão sujeitos à
legislação específica e rigorosa. Seu controle deve ser rígido e seu acesso restrito.

4. Descarte de medicamentos

Todo o esforço deve ser feito para evitar qualquer perda de medicamentos. O estoque da farmácia
deve ser sempre verificado, buscando identificar qualquer excesso de medicamento, especialmente
sem previsão de consumo dentro do prazo de validade, comunicando-se ao farmacêutico, que
deverá avaliar e providenciar o remanejamento sempre que necessário.

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Auxiliar de Farmácia

Em situações eventuais que ocorra perda de medicamentos, a mesma deve ser registrada em
impresso próprio e assinada pelo farmacêutico responsável técnico ou pelo gerente da unidade, e
providenciado o seu recolhimento.

Em nenhuma situação medicamentos devem ser desprezados na própria unidade, por meio do lixo,
jogando na pia ou instalação sanitária, para evitar contaminação do meio ambiente, nem permitir
que produtos vencidos ou deteriorados sejam reaproveitados.

 PGRSS – Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde.


 Descarte depende do tipo de farmácia (pública ou privada).

18
Auxiliar de Farmácia

Formas Farmacêuticas

Forma farmacêutica é a forma final de como um medicamento se apresenta: comprimidos, cápsulas,


injetáveis, etc.

Normalmente as drogas não são administradas aos pacientes, no seu estado puro ou natural, mas
sim como parte de uma formulação, ao lado de uma ou mais substâncias não medicinais que
desempenham varias funções farmacêuticas.

Esses adjuvantes farmacêuticos têm por finalidade, solubilizar, suspender, espessar, diluir,
emulsionar, estabilizar, preservar, colorir e melhorar o sabor da mistura final. Com a finalidade de
deixar o fármacoagradável ao paladar e eficiente. Existem diferentes formas de apresentação dos
medicamentos: sólidas, semi-sólidas e líquidas.

Pós: são preparações farmacêuticas que se caracterizam pela mistura de fármacos e/ou substâncias
química e finamente divididas e na forma seca. Alguns pós são destinados ao uso interno e outros
ao uso externo. Os pós podem ser administrados sob a forma simples ou serem ponto de partida
para outras formas farmacêuticas como papéis e cápsulas.

Grânulos: são formas farmacêuticas composta de um pó ou uma mistura de pós umedecidos e


submetidos a secagem para produzir grânulos de tamanho desejado.

Cápsulas: são formas farmacêuticas sólidas, as quais uma ou mais substâncias medicinais e/ou
inertes são acondicionadas em um invólucro à base de gelatina. As cápsulas gelatinosas podem ser
duras ou moles. São administradas por via oral e possuem propriedades de desintegrarem-se e
dissolverem-se no tubo digestivo.

Tabletes ou comprimidos: são formas farmacêuticas sólidas de forma variável, cilíndrica ou


19iscoide, obtidas por compressão de medicamentos mais o excipiente,

Drágea: são formas farmacêuticas obtidas pelo revestimento de comprimidos. Para este fim, se
utiliza diversas substâncias, como: queratina, ácido esteárico e gelatina endurecida com
formaldeído.

Pastilhas: são formas sólidas destinadas a se dissolverem lentamente na boca, constituída por
grande quantidade de açúcar e mucilagens associadas a princípios medicamentosos.

Supositórios: são preparações farmacêuticas sólidas, à base de substância fundível pelo calor
natural do corpo, destinado a ser introduzido no reto, gerando amolecimento ou dissolução do
fármaco. O excipiente mais usado é a manteiga de cacau (lipossolúvel) junto com a glicerina
gelatinada (hidrossolúvel).

Óvulos: são formas farmacêuticas obtidas por compressão ou moldagem para aplicação vaginal,
onde devem se dissolver para exercerem uma ação local. O excipienteem geral é a glicerina.

19
Auxiliar de Farmácia

Pomadas: são preparações de consistência pastosa, destinada ao uso externo.

Cremes: são emulsões líquidas viscosas do tipo óleo e água ou água e óleo.

Emplastros: forma farmacêutica que se dissolve à temperatura do corpo, aderindo-se à pele. É


usado como esparadrapo.

Soluções: são preparados líquidos obtidos por dissolução de substâncias químicas em água.

Loções: são soluções que impregnam na pele; veículo é aquoso e usado sem fricção. Sua fluidez
permite aplicaçãorápida e uniforme sobre uma ampla superfície.

Emulsão: é uma forma farmacêutica líquida de aspecto cremoso feito com a mistura de um líquido
em óleo. Como agentes emulsionantes utiliza-se a goma arábica e a gelatina.

Suspensão: são formas farmacêuticas que contêm partículas finas de substâncias ativa em dispersão
relativamente uniforme. Deve ser agitado antes do uso.

Extratos fluidos: são soluções hidroalcoólicas de constituintes solúveisde drogas vegetais.

Vias de Administração de Medicamentos

Via de administração é a forma como o medicamento será utilizado e sua escolha depende de vários
fatores como rapidez com que se deseja a ação do medicamento, quantidade a ser administrada,
natureza do medicamento e condições do paciente.

São muitas as vias de administração dos medicamentos e a escolha da melhor via vai depender de
vários fatores como:
- da sua natureza
- da rapidez com que se deseja a ação do medicamento
- da quantidade a ser administrada
- das condições do paciente

De modo geral, dois tipos de administração de drogas nos interessa: locais (que visa um efeito
limitado ao local da aplicação) e sistêmica (que visa um efeito geral no qual a droga é absorvida
pelo sangue e transportada para um ou mais tecidos do corpo).

VIA PARENTERAL

É a administração fora do trato GI ou do canal alimentar.

20
Auxiliar de Farmácia

INTRAVENOSA: Também chamada EV (endovenosa), é a principal via de escolha devido a rápida


absorção do fármaco, é específica para emergências e para alguns tipos de medicamentos.

VIA INTRAMUSCULAR: Utiliza-se o medicamento injetado-o direto no músculo. Pode ser no


músculo deltóide, glúteo, glúteo médio, coxa (face lateral externa). (Agulha 25X7 ou 30X8)

VIA SUBCUTÂNEA (SC): na via subcutânea o medicamento é depositado sob a pele e o tecido
adiposo.Ex:Heparina,Insulina,alguns broncodilatadores,Enefrina, etc.

VIA INTRADÉRMICA (ID): Utilizada exclusivamente para testes (alergia) também para vacinas
(BCG).

VIA OTOLÓGICA: Gotas, como antibióticos e corticóides para otite externa.


Otite Externa: Aguda e Crônica é uma infecção na pele do canal do ouvido, causada por vermes ou
fungos.

VIA OFTÁLMICA: Aplicação de pomada ou colírio com a finalidade de proteger a Córnea, tratar
infecções, processos inflamatórios ou irritativos, provocar midríase (dilatação da pupila) e
anestesiar. Existem quatro vias para introdução de medicamentos: Tópica (colírios oftálmicos); Via
subconjuntival (nos casos que não há possibilidade ou interesse de se fazerem várias aplicações de
colírio); Retrobular (Alternativa da via sistêmica escolhida para anestesias locais para cirurgias de
catarata, transplantes e outras); Sistêmica (forma eficaz de terapêutica de doenças intra-oculares).

VIA VAGINAL: Utilizada para introdução de fármacos na mucosa vaginal. Evita a passagem pelo
sistema porta-hepático e é uma área de grande irrigação sangüínea. Alguns médicos vêem grandes
vantagens em utilizar medicamentos via vaginal, é uma boa opção para absorção de medicamentos.
Permite a ingestão de dosagens menores causando diminuição nos efeitos colaterais.

VIA INTRATECAL (IT): Injeção ou infusão no fluído cérebroespinhal, tais como antibióticos,
anestesia espinhal.

VIA INTRA-ÓSSEA(Na medula óssea): É um acesso intravenoso indireto porque a medula óssea
acaba no sistema circulatório. Esta via é usada ocasionalmente para drogas e fluídos na medicina de
emergência e na pediatria.

VIA TÓPICA: Efeito local, a substância é aplicada diretamente onde se deseja sua ação. No caso de
doenças oculares, doenças de pele e doenças alérgicas. Ex.: Aciclovir – creme usado no tratamento
de herpes,Cetoconazol–creme usado no tratamento de micoses).

VIA ARTERIAL (Intra Arterial / Na artéria): Ex: Drogas vasodilatadoras para o tratamento de
vasoespasmos e drogas trombolíticas, para o tratamento de embolia.
Embolia: obstrução de um vaso (seja ele venoso, arterial ou linfático), pelo deslocamento de um
êmbolo até o local da obstrução, que pode ser um coágulo (tromboembolia), tecido adiposo
(embolia gordurosa), ar (embolia gasosa) ou corpo estranho (por pontas de cateter).

21
Auxiliar de Farmácia

VIA ENTERAL

É a administração em qualquer parte do trato GI.

VIA RETAL (per rectum / PR): Em forma de supositório ou enema retal, sua indicação é impopular
e desconfortável. São aplicados acima do esfíncter anal interno e do anel anorretal. Indicados em
estado de coma, inconsciência, náuseas e vômitos. A droga é absorvida pela mucosa retal, tais como
diazepan e o metronidazol e alguns antiinflamatórios, antieméticos e anticonvulsivos.

VIA SUBLINGUAL: Utiliza-se a via sublingual (embaixo da língua) para administração de anti-
hipertensivos, analgésicos, nitratos (isorbina).

VIA ORAL: É a via que mais influencia a absorção e a concentração sanguínea do medicamento.
Deglutição ativa das formas farmacêuticas.

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Auxiliar de Farmácia

Apresentações Comerciais de Medicamentos e


Intercambialidade
Atualmente, os medicamentos genéricos constituem um dos mais importantes instrumentos de
auxílio ao acesso a medicamentos no Brasil. Absolutamente seguros e eficazes, uma vez que são
submetidos a rigorosos testes de qualidade, e consideravelmente mais baratos que os chamados
medicamentos inovadores ou de referência, os genéricos trouxeram uma nova realidade para os
consumidores no país.

Milhares de brasileiros que não tinham como seguir as prescrições médicas, por falta de condições
econômicas, encontraram nos genéricos uma alternativa viável para cumprir os tratamentos
recomendados pelos médicos. Esse fato pode ser verificado pelo crescimento efetivo desse mercado
no país, desde que os genéricos chegaram ao mercado brasileiro em 2000.

Hoje, no Brasil, são comercializadas três categorias de medicamentos: os medicamentos Éticos ou


Referência, os Genéricos e os Similares. Abaixo veremos as principais características de cada um
deles.

Medicamentos Referência

O Medicamento de Referência é produto inovador registrado no órgão federal responsável pela


vigilância sanitária e comercializado no País, cuja eficácia, segurança e qualidade foram
comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente, por ocasião do registro,
conforme a definição do inciso XXII, artigo 3º, da Lei n. 6.360, de 1976 (com redação dada pela
Lei nº 9.787 de 10 de fevereiro de 1999)

Genéricos

Os genéricos são cópias de medicamentos inovadores cujas patentes já expiraram. No Brasil, a


regulamentação deste tipo de medicamento se deu em 1999, com a promulgação da Lei 9787.

Conforme determina a Lei, só podem chegar ao consumidor depois de passarem por testes de
bioequivalência realizados em seres humanos (o que garante que serão absorvidos na mesma
concentração e velocidade que os medicamentos de referência) e/ou equivalência farmacêutica (o
que garante que o princípio ativo, a concentração e a forma farmacêutica do produto são os mesmos
que os do medicamento inovador que lhe deu origem).

Graças a esses testes, os genéricos brasileiros são intercambiáveis, ou seja, atualmente, são os
únicos que podem substituir o receituário de medicamentos inovadores. Segundo determina a
legislação, a troca pode ser efetuada pelo farmacêutico, com absoluta segurança para o consumidor.

23
Auxiliar de Farmácia

Diante disso, se o médico prescrever um medicamento pelo nome do princípio ativo (DCB), o
medicamento genérico ou o ético podem ser dispensados.
Possuem preços, no mínimo, 35% menores que os medicamentos de marca e, por isso, colaboram
para que muitos brasileiros, que não estavam se medicando ou que tinham dificuldade de dar
continuidade a tratamentos, encontrem uma alternativa viável e segura para seguir as prescrições
médica corretamente.

O medicamento genérico é, no mínimo, 35% mais barato, que o de referência. Testes


comprovam que o medicamento genérico e o medicamento de referência possuem a mesma
eficácia, segurança e qualidade. Possui a mesma indicação terapêutica que o medicamento de
referência. Possui o mesmo princípio ativo que o medicamento de referência.

Similar

Os medicamentos similares, embora também tenham as mesmas substâncias de medicamentos com


patentes vencidas, se diferenciam na formulação dos excipientes. Até pouco tempo, esses
medicamentos não eram, obrigatoriamente, submetidos aos testes comprovatórios que estão sujeitos
os genéricos. Sendo assim, não eram intercambiáveis, ou seja, não podiam substituir os
medicamentos de referência indicados nos receituários, podendo ser vendidos apenas sob prescrição
médica específica. Vale acrescentar, ainda, que diferentemente dos genéricos, os medicamentos
similares são comercializados através de uma marca, de um nome fantasia.

Em 2003, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou através da RDC


134/03 que, até 2014, todos os laboratórios fabricantes de similares apresentem os mesmos testes
exigidos para a comercialização dos genéricos.

Quanto aos medicamentos similares, não são intercambiáveis com os genéricos, e alguns são
intercambiáveis com medicamentos de referência (após apresentação dos testes de qualidade).

- São obrigatórios os estudos de bioequivalência. LISTA DA ANVISA.

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Auxiliar de Farmácia

Cálculo de Doses a Partir de Prescrições Médicas


No cálculo da dosagem medicamentos, vários aspectos devem ser levados em consideração.
Primeiramente, o conhecimento técnico sobre o medicamento e seu mecanismo de ação é essencial
para determinar qual a dose indicada a um paciente determinado, levando-se em consideração suas
características físicas (peso e idade), e metabólicas.

Contudo, na prática, ao efetuar um cálculo de dosagem de medicamentos, é comum levar em


consideração somente a massa corporal do paciente. Isso ocorre porque, via de regra, a dosagem
específica e eficaz do medicamento já vem pré-determinada pelos laboratórios. Cabe ao prescritor,
contudo, efetuar o cálculo de dosagem dos medicamentos, para adequar essa dosagem à necessidade
ao paciente.

A Regra de três é sem dúvida o mais importante cálculo de adequação de dosagem. A regra de três
simples é um processo prático para resolver problemas de razão e proporção, que envolvam quatro
valores dos quais conhecemos três. Devemos, portanto, determinar um valor a partir dos outros já
conhecidos.

Passos utilizados em uma regra de três simples:

1. Agrupar as grandezas da mesma espécie em colunas, mantendo na mesma linha as


grandezas de espécies diferentes.
2. Identificar se as grandezas são diretamente ou inversamente proporcionais.
3. Montar a proporção e resolver a equação.

Por exemplo:

Uma solução oral foi preparada contendo 20 mg de cloridrato de femproporex por 5 mL de solução.
Quantos mg de fármaco estão contidos em 40 mL desta solução ?

Montando a regra de três:

5 mL da solução → contêm → 20 mg de fármaco


40 mL da solução → contêm ? → X MG

Resolvendo a regra de três:

5.X = 40.20
5.X = 800
X = 800/5
X = 160mg

Veremos a seguir alguns cálculos que podem ser necessários:

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Auxiliar de Farmácia

CÁLCULO DO VOLUME A SER ADMINISTRADO OU APLICADO

1 - A prescrição médica é: Medicamento A 100mg, porém o frasco que dispomos na prateleira é de


500mg/5ml. Quantos ml o paciente deverá tomar?

A primeira atitude é entender o que significa 500mg/5ml. Esta expressão quer dizer que, a cada
5ml, encontramos 500mg do medicamento.

A seguir, fazer a regra de três. No nosso caso sabemos que a prescrição é de 100mg e o frasco tem
500mg em 5ml, então:

500mg---------------------5ml

100mg---------------------Xml

x = 100x5 = 1ml
---------
500
Podemos concluir, então, que o paciente deve tomar 1ml.

2 - A prescrição médica é de 150mg e o frasco que dispomos é de 250mg/5ml.

O cálculo fica assim:


250mg--------------------5ml

150mg--------------------Xml

X = 150x5 = 3ml
----------
250
Podemos concluir que o paciente deve tomar 3ml.

3 - A prescrição médica é de 250mg injetável de um determinado medicamento. Dispomos do


medicamento em ampolas de 5ml com 500mg. Quantos ml deverá ser aplicado no paciente?

500mg------------------5ml

250mg------------------Xml

X = 250x5 = 2,5ml
-----------
500
Podemos concluir que devemos aplicar 2,5ml.

26
Auxiliar de Farmácia

CÁLCULO DE PORCENTAGEM

Quando dizemos água boricada a 3% significa que a cada 100ml de solução, temos 3g de ácido
bórico, ou seja, 3g em 100ml.

Quando dizemos álcool iodado 0,5%, significa que a cada 100ml de solução temos 0,5g de iodo, ou
seja, 0,5g em 100ml.

1 - Quantos gramos de princípio ativo temos na solução 5% 200ml?

Se a solução está a 5%, temos 5g a cada 100ml.

5g-------------------100ml

Xg-------------------200ml

X - 5x200 = 10g
----------
100

2 - Quantos ml de soro de glicose a 10% teremos que utilizar para administrar 30g de glicose?

Se o soro é a 10%, temos 10g a cada 100ml, como precisamos de 30g, quantos ml precisaremos?

10g-------------------100ml

30g-------------------Xml

X = 30x100 = 300ml
-----------
10

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Auxiliar de Farmácia

CÁLCULO DE DOSAGEM A PARTIR DA RELAÇÃO DOSE/PESO DO


PACIENTE

Algumas vezes deparamo-nos com receitas cuja prescrição não é clara. Outras vezes, o que não está
claro é quanto o paciente vai tomar, ou seja, quantos ml o paciente tomará. Vejamos:

1 – A mãe de um paciente precisa administrar um medicamento cuja dose é de 50mg/kg/dia, mas


ela não tem prescrição. Sabendo que o paciente pesa 10kg, qual a dose diária do medicamento?

Todas as vezes em que nos deparamos com valores e unidades de medida entre barras como
50mg/kg, podemos substituí-las pela palavra por. Ficaria assim: 50mg por kg por dia.

Para sabermos a dose diária (24 horas), então, é só multiplicar a dosagem pelo peso, ou seja:

Dose diária = dose x peso = 50x10 = 500mg por dia

Portanto o paciente deverá tomar 500mg por dia, ou seja durante o período de 24 horas. Essa dose
pode ser dividida em mais de uma tomada ou ser utilizada em dose única dependendo do
medicamento.

2 - Considerando os dados anteriores, quanto se administraria ao paciente por horário, sabendo que
o paciente iria tomar o medicamento de 6/6 horas?

Se o medicamento está prescrito de 6/6 horas, então o paciente irá tomar 4 vezes por dia. Para
resolvermos o problema é só dividir a dose diária por 4.

Dose por horário = dose diária = 500/4 = 125mg por horário


------------------
4

Se o medicamento fosse dado de 8/8 horas, dividiríamos a dose diária por 3.

Se o medicamento fosse dado de 12/12 horas, dividiríamos a dose diária por 2.

3 - Ainda com os mesmos dados, acrescentando que o frasco do medicamento que dispomos contém
500mg/5ml, quantos ml seriam dados por horário, quando tomado de 6/6 horas?

O cálculo a ser usado agora é igual ao visto acima, ou seja:


500mg -----------------5ml

125mg------------------Xml

X = 125 x 5 = 1,25ml
-----------
500

28
Auxiliar de Farmácia

4 - Se, no caso anterior o paciente perguntasse quantos vidros serão necessários para o tratamento
todo?

Antes de mais nada, precisaríamos saber por quantos dias o paciente vai tomar o medicamento e
qual o volume do frasco de medicamento que dispomos. Vamos supor que o paciente irá tomar o
medicamento por 10 dias e o frasco tem 100ml.

O nosso cálculo será o seguinte: sabemos que o paciente irá tomar 500mg por dia, então, em 10 dias
tomará quantos mg?

500mg------------------ 1 dia

Xmg---------------------10 dias

X = 500x10 = 5000mg para o tratamento todo


-----------
1

Sabemos que o frasco tem 500mg/5ml então:

500mg--------------5ml

5000mg-------------Xml

X = 5000x5 = 50ml
-----------
500

Se o frasco tem 100ml e o paciente tomará 50ml para o tratamento todo, então um frasco é o
suficiente.

5 - A dose prescrita pelo médico é de 50mg/kg/dia a ser dada de 12/12 horas. Sabendo que a criança
pesa 20kg e o frasco é de 250mg/4ml, quantos ml serão dados por horário?

5.1. Cálculo da dose diária: multiplicamos a dose pelo peso:

Dose diária = 50x20 = 1000mg por dia

5.2. Cálculo da dose por horário: divide-se a dose diária pelo número de doses ao dia:

Dose por horário = 1000 = 500mg por horário


--------
2

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Auxiliar de Farmácia

5.3. Cálculo de quantos ml por horário, fazendo regra de 3:

250ml----------------------5ml

500mg---------------------Xml

X = 500x5 = 10ml por horário


---------
250

6 - A dose prescrita pelo médico é de 80mg/kg/dia a ser dada de 6/6 horas por 10 dias.

Sabemos que a criança pesa 12kg e o frasco tem 160mg/5ml, volume de 100ml, quantos ml a
criança tomará por horário, por dia e pelo tratamento todo?

6.1. Cálculo da dose diária: multiplicamos a dose pelo peso:

Dose diária = 80x12 = 960mg por dia

6.2. Cálculo da dose por horário: divide-se a dose diária pelo número de doses ao dia:

Dose por horário = 960 = 240mg por horário


--------
4

6.3. Cálculo de quantos ml por horário: fazendo regra de 3:

160mg-------------------- 5ml

240mg---------------------Xml

X = 240x5 = 7,5ml por horário


----------
160

6.4. Cálculo de quantos frascos: fazendo regra de 3:

960mg--------------------1 dia

Xmg-------------------- 10 dias

X = 960x10 = 9600mg para o tratamento todo


-----------
1

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Auxiliar de Farmácia

Considerando o frasco:

160mg---------------------5ml

9600mg--------------------Xml

X = 9600x5 = 300ml, sendo portanto necessário 3 frascos

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Tipos de Receituários
Uma prescrição (também conhecida informalmente como receita médica) é a indicação de
medicamentos que um paciente ou animal deve tomar. É indicado pelos médicos, Cirurgiões-
dentistas, médicos veterinários ou Enfermeiros e compete aos farmacêuticos obrigatoriamente a
manipulação e dispensação, onde efetuarão neste ato a fiscalização da prescrição e orientação ao
paciente.

No Brasil só é permitido prescrever medicamentos aos:


• Médicos
• Cirurgiões dentistas (somente para uso odontológico – Lei 5081/66)
• Médicos veterinários (somente para uso veterinário – Lei 5517/68)
• Enfermeiros (medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina
aprovada pela instituição de saúde - Lei 7498/86).
• Observação: nutricionistas não podem prescrever medicamentos. A Lei 8234/91 só permite
a esses profissionais a prescrição de suplementos nutricionais.

Modelos de Receituários

Receita Simples – é utilizada para prescrição de medicamentos anódinos e de medicamento de tarja


vermelha, com os dizeres venda sob prescrição médica, e segue as regras descritas na Lei
5.991/1973.

Receita de Controle Especial – é utilizada para a prescrição de medicamentos à base de


substancias constantes das listas “C1” (outras substâncias sujeitas a controle especial),
“C2”(retinoicas para uso tópico) e “C5”(anabolizantes).O formulário é válido em todo o território
nacional, devendo ser preenchido em 2(duas) vias. Terá validade de 30 (trinta) dias a partir da data
de emissão. A prescrição poderá conter, em cada receita, três substancias da lista “C1” e de suas
atualizações. A quantidade prescrita de cada substância da lista “C1”, “C5” e suas atualizações é de
5 (cinco) ampolas, e, para as outras formas farmacêuticas, a quantidade refere-se a 60 (sessenta)
dias de tratamento Em caso de emergência, poderá ser aviada ou dispensada a receita de
medicamentos à base de substâncias constantes das listas “C” (outras sujeitas a controle especial)
deste Regulamento e de suas atualizações, em papel não privativo do profissional ou da instituição,
contendo obrigatoriamente o diagnóstico ou a CID, a justificativa do caráter emergencial do
atendimento, data, inscrição no Conselho Regional e assinatura devidamente identificada.

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Auxiliar de Farmácia

Notificação de Receita (NR)


A Notificação de Receita é o documento que, acompanhado da receita, autoriza a dispensação de
medicamentos das listas A1 e A2 (Entorpecentes), A3, B1 (Psicotrópicas), B2 (Psicotrópicas
Anorexígenas), C2 (Retinóica para uso sistêmico) e C3 (Imunossupressoras).

A Notificação de Receita deverá estar preenchida de forma legível, sendo a quantidade em


algarismos arábicos por extenso, sem emenda ou rasura. Deve conter somente uma substância e
ficará retida pela farmácia ou drogaria no momento da compra do medicamento. A receita deve ser
devolvida ao paciente devidamente carimbada, como comprovante do aviamento ou da dispensação.

• Notificação de Receita tipo “A” – Cor Amarela

Para medicamentos relacionados nas listas A1 e A2 (Entorpecentes) e A3 (Psicotrópicos)


Validade após prescrição: 30 dias. Válida em todo o território Nacional.
Quantidade Máxima / Receita: 30 dias de tratamento.
Limitado a 5 ampolas por medicamento injetável.

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• Notificação de Receita tipo “B1” – Cor Azul

Para medicamentos relacionados nas listas B1 (Psicotrópicas)


Validade após prescrição: 30 dias. Válida somente no estado emitente.
Quantidade Máxima / Receita: 60 dias de tratamento.
Limitado a 5 ampolas por medicamento injetável.

• Notificação de Receita tipo “B2” – Cor Azul

Para medicamentos relacionados nas listas B2 (Psicotrópicas Anorexígenas)


Validade após prescrição: 30 dias. Válida somente no estado emitente.
Quantidade Máxima / Receita: 30 dias de tratamento.
Acompanhada de Termo de Responsabilidade.

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• Notificação de Receita Especial Retinóides – Cor Branca

Para medicamentos relacionados nas listas C2 (Subst. Retinóides de uso sistêmico)


Validade após prescrição: 30 dias. Válida somente no estado emitente.
Quantidade Máxima / Receita: 30 dias de tratamento.
Limitado a 5 ampolas por medicamento injetável.
Deve vir acompanhada do Termo de Consentimento de Risco e Consentimento Pós-Informação.

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• Notificação de Receita Talidomida – Cor Branca

Para medicamentos relacionados nas listas C3 (Imunossupressoras)


Validade após prescrição: 15 dias. Válida somente no estado emitente.
Quantidade Máxima / Receita: 30 dias de tratamento.
Limitado a 30 dias o número de ampolas por medicamento injetável.
Deve vir acompanhada do Termo de Esclarecimento para Usuário de Talidomida e Termo de
Responsabilidade.

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Auxiliar de Farmácia

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Regras para Dispensação de Antibióticos

Novas regras de prescrição e vendas dos antibióticos estão em vigor desde 2011, para as farmácias
e drogarias que deverão reter a receita médica para a venda de 93 substâncias.
A resolução RDC 20/2011, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), dispõe sobre o
controle de medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos, de uso sob
prescrição médica, isoladas ou em associação (pomadas de uso dermatológico, ginecológico,
oftálmico e otorrinolaringológico). Segundo a Agência, o objetivo é ampliar o controle sobre esses
medicamentos e contribuir para a redução da resistência bacteriana da população.
As novas regras
- Os antibióticos só poderão ser vendidos em farmácias e drogarias do país, mediante apresentação
da receita de controle especial em duas vias pelo consumidor.
- A segunda via ficará retida na farmácia e a primeira deverá ser devolvida ao paciente carimbada
para comprovar o atendimento.
- As receitas também terão um novo prazo de validade, de 10 dias, devido às especificidades dos
mecanismos de ação dos antimicrobianos.
- O médico deve estar atento à necessidade de entregar de forma legível e sem rasuras duas vias do
receituário aos pacientes e contendo as seguintes informações:
I - nome do medicamento ou da substância prescrita sob a forma de Denominação Comum
Brasileira (DCB), dosagem ou concentração, forma farmacêutica, quantidade (em algarismos
arábicos e por extenso) e posologia;
II - identificação do emitente: nome do profissional com sua inscrição no Conselho Regional ou
nome da instituição, endereço completo, telefone, assinatura e marcação gráfica (carimbo);
III - identificação do usuário: nome completo;
IV - identificação do comprador: nome completo, número do documento oficial de identificação,
endereço completo e telefone (se houver);
V - data da emissão; e
VI - identificação do registro de dispensação: anotação da data, quantidade aviada e número
do lote, no verso.

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Introdução à Farmacologia
Conceitos Gerais

Fármaco (pharmacon = remédio): estrutura química conhecida; propriedade de modificar uma


função fisiológica já existente. Não cria função.

Medicamento (medicamentum = remédio) : fármaco com propriedades benéficas, comprovadas


cientificamente. Todo medicamento é um fármaco, mas nem todo fármaco é um medicamento.

Droga (drug = remédio, medicamento, droga): substância que modifica a função fisiológica com
ou sem intenção benéfica.

Remédio (re = novamente; medior = curar): substância animal, vegetal, mineral ou sintética;
procedimento (ginástica, massagem, acupuntura, banhos); fé ou crença; influência: usados com
intenção benéfica.

Placebo (placeo = agradar): tudo o que é feito com intenção benéfica para aliviar o sofrimento:
fármaco/medicamento/droga/remédio (em concentração pequena ou mesmo na sua ausência), a
figura do médico (feiticeiro).

Indicação: qualquer situação (sinais, sintomas de ocorrência de uma doença) que determina o uso
do medicamento.

Contra-indicação: situação em que o medicamento não deve ser usado, porque produz mais danos
que benefícios ao paciente. Exemplo: talidomida para mulheres grávidas.

Reações adversas: qualquer resposta ao medicamento que seja nociva e indesejável e que ocorra
nas doses habitualmente usadas no homem para fins de profilaxia, diagnóstico ou tratamento.
Exemplo: Sulfato ferroso pode manchar ou escurecer os dentes do paciente.

Efeito colateral: denota aquele ou aqueles efeitos que derivam da ação farmacológica primária de
um medicamento, ou seja, daquela que produz seu efeito terapêutico. Exemplo: a atropina tem
como efeito primário a propriedade anti-espasmódica e como efeitos colaterais, secura da boca e
transtornos da visão.

Posologia: é a indicação das doses em que devem ser administrados os medicamentos, ou seja, o
número de vezes e a quantidade do medicamento a cada dia.

Dose: é a quantidade de medicamento que se deve administrar ao paciente para alcançar o efeito
desejado. A determinação da dose depende de vários fatores como: idade,peso, sexo, via de
administração, horário de administração, condições do paciente (gravidez, lactação, entre outras).

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Duração do tratamento: é a quantidade de dias que o paciente deve usar o medicamento para que
se cure ou alivie a enfermidade.

Farmacocinética

A farmacocinética é a ciência que estuda a movimentação do medicamento no organismo, ou seja,


desde o momento em que entra no organismo até o momento em que sai. Envolve a absorção,
distribuição, metabolismo e excreção.

• Absorção é a chegada do medicamento até a corrente sangüínea. A absorção vai depender da


via em que o medicamento é administrado, ou seja, se oral, parenteral ou outras e da forma
farmacêutica, ou seja, se é comprimido, cápsula, solução oral e outras. O tempo em que o
medicamento alcança a corrente sangüínea varia de 5 a 60 minutos. Alguns fatores podem
interferir na velocidade de absorção que são a dosagem, a forma farmacêutica, a presença ou
ausência de alimento no estômago, a utilização simultânea de outros medicamentos e a
movimentação do intestino.

• Distribuição: após a entrada do medicamento na corrente sanguínea, este será distribuído aos
diversos órgãos e para isto os fármacos podem utilizar o auxílio das diversas proteínas
presentes no sangue para atingirem os órgãos.

• Biotransformação ou metabolização é o processo pelo qual passam os medicamentos após


exercerem a ação, é constituído por determinadas reações químicas que vão prepará-los para
serem eliminados. A eliminação do medicamento pelo organismo é também chamada
excreção. Nesta etapa, os fármacos que estavam ativos na corrente sangüínea, ou seja,
estavam exercendo sua ação, serão transformados em substâncias, na maioria das vezes,
inativa. Nem todos os medicamentos passam por este processo, alguns são eliminados
diretamente. Algumas situações podem alterar o processo de biotransformação como, por
exemplo, a gestação, a idade (crianças e idosos), o estado nutricional, a utilização de outros
medicamentos e outras doenças que podem estar presentes como cirrose e hepatite.

• Eliminação é a saída do medicamento do organismo. Os medicamentos podem ser


normalmente eliminados através da urina, fezes, lágrimas, saliva, suor, leite materno,
pulmão e outros.

Absorção ⇒ distribuição ⇒ biotransformação ⇒ eliminação.

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Farmacodinâmica

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Antiinflamatórios, Analgésicos e Antitérmicos


Desde a Antiguidade o homem procura meios para aliviar a dor, a febre e a inflamação. Ungüentos,
emplastros e infusões eram preparados com as folhas de determinadas plantas para minimizar esses
sintomas e reduzir a temperatura corporal. Sem saber, estes homens estavam utilizando os primeiros
antiinflamatórios da história.

1 INFLAMAÇÃO E DOR

1.1 O que é inflamação?

Inflamação nada mais é do que uma resposta tecidual a um agente agressor. É caracterizada pelos
sinais de rubor, calor, tumor e dor.

1.2 Como é a dor inflamatória?

Quando um tecido fica inflamado, ele se torna muito mais sensível a estímulos, esse fenômeno é
característico da dor inflamatória e ocorre em virtude da sensibilização dos neurônios nociceptivos
(neurônios que transmitem a informação de dor). A dor inflamatória não ocorre imediatamente após
ou durante um estímulo, mas sim após a ativação da “cascata de citocinas” que será discutida mais
adiante.

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2. FEBRE

2.1 Qual o conceito de febre?

A febre é definida como uma elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o
indivíduo (37,8°C). Ela ocorre quando algum corpo estranho invade o organismo. Não é
considerada uma doença, mas sim um mecanismo importante de defesa contra agentes infecciosos,
já que estimula o sistema imune a produzir mais substâncias que auxiliam na defesa do organismo,
porém, vem normalmente acompanhada por dor muscular, irritabilidade, mal-estar, fraqueza e falta
de apetite, quando é muito elevada pode até causar convulsões.

São vários os fatores que determinam alterações da temperatura corpórea, entre eles infecção,
sequela de dano tecidual, inflamação, rejeição a enxerto, câncer, outros estados de doença,
medicamentos, excesso de atividade musculoesquelética e exposição a grandes temperaturas
ambientais.

2.2 Como é o mecanismo da febre?

No hipotálamo está localizado o centro termorregulador, responsável por regular a temperatura


corpórea. Ele funciona como um termostato, mantendo o equilíbrio entre a produção e perda de
calor para a manter a temperatura constante.

Quando ocorre uma infecção ou contato com agentes alergênicos, inicia-se a produção de
substâncias chamadas de pirógenos. Essas substâncias estimulam a produção de prostaglandinas,
cuja função é elevar o patamar do centro termorregulador. Dessa forma, o organismo reconhece a
temperatura mais elevada como “normal” e trabalha para mantê-la constante. A pessoa, então, passa
a apresentar a temperatura do corpo elevada.

3. TRATAMENTO

3.1 Como aliviar dor, febre e inflamação?


Os antiinflamatórios não esteroidais (AINEs) são os medicamentos mais indicados para o alívio
destes sintomas, seu mecanismo de ação possibilita essa multiplicidade de efeitos.

3.2 Quais são as doenças que mais levam à utilização dos AINEs?
As doenças do aparelho locomotor, como osteoartrite, aparecem em destaque com 57% de uso dos
AINEs, em seguida vêmas lombalgias com 20% em uso, os traumas esportivos e outros com 17% e
a artrite reumatóide com 6%.

3.3 Qual é o mecanismo de ação dos AINEs?


Esses medicamentos agem inibindo a atividade das ciclooxigenases. As ciclooxigenases (COX) são
enzimas responsáveis por fazer a conversão do ácido araquidônico em prostaglandinas. Duas
isoformas da ciclooxigenase são bem conhecidas, a COX-1 e a COX-2. Uma terceira isoforma

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(COX-3) recentemente foi descrita, porém, seus mecanismos ainda não estão esclarecidos. A COX-
1, diferente da COX-2, está relacionada à produção de prostaglandinas não apenas nos sítios
inflamatórios, mas também em alguns mecanismos fisiológicos do organismo. As prostaglandinas
estão relacionadas ao processo inflamatório, aos mecanismos de dor, febre, citoproteção gástrica,
atividade plaquetária e à função renal, entre outros. Os AINEs em geral atuam de forma instantânea
e reversível sobre a COX-1, mas há exceções como o ácido acetilsalicílico – que promove
inativação irreversível. A inibição de COX-2 é dependente do tempo, quanto maior o tempo de
ação, maior o efeito.

4. QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE ANALGÉSICOS,


ANTIPIRÉTICOS E ANTIINFLAMATÓRIOS?

Antiinflamatórios: Reduzem a inflamação através da redução das prostaglandinas vasodilatadoras,


minimizando a vasodilatação e o edema. Não reduzem o acúmulo de células inflamatórias.

Analgésicos: Diminuem a sensibilização das terminações nervosas através da redução da síntese de


prostaglandinas. O alívio da cefaléia está relacionado a uma redução da vasodilatação mediada
pelas prostaglandinas.

Antipiréticos: Minimizam a produção de prostaglandinas no hipotálamo. As prostaglandinas, como


visto anteriormente, são responsáveis pela elevação do ponto de ajuste hipotalâmico para o controle
da temperatura.

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5. QUAIS SÃO OS EFEITOS ADVERSOS E RISCOS DE USO DOS AINEs?

Os efeitos adversos para a maioria dos antiinflamatórios estão relacionados à ação de inibição das
COX. Quando ocorre sua inibição, é interrompida a atividade de proteção gástrica e ação das
plaquetas, promovida pelas prostaglandinas. Logo, os efeitos mais comuns são: irritação do trato
gastrointestinal e inibição da agregação plaquetária, podendo causar sangramentos.

Estão mais susceptíveis a apresentar complicações pelo uso dos antiinflamatórios não esteroidais
idosos com mais de 65 anos, pacientes com histórico de úlcera gastroduodenal, sangramento ou
obstrução intestinal, diabéticos, hipertensos, doentes renais, ou que fazem uso de corticosteróides ou
anticoagulantes.

PRINCIPAIS MEDICAMENTOS ANTIINFLAMATÓRIOS

PARACETAMOL
 Alternativa eficaz como agente analgésico-antipirético.
 Apresenta fraca atividade antiinflamatória.
 Intoxicação pode causar lesão hepática.

DIPIRONA E FENILBUTAZONA
 Efeitos semelhantes aos da aspirina.
 Potente ação antipirética e analgésica, possui ação antiinflamatória regular.
 Tratamento da artrite.
 A dipirona não é comercializada nos EUA e Europa, devido anemia aplásica e leucopenia.

DICLOFENACO
 Antiinflamatório mais comumente utilizado.
 Possui potência significativa.
 Indicado para tratamento de artrite, lesões músculo-esquléticas, dor pós operatória e
dismenorréia.
 Efeitos tóxicos mais comuns são gastrintestinais.

NIMESULIDA
 Indicado como antiinflamatório, analgésico e antipirético.
 Potente ação antiinflamatória.
 Tratamento da artrite, lesões músculo esqueléticas, dor pós operatória e dismenorréia.

IBUPROFENO, NAPROXENO E CETOPROFENO


 São melhores tolerados que aspirina e indometacina.
 Potentes agentes analgésico, antipirético e antiinflamatórios.
 Tratamento da artrite, lesões músculo esqueléticas, dor pós operatória e dismenorréia.

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PIROXICAM E MELOXICAM
 São melhores tolerados que aspirina e indometacina.
 Potentes agentes antiinflamatórios.
 Tratamento da artrite e lesões músculo esqueléticas.
 Meia-vida longa (administração 1 vez ao dia).

INDOMETACINA E ETODOLACO
 Ação analgésica e antipirética regular.
 Potente inibidor da COX, produzindo considerável ação antiinflamatória.
 Podem apresentar grande incidência de efeitos colaterais quando associados à administração
prolongada (náuseas, anorexia e dor abdominal).

ÁCIDO MEFENÂMICO
 Potente ação analgésica.
 Utilizado no tratamento de dores reumáticas, distúrbio músculo-esquelético e principalmente
nas cólicas menstruais.

INIBIDORES SELETIVOS COX2


 Ação antiinflamatória, inibição de COX 2 e redução de efeitos-colaterais causados pela
inibição da COX 1.
 Inibidores seletivos COX 2 está relacionado ao aumento de doenças cardiovasculares.
 Exemplos: Prexige®, Celebra®, Arcoxia®.

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Antialérgicos
A Alergia é uma resposta exagerada do sistema imunológico a uma substância estranha ao
organismo, ou seja uma hipersensibilidade imunológica a um estímulo externo específico. Os
portadores de alergias são chamados de “atópicos” ou mais popularmente de “alérgicos”.

O organismo tecido ou celular capaz de apresentar uma reação de hipersensibilidade diz-se estar
sensibilizado. As reações alérgicas, sendo reações imunológicas, são extremamente específicas,
reagindo o organismo sensibilizado exclusivamente ao determinante antigênico usado como
imunogêno ou estrutura semelhante. As reações de hipersensibilidade foram bem cedo separadas
em dois tipos diferentes, de acordo com o tempo decorrido entre o contato do organismo
sensibilizado com o antígeno e a visualização macroscópica do fenômeno alérgico. Assim, enquanto
as chamadas reações de hipersensibilidade imediata exigem apenas minutos ou algumas horas para
seu aparecimento, as reações de hipersensibilidade tardia só se desenvolvem depois de muitas
horas.

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REAÇÃO ALÉRGICA

• Reação de defesa do organismo frente a uma alérgeno.

• Maior parte das vezes benéfica, pois causará a eliminação do agente causador da alergia.

• Em determinadas situações maléfica: sintomas desagradáveis e risco a saúde.

SINTOMAS

• Espirros em salva (vários espirros seguidos)


• Nariz obstruído, com respiração pela boca.
• Coriza (secreção nasal aquosa e fluida)
• Tosse repetitiva
• Prurido (comichão) nos olhos, nariz, garganta e em qualquer parte do corpo.
• Lacrimejação dos olhos
• Erupções cutâneas
• Urticárias
• Edema (inchaço) nos lábios ou nas pálpebras (angioedema)
• Conjuntivite, faringite, sinusite e otite alérgicas.
• Marcas nas pálpebras
• Dispneia (falta de ar)
• Vômito e diarréia

HISTAMINA

 Mediador da resposta alérgica.

⚫ Provoca vasodilatação.

⚫ Formação de edemas.

⚫ Broncoconstrição.

⚫ Estímulo das terminações nervosas, prurido, dor.

Os anti-histamínicos são os medicamentos mais comumente utilizados no tratamento de alergias.


No organismo, existem dois tipos de receptores de histamina: o receptor de histamina1 (H1) e o de
histamina2 (H2).

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O termo anti-histamínico geralmente refere-se a medicamentos que bloqueiam o receptor da


histamina 1.

Muitos efeitos desagradáveis mas relativamente menores de uma reação alérgica – prurido ocular,
coriza e prurido cutâneo – são causados pela liberação da histamina. Outros efeitos da histamina
(p.ex., falta de ar, hipotensão arterial e inflamação da garganta), os quais podem bloquear o fluxo de
ar, são mais perigosos.

Todos os anti-histamínicos produzem efeitos desejados similares. Eles diferem sobretudo em


relação aos efeitos indesejáveis ou adversos. Tanto os efeitos desejáveis quanto os indesejáveis
variam consideravelmente de acordo com o antihistamínico específico e com a o indivíduo que o
está utilizando.

A maioria dos anti-histamínicos tende a causar sonolência. De fato, devido ao seu efeito sedativo
potente, eles são o componente ativo de muitos remédios, de venda livre, contra a insônia. A
maioria dos anti-histamínicos possuem potentes efeitos anticolinérgicos, os quais podem causar
confusão mental, tontura, boca seca, constipação, dificuldade de micção e visão borrada,
especialmente em indivíduos idosos.

A sonolência e os outros efeitos colaterais também podem ser minimizados iniciando-se o


tratamento com uma dose baixa e aumentando-a progressivamente até atingir uma dose que
controle os sintomas de modo eficaz. Atualmente, existe no mercado um grupo de anti-histamínicos
não sedativos que também são causa efeitos colaterais anticolinérgicos. Este grupo inclui o
astemizol, a cetirizina e a loratadina.

Agentes de Primeira Geração:


⚫ Cloridrato de difenidramina
⚫ Dimedrinato
⚫ Maleato de dexclorfeniramina
⚫ Cloridrato de hidroxizina
⚫ Cloridrato de prometazina

Agentes de Segunda Geração:


⚫ Cloridrato de Cetirizina
⚫ Loratadina
⚫ Cloridrato de fexofenadina
⚫ Ebastina

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Antialérgicos de Uso Tópico


PELE

 Barreira de proteção.
 Termorregulação.
 Detecção sensorial.

PRINCIPAIS SINTOMAS DAS ALERGIAS DE PELE

 Vasodilatação.
 Formação de edemas.
 Estímulo das terminações nervosas, prurido, dor.

GLICOCORTICÓIDES

 Atuam no núcleo das células e produzem ação imunossupressora e antiinflamatória.


 Inibição de processos como:
⚫ Edema;
⚫ Vasodilatação.
 São classificados em ordem de potência.
 Escolhe-se o corticóide com base no local de envolvimento e na gravidade da doença.
 A absorção sistêmica pode gerar danos ao paciente.

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Propionato de clobetasol, proprionato de halobetasol, diacetato de diflorasona.


Dipropionato de betametasona.
Valerato de betametasona, triacinolona acetonida.
Valerato de hidrocortisona, acetonida fluorocinolona.
Furoato de mometasona, desonida.
Hidrocortisona, fosfato sódico de dexametasona, Acetato de metilpredinisolona.

POSOLOGIA

 De uma a duas vezes por dia e interromper logo que os sintomas desaparecerem.
 Geralmente ocorre melhora entre dois a três dias.
 O tratamento não deve exceder quatro semanas.

REAÇÕES ADVERSAS

 O uso de corticóides tópicos de maior potência está associado a:


 Atrofia da pele;
 Formação de estrias;
 Crescimento de fungos e bactérias;
 Hipopigmentação.

DOENÇAS TRATADAS

 Respondem à terapia a curto prazo:


⚫ Dermatite de contato;
⚫ Dermatite atópica.
 Respondem à terapia a longo prazo:
⚫ Doenças bolhosas;
⚫ Colagenoses.

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Antibióticos
História do antibiótico

O primeiro antibiótico fabricado pelo homem foi a penicilina. Ao se falar a respeito de descobertas
científicas, pode-se afirmar que no caso do antibiótico, foi mero acaso a sua descoberta.

Alexander Fleming, bacteriologista do St. Mary's Hospital, de Londres, já vinha havia algum tempo
pesquisando substâncias capazes de matar ou impedir o crescimento de bactérias nas feridas
infectadas, pesquisa justificadapela experiência adquirida na Primeira Grande Guerra 1914-1918, na
qual muitos combatentes morreram em conseqüência da infecção em ferimentos profundos e mal-
tratados por falta de tratamento adequado.

No mês de agosto de 1928 Fleming tirou férias e, por esquecimento, deixou algumas placas com
culturas de estafilococos sobre a mesa, em lugar de guardá-las na geladeira ou inutilizá-las, como
seria natural, ao retornar ao trabalho, em setembro do mesmo ano, observou que algumas das placas
estavam contaminadas com mofo, fato este relativamente freqüente. Colocou-as então, em uma
bandeja para limpeza e esterilização. Neste exato momento entrou no laboratório um seu colega, Dr.
Pryce, e lhe perguntou como iam suas pesquisas. Fleming apanhou novamente as placas para
explicar alguns detalhes ao seu colega sobre as culturas de estafilococos que estava realizando,
quando notou que havia, em uma das placas, um halo transparente em torno do mofo contaminante,
o que parecia indicar que aquele fungo produzia uma substância bactericida. O assunto foi discutido
entre ambos e Fleming decidiu fazer algumas culturas do fungo para estudo posterior.

O fungo foi identificado como pertencente ao gênero Penicilium, de onde deriva o nome da
penicilina dado à substância por ele produzida. Fleming passou a empregá-lo em seu laboratório
para selecionar determinadas bactérias, eliminando das culturas as espécies sensíveis à sua ação.

Foi o primeiro teste de reação penicilínica realizado em laboratório. Por outro lado, a descoberta de
Fleming não despertou inicialmente maior interesse e não houve a preocupação em utilizá-la para
fins terapêuticos em casos de infecção humana até a eclosão da Segunda Guerra Mundial, em 1939.
Nesse ano e em decorrência do próprio conflito, a fim de evitarem-se baixas desnecessárias, foram
então ampliadas as pesquisas a respeito da penicilina e seu uso humano.

Em 1940, Sir Howard Florey e Ernst Chain, da Universidade de Oxford, retomaram as pesquisas de
Fleming e conseguiram produzir penicilina com fins terapêuticos em escala industrial, inaugurando
uma nova era para a medicina denominada a era dos antibióticos.

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Antibiótico é toda substância que tem capacidade de interagir com microorganismos que causam
infecções no organismo. Os antibióticos interagem com estes microorganismos, matando-os ou
inibindo seu metabolismo e/ou sua reprodução, permitindo ao sistema imunológico combatê-los
com maior eficácia.

O antibiótico pode ser bactericida, quando elimina a bactéria ou bacteriostático, se interrompe a sua
reprodução.

São utilizados na Medicina para a luta contra infecções bacterianas. Seu uso indiscriminado e sem
controle médico faz com que surjam cepas de bactérias resistentes a estas drogas, sendo necessária a
descoberta constante de novas remédios mais eficazes. Isto tem aumentado consideravelmente o
custo do tratamento das infecções.

A resistência antibiótica é a capacidade dos microrganismos de resistir aos efeitos de um antibiótico


ou antimicrobiano. O uso inadequado de antibióticos (na terapia humana e na utilização como
promotor de crescimento em animais que fazem parte da alimentação humana) conduz ao
aparecimento de resistências, tornando os agentes antimicrobianos menos eficazes. A resistência
pode ser adquirida via: transformação, conjugação, recombinação e transferência de genes, além da
mutação espontânea.

Diferentes tipos de antibióticos

Penicilinas: Penicilinas é um antibiótico que destrói as paredes celulares das bactérias, enquanto
eles estão no processo de reprodução. Penicilinas é um grupo de agentes bactericidas que
compreende a penicilina G, penicilina V, ampicilina, ticarcilina, cloxacilina, oxacilina, amoxicilina
e nafcilina. As pessoas podem ser alérgicas à penicilina, ou pode até mesmo desenvolver rash ou
febre, devido à hipersensibilidade para o antibiótico. Muitas vezes, penicilinas são administrados
em combinação com vários outros tipos de antibióticos.

Cefalosporinas: Este grupo engloba antibiótico agentes bactericidas, como cefadroxil, cefapirina,
cephradine, cefazolina, cefalexina e cefalotina. Cefalosporinas, como as penicilinas, interfere com a
formação da parede celular das bactérias durante a reprodução. Em casos, onde as pessoas são
sensíveis às penicilinas, cefalosporinas estes são administrados. No entanto, na maioria dos casos,
quando se é alérgico à penicilina, em seguida, um é alérgico a cefalosporinas também. Erupções
cutâneas e febre são os efeitos secundários adversos destes antibióticos.

Aminoglicosídeos: Este tipo de antibiótico impede a formação de proteínas da bactéria invadir as


células. Este antibiótico estreptomicina engloba gentamicina e neomicina. Como aminoglicosídeos
são eficazes em inibir a produção de proteína em invadir as células bacterianas, eles são
administrados para o tratamento de pneumonia tifo, e outras bactérias causadoras de doenças.No
entanto, esses antibióticos podem prejudicar funções renais e hepáticas, e, portanto, são
administrados com muita cautela.

Macrolídeos: Estes antibióticos, assim como os outros tipos de antibióticos, interfere com a
formação de proteínas de bactérias invasoras. Estes são normalmente administrados para tratar

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Auxiliar de Farmácia

pacientes que são altamente sensíveis para a penicilina. Macrolídeos abrangem a azitromicina,
claritromicina e eritromicina. Desconforto gastrointestinal é um dos efeitos colaterais dessas
macrolídeos.

Sulfonamidas: Estes agentes antibacterianos foram os primeiros medicamentos desenvolvidos para


combater as infecções bacterianas, e são semelhantes à penicilina em seu funcionamento. Estes
medicamentos são eficazes no tratamento de infecções nos rins, no entanto, têm efeitos nocivos nos
rins. A fim de evitar a formação de cristais de drogas, os pacientes são orientados a beber grandes
quantidades de água.

Fluoroquinolonas: Esta é a classe de antibióticos que compreende a ciprofloxacina, enoxacina,


levofloxacina, norfloxacina e ofloxacina. Estes antibióticos são considerados relativamente seguros
e mais utilizados no tratamento de infecções do trato urinário. No entanto, observa-se que elas
afetam o crescimento ósseo, que é por isso que eles não são recomendados para mulheres grávidas
ou crianças.

Tetraciclinas e Polipeptídeos: As tetraciclinas são antibióticos utilizados para tratar infecções


oculares diversos e compreendem tetraciclina, doxiciclina e minociclina. Por outro lado,
polipeptídeos compreendem bacitracina, polimixina B e colistina. Polipeptídeos são bastante
tóxicos, portanto, utilizados principalmente na superfície da pele apenas.

Os médicos prescrevem antibióticos com base no tipo de infecção ocorrendo. O agente mais eficaz
antibacteriano será então prescrito.

Nos casos em que o agente causador não é conhecido, uma cultura da infecção é enviada para a
identificação das bactérias invasoras. Depois de identificar o organismo causador, o médico verifica
a sensibilidade do paciente aos antibióticos e escolhe cuidadosamente a partir de vários tipos de
antibióticos.

A eficácia do tratamento depende de quão bem a droga é absorvida pela corrente sanguínea, quanta
droga entra nos fluidos corporais e de quão rápido o corpo elimina a droga. Além disso, a escolha
de um antibiótico depende também de seus efeitos colaterais, reações alérgicas e do custo do
medicamento.

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Antiparasitários
Parasitas são organismos que vivem em associação com outros dos quais retiram os meios para a
sua sobrevivência, normalmente prejudicando o organismo hospedeiro, um processo conhecido por
parasitismo. Todas as doenças infecciosas e as infestações dos animais e das plantas são causadas
por seres considerados parasitas.

O efeito de um parasita no hospedeiro pode ser mínimo, sem lhe afectar as funções vitais, como é o
caso dos piolhos, até poder causar a sua morte, como é o caso de muitos vírus e bactérias
patogênicas. Neste caso extremo, o parasita normalmente morre com o seu hospedeiro, mas em
muitos casos, o parasita pode ter-se reproduzido e disseminado os seus descendentes, que podem ter
infestado outros hospedeiros, perpetuando assim a espécie.

Os parasitas podem classificar-se segundo a parte do corpo do hospedeiro que atacam:

• Ectoparasitas atacam a parte exterior do corpo do hospedeiro; e


• Endoparasitas vivem no interior do corpo do hospedeiro.
• Hemoparasita parasita que vive na corrente sanguínea.

Outra forma de classificar os parasitas depende dos hospedeiros e da relação entre parasita e
hospedeiro:

• Parasitas obrigatórios só vivem se tiverem hospedeiro, como os vírus


• Parasitas facultativos não dependem do hospedeiro para sobreviver, e sim optam por
parasitá-lo.

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Os parasitas mais comuns são: os vírus, as bactérias, os vermes, os artrópodes e os protozoários. Os


antiparasitários são os fármacos empregados no tratamento de patologias causadas por qualquer
agente infeccioso parasita como protozoários e helmintos. No Brasil, as principais parasitoses de
interesse médico são:

Protozooses
Amebíase
Tripanosomíase
Leishmanioses
Giardíase
Tricomoníase
Malária
Toxoplasmose
Balantidiose

Helmintoses
Esquistossomose
Teniase/cicticercose
Hidatidose/equinococose
Enterobiose
Filariose
Ancilostomose/necatoriose
Ascaridíase
Tricocefalose
Estrongiloidíase

Ectoparasitoses (artrópodes)
Pediculose
Ftiríase
Miíase
Acaríase

Hospedeiro (ser onde transcorre ciclo de vida do parasita)


Vetor (ser responsável pela transmissão do parasita)

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AMEBÍASE

 Entamoeba histolytica.
- Transmissão: Ingestão do cisto maduro.

 Indivíduos infectados podem ser portadores assintomáticos ou apresentar disenteria


moderada a grave.

 Outros órgãos podem ser infectados: fígado, pulmão.

Diagnóstico: Encontro de cistos ou trofozoítos nas fezes.

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GIARDÍASE

 Giardia Lamblia.
- Transmissão: Ingestão do cisto maduro.

 Indivíduos infectados podem ser assintomáticos.

 Doença diarréica com duração entre duas a quatro semanas. Pode levar a mal absorção de
alimentos.

Diagnóstico: Encontro de cistos ou trofozoítos nas fezes.

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ASCARIDÍASE

 Maior nematódeo do trato digestivo humano.


- Transmissão: Ingestão de ovos maduros.

 Aspectos Clínicos: Assintomática quando baixa a infecção.


 Pode apresentar dores abdominais, inflamações da mucosa gastrintestinal e diarréia.

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ENTEROBIOSE (OXIÚRUS)

Enterobius vermicularis
- Transmissão: Ingestão de ovos.

 Habita o ceco, provocando coceira intensa.


- Diagnóstico: visualização de ovos em amostras de fezes ou fita adesiva.

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ESQUISTOSSOMOSE

Schistosoma mansoni
- Transmissão: Penetração da cercária na pele.

 Aspectos Clínicos: Febre, calafrios, perda de peso, tosse, artralgia. Podem ocorrer diarréias e
dores abdominais.

- Diagnóstico: Encontro de ovos de S. mansoni nas fezes.

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TENÍASE e
CISTICERCOSE

Taenia solium
Taenia saginata
- Trasmissão Teníase: Ingestão de carne crua ou mal passada de porco contendo cisticerco ou
- Trasmissão Cisticercose: Ingestão dos ovos da Taenia.

 Aspectos clínicos: Assintomática ou dores abdominais, fraqueza, perda de peso ou aumento


de apetite.
 Aspectos clínicos da cisticercose: cefaléia, déficits motores e convulsões.

 Diagnóstico da teníase: Encontro de ovos nas fezes.


 Diagnóstico da cisticercose: Exames imunológicos e de imagem.

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Os fármacos mais comumente prescritos para parasitoses são:

Anti-helmínticos são fármacos que agem localmente para expelir os vermes do trato gastrintestinal
(TGI) ou sistematicamente para erradicar helmintos adultos ou formas de desenvolvimento que
invadem órgãos e tecidos, Ex: Albendazol ou Mebendazol.

Albendazol
Ações terapêuticas: Anti-helmíntico.
Propriedades: É um anti-helmíntico benzimidazólico que possui atividade frente a trematódeos,
cestódes e nematódeos. Seu mecanismo de ação mistura certas alterações na capacitação e a
utilização dos hidratos de carbono pelo parasita.
Indicações: Oxiuríase, ascaridíase, ancilostomíase, necatoríase, tricuríase, estrongiloidíase, teníase,
himenolepíase, hidatidose.
Dose: A dose usual para adultos e crianças maiores de 2 anos é de 400mg como dose única. Em
estrongiloidíase administram-se 400mg diárias durante 3 dias consecutivos.
Reações adversas: Vertigem, cefaléias, dor epigástrica, boca seca, febre, prurido, vômitos e
diarréia.
Contra-indicações: Gravidez, lactação, epilepsia, hipersensibilidade aos derivados
benzimidazólicos.
Nomes Comerciais:
Zentel®, Parazin®, Monozol® ou Albentel®

Mebendazol
Ações terapêuticas - Anti-helmíntico.
Propriedades: Trata-se de um anti-helmíntico de amplo espectro (cestóides, nematódios,
trematódeos) que pertence aos derivados benzimidazólicos, como o albendazol e o tiabendazol. Pelo
seu mecanismo de ação antiparasitário inibe de forma seletiva irreversível a absorção de glicose, o
que provoca a depleção dos depósitos de glicogênio nos microtúbulos das células tegumentárias e
intestinais do parasita. Tudo isso gera imobilidade, paralisia motora e morte dos diferentes
nematódios. Seu espectro envolve Ascaris lumbricoides, Enterobius vermicularis, Trichiuris
trichiura, Ancylostoma duodenale e Necator americanus. É considerado terapia alternativa a doses
altas em infecções por Toxocara, Trichinella spiralis volvulus e Equinococcus granulosus. O
mebendazol aumenta sua absorção quando é administrado de forma concomitante com as refeições.
Indicações: Infecção provocada por diferentes parasitas como Ascaris lumbricoides, Enterobius
vermicularis (oxiúrios), Ancylostoma duodenale, Necator americanus, Trichiuris trichiura,
hidatidose.
Posologia: Em ascaridíase e trichuríase, doses de 100mg (pela manhã) e 100mg (à tarde) durante 3
dias seguidos, tanto para adultos como crianças. Em oxiuríase, 100 a 200mg em 1 só dose; se não
for alcançada a cura com esta dose inicial, deve-se repetir uma segunda série 15 dias após. Em
triquinose, 200 a 400mg 3 vezes ao dia, durante 3 dias, e posteriormente 400 a 500mg 3 vezes ao
dia, durante 10 dias. Em hidatidose requerem-se concentrações tissulares elevadas, por isso são
reservadas para casos graves doses de 40 a 50mg/kg/dia, distribuídos a cada 6 horas durante 3 a 9
meses, com o objetivo de reduzir o tamanho do quisto antes da cirurgia.

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Reações adversas: São escassas e de pouca intensidade, como epigastralgia, náuseas, erupção
cutânea, prurido, febre, diarréia e vômitos. Em pacientes que recebem doses elevadas, pode
provocar leucopenia com neutropenia reversível.
Precauções: Em pacientes diabéticos que recebem insulina ou hipoglicemiantes orais, pode
potencializar o efeito hipoglicêmico, pois o mebendazol facilita a liberação de insulina.
Contra-indicações: Gravidez, epilepsia, hipersensibilidade aos derivados benzimidazólicos.
Nomes Comerciais:
Helmiben®, Pantelmin®, Parelmin® Octelmin®

Praziquantel
Indicação: tratamento da esquistosomose

Posologia: 40 mg/kg em dose única ou 20mg/kg a cada 4 ou 6 horas.

Efeitos adversos: dor abdominal, cefaléia, tonteira, sonolência.

Ivermectina

Indicação: Ação contra alguns helmintos: estrongiloidíase, ascaridíase. Ação contra Artropódes:
escabiose, pediculose.

Posologia: a dose é única e dependente do peso.

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Anti-hipertensivos
A hipertensão arterial é uma doença crônica determinada por elevados níveis de pressão sanguínea
nas artérias, o que faz com que o coração tenha que exercer um esforço maior do que o normal para
fazer circular o sangue através dos vasos sanguíneos.

A hipertensão arterial é um dos principais factores de risco para a ocorrência de acidentes


vasculares cerebrais, enfartes do miocárdio, aneurismas das artérias , doenças arteriais periféricas,
além de ser uma das causas de Insuficiência renal crónica. Mesmo que moderado, o aumento da
pressão sanguínea arterial está associado à redução da esperança de vida. O controle da pressão
sanguínea pode ser conseguido com alterações nos hábitos alimentares e do estilo de vida,
reduzindo assim o risco de complicações clínicas, embora o tratamento através de fármacos seja
normalmente necessário em indivíduos nos quais a adopção de um estilo de vida saudável se mostre
insuficiente ou ineficaz.

A hipertensão arterial é das doenças de maior prevalência na população. No Brasil, a Sociedade


Brasileira de Hipertensão (SBH) estima que haja 30 milhões de hipertensos, cerca de 30% da
população adulta. Entre as pessoas com mais de 60 anos, mais de 60% têm hipertensão. No mundo,
são 600 milhões de hipertensos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Embora o
problema ocorra predominantemente na fase adulta, o número de crianças e adolescentes
hipertensos vem aumentando a cada dia. A SBH estima que 5% da população com até 18 anos
tenham hipertensão – são 3,5 milhões de crianças e adolescentes brasileiros.

A pressão alta caracteriza-se pela presença de níveis de pressão arterial elevados associados a
alterações no metabolismo do organismo, nos hormônios e nas musculaturas cardíaca e vascular.

Pessoas com história familiar de hipertensão podem apresentar maior risco para a doença.Níveis
elevados de pressão arterial são facilitados por: elevada ingestão de sal, baixa ingestão de potássio,
alta ingestão calórica e excessivo consumo de álcool. Os dois últimos fatores de risco são os que
mais contribuem para o desenvolvimento de peso excessivo ou obesidade, que estão diretamente
relacionados à elevação da pressão arterial.

O aumento do risco cardiovascular ocorre também pela agregação de outros fatores, tais como
tabagismo e dislipidemias - alterações nos níveis de colesterol e triglicérides, intolerância à glicose e
diabetes mellitus.

Na maioria dos casos de hipertansão arterial, não são observados sintomas. Quando estes ocorrem,
são comuns a outras patologias, tais como dor de cabeça, tonturas, cansaço, enjôos, falta de ar e
sangramentos nasais. Por isso, a hipertensão arterial é conhecida como uma doença silenciosa. Isto
pode dificultar o diagnóstico ou fazer com que os pacientes se esqueçam de usar os medicamentos
necessários para controlar a pressão arterial.

A pressão sanguínea envolve duas medidas, sistólica e diastólica, referentes ao período em que o
músculo do coração está contraído (sistólica) ou relaxado (diastólica) entre batimentos. A pressão
normal em repouso situa-se entre os 100 e 140 mmHg para a sistólica e entre 60 e 90 mmHg para a

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diastólica. Define-se como hipertensão a pressão sanguínea de valor igual ou superior a 140/90
mmHg.

O diagnóstico é feito pela aferição (medida) cuidadosa da pressão arterial em mais de uma
oportunidade. As medidas devem ser obtidas em ambos os membros superiores e, em caso de
diferença, utiliza-se sempre o braço com o maior valor de pressão para as medidas posteriores.

A posição recomendada para a medida da pressão arterial é a sentada. A medida nas posições
ortostática e supina deve ser feita pelo menos na primeira avaliação em todos os indivíduos e em
todas as avaliações em idosos, diabéticos, portadores de disautonomias, alcoolistas e/ou em uso de
medicação anti-hipertensiva.

As medidas devem ser realizadas por profissionais experientes e usando um equipamento


devidamente calibrado.

Existem dois tipos de tratamento para os hipertensos: não-medicamentoso e medicamentoso.

TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO

Um estilo de vida saudável é fundamental para controlar fatores ambientais que influenciam
negativamente a pressão arterial. Uma alimentação rica em frutas, verduras e vegetais, evitar a
ingestão excessiva de sal, combater o sedentarismo e a obesidade, evitar o álcool e o cigarro
colaboram para a redução da pressão arterial e para a diminuição do risco cardiovascular.

Quando essas medidas não são suficientes para controlar a pressão arterial, o médico pode optar por
introduzir medicações hipotensoras com o objetivo de reduzir a morbidade e a mortalidade
cardiovasculares. O tratamento medicamentoso deve estar sempre associado ao tratamento não-
medicamentoso citado acima.

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO

Existem vários medicamentos usados para controlar a hipertensão, como diuréticos, inibidores da
ECA, bloqueadores do receptor AT1 e bloqueadores dos canais de cálcio. Às vezes, é necessário
que o médico oriente uma associação de anti-hipertensivos.

O objetivo é reduzir a pressão arterial para valores inferiores a 140 mmHg de pressão sistólica e 90
mmHg de pressão diastólica, respeitando-se as características individuais, a presença de outras
doenças e a qualidade de vida dos pacientes.

O aumento contínuo da pressão arterial faz com que ocorram danos às artérias. Elas tornam-se mais
espessadas e estreitadas, podem começar a ter placas de gordura aderidas a sua superfície,

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dificultando o fluxo sangüíneo. As artérias vão perdendo sua elasticidade, podendo entupir ou
romper.

Essas complicações da hipertensão atingem mais freqüentemente o coração, cérebro, rins, olhos e
artérias periféricas. Podendo levar ao infarto agudo do miocárdio (IAM), insuficiência cardíaca,
arritmias cardíacas, acidente vascular cerebral, insuficiência renal, problemas oculares como
diminuição da visão e alterações na retina ou problemas circulatórios.

Diuréticos:
O mecanismo de ação anti-hipertensiva dos diuréticos relaciona-se inicialmente aos seus efeitos
diurético e natriurético ( eliminação de líquidos e sal pela urina ).
 São preferidos como tratamento inicial.
 Efeitos Colaterais: Desidratação, desconforto gástrico, cefaléia, náuseas, fraqueza,
vertigens, parestesia, hipotensão e hipersensibilidade.
 Posologia: Preferencialmente em uma só tomada e pela manhã ou em doses fracionadas.

Diuréticos Tiazídicos:
Clorana®, Hidroclorotiazida
Higroton®, Clortalidona
Indapen SR®, Indapamida

Diuréticos de Alça:
Lasix®, Furosemida

Diuréticos Poupadores de Potássio:


Aldactone®, Espironolactona

Bloqueadores do receptor AT1:


Antagonizam a ação da angiotensina II por meio do bloqueio específico de seus receptores AT1.
 Efeitos Colaterais: Raros, hipotensão, cefaléia e tonteiras.
 Posologia: 1 vezes ao dia, em dose única.
 Exemplos: Aradois®, Losartana; Diovan®, Valsartana, Atacand®, Candersartana.

Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (Inibidores da ECA):


Agem fundamentalmente pela inibição da enzima de conversão da angiotensina, bloqueando a
transformação da angiotensina I em II no sangue e nos tecidos. A angiotensina II estreita as artérias
e aumenta a pressão arterial .
 Efeitos Colaterais: Tosse (2 a 5%), hipotensão e hipersensibilidades.
 Posologia: 2 a 3 vezes ao dia, dependendo da droga e gravidade da hipertensão.
 Exemplos: Capoten®, Captopril, Zestril®, Lisinopril, Lotensin®, Benazepril, Renitec®,
Enalapril.

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Medicamentos de ação central:

Agonistas Alfa 2
Atuam estimulando certos receptores no sistema nervoso central, reduzindo a liberação de
adrenalina.
Clonidina
 Efeitos colaterais: Hipotensão, sedação, secura na boca, impotência.
Metildopa
 Efeitos colaterais: Hipotensão, sedação, secura na boca.
 Muito utilizado em grávidas com hipertensão, pela segurança e pelo aumento acentuado da
prolactinemia.

Alfabloqueadores (Bloqueadores Alfa 1)


Bloqueiam os receptores alfa, do sistema nervoso autônomo, envolvido no controle da pressão
arterial. Apresentam efeito hipotensor discreto em longo prazo como terapia isolada ,devendo,
portanto, ser associados com outros anti-hipertensivos. Podem induzir o aparecimento de tolerância
medicamentosa (perda do efeito com o tempo), o que exige o uso de doses gradativamente
crescentes.
 Não são muito utilizados.
 Efeitos colaterais: Hipotensão.
 Exemplos desse grupo: doxazosina e o prazosina.

Betabloqueadores:
Seu mecanismo anti-hipertensivo envolve diminuição inicial do débito cardíaco ( desempenho do
coração como bomba a cada minuto ), redução da secreção de renina pelos rins e diminuição das
catecolaminas ( adrenalina ) nas sinapses nervosas.
 Os betabloqueadores são formalmente contra-indicados a pacientes com asma brônquica,
DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica).
 Efeitos colaterais: broncoespasmo, bradicardia excessiva ( queda do batimento abaixo de 50
bpm), distúrbios da condução atrioventricular, vasoconstrição periférica ( estreitamento das
artérias periféricas ), insônia, pesadelos, depressão psíquica, fraqueza e disfunção sexual.
 Exemplos desse grupo: Inderal®, Propranolol, Selozok®, Metoprolol, Glaucotrat®,
Timolol.

Bloqueadores dos canais de cálcio:


A ação anti-hipertensiva decorre da redução da resistência vascular periférica ( dilatação das
artérias ) por diminuição da concentração de cálcio nas células musculares lisas da parede dos
vasos.
 Efeitos colaterais: cefaléia, tontura, rubor facial e edema de extremidades. Esses efeitos
adversos são, em geral, dose-dependentes.
 Exemplos: Adalat®, nifedipino, Cardizem®, Diltiazem, Norvasc®, Anlodipino.

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Vasodilatadores diretos:
Atuam sobre a musculatura da parede vascular, promovendo relaxamento muscular com
conseqüente dilatação e redução da resistência vascular. São utilizados em associação a diuréticos
e/ou betabloqueadores.
 Efeitos Colaterais: Retenção de líquido, aumento débito cardíaco.
 Exemplos: Apresolina®, Hidralazina e o Loniten®, minoxidil são os dois principais
representantes desse grupo.

AFERIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL

 Sistema circulatório
- Transporte de oxigênio e nutrientes para as células do corpo;
- Transporte de substâncias de uma parte para outra do corpo;
- Remoção de produtos do metabolismo celular.

 Sístole: Período de contração muscular das câmaras cardíacas.


 Diástole: Período de repouso.

 A aferição da pressão arterial é o elemento chave para o estabelecimento do diagnóstico da


hipertensão arterial e a avaliação da eficácia do tratamento.
 Deve ser realizada em toda avaliação de saúde, por profissionais da área de saúde
devidamente treinados.
 O método mais utilizado para aferição da pressão arterial na prática clínica é a técnica
auscultatória.
 Os aparelhos eletrônicos evitam erros relacionados ao observador e podem ser empregados
quando validados.
 Todos os aparelhos devem ser testados e devidamente calibrados a cada seis meses.

 Informações importantes!!!
⚫ Não falar no momento da aferição
⚫ Bexiga vazia
⚫ Evitar ingestão de café ou bebidas cafeinadas (1 hora)
⚫ Evitar fumar (30min)
⚫ Evitar exercícios extenuantes (1 hora)
⚫ Evitar alimentos com muito sal
⚫ Não cruzar as pernas
⚫ Cuidado com tempo frio

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Aferição de Pressão Arterial

Metodologia de Aferição

O esfigmomanômetro de coluna de mercúrio é o ideal para essas medidas.


Os aparelhos do tipo aneróide, quando usados, devem ser periodicamente
testados e devidamente calibrados. A aferição da pressão arterial deve ser
realizada na posição sentada, de acordo com o procedimento descrito a
seguir:

1) Explicar o procedimento ao paciente.


2) Certificar-se de que o paciente: não está com a bexiga cheia; não praticou exercícios físicos
extenuantes; não ingeriu bebidas alcoólicas, café, alimentos, ou fumou até 30 minutos antes da
medida.
3) Deixar o paciente descansar por 5 a 10 minutos em ambiente calmo, com temperatura agradável.
4) Localizar a artéria braquial por palpação.
5) Colocar o manguito firmemente cerca de 2 cm a 3 cm acima da fossa antecubital, centralizando
a bolsa de borracha sobre a artéria braquial.
6) Manter o braço do paciente na altura do coração.
7) Posicionar os olhos no mesmo nível da coluna de mercúrio ou do mostrador do manômetro
aneróide.
8) Palpar o pulso radial e inflar o manguito até seu desaparecimento, para a estimativa do nível da
pressão sistólica, desinflar rapidamente e aguardar de 15 a 30 segundos antes de inflar novamente.
9) Colocar o estetoscópio nos ouvidos, com a curvatura voltada para a frente.
10) Posicionar a campânula do estetoscópio suavemente sobre a artéria braquial, na fossa
antecubital, evitando compressão excessiva.
11) Solicitar ao paciente que não fale durante o procedimento de medição.
12) Inflar rapidamente, de 10 mmHg em 10 mmHg, até o nível estimado da pressão arterial.
13) Proceder à deflação, com velocidade constante inicial de 2 mmHg a 4 mmHg por segundo,
evitando congestão venosa e desconforto para o paciente.
14) Determinar a pressão sistólica no momento do aparecimento do primeiro som, que se intensifica
com o aumento da velocidade de deflação.
15) Determinar a pressão diastólica no desaparecimento do som. Auscultar cerca de 20 mmHg a 30
mmHg abaixo do último som para confirmar seu desaparecimento e depois proceder à deflação
rápida e completa.
16) Registrar os valores das pressões sistólica e diastólica.
17) Esperar 1 a 2 minutos antes de realizar novas medidas.
18) O paciente deve ser informado sobre os valores da pressão arterial e a possível necessidade de
acompanhamento.

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Hipoglicemiantes

Fisiologia da Doença

O diabetes mellitus (DM) é definido como uma síndrome de hiperglicemia crônica resultante da
falta de produção de insulina e/ou de resistência à ação deste hormônio. A classificação do DM
inclui:
a) diabetes mellitus insulinodependente (DMI), ou tipo 1;
b) diabetes mellitus não-insulino-dependente (DMII) ou tipo2;
c) diabetes mellitus associado a outras doenças ou secundário e;
d) diabetes mellitus gestacional.

Segundo o Ministério da Saúde, 5 milhões de brasileiros entre 30 e 69 anos têm diabetes.


Considerando a população inteira do país, as estimativas extra-oficiais apontam 12 milhões de
portadores da doença, caracterizada pela deficiência na produção ou na ação da insulina, aquele
hormônio indispensável para a entrada da glicose em cada célula do seu corpo. Sabe-se ainda que
metade desse contingente nem desconfia do problema, que aliás vem aumentando no mundo todo.

A insulina, hormônio sintetizado pelo pâncreas, promove a entrada de glicose nas células. A
glicose no interior das células é convertida em ENERGIA!!!

Entre as refeições, o fígado libera a glicose estocada para a corrente sanguínea e dessa forma
mantém os níveis normais de glicose no sangue. Quando a glicemia (taxa de glicose no sangue)
aumenta após uma refeição, a quantidade de insulina também aumenta para que o excesso de
glicose possa ser rapidamente absorvido pelas células.

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Diabetes Mellitus tipo I


O DM tipo 1, comumente encontrado em crianças e adolescentes, tem origem auto-imune. Neste
caso, o organismo deixa de produzir insulina e são necessárias injeções diárias para regularizar o
metabolismo do açúcar.
Responsável por apenas 10% dos casos, ele costuma surgir repentinamente e, cedo.O pico da
incidência acontece na infância, principalmente entre os 4 e 6 anos, e na adolescência, entre11 e
16 anos. Normalmente os pacientes são magros.Há necessidade de reposição da insulina.

Diabetes Mellitus tipo II

Já o Diabetes tipo II acomete a maior parte dos afetados, cerca de 90%. A instalação deste tipo de
diabetes resulta de um aumento da resistência à ação da insulina seguida da incapacidade das
células B pancreáticas em secretar quantidades adequadas do hormônio para compensar a
hiperglicemia.

Pelo menos 8 em cada 10 portadores do diabetes tipo 2 apresentam excesso de peso. Com
importante componente genético, a doença costuma acometer adultos com mais de 40 anos.

Na maioria dos casos, o diabetes melito resulta da secreção diminuída de insulina pelas células beta
das ilhotas de Langerhans. Em geral, a hereditariedade desempenha importante papel ao
determinar qual pessoa irá desenvolver a doença e qual não será afetada.

Uma razão é que, na obesidade, as células beta das ilhotas de Langerhans tornam-se menos
responsivas à estimulação da glicemia aumentada; por conseguinte, os níveis sanguíneos de insulina
não aumentam quando necessário. Outra razão é que a obesidade diminui o número de receptores de
insulina nas células-alvo em todo o organismo, de modo que a quantidade disponível de insulina
torna-se menos eficiente na indução dos efeitos metabólicos habituais.

Diabetes Gestacional
O diabetes gestacional é a alteração das taxas de açúcar no sangue que aparece ou é detectada pela
primeira vez na gravidez. Pode persistir ou desaparecer depois do parto. Os principais fatores de
risco são:
- idade superior a 25 anos;
- ganho excessivo de peso na gravidez;
- deposição central excessiva de gordura corporal;
- baixa estatura;
- crescimento fetal excessivo;
- Hipertensão;
- antecedentes obstétricos de morte fetal ou neonatal.

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Sintomas do Diabetes

 Infecções freqüentes;
 Alteração visual (visão embaçada);
 Dificuldade na cicatrização de feridas;
 Formigamento nos pés;
 Furunculose.

Um Brasil açucarado Quando o açúcar aumenta sua concentração no sangue, esse


líquido fica mais denso e a pressão arterial tende a aumentar.
• Cerca de 12 milhões de indivíduos são Isso força o rim a trabalhar dobrado, carregando muita água
portadores do diabete no país para eliminar toda essa doçura em circulação. Resultado:
• Metade ignora sua condição, ficando vontade constante de urinar.
mais suscetível a uma série de
problemas decorrentes dela
Como urina mais para lavar o excesso de glicose do sangue, a
• 90% desses portadores apresentam o
tipo 2 da doença, relacionado aos
pessoa se desidrata. O corpo logo pede reposição da água e
maus hábitos da vida moderna vem a sede. Outro sintoma é a fome. As células, sem receber
• 42 milhões de reais foram gastos só sua porção de glicose, estão famintas. Só que, mesmo que a
em 2001 no pagamento de internações pessoa coma feito um elefante, continuará desnutrida e
causadas pelo diabete na rede pública tenderá a emagrecer. Sem contar que essa falta de
do país abastecimento adequado causa um cansaço sem fim.

Os valores de referência para a glicose são:

 Glicemia em jejum: Até 99 mg/dL


o Glicemia Pós-prandial (duas horas após o almoço): Até 140 mg/dL

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Diagnóstico
O diagnóstico é realizado por médicos através do cruzamento de dados clínicos e laboratoriais. São
necessários vários exames de glicemia de jejum, dosagem de hemoglobina glicada para fechar o
diagnóstico.

A primeira medida, quando alguém descobre que é portador do diabete, é corrigir seus hábitos:
regular a dieta, praticar atividade física e, se necessário, fazer uso de remédios orais.

A auto-monitorização da glicose capilar está indicada para todo o paciente tratado com insulina ou
agentes anti-hiperglicemiantes orais. Em pacientes com diabetes melito tipo 1 é recomendada a
realização de 3 ou mais testes por dia. Este teste é utilizado para auxiliar no controle da doença e
não como método diagnóstico.

* Aula prática: Medição de Glicose capilar

Complicações do Diabetes

No diabete, os freqüentes picos de glicemia podem comprometer o organismo, surgindo as famosas


complicações. Felizmente, hoje há várias maneiras de se evitar essas ocorrências.

As complicações crônicas do diabetes são as principais responsáveis pela morbidade e mortalidade


dos pacientes diabéticos.

Doenças Cardiovasculares
Representam a principal causa de morte (52%) de pacientes diabéticos do tipo 2. Os pacientes com
DM têm uma propensão duas a quatro vezes maior de morrer por doença cardíaca em relação aos
não diabéticos.

Nefropatia Diabética
É uma lesão dos rins caracterizada por hipertensão arterial chegando a insuficiência renal crônica.
Cerca de 35 % dos diabéticos tipo 1 e 10 % dos diabéticos tipo 2 desenvolvem a doença renal.

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Retinopatia Diabética (RD)


Caracterizada por alterações vasculares, que aparecem na retina, podendo causar pequenos
sangramentos e, como conseqüência, a perda da acuidade visual. Acomete cerca de 40% dos
pacientes diabéticos e é a principal causa de cegueira em pacientes entre 25 e 74 anos.

A maioria dos casos de cegueira (90%) é relacionada à RD e pode ser evitada através de medidas
adequadas, que incluem controle da glicemia e da pressão arterial e a realização do diagnóstico em
fase inicial.

Neuropatia periférica
As amputações de membros inferiores ocorrem 100 vezes mais
freqüentemente em pacientes com DM. O menor fluxo sangüíneo
proporciona a formação de feridas que se infeccionam e são de difícil
cicatrização. A perda da sensibilidade e a visão deficiente fazem com
que o paciente não perceba que seu pé está com feridas e úlceras. As
úlceras originam-se de lesões associadas a pequenos traumas,
geralmente causadas por calçados inadequados, dermatoses comuns,
ou manipulações impróprias dos pés pelos pacientes ou por pessoas
não habilitadas.

Hipoglicemia
O diabético, principalmente o insulinodependente, está muito propenso a sofrer por hipoglicemia
em alguns momentos do dia. Hipoglicemia
significa baixo nível de glicose no sangue.

Causas que favorecem o aparecimento da


hipoglicemia são:
• erros no uso da medicação, principalmente
na aplicação da insulina;
• atraso para se alimentar;
• exercício físico muito intenso;
• falta de automonitorização.

Sintomas da hipoglicemia:
• Sensação de fome aguda;
• Sensação de fraqueza com um cansaço muito grande;
• Dificuldade para raciocinar;
• Tremores finos ou grosseiros de extremidades;
• Sudorese exagerada;
• Bocejamento e sonolência;
• Visão dupla;
• Confusão. CUIDADO! A hipoglicemia pode levar ao coma!

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Tratamento
Tratamento Não Medicamentoso

• Educação em saúde;
• Modificações do estilo de vida;
• Suspensão do fumo e álcool;
• Reorganização dos hábitos alimentares
(alimentar-se de 3 em 3 horas);
• Aumento da atividade física.

• Necessidade de perda de peso.


o Índice de massa corporal inferior a 25 kg/m²
• Circunferência da cintura inferior a:
o 102 cm para homens;
o 88 cm para mulheres.

Diabetes Tipo I – Tratamento


Insulinoterapia

Classificação das insulinas:

Quanto a origem
–Insulina humana
–Insulina suína
Quanto a duração de ação
–Preparações de ação curta ou rápida
–Preparações de ação intermediária
–Preparações de ação longa

Principais tipos de Insulina

Insulina de ação rápida

 Início mais rápido de ação


 Duração mais curta
 Deve ser habitualmente injetada 30 a 45min antes da refeição
 Ex: Regular
 Ultra-rápida: Asparte (NovoRapid®), lispro (Humalog®) e glulisina (Apidra®)

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Insulina de ação intermediária

 Dissolução mais gradual


 Ação mais longa

Insulina de ação lenta

 Início de ação mais lenta


 Pico de ação prolongado
 Ex: NPH
 Ultra-lentas: Glargina (Lantus®), Detemir (Levemir®)

Diabetes Tipo II – Tratamento

Pode ser feito de duas formas a critério médico e de acordo com a situação clínica do paciente: são
orais e injetáveis. Caso o tratamento não seja satisfatório por via oral, inicia-se tratamento com
insulins.

Os hipoglicemiantes orais são medicamentos que por diferentes formas, dependendo de sua classe,
provocam uma diminuição da glicemia plasmática (nível de açúcar do sangue). Dessa forma, são
medicamentos largamente utilizados no manejo do Diabetes Melitus Tipo 2. Permitem seu controle
e evitam complicações inerentes a essa doença.

Sulfoniluréias (SU)

Mecanismo de ação
➢ Estimula a liberação de insulina em pacientes que possuem células betas viáveis, ou seja,
que são capazes de produzir um pouco de insulina.
Efeitos colaterais
➢ Ganho de peso e hipoglicemia.

São medicamentos dessa classe:

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Auxiliar de Farmácia

- Clorpropramida
Nome Comercial: Diabinese®
- Glibenclamida
Nome Comercial: Daonil®
- Glipizida
Nome Comercial: Minidiab®
- Glicazida
Nome Comercial: Diamicron®
- Glimepirida
Nome Comercial: Amaryl®

Meglitinidas

Mecanismo de ação
➢ São hipoglicemiantes que provocam um aumento da secreção de insulina. Devem ser usados
antes das refeições principais; são absorvidos e metabolizados rapidamente pelo fígado e
excretados pela bile e/ou urina.
Efeitos colaterais
➢ Hipoglicemia (causam hipoglicemia com menor freqüência que as sulfoniluréias), tontura e
pequeno ganho de peso.

São medicamentos dessa classe:

- Repaglinida
Nome Comercial: Prandin®
- Nateglinida
Nome Comercial: Starlix®

Biguanidas

Mecanismo de ação
➢ Causam um aumento da sensibilidade à insulina.
Efeitos colaterais
➢ Os efeitos colaterais mais comuns são diarréia, náuseas e cólica intestinal que normalmente
desaparecem nas primeiras semanas.

São medicamentos dessa classe:

- Metformina
Nome Comercial: Glucoformin®
- Fenformina
Nome Comercial: Debei®

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Auxiliar de Farmácia

Tiazolidinedionas

Mecanismo de ação
➢ Causam um aumento da sensibilidade à insulina.
Efeitos colaterais
➢ Dor de cabeça, tontura, fraqueza.

São medicamentos dessa classe:

- Rosiglitazona
Nome Comercial: Avandia®
- Pioglitazona
Nome Comercial: Actos®

Inibidores de glicosidases intestinais

Mecanismo de ação
➢ Provoca uma redução na digestão e absorção dos carboidratos complexos,no intestino
delgado, levando a uma queda no pico de glicose pós-prandial (após uma refeição).
Efeitos colaterais
➢ Flatulência, diarréia e dor abdominal

São medicamentos dessa classe:

- Acarbose
Nome Comercial: Glucobay®

Condições Clínicas Especiais

Gravidez e lactação: geralmente não são utilizados agentes hipoglicemiantes orais, somente
INSULINA.

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Auxiliar de Farmácia

Monitoramento de Glicemia
O controle do nível de glicose sanguínea é extremamente importante já que níveis elevados podem
ser prejudiciais ao organismo, mesmo que a pessoa não esteja sentindo nada. Desta forma, os níveis
de glicemia devem estar os mais próximos possíveis do normal. Como foi dito anteriormente, níveis
discretamente elevados de glicose podem causar, sem sintomas ou com poucos sintomas, lesões nos
órgãos alvos. A única forma de controle é fazendo a monitoração dos níveis de glicemia.

Método pra medida da glicemia capilar:

1 - Verifique sempre o prazo de validade das fitas reagentes;


2 - Lavar as mãos (pode usar água morna, se a temperatura estiver fria, assim fica mais fácil colher
o sangue);
3 - Utilizar álcool para limpar o dedo (não use álcool iodado, povidine ou outros);
4 - Secar o excesso de álcool com algodão estéril (o álcool pode alterar o resultado);
5 - Fure o dedo com uma das lancetas existentes no mercado, regule a pressão de acordo com a pele
lateral do dedo (pois é menos sensível);
6 - Deve-se colocar uma gota de sangue na fita, cobrindo por igual toda a área reagente da fita.

Horários ideais para medir a glicose:


• Em jejum
• Duas (2) horas após as três principais refeições (pós-pandriais): desjejum, almoço e jantar
• Antes de dormir

Periodicidade para medir a glicemia - Os pacientes bem controlados podem medir sua glicemia
cerca de 3 vezes por semana, em diferentes horários. Às vezes pode ser requeridas medidas de
glicemias diárias, em determinadas condições, ou mesmo várias vezes ao dia.

Valores que indicam um bom controle:


Em jejum até 110 (tolerável até 120)
• Pós-prandiais (com 2 horas) até 140 - tolerável até 160

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Auxiliar de Farmácia

Hormônios Tireoideanos

A tireóide é uma glândula localizada na parte anterior do pescoço e produz os hormônios T3


(tiiodotironina) e T4 (tiroxina) que atuam em todo o nosso organismo, regulando o crescimento,
digestão e o metabolismo.

Quando a tireóide não está funcionando


adequadamente pode liberar hormônios em
excesso (hipertireoidismo) ou em quantidade
insuficiente (hipotireoidismo). De maneira
geral, quando a glândula está hiperfuncionante
ocorre uma aceleração do metabolismo em todo
organismo, podendo ocorrer agitação, diarréia,
taquicardia, perda de peso etc, ao contrário,
quando a glândula está hipofuncionante pode
ocorrer cansaço, fala arrastada, intestino preso,
ganho de peso, etc.

Os hormônios tireoidianos estimulam quase


todos os tecidos do corpo: as células trabalham
mais intensamente, os órgãos do corpo
trabalham mais rapidamente. Para produzir
estes hormônios, a tireóide necessita de iodo;
um elemento existente nos alimentos e na água,
além de ser adicionado ao sal de cozinha.

Hipertireoidismo

O hipertireoidismo ou tireotoxicose é uma condição caracterizada pelo aumento da secreção dos


hormônios da tireóide e pode originar-se de várias causas, incluindo reações imunológicas,
inflamação da tireóide e adenomas.

Em sua forma mais leve, o hipertireoidismo pode não apresentar sintomas facilmente reconhecíveis
ou apenas cursar com sintomas inespecíficos, como sensação de desconforto e fraqueza. Mas o
hipertireoidismo pode ser uma doença grave e séria e até mesmo colocar em risco a vida da pessoa.

Os principais sintomas do hipertireoidismo são:


• taquicardia,
• perda de apetite,
• perda de peso importante,
• nervosismo, ansiedade e inquietação,
• intolerância ao calor,
• sudorese aumentada,

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Auxiliar de Farmácia

• fadiga e cãibras musculares,


• evacuações freqüentes,
• irregularidades menstruais,

Outros sintomas que podem também estar presentes são: presença do bócio (papo), fraqueza, sede
excessiva, aumento do lacrimejamento, dificuldade para dormir, pele fria e úmida, vermelhidão ou
rubor da pele, pele anormalmente escura ou clara, queda de cabelo, descamação e rápido
crescimento das unhas, náuseas e vômitos, atrofia muscular, tremor nas mãos, diarréia, pressão
sanguínea alta, dor nos ossos, protusão dos olhos (exoftalmia), visão dupla, aumento da
probabilidade de aborto, dentre outros.

O tratamento varia dependendo da causa e também da gravidade dos sintomas. O hipertireoidismo


pode ser tratado com medicamentos antitireoidianos, iodo radioativo ou cirurgia.Os medicamentos
mais usados são Metimazol e propiltiuracil: ambas agem impedindo a produção de hormônios pela
tiróide. O seu efeito demora em média 3 semanas, já que essas drogas apenas impedem a síntese de
novos hormônios, não tendo efeito sobre aqueles já produzidos e circulantes.

Hipotireoidismo

No hipotireoidismo ocorre a deficiência dos hormônios da tireóide, que pode potencialmente afetar
o funcionamento de todo o corpo. A taxa de funcionamento normal do corpo diminui causando
lentidão mental e física. Os principais fatores de risco são idade superior a 50 anos, sexo feminino,
obesidade, cirurgia de retirada da tireóide e exposição prolongada a radiação.

O grau de severidade pode variar de leve, apresentando um quadro de depressão em que o


diagnóstico de hipotireoidismo pode passar desapercebido, até a forma mais grave, denominada
mixedema, caracterizada pelo inchaço de todo o corpo e que constitui uma emergência médica.

Os principais sintomas do hipotireoidismo são:


• fraqueza e cansaço,
• intolerância ao frio,
• intestino preso,
• ganho de peso,
• depressão,
• dor muscular e nas articulações,
• unhas finas e quebradiças,
• enfraquecimento do cabelo,
• palidez.

Outros sintomas que podem aparecer mais tardiamente são: fala lenta, pele ressecada e espessada,
inchaço de mãos, pés e face, diminuição do paladar e olfato, rouquidão, menstruação irregular,
dentre outros.

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Auxiliar de Farmácia

O objetivo do tratamento é repor a deficiência de hormônio da tireóide. O medicamento mais


freqüentemente utilizado é a levotiroxina, mas há outros disponíveis. E o tratamento deverá ser
seguido por toda a vida, mesmo se os sintomas desaparecerem, pois são freqüentes as recaídas com
a interrupção do medicamento.

Nomes comerciais para a levotiroxina sódica: Puran T4,Synthroid, Levoid e Euthyrox

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Auxiliar de Farmácia

Anticoncepcionais
A primeira pílula anticoncepcional surgiu em meados de 1960, nos Estados Unidos, com o nome de
Enovid, com doses elevadas. Em um ano de uso, foi retirado do mercado, por causa dos vários
relatos de tromboembolismo (derrame, trombose em pernas e nos pulmões). Apesar disso, as
pesquisas continuaram e novas formulações foram descobertas, diminuindo paulatinamente a dose
hormonal e, com isso, os efeitos colaterais.

O surgimento dos anticoncepcionais gerou revolução de costumes na sociedade e mudanças de


mentalidade, o que propiciou a participação da mulher no mercado de trabalho a partir do
planejamento familiar.

Método bastante conhecido, acessível e seguro à população, é utilizado em todo o mundo, por cerca
de 60 milhões de mulheres. Observa-se a cada dia o aumento da prevalência da contracepção por
este método.

A pílula anticoncepcional é composta por dois hormônios sintéticos, um que imita o Estrógeno e
outro que imita a Progesterona, que são os hormônios naturais da mulher e que controlam o ciclo
menstrual e a ovulação. Com a administração destes dois hormônios sintéticos, de forma
combinada, tenta-se “enganar” o organismo feminino, para que não se produza aqueles hormônios
naturais e, assim, a ovulação não se faça. O hormônio parecido com o Estrógeno chama-se
estrogênio, e o hormônio parecido com a Progesterona chama-se progestógeno.

São vários os tipos de hormônios sintéticos usados nas pílulas e mais diversas ainda as dosagens
utilizadas. Com o decorrer dos anos, as doses foram diminuindo e os compostos, mudando.

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Auxiliar de Farmácia

Ciclo Menstrual

Inicia-se a partir do primeiro dia da menstruação, cuja duração é de três a seis dias. É o período
onde a superfície do endométrio é eliminada, acompanhada por hemorragia. O ciclo menstrual dura
em média 28 dias sendo controlado por hormônios.

Os atuais contraceptivos apresentam muitos benefícios além da contracepção:

• correção da dismenorréia;

• hemorragia disfuncional;

• inibição da lactação;

• tensão pré-menstrual;

• endometriose;

• puberdade precoce verdadeira;

• acne.

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Auxiliar de Farmácia

Contra-indicações

Mulheres com histórico de problemas circulatórios como: trombose; derrame cerebral e sinais
indicativos de ataque cardíaco (como angina ou dor no peito) não devem utilizar anticoncepcionais.

Métodos Hormonais de contracepção


Anticoncepcionais orais combinados (AOC)

A pílula anticoncepcional é, sem sombra de dúvida, o método contraceptivo mais popular em todo o
mundo. No entanto, o uso inadequado com maior índice de falhas do método.

No que tange as pílulas de baixa dosagem de hormônios (20, 30 ou 35ug de etinilestradiol), estas
têm a vantagem de menor incidência de efeitos colaterais, mantendo-se a eficácia, desde que
tomadas com regularidade.

Segurança anticoncepcional: A contracepção hormonal oral é um método bastante seguro e eficaz


(97%), se usado corretamente. Pode ser usada desde a adolescência até a menopausa, sem
necessidade de pausas para "descanso".

Não oferece proteção contra doenças sexualmente transminssíveis (DST).

A utilização dos AOC deve ser iniciada nos primeiros sete dias do ciclo menstrual em geral no 5º
dia. Para pílulas de doses mais baixas inicia-se no primeiro dia do ciclo. È de vital importância
evitar relações sexuais ou usar método alternativo durante os sete dias seguintes. Deve-se utilizar
contracepção de barreira (camisinha).

Efeitos Colaterais

Ocorrem em menos de 10% das mulheres:

- náuseas;

- cefaléia leve;

- sensibilidade mamária;

- leve ganho de peso;

- manchas de pele (exposição ao sol);

- nervosismo.

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Auxiliar de Farmácia

Podem ocorrer também: Alterações do ciclo menstrual, sangramento nos intervalos entre as
menstruações, amenorréia, depressão e menor interesse sexual.

O que fazer em caso de esquecimento???

Se esquecer de tomar uma pílula?

• Tomar uma pílula esquecida imediatamente ao lembrar.

• Tomar a pílula seguinte no horário regular.

Se esquecer de tomar 2 ou mais pílulas?

• Utilizar preservativo ou evitar relações sexuais durante sete dias, tomar uma das pílulas
esquecidas imediatamente ao lembrar.

ATENÇÃO!!!

Alguns antibióticos como a ampicilina, rifampicina, amoxicilina e alguns anticonvulsivantes


como fenobarbital e ácido valpróico podem diminuir o efeito dos anticoncepcionais.

Anticoncepcional Injetável Trimestral

Aplicação de uma injeção de hormônio tomada a cada 3 meses. É um método altamente eficaz,
porém apresenta grande descontinuidade pelo aumento do peso corpóreo.

Segurança anticoncepcional: A contracepção hormonal injetável é um método bastante seguro e


eficaz (97%), se usado corretamente.

Não oferece proteção contra doenças sexualmente transminssíveis (DST).

As formulações são aquosas (geralmente suspensões), são depositadas no músculo, promovendo


liberação aos poucos. Ex.: Depo-provera.

Anticoncepcional Injetável Mensal

É de administração simples e diminui a probabilidade de esquecimento. As vantagens em relação


aos injetáveis trimestrais são a menor incidência de alterações menstruais e menor o ganho de peso.
• Segurança anticoncepcional: É um método tão eficaz quanto o anticoncepcional oral.

Não oferece proteção contra doenças sexualmente transminssíveis (DST).

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Auxiliar de Farmácia

As formulações são oleosas, são depositadas no músculo, promovendo liberação aos poucos. Ex.:
Mesygina, Perlutan.

Anticoncepção Oral De Emergência

A anticoncepção oral de emergência ajuda a prevenir gestações indesejadas e, conseqüentemente o


aborto clandestino, prevenindo a gravidez após uma relação sem proteção anticoncepcional ou após
violência sexual. É também conhecida como pílula do dia seguinte. Como nome diz, deve ser usada
na EMERGÊNCIA e não rotineiramente.

Possui alta dose do hormônio Levonorgestrel. Deve ser tomado até 72 horas:

0,75 mg = 1 com a cada 12 horas ou 1,5 mg = dose única.

 Eficácia: 75 a 85%.

Não oferece proteção contra doenças sexualmente transminssíveis (DST).

A anticoncepção oral de emergência não afeta a implantação de um óvulo já fecundado nem


interrompe uma gravidez já estabelecida.

Adesivo Anticoncepcional
Consiste de uma combinação de dois hormônios liberados de forma contínua por sete dias, através
de adesivos cutâneos. A absorção cutânea é muito eficiente, mantendo um nível contínuo de
hormônios que garantem alta eficácia.

Os adesivos vêm em embalagens contendo três unidades. Na primeira vez, deve-se começar entre o
primeiro e o quinto dia do ciclo. Cada adesivo deve ficar colocado por sete dias. Após esse período
será trocado por um novo. Depois de completar sete dias com o terceiro adesivo, a mulher deverá
retirá-lo e ficar sem adesivo por sete dias e iniciar um novo ciclo.

Não oferece proteção contra doenças sexualmente transminssíveis (DST).

Anel Vaginal

O anel vaginal contém dois hormônios que são são liberados ao longo do mês
na região vaginal. É colocado na vagina no 5º dia da menstruação,
permanecendo nessa posição durante três semanas. É um método conveniente,
pois só precisa ser aplicado uma vez ao mês. Tão eficaz quanto as pílulas
combinadas mais modernas e com doses mais baixas de hormônios.
Não oferece proteção contra doenças sexualmente transminssíveis (DST).

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Auxiliar de Farmácia

Ansiolíticos

É comum pensar que medicamentos ansiolíticos são utilizados para tratamento da ansiedade.
Porém, este é um termo que se popularizou de forma errada. Portanto, ansiolíticos são
medicamentos destinados à indução do sono, e não diretamente tranqüilizar a pessoa estressada,
tensa e ansiosa, este é um efeito secundário.

Desde a antiguidade várias substâncias eram utilizadas para induzir o sono, como o álcool, láudano
e outras ervas, como o sumo das flores da papoula.

Inicialmente, ainda no século XIX, foi descoberto a primeira substância com ação sedativo-
hipnótica, o brometo. A partir daí foram descobertas várias outras como o Barbital e o
Fenobarbital, iniciando-se a era dos Barbitúricos, que foram sucesso até a década de 60. Com a
descoberta do Clordiazepóxido em 1961, inicio-se a era dos Benzodiazepínicos. Essas são as duas
classes de ansiolíticos.

A depressão do Sistema Nervoso Central (SNC), essencial para induzir o sono, pode ocorrer em
vários níveis, desde a leve sedação até a anestesia geral.

Barbitúricos

Os barbitúricos foram os primeiros sedativo-hipnóticos com importância clínica. Seu mecanismo


de ação baseia-se na depressão reversível de todos os tecidos excitáveis do corpo, sendo que o SNC
é extremamente sensível.

Uso terapêutico:

• Desordens convulsivas

• Estado epilético

• Indução de sono;

• Sedação pré-operatória;

• Indução e manutenção de anestesia;

• Diminuição de ansiedade.

Principais exemplos de barbitúricos:

• Amobarbital;

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Auxiliar de Farmácia

• Fenobarbital;

• Pentobarbital;

• Tiopental.

Efeitos Adversos:

Os efeitos adversos mais comuns são devido à baixa seletividade e pequeno índice terapêutico.
Dessa forma são comuns depressão grave do SNC, alterações sutis de humor, comprometimento do
julgamento e das habilidades motoras finas, além de vertigens, náusea, vômito e diarreia.

Deve-se atentar para idosos, que podem apresentar excitação e sintomas parecidos à embriaguês,
além de atentar para pacientes com dor crônica, que podem apresentar inquietação, excitação,
delírio e piora da sensação de dor.

Benzodiazepínicos

Os benzodiazepínicos são mais seguros que os barbitúricos, pois apesar de terem o mesmo
mecanismo de ação, sua ação é mais limitada. Logo, são mais utilizados na clínica.

Uso terapêutico:

• Desordens convulsivas

• Pré-anestesia;

• Insônia;

• Sedação pré-operatória;

• Relaxamento muscular;

• Diminuição de ansiedade.

Principais exemplos de benzodiazepínicos:

• Alprazolam,

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Auxiliar de Farmácia

• Clonazepam,

• Diazepam,

• Lorazepam,

• Midazolam.

Efeitos Adversos:

São comuns os efeitos: fraqueza, dor de cabeça, visão borrada, vertigem, náusea, vômito,
desconforto epigástrico. Efeitos específicos são: Delírio, aumento dos tempos de reação,
incoordenação motora, confusão, amnésia, sonolência diurna residual.

ANSIOLÍTICOS BENZODIAZEPÍNICOS
DISPONÍVEIS NO BRASIL
Nome químico Nome comercial
Alprazolam Apraz, Frontal, Tranquinal, Altrox
Bromazepam Lexotam, Deptran, Somalium, Sulpam
Buspirona** Ansitec, Bromoprim, Buspanil, Buspar
Clobazam Frizium, Urbanil
Clonazepam Rivotril, Clonotril
Clordiazepóxido Psicosedim
Cloxazolam* Olcadil, Elum
Diazepam Diazepam, Noam, Valium, Ansilive,
Kiatrium
Lorazepam* Lorax, Lorium, Mesmerim

É importante frisar que os efeitos dos benzodiazepínicos e dos barbitúricos podem ser fortemente
aumentados pelo álcool, e a mistura álcool + benzodiazepínico pode ser prejudicial.

Situação Legal e Burocrática

Os benzodiazepínicos e barbitúricos são controlados pelo Ministério da Saúde, isto é, a farmácia só


pode vendê-los mediante receita especial do médico, a qual fica retida na farmácia para posterior
controle das autoridades sanitárias. Para tirar dúvidas, voltar na seção Tipos de Receituário e
Legislações.

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Auxiliar de Farmácia

Depressão e Antidepressivos

Depressão

É uma doença caracterizada por distúrbios: físicos, mentais e emocionais. É um distúrbio afetivo
que acompanha a humanidade ao longo da sua história. Geralmente, há presença de: tristeza;
pessimismo e baixa auto-estima.

É uma condição médica comum, crônica e recorrente. Causa incapacitação funcional e


comprometimento da saúde física. A prevalência na população em geral varia entre 3% e 11%,
sendo que é mais freqüente em mulheres (duas a três vezes mais freqüente).

Aproximadamente 80% dos indivíduos que receberam tratamento para um episódio depressivo
terão um segundo episódio depressivo ao longo de suas vidas. A duração média de um episódio é
de 20 semanas.

As causas da depressão são diversas e não muito definidas. Há uma série de evidências que
mostram alterações químicas no cérebro do indivíduo deprimido. Acredita-se que alguns
neurotransmissores importantes para a manutenção do bem-estar como a serotonina, noradrenalina
e dopamina estejam com quantidade diminuída.

Outros processos que ocorrem dentro das células nervosas também estão envolvidos. Ao contrário
do que normalmente se pensa, os fatores psicológicos e sociais muitas vezes são conseqüência e
não causa da depressão. Vale ressaltar que o estresse pode precipitar a depressão em pessoas com
predisposição, que provavelmente é genética.

Os sintomas da depressão são diversos e podem se apresentar de forma diferente em cada


indivíduo, são eles:

- humor depressivo ou irritabilidade;

- ansiedade e angústia;

- desânimo e cansaço fácil;

- diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer em atividades anteriormente


consideradas agradáveis;

- indecisão;

- sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero, desamparo e vazio;

- idéias freqüentes e desproporcionais de culpa;

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Auxiliar de Farmácia

- sensação de falta de sentido na vida, inutilidade, ruína, fracasso, doença ou morte;

- raciocínio mais lento e esquecimento;

- diminuição do desempenho sexual;

- perda ou aumento do apetite e peso;

- insônia ou aumento do sono;

- dores e outros sintomas físicos não justificados pelos médicos.

Um dos sintomas mais caracterísiticos e sérios é que a pessoa pode desejar morrer, planejar uma
forma de morrer ou tentar suicídio.

Papel dos Neurotransmissores

Na depressão acontece uma diminuição na quantidade de neurotransmissores liberados. Porém, a


bomba de recaptação e a enzima continuam trabalhando normalmente. O neurônio receptor captura
menos neurotransmissores, assim o SN funciona com menos neurotransmissores do que
normalmente seria preciso.

Serotonina

É o hormônio e o neurotransmissor envolvido principalmente na excitação de orgãos e constrição


de vasos sanguíneos. Suas funções são: estímulo dos batimentos cardíacos; início do sono; aumento
da sensação de prazer.

Noradrenalina

É o hormônio precursor da adrenalina. Suas funções são: elevação da pressão sanguínea; sistema
de alerta; controle da memória.

Dopamina

Sua falta é a causa da doença de Parkinson. Se quantidade for comprometida pode resultar em
pensamentos incoerentes, como na Esquizofrenia. Suas funções são: promover movimentos suaves
e controlados; sentimento de euforia; acalma a dor e aumenta o prazer.

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Auxiliar de Farmácia

Fatores de risco para depressão

• História familiar de depressão;

• Idade mais avançada;

• Episódios anteriores de depressão;

• Parto recente;

• Acontecimentos estressantes.

Tratamento
O tratamento baseia-se em Psicoterapia; Prática de exercícios físicos com regularidade (melhora o
humor e a auto-imagem) e uso de medicamentos. Aumentar o número de atividades diárias capazes
de dar prazer também é indicado.

Para o tratamento da depressão são rotineiramente usados antidepressivos. Ao contrário do que


alguns temem, essas medicações não são drogas que deixam a pessoa eufórica ou provocam vício.

Os antidepressivos são drogas que aumentam o tônus psíquico melhorando o humor e,


conseqüentemente, melhorando o conforto emocional e o desempenho de maneira global.

▪ Fase aguda: 6 a 12 semanas, tem o objetivo de regredir os sinais e sintomas da doença.

▪ Fase de continuidade: Manutenção da medicação deve ser mantida por quatro a nove
meses, contados a partir do desaparecimento dos sintomas, objetivo de evitar recidivas.

▪ Fase de manutenção: Não tem duração definida.

A resposta a tratamento agudo com antidepressivo ocorre entre 2 a 4 semanas após o início do
uso. A ausência de resposta em quatro semanas diminui a chance de haver resposta posterior com o
mesmo tratamento.

No geral, os antidepressivos diminuem a intensidade dos sintomas; reduzem a tendência ao suicídio


e aceleram a velocidade da normalização. Havendo isso todo o humor se reestrutura e logo o doente
se sente melhor.

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Auxiliar de Farmácia

Dividindo os antidepressivos em 4 grupos:


1 - Antidepressivos Tricíclicos (ADT)
2 – Inibidores da Monoaminaoxidase
(IMAO)
3 - Inibid. Seletivos de Recap. da
Serotonina
4 - Antidepressivos Atípicos

Antidepressivos Tricíclicos (ADT)

São os mais usados para o tratamento dos pacientes deprimidos.

- Amitriptilina: Amytril®, Tryptanol®

- Clomipramina: Anafranil®, Clo®

- Imipramina: Tofranil®

- Nortriptilina: Pamelor®

Inibidores da MonoaminoOxidase (MAO)

Inibem a monoamino-oxidase, enzima que desamina preferencialmente a noradrenalina e a


serotonina.

- Tranilcipromina: Stelapar®

- Moclobemida: Aurorix

Inibidores Seletivos de Recaptação da Serotonina(ISRS)

Um dos mais utilizados no tratamento da depressão, age no bloqueio seletivo da recaptação da


serotonina (5-HT).

ANTIDEPRESSIVOS ISRS
Nome Químico Nome Comercial
Fluoxetina Prozac, Daforim, Deprax, Fluxene,
Nortec, Verotina
Nefazodona Serzone
Paroxetina Aropax, Cebrilim, Pondera,
Benepax
Sertralina Zoloft, Tolrest, Novativ, Assert
Citalopram Cipramil, Procimax, Cittá

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Auxiliar de Farmácia

Antidepressivos Atípicos

São os antidepressivos que não se caracterizam como Tricíclicos, como ISRS e nem como
Inibidores da MonoAminaOxidase (IMAOs).

Sais de Lítio

O único comercializado no Brasil é o carbonato de lítio.

- Carbonato de Lítio: Carbolim®, Carbolitium®

ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS
Nome Químico Nome Comercial
Fluvoxamina Luvox
Mianserina Tolvon
Mirtazapina Remeron
Reboxetina Prolift
Tialeptina Stablon
Trazodona Donarem
Venlafaxina Efexor
Duloxetina Cymbalta
Bupropiona Welbutrin, Zetron, Bup
Ecitalopram Lexapro

Efeitos Adversos

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Auxiliar de Farmácia

Vitaminas e Minerais
São substâncias indispensáveis à manutenção das funções metabólicas normais do organismo e à
conservação da saúde. São obtidas, normalmente, dos alimentos e de outras fontes, como síntese
bacteriana no intestino e irradiação ultravioleta.

A carência ou ausência determina patologias denominadas de ESTADOS CARENCIAIS,


HIPOVITAMINOSES OU AVITAMINOSES. Esta carência pode ocorrer por:
• Dietas insuficientes;
• Problemas de absorção;
• Crescimento;
• Gestação, lactação;
• Trabalhos físicos pesados;
• Hipertireoidismo;
• Estados patológicos acompanhados de FEBRE.

As vitaminas são compostos orgânicos amplamente distribuídos nos reinos animal e vegetal e
possuem diferentes funções e estruturas. São classificadas como Hidrossolúveis e Lipossolúveis.

São importantes para diversas reações químicas que acontecem no corpo, como co-fatores
enzimáticos, antioxidantes e regulam a expressão gênica hormonal. Seu uso terapêutico divide-se
em:

• Profilaxia: prevenção da carência, como em lactentes e crianças, gestantes e lactantes;


• Reposição devido às carências;
• Prevenção e manejo de doenças crônicas (doenças cardiovasculares e alguns tipos de
câncer).

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Auxiliar de Farmácia

VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS
VITAMINA C

Também conhecida como Ácido Ascórbico. As fontes mais importantes são as frutas frescas (caju,
goiaba; uva, laranja, limão; tangerina, manga, abacaxi), Verduras e hortaliças (brócolis, tomate,
agrião; espinafre e couve).

Suas funções incluem formação do colágeno, antioxidante e auxiliar na absorção de ferro. A falta de
Vitamina C pode causar a Hipovitaminose C que possui os seguintes sintomas:
• Fadiga
• Perda de apetite
• Sonolência
• Palidez
• Falta de energia
• Defeitos dentários
• Cicatrização lenta de pequenos ferimentos
• Pequenas hemorragias

A forma grave da deficiência de Vitamina C é denominada Escorbuto, caracterizada por


hemorragias, gengivas inchadas e inflamadas, perda de dentes, feridas que não cicatrizam,
infeclçoes secundárias e problemas neurológicos.

ÁCIDO FÓLICO – Vitamina B9

É amplamente distribuído nos alimentos:


• Feijão, trigo integral;
• Verduras e hortaliças escuras;
• Melão, banana;
• Carne e vísceras (fígado e rins).

Participa da formação de aminoácido e do DNA. Sua carência pode gerar no feto má formação do
tubo neural, espinha bífida, anencefalia, além de poder gerar anemia megaloblástica e contribuir
para a elevação da homocisteína sérica (responsável pelo agravamento de doenças cardíacas e de
circulação).

VITAMINA B12 (CIANOCOLABAMINA)

É essencial ao funcionamento de todas as células do organismo. Suas principais fontes são:


• Carnes (fígado, ostras, mariscos, peixes)
• Ovos, leite

101
Auxiliar de Farmácia

Sua deficiência pode gerar replicação anormal do DNA, causando anemia megaloblástica e lesão do
Sistema Nervoso Central, que podem ser irreversíveis, como:
• Parestesia de mãos e pés
• Diminuição da sensação de vibração e posição, instabilidade,
• Confusão, mal-humor, perda da memória e visão;
• Delírios e alucinações.

VITAMINA B6 (PIRIDOXINA)

Encontrada em diversas plantas e animais, além de ser sintetizada pela flora intestinal. Atua como
co-fator de importantes reações dos carboidratos, lipídeos e proteínas. Sua deficiência é pouco
observada.

VITAMINA B1 (TIAMINA)

É a vitamina essencial no metabolismo de CARBOIDRATOS, essencial para a respiração celular.


Encontrada principalmente em:
• Carne de porco;
• Cereais integrais;
• Nozes;
• Leguminosas (feijão, lentilhas, vagem, ervilhas);
• Ovos.

Sua deficiência apresenta níveis de intensidade e gravidade:


Leve: Perda do apetite, constipação, enjoo, depressão, irritabilidade, fadiga.
Moderada: Confusão mental, ataxia, perda da coordenação ocular.
Severa: Beribéri (alterações nervosas, cerebrais e cardíacas), dor, atrofia, paralisia, falha
cardíaca, morte.

NIACINA (VITAMINA B3)

Responsável por reações de oxidação no corpo. Encontrada principalmente em:


• Cereais;
• Fígado;
• Leite;
• Carne magra, especialmente peixes.
É encontrada sob a forma de pró-vitamina: TRIPTOFANO.

Sua deficiência pode causar a Pelagra, caracterizada por envolvimento da pele, trato gastrointestinal
e Sistema Nervoso Central (Dermatite, diarreia, demência e morte).

102
Auxiliar de Farmácia

VITAMINA B2 (RIBOFLAVINA)

Responsável por reações de oxidação no corpo. Encontrada principalmente em:

• Fígado, rim;
• Levedo de cerveja;
• Espinafre,
• Beringela.

Sua deficiência pode causar dermatite, queilose (fissuras nos cantos da boca) e glossite (língua lisa e
púrpura).

VITAMINA B8 (BIOTINA)

Responsável pelo metabolismo dos ácidos graxos, aminoácidos e pela gliconeogênese. Além de ser
encontrada em alimentos, é sintetizada por bactérias intestinais, logo sua deficiência é rara. Suas
principais fontes são:
• Leveduras;
• Arroz integral;
• Frutas;
• Nozes;
• Ovos;
• Carne;
• Leite.

VITAMINA B5 (ÁCIDO PANTOTÊNICO)

Responsável por diversas reações no organismo e importante para a saúde de unhas e cabelos. Suas
principais fontes são:
• Carnes: fígado, rim;
• Gema de ovo;
• Brócolis;
• Batata;
• Trigo integral.

VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS

São as vitaminas A, D, E e K.

VITAMINA A

103
Auxiliar de Farmácia

É encontrada na natureza sob a forma de precursores e pró-vitaminas. As pró-vitaminas


compreendem os CAROTENÓIDES, que são pigmentos amarelos ou alaranjados, tais como:
-Caroteno;
-Caroteno;
-Caroteno.

Suas funções são o crescimento e a diferenciação celular. Agem na prevenção de tumores.

As fontes mais importantes são:


• Peixes marinhos (fígado);
• Leite e derivados;
• Fígado e ovos.
• Manga;
• Mamão, pêssego;
• Caqui, cenoura;
• Tomate, alface, agrião;
• Espinafre, azeite de dendê e de buriti.

Sua deficiência pode causar aumento da morbimortalidade infantil, em virtude de infecções


respiratórias e diarreias graves. Além de poder causar anemia e cegueira, devido à perda irreversível
da córnea.

VITAMINA D

Também conhecida como Colecalciferol, é produto da exposição à irradiação UV dos raios solares.
Fontes de Vitamina D: raios solares e alimentos de origem animal, como leite.

Estimula a absorção intestinal de cálcio, age na mineralização óssea e na regulação da síntese e


liberação do paratormônio.

Sua deficiência pode causar diminuição da qualidade de vida e maior risco de fraturas.

VITAMINA E (-, -, - e -TOCOFEROL)

O mais importante é o -Tocoferol. Encontrada principalmente nas plantas verdes e nos óleos de
várias sementes, tais como: cereais, soja, algodão, amendoim. Peixes, carnes e ovos também são
fontes importantes, além de óleos vegetais, sendo o óleo de trigo a fonte mais rica.

É um potente antioxidante.

104
Auxiliar de Farmácia

Sua deficiência pode gerar anemia, degeneração renal, hemorragias, cataratas, dermatites,
diminuição de reflexo, dificuldade de locomoção e hemólise.

VITAMINA K (K1, K2)

SÃO AS VITAMINAS ESSENCIAIS À COAGULAÇÃO SANGUÍNEA. Participa da Coagulação


sanguínea, além de ajudar na manutenção do osso maduro sadio.

A Filoquinona é encontrada em hortaliças e óleos vegetais, e a menadiona é sintetizada por


bactérias da microbiota intestinal.

Sua deficiência causa maior predisposição à hemorragias e osteoporose.

MINERAIS e OLIGOELEMENTOS

FUNÇÕES:
• Regulação: pressão osmótica, transporte de oxigênio, contração muscular, integridade do
SNC;
• Crescimento, manutenção dos tecidos;
• Integrar enzimas.

CÁLCIO:
• É o elemento mineral mais abundante;
• Sua maior parte está concentrada nos ossos e dentes, sob a forma de fosfato de cálcio no
interior da matriz orgânica;
• Participa da coagulação sanguínea, trabalho do miocárdio, excitabilidade dos nervos
periféricos e músculos e integridade de diversas membranas;
• O leite e o queijo são as principais fontes de cálcio.

MAGNÉSIO:
• É também armazenado nos ossos e faz parte de inúmeras enzimas responsáveis pela
conversão energética;
• Também participa da termorregulação, contratilidade muscular, excitabilidade nervosa;
• É amplamente distribuído nos alimentos, sobretudo nos legumes.

FÓSFORO:
• É essencial na utilização de muitas vitaminas do complexo B;
• Está nos ossos e dentes, e faz parte de todos os tecidos;
• Os lipídeos, proteínas, carboidratos e enzimas de transferência energética utilizam o fósforo.

POTÁSSIO:

105
Auxiliar de Farmácia

• Regula o equilíbrio e o volume dos fluidos orgânicos;


• Também é essencial ao funcionamento de enzimas.

SÓDIO:
• Regula o equilíbrio e o volume dos fluidos orgânicos;

CLORO:
• Encontrado sob a forma de cloreto, faz parte do ácido clorídrico do suco gástrico;
• Atua no equilíbrio eletrolítico.
ENXOFRE:
• Existe em diversos aminoácidos essenciais e vitaminas.

OLIGOELEMENTOS:
• Cromo: co-fator da insulina;
• Cobalto: co-fator da Vitamina B12;
• Fluoreto: atua nos dentes;
• Iodo: hormônio tiroxina (tireóide);
• Ferro: várias enzimas e hemoglobina;
• Manganês: essencial para os tendões, ossos e SNC;
• Zinco e Cobre: co-fator de várias enzimas.

106
Auxiliar de Farmácia

Aplicação de Injetáveis

Diversos estudos mostram que os injetáveis são os medicamentos mais frequentemente envolvidos
em erros de medicação. As prescrições de injetáveis, em geral mais complexas, podem gerar mais
dúvidas e mais erros na dispensação e administração. Os erros com tais medicamentos têm maior
potencial de causar danos graves ao paciente que as outras vias de administração. Afinal depois de
injetado, o medicamento não pode ser recuperado e dificilmente seus efeitos são interrompidos.

Quando aplicamos injetáveis, devemos usar materiais adequados de qualidade e ter conhecimento
dos riscos inerentes ao procedimento e, principalmente, seguir as recomendações para evitar
acidentes. Logo, é fundamental que a técnica na administração de injetáveis seja padronizada, desde
a lavagem das mãos, uso de luvas, abertura de embalagens, aplicação e descarte de todo material
usado.

O bom aplicador deve:


• Tratar o paciente com atenção e delicadeza;
• Mostrar segurança em suas ações;
• Mostrar interesse pelo bem estar do cliente;
• Ser confiável;
• Utilizar a receita médica ao fazer suas aplicações;
• Ser bem humorado;
• Ter ética profissional;
• Fazer as aplicações com capricho e atenção.

Apresentação pessoal
• Roupa limpa e em ordem;
• Cabelos bem penteados;
• Unhas curtas e limpas;
• Sem mau hálito e odor de suor;
• Homem: barba feita ou bem aparada;
• Mulheres: cabelos presos;
• Aparência e modos que demonstrem maturidade;
• Injeções não devem ser aplicadas por menores de idade, pois o aplicador está sujeito a
penalidades legais em caso de erro comprovado por imperícia, negligência ou imprudência.

107
Auxiliar de Farmácia

Tipos de pacientes

Podemos dizer que os pacientes de injetáveis estão classificados em 4 tipos distintos. Observe as
peculiaridades de cada um e a postura que deve ser tomada pelo auxiliar no momento da aplicação.
Como tratar o paciente:

Sala de aplicação
Deve possuir no mínimo 2 m² de acordo com a Vigilância Sanitária RDC 50/2002. A sala ainda
deve ter:
• Boa iluminação e ventilação
• O acabamento das paredes deve ser de material impermeável, liso, resistente, até o teto,
com cantos arredondados. O piso deve ter cantos arredondados, impermeáveis e de fácil
lavagem e, se possível, com ralo sinfonado. O acabamento pode ser feito com tinta epóxi.
• Pia com armário
• Sabão líquido
• Toalha de papel
• Álcool 70 %
• Bolas de algodão seco
• Bancada ou mesa (fabricada com materiais que permitam sua correta desinfecção) para
preparo das injeções.

108
Auxiliar de Farmácia

Itens mínimos da sala de aplicação:

• Cadeira
• Suporte para braço
• Lixeira com pedal com saco plástico conforme ABNT (usado para descartar os não
perfurocortantes)
• Recipiente para descartar lixo infectante conforme ABNT (seringas, agulhas , frascos ,
ampolas , algodão etc.)
• Descarpack;
• Recipiente para guarda de algodão;
• Almotolia para álcool 70° GL

É de suma importância que se mantenha rotina de higiene e limpeza da sala, mantendo sempre uma
boa impressão.

Administração Correta de Injetáveis

O profissional deve obedecer à regra dos cinco certos:


1. Paciente certo
2. Medicamento certo
3. Via certa
4. Horário certo
5. Dosagem certa

109
Auxiliar de Farmácia

OBS.: SOMENTE ADMINISTRAR MEDICAMENTOS MEDIANTE PRESCRIÇÃO


MÉDICA.

Para maior segurança do profissional e do paciente, na hora de aplicar injeções observe os seguintes
itens da receita médica: nome e número do CRM do médico, nome do paciente, data, nome do
medicamento, dosagem, via de administração e concentração.

Siga rigorosamente as orientações contidas na receita e na bula. Não misture medicamentos em uma
mesma seringa sem conhecimento ou sem que a receita solicite.

Registro da Aplicação de Injetáveis

O registro de cada aplicação deve ser feito através da Declaração de Serviço Farmacêutico,
documento emitido em duas vias pela farmácia ou drogaria. A declaração deve contar informações
mínimas sobre a realização da aplicação. Se for realizada a guarda das vias originais da Declaração,
a farmácia/drogaria não precisa de Livros específicos. (RDC 44/2009).

⚫ Data
⚫ Nome do paciente
⚫ Endereço, telefone
⚫ Nome do medicamento administrado, concentração, via de administração, lote, data
de validade e fabricante
⚫ Nome do médico prescritor e respectivo CRM
⚫ Local da aplicação (inclusive o lado Esq. ou Dir.)
⚫ Nome ou assinatura do profissional responsável pela aplicação

Vias de Administração de Medicamentos Injetáveis

 Intradérmica (ID)
 Subcutânea (SC)
 Intramuscular (IM)
 Endovenosa (EV)

110
Auxiliar de Farmácia

Formas de apresentação da medicação injetável

• Aquosa
• Oleosa
• Liofilizados com diluentes
• Suspensões

Todos estão acondicionados em ampolas ou frasco-ampolas e são esterilizados, assim como as


agulhas e seringas.

Cuidados gerais na administração de injetáveis

• Para maior segurança, tanto para o aplicador como para o paciente, peça a receita médica na
hora de aplicar as injeções.
• Siga rigorosamente as orientações constantes da receita e da bula dos medicamentos. Nela
estão todas as informações importantes a respeito da via de aplicação e cuidados específicos.
• Não medique pessoas alcoolizadas.
• Identifique cuidadosamente o medicamento pela leitura do rótulo no frasco-ampola e pela
gravação do nome na ampola, via de aplicação, observando também a data de validade,
integridade da embalagem e aspecto do medicamento.
• Observe a seringa, data de validade, tamanho adequado e integridade.
• Use técnicas que minimizem o desconforto da aplicação.
• As seringas variam de tamanho de acordo com o volume e têm sua escala em mL ou UI. As
agulhas também diferem no comprimento e diâmetro, conforme o tipo de medicamento
injetado, estrutura física, idade, tamanho, peso corporal e via de aplicação.

Cuidados de higiene necessários para o preparo e aplicação de injeções.

Retire relógios, pulseiras, anéis e jóias, bem como manhtenha as unhas sempre limpas
(principalmente quem possui unhas compridas), pois são locais onde os germes se escondem.
Portanto é imprescindível uma boa higiene pessoal para uma aplicação segura.

111
Auxiliar de Farmácia

Quando não aplicar a medicação??

⚫ Ausência de prescrição médica;


⚫ Prescrição ilegível, com rasuras, etc;
⚫ Prescrição vencida;
⚫ Impossibilidade de identificar o cliente;
⚫ Embalagem primária violada;
⚫ Medicamentos sem rótulo;
⚫ Parâmetros fisiológicos do cliente (PA);
⚫ Menores de idade sem autorização ou acompanhante;
⚫ Jejum prolongado;
⚫ Interações;
⚫ Dúvidas em geral.

EPI – Equipamentos de Proteção Individual


São fundamentais para a segurança do trabalhador, devem ser fornecidos pela empresa em
quantidade suficiente e com imediata reposição se necessário.

O uso de luvas não substitui a lavagem das mãos.


⚫ Jaleco
⚫ Luvas
⚫ Máscaras, etc.

Lavagem de Mãos

O profissional deve executar cuidadosamente a técnica de lavagem de mãos, antes e depois de


aplicar o medicamento.

Isso é feito em local próprio para o procedimento, com equipamentos adequados que ofereçam
condições técnicas e higiênicas exclusivos para tal finalidade, de acordo com a resolução 357/01 do
CFF.

Use sabonete líquido antisséptico – É o produto mais indicado, pois garante maior higienização,
além de remover a sujidade das mãos e o maior número de microorganismos, evitando assim uma
contaminação no preparo e aplicação do injetável. Lembre-se: após lavar as mãos elas estarão
limpas, mas não estéreis.

112
Auxiliar de Farmácia

Após lavar as mãos, use luvas de procedimento – Escolha o tamanho de luvas ideal. Evite
acidentes devido à sobra de luva muito grande ou apertadas. Ambas as situações podem dificultar o
manuseio do material pelo profissional.

Quando utilizar luvas – Sempre que houver RISCO de contaminação por agentes BIOLÓGICOS
ou MEDICAMENTOSOS, decorrente do contato do sangue, saliva, suor e medicamentos. Como há
riscos inerentes na aplicação de injetáveis, é imprescindível o uso de luvas até o término da
aplicação, para prevenir o contato com medicamentos e fluídos corpóreos do cliente.

Leve em conta a relação Risco x Benefício – O uso das luvas pode diminuir um pouco a
sensibilidade das mãos, mas não impede a execução das técnicas de aplicação com segurança.
Geralmente, são altos os custos financeiros e psicológicos de um contágio. Portanto, é preciso
adaptar-se ao uso das luvas.

113
Auxiliar de Farmácia

Preparo da injeção

Fixação da agulha
Bico Luer-Lok™

1 Pela extremidade próxima à 2 Segurem a seringa firmemente 3 Confiram a fixação da agulha Bico Luer Slip
marca do lote, abra a embalagem pelo berço e retire a pétala com a seringa, tocando apenas na
separando as duas faces até tocando apenas em uma das ponta do protetor da agulha e no
expor o êmbolo da seringa. extremidades, colocando-a na cilindro, colocando-a dentro do
bancada com a face estéril berço.
(branca) para cima (ela será
usada posteriormente para a
abertura da ampola).

Em Ampola: Em Frasco-ampola (Diluição):


Retire o lacre
de alumínio
do
Faça a frascoampola
assepsia do e faça a
gargalo da assepsia da

1 ampola com
BD Alcohol
Swabs® e
1 tampa de
borracha de
proteção do
espere frasco-ampola
secar. com BD
Alcohol
Swabs® e
espere secar.

Com a
seringa já
Envolva o
preenchida de
gargalo com
diluente,
a face estéril
introduza a
da pétala da
2 seringa e
quebre a
parte
2 agulha para
aspiração no
frasco-ampola
apoiado na
superior da
bancada e
ampola.
injete o
líquido.

114
Auxiliar de Farmácia

Em Ampola: Em Frasco-ampola (Diluição):

Segurando a
Misture bem o
ampola com
pó com o
os dedos,
diluente,
indicador e
rolando
médio,
suavemente o
introduza a
frasco entre
agulha e
as mãos ou
3 aspire o
conteúdo,
tomando
3 fazendo
movimentos
circulares
cuidado para
(carrossel)
não colocar o
tomando o
canhão da
cuidado de
agulha
não tocar na
dentro da
borracha.
ampola.

Aspire a
Aspire à solução
solução para preparada
4 a seringa no
volume
desejado.
4 para a
seringa no
volume
desejado.

Retire a
agulha do
Retire a
frasco-
agulha da
ampola, faça
5 ampola, faça
o reencape
passivo e
5 o reencape
passivo e
troque a
fixe a tampa.
agulha para a
aplicação.

Gire ou bata Gire ou bata


levemente na levemente na

6 seringa para
desfazer
eventuais
6 seringa para
desfazer
eventuais
bolhas de ar. bolhas de ar.

Expulse o ar, Expulse o ar,

7 acertando e
conferindo o
volume final.
7 acertando e
conferindo o
volume final.

115
Auxiliar de Farmácia

Vias de Aplicação

Injeção Subcutânea (SC)


Feita no tecido subcutâneo, que fica entre a pele e o músculo, é usada para aplicação de vacinas,
insulinas, anticoagulantes e outros medicamentos que devam ser absorvidos lentamente. É um tipo
de aplicação geralmente indolor, feito com seringas e agulhas mais curtas que as utilizadas em
outras vias.

Volume Máximo

2mL.

Locais de aplicação

Parte posterior dos braços, parte anterior lateral externa das coxas, abdome e nádegas.

Aplicação de Insulina
Material Necessário

Algodão com álcool 70%, seringa insulina (de 30, 50 ou 100 unidades) e frasco
de insulina.
• Lave bem as mãos
• Separe a seringa, a insulina e o álcool.

116
Auxiliar de Farmácia

• Misture a insulina, girando levemente o frasco entre as mãos. Nunca agite o frasco
rapidamente.
• Limpe bem a tampa de borracha do frasco de insulina com algodão embebido em álcool.
Espere secar.
• Pegue a seringa, retire o protetor (branco) do êmbolo até a marca da escala que indica a
quantidade de insulina que irá tomar( faça isso com a agulha protegida).
• Tire o protetor da agulha. Injete essa quantidade de ar dentro do frasco, pressionando o
êmbolo da seringa.
• Não retire a agulha e inverta o frasco de insulina, virando-o de boca para baixo. Puxe o
êmbolo lentamente até a marca da escala que indica a quantidade de insulina que irá tomar.
• Se houver bolhas de ar na seringa, elimine-as batendo levemente com o dedo na parte onde
elas se encontram. Quando as bolhas atingirem o bico da seringa, empurre o êmbolo para
que elas voltem ao frasco de insulina. Repita isso até que todas as bolhas desapareçam.

Técnica de aplicação de injeções SC

Após limpar o local da aplicação, faça uma prega na pele com os dedos indicador e polegar.
Introduza a agulha em ângulo de 45º a 90º( dependendo de qual agulha utilizar). Aspire, faça a
aplicação, aguarde de 5 a 10 segundos e retire a agulha e coloque o algodão sem massagear.

Observações:

É importante variar os locais de aplicação para evitar o aparecimento de saliências e depressões sob
a pele (lipodistrofias), uma vez que o diabético, toma insulina diariamente por anos a fio.

Injeção Intramuscular (IM)

É feita no músculo, parte do corpo responsável pelos movimentos, rica em vasos sanguíneos que
facilitam a absorção de grande número de medicamentos. Possui também grande número de nervos
que comandam a atividade muscular, sendo, por isso, muito importante que se identifique com
exatidão as áreas apropriadas para aplicação, a fim de evitar possíveis complicações.

117
Auxiliar de Farmácia

As injeções intramusculares devem ser sempre profundas, isto


é, aplicadas com agulhas de tamanho apropriado e ângulo reto
(90º), para favorecer a absorção e não haver retorno do
medicamento para a camada subcutânea.

Os medicamentos mais doloridos e irritantes são aplicados


por esta via.
Utilize agulhas de tamanho apropriado:

• Adultos: 30x7 ou 30x8


• Adultos magros: 25x7 ou 25x8
• Adultos obesos: 40x8
• Crianças bem desenvolvidas: 25x7 ou 25x8
• Crianças e adolescentes obesos: 30x7
• Crianças muito pequenas: 20x 5,5 (exceto para
medicamentos que não passem neste calibre de
agulha).

Obs: as agulhas com calibre 25x7 ou 30x7 são usadas para soluções aquosas. As de calibre 25x8 ou
30x8 são reservadas para soluções oleosas e suspensões para facilitar a aplicação e não entupir a
agulha.

Músculos utilizados

Braço ou Região Deltoideana - A injeção é aplicada no músculo deltóide, de pequena massa


muscular, onde estão presentes inúmeros nervos e vasos sanguíneos. Nesta região, a injeção é mais
dolorida e sujeita a complicações, devendo ser evitada sempre que possível.

Local de aplicação - Meio do músculo deltóide.

Contra-indicações:
• Crianças abaixo de dez anos
• Adultos com músculos pouco desenvolvidos idosos
• Injeções muito freqüentes
• Volume de líquido acima de 3mL
• Medicamentos irritantes (ex. antiinflamatórios)

Execução da técnica

Após a lavagem das mãos e preparo da medicação, conforme explicado antes, oriente a pessoa
quanto a posição mais favorável: braço dobrado na altura da cintura ou caído ao longo do corpo,
bem relaxado.

118
Auxiliar de Farmácia

Observe visualmente e por palpação se não há sinais de endurecimento, marcas de outras


aplicações, presença de nódulos, hematomas, inflamações , micoses, ferimentos, pintas, cicatriz ou
tatuagem. Se observar a presença qualquer um destes sinais, procure outra região. Este cuidado
deve ser tomado em qualquer aplicação intramuscular.

Limpe com algodão embebido em álcool 70% o local da aplicação, pressionando-o firmemente
contra a pele de cima para baixo ou através de movimentos circulares de dentro para fora, por três
vezes no mínimo, virando sempre o algodão a cada movimento. Deixe secar.
Apoiando uma das mãos no ombro, segure o músculo firmemente, puxando-o caso a pessoa seja
magra. Se for obesa, basta esticar bem a pele, comprimindo a gordura contra o músculo.

Introduza toda a agulha, em ângulo reto, com firmeza e suavidade, em um só movimento. Solte o
músculo e puxe o êmbolo discretamente para trás, verificando se não há refluxo de sangue. Caso
isso ocorra, retire a agulha, escolha outro local e repita a operação. Se possível, prepare nova
injeção (o paciente tem direito de exigir que a injeção seja trocada).

Injete o líquido lentamente para diminuir o desconforto da aplicação. Quando terminar, retire a
agulha rapidamente, comprimindo a pele com algodão seco. Se houver sangramento, faça uma boa
compressão.

Nádega ou Região Dorso glútea

Contém os músculos glúteos, amplos e espessos, ótimos para a aplicação de injeções em adultos e
crianças maiores de 2anos. Em crianças menores, a região da coxa é considerada a mais segura. A
região também contém inúmeros vasos sanguíneos e o nervo ciático, causando acidentes de variada
gravidade em injeções mal aplicadas.

Local da aplicação

Parte superior externa da nádega, lugar seguro e


apropriado, por conter pouca gordura (permitindo
injeções mais profundas) e por estar afastado do nervo
ciático, que percorre a região central da nádega. Trace
uma linha horizontal imaginária do início da divisão da
nádega (sulco interglúteos), até o quadril e divida-a ao
meio, obtendo assim uma cruz. Os pontos da aplicação
situam-se nas partes superiores externas do glúteo,
próximo ao quadril.

119
Auxiliar de Farmácia

Posições indicadas

Deitado de bruços (com as pontas dos pés voltadas para dentro) ou de lado, com o joelho levemente
dobrado ou sentado (boa para idosos ou pessoas ansiosas); ou em pé, com as pernas juntas e o
joelho dobrado. Outra alternativa é manter as pernas esticadas e as pontas dos pés voltadas para
dentro.

Volume máximo de líquido - Até 5 mL(quantidade maior deve ser aplicada em dois locais
diferentes), para adultos e até 2 mL para crianças até 2 anos.

Execução da técnica

Proceder como na explicação do braço ou região deltoideana. Comprima bem a pele contra o
músculo para introduzir a agulha profundamente ou faça uma prega e aplique em um ângulo de 90º.
Não se esqueça de aspirar antes de injetar o medicamento.

Trilha em Z ou técnica em Z

Técnica ideal para evitar o refluxo do medicamento evitando o aparecimento de nódulos doloridos
por reação inflamatória, principalmente nos casos de aplicações feitas com soluções oleosas ou à
base de ferro, que podem deixar manchas escuras na pele.

Pode ser usada em qualquer um dos dois locais descritos previamente, sendo, entretanto, mais
utilizada na região glútea. A injeção também deve ser aplicada em um dos quadrantes externos da
região glútea, evitando-se o trajeto nervoso.

Antes de introduzir a agulha, repuxar firmemente a pele para cima, com uma das mãos espalmada,
mantendo-a assim durante todo tempo da aplicação. Somente soltar a pele após a retirada da agulha.

Após assepsia, introduzir a agulha profundamente e injetar lentamente, verificando antes, com a
mesma mão que segura a seringa, se a ponta da agulha não atingiu algum vaso sanguíneo;caso
algum vaso tenha sido atingido, retire a agulha e repita corretamente o processo antes de injetar o
produto.

Injetar lentamente todo o líquido, esperar 5 a 10 segundos e retirar rapidamente a agulha. Somente
então soltar a pele, que estava sendo repuxada pela outra mão do aplicador.

Com estas manobras, a pele e tecido subcutâneo voltam à posição original após a retirada da agulha
e o canal formado pela introdução da agulha assume um trajeto irregular (em Z), o que impede o
refluxo do produto e possível escurecimento da pele.

120
Auxiliar de Farmácia

Descarte do material utilizado


• Após aplicação, descarte a seringa e agulha em coletores de paredes rígidas, feitos
especialmente para esse fim (Descarpack). Nunca jogue agulhas descobertas em sacos
plásticos.
• A agulha não deve ser desconectada da seringa para se evitar riscos de acidentes com o
aplicador. Os protetores de agulhas não devem ser nelas recolocados.
• Descarte o material somente até o limite indicado pelo fabricante.
• Para o descarte final do coletor, transporte o descartex fechado, segurando somente pela alça
e afastado do corpo.

RISCO DA REUTILIZAÇÃO DE AGULHAS

121
Auxiliar de Farmácia

Atendimento ao Cliente
Saber o que o cliente quer é fundamental para ter acesso a ele em todos os momentos. O grande
ponto é oferecer algo de seu interesse na hora certa. O cliente quer ser reconhecido; quer
interatividade, proximidade e experimentação do serviço. Cabe à farmácia, por meio de sua equipe
e de seu ambiente, criar maior empatia entre o cliente e a empresa. Quando consegue fazer isso de
forma integrada e interativa, aí sim se dá o relacionamento.

Satisfazer o cliente passa, invariavelmente, por inúmeras esferas do seu dia a dia. A empresa tem de
atender às necessidades pessoais dele antes de qualquer coisa e, uma vez que ele esteja feliz com
ela, entra no campo da relevância o fato de encontrar o produto sempre que for preciso, ter a mesma
qualidade, entre outros.

TIPOS DE CLIENTES
Um preceito importante sobre o cliente é ter FOCO NO CLIENTE, isto é, estar comprometido com
o resultado e o sucesso do cliente. Cada ser humano é único e gosta de ser tratado como tal. O
marketing de relacionamento é um diferencial que encanta o cliente, para que ele sempre volte à
drogaria ou à farmácia.

Normal

Características de Comportamento
• Ouve com naturalidade, pensa, pondera e decide.

Como tratá-lo
• Expor com clareza e ouvir atentamente; Manter a calma; Aceitar as observações contrárias;
Argumentar com objetividade.

Grosseiro

Características de Comportamento
• Em geral agressivo; Gosta de brigar e discutir; Expõe suas opiniões e fala alto; É instável.

Como tratá-lo:
• Agir com calma e compreender o cliente; Evitar discussões e atritos; Usar tom de voz adequado;
Esclarecer suas dúvidas de forma clara e cortês; Resolver suas solicitações; Não encarar os
problemas como algo pessoal.

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Auxiliar de Farmácia

Sabe Tudo

Características de Comportamento
• É crítico, auto-suficiente e vaidoso; Julga-se em posição mais importante que os outros; É esnobe
e não aceita opiniões.

Como tratá-lo
• Determinar o motivo da chamada; Escutar com tolerância; Orientar e fornecer a informação com
cortesia e atenção; Repetir as frases demonstrando que concorda com ele; Manter uma atitude
profissional sem deixar que o seu emocional interfira na conversa.

Falador

Características de comportamento
• É simples e espontâneo; Aplica uma conversa agradável; Fala muito tornando difícil interceptá-lo
sem interromper; Tende a desviar o atendente do assunto.

Como tratá-lo
• Tenha atitudes simples e simpáticas; Seja sociável e um bom ouvinte; Conduza o diálogo e
mantenha-o; Procure agir com calma tomando a palavra; Lidere a conversa no momento em que o
cliente disser algo com o qual se possa concordar.

Calado / Tímido

Características de comportamento
• É acanhado e fala baixo; Quando fala parece ser impreciso e indeciso; Não costuma se manifestar;
• Tem medo de tomar decisões; Possui dúvidas e apreensões.

Como tratá-lo
• Fale com clareza; Procure o diálogo com de perguntas abertas; Estimule-o a dizer o que pensa,
valorizando tudo o que for dito; Conquiste sua confiança por meio de apresentações seguras;
Coloque-se no seu lugar (empatia); Fale firme, mas não se exalte; Cuidado para não pressioná-lo.

Meticuloso

Características de comportamento
• Quer todos os detalhes; Geralmente muito sistemático; Custa a se decidir.

Como tratá-lo
• Fornecer todas as informações necessárias de forma clara; Solicitar sua opinião por meio de
perguntas.

123
Auxiliar de Farmácia

Desconfiado

Características de comportamento
• Difícil de se expor; Não confia em nada; Gosta de debater e raciocinar; É firme; Geralmente já
sofreu desenganos comerciais.

Como tratá-lo
• Conquiste sua confiança por meio de apresentações seguras; Forneça-lhe detalhes racionais e
lógicos; Exponha os fatos; Utilize carisma; Não se apresse; Dê-lhe provas de suas afirmações.

Impulsivo

Características de comportamento
• É impulsivo; Gasta em excesso; Ao se sentir prejudicado, reclama da empresa e de seus
funcionários; Não aceita opiniões.

Como tratá-lo
• Seja rápido e objetivo; Saiba ouvi-lo; Dê uma orientação cuidadosa; Explique todos os detalhes.

Objetivo

Características de comportamento
• Conhece o produto/serviço e o mercado; Objetivo e positivo em suas opiniões; Exige rapidez nas
informações.

Como tratá-lo
• Aborde-o com argumentação franca e fundamentada; Evite discussão e atritos; Utilize suas idéias
para direcionar o atendimento; Seja rápido e objetivo.

A arte de atender

Sabemos que é uma arte atender um cliente, por isso o auxiliar de farmácia deve ser amável no
contato com o consumidor para que ele se sinta bem atendido e volte outras vezes.

Para que isso ocorra é importante conquistar a simpatia do cliente e não só atender a sua
necessidade imediata, mas estar sempre disponível quando solicitado para informá-lo e orientá-lo
no que for possível.

O auxiliar de farmácia exerce uma função de dupla responsabilidade, já que os produtos à


disposição para venda são na verdade fórmulas complexas, e se não forem comercializados
corretamente podem causar sérios danos à saúde do consumidor.

124
Auxiliar de Farmácia

Recomendação: Lembre-se de que o cliente tem prioridade absoluta e por ele se pára tudo.

Procedimentos corretos da equipe de vendas

A equipe de vendas precisa estar treinada para – toda vez que um cliente entrar na área de vendas –
agir de forma a tornar sua visita à loja o mais agradável e eficiente possível, de maneira que ele
passe a apreciar a idéia de voltar mais vezes.

Uma primeira providência é cumprimentá-lo e se colocar à disposição para ajudá-lo, dizendo, por
exemplo, “se o senhor precisar de algo, basta me chamar. Meu nome é ‘fulano’ e estarei logo ali”.
Isso é o ideal na área de auto-atendimento.

No caso do balcão, após o cumprimento inicial deve-se dizer: “em que posso ajudá-lo?”. Uma
segunda providência a ser tomada é, assim que surgir uma oportunidade, perguntar o nome do
cliente e passar a chamá-lo por ele. No caso de haver dúvida no tratamento ideal entre “você” ou
“senhor”, há uma regra básica que costuma resolver a maioria das situações: se o cliente aparentar
ter 15 anos ou mais que o atendente, deve-se usar o “senhor”, caso contrário pode-se chamá-lo de
“você”. Recomendação: Se ficar em dúvida, prefira sempre o “senhor”.

Uma boa equipe de atendimento consegue identificar, com clareza, as necessidades e os desejos dos
clientes, e os atende de forma eficiente, cortês e pessoal. Para facilitar o treinamento das habilidades

125
Auxiliar de Farmácia

necessárias para isso, a memorização de algumas frases é de grande ajuda. Note que a maioria delas
são perguntas diretas, cuja resposta certamente permitirá ajudar o cliente. São elas:

– O que o senhor necessita?


– Qual é o produto que o senhor deseja?
– Qual marca o senhor prefere?

Se o cliente tiver dificuldade em explicar o que precisa, poderá ser perguntado:

– Para que o senhor quer esse produto?


– Como o senhor vai usar isso?
– O que o senhor está sentindo?

Recomendação: Deve estar claro na mente de toda a equipe que não se deve oferecer produtos,
mas soluções para os problemas do cliente.

Os pecados capitais do atendimento e como evitá-los

Além de saber o que fazer para agradar e encantar os clientes, também é preciso saber o que mais os
incomoda. A relação dos “pecados” do atendimento é muito extensa, mas os principais, que se
relacionam às farmácias e às drogarias, são os seguintes:

• Mentir: o vendedor não pode mentir, dando informações incorretas. Jamais deve dizer que um
produto, por exemplo, um soro fisiológico, “passou só pouco da data de validade” e que isso “não é
um problema”.
• Não cumprir as promessas: aqui vale o ditado que “o combinado não é caro”. Tudo que foi
prometido deve ser cumprido e, se não puder ser feito, não deve ser prometido. Os prazos para
entrega, prestação de serviços, entre outros, devem ser rigorosamente mantidos.
• Fazer o cliente esperar: as filas e todas as situações de espera (no checkout, por exemplo) devem
ser minimizadas. Se isso não for possível, deve-se informar ao cliente as razões da demora e o que
está sendo feito para resolver o problema. Estudos mostraram que a falta de informação sobre a
previsão do tempo de espera aumenta a sensação de demora.
• Mostrar desinteresse: frases como “eu apenas trabalho aqui”, em vez de ser uma forma de
desculpa individual, apenas mostram, ao cliente, que o atendente ligou seu “piloto automático” e
não está interessado nele. A equipe de vendas deve se empenhar, sempre, em resolver os problemas
do cliente.
• Ausentar-se: uma loja deserta, com alguns poucos atendentes conversando entre si e com muitos
caixas vazios, transmite uma sensação de abandono e “pouco caso”. Isso estimula o cliente a
procurar outro estabelecimento.

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Auxiliar de Farmácia

Gestão de Vendas
Diariamente, nos deparamos com situações interessantes e, às vezes, inesperadas no atendimento
aos clientes. Como lidar com essas situações? Existe alguma fórmula ideal? É possível evitar
constrangimentos ou discussões que possam afugentar o cliente ou, pior ainda, causar reclamações e
denúncias de maus-tratos ou mau atendimento?

Pesquisas mostram que é possível avaliar as pessoas logo nos primeiros 15 segundos depois de
encontrá-las. E, logicamente, também é possível avaliar se o cliente está vindo para um atendimento
rotineiro ou especial.

O que chamamos de atendimentos inesperados ou especiais? Pode ser um cliente com receita
rasurada; alguém ferido; um cliente furtando; alguém com mal-estar; um cliente querendo
orientação sobre um tipo de preservativo; dentre tantos outros...

Geralmente, tais situações são resolvidas da maneira que julgamos mais correta, mas nem sempre os
clientes acham que foi o que esperavam; não reclamam, mas também não voltam mais...

Por isso, tudo exige um preparo especial. Indiretamente, o cliente tem o poder de despedir todos
àqueles que o tratam mal, o dono ou qualquer outro funcionário. Isto porque o estabelecimento
fecha quando o consumidor deixa de comprar. Com base nessas duas sérias advertências, todo
cuidado é pouco na hora de lidar com situações atípicas do dia-a-dia. Portanto, nada de gestos
impulsivos, atitudes impensadas, gritos, escândalos, chamar a polícia sem necessidade, insultar o
cliente em público, constrangê-lo de qualquer forma ou colocá-lo em situação ridícula.

O trato diário com o público reserva surpresas que precisam ser


contornadas com sabedoria e jogo de cintura. O atendente deve ser
um pouco de tudo: psicólogo, moderador, paciente, tolerante,
diplomático e outras qualidades que possam ser agregadas.

Os clientes, de uma forma geral, também mudaram. Têm


consciência de que o poder mudou de mãos, passando do vendedor
para o comprador. A decisão passa a ser, cada vez mais, de quem
compra.

O Auxiliar de Farmácia no seu atendimento e vendas precisa de


crescente capacitação, desenvolvendo seus conhecimentos técnicos específicos e explorando
progressivamente sua capacidade de comunicação, relacionamento, criatividade e competência de
negociar e tomar decisões. Também precisa ampliar sua consciência ética e social.

Vendedor e comprador não estão mais em campos opostos, mas de um mesmo lado, buscando
resultados satisfatórios para ambas as partes. Isto é o que os clientes esperam do mercado. Vale
lembrar que a questão de ser bem tratado pode ser o diferencial positivo do atendimento no futuro.

127
Auxiliar de Farmácia

Em todo o mundo (e também no Brasil), o maior desafio no atendimento, atualmente, é criar um


diferencial para as pessoas, que estão diante de tantas outras opções e situações. Hoje, os
supermercados, lojas de conveniência e farmácias competem pelos mesmos clientes, que têm uma
infinidade de alternativas, como TV a cabo, telefonia celular e Internet. Concorrem também pelo
dinheiro e tempo que antes era destinado exclusivamente às compras no varejo e informais.

Estar preparado para atender situações especiais com habilidade é um grande diferencial no
atendimento. Quem estiver apto para vender “sensações”, em vez de vender produtos ou serviços,
vai ter muito mais sucesso. Pense nisso!

Estratégias de Vendas

Aproveite as épocas sazonais

Elabore kits promocionais

Aposte nas ferramentas do merchandising

Invista num ambiente de compras agradável

Gestão de Estoques
A definição de estoque se tem pelo o conjunto de mercadorias que foram compradas para serem
comercializadas. Além das mercadorias para revenda, também faz parte do estoque o material de
consumo, como o material de escritório (utilizado em atividades administrativas), os produtos de
limpeza e de copa, as embalagens e tudo o mais que for usado no dia-a-dia.

O auxiliar de farmácia é sempre a pessoa que mais contato tem com o consumidor, por isso pode e
deve sugerir mudanças sobre a quantidade de produtos expostos nas prateleiras e estoque de
produtos que são mais vendidos. Além de informar a falta de produtos que têm procura, mas não
são comercializados.

Administração do Estoque

Quando o assunto é estoque um coisa é certa, não pode faltar e, se isso é verdade, seria razoável
supor que o ideal seria as empresas terem o maior estoque possível, afinal, dessa forma
maximizariam os seus benefícios.

128
Auxiliar de Farmácia

Mas, infelizmente, isso não é verdade. O problema é que manter estoque é uma medida cara. O
dinheiro que é investido no estoque não rende juros, ao contrário do que acontece se ele for aplicado
no banco.

Aliás, a administração do estoque também tem custos com proteção, manutenção, armazenamento,
entre outros. Percebe-se que é preciso buscar um equilíbrio, de modo que o estoque seja suficiente
para atender às necessidades dos clientes, mas não seja grande demais para gerar custos
desnecessários. Procurar e encontrar esse equilíbrio são os objetivos da gestão do estoque.

Além de se preocupar em manter o estoque em um nível ideal, a gestão de estoques tem também
outros objetivos e funções: cuidar do recebimento, da conferência e do armazenamento dos
produtos, zelar pela sua segurança, mantê-los em boas condições de uso, ser capaz de dar
informações a respeito das quantidades disponíveis de cada item, retirar os produtos que foram
requisitados, despachá-los e realizar inventários periodicamente.

Entretanto, a principal preocupação de quem faz a gestão do estoque deve ser a de não deixar que
ele cresça além do necessário. É preciso estar atento a isso diariamente, pois há muita pressão para
o aumento dos níveis do estoque. Isso ocorre porque a diversidade dos produtos cresce a todo o
momento, e faz que, mesmo que se tenha apenas uma quantidade mínima de cada produto, no
cômputo geral a quantidade seja cada vez maior.

O estoque é algo que não deve faltar, mas que também


não pode sobrar!

Tipos de Estoque

Os estoques são necessários, como já foi visto, para atender a diferentes finalidades. Para cada
finalidade a que se destina, o estoque recebe uma denominação. Essa classificação é importante
porque, além de nomear cada parte do estoque, possibilita, ao empresário e aos funcionários, que
fiquem conscientes de que possuem produtos na quantidade adequada.

O primeiro tipo de estoque é o operacional, que visa a permitir a operação da loja com o nível de
vendas habitual.

O segundo tipo é o de segurança, que serve para que a empresa permaneça abastecida, se as vendas
crescerem além do previsto ou se os fornecedores atrasarem as entregas.

Por fim, temos o estoque de itens recuperáveis, alguns laboratórios ou distribuidores substituem
produtos quando apresentam problemas ou quando vencem a validade em prateleira.

129
Auxiliar de Farmácia

No caso de produtos cujas vendas apresentam variações sazonais, isto é, dependam de determinadas
épocas do ano ou do mês, pode ser interessante manter um estoque estratégico para evitar que a
farmácia fique sem, justamente na época de sua maior procura.

Existe também o estoque especulativo, com produtos comprados em promoções. Nesse caso, o
ganho na compra deve compensar o investimento na aquisição das quantidades acima do necessário.

A tabela a seguir resume os tipos de estoque e suas finalidades:

Estoque operacional Atender às vendas usuais

Estoque de segurança Atender a variações na venda ou atrasos dos fornecedores


Estoque de itens Reunir produtos que serão trocados / repostos pelo fornecedor /
recuperáveis reutilizados
Estoque estratégico Atender às vendas em períodos futuros (sazonalidade)

Estoque especulativo Obtenção de ganhos adicionais com a valorização dos produtos

130
Auxiliar de Farmácia

Layout da Farmácia

Os projetos de Arquitetura e Layout de Varejo têm como principal objetivo proporcionar maior
conforto e praticidade aos clientes. No passado era freqüente que as instalações das lojas tivessem
de se adaptar à construção ou a edifício disponíveis.

Atualmente, a tendência é de adaptação da construção à área que a loja quer utilizar como ponto-de-
venda. Isso evita a possível ocorrência de interferências arquitetônicas desnecessárias que
acabariam atrapalhando a operação.

Arquitetura Interna da Farmácia

O aspecto principal a ser considerado é que a loja é a principal mídia de qualquer produto, seja
como vitrine, fonte de pesquisa de produtos e serviços ou local de compra.

As diretrizes de um projeto de layout interior devem considerar o desenho total da loja, suas áreas
de vendas, serviços e administração, bem como as características e tipos de produtos e serviços
comercializados.

Entradas

A entrada da loja é influenciada, principalmente, pela sua localização e pelos critérios de


mobilidade e segurança do cliente. Quanto mais ampla, melhor a facilidade de acesso. A vitrine
externa cresce em importância na medida em que o fluxo de pedestres for maior, mas não deve
atrapalhar as entradas da farmácia. Deve-se evitar portas com menos de 1,5 m.

Corredores

Evite corredores estreitos demais. O layout deve permitir a circulação tranqüila dos clientes e a
visualização de todas as seções, bem como a facilidade de movimentação entre elas. O desafio está
em tornar o espaço o mais produtivo possível em função da rentabilidade dos vários tipos de
produtos e assim otimizar o arranjo das mercadorias no espaço disponível. A visão não obstruída
dos locais de venda estimula os clientes a visitar outros locais, além de favorecer a segurança. A
exposição com agrupamento de mercadorias semelhantes (relativas) estimula a percepção de que
determinado produto está disponível na loja, seja para compra por impulso ou para futuras compras.

De modo geral, o serviço de atendimento nas farmácias é do tipo misto – auto-serviço para
perfumaria e assistido para os medicamentos.

O layout deve privilegiar a área de auto-serviço que, a partir da entrada da loja, fica mais bem
posicionada antes do balcão de atendimento de medicamentos com receituários. Deve-se cuidar

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Auxiliar de Farmácia

para que o cliente visualize este setor desde a entrada, de forma que, para alcançá-lo, tenha que
passar por entre as gôndolas, o que estimula a compra por impulso.

Recomendação: procure evitar o indesejável efeito labirinto, ou seja, disponha as gôndolas de


forma linear e simétrica para que o cliente não se perca na loja.

No passado, os medicamentos eram o “ponto forte” de uma farmácia, chegando a ocupar a maior
parte da área de vendas, enquanto outros setores, como o de perfumaria, não possuíam a
importância atualmente dada a eles.

Nos últimos dez anos, o crescimento da oferta de produtos de HPC (Higiene Pessoal e Cosméticos)
passou a ser mais representativo em relação aos demais setores e, conseqüentemente, o segmento
vem ocupando maior espaço físico nos estabelecimentos. Essa categoria de produtos tornou-se
independente e, em alguns casos, é instalada no estabelecimento como ponto de atração, a fim de
evidenciar o primor, tanto em qualidade como em variedade de produtos oferecidos aos clientes,
estimulando-os, desta forma, a visitar a loja com maior freqüência.

Mobiliário e Expositores

Recomenda-se que os móveis sejam escolhidos com cuidado, pois “impactam” diretamente no
layout. Atualmente, existem fornecedores de equipamentos e montagem para farmácias. O
importante é aproveitar ao máximo o espaço da loja.

Quanto às gôndolas, recomenda-se que suas prateleiras tenham pouca profundidade, reduzindo a
necessidade de grandes estoques na área de vendas.

A escolha da localização do caixa também é importante. Em alguns casos, a melhor localização é


próxima à saída. Em algumas lojas, principalmente nas pequenas, há um único caixa e sua operação
é realizada por apenas um funcionário.

Todavia, funcionários multifuncionais, que atuam tanto no atendimento quanto nos caixas, tem sido
uma opção para algumas empresas. Assim, veja se realmente é necessário um caixa exclusivo antes
de desenhar o layout. Outra dica para pequenas lojas é colocar o caixa no prolongamento do balcão
de medicamentos permitindo que, durante os horários de baixo movimento, o próprio atendente faça
os recebimentos e, nos horários “de pico”, haja um funcionário para fazer exclusivamente isso.

Na sala de aplicação recomenda-se seguir as normas do órgão fiscalizador, mas procure fazer deste
ambiente, geralmente associado à doença e à dor, um diferencial de sua farmácia, criando uma
decoração mais atraente e descontraída, e mantendo a área sempre limpa e bem iluminada.

Evite que o cliente veja, pelo caminho que percorrer, caixas vazias, produtos estocados, materiais de
escritório e tudo o que possa indicar desorganização.

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Auxiliar de Farmácia

Influência das Cores

O layout determina o modelo de tráfego de clientes na loja. Já o estímulo para compras pode ser
obtido de acordo com as cores predominantes ou combinado em cada local de exposição de
produtos.

Tabela - Cores versus Efeitos


Percepção da
Cor Efeito psicológico Temperatura
distância
Estimulo à
Violeta Fria Muito próximo
agressividade
Azul Repousante Fria Distante
Marrom Excitante Neutra Claustrofóbica
Verde Muito repousante Fria / Neutra Distante
Amarelo Excitante Muito calorosa Próxima
Laranja Excitante Muito calorosa Muito próxima
Vermelho Muito estimulante Quente Próxima
Fonte: (McGOLDRICK, 1990)

As cores quentes, como o vermelho, o laranja e o amarelo, induzem a uma rápida decisão de
compra. Por outro lado, quando a compra exige comparação, entendimento, avaliação, tornando o
processo de decisão mais demorado, recomenda-se utilizar cores neutras ou “frias”.

Influência da Iluminação

A Iluminação correta é um dos fatores fundamentais para ampliar o poder de atração do


estabelecimento. Além de transmitir uma sensação de limpeza, os ambientes bem iluminados
tornam-se mais agradáveis, contribuindo para a atração e a permanência do consumidor no local.

Disposição dos Produtos na Farmácia

Nas gôndolas e prateleiras

Para uma boa exposição e apresentação de produtos iguais, é recomendável que sejam dispostos
verticalmente e arranjados de forma seqüencial nas gôndolas e prateleiras, ou seja, fiquem um
acima do outro. Produtos para a mesma finalidade, mas de marcas diferentes, devem ficar em
seqüência, preservando-se suas famílias e combinações - como é o caso de grupos de produtos para
pele, cabelo e puericultura - distintamente.

133
Auxiliar de Farmácia

Esta é apenas uma recomendação, pois sabemos que muitas vezes, por causa da quantidade e
variedade de produtos a serem expostos, fica praticamente impossível seguir, “ao pé da letra”, essas
regras. A disposição de produtos de tamanhos ou embalagens diferentes deve seguir o critério dos
menores produtos nas prateleiras mais altas. As frentes mínimas (número de produtos expostos na
primeira fila da gôndola) devem ser definidas de acordo com o giro das mercadorias, ou seja,
quanto maior forem as vendas de um produto, mais frentes este deve ter na gôndola.

Não se esqueça de que existem produtos sazonais, como os bronzeadores e filtros solares, que
devem ser privilegiados com mais frentes no verão. No inverno, estas frentes devem ser cedidas
para outros produtos.

Os pontos nobres de uma loja são as pontas de gôndolas e as ilhas promocionais. Estes locais
permitem melhor visualização dos produtos e geralmente incentivam, naturalmente, a compra por
impulso, mesmo que não estejam com grandes descontos.

Utilize-os de forma cíclica: nunca deixe um mesmo produto por mais de 30 dias nestes locais.
Procure contextualizar as promoções, relacionando-as às datas tradicionais do comércio, às épocas
do ano e à sazonalidade de consumo dos produtos.

Colocação de preço e outros cuidados

É preciso ter cuidado para não poluir o visual da loja com muitos displays e expositores oferecidos
pelos fornecedores. Use, com critério, cartazes, móbiles e banners. Mantenha um controle rigoroso
dos equipamentos e materiais doados ou emprestados por fornecedores, para evitar aborrecimentos
futuros.

A identificação adequada de preço é uma das prioridades da exposição. Lembre-se de que o preço é
parte integrante e inseparável do produto, e fundamental no processo de decisão da compra.

Uma das formas garantidas de perder vendas é fazer que o cliente fique procurando o valor das
mercadorias. Depois de algumas tentativas, ele abandona o produto e desiste de comprar naquele
estabelecimento. Lembre-se também que muitos dos freqüentadores de farmácias são pessoas
idosas. Utilize números grandes o suficiente para que estas pessoas consigam ler.

Os produtos em promoção devem ter seus preços destacados dos demais, seja por meio da cor ou do
tamanho da letra. Toda exposição diferenciada dever ser realmente muito diferente da regularmente
utilizada.

Algumas lojas adotam uma pergunta, feita ao cliente pelo funcionário do caixa,para identificar
possíveis falhas neste processo, como: “O senhor (ou a senhora) encontrou todos os produtos que
desejava em nossa loja?” Com esta simples pergunta é possível saber: se o produto acabou na
gôndola, se acabou no estoque, se está mal exposto e qual é o mix desejado pelo cliente. A partir da
resposta é possível tomar atitudes para evitar a perda de vendas, tanto naquele instante, como no
futuro.

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Auxiliar de Farmácia

Validade e localização de produtos

A verificação da data de validade dos produtos e a retirada dos vencidos são importantes, não só por
causa do risco de se infringir a lei, mas também pela questão moral envolvida. Confiança e
credibilidade são difíceis de conquistar, bastando uma pequena falha para que a imagem de uma
empresa se arranhe. Como todo o cuidado é pouco, mantenha a rotina de verificação de validade de
todos os produtos.

Para organizar uma farmácia ou drogaria existem alguns critérios que tornam mais eficiente e
prático o trabalho do auxiliar de farmácia. Toda farmácia trabalha com milhares de remédios, que
envolvem diferentes fabricantes e diversas apresentações, o que torna fundamental a organização de
prateleiras e gavetas para facilitar a procura de cada remédio.

Para isto, existem formas padronizadas para melhor organizar uma farmácia. Ela começa pela
separação dos medicamentos e outros produtos de acordo com o laboratório, a ordem alfabética do
medicamento e o grupo ou seção em que ele se enquadra, obedecendo à forma de apresentação e o
uso do medicamento.

Existem farmácias ou drogarias que separam os produtos de alta rotatividade, como vitaminas,
analgésicos, antigripais, que são mais conhecidos pela população e tem maior saída.

Os produtos de perfumaria, higiene e limpeza, acessórios médicos e odontológicos também


possuem prateleiras próprias.

Existem ainda outros aspectos que são importantes para a correia organização das farmácias e
drogarias. Nas drogarias os medicamentos comercializados estão sempre nas suas embalagens
originais. Já nas farmácias existem fórmulas que são manipuladas em seus próprios laboratórios e
são organizadas de acordo com o tipo de fórmula e encomenda dos clientes.

As farmácias de hospitais adotam critério diferenciado na sua forma de organização. Os


medicamentos são agrupados segundo a sua apresentação e especialidade.

Além deste estudo que acabamos de fazer, não deixe de promover novos trabalhos para aprimorar e
desenvolver o estudo dos projetos de layout para na farmácia ou drogaria. Esteja atento às
novidades e renove sempre seus conhecimentos.

135
Auxiliar de Farmácia

Análise de Bulas

Para seguir a ética profissional e comercial e vender corretamente os produtos, o auxiliar de


farmácia precisa se INFORMAR constantemente sobre fórmulas, bulas, indicações e contra-
indicações dos medicamentos.

LER as bulas dos remédios, prestar ATENÇÃO nos tipos de medicamentos e nos nomes dos
laboratórios fabricantes destes produtos irá facilitar e valorizar ainda mais o seu trabalho junto ao
cliente. Quanto mais você conhecer sobre os produtos que está vendendo, mais consciência terá da
importância do seu trabalho.

A bula de um medicamento é um documento com informações diversas sobre este medicamento. É


composta de vários tópicos. Vejamos os principais:

Nome do Medicamento

Aqui encontramos o nome genérico, que é o nome comum, pelo qual o medicamento é conhecido
como substância isolada, sem levar em conta o fabricante. Deve ser escrito com a letra inicial
minúscula. Esse nome é dado de acordo com a DCB (Denominação Comum Brasileira). Também
encontramos aqui o nome comercial, que é o nome dado pelo fabricante, de acordo com critérios
próprios. Às vezes encontramos, ainda, o nome químico, que descreve a estrutura química do
fármaco.

Forma Farmacêutica e Fórmula


Forma farmacêutica é a forma que o medicamento apresenta, por exemplo: cápsula, drágea, xarope,
suspensão etc. Fórmula farmacêutica, também chamada de composição, diz o que contém cada
medicamento, ou seja, cada um dos componentes e em que quantidade.

Informações ao paciente
São orientações a serem dadas ao usuário do medicamento, como: prazo de validade; onde guardar
o medicamento (geladeira, ao abrigo da luz etc); manter o medicamento longe do alcance de
crianças etc.

Informações Técnicas ou Ações ou Propriedades


Indicam a ação que o medicamento causará no organismo, grupo farmacológico etc.

Indicações
Indica em quais casos deve-se usar este medicamento.

136
Auxiliar de Farmácia

Contra-Indicações
Indicam problemas, sintomas, doenças etc que, se o paciente apresenta antes do uso do
medicamento, não deverá fazer uso dele.

Precauções
São cuidados que se deve tomar durante o uso do medicamento

Reações Adversas
São efeitos que podem ocorrer após o uso do medicamento

Interações Medicamentosas
São problemas que podem ocorrer, quando se administram dois medicamento ao mesmo tempo ou,
por algum motivo.

Posologia
Indica qual a dose do medicamento a ser administrada. Alguns citam a dose máxima diária, que
nunca deve ser ultrapassada.

Superdosagem
Indica o que fazer no caso de uma intoxicação.

Nome do Fabricante
Consta o nome, endereço, CGC, registro no Ministério da Saúde e o nome do farmacêutico com seu
registro no Conselho Regional de Farmácia.

Todo medicamento deve ter o registro no Ministério da Saúde. Este número indica que este
medicamento está de acordo com os preceitos do ministério e sujeito à fiscalização da Vigilância
Sanitária. Produtos sem este registro, existem de forma irregular, não devendo ser utilizados.

Existem hoje na farmácia disponíveis diversos tipos de fonte de informação como periódicos
(revistas especializadas), onde o auxiliar pode encontrar além de informações úteis sobre
funcionamento de determinado medicamento, bem como atualizações visto que hoje o mercado
farmacêutico rotineiramente lança novas marcas e apresentações de medicamentos e cosméticos.
Outra fonte útil são os compêndios, como o DEF (Dicionário de Especialidades Farmacêuticas), o
Índice Guanabara, P.R. Vade-Mécum, entre outros, todos são boas fontes de informação para o
trabalho dentro de uma farmácia.

137
Auxiliar de Farmácia

Exercícios
de
Fixação

138
Auxiliar de Farmácia

HISTÓRIA DA FARMÁCIA E MERCADO DE TRABALHO ATUAL

Questão 1 - Comente sobre a evolução das farmácias e drogarias.


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Questão 2 - O mercado de trabalho em farmácias e drogarias é atualmente bastante atrativo, pois


esse segmento tem crescido muito nos últimos anos. Porém, é um mercado de trabalho também
muito exigente, visto que não se trata de um simples comércio. Liste quais atribuições você
considera importante para o profissional da área.
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Questão 3 – Considerando suas expectativas com relação ao curso, quais habilidades você julga já
possuir para se inserir no mercado de farmácias e drogarias e quais habilidades você considera que
ainda precisa aprimorar?
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139
Auxiliar de Farmácia

FORMAS FARMACÊUTICAS

Questão 1 – O que são formas farmacêuticas? Dê exemplos.


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Questão 2 – Qual é a composição dos medicamentos?


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Questão 3 – Explique o que são excipientes. Qual a sua finalidade?


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Questão 4 – A bula do medicamento apresenta a seguinte composição:

Paracetamol 750 mg
Excipientes q.s.p. 1 comprimido

a) O que significa a sigla q.s.p?


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b) Se esse mesmo comprimido pesar 1500 mg possuirá quanto de excipientes?


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Questão 5 – Defina soluções, xarope, suspensão, emulsão e colutório.


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140
Auxiliar de Farmácia

Questão 6 – Onde são utilizadas as formas farmacêuticas destinadas para uso oftálmico ou ocular e
otológico ou auricular?
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Questão 7 – Qual cuidado devemos tomar sempre antes de administrarmos uma suspensão via oral?
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Questão 8 – Diferencie comprimidos desintegráveis de comprimidos de liberação prolongada.


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Questão 9 – Para que serve o revestimento dos comprimidos?


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Questão 10 – Qual comprimido tem início de ação mais rápido, os efervescentes ou os comuns?
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Questão 11 – Qual a finalidade de se utilizar um medicamento na forma farmacêutica sublingual?


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Questão 12 – Diferencie cápsula mole de cápsula dura.


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Questão 13 – Podemos dizer que pomada e creme são a mesma coisa? Por quê?
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141
Auxiliar de Farmácia

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

1. Qual é a única via que pula a etapa da absorção? Por quê?


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2. Quando o paciente encontra-se inconsciente, qual ou quais vias podem ser utilizadas?
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3. Quais são as vias possíveis para se administrar um anticoncepcional?


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4. Utiliza-se a via retal para uso tópico ou uso sistêmico? Dê exemplos.


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5. Por que em alguns casos se administra o anti-hipertensivo através da via sublingual?


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6. Em qual via a insulina é aplicada e por que se utiliza essa via?


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142
Auxiliar de Farmácia

INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

Questão 1 – Diferencie farmacocinética de farmacodinâmica.


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Questão 2 – O que são pró-fármacos?


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Questão 3 – O que são metabólitos?


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Questão 4 – Diferencie fármaco de medicamento.


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Questão 5 – Qual a função dos rins para a farmacocinética?


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Questão 6 – Explique o modelo da chave-fechadura para basear a ação dos medicamentos.


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143
Auxiliar de Farmácia

ANTI-INFLAMATÓRIOS, ANALGÉSICOS E ANTITÉRMICOS

Questão 1 - O que são anti-inflamatórios?


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Questão 2 - O que é a inflamação e quais são os seus 5 sinais clínicos?


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Questão 3 - Quais são os efeitos terapêuticos dos anti-inflamatórios?


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Questão 4 - Quais são os principais efeitos colaterais dos anti-inflamatórios?


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Questão 5 - Faça um pequeno texto explicativo cujo tema é a Inflamação e os Anti-inflamatórios


utilizando obrigatoriamente as palavras no quadro abaixo:

resposta do organismo
dor
calor
COX 2
febre
AINE’s
intolerância gastrintestinal
seletivo

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144
Auxiliar de Farmácia

ANTIBIÓTICOS

Questão 1 – a) O que são antibióticos?


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b) Diferencie antibiótico bacterisotático de antibiótico bactericida.


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Questão 2 – Marque a seguir as opções que correspondem à ação dos antibióticos sobre as
bactérias:
( ) os antibióticos agem inibindo a síntese da parede celular das bactérias.
( ) os antibióticos “prendem” as bactérias em sua própria estrutura química.
( ) os antibióticos matam as bactérias, pois impedem com que elas se alimentem.
( ) os antibióticos impedem a síntese de proteínas das bactérias.

Questão 3 – Se uma pessoa estiver com uma infecção causada por um vírus ou fungo é correto ela
fazer o tratamento com um antibiótico? Explique.
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Questão 4 – Dona Maria estava com infecção de garganta. Após consultar, o médico passou o
medicamento amoxicilina 500 mg + clavulanato de potássio 125 mg de 8 em 8 horas por sete dias.
Após o terceiro dia de tratamento, Dona Maria notou uma melhora significativa e resolveu parar de
tomar o medicamento, pois estava queixando de muita dor de barriga e diarréia. O que você acha da
atitude da Dona Maria e por qual motivo ela deve estar apresentando diarréia?
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Questão 5 – O que é a resistência bacteriana e como ela acontece?


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145
Auxiliar de Farmácia

ANTI-HIPERTENSIVOS

Questão 1 – Dentre as frases abaixo, coloque C (correta) para as que você considera fazer parte dos
medicamentos anti-hipertensivos e I (incorreta) para as que você considera não fazer parte. Corrija
as frases incorretas.

____ O tratamento medicamentoso associado ao não-medicamentoso objetiva a redução da pressão


arterial.
____ Como tratamento não-medicamentoso temos a utilização de plantas medicinais (fitoterapia).
____ Para uma melhor resposta ao tratamento, pode-se realizar a associação de anti-hipertensivos.
____ Aumentar a dose do anti-hipertensivo não auxilia na redução da pressão arterial.
____ Hipotensão é o mesmo que “pressão baixa”.
____ Reduzir a pressão arterial também reduz os eventos cardiovasculares fatais.
____ Pessoas que apresentam asma não devem utilizar o Propranolol.

Questão 2 – Dona Maria foi aferir sua pressão na farmácia do bairro e ao aferir sua pressão você
encontrou o valor de 200 x 110 mmHg.

a) Dona Maria informou que não estava sentindo nada, que estava inclusive indo viajar. Qual seria sua
conduta?
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b) Podemos dizer que Dona Maria é hipertensa?


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Questão 3 – Dentre os nomes de princípios ativos abaixo, marque aqueles que correspondem a
substâncias utilizadas como antihipertensivas:

( ) hidroclorotiazida
( ) citalopram
( ) diclofenaco
( ) captopril
( ) paracetamol
( ) valsartana
( ) metildopa
( ) cetoconazol
( ) enalapril
( ) clonazepam

146
Auxiliar de Farmácia

Questão 5 – Quais são as formas não-medicamentosas de se tratar a hipertensão arterial?


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Questão 6 – Qual a importância de diminuir o sal da dieta?


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Questão 7 – A hipertensão tem cura? Explique. Qual a melhor forma de tratá-la?


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Questão 8 – Descreva o passo-a-passo da aferição da pressão arterial.


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147
Auxiliar de Farmácia

HORMÔNIOS TIREOIDIANOS

Questão 1 – Onde está localizada a glândula tireóide? Qual a função de seus hormônios?
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Questão 2 – O que é hipotireoidismo e quais são seus principais sintomas?


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Questão 3 – Qual o tratamento do hipotireoidismo?


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Questão 4 – O que é hipertireoidismo e quais são seus principais sintomas?


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Questão 5 – Qual o tratamento do hipertireoidismo?


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148
Auxiliar de Farmácia

ANTICONCEPCIONAIS

Questão 1 – Qual a função dos estrogêneos e da progesterona no ciclo menstrual?


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Questão 2 – Como ocorre a liberação dos hormônios nos anticoncepcionais injetáveis?


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Questão 3 – Como funciona a liberação dos hormônios nos anticoncepcionais adesivos?


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Questão 4 – Em quais situações o uso de anticoncepcionais não é indicado?


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Questão 5 – Quais são as reações adversas mais comuns apresentadas a partir do uso de
anticoncepcionais?
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Questão 6 – O que deve ser feito se a pessoa esquecer de tomar uma pílula de sua cartela de
anticoncepcional? E se a pessoa esquecer de tomar duas pílulas?
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Questão 7 – A pílula do dia seguinte pode ser tomada indiscriminadamente? Explique.


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149
Auxiliar de Farmácia

VITAMINAS E MINERAIS

Questão 1 – O que são vitaminas, quais é sua importância? Como elas são classificadas?
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Questão 2 – As vitaminas podem ser utilizadas de forma indiscriminada, porquê?


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Escolha uma vitamina e responda as questões abaixo.

Questão 3 – Em relação a sua vitamina, qual é sua função no organismo?


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Questão 4 – Quais são os sinais e sintomas de sua deficiência?


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Questão 5 – Quais são os alimentos e medicamentos em que encontramos esta vitamina?


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150
Auxiliar de Farmácia

APLICAÇÃO DE INJETÁVEIS

Questão 1 – Quais são as principais características de um bom aplicador de injetáveis?


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Questão 2 – Quais são os principais itens de uma sala de injetáveis, aplicados a farmácia?
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Questão 3 – Para que serve a Declaração de Serviços Farmacêuticos e quais são os itens que ele deve ter?
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Questão 4 – Descreva o procedimento de lavagem das mãos.


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Questão 5 – Descreva o procedimento de preparo e aplicação de:


a. Injeção Subcutânea.
b. Injeção Intramuscular.
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