Trabalho 4 de DMI

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Olice Américo Liquine

Os teoremas matemáticos e suas demonstrações

Licenciatura em ensino de matemática

Universidade Licungo

Mocuba

2024
Olice Américo Liquine

Os teoremas matemáticos e suas demonstrações

Licenciatura em ensino de matemática

Trabalho de carácter avaliativo a ser


apresentado no Departamento de Ciências
Naturais e Matemática da Universidade
Licungo, Centro de Recursos de Mocuba na
cadeira de Didáctica de Matemática I sob
orientação do Dr. Emílio S. G. Alfândega

Universidade Licungo

Mocuba

2024
Índice
Introdução..................................................................................................................... 4

Objectivo Geral: ........................................................................................................ 4

Objectivos específicos: .............................................................................................. 4

Metodologia .............................................................................................................. 4

Os teoremas matemáticos e suas demonstrações ............................................................ 5

Exemplos que contribuem ao desenvolvimento de habilidades na realização de


inferências lógicas de uma implicação: ...................................................................... 7

Métodos de demonstração directa e indirecta ............................................................. 7

Estratégias de busca de teoremas e de busca de demonstração ..................................... 11

Processos parciais ao tratamento de teoremas .......................................................... 11

Tratamento metodológico nos processos parciais ..................................................... 12

Busca de teoremas sobre igualdade de triângulos ..................................................... 13

Outras variantes para a busca de suposições (teoremas). .......................................... 14

Orientações que radicam do próprio teorema........................................................ 14

Orientações que se estendem fora do teorema: ..................................................... 14

Orientações sobre o emprego de recursos heurísticos: .......................................... 14

Conclusão ................................................................................................................... 15

Bibliografia ................................................................................................................. 16
4

Introdução
O presente trabalho expõem-se os fundamentos da estruturação metodológicos do
tratamento dos teoremas matemáticos e suas demonstrações. O estudo desta situação
típica no ensino da Matemática, contribui a uma compreensão cabal da estrutura lógica
da ciência correspondente, à assimilação consciente de seus métodos de trabalho, assim
como levar ao interesse por seus resultados.

Objectivo Geral:
 Conhecer os teoremas matemáticos e suas demonstrações.

Objectivos específicos:
 Identificar os teoremas matemáticos e suas demonstrações;
 Resolver problemas usando teoremas matemáticos e suas demonstrações.

Metodologia
A metodologia usada para a realização do presente trabalho de pesquisa foi a da
consulta bibliográfica, que constitui na leitura e análise das informações de diversas
obras que se debruçam sobre epígrafe. Os autores das obras estão devidamente citados
dentro do trabalho e também na bibliografia final.
5

Os teoremas matemáticos e suas demonstrações


Para podermos abordar este tema necessitamos de recorrer a alguns conceitos da lógica
bivalente que servem de base aos raciocínios usuais da matemática escolar. Trata-se, de
conceitos da lógica como metalinguagem, entre eles: proposição, valor de verdade,
conectores, formas proposicionais, quantificadores e regras de inferência.

Na matemática, um teorema é uma afirmação que pode ser provada como verdadeira,
por meio de outras afirmações já demonstradas, como outros teoremas, juntamente com
afirmações anteriormente aceitas.

O termo teorema foi introduzido por Euclides, em Elementos, para significar “afirmação
que pode ser provada”.

Criada esta base inicial exige-se que seja possível:

Definir o resto dos conceitos a partir dos considerados básicos.

Determinar o valor de verdade de cada proposição da teoria, partindo dos axiomas e


conceitos básicos.

Uma exposição sintética com estas características, recebe o nome de teoremas, as


proposições verdadeiras mais importantes da teoria. Para destacar a relação de uns
teoremas com respeito a outros, ou para indicar relações entre eles de acordo com a
ordem escolhida para a sua exposição, se utilizam também de maneira eventual outras
denominações como: lema e corolário.

O procedimento matemático legítimo para determinar o valor de verdade de uma


proposição chama-se demonstrações. Seja X um sistema de axiomas, uma demonstração
de um teorema Ho é uma sucessão finita de proposições H1, H2, …, Hn, Ho que satisfaz
cada Termo Hi uma das seguintes condições:

 Hi pertencem a X, ou
 Hi pode-se obter a partir de proposições verdadeiras precedentes ou de
expressões contidas em X, utilizando regras de inferência lógica.

Nas aulas de Matemática empregamos com profundeza o verbo inferir, para indicar que
temos obtido uma consequência ou conclusão a partir de feitos conhecidos. Embora na
linguagem comum, termos como inferir e deduzir se utilizam indistintamente, na
Matemática têm tido interpretações diferentes que não se podem passar por alto.
6

Exemplo

Pierre de Fermat (1601-1665) aplicando procedimentos dedutivos chegou a seguinte


𝑛
conclusão: “todos os números da forma Fn= 22 +1 (com nnatural) são primos”.
Efectivamente, podemos comprovar que: F0=3, F1=5, F2=17, F3=257.Não obstante, a
hipótese de Fermat é falsa. Assim demonstrou Euler no ano 1732 ao decompor F5 em
factores: F5=4 294 967 297=641.6 700 417.

Para dizer que uma conclusão que tem sido deduzida, necessita-se aplicar
exclusivamente regras de raciocínio que conduzam de maneira iniludível, dada a
veracidade da proposição de partida, a resultados que são verdadeiros. A inferência
lógica dedutiva baseia se no emprego de regras cujo carácter descreveremos mais
adiante.

Quando podemos afirmar que estamos perante a uma regra de inferência dedutiva?

Pode-se afirmar que “de P se deduz Q” (“de P resulta Q”): no caso e só no caso em que
ao converter-se P numa proposição verdadeira, Q converte-se de igual modo em uma
proposição verdadeira.

Dito de outra maneira: De P deduz-se Q, se e só se a implicação P válida.

Cada implicação pode-se tomar como base para realizar uma inferência lógica. Mesmo
assim é conveniente dominar uma série de regras gerais de raciocínios dedutivos que se
obtêm a partir de identidades lógicas e que são eficazes para chegar a conclusões tanto
na Matemática como noutras ciências.

Esta regra denomina-se “inferência de uma implicação”. Vejamos como se aplica isto
através de um exemplo.

‘se de um sistema de expressões x podem-se deduzir as expressões 𝐻1→𝐻2 e 𝐻1, então


pode-se deduzir também de x a expressão 𝐻2,

Exemplo

Conhecemos a seguinte implicação: “Se a soma de algarismos de um número é divisível


por 3, então o número é divisível por 3”. Então para o caso particular do número 7 893,a
implicação se reduz à: “Se (7+8+9+3) é divisível por 3, então 7 893 também o é”. De
facto 7+8+9+3=27é divisível por 3,aplicando a regra se deduz que 7 893 é divisível por
3.
7

Como de cada identidade lógica podemos derivar uma regra de inferência dedutiva,
chegamos a conclusão de que existe uma infinidade de regras desta natureza. Por isso, é
importante conhecer, de estudos realizados neste contexto, que um conjunto
relativamente reduzido de regras lógicas de inferência dedutivas satisfaz as necessidades
do tema matemático da escola.

Exemplos que contribuem ao desenvolvimento de habilidades na realização de


inferências lógicas de uma implicação:
 Eduardo diz ao Sérgio: “Se aprovas a matemática e faz calor ao Domingo, então
vamos a praia”. É Domingo, faz calor e Sérgio aprovou a matemática, a que
conclusão pode chegar Eduardo?
 O seguinte teorema tem sido demonstrado: “Se dois triângulos têm dois lados e
o ângulo compreendido respectivamente iguais então estes triângulos são
iguais”. Se para dois triângulos ABC e DEF dados, se tem comprovado que:
AB=DE, AC=DF e <CAB= <FDE. A que conclusão pode chegar?
 Dois triângulos rectângulos dados, têm seus catetos respectivamente iguais.
Estes triângulos são iguais? Porque?

Métodos de demonstração directa e indirecta


As demonstrações empreguem no ensino da Matemática, atendendo a maneira de
estruturá-las classificam-se em demonstrações directas e indirectas.

Para explicar a diferença existente entre estas duas formas clássicas de estruturar as
demonstrações vamos centrar a análise no caso de proposições formuladas de maneira
implicativa (se…, então …). Os teoremas contidos nos textos escolares são enunciados
desta maneira ou podem-se reformular destacando a implicação que se deseja
demonstrar.

É importante que os alunos aprendam a reconhecer hipóteses e teses de teoremas


enunciados de diversas maneiras, com este propósito deve sistematicamente reformular
proposições para expressá-las de maneira implicativa.

Exemplo

As seguintes expressões constituem pares de formulações diferentes para o mesmo


teorema, a segunda de cada uma delas é uma implicação:
8

 “Dois triângulos que seus três lados coincidem são iguais”. “Se dois triângulos
têm seus três lados respectivamente iguais, então estes triângulos são iguais”.
 Não existe um número racional x tal que x²=2 “Se x²=2, então x não é racional”.
 O limite quando existe é único”. “Se limf(x)=L1e limf(x)=L2, então L1=L2”

Uma demonstração denomina-se directa (realiza-se pelo método directo de


demonstração), se partindo da premissa da proposição a demonstrar, depois de um
número finito de passo realizados na base de regras de inferências lógica, obtém-se a
tese.

A regra de inferência lógica que orienta todo o desenvolvimento da demonstração


directa de uma expressão formulada de maneira implicativa, é a inferência a uma
implicação. Esta regra estabelece:

Se de um sistema de expressão X e de uma expressão 𝐻1, poderse deduzir a


expressão, 𝐻2, então é válida a expressão𝐻1→𝐻2 ”.

Existem procedimentos especiais e demonstração directa que por representar modos


peculiares de raciocínio, é importante nos referir a eles:

 Demonstração por indução completa.


 Demonstrações por construção de exemplos.
 Demonstrações através de contra recíproco do teorema.

Na aritmética dos números naturais inclui-se usualmente um teorema denominado


“Princípio de indução completa”. Tomando como base este teorema formularemos a
seguinte regra de inferência:

“Se de um sistema de expressões X sobre os números naturais se pode deduzir:

 H(a) para um certo número natural a, e


 H(k)→H(k+1) para todo k (k>a), então pode-se deduzir também de x a
expressão : para todo n≥a: Hn.

As demonstrações por indução completa realizam-se geralmente em duas partes:

1. Início da indução: Mostra-se que H(a) é verdadeira para um certo a fixo.

2. Passo de indução: Mostra-se que da veracidade de H(k) (hipótese de indução), se


deduz a veracidade de H(k+1)(tese da indução).
9

Este procedimento de demonstração é transferível a outros conjuntos recursivos. Assim


por exemplo, uma preposição demonstra-se para os números inteiros negativos
realizando o início de indução com a = -1 e deduzindo no passo de indução da
veracidade de H (k), a veracidade de H (k-1).

Exemplo

 Demonstração por construção de exemplos:


 Se exige se demonstrar que existe um número real que satisfaz a
equação 3x³+2x²+x+2=0, basta encontrar uma solução, por exemplo
x=-1
 Suponhamos que deseja-se refutar a seguinte proposição: “se duas
cordas de uma circunferência são iguais então são paralelas”. Bastará
encontrar um contraexemplo, por exemplo: dois diâmetros diferentes
da circunferência.
 Demonstração através de contra recíproco:

Temos por exemplo a preposição “se x² é par, então x é par”. Uma das demonstrações
possíveis, consiste em construir seu contra recíproco “ se x não é par, então x² não é
par”.

Demonstrando de maneira directa o contra recíproco, chega a provar a validade da


proposição original. Para isso tomemos x = 2k+1com k inteiro e chegamos a que x²= 2
(2k²+2k) +1, que não é par, pelo que se prova o contra-recíproco e com ele a proposição
original.

Uma demonstração denomina-se indirecta, se nela supõe-se verdadeira a negação


lógica da proposição a demonstrar e verifica-se que esta suposição conduz a uma
contradição. Esta contradição apresenta-se geralmente como uma conclusão
incompatível com a teoria anterior ou com a própria suposição inicial. Daí se infere que
o suposto é falso.

A explicação da estrutura formal das demonstrações indirectas resulta mais complicada


que o raciocínio que a sustenta. O raciocínio é sensível e com certa frequência se
emprega inclusive na vida quotidiana.

Exemplo
10

Num tribunal, o advogado defensor procede como descrevemos a seguir:

1. Suponha o contrário do que queira demonstrar, quer dizer, pressuponha que seu
defendido é culpado.

2. Infere que: se o seu defendido é culpado então estava no lugar do delito no momento
em que se cometeu.

3. Mostra que surge uma contradição do inferido, com testemunhos fidedignos de


pessoas que viram o acusado nesse momento em outro lugar.

4. Logo resulta o contrário do suposto: seu defendido é inocente.

Exemplo

Demonstração indirecta para um teorema formulado de maneira implicativa.

Teorema: “se x²=2, então x não é racional”.

Demonstração: supomos que 𝒙𝟐 = 𝟐 e que x é racional. Se x é racional, pode expressar-


se na forma p/q com q> 0 e p e q números inteiros e primos entre si.

Tem-se então que: x²=p²/q²=2

Onde p²=2q². Logo p² é par.

Se p² é par, então p também é par.

Se dois divide a p, então 4 divide a p².

Se 4 divide a p², então 4 divide a 2p².

Se 4 divide a 2p², então 2 divide a q².

Se 2 divide a q², então q também é par.

Constatamos que tanto p como q são pares, o que contradiz a condição inicial de que p
e q eram primos entre si. O suposto é falso.

Logo resulta que: se x²=2, então x não é racional.

Os teoremas por regra geral se apresentam como implicações ou em forma de


proposições quantificadas, quer dizer, universais, existenciais de unicidade ou
existenciais negadas. Todos os casos podemos reduzi-los ao menos a umas destas
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formas, inclusive é provável que encontraremos vários enunciados desta natureza


equivalentes entre si.

Estratégias de busca de teoremas e de busca de demonstração


1. A demonstração indirecta se emprega com frequência para demonstrar:
 Recíprocos de teoremas já demonstrados; as ideias para falar da
demonstração muitas vezes se falam nas demonstrações dos teoremas dos quais
são recíprocos.
 Proposições existenciais negadas da forma: “não existe um x, para o qual …”,
donde a proposição inicial se reduz a existência deste x.
 Proposições existenciais de unicidade das formas: “ existe pelo menos um x,
para o qual …” ou “ existe um único x, para o qual…”, que se iniciam supondo
que existem dos elementos diferentes que cumprem a condição dada, o que
conduz a uma contradição que se apresenta quando se conclui que desses
elementos são iguais.
2. Em todos os demais casos trata-se de encontrar uma demonstração directa:
 Para as proposições universais, resulta conveniente distinguir a premissa da
tese, com a finalidade de falar a cada uma das inferências que conduz uma da
outra.
 A indução completa se utiliza, para demonstrar proposições universais acerca
dos números naturais noutros conjuntos recursivos.
 Com frequência, as proposições existenciais se demonstram construindo um
exemplo.

Na elaboração de teoremas e demonstrações distinguimos três processos parciais que a


seguir caracterizamos.

Processos parciais ao tratamento de teoremas


1. Busca do teorema: processo no qual se dirige as acções dos alunos a estabelecer uma
suposição, aplicando recursos heurísticos.

2. Busca de uma demonstração: processo orientado para encontrar a ideia da


demonstração, assim como para trazer um plano de solução de acordo com os meios
disponíveis, figuras de análises definições, teoremas, etc.
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3. Representação da demonstração: processo encaminhado para a realização da ideia


e o plano de solução, destacando as inferências e fundamentações necessárias numa
exposição compreensível.

Muitas das deficiências que observamos nas aulas de Matemática dedicadas ao


tratamento de teoremas e demonstrações, têm suas raízes na escassa habilidade do
professor delimitar esses processos parciais.

Nos livros de texto somente aparecem as representações das demonstrações e


ocasionalmente nas orientações metodológicas seus autores dão indicações acerca dos
processos de busca de teoremas e suas demonstrações. É tarefa do professor na sua
auto-preparação, através da consulta de outros textos e materiais, atendendo aos
objectivos do ensino do assunto, escolher cuidadosamente a maneira de conduzir ao
aluno a assimilação dos modos do pensamento característicos desta complexa
actividade.

Tratamento metodológico nos processos parciais


Ao estruturar metodologicamente os processos parciais na elaboração de teoremas e
demonstrações, nós percebemos que estamos em presença de três problemas que, estão
interconectados, com diferentes finalidades. Trata-se de falar em cada um dos seguintes
em caso:

1. Uma suposição.

2. Uma ideia e um plano de demonstração.

3. Uma exposição compreensível da demonstração.

Em consequência nos orientaremos conforme aos passos do programa heurístico geral


para a solução de problemas.

Busca do teorema:

A busca de teoremas é um processo parcial de muito interesse didáctico. Este interesse


se baseia nas potencialidades que passa para a assimilação pelos alunos de
procedimentos heurísticos de trabalho, sua eficácia para motivar a necessidade de uma
demonstração e seu efeito secundário como recurso para recordar o enunciado exacto do
teorema.
13

Nas aulas de Matemática, resulta difícil instrumentalizar este processo, pelo tempo que
ocupa e a mestria pedagógica que exige sua condução. Não obstante, por seus
propósitos, este esforço vale a pena. Em síntese, consiste em estabelecer um clima de
rediscobrimento, sem desembocar em extensas passagens que se apartem do objectivo
desejado. Desta maneira, o aluno adquire noções sobre as vias que conduzem a
formulação de hipóteses.

Analisemos antes alguns exemplos, para depois apresentar uma descrição geral das
acções que conduzem à busca do teorema.

Exemplo

Busca de teoremas sobre igualdade de triângulos.

1. Os alunos conhecem a seguinte propriedade: “Se dois triângulos são iguais, então
seus três lados e seus três ângulos são respectivamente iguais”. O recíproco deste
teorema também é verdadeiro, pelo que, será indispensável para estabelecer a igualdade
dos triângulos comprovar que todos seus elementos são respectivamente iguais? Com
ajuda do professor, os alunos chegam a conclusão de que deve comprovar a igualdade
de ao menos três dos elementos. Para ele se constroem ou se buscam exemplos de
triângulos diferentes que coincidem nos elementos.

2. Em elaboração conjunta, se analisam a partir daqui os casos possíveis (três lados, dois
lados e um ângulo, etc.) seleccionamos como procedimento para chegar a conclusões:
construir triângulos, dados três de seus elementos.

3. Orientados pelo professor, os alunos constroem por exemplo: um triângulo dados


dois lados e o ângulo compreendido. A seguir se verifica que todos os triângulos
construídos por eles com esta orientação são iguais e se formula um enunciado: “ Se
dois triângulos têm dois lados e o ângulo compreendido respectivamente iguais, então
estes triângulos são iguais”.

4. Ao final da busca se realizam considerações sobre a via utilizada para encontrar o


teorema e acerca da necessidade de sua demonstração.

Exemplo
14

Outras variantes para a busca de suposições (teoremas).


A busca de suposições pode planificar-se também, mediante exercícios apropriados que
os alunos realizam na aula ou no seu

Estudo individual. A seguir apresentamos um exercício, cujo resultado é a proposição:


“Em todo quadrilátero convexo inscrito numa circunferência, aos ângulos opostos
somam180º”.

Tipos de orientações fundamentais no processo de busca da demonstração:

Orientações que radicam do próprio teorema:

 A selecção de um método de demonstração apropriado se baseia na análise da


estrutura lógica do teorema. Se a formulação não é clara, nem sugestiva, é
necessário que se encontre outra expressão equivalente.
 No teorema aparecem conceitos relacionados. A substituição destes conceitos
por suas definições, é uma acção muito utilizada para chegar a ideias de
demonstração.
 A precisão da premissa e a tese do teorema, permitem elaborar um campo de
busca com teoremas que têm premissas ou teses similares.

Orientações que se estendem fora do teorema:


 O estabelecimento de analogia com as demonstrações realizadas anteriormente.
 A transferência de determinadas ideias empregues ao resolver exercícios da
unidade temática e a realização de transformações algébricas ou geométricas que
se empregarão com oxítona resolução de tarefas similares, constituem o núcleo
de orientações. Sua importância é que os alunos, de maneira implícita, aprendem
com estes modelos de relacionamento das regras de inferência lógica.

Orientações sobre o emprego de recursos heurísticos:


 Princípios, regras, e estratégias heurísticas regem a orientação geral do processo
de busca. Aplicação de princípios como os de analogia, mobilidade, redução e
diferenciação completa de casos, entre outros, permitem chegar a um fio
condutor. Também jogam um papel importante, regras heurísticas como as de
substituir conceitos por suas definições, representar magnitudes com variáveis
desenhar uma figura de análise, etc.
15

Conclusão
O tratamento de teoremas e demonstrações é um trabalho didáctico relevante para o
alcance dos objectivos da Matemática. O professor, para estruturar de forma adequada
esta situação típica, necessita ainda do domínio do conteúdo, possuir capacidades para
aplicação de regras de inferência, métodos de demonstração e outros recursos da lógica
bivalente.

Se distinguem três processos parciais na elaboração de teoremas e suas demonstrações,


dirigidos respectivamente a: buscar suposições, falar de demonstrações e representar
estas últimas no texto compreensível. Todo o trabalho deve ser acompanhado por um
intenso trabalho heurístico.

O desenvolvimento de capacidades para demonstrar se alcança ao longo prazo através


da realização no processo de ensino e aprendizagem dos fundamentos estruturais
metodológicos do tratamento de teoremas matemáticos e suas demonstrações.
16

Bibliografia
Matos, J. M & Serrazina, M. L. (1996). Didáctica de Matemática. Universidade Aberta,
Lisboa.

MINED (1997). Programas de Matemática do SNE, Maputo.

PILETTI, Claudino. (1995). Didática Geral. 18ª ed. São Paulo: Ática.

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