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Universidade Aberta Isced

Faculdade de Ciências de Educação


Curso de Licenciatura em Ensino de Matemática

Disciplina: Logica e Teoria de Conjuntos

Tema: “método dedutivo, argumento, regras de inferência e validade mediante tabelas –


verdade”

Nome do estudante: Helton Jordão Nhampalela

Código de estudante: 41230080

Inharrime, 01 Setembro de 2023


Universidade Aberta Isced
Faculdade de Ciências de Educação
Curso de Licenciatura em Ensino de Matemática

Disciplina: Logica e Teoria de Conjuntos

Tema: “método dedutivo, argumento, regras de inferência e validade mediante tabelas –


verdade”

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura
em Ensino de Matemática da UnISCED.

Tutor: Lino Sidónio Viegas

Nome do estudante: Helton Jordão Nhampalela

Código de estudante: 41230080

Inharrime, 01 Setembro de 2023


Índice

Introdução ..................................................................................................................................................... 4
Método dedutivo ........................................................................................................................................... 5
Argumento .................................................................................................................................................... 7
Validade de argumento ................................................................................................................................. 8
Métodos de validação de argumentos ........................................................................................................... 8
Validade de argumentos mediante tabela-verdade........................................................................................ 9
Validade de argumentos mediante regras de inferência .............................................................................. 10
Regras de inferências ................................................................................................................................. 10
Conclusão.................................................................................................................................................... 11
Referencias Bibliográficas .......................................................................................................................... 13
Introdução

O presente trabalho de pesquisa aborda conteúdos relacionados com o tema “método dedutivo,
argumento, regras de inferência e validade mediante tabelas – verdade”, onde de forma
parcial desenvolve se cada item que constitui o tem.

O pensamento lógico teve forte presença no cerne da Civilização Grega. Aristóteles (384-322
A.C) é tido como o primeiro sistematizador do conhecimento lógico da época. Presume-se que a
partir de uma análise das discussões, que eram comuns no seu tempo, o filósofo teria procurado
caracterizar um instrumento de que se serviria a razão, na busca da verdade. Aristóteles teve seu
trabalho registrado por seus discípulos e a obra de Lógica, intitulada o Organon, serviu de
fundamentação para a Lógica Simbólica. Aristóteles classificou as proposições em quatro
grupos, dois originários de uma consideração qualitativa e dois de considerações quantitativas.
Segundo a quantidade, tem-se proposições afirmativas ou negativas e, segundo a qualidade, em
universais e particulares. Assim é que na lógica de Aristóteles aparecem expressões como todo,
nenhum, algum, etc; e frases tipo "Todo homem é mortal " (universal afirmativa) e "Alguns
homens não são sábios" (particular negativa).

A Lógica Matemática se ocupa da análise de certas sentenças, quase sempre de conteúdo


matemático. Também estuda as relações, conexões, entre estas sentenças. Começaremos
definindo proposição.
Método dedutivo

O método dedutivo foi proposto pelos principais racionalistas Descartes, Spinoza e Leibniz,
cujos filósofos fundamentaram que este método tem o silogismo como base principal, o que
significa que há uma construção lógica a partir de duas proposições e após isso chega-se a uma
conclusão, que seria a terceira proposição do argumento.

Por exemplo:

 Para passar na prova da professora Bruna é preciso estudar.


 Você não estudou para a prova.
 Logo, você vai mal na prova.

Então, o fundamento da dedução é a investigação das duas proposições (ou premissas) para
verificar se ambas são verdadeiras, podendo assim obter uma conclusão lógica de um
determinado tema.

Dentro desse contexto, René Descartes afirma que a razão e o bom senso estão sempre presentes
em qualquer ser humano. Ninguém possui um dom maior ou menor de clarividência, porém os
melhores resultados vêm das pessoas que escolhem o melhor caminho para pensar; ou seja, o
melhor método a ser escolhido é o que leva ao melhor aproveitamento da razão acima referida.
Para ele somente a razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro.

Descartes entende, ainda, que o homem não deve ficar restrito somente aos ensinamentos
teóricos dos seus mestres, e sim deve criar o hábito de associar o conhecimento teórico ao
conhecimento prático; e deve utilizar o raciocínio lógico (que incluem processos físicos,
matemáticos, geométricos e químicos) aliado à dedução, para então obter uma conclusão sobre
determinado assunto, deixando sempre de lado qualquer argumento que seja de natureza
subjectiva (que seja individual ou pessoal).

Ou seja, para o filósofo o método dedutivo nada mais é que a união do pensamento lógico com a
dedução racional, que resulta numa conclusão a respeito de um determinado assunto. Em outras
palavras, é a análise de duas proposições/premissas (uma maior e outra menor), que através de
uma construção lógica retira-se uma terceira, denominada de conclusão (ou solução/desfecho).
O método dedutivo parte da compreensão da regra geral para se chegar a conclusão em casos
específicos - ele é o inverso do método indutivo. Para compreendermos melhor este conceito,
podemos citar o exemplo clássico de Lakastos e Marconi:

 “Todo mamífero tem um coração. (premissa maior)


 Ora, todos os cães são mamíferos. (premissa menor)
 Logo, todos os cães têm um coração.” (conclusão) ”

Neste exemplo verificamos que a veracidade da conclusão ocorre somente porque as duas
premissas anteriores são verdadeiras, e que a verdade da conclusão já estava implícita nessas
duas premissas.

Outro exemplo muito utilizado no método dedutivo é o seguinte:

 “Todo homem é mortal. (premissa maior)


 Pedro é homem. (premissa menor)
 Logo, Pedro é mortal." (conclusão)

Aqui observamos de forma simples a convicção na conclusão que foi retirada das duas premissas
verdadeiras (maior e menor) analisadas previamente. Não há que se falar em meio-termo no
método dedutivo. Ou está correto ou está incorrecto, ou as premissas se completam e formam um
desfecho ou não se forma desfecho algum.

Assim, no método dedutivo para que a conclusão de um fato seja falsa, as premissas ou uma das
premissas devem ser falsas; diferente do que ocorre no método indutivo, por exemplo, que é
possível que a ideia inicial seja verdadeira e a conclusão (ou resultado) seja falsa.

O método dedutivo pode ser muito utilizado nas ciências que são orientadas por leis, como por
exemplo matemática, física, química e com aplicação na geologia. Essas ciências recebem a
denominação de ciências exactas porque não há variáveis em seus argumentos (argumentos
mutáveis) e sim há somente a lógica; diferente, por exemplo, das ciências sociais onde há muita
subjectividade e variabilidade (o que é instável/mutável) e o método dedutivo não pode ser
aplicado nessas últimas ciências, pois os argumentos variáveis não poderão fornecer uma
conclusão verdadeira.
Este método pode ser aplicado também em trabalhos e pesquisas académicas através da análise e
crítica dos dados que foram colectados por meio de entrevistas, de análise de campo, ou de
qualquer outra forma que o dado foi colectado para a pesquisa, pois os mesmos exigem uma
revisão e uma verificação antes de sua exposição, para então serem apresentados da maneira
correta.

Argumento

Para o Gustavo Augusto Lima de Campos & Jerffeson Teixeira de Souza Argumentos são
proposições descritas no formato de implicações.

Em geral, o antecedente de um argumento é uma conjunção de subproposições, simples ou


compostas, e o consequente é uma subproposição, do mesmo tipo do antecedente. Sendo assim,
podemos representar os argumentos de uma pessoa através da seguinte forma geral: (𝑝1 ∧
𝑝2 ∧ . . .∧ 𝑝𝑛) → 𝑞; Onde 𝒑𝟏, 𝒑𝟐, . . . , 𝒑𝒏 𝒆 𝒒 representam proposições em linguagem natural,
que estão ligadas por meio de conectivos.

Alexandre no seu manual sobre “Fundamentos de Lógica Matemática”, defende que um


argumento é uma sequência de 𝑃1, 𝑃2, 𝑃3, … 𝑃𝑛 de proposições, com n ≥ 1, na qual as n - 1
primeiras proposições Pi são chamadas de premissas e a ´ultima proposição, Pn, é chamada de
conclusão. Denota-se um argumento por: 𝑃1, 𝑃2, 𝑃3, … , 𝑃𝑛 − 1 ⊢ 𝑃𝑛

Exemplo de argumentos

1. Argumento em Português

 P1 - “Se Platão estiver disposto a visitar Sórates então Sócrates está disposto a visitar
Platão”
 P2 - “Se Sócrates está disposto a visitar Platão então Platão não está disposto a visitar
Sócrates”
P3 - “Se Sócrates não está disposto a visitar Platão então Platão está disposto a visitar
Sócrates”
 q - “Sócrates está disposto a visitar Platão”
2. Argumento em Linguagem Proposicional

Considerando:

 p - “Sócrates está disposto a visitar Platão” e


 r - “Platão está disposto a visitar Sócrates”,

Temos:

i. 𝒑𝟏 − 𝑟 → 𝑝
ii. 𝒑𝟐 − 𝑝 → ¬ 𝑟
iii. 𝒑𝟑 − ¬ 𝑝 → 𝑟
iv. 𝒒 − 𝑝.

Na forma geral: ((𝑟 → 𝑝) ∧ (𝑝 → ¬ 𝑟) ∧ (¬ 𝑝 → 𝑟)) → 𝑝

Validade de argumento

Um argumento P1, P2, P3, …, Pn-1 ‘ Pn é dito válido se e somente se P1, P2, P3, …, Pn-1 j=
Pn, ou seja, se e somente se Pn é uma consequência lógica de P1, P2, P3, …, Pn-1, o que
acontece se (P1 ^ P2 ^ P3 ^ … ^ Pn-1) ! Pn for uma tautologia.

Desta forma, um argumento é válido se a sua conclusão é uma consequência lógica de suas
premissas, ou seja, a veracidade da conclusão está implícita na veracidade das premissas.

Métodos de validação de argumentos


Prof. Dr. Silvio do Lago Pereira defende os seguintes métodos de validação de argumentos:

1. Tabela-verdade (semântico)
2. Prova por dedução (sintáctico)
3. Prova por refutação (sintáctico)

Onde:

 Métodos semânticos são baseados em interpretações.


 Métodos sintácticos são baseados em regras de inferência (raciocínio)
Validade de argumentos mediante tabela-verdade

Verificando mediante tabela-verdade a validade do argumento seguinte.

1. Se Carlos está com fome, então, ele come.


2. Carlos dorme ou não come.
3. Carlos está acordado.
4. Portanto, Carlos não está com fome.

Observação: dormir é equivalente a não estar acordado.

Solução: O primeiro passo consiste na representação do argumento acima na forma simbólica,


em termos de proposições simples. Chamando as proposições simples Carlos está com fome,
Carlos come e Carlos está acordado de p, q e r, respectivamente, o argumento pode ser escrito
na linguagem da lógica proposicional como: 𝑝 → 𝑞, ¬𝑟⋁¬𝑞, 𝑟 ⊢ ¬𝑝

Assim, para verificar se o argumento ´e válido, basta verificar se sua forma condicional ´e uma
tautologia (ou seja, verificar se a conclusão ´e consequência lógica das premissas). A forma
condicional do argumento ´e dada por:

A tabela-verdade para a proposição resultante é:

Como a forma condicional do argumento é tautológica, ou seja, ∽ 𝑝 é consequência


lógica das premissas, o argumento em questão é válido.
Validade de argumentos mediante regras de inferência

Derivação formal por regras de inferência consiste em:

 Regras de raciocínio.
 Argumentos válidos notáveis.
 Operações básicas para realização de inferências lógicas.
 Consideraremos uma tabela fixa de regras de inferência.
 O processo de derivação nada mais ´e que a definição de uma lista de proposições
lógicas.
 Inicialmente, lista encontra-se vazia. Primeiramente, incluímos as premissas (fatos
conhecidos).
 Novas proposições obtidas através da aplicação das regras de inferências são inseridas até
que a conclusão seja obtida.

Regras de inferências
Considerando o argumento seguinte.

i. Se as uvas caem, ent~ao, a raposa as come.


ii. Se a raposa as come, então, estão maduras.
iii. As uvas estão verdes ou caem.
iv. Logo, a raposa come as uvas se e somente se as uvas caem.

Identificando as proposições atómicas nas sentenças em linguagem natural escritas neste


exemplo, tem-se:

a. p : as uvas caem
b. q : a raposa come as uvas
c. r : as uvas estão maduras

Reescrevendo na linguagem da lógica proposicional, tem-se o seguinte argumento.

Considerando a sequência de passos a seguir, demostra-se que o argumento em questão é válido.


Conclusão

O presente trabalho de campo apresentou o conceito do metodo dedutivo e argumento válido, bem como duas
abordagens distintas de se verificar a validade de argumentos em geral: a primeira, baseada na construção de
tabelas-verdade, e a segunda, mais geral e eficiente (pois é viável mesmo quando o n´úmero de proposições
atómicas cresce), através da utilização de um conjunto pré-estabelecido de regras de inferências, o que ºe
essencialmente o cálculo proposicional.

As tabelas-verdade são ferramentas poderosas na verificação da validade de argumentos. Apesar de


funcional, o método baseado em tabelas-verdade torna-se cada vez mais ineficiente e trabalhoso
á medida que o número de proposições simples aumenta. Uma maneira mais eficiente de
verificar a validade de argumentos ´e mediante o uso de regras de inferências.
Referencias Bibliográficas

DINIZ, Célia Regina. Metodologia Científica/ Célia Regina Diniz; Iolanda Barbosa da Silva.
Campina Grande; Natal: UEPB/UFRN-EDNEP, 2008.

LAKASTOS, E. M; Marconi, M. De A. Metodologia Científica. 6. ed. Rev. Ampl. São Paulo:


Atlas, 2011.

CAMPOS, Gustavo Augusto Lima & SOUZA, Jerffeson Teixeira. Noções de Lógica. Secretaria
de Educação a Distância (SEAD/UECE) 2010.

PEREIRA, Silvio do Lago. Lógica Proposicional. Departamento de Tecnologia da Informação


Faculdade de Tecnologia de São Paulo.

MORTARI, Cezar Augusto. Introdução à Lógica. Editora UNESP.


São Paulo. 2001.

HACCK, S. Filosofia das Lógicas. Tradução de César Mortari e Luiz Henrique


de Araújo Dutra. São Paulo: Editora da UNESP, 2002. NOLT, J. & ROHATYN, D. Lógica.
Trad. Leila Zardo Puga & Mineko Yamashita. São Paulo: Editora McGraw-Hill, 1991.

Planeta Amazônia: Revista Internacional de Dto. Amb. e Políticas Públicas. ISSN 2177-1642;
Macapá; n.6; p. 85-101, 2014. http://periodicos.unifap.br/index.php/planeta

Http://www.ead.uepb.edu.br/ava/arquivos/cursos/geografia/metodologia_cientifica.pdf

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