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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ


CAMPUS DE SOURE/MARAJÓ-PA
FACULDADE DE LETRAS-PORTUGUÊS
Disciplina: Metodologia do Trabalho Científico I
Docente: Joaquim Cancela
Discente: Neurielly Campos Ferreira
Data: 07/02/2021

MÉTODOS CIENTÍFICOS: INDUTIVO E DEDUTIVO

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia


Científica. 5º ed. ATLAS S.A. São Paulo – 2003. P: 83-94.

Marina de Andrade Marconi é graduada em História, Pedagogia, Estudos Sociais e


Educação Artística. É doutora em Ciências (Antropologia) pela Faculdade de História, Direito
e Serviço Social de Franca da Universidade Estadual Paulista (Unesp). É professora, tendo
lecionado 16 anos na Unesp de Franca nos cursos de História e Serviço Social. É coautora de
Antropologia: uma introdução, Metodologia científica, Metodologia do trabalho científico,
Sociologia geral e Técnicas de pesquisa. Eva Maria Lakatos é graduada em Administração de
Empresas e Jornalismo e pós-graduada em Ciências Sociais. Mestre e doutora em Ciências,
doutora em Filosofia (Metodologia Científica) e livre-docente em Sociologia pela Fundação
Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), onde foi vice-diretora. Professora de
Sociologia e Metodologia Científica em graduação e pós-graduação dessa mesma instituição.
Autora de Sociologia da administração coautora de Metodologia científica, Metodologia do
trabalho científico, Sociologia geral e Técnicas de pesquisa.

O capítulo trata, a priori, que para o conhecimento ser científico é preciso ter método,
sendo este o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que tem como objetivo chegar a
conhecimentos válidos e verdadeiros, por meio de teorias que serão comprovadas ou refutadas
durante a pesquisa, auxiliando as decisões do cientista. Ademais, de forma objetiva apresenta
um breve histórico sobre o desenvolvimento do método, esclarecendo que nos primórdios, o
senso comum, aliado à explicação religiosa e posteriormente ao conhecimento filosófico,
orientaram as preocupações do homem com o universo. O que mais tarde foi modificado, por
volta do século XVI, pois propuseram encontrar um conhecimento embasado em maiores
garantias, na procura do real através da observação científica, devendo seguir, portanto, o
esquema exposto na obra para sua realização.
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A posteriori, as autoras explicam os tipos de métodos, começando pelo Indutivo, que


segundo elas parte de dados particulares constatados, inferindo-se a uma verdade geral,
almejando levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas
quais se basearam. Além disso, ambas evidenciam que a indução se realiza no deferimento
das três etapas que segue: 1º observação dos fenômenos ou fatos (conhecer as causas); 2º
compará-los e descobrir a relação entre eles; e 3º generalização da relação.

Exemplo:
Pedro, José, João...são mortais.
Ora, Pedro, José, João...são homens.
Logo, (todos) os homens são mortais.

Haja vista as seguintes precauções: certificar-se de que é verdadeiro o fato que está
pesquisando; assegurar-se de que sejam idênticos antes de generalizar; e não perder de vista o
aspecto quantitativo das análises. Elas expõem, ainda, as duas formas existentes de indução,
que são: completa ou formal e a incompleta ou científica. A primeira não passa de um
processo de colecionar coisas já conhecidas e que, portanto, não leva a novos conhecimentos.
Enquanto a segunda fundamenta-se na causa ou na lei que rege o fato ou fenômeno,
constatada em um número significativo de casos, mas não em todos. Para mais, as fundadoras
da obra elucidam a importância das amostras, ponderando os problemas que estas inferem na
indução. O primeiro é o das amostras insuficientes (quando há uma quantidade pequena de
dados para sustentar a generalização), e o segundo é o das amostras tendenciosas (quando o
pesquisador escolhe quem entrevistar, analisar, observar, isto é, sua generalização se baseia
em uma amostra não representativa da população).

O segundo método abordado por Lakatos e Marconi é o Dedutivo, que a partir de


princípios e/ou leis prediz a ocorrência de casos particulares com base na lógica, objetivando
explicar o conteúdo das premissas, sendo estas todas verdadeiras e contendo mesmo que
implicitamente o conteúdo da conclusão. Esse método tem como estrutura básica o silogismo
(construção lógica a partir de duas premissas) e é criticado por ser de caráter tautológico e
apriorístico. Dentre as diferentes formas de argumentos dedutivos, as autoras destacam dois
que são argumentos condicionais válidos. O primeiro denomina-se “afirmação do
antecedente”, uma vez que a primeira premissa é um enunciado condicional, a segunda coloca
o antecedente desse mesmo condicional, e a conclusão consequente da primeira premissa,
apresentado por meio da estrutura que segue:

Se p, então q.
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Ora, p.
Então, q.

O segundo recebe a denominação de “negação do consequente”, já que a primeira


premissa é condicional, sendo a segunda uma negação do consequente desse mesmo
condicional, representado da seguinte forma:

Se p, então q.
Ora, não-q.
Então não-p.

Por conseguinte, as fundadoras da obra exibem dois exemplos para ilustrar a diferença
entre os argumentos dedutivos e indutivos.

Dedutivo:
Todo mamífero tem um coração.
Ora, todos os cães são mamíferos.
Logo, todos os cães têm um coração.
Indutivo:
Todos os cães que foram observados tinham um coração.
Logo, todos os cães têm um coração.

Partindo da leitura e entendimento dos parágrafos anteriores, é notório as


características e disparidades entre os métodos indutivo e dedutivo, uma vez que o assunto é
abordado com transparência e de forma plausível pelas autoras. É perceptível também, que
algumas teorias foram usadas como base para a fundamentação desses métodos, como é o
caso do empirismo e/ou determinismo ligado ao método indutivo; e o racionalismo que se
relaciona com o método dedutivo. Tais meios contribuíram e encontram ampla aplicação em
ciências sociais, como é o caso da indução, e em ciências da área das exatas (matemática,
física, etc.) como ocorre na dedução.

Por fim, é válido destacar que o capítulo apresenta um conteúdo verdadeiro, com
exemplos de fácil compreensão, uma escrita legível, e ainda, diferentes abordagens, com
citações de autores renomados que, indubitavelmente, contribuíram para a sustentação e
argumentação de pontos específicos na construção do texto. O mesmo é dedicado para jovens
e adultos, principalmente aos especialistas, universitários e estudantes de nível superior, por
ser uma obra que decorre mais profundamente no auxílio de como usar os métodos científicos
nas pesquisas, sejam elas de cunho acadêmico, científico, dentre outros.
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