Avaliação Parcial de Literatura 4º Bimestre PDF

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Avaliação parcial de Literatura 4º Bimestre Profa.

Kilvia Mendes
Nome:______________________________________________ Turma:_________
Nome:______________________________________________ ENTREGA: Até dia 08|12|23.

Prezad@s estudantes, em nossas aulas, como de costume conversamos,


analisamos e debatemos sobre as obras literárias, discutimos textos, e principalmente
poemas. Vocês concordam que é menos complicado escrever um texto dissertativo-
argumentativo do que analisar um texto literário, não é mesmo? Isso acontece porque
geralmente não temos o costume de investigar com mais profundidade os textos literários
e escrever sobre eles. É preciso fazer disso também um hábito, portanto, convido vocês a
lerem o poema parnasiano “O vento e o Tabelião”, de Raimundo Correia, e em seguida
sua análise literária.

O vento e o tabelião
Estronda a porta. Cai (maldito vento!)
Do parapeito um vaso... Quem vos salva
Minhas begônias e meus pés de malva?!
– Soam palmas, porém, neste momento...

Tu vens (tu, que és o próprio Fingimento


De nasóculos de ouro e enorme calva,
Tu, que tens a consciência menos alva
Do que os punhos) lavrar meu testamento?!

Sorris co'a polidez de um falso amigo...


Mas... levou-te o chapéu essa lufada,
Que as minhas malvas e begônias prosta...

A êsse vento brutal já não maldigo,


Porquanto, ao menos, se não fêz mais nada,
De um falso amigo pôs a calva à mostra.
ANÁLISE DO SONETO
Neste soneto, a figura a se destacar primeiramente é a do vento, ele dá o tom
à configuração formal e semântica do poema. Formal porque inicia-se bruscamente. O
leitor sente, por intermédio dos artifícios da linguagem – pontuação expressiva que
amarra, nos versos, frases curtas, por exemplo – o efeito causado por uma forte corrente
de ar. E semântica, pois sabe-se que o vento marca, simbolicamente, passagens e
mudanças; no poema, o vento põe em situação ridícula uma personagem que é apontada
pelo “eu-lírico” como traiçoeira e como “um falso amigo”. É importante observar,
também, que o vento, ao longo do poema, é encarado de maneira diversa, pois, se no
primeiro verso o “eu-lírico” refere-se a ele como “maldito vento!”, na última estrofe esse
mesmo “eu-lírico” dirige-se ao vento não mais o maldizendo, mas reconhecendo o caráter
positivo àquele susto inicial.
Na primeira estrofe, como dito anteriormente, a pontuação é utilizada
expressivamente para marcar os efeitos causados por uma forte lufada. É descrita uma
cena quase caótica, consequência do efeito intempestivo de uma ventania: bate uma porta
e um vaso com flores despenca do parapeito de uma janela. Se havia alguma situação de
calmaria no texto, esta foi quebrada logo de início – talvez uma forma de marcar a
violência do vento, seja começar de maneira brusca, com acontecimentos inesperados, o
poema. Entra, nesse contexto, ao som de palmas, a personagem a que o vento vai por a
calva a mostra. Na segunda estrofe, fora dos parênteses – que encerram um comentário
do “eu-lírico” – está explícita uma interlocução: “tu vens (...) lavrar meu testamento?!”
Esse comentário é curioso, já que o testamento é emitido quando se está
prevendo a morte de quem elabora o documento. É sugerido, então, que o “tu” que chega
anseia pela morte do “eu-lírico” ou se não é tão extremo, agoura a sorte dele. O
comentário contido dentro dos parênteses explicita o juízo de valor estabelecido pelo “eu-
lírico” em relação àquele que chega. O próprio emprego da palavra “fingimento” com f
maiúsculo denota a importância dada pelo “eu-lírico” a essa postura adotada pelo outro.
Além disso, o caráter do que chega é posto em xeque, já que é revelado que ele tem “a
consciência menos alva / Do que os punhos(...)”.
Já no primeiro terceto, é ironizado o sorriso daquele que chegou –
caracterizado como “falso amigo” – logo no primeiro verso. É estabelecida uma
ponderação a essa altura do texto, já que o mesmo vento derrubou as malvas e begônias
do parapeito, também levou embora o chapéu do “falso amigo”. Por fim, na última
estrofe, como também já foi levantado, ao vento é assimilado um caráter diferente do que
foi impingido no começo do poema. A ideia, já no fim do poema, de que se trata realmente
“de um falso amigo”, é renovada.

Após a leitura do poema e de sua análise é possível


ter uma base sobre como quais são os principais
pontos de um soneto que podemos destacar diante
de uma interpretação mais profunda. Com base
nisso, analisem o poema A pátria, de Olavo Bilac.
A Pátria

Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!


Criança! não verás nenhum país como este!
Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
É um seio de mãe a transbordar carinhos.
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
Vê que grande extensão de matas, onde impera
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!

Boa terra! jamais negou a quem trabalha


O pão que mata a fome, o teto que agasalha...

Quem com o seu suor a fecunda e umedece,


Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!

Criança! não verás país nenhum como este:


Imita na grandeza a terra em que nasceste!

(Poesias Infantis, 1904)

QUESTÃO 1. “A Pátria” é um exemplo de uma obra voltada ao público infantil, onde


se nota a inclinação nacionalista de Olavo Bilac. Façam uma análise literária sobre
esse poema, conforme visto no exemplo que introduz esta avaliação. Procurem
escrever com suas palavras, mas de forma coerente e com formalidade. Cópias da
internet e de outros colegas implicarão em anulação do trabalho.

QUESTÃO 2. Desenvolvam um texto dissertando sobre o Parnasianismo e o


Simbolismo, descrevendo a importância deles para a literatura, destacando autores e
obras, características e semelhanças e/ou diferenças entre esses movimentos. E ainda, se
preferirem, podem também representar de forma artística essas escolas, fazendo
desenhos, pinturas, fotografias, memes, pequena história em quadrinho...

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