A Crise e o Resgate Dos Valores Da Sociedade Angolana

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A CRISE E O RESGATE DOS VALORES MORAIS E CÍVICOS NA

SOCIEDADE ANGOLANA
A moda no dia de Hoje

A crise e o resgate dos valores morais e cívicos na sociedade são


quando os valores da sociedade estão em queda, ou seja, não valorizam-se
mais o que antes era valorizado. Portanto, entende-se que os valores morais e
cívicos se constituem como qualidades que orientam as acções e interacções
humanas em sociedade. Dito isto, as famílias têm grande responsabilidade na
sua transmissão para os filhos, assim como os outros agentes de socialização.
Neste sentido, a escola aparece também como um dos principais agentes que
contribui para o resgate dos valores, mas isso implica dizer que, os pais não
devem olhar a escola como um refúgio para as famílias depositarem seus filhos
em caso dos pais não conseguirem executar seus papéis sociais da melhor
forma. Nota-se que, os pais não devem depositar seus filhos nas escolas e
esperar que de lá saíam bem formados em todos os aspectos. Os pais
precisam entender que, a família tem principal função na educação dos seus
filhos, e a escola tem principal função na instrução, isso não quer dizer que a
família não pode instruir ou então que a escola não pode educar. Mas sim que
a família e a escola devem trabalhar juntos para a educação e instrução do
cidadão e o resgate dos valores nas famílias e na sociedade angolana.
A CRISE E O RESGATE DOS VALORES MORAIS E CÍVICOS NA
SOCIEDADE ANGOLANA

Nos dias de hoje, as famílias e a sociedade angolana têm enfrentado as


crises de valores morais, cívicos, culturais, religiosos e sociais. E isto tem
preocupado e levado a muitas discussões em torno dos melhores métodos
para o resgate dos valores nas famílias angolanas. Devido as mudanças
sociais, a globalização, as crises econômicas e financeiras, as mudanças nas
estruturas familiares (o caso de famílias mono parentais, disfuncionais ou
desestruturadas) e a emancipação das mulheres em Angola, a transmissão dos
valores em muitas famílias entrou em declínio, porque muitas famílias não
encararam mais a transmissão dos valores morais e cívicos como prioridade.
Isso acontece porque agora muitos pais priorizam mais as condições materiais
ou seja, se preocupam demais com a satisfação das necessidades com
alimentos, habitação, vestuário, tecnologia e lazer. Na actualidade muitos pais
valorizam mais o facto de ter e ter cada vez condições materiais, do que o facto
de ser e educar seus filhos para saberem ser na sociedade foram postos de
lado.
Observa-se que, muitas famílias estão bastante envolvidas com a ideia
de que primeiro tem que se buscar o conforto e condições materiais como
dinheiro, bom salário, boa aparência física, consumo de bebidas, boa casa,
comida, vestuário, etc., e só depois disso, se preocupar com os valores morais
e cívicos. Assim, em busca do conforto material, estabilidade financeira, a
satisfação pessoal e a realização de sonhos individuais muitos pais, tutores e
encarregados de educação ausentam-se de casa muito cedo, as vezes sem
hora para voltar, não têm tempo de conversar com seus filhos, não sabem e
não vivem a realidade dos seus filhos, não fortaleceram os laços afectivos com
seus filhos, não se preocuparam em inculcar e ensinaram os valores aos seus
filhos. Isto contribuiu para o enfraquecimento dos laços afectivos e disfunções
comportamentais e parentais e daí que muitas famílias angolanas começaram
a testemunhar o declínio da estrutura familiar e assistir a base da sociedade a
ruir.

Alguns autores afirmam que nos dias de hoje a maior crise que o ser
humano pode enfrentar (e que estamos enfrentando) é uma crise de valores,
pois essa crise vai afetar a humanidade, que passa a viver de forma mais
egoísta, cruel e violenta. Assim, é necessário enfatizar a importância de bons
exemplos na sociedade, pois a transmissão de importantes valores humanos
consiste na base de um futuro mais pacífico e sustentável. É bem verdade que,
há um grande esforço da maioria dos angolanos na recuperação dos valores,
mas ainda existe no nosso seio seqüelas dos tempos difíceis de guerra vividos;
ainda existem pessoas agarradas ao passado amargo. Precisamos animá-las e
ajudá-las a encarar a vida com mais optimismo e esperança de tempos
melhores. A fé é um valor moral e espiritual que deve ser conservado na
família. É triste ver hoje jovens que têm vergonha de professar a sua fé. Há
outros também que negam a sua própria família a que pertencem, por que ela
é pobre ou não tem uma casa mobilhada. Nunca levam os amigos nas suas
casas, mas sempre adoram visitar os outros em suas casas. Isso também é
chicotear os valores. O actual fenómeno da homossexualidade, que já circula
de forma camuflada no seio da juventude angolana, é um contra-valor e uma
traição aos antepassados. É uma prática que contradiz aos princípios bíblicos e
da cidadania angolana que defendem o casamento heterossexual, isto é,
constituído por um homem e uma mulher, como se lê na Constituição
Angolana, Art. 35º, 1: “A família é o núcleo fundamental da organização da
sociedade e é o objecto de especial protecção do Estado, quer se funde em
casamento, quer em união de facto, entre homem e mulher”. Este artigo foi
ainda reforçado no nosso actual Código da Família, Art. 20º, que diz: “O
casamento é a união voluntária entre um homem e uma mulher, formalizada
nos termos da lei, com o objectivo de estabelecer uma plena comunhão de
vida!”.
Influência do meio de comunicação

A mídia também tida como o “Quarto Poder” influencia as pessoas no


modo de agir, de pensar e até no modo de se vestir. Ela cria as demandas,
orienta os costumes e hábitos da sociedade, além de definir estilos, bordões e
discussões sociais. A mídia dita as regras, as tendências, os padrões de
beleza, os ídolos a serem adorados e seguidos, impondo padrões de beleza
cada vez mais inatingíveis. E impulsiona homens e mulheres em busca
daquele corpinho que só o photoshop sabe produzir. Assistir televisão, navegar
na Internet, falar ao celular são coisas do quotidiano da maioria da população
mundial. Somos, todos os dias, bombardeados por diversas mídias que, em
comum, têm o objectivo de nos vender alguma coisa: uma ideia, um produto,
um sonho, etc. E essa tecnologia influencia o tempo todo a sociedade e em
conseqüência, a educação, tanto informal quanto formal. Podemos afirmar que
a vida e a interacção humana são mediadas e controladas pelos meios de
comunicação. A dignidade da pessoa humana implica e exige a rectidão da
consciência moral. Às vezes o ser humano depara-se com situações que
tornam o juízo moral menos seguro e a decisão difícil de se tomar. Mas ele
deverá sempre procurar o que é justo e bom para si e para os outros. Portanto,
se aceitássemos o relativismo, isto é, cada um faz o que lhe apetecer, teríamos
uma sociedade doentia, uma sociedade de libertinos.
A Internet é o mais recente e, sob muitos pontos de vista, o mais
poderoso de uma série de instrumentos de comunicação — telégrafo, telefone,
rádio e televisão — que, para muitas pessoas ao longo do último século e
meio, eliminaram gradualmente o tempo e o espaço como obstáculos para a
comunicação. Ela tem consequências enormes para os indivíduos, as nações e
o mundo em geral.
Doutro lado, no ambiente digital, as redes sociais oferecem à pessoa
oportunidades de fazer ou manter amizades, partilhar conhecimentos
importantes; como também nos ajudam a saber o que se passa num
determinado canto do mundo. A globalização pode aumentar a riqueza e
promover o desenvolvimento; ela oferece vantagens como “a eficiência e o
aumento da produção... pode reforçar o processo da unidade dos povos e
prestar um melhor serviço à família humana” (Papa Bento XVI). Contudo, até
agora os benefícios não têm sido equitativamente distribuídos. Alguns
indivíduos, empresas comerciais e países tornaram-se enormemente ricos,
enquanto outros foram deixados para trás, deixados à dependência ou
escravizados culturalmente. Nações inteiras chegaram a ser quase
completamente excluídas do processo de desenvolvimento e ainda impedidas
de ocupar um lugar cimeiro entre os países ricos. “

Conclusão

Em fim, não é somente responsabilidade das famílias e de forma isolada


lutar pelo resgate dos valores morais e cívicos mas também das escolas,
igrejas, os meios de comunicação social, os grupos de referências, sem
esquecer da participação activa do Governo (sobretudo dos Ministérios da
Acção Social, Família e Promoção da Mulher, da Educação, da Cultura, da
Comunicação Social, da Juventude e Desporto, da Defesa, da Justiça e
Direitos Humanos, e outros), assim como das Organizações da Sociedade
Civil, os artistas e todos agentes empresariais público e privado

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