Transmissão John Deere - Analise de Falhas

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BEVAP – Bioenergética

Manutenção Automotiva – Relatório Técnico


Falhas Catastróficas em Transmissão

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Histórico de Revisão
Data Versão Descrição Autor

11/11/2023 01 Elaboração do relatório preliminar Rafael Franco Abreu

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Sumário

1. Introdução.............................................................................................................4

1.1. Descrição da Falha ...........................................................................................4

2. Investigação .........................................................................................................5

2.1. Histórico de Manutenção .................................................................................5

3. Coleta e registro de Informações ........................................................................6

3.1. Validação de hipóteses ..................................................................................14

4. Causa Raiz ..........................................................................................................16

5. Conclusão ...........................................................................................................18

6. Plano de Ação.....................................................................................................20

7. Equipe Envolvida na Investigação ....................................................................20

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1. INTRODUÇÃO.

1.1. DESCRIÇÃO DA FALHA

A equipe de manutenção agrícola da BEVAP solicitou ao polo de engenharia


que realizasse análise de falhas referente a quebra recorrente em caixa de
transmissão dos tratores John Deere 7200j.

Segundo informado a quebra incidiu após modificação no plano de manutenção


preventiva e aplicação de fluidos lubrificantes paralelos. Em verificação realizada pelo tipo, o
lubrificante em questão não atende as especificações indicadas pelo fabricando ocasionando
falha funcional do componente, o que resultou em várias máquinas em inatividade durante
grande tempo.

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2. INVESTIGAÇÃO.

2.1 HISTÓRICOS DE MANUTENÇÕES.

Todo acervo de informações foiretirado da base do MANFRO, as ordens de serviço se


tornam subjetivos após manutenções preventivas programadas serem realizadas no período de
entressafra.

Data de Entrada Previsão de Saída O.s


Execução antecipada do plano: Manutencao Preventiva 250 Km/H devido a
11/12/2022 13:30:00 11/12/2022 17:58:12 uma intervenção originada na Ordem de Serviço: 336851
Ordem de Serviço programada para o(s) Plano(s) de Manutenção: 250**
Tabela 1 - Base de O.S do MANFRO exportada para Excel

A partir deste apontamento (reforma de entressafra), os relatam sobre falhas no


sistema de transmissão (não engata marcha; vazamento de óleo) começam a aparecer. Não
há relatos de sobre a data exata da substituição do fluido lubrificante da transmissão. Após a
reforma, há registros de movimentação dessa frota em questão no dia 04/04/2023 (retorno da
safra).

Realizado levantamento através de perfil de perdas para determinar a frequência de


falhas em abril e maio de 2023, foi realizada a extratificação e selecionada os ofensores
que proporcionam parcialmente ou total falha do componente. Abaixo os intens e a
quantidade de falhas por equimento.

Tabela 2 - Base de O.S do MANFRO exportada para excel

Aprofundando a análise, foi observado que existe um crescimento nas falhas a


partir do mês de julho.

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No ano de 2023 foram realizadas diversas intervenções, em frotas distintas, em


sistemas de transmissão, novamente os apontamentos subsjetivos aparecem a partir do
mês de abril, existem ainda OS sem aprovisionamento de material de coleta do fluido, que
cria uma preocupação, qual o tipo de intervenção e acompanhamento estão sendo
realizados, se a qualidade do material é a recomendação e sobre a aplicação de técnicas
para eliminar esse tipo de falha.

3. COLETA E REGISTRO DE INFORMAÇÕES.

O registro de coleta de óleo durante o período do inicio da safra indica variações nos
resultados esperados para o sistema. Na tabela é possivel verificar o indicador de
criticidade do componente no polo por análises de lubrificante.
sd

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A criticidade destas falhas amplia a análise, quando olhamos para o polo, diversa
equipamentos possuem falha potencial nas transmissões e podem ocorrer a qualquer
momento.
Seguindo para análise de falhas em materiais, abaixo é possível verificar a falha de
uma transmissão, no momento da intervenção, foi constatada a quebra dos componentes:
embreagem de tração e alojamento de freio planetário (subcomponentes: arruela de encosto,
bucha, esfera, mola de compressão, plato da embreagem, etc).

Na próxima figura, ocorre a quebra do Tambor – DRUM, FWD, que desgasta até a
ruptura após o excesso de atrito que o ocasiona o superaquecimento do componente que são
despedaçados e arremessados internamente. Uma das partículas se prende a uma das
engrenagens e gira, desgastado completamente a carcaça.

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3.1 VALIDAÇÃO DE HIPÓTESES

Brainstorming

Causa/sintoma Categoria Comentário

Falha de manutenção. Confirmado Erros em manutenção preventiva em transmissão


sem seguir critérios técnicos reduzem a vida útil
dos equipamentos.

Falta de manutenção. Confirmado A tratativa ineficaz ou inexistente dos laudos contribui


drásticamente para falha catastrófica do componente.

Falta de componente reserva. Descartado Não é utilizada a opção de componente reserva durante
as quebras, fazem uso da prática de manutenção.

Falta de procedimento. Confirmado A falta de procedimento que buscam identificar a falha com
antecedência para tratativa dos laudos e recuperação de
componentes antes da falha.

Acidente. Descartado Não existe evidências que durante a operação o


equipamento sofreu algum tipo de dano direto.

Falha operacional. Confirmado Foi constatado a quebra do pacote da quarta marcha o


que indica utilizar essa marcha (que não é indicada para
trabalho) para serviços.
A ação ineficaz de substituição do fluido lubrificante
Falha de material. Confirmado
ocasionou a falha de material.

Falta de lubrificante. Descartado Em nenhuma falha foi informado que o lubrificante


estava fora de nível.

Falta de inspeção. Descartado Existem evidências de inspeção.

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Contaminação do componente. Confirmado Todas as análises evidenciam contaminação externa e


desgaste anormal do componente.

Lubrificante incorreto. Confirmado O lubrificante utilizado pela manutenção automotiva


é o modelo: Óleo hidráulico ISO 68 API GL5, que não
atende a todos os requisitos de lubricidade do
componente. Além do mais, há divergências na
genuinidade do produto, já que as descrições não
batem com modelos originais do fabricante (Hy-
Gard; GL-5 (85w-140), o que aponta para a principal
falha no sistema.

Falha na coleta. Descartado Existem oportunidades para a melhor coleta, mas a


amostra possui grande assertividade quanto a
criticidade encontrada no lubrificante.

4. CAUSA RAIZ

Causa Raiz Natureza da Causa Conclusão

Falha de manutenção. Manutenção Erros em manutenção preventiva em


transmissão sem seguir critérios técnicos
reduzem a vida útil dos equipamentos.

Falta de manutenção. Manutenção A tratativa ineficaz ou inexistente dos laudos


contribui consideravelmente para falha
catastrófica do componente.

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Lubrificante incorreto. Manutenção A escolha inadequada pode gerar diminuição


da vida útil dos componentes, queda na
produtividade, prejuízo no desempenho e
aumento do desgaste do equipamento, entre
outras possibilidades igualmente prejudiciais.

Falta de procedimento. Planejamento e Controle A falta de procedimento que buscam identificar a


de Manutenção
falha com antecedência para tratativa dos laudos
e recuperação de componentes antes da falha.

Falha operacional (causa Processo O procedimento de operação do ativo não foi


secundária). seguido, resultando em esforços Foi
constatado a quebra do pacote da quarta
marcha o que indica utilizar essa marcha (que
não é indicada para trabalho) para serviços.

Contaminação do componente Todas as análises evidenciam contaminação


(causa secundária). externa e desgaste anormal do componente.

Diagrama Causa Efeito (Ishikawa):

Máquinas Materiais Mão-de-obra

Esforço excessivo Não indicado Aplicação Incorreta

Marcha incorreta Dimensionamento Falta de manutenção

Reversão inadequada Especificação técnica Falta de instrução


Quebra da
Transmissão
Densidade alta Análise de óleo Não realizou ação
documentada
Pedras Plano Preventivo
Falta de
Desnível em estrada Tratativa de laudos padronização

Meio Métricas Método


ambiente

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5.0 CONCLUSÃO.

Conforme constatado durante análise das evidências, existe falha crônica no


componente transmissão, e no mês de abril quebraram por diversos fatores.

Recebemos a visita de um representante da MAQCAMPO para verificação das falhas


referentes as transmissões, em análise preliminar identificaram falha no processo de
operação, com uso de quarta marcha para serviço e reversão em movimento.

O uso irregular do fluido lubrificante que foi indicado com Viscosidade cSt
(centistokes) 100°C 8,68 deve ser tratado como falha de ação documentada em processo
de manutenção, foi definido durante a safra 22’23 a substituição do fluido por um que
atende aos requisistos técnicos indicados pelo fabricante, com viscosidade 59.0 cSt a 40ºC
e 9.4 cSt a 100ºC (ou próximo disto, no caso foi inserido ao plano de manutençaõ
preventiva o óleo para sistema hidráulico “10w30” 69.2 Cp a 40ºC (Centipoise cP) que é
equivalente a 69 cSt e 11,1 cSt a 100ºC, é um óleo multiviscoso. Algumas frotas não
receberam essa melhoria.

As quebras das transmissões podem estar ligadas diretamenta a três fatores: o


primeiro é o fluido lubrificante incorreto, que altera drásticamente os esforços e reações dos
componenetes internos e externos durante o funcionamento da transmissão como o
impacto termodinâmico, ruído e desgaste. O segundo fator é a forma de operação do
ativo, a exigência durante a operação de serviço são marchas com maiores torques pois as
engrenagens são dimensionadas especificamente para esse trabalho. No caso da operação,
foi utilizada uma marcha dimensionada para maior potência e menor torque, resultando em
esforços excessivos nas engrenagens e o terceiro fator, é a falta de procedimentos para
identificação e tratativa antecipada nos equipamentos que já apresentavam nos laudos
quantidade elevada de partículas, o que indica a inficácia do lubrificante.

Durante a safra e em algumas frotas o componente foi substituido e/ou recebeu


manutenções sofreu melhorias e aplicação do fluido indicado (ou próximo a isto), houve
falha processual na implementação destas modificações, não houve o devido
acompanhamento

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a manutenção executada, imputando uma falha. Quando olhamos para problemas colocados
pela manutenção é possível encontrar diversas ações que levam a falhas, entre elas:

 Aplicação inadequada do fluido lubrificante para engrenagens ou transmissão;


 Não acompanhamento ou instrução da equipe de operadoes;
 Substituição apenas de peças falhadas, a troca parcial das peças gera incerteza
sobre o conjunto, houve falhas sequenciadas após intervenções destes
equipamentos;
 Falta de acompanhamento dos laudos de laboratório de análise de fluidos;

As tratativas de laudos precisam ganhar maior atenção, em um trabalho paralelo a


este, existe uma sequência de laudos críticos e anormais com tratativa ineficaz ou inexistente,
já que não existem evidências de que estão ocorrendo.

Existem falhas de processo de operação, de manutenção, de programação, de


inspeção e de engenharia, todas as ações impactam diretamente em um ou mais
componentes, é necessária uma ação emergencial para substituição das transmissões em
estado crônico e crítico, aqueles que se encontra com laudos de lubrificante na condição
alerta, precisam receber tratativa conforme histórico de análise do lubrificante.

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6. Plano de ação

O que fazer Como Porque Quem Quando

Treinamento sobre manuais de Treinamento prático. Deficiência técnica. PCM


serviço do fabricante.

Substituição/manutenção dos Laudos de lubrificantes Potencial falha Manutenção


e inspeção;
componentes Transmissões catastrófica.
PCM
Tratores John Deere com óleo
Engenharia
lubrificante para transmissão
diferentes do Hy-Gard

Modificação nos planos de Substituir e avaliar Deficiência técnica. Preventiva


manutenção preventiva. lubrificantes aplicados.

Análise da qualidade dos Verificação de Falhas sequenciadas Engenharia


materiais aplicados. componentes podem ter relação
. com componentes de
baixa qualidade e
não indicados.

7. Equipe envolvida na investigação:

Rafael Franco Abreu

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