A hipótese da tensão-coesão-adesão, inicialmente desenvolvida por Dixon e Joly
(1895), é o modelo atualmente mais aceite para explicar o movimento ascendente da seiva bruta (xilémica) nas plantas. Este movimento é uma consequência da perda de vapor de água através dos estomas.
*IMAGEM DO LIVRO*
Quando as células do mesófilo libertam vapor de água para o exterior devido á
transpiração, através dos estomas (pequenos poros que existem nas folhas), o potencial hídrico da água que rodeia as células do mesófilo diminui. Como consequência dessa diminuição, e das forças de coesão, causadas pelas pontes de hidrogénio que se estabelecem entre moléculas de água, esta vai deslocar-se das células de xilema próximas (onde o potencial hídrico é mais elevado) para as células do mesófilo, (uma vez que, devido á osmose e ao potencial osmótico, a água se desloca de zonas de potencial hídrico mais elevado para zonas de potencial hídrico mais baixo). Cria-se assim um gradiente de potencial hídrico que se propaga às colunas de água do xilema, desencadeando uma força de tensão que provoca a ascensão de água até ao topo das árvores mais altas (que podem chegar a mais de 100 metros).
Devido à coesão entre moléculas de água, e à sua adesão às paredes celulares
dos vasos xilémicos, forma-se uma coluna contínua que transmite a tensão desde as células do mesófilo até às raízes. Este é atualmente considerado, então, o processo dominante de transporte no xilema e só é possível devido às propriedades físicas de tensão superficial, coesão e de adesão da água.
Para que o mecanismo de tensão-coesão-adesão funcione, tem de haver uma
continuidade na coluna de água ao longo do interior dos vasos xilémicos. Caso tal não aconteça, quer por interposição de bolhas de ar, ou pelo arrefecimento intenso da água, a ascensão xilémica cessa, podendo mesmo deixar de funcionar.