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EDILZA GOMES BARBOSA

RAIMUNDA DO CARMO CALIL

FORMAÇÃO DO PROFESSOR: A TÉCNICA DO SABER


FAZER

Belém-Pará
2002
EDILZA GOMES BARBOSA
RAIMUNDA DO CARMO CALIL

FORMAÇÃO DO PROFESSOR: A TÉCNICA DO SABER


FAZER

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de


Pedagogia do Centro de Ciências Humanas e Educação da
UNAMA, como requisito para a obtenção do grau de
Licenciado em Pedagogia, orientado pelo professor (Ms)
Neivaldo Oliveira Silva

Belém-Pará
2002
EDILZA GOMES BARBOSA
RAIMUNDA DO CARMO CALIL

FORMAÇÃO DO PROFESSOR: A TÉCNICA DO SABER


FAZER

Avaliado por:
____________________________
Prof. _____________________
(UNAMA)

DATA _____/_____/______

Belém-Pará
2002
Dedico este trabalho a Santa Rita de cássia e a nossa senhora, mãe de todas
as mães, que intercederam a Deus por mim, para que eu pudesse viver,
aprender e repartir com os outros o meu saber fazer, a minha mãe por ter
me feito parte dela e aos meus filhos, Fernanda e Fabrício, minha maior
razão de ser.

Calil

Dedico este trabalho primeiramente a Deus que em todos os momentos


esteve e estará ao meu lado, à minha mãe pelo apoio e carinho que sempre
me dedicou e às minhas filhas Taynan e Tayara por quem me empenho na
permanente caminhada.
Edilza
ii

AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por possibilitar a minha vivencia a todos as pessoas que
direta ou indiretamente me apoiaram nesta caminhada, aos professores,
pela mediação das novas descobertas no curso de pedagogia e em especial
ao professor Neivaldo pela orientação.
Calil

Agradeço a Deus pela vida, pela luta e pela vitória, a todos aqueles que
direta ou indiretamente estiveram me apoiando nesta caminhada e aos
professores do Curso de Pedagogia pela mediação de novas descobertas e
ao Professor mestre Neivaldo pela orientação.
Edilza
iii

Quem somos nós, quem é cada um de nós, senão uma combinação de experiências, de
informações de leituras, de imaginações?
Cada vida é uma enciclopédia, uma biblioteca, um comentário de objetos, uma
amostragem de estilos, onde tudo pode ser continuamente remexido e reordenado de
todas as maneiras possíveis.
Ítalo Calvino
iv
RESUMO

O Trabalho de Conclusão de Curso e em questão objetiva enfatizar a formação do

professor nas series iniciais do Ensino Fundamental, buscando entender a Técnica do Saber Fazer,

enfatizando a dissociação entre a teoria e a prática, assim como verificar o seu entendimento e

desempenho acerca da formação continuada à luz da LDB/9394/96. Foi realizada uma pesquisa a

partir da aplicação de questionários com cinco professores da rede publica estadual e municipal. Fez-

se uma análise qualitativa dos resultados e constatou-se que os professores apresentam um discurso

voltado para a importância da formação continuada como garantia de um trabalho de qualidade. No

entanto, justificam a ineficácia de suas ações atribuindo culpa à falta de incentivo do governo, à

assessoria pedagógica, à ausência de recursos materiais e estrutura física inadequada. Considera-se

que o estudo realizado poderá contribuir para reflexões e elaboração de propostas de ações para uma

prática pedagógica mais consciente, possibilitando o resgate da dimensão do saber fazer na formação

do professor que impliquem na autonomia profissional dos mesmos.

PALAVRAS-CHAVE

Autonomia
Desempenho
Fazer
Formação
Técnica
1

1- INTRODUÇÃO

1.1 O TE MA DE ESTUDO
A intenção é buscarmos uma melhor compreensão em relação a formação do
professor, assim como da sua competência técnica do saber intermediar as problemáticas que
geram novos conhecimentos em seu dia-a-dia com o aluno, visto que o contexto social hoje,
exige uma educação voltada para a construção de um homem com visão de mundo globalizada
e, diante dessas exigências, a escola precisa oferecer serviços de qualidade e um produto de
qualidade, de modo que os alunos que passem por ela, ganhem melhores e mais efetivas
condições de se inter-relacionar sabendo exercer a liberdade política e intelectual. O tema em
estudo é, portanto, a Técnica do Saber Fazer.
Na condição de professoras, inseridas no processo de formação continuada,
sentimos que é preciso promover o resgate da profissionalidade do professor, reconfigurar as
características da sua profissão na busca da identidade profissional, levando em conta todas as
transformações ocasionadas na visão do mundo contemporâneo capitalista e globalizado que
hoje coloca a sociedade na condição de uma imensa aldeia, onde o professor ao vender sua
força de trabalho mediante a um salário, também se transforma em mercadoria como qualquer
operário. O aluno, por sua vez, enquanto parte integrante deste sistema, atua como mero
aprendiz, como se a educação fizesse parte de um mecanismo industrial, com produção em
série.
Pensamos que o novo professor precisaria no mínimo de uma cultura mais
ampliada, capacidade de aprender a aprender, competência para saber agir na sala de aula,
habilidade comunicativa, domínio da linguagem informacional, saber usar os meios de
comunicação e articular as aulas com as mídias e multimídias, como também, quando
conhecedor de todas as suas potencialidades, ser capaz de intervir seguramente em prol de uma
educação de qualidade que venha contribuir efetivamente para uma sociedade mais justa e
igualitária.
Entretanto a produção do homem é algo que em tese, cabe a sociedade como um
todo fazer. O que tem ocorrido é que paulatinamente esta função tem sido transferida para
uma instância particular: a escola! Há um movimento progressivo: a aprendizagem de condutas
e de saberes passa das famílias e das comunidades à escola (desde os hábitos educacionais mais
elementares: escovar dentes, amarrar sapatos, respeitar os mais velhos etc).
2

Por outro lado, hoje o professor está órfão de pai (Estado - que representa os
interesses da classe dominante) e de mãe (sociedade civil): de pai porque o Estado já não
precisa tanto dele para a formação de mão-de-obra e para a inculcação ideológica, e mãe,
porque a sociedade, a comunidade, não identifica o professor como um aliado, uma vez que
“já não fazem professores como antes”.
Vivemos, pois, este paradoxo: nunca se precisou tanto do professor e nunca se deu
tão pouco a ele – tanto do ponto de vista da formação, quanto da remuneração e condições de
trabalho.
Entendemos que, mais que nunca, é o momento do resgate de transformação, se
comprometendo com a alteração das condições de seu trabalho, tanto do ponto de vista
objetivo, quanto subjetivo e articulando um novo Projeto Político-Pedagógico.
Entretanto a promoção dessa melhoria só poderá ocorrer na medida em que se
tenha a compreensão dos problemas existentes, para que a partir daí, possam ser apontadas
direções a serem seguidas. Portanto, ao realizarmos um trabalho voltado para a Formação de
Professores, temos a convicção de que estamos contribuindo de alguma forma, para uma
educação de qualidade.

1.2 JUSTIFICATIVA
Analisar o fazer do professor, é de fundamental importância para nós, por
percebemos que a Formação do Professor do ensino Fundamental, principalmente de 1ª a 4ª
séries, tem sido alvo de inúmeras críticas por parte de quase todos os segmentos da sociedade
do nosso país, em razão da função social da escola, como espaço do saber sistematizado.
Somos criticados pelas nossas más formações e por apresentarmos uma prática pedagógica
idealista e alienada.
Em relação à formação, ZEICHNER( 1993) ressalta a importância de preparar
professores que assumam uma atitude reflexiva em relação ao seu ensino e às condições sociais
que o influenciam.
Para ele, a formação de professores na tendência reflexiva se configura como
uma política de valorização do desenvolvimento pessoal-profissional dos professores e das
instituições escolares, uma vez que supõe condições de trabalho propiciadoras da formação
contínua dos professores no local de trabalho, em redes de autoformação e em parceria com
outras instituições de formação. Isso porque trabalhar o conhecimento na dinâmica da
3

sociedade multimídia da globalização, da multiculturalidade, das transformações nos mercados


produtivos, na formação dos alunos, crianças e jovens, também eles em constante processo e
transformação cultural, de valores, de interesse e necessidades, requer permanente formação,
entendida como ressignificação indentidária dos professores.
Entretanto no decorrer do curso e nas conversas do cotidiano, percebemos
pontos em comum e as diversas inquietações no que tange ao fazer do professor em face do
mundo e da sociedade atual, como a formação do professor e sua prática docente, a
concepção do bom educador e a postura do professor que forma professores.
Assim, a intenção é aprofundar a discussão a partir de fundamentos teóricos,
visando contribuições para aqueles que buscam compreensão, respostas, soluções, ou mesmo
uma simples informação construída a partir de outras concepções educacionais, visando o
aprimoramento do seu trabalho. A partir daí nos propomos a realizar diálogo com professores
e investigar e discutir a temática em questão, sem a pretensão de encontrar respostas prontas e
acabadas.
Nosso objetivo principal é entender as razões que levam ao medo e ousadia do
docente, a partir de sua formação, ao enfrentar as exigências e expectativas do mercado de
trabalho.

1.3 SITUAÇÃO PROBLEMA


Constatamos que alguns professores do Ensino Fundamental ( 1ª e 2ª etapas) da
escola Pública, imprimem uma direção própria aos seus trabalhos, sem levar em conta que são
responsáveis diretos, juntamente com seus alunos, pelo desenvolvimento do processo ensino-
aprendizagem ocorridos na sala de aula. Eles não se percebem como sujeitos e objetos da
história e não dão importância à sua função social no contexto escola sociedade, uma vez que
não assumem compromisso social e profissional no sentido de atuarem como mediadores na
ação pedagógica.
Observamos, ao longo da nossa vivência em sala de aula, que muitos professores
nunca fizeram um curso de qualidade, não participam de atividades práticas e, por isso, vão se
recolhendo... Não gostam de se manifestar, quando solicitados, limitando-se a ouvir. Não se
sentem capazes de pensar sobre suas práticas para contribuir com o desenvolvimento da
educação. Nesse sentido, podemos citar:

(...) Como professor preciso me mover com clareza. Preciso conhecer as diferentes dimensões que
caracterizam a essência da prática, o que me pode tornar mais seguro do meu próprio desempenho.
Freire (1999: 80)
4

Segundo Paulo Freire ( 199:103) o professor que não leva a sério sua formação,
que não estuda e não se esforça para estar à altura de sua tarefa, não tem força moral para
coordenar as atividades de sua classe. Em nosso campo de observação comprovamos esta falta
de interesse e motivação, mesmo partindo de profissionais que já passaram por curso de
graduação e pós-graduação, o que acarreta uma fragmentação na evolução do conhecimento
dos alunos.
Paradigmas são quebrados na história da humanidade e o profissional da educação
precisa acompanhar a evolução das tecnologias. A configuração política e econômica descrita
na sociedade neoliberal foi consolidasda a partir da elaboração de uma nova proposta
educacional através da LDB – 9394/96 que preconiza a formação e preparação de homem de
acordo com os interesses do mercado. O professor inserido neste contexto de mudanças, é
obrigado a redirecionar sua formação, visando atender a atual conjuntura e em sua prática
pedagógica ele se depara com diversos desafios como: estar em constantes pesquisas, no
sentido de atender a diversidade de informações que o novo contexto social lhe propicia para
refletir e redirecionar sua prática e saber com clareza que caminhos seguir.
São inúmeros os desafios, porém o professor não deve cruzar os braços diante da
diversidade de conhecimentos que o mundo globalizado apresenta, e sim buscar mecanismos
que favoreçam a construção de conhecimento, articulado com o processo de mudanças que se
fazem presente na sociedade contemporânea. Ele precisa ter a consciência de que seu papel
mais importante é saber ser um cooperador e estimulador das descobertas de seus alunos.
Segundo Libâneo ( 1998: 84):

Os educadores críticos estão desafiados a repensar objetivos e processos pedagógicos-didáticos em sua conexão
com as relações entre educação e economia, educação e sociedade técnico-científica-informacional, para além
dos discursos contra o domínio do mercado e a exclusão social.

Sabe-se que o mundo pós-moderno requer habilidades e conhecimentos que


constituem fatores primordiais para a inserção do homem na sociedade, principalmente no
mercado de trabalho. O professor é um dos componentes de grande contribuição para que isso
ocorra de forma satisfatória.
Nota-se que, neste momento de nossa história, existe uma grande oferta de vagas
para a formação de professores das séries iniciais do Ensino Fundamental nas universidades;
em função da LDB (1993/96), que apresenta como proposta a formação continuada e
pressupõe a preparação dos profissionais de educação com graduação em pedagogia e pós-
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graduação, possibilitando ao professor o desenvolvimento teórico mais amplo, dando-lhe a


base para o seu ingresso no mercado de trabalho com maior qualidade.
Todavia, a maior parte dos professores da rede pública não dispõe de condições
para ingressar nas universidades, na medida em que a lei apresenta um discurso ideológico com
relação à valorização do magistério com objetivo de mostrar para a sociedade e principalmente
para os países mantenedores da dívida externa que o Brasil tem um ensino de qualidade,
usando como eixo norteador a qualificação da mão de obra tida como essencial para a
melhoria e qualidade de ensino. Mas, as dimensões envolvidas na formação do professor hoje,
estão além da competência técnica; porque exige que o professor seja valorizado pessoalmente,
através de melhores condições de trabalho e conseqüentemente salariais.
Sabemos também que, atualmente, o curso de Magistério não é suficiente para
garantir a qualificação de professores, que sua formação atual não apresenta condições que
satisfaçam a tantas exigências. Esta questão, passa a ser um eixo norteador para
aprofundamento de temáticas sobre a técnica do saber fazer do professor. Sabemos, ainda, que
é uma tarefa difícil, é como correr contra o vento e, por este motivo, é que sentimos a
necessidade de dar relevância à questão do saber fazer do professor, enfatizando a importância
de sua formação.
Nota-se que o processo de conscientização da sociedade se desenvolve a partir
do momento que as pessoas reunidas em grupos, comunidades, possam discutir e enfrentar os
problemas comuns existentes, e o olhar crítico e reflexivo do professor diante da realidade
marcada pela exclusão social, discriminações, preconceitos e outros mecanismos de violência
simbólica, interferem diretamente na elaboração do projeto social em que os valores
igualitários prevaleçam. Diante do exposto, levantamos os seguintes questionamentos:

- Quais as causas da ineficiência do saber “ fazer” do professor das séries


iniciais do Ensino Fundamental?

- Como a formação do professor exerce influência sobre o "saber fazer


do professor"?

- Com a globalização, qual a expectativa de profissionais que não


possuem um "saber fazer" adequado ao mundo atual, para o mercado de trabalho?
6

A técnica do saber fazer do professor é o que queremos estudar para desvendar,


compreender e talvez apontar alternativas para transformar o Processo de Formação do
Professor, a partir do levantamento das hipótese de que o problema é resultado de:
- Formação deficiente do professor, principalmente das séries iniciais do
ensino fundamental;
- Prática dissociada da realidade;
- Falta de acompanhamento do trabalho do professor.

1.4 OBJETIVOS

- GERAL:
Realizar uma análise reflexiva sobre a Formação do professor e sua prática, para
identificar ou não a existência do compromisso político, ético, social e cultural, com relação a
função da escola.

- ESPECÍFICOS:

• Discutir o suporte teórico e a prática dos professores das primeiras


séries do ensino fundamental.
• Analisar o saber fazer dos professores.
• Refletir sobre a concepção de Educação construída pelos professores.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO

Falar na formação do professor hoje, quando iniciamos o novo milênio, é


muito importante, porque neste contexto estão inseridos os que fazem a nova geração de
professores. Os fatos contemporâneos ligados aos avanços científicos e tecnológicos, à
globalização da sociedade, trazem novas exigências à formação de professores de todo o Brasil,
seja da velha ou da nova geração. Os professores precisam estar em constante
aperfeiçoamento. LIBÂNEO ( p.77 ) fala que o professorado, diante das novas realidades e da
complexidade de saberes envolvidos presentemente na formação profissional, precisaria de
formação teórica mais aprofundada, capacidade operativa nas exigências da profissão,
propósitos técnicos para lidar com a diversidade cultural e a diferença, além da indispensável
correção de salários, das condições de trabalho e exercício profissional.
A escola hoje, precisaria apresentar respostas educativas e metodológicas em
relação às novas exigências de formação postas pelas realidades contemporâneas, como a super
informação, o relativismo ético, a consciência ecológica... Pensar num sistema de formação de
professores, diante da realidade em transformação, supõe portanto, reavaliar objetivos,
conteúdos, métodos, formas de organização de ensino, ... A filosofia do governo é anunciar
inovações, porém a realidade do professor é outra. Sentimos isso de fato, porque fazemos
parte deste quadro. Se quisermos nos qualificar, temos que correr atrás, fazer sacrifícios.
O professor precisa, antes de tudo, ser um pensador reflexivo e isso vem a
sugerir um caminho didático para a formação de professores: refletir primeiramente sobre a
prática pedagógica da qual o docente é sujeito, para então apropriar-se da teoria capaz de
demonstrar a prática conservadora e apontar para construções futuras, ou seja, o velho cimenta
os conhecimentos futuros.
Paulo Freire diz que o professor não pode desconsiderar os saberes de
experiências feitas pelo aluno, pois sua explicação do mundo de que faz parte traduz a
compreensão da sua própria presença no mundo. Por isso o professor precisa estar lendo cada
vez melhor as leituras do mundo, para saber intermediar o elo de ligação entre o velho e o
novo.
O professor precisa ter consciência da importância de sua função. Ele não pode
perder a dimensão de que a escola é o lugar da ampliação da experiência humana, o lugar onde
se constrói conhecimento, com o uso das diversas linguagens e imaginação. Porém, tudo isso
8

só poderá ocorrer com o seu “saber fazer”, daí a importância da sua formação continuada,
pois,

O professor, responsável direto pelo cotidiano da sala de aula, apresenta-se, então, como mais ou menos
qualificado para exercer sua função, com maior ou menor autonomia e controle sobre o seu processo de
trabalho. ( ENGUITA:.232)

Qualificado é o professor que possui conhecimento, saber pedagógico e tem


compromisso com o processo de ensino-aprendizagem.
Acreditamos que o curso de Formação de Professores deva investir cada vez
mais na sua qualificação, para que este entenda o “saber fazer” de maneira contextualizada;
para que tenha competência para saber agir na sala de aula, habilidades comunicativas, domínio
de linguagem informacional, saber usar meios de comunicação e articularas aulas com mídias e
multimídias, que enfim tenha a Técnica do “ Saber Fazer”.
O trabalho docente e a formação de professores estão interligados, já que o
sucesso do trabalho depende de uma boa formação e de um saber bem elaborado que
corresponda às exigências e as expectativas da sociedade. Mas, desenvolver um trabalho
docente que corresponda aos ideais sociais, requer do profissional da educação uma ampla
visão sobre as constantes mudanças educacionais, assim, o professor deve estar em
permanente formação continuada entendida como participação em atividades relacionadas
pesquisa, leitura, atividades que o façam refletir e questionar informações e práticas, que o
levem a entender a produção do saber, de modo a tornar sua prática educativa mais
significativa.
No processo de formação o professor busca continuamente o conhecimento, pois
ao produzi-lo torna-se ora objeto, ora sujeito, assim como as diferentes formas de apropriação
do saber. Desse modo, ele traça um caminho continuo e não linear, estando sempre em
movimento, na medida em que o olhar do sujeito modifica o objeto e este, por sua vez, possui
diferentes modos de analisar as verdades encontradas.
O professor ao estar elaborando e reelaborando conceitos, prática de ensino e
métodos de acordo com a realidade de seus alunos, evidencia o conhecimento adquirido ao
longo da sua formação.
Desse modo a escola como parte de um contexto social marcado pelas
contradições precisa ceder espaço para a formação do professor e o acompanhamento do
quadro mutante exige maiores proporções no exercício da democracia, da participação do
9

professor na tomada de decisões que afetam diretamente sua prática pedagógica, neste caso a
formação do professor, a luz da proposta apresentada na LDB 9394/96, pode ser entendida
como busca de espaço para a emancipação do trabalho docente.
O início deste milênio aponta um panorama educacional que apresenta mudanças
significativas com os PCNs e a LDB 9394/96 que evidencia um novo paradigma urgente
diante de uma sociedade que também está atravessando um quadro de informações, sociais,
econômico e principalmente tecnológico, exigindo do homem uma resposta neste contexto de
mudanças contínuas. Cabe a este homem, se adequar ao “novo” o que só poderá ocorrer
através da educação. Então a educação precisa ser repensada e avaliada sem perder de vista a
escola, no seu papel como instituição necessária ao processo de construção do conhecimento.
Neste sentido ALESSADRINE (2001: 160).

“O panorama da educação no Brasil demanda a necessidade de se estabelecer uma prática mais


reflexiva, podemos inclusive dizer com enfoque psicopedagogia abarca as questões técnico-científicas
tanto sob o ponto de vista da pedagogia quanto da psicologia – que qualifiquem o profissional da
educação, possibilitando o rompimento do antigo modelo educacional tradicional”.

Assim o trabalho com o desenvolvimento de compromisso de competências,


favorece esse rompimento e propõe um novo saber “fazer”. Na considerada década de
educação a questão da formação do professor de faz presente em atividades como: debates,
seminários, cursos entrevistas... Entretanto, pode-se perceber que as respostas postas em
prática não são suficientes para que o profissional inserido neste contexto desempenhe seu
papel de maneira efetiva, crítica e consciente de sua praxis pedagógica.
Para que ele seja um agente de transformação, é preciso manter aceso o desejo de
se aprimorar como profissional estabelecendo estratégias que possibilitem o desenvolvimento
de suas competências. Aprendendo a ver com olhos observadores e reflexivos, a escutar o
discurso que está sendo dito, a ler e a sentir o que está presente nas entrelinhas do texto gestual
ou escrito, o educador torna-se capaz de desenvolver uma nova consciência que lhe permita
ver o tácito e o implícito na sua constante formação continuada, para ter uma visão ampla do
mundo globalizado e saber propor através dos PCNs a interdisciplinaridade em sua prática
cotidiana na sala de aula, podendo interferir e transformar as condições da escola, educação e
sociedade.
Percebe-se que hoje os cursos de formação de professores apontam para novos
caminhos que revelam uma ruptura com as práticas tradicionais e avança em direção a uma
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ação pedagógica interdisciplinar voltada para a aprendizagem do aluno – sujeito envolvido no


processo não somente com seu potencial cognitivo, mas com todos os fatores que fazem parte
do ser unitário, ou seja, também os fatores afetivos e sociais.
Assim, a formação não pode ser dissociada da atuação, nem do limitar à dimensão
pedagógica ou a uma reunião de teorias técnicas. A formação e a atuação de professores é um
processo que inter-relaciona as dimensões técnicas, políticas e sociais, junto ao domínio
metodológico e a ação pedagógica no sentido de refletir, compreender e transformar essa ação.
Segundo Perrenoud (1997), a formação do professor, é fundamentada a partir de
experiências vivenciadas no cotidiano da profissão docente que interferem diretamente na
prática pedagógica, desde a formação inicial até o exercício contínuo do magistério em sala de
aula. Entendendo-se que as práticas pedagógicas estão articuladas ao contexto social em que a
escola se apresenta, na medida em que ela é um dos segmentos sociais do seu meio é
processado o ato de educar, formando as ação educativa como intencional. Assim, nos termos
da LDB9394/96, no que se refere à Educação Profissional do Professor conforme artigo 39:

A educação profissional, integrada às diferentes formas de educação, ao trabalho, às ciências e a


tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento das aptidões para a vida produtiva.

As discussões em torno da formação inicial têm trazido à tona a qualidade de


ensino. A literatura da área evidencia um certo consumo quanto à fragilidade e às limitações
dos processos iniciais de formação de professores que tem sido construída de acordo com os
condicionantes que interferem diretamente no processo de construção social.
KINCHELOE (1997), diz que existe uma mensagem implícita na educação
tecnicista do professor na pesquisa positivista que sustenta e nos movimentos de reformas
governamentais que dividem os mesmos pressupostos epistemológicos. Esta mensagem é a de
que os professores devem fazer o que se diz para fazerem, devendo ser cuidadosos,
eventualmente pode tornar apáticos os professores que perdem o interesse pelos aspectos
criativos do ensino, os quais teriam originalmente atraído-os para a profissão.
Percebe-se que o professor que não acompanha a evolução dos conhecimentos
fica impedido de desenvolver sua prática com eficácia, considerando tamanha exigência por
parte de todo o sistema e que hoje enquanto sujeito ativo do processo ensino-aprendizagem
são capazes de intervir e construir neste processo, uma vez que encontra-se interligado com os
diversos meios de informações, o que vem de certa forma, acentuar sua bagagem de
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conhecimento se torna um agente passivo e obediente ao sistema corporativista, uma vez que
os cursos de formação para professores estão voltados para as teorias pré-estabelecidas pelo
sistema. A ampliação dos conhecimentos se inicia com a graduação e o professor nunca poderá
parar de buscar novos conhecimentos para atender às exigências que o sistema lhe impões.
Neste sentido Menezes (1996: 159) diz que: A formação permanente é um processo contínuo que começa
nos estabelecimentos de formação inicial e que prossegue através das diversas etapas da vida profissional dos
professores.
A formação continuada de professores não pode ser concebida como um processo
cumulativo de informação e conhecimento, pois, tem sua gênese na formação inicial e se
prolonga para toda vida profissional do professor e ajuda no desenvolvimento das
competências políticas, técnicas e humanas com o objetivo de melhorar sua prática.
As pesquisas sobre formação e profissão docente apontam para uma revisão da
compreensão da prática pedagógica do professor, que é tomado como mobilizador de saberes
profissionais. Considera-se assim, que este, em sua trajetória, constrói seus conhecimentos
conforme a necessidade de utilização dos mesmo, suas experiências, seus percursos formativos
e profissionais.
O professor hoje precisa mostrar a si e a sociedade, que tem a capacidade de
perceber, observar, refletir e sistematizar as experiências apresentadas por seus alunos, pois ser
professor é viver constantemente se identificando com o saber fazer e estar engajado na
reformulação da escola, apresentando propostas educativas metodológicas, visando atender as
novas exigências da formação postas pelas realidades contemporâneas: Com a
superinformação, o relativismo ético e a consciência ecológica, saber trabalhar a
transversalidade e a contextualização. Mas para que isso se torne realidade, é necessário que ele
esteja em permanente formação continuada. Assim diz Ramos (1991:83). “Quanto à formação
continuada (ou permanente, ou em serviço etc) visa ao acompanhamento e atualização de professores que já
militam no ensino”.
Percebe-se que ao rastrear os objetivos da formação contínua dos professores, que
é nítida a compreensão, quase hegemônica, de que está formação tem como responsabilidade
última, contribuir para a melhoria das competências profissionais dos professores e,
fundamentalmente, para a melhoria da qualidade do ensino e da educação.
Estes dois grandes objetivos trazem à tona, quando se busca a melhoria das
competências profissionais do professor por intermédio do investimento na formação
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contínua desses profissionais, o sentido de que sua prática profissional e obsoleta, disforme,
insuficiente, cuja deficiência radica-se nas convicções de que a formação inicial recebida e o
desenvolvimento do exercício do magistério são geradores de uma prática profissional limitada,
desatualizada e responsável pela diminuição da qualidade do ensino e pela baixa aprendizagem
dos alunos, justificados pelo insucesso escolar.
Assim entendida, a formação constituí não só um processo de aperfeiçoamento
profissional, mas também um processo de transformação da cultura escolar, em que novas
práticas participativas e de gestão democráticos vão sendo implantadas e consolidadas. Neste
sentido Kincheloe (1997:87) diz que a formação de professores reflexivos configura um
projeto emancipatório.
Nota-se no entanto que essa emancipação não é fácil de acontecer, uma vez que
existe uma certa resistência a mudanças tanto por parte de alguns professores quanto pelo
sistema que ainda está atrelado ás burocracias.
Pensar num sistema de formação de professor supõe, portanto, reavaliar objetivos,
conteúdos, métodos, formas de organização de ensino, diante da realidade em transformação,
pois além das teorias, o professor deve ter um olhar abrangente para o contexto educacional e
saber conduzir de maneira interdisciplinar os aspectos que envolvem a formação do homem
reflexivos, critico, questionador e com autonomia para através do saber interagir, modificar o
seu meio trazendo para si, novos conhecimento, pois enquanto constrói o mundo, está se
auto-construindo.
Observa-se que está em baixa o senso de profissionalismo, uma vez que o aluno
entra na profissão sem o compromisso pedagógico sem uma bagagem cultural para reparar aos
educandos. Infelizmente a sociedade recebe cada vez mais profissionais descompromissados
da responsabilidade de seu importante papel na construção do conhecimento.
Segundo Pimenta (1999:30). As investigações sobre o professor reflexivo, ao
colocarem os nexos entre formação e profissão como constituintes dos saberes específicos da
docência, bem como as condições materiais em que se realizam, valorizam o trabalho do
professor como sujeitos das transformações que se fazem necessárias na escola e na sociedade.
O que sugere o tratamento indisssociado entre formação, condições de trabalho, salário,
jornada, gestão, currículo.
Essa perspectiva apresenta um novo paradigma sobre formação de professores e
suas implicações sobre a profissão docente.
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É sabido que a formação do educador tem se convertido numa área crescente de


preocupações e interesses. É uma temática que está sempre na ordem do dia, vinculando-se a
um repensar a escola e o trabalho pedagógico, nos múltiplos espaços em que esse profissional
possa atuar.
A formação de professores tem, desse modo, se constituído em ponto “modal”
para reflexões, à medida que recai sobre esse profissional parte da responsabilidade da
formação do educando, além das exigências e desafios que vem se apresentando no contexto
educacional, impondo-lhe responsabilidades não só de formar, mas de formar-se como
homem e como cidadão, ser individual capaz de realizar-se como pessoa, também ser social
que se identifica com seu grupo, num dado contexto histórico.
Trerrien (1995) salienta o quanto os estudos sobre a formação do processo ainda
persistem numa dissociação entre a formação e a prática cotidiana, não enfatizando a questão
dos saberes da experiência. Esses saberes são transformador e passam a integrar a identidade
do professor, constituindo-se em elemento fundamental nas práticas e decisões pedagógicas,
sendo, assim, caracterizados como um saber original. Essa pluralidade de saberes que envolve
os saberes da experiência é tida como central na competência profissional e é oriunda do
cotidiano e do meio vivenciado pelo professor. Segundo o autor.
Esses saberes da experiência que se caracterizam por serem originados na prática cotidiana da
profissão, sendo validados pela mesma, podem refletir tanto a dimensão da razão instrumental que
implica num saber-fazer ou saber-agir tais como habilidades e técnicas que orientam a postura do
sujeito, como a dimensão da razão interativa que permite supor, julgar, decidir, modificar e adaptar
de acordo co os condicionamentos de situações complexas (Trerrien 1995: 3).

Percebemos que hoje o professor inserido no contexto social no início do século


XXI, tem sua prática associada ás informações do mundo globalizado, no entanto, não deve
deixar de considerar os conhecimentos adquiridos por seus alunos ao longo de suas vivências
da mesma forma que em sua formação apresente sempre uma relação direta da teoria com a
prática, considerando ainda sua bagagem de experiências, visto que, é a partir do velho que se
constrói o novo.
Isto posto, significa afirmar que é necessário garantir a qualidade da formação de
nossos professores. Tal proposição implica em desafios constantes à educação, exigindo do
trabalho pedagógico um outro patamar profissional, onde esta formação seja compreendida em
sua dimensão técnica, política e cultural pautada na função social desse professor perante o
contexto da diversidade cultural de nossos alunos e da desigualdade social estabelecida que
caracterizam nossa sociedade, contribuindo para o real desenvolvimento do educando.
14

Notamos que o processo de formação do professor deve ser concebido numa


perspectiva de totalidade, visto que o contexto recortado pela sociedade em freqüente processo
de transformação, exige-se cada vez mais o desenvolvimento acentuado de competências e
habilidades, que desafiam os processos pedagógicos de aprendizagem, a serem mais inovadores
e rápidos, porque os custos envolvidos com a presença do aluno na escola são fatores de
relevância ao Estado, e a sociedade em geral. Assim a racionalidade presente no contexto de
formação do professor, tem sido objeto de considerável nas discussões acadêmicas favoráveis a
construção da profissão docente.
Segundo Perrenoud (1997) é com o tempo que as coisas se degradam, que os
atores reinvestem as suas preferências e os seus interesses, que elaboram a partir das opções do
sistema, um compromisso humano aceitável, muitas vezes funcional, mas cuja lógica se torna
obscura. Assim o constante refletir sobre a sociedade leva-nos a considerar o processo de
formação do professor como um ato continuo, pautado no constante refletir sobre as ações
presentes no cotidiano da escola, da sala de aula e das configurações apresentadas na sociedade
em que as mudanças ocorrem e o professor não é um sujeito isento dos seus efeitos,
especialmente porque ele é o agente condutor do processo educativo na escola, de modo que,
efetivamente em sua contribuição profissional permanente, a reflexão sobre a prática
pedagógica deve ser exercitada e discutida.
Desse modo pode-se dizer que o professor tem um espaço de decisões mais
imediato — a sala de aula. Tal espaço precisa na verdade, ser ocupado ou mesmo percebido
pelo professor. Este, muitas vezes, apresenta um comportamento pragmático — utilitário, não
como decorrência da divisão do trabalho na escola, mas por limitações vinculadas á sua
qualificação e as condições de desenvolvimento de seu trabalho, impostas principalmente por
uma política educacional que desvaloriza o professor e desrespeita o principal elemento da
educação — o aluno.
Não se trata, pois, de acreditar que a qualificação docente pode, isoladamente,
assegurar um ensino de qualidade. Ao contrário, acredita-se que uma política de
democratização da escola publica que tenha como um de seus objetivos o ensino de qualidade,
necessita, também, do professor de qualidade. Este deve ser buscado no aproveitamento dos
que aí estão, por meio de sua formação continua e também do investimento na formação de
novos professores. Entretanto, a manutenção na escola, do bom professor e a atração de
novos, dependem de uma política de valorização docente.
15

Hoje, a formação do professor já caminha para uma consciência critica mais


acentuada, existindo a possibilidade de flexibilizar a construção de um currículo inovador,
emancipando o professor das correntes filosóficas antigas que se arrastam por séculos, fazendo
deste, um ser passivo ao conformismo.
Diante de uma realidade social concreta, que considera as discussões à cerca da
ação educativa, compreende que a educação não é neutra e que é preciso assumir a natureza
política do ato educativo, impõe-se à necessidade de investimento na formação do professor.
Formação entendida não só no que trata a formação inicial e acadêmica, mas principalmente a
formação continuada, na perspectiva de um educador como profissional que compreende pela
ação-reflexão de sua prática pedagógica, que avança o individualismo e configura-se no diálogo
com seus pares, na coletividade.
Evidentemente que não se pretendo direcionar todos os problemas da docência ao
aspecto político da formação do professor, como se através desta, tudo se justificasse e
compreendesse. Entretanto, é fundamental ressaltar a natureza política do ato educativo como
mediador da dimensão técnica, haja vista que não se pode omitir o rigor cientifico do
conhecimento sistematizado que é uma atividade eminentemente política.
Segundo Novoa (1992). Há diversos indicadores que se referem ao ensino.
O avanço contínuo das ciências e a necessidade de integrar novos conteúdos impõem uma dinâmica
de renovação permanente, em que os professores têm de aceitar mudanças profundas na concepção e
no desempenho da sua profissão. É preciso evitar o desajustamento e a desmoralização do
professorando, bem como o crescente mal-estar docente, pois um ensino de qualidade torna-se cada
vez mais imprescindível (1992: 98).

Percebe-se que o professor não pode se culpar e nem se considerar responsável


por não acompanhar as mudanças que acontecem no sistema educacional. Sendo necessário
que se faça uma analise das circunstancias que estão sendo processadas e repensando o seu
papel diante delas. Não se distanciando nem se isolando diante das dificuldades apresentadas já
que não é o único envolvido no sistema.
Embora os sistemas educacionais tentem adaptar-se aos novos tempos,
introduzindo diversos tipos de mudanças como, por exemplo: alterações nas matrizes
curriculares, nas metodologias de trabalho, no planejamento, na estrutura física entre outras,
com a pretensão de que os professores acertem e utilizem em seu trabalho as mudanças
estabelecidas, percebe-se que tais mudanças distanciam-se da prática do professor e do seu
conhecimento pelo fato de refletirem o pensamento da cúpula do sistema e dos especialistas
16

envolvidos. Ainda que a LDB 9394/96, deixe claro no artigo 13 Da Organização da Educação
Nacional:

Estabelece incumbência dos docentes, dentre os quais o de “participar da proposta pedagógica do


estabelecimento de ensino”, elaborar e cumprir seu planejamento, vinculando a jornada de trabalho a
todas as atividades da escola.

Em virtude da maioria dos professores não estarem envolvidos diretamente em


todo processo de mudanças, os mesmos tornam-se inoperantes e insignificativos para serem
aplicados em seu dia-a-dia.
O distanciamento do professor no processo de elaboração do planejamento nunca
perspectiva participativa e democrática concebe-o apenas como um mero executante das ações
e decisões estabelecidas pela escola, e nesse aspecto ele torna-se um ser coisificado apenas
constituindo-se na engrenagem do sistema que leva o saber ao aluno. Contudo é necessário no
processo de formação do professor, possibilitar a construção de sua consciência emancipatória
na escola, considerando que existem vários eixos articuladores na sua formação que precisam
ser incorporados em sua prática, por intermédio de sua capacidade de reflexão, crítica e
analítica, rompendo com a rotina e o conformismo na construção do conhecimento.
Consideramos importante que aconteçam mudanças nos processos de formação
de professor já que tornamo-nos cada vez mais influenciados pelas informações sensoriais,
tendo como um dos grandes desafios para o educador contemporâneo, transformar essa gama
de informações em conhecimento, integrando-o em um novo contexto.
Para Assmann (1998:25), o mundo hoje caminha em todos os aspectos pelo
conhecimento e, o poder cognitivo do homem precisa estar preparado para entender a
complexidade destas informações e a quebra dos paradigmas científicos, ou seja, o homem tem
que saber confrontar seu poder cognitivo com as informações tecnológicas.
A política do governo determina que os professores tenham qualificação
profissional, formação continuada e estejam imbuídos na era tecnológica. Isto é importante, só
que o governo não oferece condições adequadas para que haja mudanças no quadro atual do
ensino brasileiro, principalmente nas escolas publicas e não proporciona meios para que estes
professores adquiram mais conhecimentos não só na área da educação, mas em outras esferas
de conhecimentos para que possam intermédias e construir novas informações e conceitos
com seus alunos.
17

Necessário se faz que aconteça a modernização da profissão docente se valendo


dos recursos tecnológicos e abandonando uma visão única de mundo, introduzindo na
formação do professor um sentido de autonomização, aumentando a qualidade da formação
geral, integradora e humanista.
Ainda assim convém ressaltar que o bom professor deve se empenhar para que
ocorra transformações na educação, valorizando-se cada vez mais com seu papel de professor,
buscando sempre inovar o seu “saber fazer” sem acomodar-se diante dos problemas que
surgem, demonstrando ter compromisso político e ético com a educação.
Portanto o professor deve sentir prazer em ensinar, se tornar um artista diante de
seus alunos, respeitando as diferenças e individualidade de cada um, fazendo da sala de aula um
espaço prazeroso e significante no qual possam aprender através da corporeidade, favorecendo
a troca de conhecimentos e a aprendizagem.
Segundo Assmann (1998:33), a escola não deve ser concebida como uma simples
repassador de conhecimentos prontos, mas como contexto e clima organizacional propicio a
iniciação em vivencias personalizadas do aprender a aprender. A flexibilidade é um aspecto
cada vez mais imprescindível de um conhecimento personalizado e de uma ética social
democrática.
Sabemos que há diversos aspectos que personificam o professor em sua formação
diante da complexidade do ensinar, com os variados tipos de educação espalhados que pregam
a passividade e a obediência ao sistema corporativista, uma vez que os cursos de formação par
professor estão voltados para a transformação dos conhecimentos prontos e acabados, visando
a quantidade e não a qualidade.
Pensamos que o curso de formação de professores hoje, requer reavaliação de
objetivos, conteúdos, métodos e formas de organização de ensinos, para poder se adequar a
realidade em transformação.
O professor precisa antes de tudo, ser um pensador reflexivo sugerindo um
caminho didático para a sua auto-afirmação como educador pós-moderno, onde estejam
inseridos os desafios dos conceitos e estruturas administrativas da escola, com objetivo de
inovar os padrões já estabelecidos e promover um “fazer” diferente, onde a reflexão, a critica e
as criatividades sejam permanentes.
Para acompanhar a evolução do conhecimento, o professor precisa repensar e
avaliar sua prática, buscar cada vez mais a qualificação acadêmica que favoreça sua participação
18

e adequação às transformações da sociedade atual. Entretanto, existem aqueles que estão


distantes do conhecimento, o que gera o comodismo e faz do professor um tradicional
autoritário e individualista, se distanciando do real objetivo a que se propõe um profissional da
educação. Assim, os alunos saem em desvantagem. Neste sentido Lukesi ( 1994:.115) afirma: “
o educador só tem duas opções, ou quer a permanência desta sociedade com todas as desigualdades, ou trabalha
para que a sociedade se modifique”.
Hoje, o mercado capitalista está cada vez mais exigente; o profissional precisa
acompanhar as constantes mudanças que ocorrem na história dos povos, porém isto só é
possível através da formação continuada. O professor mais especificamente, está envolvido
neste processo por ser um dos agentes da transformação social. Neste sentido Kincheloe
(1993:.43) diz:

“ Se os professores estão sendo fortalecidos em além das estáticas visões modernistas da cognição do
professor e do conhecimento prático, eles devem tornar-se pesquisadores dos contextos educacionais.
Como futuros professores eles precisam estudar a interação entre contexto e cognição dos professores e
empregar as ferramentas da pesquisa qualitativa”.

Kincheloe nos mostra que o processo de formação continuada do professor


assume um papel significativo, pois sendo el, sujeito e objeto desta ação pode desenvolver uma
consciência reflexiva que lhe permita discernir sobre as formas através das quais a percepção
do professor é moldada pelo contexto sócio-cultural acompanhado por seus códigos
linguísticos, sinais culturais e visões implícitas do mundo e assim posicionar-se criticamente
através do seu saber fazer.
O professor pode proporcionar ao aluno, buscar o caminho para sua própria
construção de um saber mais elaborado, uma maneira mais simples de olhar a realidade,
procurando superar dificuldades encontradas em sua trajetória, para alcançar bom desempenho
no processo ensino aprendizagem. Mas para que isto aconteça é importante que o professor
tenha consciência de que uma de suas funções é organizar, para o aluno, sua relação com o
meio, criando situações que o levem a construir seu próprio conhecimento, partindo das idéias
e saberes que o aluno já possui, valorizando e respeitando suas contribuições e estimulando um
processo autônomo de aprendizagem.
Essa prática pedagógica reflexiva, capaz de pensar a sala de aula, a vida, a
existência humana, com certeza poderá fazer o professor perceber se está alcançando seus
objetivos ou não e também aprendendo com sua própria prática. Neste contexto Freire (1975:
19

9) nos diz que: “ Ninguém educa ninguém, como tão pouco ninguém se educar a si mesmo, os homens se
educam em comunhão mediatizados pelo mundo”
A escola com que sonhamos é aquela que assegura a todos a formação cultural
científica para a vida pessoal, profissional e cidadã, possibilitando uma relação autônoma,
crítica e construtiva com a cultura e suas várias manifestações.
Diante dessas exigências, a escola precisa oferecer serviços de qualidade e
consequentemente um produto de qualidade, de modo que os alunos passem por ela e ganhem
melhores e mais efetivas condições de exercício da liberdade política e intelectual.
20

3. METODOLOGIA

3.1 TIPO DE ESTUDO


O estudo em referência é um de caso que requer uma abordagem qualitativa
descritiva, na medida em que desejamos saber através da observação, mais detalhes sobre a
formação do professor, se sua prática está relacionada aos conhecimentos adquiridos, pois,
segundo Goote e Halt (1968) o caso se destaca por se constituir numa unidade dentro de um
sistema mais amplo. O interesse, portanto, incide que posteriormente venham a ficar evidentes
certas semelhanças com outros casos ou situações.
Abordamos na questão metodológica a pesquisa qualitativa, visando fazer uma
leitura crítica do mundo. Hoje, com a abertura de fronteiras, o homem é envolvido pelos
avanços tecnológicos e da ciência no qual está atrelado todo o contexto social, sendo a
formação, qualificação e valorização do profissional da educação um componente deste
contexto.
Segundo Bogdm e Kiklen, apud. Luake e André (1996:.11), a pesquisa qualitativa
tem um ambiente natural como sua fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal
instrumento; envolve a obtenção de dados descritivos, no contato direto com o do pesquisador
e a situação estudada; enfatizando mais o processo do que o produto e se preocupa em retratar
as perspectivas dos participantes. A pesquisa qualitativa exige o contato direto com o ambiente
de pesquisa, no caso, a escola os professores e alunos, tanto na observação, na coleta de dados
e principalmente na análise dos dados, na tentativa de adentrar mais profundamente no tema
em evidência, considerando que os objetivos propostos demarcam um espaço de investigação
e ao mesmo tempo exigem uma aproximação da realidade a ser estudada, “ o fazer” do
professor.
Optamos pela observação, com o intuito de mergulhar mais profundamente na
realidade, levando em consideração que os objetivos delimitam um espaço de investigação e
nos aproxima de uma determinada realidade – “a escola”. A intenção é perceber detalhes sobre
as Formações do(a)s Professore(a)s envolvidos e perceber se suas práticas estão relacionadas
aos conhecimentos adquiridos foram utilizados como parâmetros:
- A metodologia utilizada;
- As técnicas e os recursos, além de outros aspectos. Enfim, todos os
passos do "saber fazer" do professor que atua nas séries iniciais do Ensino Fundamental.
21

3.2 LOCAL E INFORMANTES DO ESTUDO

Os locais escolhidos para a realização das observações foram: a Escola Estadual de


Ensino Fundamental “ Maroja Neto”, situada na Avenida Pedro Miranda, no bairro da
Pedreira e a E.M. de Ens. Fundamental “ Profº Josino Viana, situada na Trav. Lomas
Valentina, ambas no bairro da Pedreira, em Belém-Pa. As fontes de estudo foram as turmas de
1ª e 2ª etapas, compostas por jovens e adultos que precisam trabalhar como pedreiros,
serventes, serviços gerais e até mesmo donas de casa que resolveram voltar aos estudos. As
turmas em questão funcionam no turno da noite ( 19:00 as 22:0030hs)
Nessas turmas, trabalham professores que são o foco central, pois deles foram
obtidas as principais informações que norteiam o estudo nosso suporte teórico, sem todavia,
menosprezar considerações acerca da aprendizagem de alunos das turmas observadas.
Esses locais já foram visitados pelas pesquisadoras durante estágio supervisionado
e também na coleta de dados realizada para a construção do ante-projeto de pesquisa, quando
foram realizadas entrevistas com professore(a)s. Foram tratadas questões relacionadas às suas
formações, que permitissem traçar paralelos com suas ações, na suas práticas, tendo como
referência a legislação em vigor com a Lei nº934/96 e as exigências do mercado de trabalho
hoje.

3.3 COLETA DE DADOS, ETAPAS, TÉCNICAS E INSTRUMENTOS.

O estudo foi desenvolvido em 3 momentos:

1º momento – Observação minuciosa dos aspectos inerentes a atuação do


professor na sala de aula;
2º momento – Conversação com os professores e alguns alunos;

3º momento – Aplicação de questionários direcionados aos professores,


objetivando perceber questões relativas ao compromisso político social desses professores com
a educação (anexo...).
22

4. ANALISANDO A PRÁTICA DOS


PROFESSORES

Precisamos contribuir para criar a escola que é aventura, que marcha, que não tem medo do risco,
por isso que recusa o imobilismo. A escola em que se pensa, em que se atua, em que se cria, em que
se fala, em que se ama, se adivinha, a escola que apaixonadamente diz sim a vida. Paulo Freire

As diferentes maneiras de pensar a teoria e a prática é que movem a permanente


discussão entre estudiosos que compõem o cenário da educação o que alimenta o processo de
construção da teoria e da história desta educação, na medida em que a educação como um
processo de concretização de uma concepção de mundo homem, não se manifesta como um
fim em si mesma, mas como um instrumento de manutenção ou transformação social. Nessa
perspectiva, repensar a prática pedagógica dos professores das séries iniciais do Ensino
fundamental, significa discutir a concepção sócio-política constante nesta ação, refletindo
sobre sua essência, uma vez que a separação entre Teoria e prática acontece em função da
ideologia provocada pelas diferentes concepções filosóficas, pois a ação pedagógica deve ser
fruto da conscientização histórica do homem como sujeito do processo educativo e a educação
como humanização e socialização do homem numa sociedade que tem como principio a
inclusão social, como afirma Freire (1986:48)
O mau hábito de pensar um pensar estático, não dinâmico, não dialético, em que a gente separa
quase milagrosamente (porque, na verdade, não se pode separar), mas em que a gente dicotomiza,
por exemplo, a prática pedagógica, a prática educativa, a ação educativa da ação da educativa
preparação da mesma, em que a gente separa a preparação da ação, da avaliação, em que a gente
separa os métodos dos conteúdos e os conteúdos dos objetivos (IN O Educador: Vida e Morte).

Com base nesta concepção e procurando refletir criticamente acerca desta questão
prática pedagógica e concepção sócio-política, realizamos uma pesquisa com o grupo de cinco
(5) professores inseridos na rede pública, estadual e municipal, com o objetivo de avaliar o
nível de conscientização dos mesmos, tendo como parâmetro suas concepções e ações como
sujeitos de intervenção no processo educativo.
Para que o estudo obtivesse maior relevância e pudesse contribuir na reflexão da
prática pedagógica embasada em uma concepção de homem e sociedade, implícita ou explicita,
foi primordial a participação dos professores respondentes, que através de suas colocações
(questionários) acerca do trabalho desenvolvido com as crianças e suas expectativas em relação
23

ás mesmas, possibilitaram uma análise rica sobre a postura e conscientização da função social
do professor como mediador do processo ensino aprendizagem.
Nas questões apresentadas para o estudo, procura-se abordar as dimensões que
interferem direta e indiretamente sobre no fazer do professor, desde a sua formação inicial,
continuada até a sua prática atual na perspectiva de percebermos a importância que a
qualificação profissional tem para com os mesmos como meta para uma educação para
cidadania.
A entrevista resgatou questionamentos importantes que enfocam as discussões
acerca da temática em questão, onde foi possível evidenciar nos discursos dos professores à
importância cada vez maior de investimentos na continuidade do processo formativo do
professor.
Observou-se também, suas angustias e necessidades durante a entrevista, nas quais
transcreveremos os discursos tais como eles se deram sem nenhuma mudança ou perda de
conteúdos.
Os quadros e falas abaixo representam as concepções implícitas na ação
pedagógica destes profissionais. Todos os professores-respondentes são do sexo feminino,
com formação no magistério, graduação ou ainda em curso.
Na primeira pergunta da entrevista quando foi solicitado que eles se
posicionassem, qual o seu papel como professor na sociedade atual? Os mesmos responderam
que:

De educador compromissado com a formação de cidadãos, formadores de opiniões,


PProf. 1 sujeitos da história.

O professor hoje precisa estar atento pra as mudanças que moldam a sociedade, seu
PProf. 2 papel e assumir o compromisso de mediar esses novos conhecimentos mesmo que
às vezes, não seja remunerado nem reconhecido como professor.

Papel de transformador educacional


PProf. 3
O papel de transformador crítico perante os alunos.
PProf. 4

Proporcionar condições para que a aprendizagem ocorra no convívio da sala de aula


PProf. 5 e fora da escola de forma significativa para os alunos
24

Percebe-se em todos os discursos dos professores entrevistados o comum interesse


em trabalhar em prol da formação de cidadãos críticos e atuantes na sociedade da qual fazem
parte. Isso significa dizer que nem todos os profissionais da educação estão descompromissados
com o seu saber fazer o que nos leva a afirmar a necessidade que tem em fortalecer a
autonomia intelectual do professor, tornando-o capaz de compreender e assumir a relação
didática em sua inteireza, em sua integridade, tornando-o um mediador seguro do processo de
construção do conhecimento, que interfere para descortinar o novo, inquietar, colocar desafios,
ensinar a perguntar, orientar a busca de respostas e soluções, tornando-o um observador atento e
sagaz, que registra em seu “diário de bordo”, cada nova descoberta, cada nova conquista;
tornando-o neste sentido, um pesquisador arguto, que organiza suas experiências docentes bem-
sucedidas, para contribuir com a construção coletiva de novos paradigmas para a educação,
tornando-o, em síntese, como diz Paulo Freire, um professor epistemologicamente curioso
(Alves, 1995:61).

Em relação à segunda questão, perguntou-se: o que você faz para cumprir esse
papel? Aos que responderam.

Utilizo o tempo de aula para conversar com os alunos sobre diversos assuntos
PProf. exemplificando e mostrando a realidade
1
Tenho uma visão crítica e questionadora perante a sociedade.
PProf.
2
Procuro seguir a formação continuada, participando de cursos, seminários e
PProf. palestras etc, mas sei ainda me falta muita coisa para aprender.
3
Procuro fazer uma integração com o corpo discente
PProf.
4
Trabalho procurando despertar o interesse dos alunos para a construção do
PProf. conhecimento voltado muitas vezes para os conteúdos propostos.
5

Percebe-se que a concepção de professor que fundamenta tais respostas é a de que


este é um profissional reflexivo que procura acompanhar o processo de formação dos
conhecimentos fazendo-nos entender, que os professores, diante das situações complexa,
conflitivas e instáveis que caracterizam atividade docente, são capazes de desenvolver um
25

método de problematização, análise e investigação da realidade prática de ensinar e de no


confronto com suas experiências anteriores, com sua formação de base, com a experiência de
outros no ambiente escolar e com as teorias elaboradas, encontrar soluções para as demandas
que a prática lhes coloca e, a partir daí produzir conhecimento. Assim pensa Ealvino (1999:17)

Quem somos nós quem é cada um de nós, senão uma combinatória de experiências, de informações, de
leituras, de imaginações? Cada vida é uma enciclopédia, uma biblioteca, um inventário de objetos, uma
amostragem de estilos, onde tudo pode ser continuamente remexido e reordenado de todas as maneiras
possíveis.
Como educadores que somos, encontramo-nos em um movimento de renovação
diante desse modelo revolucionário de projeto educacional. Deparamo-nos com a necessidade de
trabalharemos no sentido de aprimorar nosso conhecimento e desenvolver nossas possibilidades,
favorecendo, assim, o desenvolvimento das competências de nossos aprendizes, permitindo-lhes
que aprendam a penar por eles próprios a partir de diretrizes básicas, permeadas por valores e
princípios.

Pensamos que o incentivo à capacitação é um estimulo a vontade de buscar, cada


vez mais, novos conhecimentos, porém nos deparamos com o descaso de algumas escolas que
repassam toda a responsabilidade da formação do professor, como se ele fosse o único que
precisasse investir nessa formação, embora reconheçam a importância desse investimento no
sentido de beneficiar ambos os lados, pois este importante aspecto é preconizado pela LDB n°
9394/96 no seu capitulo seis, titulo VI – dos profissionais da educação, art. 67 – inciso II.

No decorrer da entrevista perguntou-se: qual sua formação inicial?

Prof. 1 Magistério (formação de professor)


Prof. 2 Magistério (formação de professor)
Prof. 3 Magistério (formação de professor)
Prof. 4 Magistério (formação de professor)
Prof. 5 Magistério (formação de professor)

É possível perceber que os professores foram unânimes em responder que sua


formação inicial foi o magistério (formação de professor) visto que este curso forme a base
teórica para a prática inicial do professor, porém não podemos perder de vista que a formação do
professor é um processo a longo prazo que não se finaliza com a obtenção do titulo de
26

licenciando (nem mesmo quando a formação inicial recebida tiver sido da melhor faculdade).
Isso porque, entre outras razões, a formação docente é um processo complexo para o qual são
necessários muitos conhecimentos e habilidades, impossíveis de serem todos adquiridos no curto
espaço de tempo que dura sua formação inicial.

Vasconcelos (1956:54) afirma que quando o professor tem claro para si os motivos
de sua opção e permanência no magistério, pode revelá-los aos alunos, ajudando-os a
resignificarem sua presença na escola. O autor mostra neste parágrafo que o professor opta pelo
ato de mediar conhecimentos deve ter objetivos concretos e definidos, pois é através de sua
atividade em sala de aula que ele pode estar partindo de todos os movimentos de transformação
da realidade, todavia para que esta possibilidade se efetive, é preciso que o professor assuma uma
postura crítica diante dos desafios que estão colocados no cotidiano. Na seqüência da entrevista
perguntamos: você já participou de alguns cursos de formação continuada?

Prof. 1 Sim curso de especialização em políticas sociais e movimentos sociais


Prof. 2 Sim, metodologias para turmas de aceleração pela COED (Prefeitura de
Belém, SEMEC); curso de procedimentos e métodos para Ed. Infantil.
Prof. 3 Informática e educação
Prof.4 Não
Prof. 5 Sim, programa do recomeço para a EJA (Ed. De jovens e adultos).

Podemos perceber que a maioria dos professores entrevistados já participaram de


alguma maneira da formação continuada, confirmando o pressuposto de que essa formação
contínua de professores assume importância crucial, por esse mês pode passar um esforço de
renovação continua, com conseqüência para os programas de formação inicial, o estatuto da
profissão, as mudanças de escolas e o prestigio social do professor. O desafio é a grande chance,
e não há soluções miraculosas.

A expansão da formação contínua está diretamente relacionada com as mudanças


que um sendo introduzidas no sistema de organização do trabalho e na demanda dos novos
conhecimentos e habilidades na maioria da população e a profissionalização do oficio de
professor recruta parceiros entre os poderes organizados da escola, dos centros independentes de
formação e das associações profissionais de professores com o objetivo de qualificar o
profissional da educação que deverá ser sobretudo um polivalente.
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Neste sentido Pirrenoud (1999:178) diz

A profissionalização é uma transformação estrutural que ninguém pode dominar sozinho. Por isso, ela
não se decreta, mesmo que as leis, os estatutos, as políticas da educação possam facilitar ou frear o
processo. O que significa que a profissionalização de um ofício é uma aventura coletiva, mas que se
desenrola também, largamente, através das opções pessoais dos professores de seus projetos e suas
estratégias de formação.
Ensinar é, portanto, reforçar a decisão de aprender, sem agir como se ela estivesse
tomada de uma vez por todas. É não encerrar o aluno em uma concepção do ser sensato e
responsável, que não convém nem mesmo a maior parte dos adultos.

Dessa forma, o saber do professor pode ser racional sem ser um saber cientifico,
pode ser um saber prático que está ligado a ação que o professor produz um saber que não é da
ciência, mas que não deixa de ser legitimo. Assim, o saber é considerado como resultado de uma
produção social, sujeito a revisões e reavaliações, fruto de uma interação entre os sujeitos. Daí a
importância dos cursos de formação continuada na vida do professor.

Perguntou-se aos professores: que contribuição essa formação lhe trouxe?

Prof. 1 Maior compreensão sobre os problemas sociais e acadêmicos que afligem a


sociedade na relação com o governo
Prof. 2 Ampliação dos conhecimentos melhorando muito minha pratica pedagógica.
Prof. 3 Maior entendimento e maior aperfeiçoamento em informática
Prof. 4 Não respondeu
Prof. 5 Possibilitou melhores significantes na prática diária como professora

Percebe-se que há um consenso entre os respondentes com relação à aquisição de


melhores entendimentos sobre o saber fazer do professor, mas nota-se também que em meio aos
que desejam progredir na profissão, existem os que não o fazem, ou por falta de interesse ou por
falta de recursos, visto que o professor das séries iniciais do ensino fundamental hoje,
principalmente da rede pública estadual e municipal, é muito mal remunerado e trabalha em
tempo integral, muitas vezes se alienando das informações que são veiculadas sobre a formação
continuada.

Assim, ele se perde no tempo e no espaço e não percebe que o ato de mediar
conhecimento exige curiosidade, permanente, é pela curiosidade que se chega às verdades.
28

Assim diz Freire (2000a: 95). Como professor devo saber que sem a curiosidade que
me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino. Segundo o autor,
buscar a curiosidade epistemológica é um exercício de disciplina e liberdade, tornando-se
fundamental, pois, no processo de formação de professor, compreendo a história de
transformação social pelo ato do saber fazer do professor. Perguntamos aos nossos
entrevistados: caso não tenha participado, porque isso não ocorreu?

Prof. 4 Por falta de oportunidade

Neste caso temos apenas um professor que evidencia em seu discurso a falta de
oportunidade, na verdade ele representa uma amostra do universo de professores que não tem
oportunidades para participar da formação continuada. Sabemos que a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação (LDB 9394/96) respalda a necessidade de investimento na formação contínua de
professores, propondo-lhes atualização nas diversas áreas de ensino, porém o que se nota é que
existem políticas centradas na qualificação do professor, não oferecem condições e muito menos
valorização deste profissional, segundo Perrenoud (2000: 178) a profissionalização não avançará
se não deliberadamente estimulada por políticas concentradas no que diz respeito à formação de
professores, a seu contrato, à maneira como prestam conta de seu trabalho ao estatuto dos
estabelecimentos e das equipes pedagógicas. Pensamos que se o governo não oportunizar,
muitos professores não terão chances de ampliar seus conhecimentos. Contudo, precisamos
lembrar que o bom profissional reflete sua prática e procura meios que proporcionem avanços.

Trabalhar, individual ou coletivamente, com referenciais de competências, é dar-se


os meios de um balanço pessoal e de um projeto de formação realista. A responsabilidade de
uma formação contínua pelos interessados é um dos mais seguros sinais de profissionalização de
um ofício.

Solicitamos aos professores: Fale sobre a qualidade do seu trabalho.

Prof. 1 É impossível uma boa qualidade mediante a infra-estrutura necessária


que é inexistente.
Prof. 2 É difícil falar em qualidade do trabalho, quando você é ao mesmo
tempo sujeito e objeto das ações que formam seu trabalho, mas procuro
29

fazer o melhor que posso, e estou sempre buscando melhorar qualidade


Prof. 3 È regular, pois ainda falta muito para ser considerado bom, e a má
remuneração do professor é um peso na melhoria da qualidade do
trabalho.
Prof. 4 O meu trabalho está deficitário, pois não apresenta recursos didáticos
que venham ajudar na prática educativa.
Prof. 5 Considero satisfatório com aberturas para melhorias.

Constatamos que a maioria dos respondentes posicionou-se pela crítica para


justiçar a falta de qualidade do seu trabalho, e isso vem nos mostrar que a qualidade do
trabalho de qualquer profissional depende sim, de muitos fatores, mas principalmente dele
mesmo, que precisa estar preocupado com sua formação investindo na sua qualificação
profissional para que na ausência de recursos materiais e condições diversas, encontre
alternativas que favoreçam a realização de seu “saber fazer” com qualidade.
De certa forma, o repensar a concepção da formação dos professores, que até a
pouco tempo objetiva a capacitação destes através da transmissão de conhecimentos, afim de
que “aprendessem” a almas eficazmente na sala de aula, vem sendo substituída pela
abordagem que analisa a prática que este professor vem desenvolvendo, infatizando a temática
do saber docente, a busca de uma base de conhecimento para os professores, considerando os
saberes da experiências para mostrar um trabalho de qualidade.
Na seqüência, perguntamos: seus objetivos como professor estão sendo
alcançados?
Prof. 1 Não, pois o nível intelectual e político dos alunos é muito baixo.
Prof. 2. Não alcanço cem por cento, mas estou trabalhando no sentido de
melhorias.
Prof. 3 Não
Prof. 4 Em alguns aspectos, pois a falta de materiais impede uma melhoria
pedagógica.

Prof.5 Sim.

Diante das respostas acima, percebemos que a maioria dos professores não alcança
a totalidade dos objetivos em suas ações como educados. Sabemos, contudo que, para se
30

alcançar resultados satisfatórios em qualquer ação, torna-se necessário um planejamento bem


elaborado e voltado para o que de fato de quer.
Assim acontece com o professor, ele necessariamente tem que ter em mente um
planejamento antecipado das etapas a serem trabalhadas, visando o que ele deseja, alcançar,
considerando que já tem em seu currículo a prática docente e a pratica pedagógica que neste
contexto assume seu desenho curricular, aparecendo desde os primeiros momentos do curso
de formação, garantindo assim um embasamento para o prosseguimento da formação
continuada, na medida em que o processo de desenvolvimento profissional permanente inclui
formação inicial e continuada, concebidas de forma articuladas.
Em complementação à suas respostas perguntamos: em caso negativo, quais as
causas do insucesso?
Prof. 1. A desvalorização do educador, do ensino e do conhecimento.
Prof. 2. O insucesso ocorre as vezes por falta de assessoria pedagógica, gestão
interativa e planejamento.

Prof. 3 Falta de incentivo do governo


Prof. 4 Falta de material de apoio pedagógico.

Observou-se que os discursos dos professores apontam para a falta de apoio


tanto pedagógico quanto por parte do governo. Ainda assim, embora conhecedores de tais
necessidades, não podemos perder de vista que em qualquer situação, o profissionalismo é o
exercício da capacidade de identificar as questões envolvidas no trabalho sabendo
compreende-las e a elas dar respostas, de agir com autonomia e assumir a assumir a
responsabilidade pelas decisões tomadas e opções feitas, de avaliar criticamente a própria
atuação e o contexto em que ela ocorre e de interagir cooperativamente com a comunidade
profissional a que pertence.
Pensamos que apensar de todos os entraves apresentados na vida docente do
professor este, deverá desenvolver as competências profissionais indispensáveis para enfrentar
os desafios que eles reservam os sistemas sócias em plena evolução.
Ao questionarmos os professores sobre que dimensões estiveram presentes em sua
formação inicial (questão 10) e quais estão presentes em sua prática atual (questão 11),
constatarmos que as dimensões política, do conhecimento, pratica, ética, metodologia e
31

aspectos da cidadania de acordo com suas respostas, fizeram e fazem-se presentes em suas
respostas, fizeram e fazem-se presentes em suas vidas. Entretanto, os mesmo professores não
fazem referencia quanto à dimensão tecnológica na base de sua formação, fazendo-se presente
apenas na prática de alguns.
Diante disso, podemos dizer que os saberes dos professores se adquirem através
das experiências que se fundamenta no trabalho cotidiano e no conhecimento de seu meio,
pois são saberes que brotam da experiência e são por ela validos, incorporam-se a vivencia
individual e coletiva sob a forma de hábitos e de habilidades, de saber fazer e de saber ser.
É por meio desses saberes que os professores julgam a formação que adquiriram, a
pertinência ou o realismo dos planos e das reformas que lhe são propostas e concebem os
modelos de excelência profissional. Eles constituem hoje a cultura docente em ação, e é muito
importante que sejamos capazes de perceber essa cultura que não pode ser reduzida a nível
cognitivo.
32

5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

O quadro educacional brasileiro, nas últimas décadas passou por significativas


transformações influenciadas pelos fatores políticos e econômicos que culminam na
consolidação da sociedade globalizada. Tendo em vista a abertura de fronteiras que interlega o
mundo pelas tecnologias de informação e comunicação, o contexto educacional se volta para
atender as necessidades do mercado que intensifica o quadro de competição entre os sujeitos
diante de um restrito mundo de trabalho.
A qualificação do homem reclamado pelo mercado incidiu em mudanças na
concepção filosófica da educação resultando na reestruturação do ensino brasileiro através da
implantação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9394/96, que comtempla nos art. 61
a 67 a formação dos profissionais da educação voltada ao atendimento da realidade que se
insere no novo tecido social caracterizado pelos ideais neoliberais.
Pensar na formação professor, principalmente das séries inicias do Ensino
fundamental, no que diz respeito ao compromisso do governo em oferecer educação a todos
que estiverem fora da escola, requer intensas reflexões que ultrapassam os muros da escola.
Podemos afirmar que, no tempo atual, um professor que não tenha um nível razoável de
angustia em relação a sua atividade, que não se sinta desacomidado, com certeza, não é
professor do tempo atual.
Refletir sobre o professor enquanto ser concreto exige que nos remetemos ao seu
mundo de atuação. Nos aproximaremos da realidade nos dias atuais e confrontarmo-nos com
um prodigioso leque de desafios. Diante do quadro proposto pela LDB 9394/96, relativo ao
processo de formação continuada do professor, pensamos que a formação deve ser
acompanhada da contemplação das dimensões pessoais e profissionais do professor na
sociedade capitalista, estamos diante de um novo paradigma vigente, diante de uma sociedade
que busca novas respostas; entretanto, a “velha ordem” permanece impregnada em cada
pessoa, em cada educador.
O professor precisa ter uma percepção política mais global para poder resignificar
sua ação, ate porque não serão poucas as resistências que provavelmente encontrará na sua
tentativa de realizar uma prática transformadora. Tendo esta visão, compreenderá que não se
33

trata apenas de buscar “diferentes técnicas pedagógicas” onde alguns optariam por um tipo,
outros optariam por outros, exercendo livre poder de escolta.
Para promover a mudança de qualidade na prática docente, o processo de
capacitação não pode restringir-se a participação dos educadores em palestras, seminários e
cursos, mas fundamentalmente de significar seu envolvimento em estudos sistemáticos. Para
isso é necessário levar os profissionais a organizar plano de estudos individual em grupo
(Alves, 1995: 63).
Pensamos que o momento atual exige uma organização e uma atuação que
consigam contribuir de maneira efetiva para o estabelecimento de uma política educacional
mais justa e adequada em todo o país. E é por meio do encontro — e muitas vezes confronto
— de idéias que surgem as reais necessidades, dificuldades e soluções para questões que tanto
afetam a formação do educador.
34

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, Nilda (Org.). Formação de professores: pensar e fazer. São Paulo: Cortez, 1992

FERREIRO, Emília. Reflexões sobre Alfabetização. Cortez. Autores associados de São Paulo,
1999

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa/Paulo Freire São
Paulo: Paz e Terra, 1996. (Coleção leitura).

__________. Vida e Obra/ Org Ana Inês Souza (et al) São Paulo. Expressão Popular, 2001.

KINCHELOE, Joe L. A formação do professor como compromisso politico: mapeando o


pós-moderno /Joe L. Kincheloe: trad. Nilze Mario Campos pellanda . — Porto alegre:
artes médicas, 1997.

LIBÂNEO, Carlos José. Adeus Professor, Adeus Professora? Novas exigências educacionais
e profissão docente. São Paulo: Cortez, 1999.

LUCKESI, Sipriano Carlos. Filosofia da Educação. São Paulo: Cortez, 1994.

MENEZES, Luiz Carlos (Org.) professores: Formação e profissão. SP, autores Associados,
1996.

NÓVOA, Antonio (Coord.) Os professores e sua formação. Lisboa: Publicações. Dom


Quixote/II. Ed. , 1992.

PERRENOUD, Philippe Dez novas Competências para Ensinar/Philippe Perrenoud. Trad.


Patrícia Chittoni Ramos. Porto Alegre. Artes médicas Sul, 2000.

________________. As competências para ensinar no século XXI: a formação dos


professores e o desafio da avaliação — Porto alegre: Artued Editora, 2002.
35

PIMENTA, Garrido Selma ( Org). Saberes Pedagógicos e Atividade Docente. São Paulo:
Cortez, 1999.

VASCONCELOS, Celso dos Santos, 1956- Para onde vai o professor? Resgate do professor
como sujeito de trasnformação, Libertad, 2001. São Paulo.
36

Anexos
37

Caro (a) professor (a) você como mediador de conhecimentos e atuante nas séries
iniciais do Ensino Fundamental, faz parte do nosso objeto de estudos. Assim solicitar sua
opinião nas questões abaixo.

Questionário 1.
1. Qual o seu papel como professor na sociedade atual?
⇒ De educador compromissado com a formação de cidadãos, formadores de opinião,
sujeito da história.
2. O que você faz para cumprir esse papel
⇒ Utilizo o tempo de aula para conversar com os alunos sobre diversos assuntos,
exemplificando e mostrando a realidade.
3. Qual a sua formação inicial?
Magistério (formação de professor)
4. Você participou de alguma atividade de formação continuada? Qual ou quais?
⇒ Sim, curso de especialização em políticas sociais e movimentos sociais.
5. Caso positivo, que contribuição essa formação lhe trouxe?
⇒ Maior compreensão sobre os problemas sociais e econômicos que afligem a sociedade
na relação com o governo.
6. Caso não tenha participado, por que isso ocorreu?

7. Fale sobre a qualidade do seu trabalho.


⇒ É impossível uma boa qualidade, mediante a infraestrutura necessária que é inexistente.
8. Seus objetivos como professor estão sendo atingidos?
Não, pois o nível intelectual, político dos alunos é muito baixo devido à massificação do
ensino.
9. Em caso negativo, quais as causas do insucesso?
A desvalorização do educador, do ensino, do conhecimento.
10. Que dimensões estiveram presentes em sua formação inicial?
a) (x) dimensão política
b) (x) dimensão do conhecimento
c) (x) dimensão prática
38

d) ( ) dimensão tecnológica
e) (x) dimensão ética
f) (x) dimensão metodológica
g) (x) cidadania (direitos, deveres, valores).

11. Agora, indique os principais aspectos presentes em sua prática atual.


a) (x) dimensão política
b) (x) dimensão do conhecimento
c) (x) dimensão prática
d) (x) dimensão tecnológica
e) (x) dimensão ética
f) (x) dimensão metodológica
g) (x) cidadania (direitos, deveres, valores).
39

Caro (a) professor (a) você como mediador de conhecimentos e atuante nas séries
iniciais do Ensino Fundamental, faz parte do nosso objeto de estudos. Assim solicitar sua
opinião nas questões abaixo.

Questionário 2.
1. Qual o seu papel como professor na sociedade atual?
⇒ O professor hoje precisa estar atento para as constantes mudanças que moldam a
sociedade, seu papel é assumir o compromisso de mediar esses novos conhecimentos,
mesmo que às vezes não seja remunerado nem reconhecido com professor.
2. O que você faz para cumprir esse papel
⇒ Procuro seguir a formação continuada, participando de cursos, seminários, palestras,
etc. mas sei que ainda me falta uma coisa a aprender.
3. Qual a sua formação inicial?
⇒ Magistério – ensino médio
4. Você participou de alguma atividade de formação continuada? Qual ou quais?
⇒ Sim, metodologias para turma de aceleração pela COED, formação continuada para os
professores da prefeitura municipal de Belém (uma vez por mês, durante o ano todo),
curso de graduação em pedagogia.
5. Caso positivo, que contribuição essa formação lhe trouxe?
⇒ Através da formação continuada pude ampliar meus conhecimentos, melhorando
muito minha pratica pedagógica.
6. Caso não tenha participado, por que isso ocorreu?

7. Fale sobre a qualidade do seu trabalho.


⇒ É difícil falar da qualidade do trabalho, quando você é ao mesmo tempo sujeito e
objeto das ações que fazem o profissional da educação, mas procuro fazer o melhor
que posso.
8. Seus objetivos como professor estão sendo atingidos?
⇒ Na maioria das vezes, eu alcanço os meus objetivos, com relação ao sucesso do
desenvolvimento do processo ensino aprendizagem dos meus alunos, porem é difícil
trabalhar sem ajuda das autoridades competentes.
40

9. Em caso negativo, quais as causas do insucesso?


⇒ O insucesso ocorre às vezes em função do professor trabalhar sem assessoria
pedagógica e condições físicas, sociais e econômicas.
10. Que dimensões estiveram presentes em sua formação inicial?
a. (x) dimensão política
b. (x) dimensão do conhecimento
c. (x) dimensão prática
d. ( ) dimensão tecnológica
e. (x) dimensão ética
f. (x) dimensão metodológica
g. (x) cidadania (direitos, deveres, valores).

11. Agora, indique os principais aspectos presentes em sua prática atual.


a. (x) dimensão política
b. (x) dimensão do conhecimento
c. (x) dimensão prática
d. (x) dimensão tecnológica
e. (x) dimensão ética
f. (x) dimensão metodológica
g. (x) cidadania (direitos, deveres, valores).
41

Caro (a) professor (a) você como mediador de conhecimentos e atuante nas séries
iniciais do Ensino Fundamental, faz parte do nosso objeto de estudos. Assim solicitar sua
opinião nas questões abaixo.

Questionário 3.
1. Qual o seu papel como professor na sociedade atual?
⇒ Papel de transformador educacional
2. O que você faz para cumprir esse papel
⇒ Procuro fazer uma integração com o corpo discente
3. Qual a sua formação inicial?
⇒ Magistério formação de professor
4. Você participou de alguma atividade de formação continuada? Qual ou quais?
⇒ Informática e educação
5. Caso positivo, que contribuição essa formação lhe trouxe?
⇒ Melhor entendimento e maior aperfeiçoamento em informática.
6. Caso não tenha participado, por que isso ocorreu?

7. Fale sobre a qualidade do seu trabalho.


⇒ É regular, pois ainda falta muito para ser considerado bom, e a mau remuneração dos
professores é um fator muito importante.
8. Seus objetivos como professor estão sendo atingidos?
⇒ Não
9. Em caso negativo, quais as causas do insucesso?
⇒ Incentivo do governo.
10. Que dimensões estiveram presentes em sua formação inicial?
a. (x) dimensão política
b. (x) dimensão do conhecimento
c. (x) dimensão prática
d. ( ) dimensão tecnológica
e. (x) dimensão ética
42

f. (x) dimensão metodológica


g. (x) cidadania (direitos, deveres, valores).

11. Agora, indique os principais aspectos presentes em sua prática atual.


a. (x) dimensão política
b. (x) dimensão do conhecimento
c. (x) dimensão prática
d. (x) dimensão tecnológica
e. (x) dimensão ética
f. (x) dimensão metodológica
g. (x) cidadania (direitos, deveres, valores).
43

Caro (a) professor (a) você como mediador de conhecimentos e atuante nas séries
iniciais do Ensino Fundamental, faz parte do nosso objeto de estudos. Assim solicitar sua
opinião nas questões abaixo.

Questionário 4.

1. Qual o seu papel como professor na sociedade atual?


⇒ O papel de transformador, critico, perante os alunos.
2. O que você faz para cumprir esse papel
⇒ Tenho uma visão critica e questionadora perante a sociedade
3. Qual a sua formação inicial?
⇒ Magistério formação do professor
4. Você participou de alguma atividade de formação continuada? Qual ou quais?
⇒ Não
5. Caso positivo, que contribuição essa formação lhe trouxe?

6. Caso não tenha participado, por que isso ocorreu?


⇒ Por falta de oportunidade
7. Fale sobre a qualidade do seu trabalho.
⇒ O meu trabalho esta deficitário, pois não apresenta recursos didáticos que venham
ajudar na prática educativa.
8. Seus objetivos como professor estão sendo atingidos?
⇒ Em alguns aspectos, pois a falta de materiais impede uma melhoria pedagógica.
9. Em caso negativo, quais as causas do insucesso?
⇒ Falta de material, apoio por parte da orientação.
10. Que dimensões estiveram presentes em sua formação inicial?
a. (x) dimensão política
b. (x) dimensão do conhecimento
c. (x) dimensão prática
d. ( ) dimensão tecnológica
44

e. (x) dimensão ética


f. (x) dimensão metodológica
g. (x) cidadania (direitos, deveres, valores).

11. Agora, indique os principais aspectos presentes em sua prática atual.


a. (x) dimensão política
b. (x) dimensão do conhecimento
c. (x) dimensão prática
d. ( ) dimensão tecnológica
e. (x) dimensão ética
f. (x) dimensão metodológica
g. (x) cidadania (direitos, deveres, valores).
45

Caro (a) professor (a) você como mediador de conhecimentos e atuante nas séries
iniciais do Ensino Fundamental, faz parte do nosso objeto de estudos. Assim solicitar sua
opinião nas questões abaixo.

Questionário 5.
1. Qual o seu papel como professor na sociedade atual?
⇒ Proporcionar condições para que a aprendizagem aconteça no convívio da sala de aula
e fora da escola de forma significativa para os alunos
2. O que você faz para cumprir esse papel?
⇒ Trabalho tentando despertar o interesse dos alunos para construção dos
conhecimentos voltados muitas vezes para conteúdos propostos.
3. Qual a sua formação inicial?
⇒ Ensino médio – magistério – formação de professor
4. Você participou de alguma atividade de formação continuada? Qual ou quais?
⇒ Sim, do programa recomeço para educação de jovens e adultos.
5. Caso positivo, que contribuição essa formação lhe trouxe?
⇒ Possibilitou melhorias significativas em praticas diárias como educadores.
6. Caso não tenha participado, por que isso ocorreu?

7. Fale sobre a qualidade do seu trabalho.


⇒ Considero satisfatório com aberturas para melhorias
8. Seus objetivos como professor estão sendo atingidos?
⇒ Sim
9. Em caso negativo, quais as causas do insucesso?

10. Que dimensões estiveram presentes em sua formação inicial?


a. ( ) dimensão política
b. (x) dimensão do conhecimento
c. (x) dimensão prática
46

d. ( ) dimensão tecnológica
e. (x) dimensão ética
f. (x) dimensão metodológica
g. (x) cidadania (direitos, deveres, valores).

11. Agora, indique os principais aspectos presentes em sua prática atual.


a. (x) dimensão política
b. (x) dimensão do conhecimento
c. (x) dimensão prática
d. (x) dimensão tecnológica
e. (x) dimensão ética
f. (x) dimensão metodológica
g. (x) cidadania (direitos, deveres, valores).

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