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Formacao Do Professor A Tecnica Do Saber Fazer
Formacao Do Professor A Tecnica Do Saber Fazer
Belém-Pará
2002
EDILZA GOMES BARBOSA
RAIMUNDA DO CARMO CALIL
Belém-Pará
2002
EDILZA GOMES BARBOSA
RAIMUNDA DO CARMO CALIL
Avaliado por:
____________________________
Prof. _____________________
(UNAMA)
DATA _____/_____/______
Belém-Pará
2002
Dedico este trabalho a Santa Rita de cássia e a nossa senhora, mãe de todas
as mães, que intercederam a Deus por mim, para que eu pudesse viver,
aprender e repartir com os outros o meu saber fazer, a minha mãe por ter
me feito parte dela e aos meus filhos, Fernanda e Fabrício, minha maior
razão de ser.
Calil
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por possibilitar a minha vivencia a todos as pessoas que
direta ou indiretamente me apoiaram nesta caminhada, aos professores,
pela mediação das novas descobertas no curso de pedagogia e em especial
ao professor Neivaldo pela orientação.
Calil
Agradeço a Deus pela vida, pela luta e pela vitória, a todos aqueles que
direta ou indiretamente estiveram me apoiando nesta caminhada e aos
professores do Curso de Pedagogia pela mediação de novas descobertas e
ao Professor mestre Neivaldo pela orientação.
Edilza
iii
Quem somos nós, quem é cada um de nós, senão uma combinação de experiências, de
informações de leituras, de imaginações?
Cada vida é uma enciclopédia, uma biblioteca, um comentário de objetos, uma
amostragem de estilos, onde tudo pode ser continuamente remexido e reordenado de
todas as maneiras possíveis.
Ítalo Calvino
iv
RESUMO
professor nas series iniciais do Ensino Fundamental, buscando entender a Técnica do Saber Fazer,
enfatizando a dissociação entre a teoria e a prática, assim como verificar o seu entendimento e
desempenho acerca da formação continuada à luz da LDB/9394/96. Foi realizada uma pesquisa a
partir da aplicação de questionários com cinco professores da rede publica estadual e municipal. Fez-
se uma análise qualitativa dos resultados e constatou-se que os professores apresentam um discurso
entanto, justificam a ineficácia de suas ações atribuindo culpa à falta de incentivo do governo, à
que o estudo realizado poderá contribuir para reflexões e elaboração de propostas de ações para uma
prática pedagógica mais consciente, possibilitando o resgate da dimensão do saber fazer na formação
PALAVRAS-CHAVE
Autonomia
Desempenho
Fazer
Formação
Técnica
1
1- INTRODUÇÃO
1.1 O TE MA DE ESTUDO
A intenção é buscarmos uma melhor compreensão em relação a formação do
professor, assim como da sua competência técnica do saber intermediar as problemáticas que
geram novos conhecimentos em seu dia-a-dia com o aluno, visto que o contexto social hoje,
exige uma educação voltada para a construção de um homem com visão de mundo globalizada
e, diante dessas exigências, a escola precisa oferecer serviços de qualidade e um produto de
qualidade, de modo que os alunos que passem por ela, ganhem melhores e mais efetivas
condições de se inter-relacionar sabendo exercer a liberdade política e intelectual. O tema em
estudo é, portanto, a Técnica do Saber Fazer.
Na condição de professoras, inseridas no processo de formação continuada,
sentimos que é preciso promover o resgate da profissionalidade do professor, reconfigurar as
características da sua profissão na busca da identidade profissional, levando em conta todas as
transformações ocasionadas na visão do mundo contemporâneo capitalista e globalizado que
hoje coloca a sociedade na condição de uma imensa aldeia, onde o professor ao vender sua
força de trabalho mediante a um salário, também se transforma em mercadoria como qualquer
operário. O aluno, por sua vez, enquanto parte integrante deste sistema, atua como mero
aprendiz, como se a educação fizesse parte de um mecanismo industrial, com produção em
série.
Pensamos que o novo professor precisaria no mínimo de uma cultura mais
ampliada, capacidade de aprender a aprender, competência para saber agir na sala de aula,
habilidade comunicativa, domínio da linguagem informacional, saber usar os meios de
comunicação e articular as aulas com as mídias e multimídias, como também, quando
conhecedor de todas as suas potencialidades, ser capaz de intervir seguramente em prol de uma
educação de qualidade que venha contribuir efetivamente para uma sociedade mais justa e
igualitária.
Entretanto a produção do homem é algo que em tese, cabe a sociedade como um
todo fazer. O que tem ocorrido é que paulatinamente esta função tem sido transferida para
uma instância particular: a escola! Há um movimento progressivo: a aprendizagem de condutas
e de saberes passa das famílias e das comunidades à escola (desde os hábitos educacionais mais
elementares: escovar dentes, amarrar sapatos, respeitar os mais velhos etc).
2
Por outro lado, hoje o professor está órfão de pai (Estado - que representa os
interesses da classe dominante) e de mãe (sociedade civil): de pai porque o Estado já não
precisa tanto dele para a formação de mão-de-obra e para a inculcação ideológica, e mãe,
porque a sociedade, a comunidade, não identifica o professor como um aliado, uma vez que
“já não fazem professores como antes”.
Vivemos, pois, este paradoxo: nunca se precisou tanto do professor e nunca se deu
tão pouco a ele – tanto do ponto de vista da formação, quanto da remuneração e condições de
trabalho.
Entendemos que, mais que nunca, é o momento do resgate de transformação, se
comprometendo com a alteração das condições de seu trabalho, tanto do ponto de vista
objetivo, quanto subjetivo e articulando um novo Projeto Político-Pedagógico.
Entretanto a promoção dessa melhoria só poderá ocorrer na medida em que se
tenha a compreensão dos problemas existentes, para que a partir daí, possam ser apontadas
direções a serem seguidas. Portanto, ao realizarmos um trabalho voltado para a Formação de
Professores, temos a convicção de que estamos contribuindo de alguma forma, para uma
educação de qualidade.
1.2 JUSTIFICATIVA
Analisar o fazer do professor, é de fundamental importância para nós, por
percebemos que a Formação do Professor do ensino Fundamental, principalmente de 1ª a 4ª
séries, tem sido alvo de inúmeras críticas por parte de quase todos os segmentos da sociedade
do nosso país, em razão da função social da escola, como espaço do saber sistematizado.
Somos criticados pelas nossas más formações e por apresentarmos uma prática pedagógica
idealista e alienada.
Em relação à formação, ZEICHNER( 1993) ressalta a importância de preparar
professores que assumam uma atitude reflexiva em relação ao seu ensino e às condições sociais
que o influenciam.
Para ele, a formação de professores na tendência reflexiva se configura como
uma política de valorização do desenvolvimento pessoal-profissional dos professores e das
instituições escolares, uma vez que supõe condições de trabalho propiciadoras da formação
contínua dos professores no local de trabalho, em redes de autoformação e em parceria com
outras instituições de formação. Isso porque trabalhar o conhecimento na dinâmica da
3
(...) Como professor preciso me mover com clareza. Preciso conhecer as diferentes dimensões que
caracterizam a essência da prática, o que me pode tornar mais seguro do meu próprio desempenho.
Freire (1999: 80)
4
Segundo Paulo Freire ( 199:103) o professor que não leva a sério sua formação,
que não estuda e não se esforça para estar à altura de sua tarefa, não tem força moral para
coordenar as atividades de sua classe. Em nosso campo de observação comprovamos esta falta
de interesse e motivação, mesmo partindo de profissionais que já passaram por curso de
graduação e pós-graduação, o que acarreta uma fragmentação na evolução do conhecimento
dos alunos.
Paradigmas são quebrados na história da humanidade e o profissional da educação
precisa acompanhar a evolução das tecnologias. A configuração política e econômica descrita
na sociedade neoliberal foi consolidasda a partir da elaboração de uma nova proposta
educacional através da LDB – 9394/96 que preconiza a formação e preparação de homem de
acordo com os interesses do mercado. O professor inserido neste contexto de mudanças, é
obrigado a redirecionar sua formação, visando atender a atual conjuntura e em sua prática
pedagógica ele se depara com diversos desafios como: estar em constantes pesquisas, no
sentido de atender a diversidade de informações que o novo contexto social lhe propicia para
refletir e redirecionar sua prática e saber com clareza que caminhos seguir.
São inúmeros os desafios, porém o professor não deve cruzar os braços diante da
diversidade de conhecimentos que o mundo globalizado apresenta, e sim buscar mecanismos
que favoreçam a construção de conhecimento, articulado com o processo de mudanças que se
fazem presente na sociedade contemporânea. Ele precisa ter a consciência de que seu papel
mais importante é saber ser um cooperador e estimulador das descobertas de seus alunos.
Segundo Libâneo ( 1998: 84):
Os educadores críticos estão desafiados a repensar objetivos e processos pedagógicos-didáticos em sua conexão
com as relações entre educação e economia, educação e sociedade técnico-científica-informacional, para além
dos discursos contra o domínio do mercado e a exclusão social.
1.4 OBJETIVOS
- GERAL:
Realizar uma análise reflexiva sobre a Formação do professor e sua prática, para
identificar ou não a existência do compromisso político, ético, social e cultural, com relação a
função da escola.
- ESPECÍFICOS:
2. REFERENCIAL TEÓRICO
só poderá ocorrer com o seu “saber fazer”, daí a importância da sua formação continuada,
pois,
O professor, responsável direto pelo cotidiano da sala de aula, apresenta-se, então, como mais ou menos
qualificado para exercer sua função, com maior ou menor autonomia e controle sobre o seu processo de
trabalho. ( ENGUITA:.232)
professor na tomada de decisões que afetam diretamente sua prática pedagógica, neste caso a
formação do professor, a luz da proposta apresentada na LDB 9394/96, pode ser entendida
como busca de espaço para a emancipação do trabalho docente.
O início deste milênio aponta um panorama educacional que apresenta mudanças
significativas com os PCNs e a LDB 9394/96 que evidencia um novo paradigma urgente
diante de uma sociedade que também está atravessando um quadro de informações, sociais,
econômico e principalmente tecnológico, exigindo do homem uma resposta neste contexto de
mudanças contínuas. Cabe a este homem, se adequar ao “novo” o que só poderá ocorrer
através da educação. Então a educação precisa ser repensada e avaliada sem perder de vista a
escola, no seu papel como instituição necessária ao processo de construção do conhecimento.
Neste sentido ALESSADRINE (2001: 160).
conhecimento se torna um agente passivo e obediente ao sistema corporativista, uma vez que
os cursos de formação para professores estão voltados para as teorias pré-estabelecidas pelo
sistema. A ampliação dos conhecimentos se inicia com a graduação e o professor nunca poderá
parar de buscar novos conhecimentos para atender às exigências que o sistema lhe impões.
Neste sentido Menezes (1996: 159) diz que: A formação permanente é um processo contínuo que começa
nos estabelecimentos de formação inicial e que prossegue através das diversas etapas da vida profissional dos
professores.
A formação continuada de professores não pode ser concebida como um processo
cumulativo de informação e conhecimento, pois, tem sua gênese na formação inicial e se
prolonga para toda vida profissional do professor e ajuda no desenvolvimento das
competências políticas, técnicas e humanas com o objetivo de melhorar sua prática.
As pesquisas sobre formação e profissão docente apontam para uma revisão da
compreensão da prática pedagógica do professor, que é tomado como mobilizador de saberes
profissionais. Considera-se assim, que este, em sua trajetória, constrói seus conhecimentos
conforme a necessidade de utilização dos mesmo, suas experiências, seus percursos formativos
e profissionais.
O professor hoje precisa mostrar a si e a sociedade, que tem a capacidade de
perceber, observar, refletir e sistematizar as experiências apresentadas por seus alunos, pois ser
professor é viver constantemente se identificando com o saber fazer e estar engajado na
reformulação da escola, apresentando propostas educativas metodológicas, visando atender as
novas exigências da formação postas pelas realidades contemporâneas: Com a
superinformação, o relativismo ético e a consciência ecológica, saber trabalhar a
transversalidade e a contextualização. Mas para que isso se torne realidade, é necessário que ele
esteja em permanente formação continuada. Assim diz Ramos (1991:83). “Quanto à formação
continuada (ou permanente, ou em serviço etc) visa ao acompanhamento e atualização de professores que já
militam no ensino”.
Percebe-se que ao rastrear os objetivos da formação contínua dos professores, que
é nítida a compreensão, quase hegemônica, de que está formação tem como responsabilidade
última, contribuir para a melhoria das competências profissionais dos professores e,
fundamentalmente, para a melhoria da qualidade do ensino e da educação.
Estes dois grandes objetivos trazem à tona, quando se busca a melhoria das
competências profissionais do professor por intermédio do investimento na formação
12
contínua desses profissionais, o sentido de que sua prática profissional e obsoleta, disforme,
insuficiente, cuja deficiência radica-se nas convicções de que a formação inicial recebida e o
desenvolvimento do exercício do magistério são geradores de uma prática profissional limitada,
desatualizada e responsável pela diminuição da qualidade do ensino e pela baixa aprendizagem
dos alunos, justificados pelo insucesso escolar.
Assim entendida, a formação constituí não só um processo de aperfeiçoamento
profissional, mas também um processo de transformação da cultura escolar, em que novas
práticas participativas e de gestão democráticos vão sendo implantadas e consolidadas. Neste
sentido Kincheloe (1997:87) diz que a formação de professores reflexivos configura um
projeto emancipatório.
Nota-se no entanto que essa emancipação não é fácil de acontecer, uma vez que
existe uma certa resistência a mudanças tanto por parte de alguns professores quanto pelo
sistema que ainda está atrelado ás burocracias.
Pensar num sistema de formação de professor supõe, portanto, reavaliar objetivos,
conteúdos, métodos, formas de organização de ensino, diante da realidade em transformação,
pois além das teorias, o professor deve ter um olhar abrangente para o contexto educacional e
saber conduzir de maneira interdisciplinar os aspectos que envolvem a formação do homem
reflexivos, critico, questionador e com autonomia para através do saber interagir, modificar o
seu meio trazendo para si, novos conhecimento, pois enquanto constrói o mundo, está se
auto-construindo.
Observa-se que está em baixa o senso de profissionalismo, uma vez que o aluno
entra na profissão sem o compromisso pedagógico sem uma bagagem cultural para reparar aos
educandos. Infelizmente a sociedade recebe cada vez mais profissionais descompromissados
da responsabilidade de seu importante papel na construção do conhecimento.
Segundo Pimenta (1999:30). As investigações sobre o professor reflexivo, ao
colocarem os nexos entre formação e profissão como constituintes dos saberes específicos da
docência, bem como as condições materiais em que se realizam, valorizam o trabalho do
professor como sujeitos das transformações que se fazem necessárias na escola e na sociedade.
O que sugere o tratamento indisssociado entre formação, condições de trabalho, salário,
jornada, gestão, currículo.
Essa perspectiva apresenta um novo paradigma sobre formação de professores e
suas implicações sobre a profissão docente.
13
envolvidos. Ainda que a LDB 9394/96, deixe claro no artigo 13 Da Organização da Educação
Nacional:
“ Se os professores estão sendo fortalecidos em além das estáticas visões modernistas da cognição do
professor e do conhecimento prático, eles devem tornar-se pesquisadores dos contextos educacionais.
Como futuros professores eles precisam estudar a interação entre contexto e cognição dos professores e
empregar as ferramentas da pesquisa qualitativa”.
9) nos diz que: “ Ninguém educa ninguém, como tão pouco ninguém se educar a si mesmo, os homens se
educam em comunhão mediatizados pelo mundo”
A escola com que sonhamos é aquela que assegura a todos a formação cultural
científica para a vida pessoal, profissional e cidadã, possibilitando uma relação autônoma,
crítica e construtiva com a cultura e suas várias manifestações.
Diante dessas exigências, a escola precisa oferecer serviços de qualidade e
consequentemente um produto de qualidade, de modo que os alunos passem por ela e ganhem
melhores e mais efetivas condições de exercício da liberdade política e intelectual.
20
3. METODOLOGIA
Precisamos contribuir para criar a escola que é aventura, que marcha, que não tem medo do risco,
por isso que recusa o imobilismo. A escola em que se pensa, em que se atua, em que se cria, em que
se fala, em que se ama, se adivinha, a escola que apaixonadamente diz sim a vida. Paulo Freire
Com base nesta concepção e procurando refletir criticamente acerca desta questão
prática pedagógica e concepção sócio-política, realizamos uma pesquisa com o grupo de cinco
(5) professores inseridos na rede pública, estadual e municipal, com o objetivo de avaliar o
nível de conscientização dos mesmos, tendo como parâmetro suas concepções e ações como
sujeitos de intervenção no processo educativo.
Para que o estudo obtivesse maior relevância e pudesse contribuir na reflexão da
prática pedagógica embasada em uma concepção de homem e sociedade, implícita ou explicita,
foi primordial a participação dos professores respondentes, que através de suas colocações
(questionários) acerca do trabalho desenvolvido com as crianças e suas expectativas em relação
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ás mesmas, possibilitaram uma análise rica sobre a postura e conscientização da função social
do professor como mediador do processo ensino aprendizagem.
Nas questões apresentadas para o estudo, procura-se abordar as dimensões que
interferem direta e indiretamente sobre no fazer do professor, desde a sua formação inicial,
continuada até a sua prática atual na perspectiva de percebermos a importância que a
qualificação profissional tem para com os mesmos como meta para uma educação para
cidadania.
A entrevista resgatou questionamentos importantes que enfocam as discussões
acerca da temática em questão, onde foi possível evidenciar nos discursos dos professores à
importância cada vez maior de investimentos na continuidade do processo formativo do
professor.
Observou-se também, suas angustias e necessidades durante a entrevista, nas quais
transcreveremos os discursos tais como eles se deram sem nenhuma mudança ou perda de
conteúdos.
Os quadros e falas abaixo representam as concepções implícitas na ação
pedagógica destes profissionais. Todos os professores-respondentes são do sexo feminino,
com formação no magistério, graduação ou ainda em curso.
Na primeira pergunta da entrevista quando foi solicitado que eles se
posicionassem, qual o seu papel como professor na sociedade atual? Os mesmos responderam
que:
O professor hoje precisa estar atento pra as mudanças que moldam a sociedade, seu
PProf. 2 papel e assumir o compromisso de mediar esses novos conhecimentos mesmo que
às vezes, não seja remunerado nem reconhecido como professor.
Em relação à segunda questão, perguntou-se: o que você faz para cumprir esse
papel? Aos que responderam.
Utilizo o tempo de aula para conversar com os alunos sobre diversos assuntos
PProf. exemplificando e mostrando a realidade
1
Tenho uma visão crítica e questionadora perante a sociedade.
PProf.
2
Procuro seguir a formação continuada, participando de cursos, seminários e
PProf. palestras etc, mas sei ainda me falta muita coisa para aprender.
3
Procuro fazer uma integração com o corpo discente
PProf.
4
Trabalho procurando despertar o interesse dos alunos para a construção do
PProf. conhecimento voltado muitas vezes para os conteúdos propostos.
5
Quem somos nós quem é cada um de nós, senão uma combinatória de experiências, de informações, de
leituras, de imaginações? Cada vida é uma enciclopédia, uma biblioteca, um inventário de objetos, uma
amostragem de estilos, onde tudo pode ser continuamente remexido e reordenado de todas as maneiras
possíveis.
Como educadores que somos, encontramo-nos em um movimento de renovação
diante desse modelo revolucionário de projeto educacional. Deparamo-nos com a necessidade de
trabalharemos no sentido de aprimorar nosso conhecimento e desenvolver nossas possibilidades,
favorecendo, assim, o desenvolvimento das competências de nossos aprendizes, permitindo-lhes
que aprendam a penar por eles próprios a partir de diretrizes básicas, permeadas por valores e
princípios.
licenciando (nem mesmo quando a formação inicial recebida tiver sido da melhor faculdade).
Isso porque, entre outras razões, a formação docente é um processo complexo para o qual são
necessários muitos conhecimentos e habilidades, impossíveis de serem todos adquiridos no curto
espaço de tempo que dura sua formação inicial.
Vasconcelos (1956:54) afirma que quando o professor tem claro para si os motivos
de sua opção e permanência no magistério, pode revelá-los aos alunos, ajudando-os a
resignificarem sua presença na escola. O autor mostra neste parágrafo que o professor opta pelo
ato de mediar conhecimentos deve ter objetivos concretos e definidos, pois é através de sua
atividade em sala de aula que ele pode estar partindo de todos os movimentos de transformação
da realidade, todavia para que esta possibilidade se efetive, é preciso que o professor assuma uma
postura crítica diante dos desafios que estão colocados no cotidiano. Na seqüência da entrevista
perguntamos: você já participou de alguns cursos de formação continuada?
A profissionalização é uma transformação estrutural que ninguém pode dominar sozinho. Por isso, ela
não se decreta, mesmo que as leis, os estatutos, as políticas da educação possam facilitar ou frear o
processo. O que significa que a profissionalização de um ofício é uma aventura coletiva, mas que se
desenrola também, largamente, através das opções pessoais dos professores de seus projetos e suas
estratégias de formação.
Ensinar é, portanto, reforçar a decisão de aprender, sem agir como se ela estivesse
tomada de uma vez por todas. É não encerrar o aluno em uma concepção do ser sensato e
responsável, que não convém nem mesmo a maior parte dos adultos.
Dessa forma, o saber do professor pode ser racional sem ser um saber cientifico,
pode ser um saber prático que está ligado a ação que o professor produz um saber que não é da
ciência, mas que não deixa de ser legitimo. Assim, o saber é considerado como resultado de uma
produção social, sujeito a revisões e reavaliações, fruto de uma interação entre os sujeitos. Daí a
importância dos cursos de formação continuada na vida do professor.
Assim, ele se perde no tempo e no espaço e não percebe que o ato de mediar
conhecimento exige curiosidade, permanente, é pela curiosidade que se chega às verdades.
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Assim diz Freire (2000a: 95). Como professor devo saber que sem a curiosidade que
me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino. Segundo o autor,
buscar a curiosidade epistemológica é um exercício de disciplina e liberdade, tornando-se
fundamental, pois, no processo de formação de professor, compreendo a história de
transformação social pelo ato do saber fazer do professor. Perguntamos aos nossos
entrevistados: caso não tenha participado, porque isso não ocorreu?
Neste caso temos apenas um professor que evidencia em seu discurso a falta de
oportunidade, na verdade ele representa uma amostra do universo de professores que não tem
oportunidades para participar da formação continuada. Sabemos que a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação (LDB 9394/96) respalda a necessidade de investimento na formação contínua de
professores, propondo-lhes atualização nas diversas áreas de ensino, porém o que se nota é que
existem políticas centradas na qualificação do professor, não oferecem condições e muito menos
valorização deste profissional, segundo Perrenoud (2000: 178) a profissionalização não avançará
se não deliberadamente estimulada por políticas concentradas no que diz respeito à formação de
professores, a seu contrato, à maneira como prestam conta de seu trabalho ao estatuto dos
estabelecimentos e das equipes pedagógicas. Pensamos que se o governo não oportunizar,
muitos professores não terão chances de ampliar seus conhecimentos. Contudo, precisamos
lembrar que o bom profissional reflete sua prática e procura meios que proporcionem avanços.
Prof.5 Sim.
Diante das respostas acima, percebemos que a maioria dos professores não alcança
a totalidade dos objetivos em suas ações como educados. Sabemos, contudo que, para se
30
aspectos da cidadania de acordo com suas respostas, fizeram e fazem-se presentes em suas
respostas, fizeram e fazem-se presentes em suas vidas. Entretanto, os mesmo professores não
fazem referencia quanto à dimensão tecnológica na base de sua formação, fazendo-se presente
apenas na prática de alguns.
Diante disso, podemos dizer que os saberes dos professores se adquirem através
das experiências que se fundamenta no trabalho cotidiano e no conhecimento de seu meio,
pois são saberes que brotam da experiência e são por ela validos, incorporam-se a vivencia
individual e coletiva sob a forma de hábitos e de habilidades, de saber fazer e de saber ser.
É por meio desses saberes que os professores julgam a formação que adquiriram, a
pertinência ou o realismo dos planos e das reformas que lhe são propostas e concebem os
modelos de excelência profissional. Eles constituem hoje a cultura docente em ação, e é muito
importante que sejamos capazes de perceber essa cultura que não pode ser reduzida a nível
cognitivo.
32
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
trata apenas de buscar “diferentes técnicas pedagógicas” onde alguns optariam por um tipo,
outros optariam por outros, exercendo livre poder de escolta.
Para promover a mudança de qualidade na prática docente, o processo de
capacitação não pode restringir-se a participação dos educadores em palestras, seminários e
cursos, mas fundamentalmente de significar seu envolvimento em estudos sistemáticos. Para
isso é necessário levar os profissionais a organizar plano de estudos individual em grupo
(Alves, 1995: 63).
Pensamos que o momento atual exige uma organização e uma atuação que
consigam contribuir de maneira efetiva para o estabelecimento de uma política educacional
mais justa e adequada em todo o país. E é por meio do encontro — e muitas vezes confronto
— de idéias que surgem as reais necessidades, dificuldades e soluções para questões que tanto
afetam a formação do educador.
34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, Nilda (Org.). Formação de professores: pensar e fazer. São Paulo: Cortez, 1992
FERREIRO, Emília. Reflexões sobre Alfabetização. Cortez. Autores associados de São Paulo,
1999
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa/Paulo Freire São
Paulo: Paz e Terra, 1996. (Coleção leitura).
__________. Vida e Obra/ Org Ana Inês Souza (et al) São Paulo. Expressão Popular, 2001.
LIBÂNEO, Carlos José. Adeus Professor, Adeus Professora? Novas exigências educacionais
e profissão docente. São Paulo: Cortez, 1999.
MENEZES, Luiz Carlos (Org.) professores: Formação e profissão. SP, autores Associados,
1996.
PIMENTA, Garrido Selma ( Org). Saberes Pedagógicos e Atividade Docente. São Paulo:
Cortez, 1999.
VASCONCELOS, Celso dos Santos, 1956- Para onde vai o professor? Resgate do professor
como sujeito de trasnformação, Libertad, 2001. São Paulo.
36
Anexos
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Caro (a) professor (a) você como mediador de conhecimentos e atuante nas séries
iniciais do Ensino Fundamental, faz parte do nosso objeto de estudos. Assim solicitar sua
opinião nas questões abaixo.
Questionário 1.
1. Qual o seu papel como professor na sociedade atual?
⇒ De educador compromissado com a formação de cidadãos, formadores de opinião,
sujeito da história.
2. O que você faz para cumprir esse papel
⇒ Utilizo o tempo de aula para conversar com os alunos sobre diversos assuntos,
exemplificando e mostrando a realidade.
3. Qual a sua formação inicial?
Magistério (formação de professor)
4. Você participou de alguma atividade de formação continuada? Qual ou quais?
⇒ Sim, curso de especialização em políticas sociais e movimentos sociais.
5. Caso positivo, que contribuição essa formação lhe trouxe?
⇒ Maior compreensão sobre os problemas sociais e econômicos que afligem a sociedade
na relação com o governo.
6. Caso não tenha participado, por que isso ocorreu?
d) ( ) dimensão tecnológica
e) (x) dimensão ética
f) (x) dimensão metodológica
g) (x) cidadania (direitos, deveres, valores).
Caro (a) professor (a) você como mediador de conhecimentos e atuante nas séries
iniciais do Ensino Fundamental, faz parte do nosso objeto de estudos. Assim solicitar sua
opinião nas questões abaixo.
Questionário 2.
1. Qual o seu papel como professor na sociedade atual?
⇒ O professor hoje precisa estar atento para as constantes mudanças que moldam a
sociedade, seu papel é assumir o compromisso de mediar esses novos conhecimentos,
mesmo que às vezes não seja remunerado nem reconhecido com professor.
2. O que você faz para cumprir esse papel
⇒ Procuro seguir a formação continuada, participando de cursos, seminários, palestras,
etc. mas sei que ainda me falta uma coisa a aprender.
3. Qual a sua formação inicial?
⇒ Magistério – ensino médio
4. Você participou de alguma atividade de formação continuada? Qual ou quais?
⇒ Sim, metodologias para turma de aceleração pela COED, formação continuada para os
professores da prefeitura municipal de Belém (uma vez por mês, durante o ano todo),
curso de graduação em pedagogia.
5. Caso positivo, que contribuição essa formação lhe trouxe?
⇒ Através da formação continuada pude ampliar meus conhecimentos, melhorando
muito minha pratica pedagógica.
6. Caso não tenha participado, por que isso ocorreu?
Caro (a) professor (a) você como mediador de conhecimentos e atuante nas séries
iniciais do Ensino Fundamental, faz parte do nosso objeto de estudos. Assim solicitar sua
opinião nas questões abaixo.
Questionário 3.
1. Qual o seu papel como professor na sociedade atual?
⇒ Papel de transformador educacional
2. O que você faz para cumprir esse papel
⇒ Procuro fazer uma integração com o corpo discente
3. Qual a sua formação inicial?
⇒ Magistério formação de professor
4. Você participou de alguma atividade de formação continuada? Qual ou quais?
⇒ Informática e educação
5. Caso positivo, que contribuição essa formação lhe trouxe?
⇒ Melhor entendimento e maior aperfeiçoamento em informática.
6. Caso não tenha participado, por que isso ocorreu?
Caro (a) professor (a) você como mediador de conhecimentos e atuante nas séries
iniciais do Ensino Fundamental, faz parte do nosso objeto de estudos. Assim solicitar sua
opinião nas questões abaixo.
Questionário 4.
Caro (a) professor (a) você como mediador de conhecimentos e atuante nas séries
iniciais do Ensino Fundamental, faz parte do nosso objeto de estudos. Assim solicitar sua
opinião nas questões abaixo.
Questionário 5.
1. Qual o seu papel como professor na sociedade atual?
⇒ Proporcionar condições para que a aprendizagem aconteça no convívio da sala de aula
e fora da escola de forma significativa para os alunos
2. O que você faz para cumprir esse papel?
⇒ Trabalho tentando despertar o interesse dos alunos para construção dos
conhecimentos voltados muitas vezes para conteúdos propostos.
3. Qual a sua formação inicial?
⇒ Ensino médio – magistério – formação de professor
4. Você participou de alguma atividade de formação continuada? Qual ou quais?
⇒ Sim, do programa recomeço para educação de jovens e adultos.
5. Caso positivo, que contribuição essa formação lhe trouxe?
⇒ Possibilitou melhorias significativas em praticas diárias como educadores.
6. Caso não tenha participado, por que isso ocorreu?
d. ( ) dimensão tecnológica
e. (x) dimensão ética
f. (x) dimensão metodológica
g. (x) cidadania (direitos, deveres, valores).