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ENSINO MÉDIO

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Língua Portuguesa

ALUNO(A):_________________________________________________________________________

SÉRIE: _____________________ TURMA: _____________________ TURNO: ________


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COLÉGIO: __________________________________________________________________________
QUESTÃO 01
[…] Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os
problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um
poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. […]
Não, não deem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, podem levá-los a desenvolver esse
gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. […]
GRAMMONT, Guiomar de. Ler devia ser proibido.
In: PRADO, Jason; CONDINI, Paulo (org.). A formação do leitor: pontos de vista. Rio de Janeiro: Argus, 1999.

No texto, a figura de linguagem usada como recurso expressivo para evidenciar a importância da leitura é o(a)
a) personificação.
b) comparação.
c) pleonasmo.
d) hipérbole.
e) ironia.

QUESTÃO 02

Conforme as regras do Acordo Ortográfico vigente sobre o uso do hífen, o termo “pé-de-meia” permanece
hifenizado porque
a) tem uso consagrado pela língua.
b) trata-se de uma locução adjetiva.
c) funciona como uma única palavra.
d) é um termo formado por aglutinação.
e) constitui um caso de derivação imprópria.

QUESTÃO 03
Havia uma aldeia em algum lugar, nem maior nem menor, com velhos e velhas que velhavam, homens e
mulheres que esperavam, e meninos e meninas que nasciam e cresciam. Todos com juízo, suficientemente, menos
uma meninazinha, a que por enquanto. Aquela, um dia, saiu de lá, com uma fita verde inventada no cabelo. […]
ROSA, Guimarães. Fita verde no cabelo: nova velha estória. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992.

No trecho, nota-se um uso incomum da linguagem representada pelo termo “velhavam”. Por meio desse termo,
o texto
a) expõe os hábitos dos moradores da aldeia mencionada na história.
b) expressa uma circunstância a partir da adição do sufixo “-am”.
c) demarca uma ação iniciada e concluída durante a história.
d) atribui ao substantivo “velho” uma ideia de imortalidade.
e) inventa uma palavra para expressar uma função verbal.

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QUESTÃO 04

Nani
O cartum apresentado brinca com a expressão típica do futebol “matar a bola com o peito”. Nele, o efeito de
humor é alcançado, principalmente, porque a ilustração
a) apresenta o esportista como uma máquina.
b) faz referência ao esporte preferido do país.
c) simboliza uma campanha de conscientização.
d) mostra uma interpretação diferente da verbal.
e) representa o sentido denotativo da expressão.

QUESTÃO 05
Freepik/Macrovector

Frase do texto “O mágico”, de Vinicius de Moraes.

Na oração, a palavra “boquiaberta” é um exemplo de derivação por aglutinação porque


a) apresenta função sintática diferente das palavras que a originam.
b) forma uma nova palavra a partir do radical da palavra “aberta”.
c) une duas palavras sem interferir em suas estruturas originais.
d) modifica a estrutura da palavra “boca” em sua formação.
e) possibilita um significado inédito e inovador.

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QUESTÃO 06
Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não
faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes
pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E levavam tábua, o remédio era tirar
o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. As pessoas, quando corriam, antigamente, era de tirar o pai da
forca, e não caíam de cavalo magro. Algumas jogavam verde para colher maduro, e sabiam com quantos paus se faz
uma canoa. O que não impedia que, nesse entrementes, esse ou aquele embarcasse em canoa furada. Encontravam
alguém que lhes passava manta e azulava, dando às de Vila-diogo. Os idosos, depois da janta, faziam o quilo, saindo
para tomar a fresca; e também tomavam cautela de não apanhar sereno. Os mais jovens, esses iam ao animatógrafo,
e mais tarde ao cinematógrafo, chupando balas de alteia. Ou sonhavam em andar de aeroplano; os quais, de pouco
siso, se metiam em camisa de onze varas, e até em calças pardas; não admira que dessem com os burros n'água.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Antigamente. In: ANDRADE, Carlos Drummond de. Caminhos de João Brandão. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

O texto, para além de seu teor literário, retrata uma variação da língua considerada
a) social.
b) modal.
c) regional.
d) histórica.
e) geográfica.

QUESTÃO 07
Às vezes sou pensamento
Às vezes sou emoção
Às vezes misturo os dois
Às vezes não
[…]
Às vezes eu olho pra fora
Às vezes eu olho pra dentro
E quando eu não sei a hora
Eu pego e invento
[…]
“Às vezes”, de Ricardo Azevedo.

No poema, a repetição da expressão “às vezes” é um recurso expressivo conhecido como


a) aliteração.
b) anáfora.
c) comparação.
d) hipérbole.
e) metáfora.

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QUESTÃO 08
[…]
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
[…]
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
[…]
“Construção”, de Chico Buarque.

Na canção, as ocorrências da palavra em destaque têm função de, respectivamente,


a) substantivo e advérbio.
b) substantivo e adjetivo.
c) adjetivo e substantivo.
d) advérbio e adjetivo.
e) adjetivo e advérbio.

QUESTÃO 09
Pra bom entendedor, meia palavra bas-
Eu vou denunciar a sua ação nefas-
Você amarga o mar, desflora a flores-
Por onde você passa, o ar você empes-
Não tem medida a sua sanha imediatis-
Não tem limite o seu sonho consumis-
Você deixou na mata uma ferida expos-
Você descora as cores dos corais na cos-
Você aquece a terra e enriquece à cus-
Do roubo do futuro e da beleza augus-
Parece que de neto seu você não gos-
Pra bom entendedor, meia palavra bas-
Tá?
“Tá?”, de Pedro Luís. (adaptado)

Na canção, o recurso expressivo de supressão da sílaba “-ta” nas palavras finais de cada verso auxilia na exposição
de uma mensagem que fala principalmente sobre
a) violência urbana.
b) renovação política.
c) desigualdade social.
d) consciência ambiental.
e) cuidados com o oceano.

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QUESTÃO 10
Especialistas alertam que a inteligência artificial tornará ainda mais difícil distinguir o que é verdadeiro do que
é falso. Quinhentos anos após ter sido pintada por Da Vinci, a Mona Lisa surgiu em vídeo fazendo caras e bocas.
A invenção é um considerável passo à frente no que se convencionou chamar de deepfake, a falsificação tão bem
feita que é facilmente tomada por verdade. O que pode ser feito com uma tecnologia que permite manipular
imagens, sons e textos com resultado tão verossímil? Guerras, falências e linchamentos poderiam facilmente
acontecer com a propagação das deepfakes. Para Siwei Lyu, professor de Ciências da Computação na Universidade
de Albany, nos EUA, o assunto é “um dos maiores desafios dos próximos anos”.
TORRES, Bolívar; BARROS, Luiza. Vídeo da Mona Lisa ‘falante’ esconde uma nova ameaça: as ‘deepfakes’. O Globo.
Disponível em: https://oglobo.globo.com. Acesso em: 7 set. 2019. (adaptado)

O advérbio de modo em destaque foi utilizado no texto para corroborar com a ideia de que a
a) tecnologia utilizada nas deepfakes é de fácil acesso.
b) inteligência artificial criou novas formas de fake news.
c) nova técnica de falsificação pode ser detectada sem dificuldade.
d) principal característica dessa tecnologia é a semelhança com a realidade.
e) iminência de conflitos gerados pelas deepfakes exige atitudes imediatas.

QUESTÃO 11
Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação. Por exemplo, você pode imaginar um jogador de
futebol dizendo “estereotipação”? E, no entanto, por que não?
— Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.
— Minha saudação aos aficionados do clube e aos demais esportistas, aqui presentes ou no recesso dos seus
lares.
— Como é?!
— Aí, galera!
— Quais são as instruções do técnico?
— Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de contenção coordenada, com energia otimizada, na
zona de preparação, aumentam as probabilidades de, recuperado o esférico, concatenarmos um contragolpe
agudo com parcimônia de meios e extrema objetividade, valendo-nos da desestruturação momentânea do sistema
oposto, surpreendido pela reversão inesperada do fluxo da ação.
— Hein?!
— É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça.
— Certo. Você quer dizer mais alguma coisa?
— Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível e piegas, a uma
pessoa à qual sou ligado por razões, inclusive, genéticas?
— Pode.
— Uma saudação para a minha genitora.
— Como?!
— Alô, mamãe! […]
VERISSIMO, Luis Fernando. Aí, galera! Correio Brasiliense, Brasília, 13 maio 1998.

Nessa crônica, ao contrário do estereótipo mencionado, a personagem do jogador de futebol


a) demonstra capacidade técnica ao revelar uma estratégia bem elaborada.
b) confunde os adversários ao usar uma linguagem incompreensível.
c) utiliza com eficiência os registros formal e informal da língua.
d) evita que o entrevistador entenda a estratégia do jogo.
e) provoca o entrevistador ao responder às perguntas.

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QUESTÃO 12
Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul.
Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.
Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava
na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.
E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:
— Me ajuda a olhar!
GALEANO, Eduardo. A função da arte: 1. In: GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Porto Alegre: L&PM, 2002.

Qual palavra resume mais apropriadamente o desfecho da história, representado pela fala que conclui o texto?
a) Descoberta.
b) Medo.
c) Natureza.
d) Renascimento.
e) Viagem.

QUESTÃO 13
Faça a prova: tente cortar, no que o Verissimo escreve ou desenha, uma só vírgula, um só traço que esteja
sobrando. Ou, ao contrário, acrescentar o que lhe pareça faltante. Parada torta. A menor coisa, ali, está em
condições de justificar presença, provando ser indispensável. Quanto à substância, até o pouco rende muito.
Nosso maior cronista, no ramo há quase meio século, é como um cozinheiro que, dispondo apenas de água e sal,
faz uma bela bacalhoada.
A INTIMIDADE com as palavras lhe permite esvaziá-las com graça. Istoé. Disponível em: https://istoe.com.br. Acesso em: 17 out. 2019. (adaptado)

Entre as formas verbais retiradas do artigo, a que está conjugada no modo imperativo é
a) “escreve”.
b) “está”.
c) “justificar”.
d) “provando”.
e) “tente”.

QUESTÃO 14
O apelido de Maria Teresa, para o Norberto, era “Quequinha”. Depois do casamento sempre que queria
contar para os outros uma de Teresa, o Norberto pegava sua mão carinhosamente, e começava:
— Pois a Quequinha…
E a Quequinha, dengosa, protestava.
— Ora, Beto!
Com o passar do tempo, o Norberto deixou de chamar a Maria Teresa de Quequinha. Se ela estivesse ao seu
lado, e ele quisesse se referir a ela, ele dizia:
— A mulher aqui…
Ou, às vezes:
— Esta mulherzinha…
Mas nunca mais Quequinha. […]
Com o tempo, Norberto passou a tratar a mulher por “Ela”.
— Ela odeia o Charles Bronson.
— Ah, não gosto mesmo.
Deve-se dizer que o Norberto, a esta altura, embora a chamasse de Ela, ainda usava um vago gesto da mão
para indicá-la. Pior foi quando passou a dizer “essa aí” e a apontar com o queixo.
— Essa aí… – E apontava com o queixo, até curvando a boca com um certo desdém. […]
Hoje, quando quer contar alguma coisa da mulher, o Norberto nem olha na sua direção. Faz um meneio de
lado com a cabeça e diz:
— Aquilo…
“Inimigos”, de Luis Fernando Verissimo.

A mudança gradativa na forma de tratamento demonstra, no desfecho da crônica, um(a)


a) reflexo da objetificação do marido sobre a esposa.
b) igualdade no tratamento conferido à esposa pelo marido.
c) solução encontrada após o protesto da esposa ao ser apelidada.
d) retrato de uma relação conjugal saudável apesar das adversidades.
e) acomodação na comunicação entre a esposa e o marido com o tempo.

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QUESTÃO 15
Rosa (que exibida!)
que posa assim toda prosa
é prova de vida.
“Rosa”, de Paulo Leminski.

O haicai, a exemplo do texto apresentado, é um gênero que tem como uma de suas características formais o(a)
a) número fixo de sílabas poéticas.
b) referência ao Romantismo.
c) crítica às regras poéticas.
d) temática ligada ao amor.
e) tema e forma livres.
QUESTÃO 16
“Depois chamou o gnomo para junto da boca e murmurou-lhe baixinho a ordem.”
Citação do livro “Uma ideia toda azul”, de Marina Colasanti.

Nas duas orações que formam esse trecho, os termos que funcionam como modificadores verbais são
a) “Depois” e “baixinho”.
b) “baixinho” e “ordem”.
c) “gnomo” e “ordem”.
d) “gnomo” e “lhe”.
e) “Depois” e “lhe”.
QUESTÃO 17

TEXTO I

Óleo no Nordeste: veja


diferentes atividades para
abordar o tema em aulas
Disponível em: https://educacao.estadao.com.br. Acesso em: 31 out. 2019.

TEXTO II

Disponível em: https://www.terra.com.br. Acesso em: 31 out. 2019.

Apesar de ambas as manchetes se referirem à poluição marinha causada por óleo, há uma diferença de
abordagem entre elas, principalmente no que se refere ao(à)
a) credibilidade dos fatos.
b) posicionamento crítico.
c) uso da norma-padrão.
d) público determinado.
e) meio de veiculação.

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QUESTÃO 18
Além da imaginação
Tem gente passando fome.
E não é a fome que você imagina
entre uma refeição e outra.
Tem gente sentindo frio.
E não é o frio que você imagina
entre o chuveiro e a toalha.
Tem gente muito doente.
E não é a doença que você imagina
entre a receita e a aspirina.
Tem gente sem esperança.
Mas não é o desalento que você imagina
entre o pesadelo e o despertar.
Tem gente pelos cantos.
E não são os cantos que você imagina
entre o passeio e a casa.
Tem gente sem dinheiro.
E não é a falta que você imagina
entre o presente e a mesada.
Tem gente pedindo ajuda.
E não é aquela que você imagina
entre a escola e a novela.
Tem gente que existe e parece imaginação.
TAVARES, Ulisses. Além da imaginação. In: TAVARES, Ulisses. Viva a Poesia viva. São Paulo: Saraiva, 1997.

O eu lírico, ao repetir a expressão “não é [...] que você imagina”, sugere que o leitor não faz parte das “gentes” às
quais se refere no poema. Nesse sentido, entende-se que o tema tratado é
a) saúde pública.
b) ficção literária.
c) realidade urbana.
d) desigualdade social.
e) infância e adolescência.

QUESTÃO 19
As palavras são boas. As palavras são más. As palavras ofendem. As palavras pedem desculpa. As palavras
queimam. As palavras acariciam. As palavras são dadas, trocadas, oferecidas, vendidas e inventadas. As palavras
estão ausentes. Algumas palavras sugam-nos, não nos largam: são como carraças: vêm nos livros, nos jornais, nos
slogans publicitários, nas legendas dos filmes, nas cartas e nos cartazes. As palavras aconselham, sugerem, insinuam,
ordenam, impõem, segregam, eliminam. São melífluas ou azedas. O mundo gira sobre palavras lubrificadas com
óleo de paciência. Os cérebros estão cheios de palavras que vivem em boa paz com as suas contrárias e inimigas.
Por isso as pessoas fazem o contrário do que pensam, julgando pensar o que fazem. Há muitas palavras. […]
SARAMAGO, José. As palavras. In: SARAMAGO, José. Deste mundo e do outro. Lisboa: Editorial Caminho, 1997.

Em qual das opções a seguir se encontram palavras que, na crônica, seriam capazes, respectivamente, de
“ofender”, “acariciar” e “aconselhar”?
a) Faça, bobo e sol.
b) Tiro, afeto e rude.
c) Sopro, limpe e dor.
d) Tolo, afago e reflita.
e) Fogo, inveja e cumpra.

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QUESTÃO 20
“E Sherazade começou a contar uma história muito interessante, e o próprio rei ficou fascinado com o que
ela estava contando.”
ROCHA, Ruth. A história de Sherazade. In: ROCHA, Ruth. Histórias das mil e uma noites. Rio de Janeiro: Salamandra, 2010.

As preposições em destaque na citação colaboram com a


a) caracterização dos substantivos.
b) referência feita à história contada.
c) relação de regência verbal e nominal.
d) atribuição de gênero aos substantivos.
e) interligação dos adjetivos e complementos.

QUESTÃO 21
A leitura é muito mais
do que decifrar palavras.
Quem quiser parar pra ver
pode até se surpreender:

vai ler nas folhas do chão,


se é outono ou se é verão;

nas ondas soltas do mar,


se é hora de navegar;

e no jeito da pessoa,
se trabalha ou se é à-toa;

na cara do lutador,
quando está sentindo dor;

vai ler na casa de alguém


o gosto que o dono tem;
[…]
Uma arte que dá medo
é a de ler um olhar,
pois os olhos têm segredos
difíceis de decifrar.
AZEVEDO, Ricardo. Aula de Leitura. In: AZEVEDO, Ricardo. Dezenove poemas desengonçados. São Paulo: Ática, 2000.

O poema sugere que a leitura é capaz de


a) dar conhecimento técnico.
b) ampliar a visão de mundo.
c) estimular delírios mentais.
d) abrir portas profissionais.
e) distanciar as pessoas.

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QUESTÃO 22
Em um dia do qual não se lembra com clareza, o poeta Ben Clark (Ibiza, 35 anos) escreveu um poema. Depois,
esse poema acabou reunido junto com outros no livro La Mezcla Confusa (A Mistura Confusa), que ganhou o
Prêmio de Poesia Jovem Félix Grande.
Em determinado momento do ano de sua publicação, 2011, o poema entrou no Twitter e, até hoje em dia,
continua ricocheteando pelas esquinas da internet […]. O autor não o acompanhou em sua viagem: “Na verdade,
é como se o que aconteceu fosse completamente alheio a mim, como se o poema não fosse meu”, diz Clark.
A concisão do texto, seu tom sentencioso, quase um aforismo, teve muito a ver com o sucesso entre o público
em geral. “Acho que tem um ar de falsa profundidade que tocou muito as pessoas”, menciona ele.
O POEMA que viralizou e pelo caminho perdeu seu autor. El País. Disponível em: https://brasil.elpais.com. Acesso em: 4 nov. 2019. (adaptado)

Para dar credibilidade às informações divulgadas sobre o poema viral, o recurso utilizado no artigo apresentado
é o(a)
a) uso de discurso direto.
b) uso de discurso indireto livre.
c) menção ao prêmio conquistado.
d) expressão de opiniões do articulista.
e) intercalação de informações entre parênteses.

QUESTÃO 23
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel,
espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa,
abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio,
maço de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapo.
Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com
lápis, canetas, blocos de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis,
cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales,
cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. […]
RAMOS, Ricardo. Circuito fechado. São Paulo: Editora Globo, 1998.

No conto, é feita uma elaborada seleção lexical de maneira que, mesmo sem orações, é possível construir uma
sucessão de acontecimentos. A classe de palavras à qual pertence a maioria dos vocábulos usados para compor o
texto é a dos(as)
a) verbos.
b) adjetivos.
c) conjunções.
d) preposições.
e) substantivos.
QUESTÃO 24
Dois amigos iam por uma estrada. De repente surge uma ursa. Um deles logo sobe numa árvore para se
esconder. O outro, vendo-se quase pego, deitou no chão e se fingiu de morto. A ursa passa o focinho sobre ele,
fareja-o daqui, fareja-o dali, e ele de respiração presa (dizem que os ursos respeitam os mortos). O animal se foi
e o que estava na árvore desceu e perguntou ao amigo o que a ursa lhe havia dito no ouvido. “Para não viajar mais
com amigos que nos deixam sozinhos no perigo”, respondeu.
“Os viajantes e a ursa”, fábula de Esopo.

Na fábula, o referente destacado “O outro” é retomado anaforicamente no trecho em destaque


a) uma vez.
b) duas vezes.
c) três vezes.
d) quatro vezes.
e) cinco vezes.

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