Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Processo Do Tio João
Processo Do Tio João
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ
COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE LONDRINA - FORO CENTRAL DE
LONDRINA
VARA SUMARIANTE DO TRIBUNAL DO JÚRI DE LONDRINA (1ª VARA
CRIMINAL) - PROJUDI
Processo: 0045929-37.2016.8.16.0014
Classe Processual: Ação Penal de Competência do Júri
Assunto Principal: Homicídio Qualificado
Data da Infração: 12/03/2016
Autor(s): Ministério Público do Estado do Paraná
Vítima(s): PEDRO MELO DOMINGOS (ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO DO(A) Ministério
Público do Estado do Paraná)
Réu(s): FABIO ANTONIO LUCENA
JEFFERSON JOSE DE OLIVEIRA
JOÃO PAULO ROESNER
JULIO CESAR DA SILVA
THIAGO MORALES
“FATO 01 - No dia 12 de março de 2016, por volta das 13h, em via pública, na Rua
Joubet de Carvalho, próximo à Estrada Velha da Warta, nas imediações do “Condomínio Portal
do Sol”, na Zonal Rural deste município de Londrina/PR, JOÃO PAULO ROESNER, THIAGO
MORALES, JEFFERSON JOSÉ DE OLIVEIRA, JÚLIO CÉSAR DA SILVA, com intenção de matar,
efetuaram disparos de arma de fogo contra Pedro de Melo Domingos. A vítima foi atingida na
cabeça e no tórax, sofrendo ferimentos causaram sua morte em decorrência de “lesões
encefálicas, hemorragia interna aguda, lesão de vasos e órgãos torácicos, feridas pérfuro
PROJUDI - Processo: 0045929-37.2016.8.16.0014 - Ref. mov. 809.1 - Assinado digitalmente por Elisabeth Khater:6636
26/04/2018: PROFERIDA SENTENÇA DE PRONÚNCIA. Arq: Sentença
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
contusas penetrante no crânio e tórax”. O delito foi praticado mediante recurso que dificultou a
defesa do ofendido, uma vez que os quatro denunciados acima mencionados, utilizando armas
de fogo, enquanto a vítima estava sozinha e desarmada. FATO 02 - No local descrito no item
anterior, pouco depois de consumado o homicídio (FATO 01), DANILO ALEXANDRE MORI
AZOLINI, FÁBIO ANTONIO LUCENA, JEFFERSON JOSÉ DE OLIVEIRA, JOÃO PAULO ROESNER,
O Ministério Público ofereceu denúncia (seq. 7.1), pugnou por diligências, pela
decretação da prisão preventiva dos réus, pelo arquivamento do feito com relação ao
investigado Danilo Alexandre Mori Azolini no tocante ao crime de homicídio qualificado, propôs a
suspensão condicional do processo com relação ao delito de fraude processual cometido por
este, e arrolou (07) sete testemunhas, na seq. 7.4.
Recebida a denúncia, foi deferida a cota ministerial e decretada a prisão preventiva dos
acusados na seq. 12.1.
Os réus João Paulo, Jefferson, Júlio César e Thiago foram devidamente citados na seq.
PROJUDI - Processo: 0045929-37.2016.8.16.0014 - Ref. mov. 809.1 - Assinado digitalmente por Elisabeth Khater:6636
26/04/2018: PROFERIDA SENTENÇA DE PRONÚNCIA. Arq: Sentença
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
56.1.
Os acusados João Paulo, Jefferson, Júlio César e Thiago constituíram defensor juntando
instrumentos procuratórios nas seqs. 64.2/5, oportunidade em que apresentaram resposta à
acusação discordando dos termos da exordial acusatória, pugnaram por diligências e arrolaram,
A prisão preventiva dos acusados João Paulo, Jefferson, Júlio César e Thiago foi revogada
por força de Habeas Corpus na seq. 67.1, tendo sido aplicadas em substituição medidas
cautelares diversas da prisão.
O réu Danilo Alexandre Mori Azolini foi devidamente citado na seq. 90.1.
A Ilustre Defesa do acusado Danilo ofertou resposta à acusação discordando dos termos
da exordial acusatória, pugnou por diligências, pela rejeição da denúncia por falta de justa
causa e, subsidiariamente, pela nulidade de provas obtidas por meio ilegal, arrolando, na
oportunidade, (08) oito testemunhas, na seq. 92.1.
Ante a interposição de Embargos de Declaração pela Douta Defesa do réu Danilo, foi
determinado o desmembramento do feito com relação aos demais réus na seq. 199.1.
Durante a instrução criminal foram inquiridas (48) quarenta e oito testemunhas arroladas
pelas partes nas seqs. 230.2/7, 297.10/47, 311.7, 330.2, 378.3 e 378.4.
Os réus foram devidamente interrogados por meio digital de som e imagem nas seqs.
378.5/9.
O Ministério Público, após analisar as provas dos autos, requereu pela pronúncia dos
réus, nos moldes da exordial acusatória, na seq. 400.1.
O Ilustre Defensor do réu Fábio Antônio Lucena pugnou pela absolvição sumária, na seq.
418.1.
Foram inquiridas (02) duas testemunhas arroladas pela acusação nas seqs. 526.2/3.
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
A Ilustre Defesa do acusado Danilo interpôs Embargos de Declaração na seq. 704.1
alegando omissão em relação seu petitório de seq. 677.1, os quais foram rejeitados na seq.
706.1.
Foi concedido aos réus Jefferson, João Paulo e Thiago o direito de retornarem às
atividades administrativas da corporação de que fazem parte, na seq. 727.1.
Em sede de alegações finais, as Doutas Defesas dos réus Jefferson, Júlio César, Thiago e
João Paulo requereram pela impronúncia, na seq. 802.1.
É a síntese do essencial.
Decido.
A competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida é do Tribunal do Júri,
conforme o artigo 5o, inciso XXXVIII, da Constituição Federal.
Como exceção, no entanto, a decisão proferida pelo Juízo Singular poderá ser de
impronúncia, desclassificação ou de absolvição sumária.
E isto ocorrerá quando não houver prova alguma da existência de crime ou indícios da
autoria imputada (impronúncia - artigo 414 do Código do Processo Penal com alteração dada
pela Lei nº. 11.689/2008), quando houver prova cabal de que não foi cometido um crime
doloso contra vida (desclassificação - artigo 419 do Código de Processo Penal com alteração
dada pela Lei nº. 11.689/2008), ou ainda, quando houver prova segura de ter o réu agido sob
uma excludente de ilicitude ou de culpabilidade (absolvição sumária - artigo 415, do Código do
Processo Penal com alteração dada pela Lei nº. 11.689/2008).
Mas tais situações devem estar claramente configuradas, isto porque, em havendo
dúvidas, a pronúncia se impõe.
Conforme preleciona Tourinho Filho “in Código de Processo Penal Comentado”, “para
que o Juiz possa subtrair do Tribunal Popular o seu julgamento, é preciso que as provas sejam
PROJUDI - Processo: 0045929-37.2016.8.16.0014 - Ref. mov. 809.1 - Assinado digitalmente por Elisabeth Khater:6636
26/04/2018: PROFERIDA SENTENÇA DE PRONÚNCIA. Arq: Sentença
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
estremes de quaisquer dúvidas”. (2a. ed., volume II, pág. 32).
Inegável, pois, é a existência das lesões causadas na vítima, conforme se pode observar
do Laudo de Necropsia, através do qual ficou atestado que: “(...) o corpo de PEDRO DE MELO
DOMINGOS deu entrada neste Instituto às dezesseis horas do dia doze de março de dois mil e
dezesseis. Das informações colhidas consta atingido por disparos de arma de fogo durante
confronto com a Polícia Militar por volta das 13:30 horas do dia 12/03/2016, na Estrada Velha
da Warta, no fundo de vale do Paris, em Londrina, com óbito no local. (...)”
Tais fatos somados aos depoimentos das testemunhas colhidos sob o crivo do
contraditório deixam induvidosa a materialidade delitiva, amparada em provas suficientes e
harmônicas.
O réu Fábio Lucena, em seu interrogatório, disse que: “(...) M- Fábio, segundo consta
aqui, você teria (...) o senhor e o Azolini, o Danilo Alexandre Azolini, levado uma arma de fogo
de uso permitido, tipo Pistola, para que os demais corréus praticassem o delito. Eu gostaria que
o senhor me dissesse o que efetivamente aconteceu. O senhor participou desses fatos? R- Não,
senhora. M- Na sua casa foram encontradas armas, munições? R- Sim, na minha casa foram
encontradas armas e munição. M- E por que o senhor tinha essas armas, essas munições? R-
Primeiramente, duas das armas que foram apreendidas são armas legalizadas com registro, e
duas armas foi que eu comprei, minhas, que não eram legalizadas. Primeiramente, eu moro em
uma casa ao lado da casa do meu pai, e alguns anos atrás houve uma tentativa de assalto
contra ele, quase o mataram, e eu tive a... M- O senhor precisa de quatro armas para defender
seu pai? R- Não, mas... olha, primeiramente, uma das armas não estava nem em condições de
funcionamento. E a outra arma ficava na casa dele. M- Essas duas outras armas que o senhor
comprou, o senhor não tinha...? R- Não tinha registro. M- O senhor não participou dos fatos,
levando com o Azolini os revólveres para serem utilizados? R- Não, senhora. M- O senhor
conhecia os demais corréus? R- Conhecia. M- Todos eles? R- O Júlio César, o Jefferson, o João
Paulo e o Thiago. M- Então o senhor conhecia todos? R- Conheço. M- E o Danilo Alexandre Mori
Azolini? R- Já conversei poucas vezes. M- O senhor mantinha um laço, saía junto com eles,
como era? R- Com o Júlio César, nós nos conhecemos há muito tempo, saíamos, tomávamos
cerveja, almoçávamos, era uma relação de muita amizade. M- E o Pedro de Melo Domingos, o
senhor conhecia? R- Nunca ouvi falar. M- Eles chegaram a relatar para o senhor porque teriam
efetuado disparos contra o Pedro? R- Não, eu fiquei sabendo através de mídia. M- Qual mídia?
R- Televisão, passaram várias. M- Qual programa? R- Olha, passou no programa do Camargo,
do Barbosa. Eu trabalho com mídia, então tenho que ficar atento à mídia, diariamente estou
dentro dos estúdios. M- Foram encontrados na sua casa três estojos, sendo dois de marca Adila
PROJUDI - Processo: 0045929-37.2016.8.16.0014 - Ref. mov. 809.1 - Assinado digitalmente por Elisabeth Khater:6636
26/04/2018: PROFERIDA SENTENÇA DE PRONÚNCIA. Arq: Sentença
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
e um da marca CBC, é isso? R- Foram encontrados, tiveram munições que estavam em casa.
M- Então o senhor confessa que foram encontradas as armas? R- Sim, estava na minha casa.
Foram apreendidas lá. M- E eram de propriedade do senhor, o senhor falou? R- Sim. Minha. M-
Uma pistola contendo três carregadores. Tudo o que está descrito na denúncia era do senhor?
R- Uma pistola, um revólver calibre 38, um revólver calibre 32, uma espingarda Puma 44, uma
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
então... (...) Eles ligaram para o senhor na mesma hora em que aconteceu essa morte aqui da
vítima pedindo convite? R- Doutor, primeiramente, eu não sei o que eles estavam fazendo. MP-
O senhor sabia que essa arma que foi encontrada com o carroceiro foi usada naquele dia da
“Chacina do Terror” ou em datas anteriores? R- Não tenho nenhuma informação. ADV- Fábio,
sobre a Pistola 9mm, é restrito ou não o uso? Como funciona essa história dos 9mm? R-
O réu Jefferson José de Oliveira asseverou: “(...) M- Sobre o fato da morte de Pedro
de Melo Domingues o que o senhor poderia me contar? R- No dia dos fatos, a nossa equipe é da
ROTAN, equipe especializada, assumimos o serviço por volta de 11 horas da manhã lá na 4ª
Companhia independente. M- Quem assumiu juntamente com o senhor? R- Eu sendo o
comandante, o soldado Morales era o motorista da minha equipe, o soldado Roesner era o
terceiro homem, sendo que este trabalha com uma arma longa, e o soldado Júlio Cesar era
componente da equipe. Assumimos o serviço, colocamos todos os armamentos que nossa
viatura utiliza, pois era especializada e tinha que dar apoio para outras viaturas em ocorrência
de grande (...). Armamos ela com as armas. M- Com quais armas vocês saíram para trabalhar?
R- Na viatura, além das 4 pistolas da corporação, nós trabalhamos com: um fuzil 5.56, uma
carabina Taurus .40, granada, escudo balístico, entre outros apetrechos. M- Tudo isso durante o
dia? R- Durante o turno de serviço. Nós abastecemos tudo a viatura e saímos em
patrulhamento. Por volta de meio-dia nós deslocamos até à Warta para fazermos uma refeição.
M- Vocês comem na Warta? R- Sim, senhora, porque também é área da 4ª Cia e nós fazemos
patrulhamento lá também. Por volta de meio-dia e meia a Central de Operações por meio do
Sargento Braga, para ser mais preciso, ele estava no rádio e chamou a nossa viatura
informando que na estrada velha da Warta em um condomínio de chácaras, ele não soube
precisar se estava havendo um furto qualificado ou um assalto em andamento, onde três
elementos em uma carroça adentraram ao condomínio de chácaras e saíram com ela
abarrotado de mercadoria (utensílios domésticos da residência). Diante dos fatos, saímos em
patrulhamento e adentramos em 3 ou 4 condomínios de chácaras e perguntamos para alguns
moradores, mas ninguém soube falar nada. Nós continuamos em patrulhamento. Quase no final
dessa estrada – essa estrada corta da Warta até o final dos 5 conjuntos – no fundo do Jardim
Paris, avistamos uma carroça com as mesmas características passada pela Central. Quando os
elementos avistaram nós, eles desembarcaram da carroça efetuando disparos contra a nossa
guarnição. M- Eles que efetuaram os disparos? R- Sim, eles viram a viatura. M- Três
elementos? R- Três elementos efetuaram o disparo, mas nós não vimos quem efetuou os
disparos. M- Mas por que eles disparam contra vocês? R- Não tem como saber. Diante de tal
situação nós desembarcamos da viatura e revidamos esses disparos e eles se embrenharam em
uma mata ciliar ali no fundo de vale. Nessa mata, dois elementos correram para um lado e o
outro correu para o outro lado. Eu e soldado Morales acompanhamos o elemento que correu
sozinho. Como ele sumiu mata adentro, nós não tivemos mais contato visual com ele, nós
retornamos para viatura. Como a viatura ficou desguarnecida e tinha armamentos dentro da
viatura, tinha fuzil e outros armamentos, portanto, nós ficamos ali. Os soldados Roesner e Júlio
César foram atrás dos outros dois elementos. Logo em seguida nós ouvimos mais disparos de
arma. Eu falei para o soldado Morales permanecer na viatura para cuidar dela e eu desci
PROJUDI - Processo: 0045929-37.2016.8.16.0014 - Ref. mov. 809.1 - Assinado digitalmente por Elisabeth Khater:6636
26/04/2018: PROFERIDA SENTENÇA DE PRONÚNCIA. Arq: Sentença
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
acompanhando a mata até o fundo de vale, aproximadamente uns 200 metros de onde estava a
viatura. Chegando lá, o soldado Júlio Cesar e o Roesner estavam no local. Perguntei se eles
tinham sido atingidos por disparos de arma, mas falaram que estavam bem. Quando olhei a
frente, avistei um elemento caído ao solo. Um elemento moreno e de cabelo rastafári. Fui até
ele e vi que tinha uma arma ao lado dele e já presenciei que esse elemento já não tinha vida.
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
atiramos para sanar a injusta agressão. M- O senhor é casado, solteiro, amasiado? R- E sou
casado há 26 anos. M- Como é o nome da sua esposa? R- Márcia. M- Quantos filhos o senhor
tem? R- Eu tenho um e o meu filho é policial também. M- O senhor está na ativa ainda? R- Sim,
eu tenho 24 anos de polícia. M- O senhor estudou até que ano? R- Eu tenho o segundo grau
completo. M- Trabalha de policial militar, né? R- Sim, senhora. M- É concursado? R- Sim,
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
revidar a injusta agressão. ADV- O senhor saiu com desiderato de matar alguém na rua? R-
Jamais. O nosso serviço é preservar a ordem pública e a partir do momento que a pessoa não
reagiu o serviço da polícia é: chegar, abordar, qualificar e se tiver fazendo algo ilícito conduzir
até a delegacia e o delegado irá tomar as providências cabíveis. ADV- Naqueles primeiros
disparos que foram efetuados, o senhor se recorda de ter atingido algum dos indivíduos. R-
O réu João Paulo Roesner aduziu: “(...) M- Sobre os fatos narrados na denúncia o que
o senhor poderia me contar? R- Sobre o dia da ocorrência? M- É, o senhor participou? R-
Participei. M- Do que o senhor participou? R- Nós estávamos em uma equipe, assumimos
serviço umas duas horas antes do ocorrido, um pouco antes do almoço, a equipe composta pelo
Soldado Jefferson, Morales, eu de terceiro homem e Júlio César, fizemos um patrulhamento
inicial ali um pouco antes do almoço. M- Vocês estavam em quantos? R- Quatro. M- Quem
estava mesmo? Desculpa. R- Jefferson, Morales, Roesner, que sou eu, e Júlio César. Isso foi um
pouco antes do almoço, por volta das 11 horas mais ou menos que assumimos o serviço,
fizemos um patrulhamento inicial e nos deslocamos para o almoço, nas proximidades da Warta
ali tem um restaurante. E de lá foi passado para nós pelo Soldado Pimenta se não me engano,
que passou para nossa viatura um possível furto ou roubo em andamento em um condomínio
de chácaras ali na estrada velha da Warta. Mas é uma extensão muito grande e tem diversos
condomínios, então nós deixamos nosso almoço de lado e fomos, entramos na estrada velha da
Warta, entramos em um condomínio estava tudo tranquilo, entramos em outro, paramos alguns
moradores ali da região, ninguém tinha ciência de nada, já praticamente dando a ocorrência
como encerrada porque a extensão é grande e estava difícil de achar, em um tópico da estrada
nós avistamos essa... M- Quer dizer que vocês não chegaram a ir em um terceiro condomínio?
R- Nós não achamos onde foi o feito, nem a vítima, não achamos nada, então iríamos passar a
ocorrência como se não tivesse acontecido para a Central. E chegando próximo ao Paris, São
Jorge, nas proximidades ali do fundo, avistamos a uma distância de uns 40, 50 metros mais ou
menos da viatura, a carroça cheia de equipamentos de casa, dava para ver bastante coisa em
cima da carroça, bem cheio, e três elementos, já quando eles viram a viatura praticamente
saíram para dentro do mato correndo e atiraram na gente nessa distância. Já desembarcamos
taticamente, eu como terceiro homem tenho a obrigação de defender a equipe, desembarquei,
atirei, revidei contra a agressão deles, só que eles adentraram o mato, foram dois para um
lado, um para o outro, e a gente fez a progressão tática atrás deles. Soldado Jefferson com
PROJUDI - Processo: 0045929-37.2016.8.16.0014 - Ref. mov. 809.1 - Assinado digitalmente por Elisabeth Khater:6636
26/04/2018: PROFERIDA SENTENÇA DE PRONÚNCIA. Arq: Sentença
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
Morales desceram para um lado atrás de um elemento que desceu sozinho, depois desceram
dois elementos para um outro lado, margeando outro lado do mato, eles se separaram ali. Eu e
o Júlio César fomos com esses outros dois aí, fizemos toda a progressão do mato, ali tem uma
plantação que tinha acabado de ser colhida e tinha tipo uma reserva, que era uma mata
preservada, e os elementos adentraram aquela mata ali, muito densa, nós resolvemos não
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
Fábio nem chegou no local também. M- Quem? R- O Fábio nem foi ao local. M- O senhor então
é divorciado, tem filhos? R- Duas filhas, de doze e dez anos. M- Moram com o senhor? R-
Infelizmente não, doutora. M- Moram com a esposa? R- Moram com a ex-esposa. M- Quantos
anos elas têm? R- Doze e dez, coisa mais linda. M- O senhor paga pensão alimentícia? R- Sim
senhora, descontado em folha. M- O senhor ganha quanto, desculpa? Mais ou menos? R- Uns
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
que seria a linguagem corriqueira, é. ADV- Você que estava utilizando a carabina? R- Sim,
senhor. ADV- No primeiro confronto você utilizou ela? R- Sim, senhor. ADV- Quantos disparos
você deu com ela? R- Não sei, senhor. ADV- E após, quando vocês adentraram a mata, você
também utilizou a carabina? R- Eu não sei se eu cheguei a dar algum disparo lá embaixo
porque houve a “pane” dela, eu tive que fazer a transição e utilizar a pistola, não me recordo se
O réu Júlio Cesar da Silva expôs: “(...) M- Policial Júlio, o que o senhor poderia me
PROJUDI - Processo: 0045929-37.2016.8.16.0014 - Ref. mov. 809.1 - Assinado digitalmente por Elisabeth Khater:6636
26/04/2018: PROFERIDA SENTENÇA DE PRONÚNCIA. Arq: Sentença
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
contar sobre os fatos narrados na denúncia? R- No dia do referido fato estávamos em serviço,
assumimos por volta de 11 horas, como já estava próximo do almoço nos deslocamos até a
Warta, um distrito próximo, estávamos almoçando quando o COPOM fez uma chamada para a
nossa viatura, o soldado Jefferson respondeu, e informaram que estava havendo um possível
roubo ou furto em andamento na estrada velha da Warta, em um condomínio. De imediato nos
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
devido encaminhamento, objetos na Delegacia, juntamente com a carroça, posteriormente
recolhidos pela vítima do furto. M- Foi um furto então? R- Sim, senhora. M- O senhor é casado,
solteiro, amasiado? R- Sou amasiado, senhora. M- Há quanto tempo? R- Há cinco anos. M- Qual
o nome da sua amásia? R- Márcia Cris. M- O senhor tem filhos com ela? R- Ainda não, senhora.
Pretendo ter. M- Tem outros filhos? R- Sim, senhora. M- Qual o nome da mãe deles? R- Fabiana
O réu Thiago Morales argumentou: “(...) M- Sobre os fatos que envolveram o senhor
nessa denúncia, o que o senhor poderia me falar? R- Bom Doutora, na data do fato a gente
iniciou o serviço por volta das 11 horas da manhã, a nossa equipe composta pelo Soldado
Jefferson como Comandante, eu como motorista, o Soldado Roesner como terceiro homem e o
Júlio César como quarto homem. Armamos a viatura como de praxe, saímos em patrulhamento.
M- Esse armar a viatura como de praxe quer dizer que puseram revólver... R- Armamento,
balístico, isso tudo que a viatura constituiu para o emprego. Como estava próximo ao horário de
almoço, nós deslocamos para próximo ao Distrito da Warta para almoçar, e quando estávamos
almoçando, pelo COPOM foi chamada a viatura, o Sargento Braga na época solicitou falando
PROJUDI - Processo: 0045929-37.2016.8.16.0014 - Ref. mov. 809.1 - Assinado digitalmente por Elisabeth Khater:6636
26/04/2018: PROFERIDA SENTENÇA DE PRONÚNCIA. Arq: Sentença
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
que estava acontecendo um furto ou roubo em andamento, ele não sabia precisamente o que
era, na estrada da Warta. De imediato a gente terminou nosso almoço ali rápido e nos
deslocamos para o local, até porque era uma área conhecida como meio perigosa ali, perto do
São Jorge ali, e deslocamos, eu como motorista adentrei cerca de dois, três condomínios, que
eu não me lembro exatamente, não encontramos nada. No caminho, próximo ao fundo do
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
começou a andar. R- É, porque ela estava com o burro, estava com um animal semovente,
então começou a andar porque estava sem ninguém, eu só puxei para não atrapalhar o
trânsito. M- O senhor chegou a ver a vítima caída? R- Não. M- Nem isso o senhor chegou a ver?
R- Não vi porque estava muito longe, eu nem desci lá. Eu fiquei cuidando da viatura e dos
pertences do ilícito. M- Era um dia normal, estava chovendo? R- Muito sol. Era no horário do
Denota-se que os réus João Paulo Roesner e Julio César da Silva confessaram a autoria
delitiva, oportunidade em que alegaram agir amparados pela excludente de ilicitude da legítima
defesa. Os réus Jefferson José de Oliveira, Thiago Morales e Fábio Antônio Lucena, por sua vez,
negaram a autoria delitiva.
Vejamos:
A testemunha Almir Batista de Oliveira Filho relatou que: “(...) ADV- O senhor é
policial civil há quanto tempo? T- Há 7 anos. ADV- Sempre na região? T- Sempre em Londrina.
ADV- Conhece os policiais que estão aqui presentes? T- Sim. ADV- Em que circunstâncias o
senhor os conheceu? T- Como policial civil eu recebi por inúmeras vezes os trabalhos que eles
realizavam na zona norte da cidade, como: apreensão de armas, drogas e prendendo meliantes
envolvidos com crime. ADV- Ou seja, eles prendiam em flagrante aqueles sujeitos e levavam
até a delegacia que o senhor estava? T- Sim. ADV- O senhor é investigador de polícia? T- Sim.
ADV- Qual a forma de abordagem e de contato desses policias com os presos pelo que o senhor
assistiu e testemunhou? T- Eu passei três anos na furto e roubos aqui em Londrina; depois mais
algum tempo na delegacia do adolescente; e a equipe deles era uma das que mais prendiam e
apreendiam. Sempre dentro da legalidade e com uma atuação que chamava atenção da polícia
judiciária, visto que eles eram impressionantes. ADV- Quando eles estavam na rua eram
policiais operacionais ou policiais de repartição? De confronto direto com a criminalidade? O que
o senhor pode testemunhar? T- Como investigador da polícia eu afirmo, sem dúvida alguma,
PROJUDI - Processo: 0045929-37.2016.8.16.0014 - Ref. mov. 809.1 - Assinado digitalmente por Elisabeth Khater:6636
26/04/2018: PROFERIDA SENTENÇA DE PRONÚNCIA. Arq: Sentença
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
afirmo que é muito operacional. Sem emitir juízo, já que não é minha função aqui, mas para
colaborar com o juízo eu posso afirmar que eles faziam um trabalho de muita importância para
zona norte da cidade. M- Quem? T- Essa equipe de policiais. Já que como investigador da
polícia civil nós tínhamos acesso direto aos inquéritos que eles realizavam o flagrante. Eles
eram de longe uma das equipes que mais prendiam. ADV- O senhor também pode transmitir ao
A testemunha Ana Maria Pucci aduziu que: “(...) ADV- Dona Ana Maria, o senhor
conhece o Thiago Morales há quanto tempo? T- Aproximadamente 18 Anos. ADV- A senhora o
conheceu antes de ingressar na polícia militar? T- Sim, ele era adolescente. ADV- Depois que
ele ingressou a senhora chegou a ter contato com ele? T- Sim, só que mais com a mãe. ADV-
Depois que ele ingressou na polícia militar, pelo que a senhora tem de conhecimento e convívio
com a família, ele é uma pessoa truculenta e agressiva ou é um policial tranquilo, sereno? T-
Nunca soube nada. Sempre tranquilo, eu tenho muita amizade com a mãe, eu nunca soube de
nada. ADV- A senhora soube que ele ficou preso por um certo tempo? T- Sim. ADV- A senhora
acompanhou a aflição da família no momento em que esteve preso. T- Sim, como amiga sim.
ADV- E o que a mãe dele dizia para senhora? T- Muito nervoso, muita preocupação como é
normal de uma mãe, e a gente também como amiga da mãe também tinha muita preocupação
com os acontecimentos. E nesse tempo que a senhora conviveu, a senhora presenciou algum
momento que ele tenha se utilizado da função policial militar para ter algum tipo de vantagem
ou ainda para sobrepor sobre alguma condição ou de maneira arbitrária ou abusiva? T- Não,
nunca. (...)”
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
entramos em conflito ou discussão. ADV- O soldado Júlio é uma pessoa respeitada pela polícia
civil? T- Sim, ele é uma pessoa bem atuante, sempre gostou de trabalhar, sempre gostou do
que faz. (...)”
A testemunha Angelo Farias Martins asseverou: “(...) ADV- Soldado Ângelo, conhece
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
dele para evitar que tenha uma possibilidade de reação e já aciona o SIATE para dar
atendimento. MP- O senhor tomou conhecimento do fato que motivou esse processo? T- Eu
fiquei sabendo em um momento posterior, mas eu não tive acesso a esse processo. MP- Há três
questões na apuração desse fato que divergem dessa informação de procedimento que o senhor
esclareceu. Primeiro, havia constatação de sinais vitais e nós temos gravações de interceptação
A testemunha Carlos Eduardo Maistro expôs que: “(...) ADV- Carlos Eduardo, há
quanto tempo você conhece o Fábio Lucena? T- Aproximadamente uns 5 a 6 anos. ADV- o que
o senhor pode disser do conceito dele? T- Eu conheço o Fábio porque eu trabalho no ramo
jornalístico e publicidade. Ele atende alguns clientes que também são clientes da folha e,
portanto, eu tive bastante contato com o pai dele e ele. Eu nunca vi nada que desabonasse a
conduta dele, muito pelo contrário, todos os nossos compromissos, as nossas negociações, os
nossos envolvimentos profissionais sempre foram de acordo e nunca teve nada que
comprometesse a conduta dele. ADV- É uma pessoa honesta? T- Desde que eu conheço sim.
ADV- Confiável? T- Sim. MP- O senhor tomou conhecimento de uma apreensão de armas na
casa dele? T- Sim. MP- Ele tinha costume de andar armado ou utilizar armas? T- Não, eu nunca
vi. MP- O senhor sabe se ele tinha amizade com policiais ou frequentava os mesmos locais? O
senhor tem conhecimento? T- Eu não tinha conhecimento desse lado. (...)”
A testemunha Cláudia Adriana Siqueira narrou: “(...) ADV- Qual é a sua atividade
profissional? T- Eu sou agente de cadeia. ADV- Em razão dessa atuação a senhora já teve
algum contato profissional com o soldado Júlio? T- Não, nenhum. ADV- A sua relação com o
Soldado Júlio é ele fora da Polícia Militar? É conduta pessoal dele fora do trabalho, é isso? T- É
isso. ADV- Ele é uma pessoa tranquila e serena no convívio com a comunidade? T- Sim. ADV- É
alguém truculento e agressivo? T- Não, o contrário. ADV- O policial Júlio é bem visto perante os
amigos e conhecidos dele? T- Com certeza. Tanto que ele não é mais casado com a minha
prima e o relacionamento continua o mesmo. ADV- É um daqueles amigos e conhecidos que
quando precisam de uma situação emergencial ele pode ser chamado e ele dará atenção? T-
Olha, tudo que a gente precisa dele ele está disposto. O Júlio é um bom menino. (...)”
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
nesse estilo. MP- A senhora tem conhecimento que ele responde processo por abuso de
autoridade? T- Abuso de autoridade não. MP- Tem conhecimento que ele responde por algum
outro processo? T- Por este processo. M- A senhora vive o dia a dia com ele? (...) T- Ele é meu
cliente, além de ser meu amigo pessoal. (...) Eu já participei de churrascos junto com ele, com
os amigos dele, conheço a esposa, conheço as filhas. M- Como é o nome da esposa dele? T- Ela
A testemunha Elias José Amaral relatou que: “(...) ADV- O que o senhor pode dizer da
conduta do Thiago perante a sociedade e perante os colegas, amigos e comunidade local? T- A
melhor possível. Ele é uma pessoa de muito boa índole, até onde eu conheço. A gente sabe com
quem a gente anda, então eu sei da forma pessoal dele tratar e de trabalhar, da fidelidade com
a profissão e com as pessoas, mas, enfim, só tenho coisas boas para falar, não tenho coisas
contrárias. ADV- O senhor notou em algum momento ele tendo uma conduta que se prevalecia
do cargo de policial militar, tendo algum tipo de vantagem ou agindo de maneira truculenta? T-
Eu nunca vi, nunca vi ele nervoso na verdade. MP- O senhor ficou sabendo do caso da morte do
carroceiro? Que depois motivou a prisão e o processo do senhor Morales? O senhor tomou
conhecimento desse fato? T- Tomei conhecimento. MP- Sabe se nesse dia o Thiago Morales ia
para alguma festa? T- Na verdade eu fiquei sabendo sem querer, porque próximo de casa eu
estava indo jogar e eu vi o guincho subindo com a carroça lá e à noite eu comentei com ele,
porque a gente era muito próximo. Falei que tinha visto um guincho subindo com bastante
coisas, mas apenas tomei conhecimento depois. MP- Tinha alguma festa nesse dia? T- Só falei
com ele quando estava indo jogar bola. MP- É porque tinha a comunicação da equipe dele com
outras pessoas pedindo uns convites logo depois que teve esse fato. T- Não, não, eu não falei
disso. (...)”
A testemunha Erivelton Antunes Afonso aduziu que: “(...) ADV- Senhor Erivelton, o
senhor conhece o soldado Roesner há quanto tempo? T- 26 anos. ADV- O senhor conviveu com
ele antes de ele ingressar na Polícia Militar? T- Perfeitamente. ADV- E continuou o convívio após
o ingresso na Polícia Militar? T- Sim, também. ADV- O senhor notou alguma mudança de
comportamento após ele ingressar na Polícia Militar? Se tornou alguém mais truculento, mais
raivoso, com postura mais combativa? T- Não, negativo. ADV- O senhor é funcionário público?
T- Não funcionário público, mas, sim, contrato pelo cartório diretamente. ADV- Depois que ele
assumiu a função de policial militar, o que o senhor pode relatar? O senhor já o viu obtendo
uma vantagem por conta da atuação policial? Se sobressaindo por conta de ser soldado da
Polícia Militar? T- Não, nada nesse sentido. ADV- O senhor conhece a família dele? T- Conheço.
ADV- É uma família de Londrina e sólida na região? T- Perfeitamente. ADV- O senhor sabe se
ele é casado e tem filhos? T- É divorciado e tem duas filhas. ADV- Sabe se ele contribui com as
filhas apesar de ser divorciado? T- Sim, toda vez que ele tem oportunidade de ver as filhas ele
vai, ele nunca faltou com a obrigação de ser pai. ADV- Depois desses fatos que geraram a
prisão do soldado Roesner, o senhor teve contato com ele após a saída da prisão? T- Sim, tive.
ADV- Ele te relatou algo sobre os fatos? T- Não. ADV- O senhor tem convívio com as pessoas
que fazer parte do círculo de amizade dele ou outras pessoas que também são amigos dele? Ou
pessoas daqui de Londrina que tem relação com o soldado Roesner? T- Sim, eu tenho. ADV- O
que o senhor pode informar ao juízo acerca da conduta do soldado perante à comunidade local?
T- Um ótimo pai, um ótimo amigo e um ótimo funcionário pelo que eu vejo, e vejo que ele
cumpre com as obrigações. MP- O senhor tomou conhecimento desse caso que teve a morte do
carroceiro? T- Tive através de noticiário. MP- Teve alguma festa que o senhor teria ido com o
PROJUDI - Processo: 0045929-37.2016.8.16.0014 - Ref. mov. 809.1 - Assinado digitalmente por Elisabeth Khater:6636
26/04/2018: PROFERIDA SENTENÇA DE PRONÚNCIA. Arq: Sentença
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
Roesner ou com algum outro colega? T- Que dia? MP- No dia da morte do carroceiro. T- Não.
MP- É que tem uma ligação deles pedindo convite após esse fato, você sabe de alguma coisa?
T- Não sei. (...)”
A testemunha Fátima Cassola dos Reis argumentou que: “(...) ADV- Senhora Fátima,
a senhora conhece o Thiago Morales há quanto tempo? T- Vai fazer mais ou menos 10 anos em
março de 2017. ADV- A senhora sabe a profissão dele? T- Ele é policial. ADV- Nessa condição
de policial, algum dia ele se prevaleceu dessa condição para levar algum tipo de vantagem,
para se impor perante a senhora, perante os seus colegas, perante a sociedade? T- Não. ADV-
Quanto à forma de agir: ele é uma pessoa calma e tranquila ou é uma pessoa truculenta e
agressiva? T- Muito calmo e tranquilo. ADV- Nesses 10 anos que a senhora conhece ele, o
padrão de vida é compatível com o de um policial? Ou algo que chamasse a atenção da
senhora? T- Compatível. ADV- A senhora está aposentada ou a senhora trabalha? T- Eu sou do
lar. ADV- Ele é alguém que se preocupa com os familiares, com os amigos, tenta sempre de
alguma forma contribuir para que a família tenha uma boa situação? T- Sim, ele se preocupa
muito. (...)”
A testemunha Fernando Pereira Pechin declarou que: “(...) ADV- Soldado Fernando, o
senhor atua em Cambé? T- Exatamente. ADV- O senhor já atuou aqui em Londrina? T- Sim, já
atuei aqui em Londrina. ADV- Por quanto tempo? T- Por três anos em Londrina e por
consequência para Cambé. ADV- Faz quanto tempo que o senhor está em Cambé? T- Faz três
anos que eu estou em Cambé. ADV- O senhor trabalhou com o senhor João Paulo Roesner? T-
Sim. ADV- O senhor participou de algum tipo de curso com ele? T- Sim. O curso de formação de
soldado eu participei com o João Paulo Roesner. ADV- Quantos anos os senhores trabalharam
juntos? T- Aproximadamente dois anos. ADV- Nesse tempo que o senhor trabalhou com ele, o
que o senhor pode relatar sobre o comportamento dele enquanto policial militar? Já que os
fatos trazidos nesse caso tratam da atuação de policial militar. T- Embora a gente tenha se
formado juntos, para mim a conduta dele foi sempre um exemplo. Sempre procurei me
espelhar no jeito de trabalhar do João Paulo Roesner. Embora a gente tenha se formado juntos,
ele me ensinou muita coisa, me ensinou a trabalhar, me ensinou a ter respeito com as pessoas
as quais a gente trabalhou com ela. Então no tempo que a gente trabalhou junto foi sempre um
exemplo. ADV- O senhor conhece os demais policias militares? T- Conheço de vista. ADV-
Nunca trabalhou com eles? T- Não. ADV- É correto afirmar, o senhor como policial da 4ª
Companhia, que esses policias aqui presentes são policiais respeitados pela região? T- Sem
PROJUDI - Processo: 0045929-37.2016.8.16.0014 - Ref. mov. 809.1 - Assinado digitalmente por Elisabeth Khater:6636
26/04/2018: PROFERIDA SENTENÇA DE PRONÚNCIA. Arq: Sentença
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
dúvida. ADV- O senhor já presenciou alguma atitude truculenta e agressiva por parte do policial
Roesner? T- Não, nunca. (...)”
A testemunha Gabriel dos Santos contou: “(...) A- Você sabe por que foi chamado
aqui? T- Sim, falar sobre o assunto do Pedro? A- Que assunto do Pedro? T- Que ele morreu. A-
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
depois do que aconteceu? T- Não. ADV- Alguém procurou você ou sua mãe? Amigo, parente?
Para falar sobre esse assunto? T- Não. ADV- O advogado da mulher do Pedro conversou com
você sobre esse depoimento? T- Não, só na hora que eu fui falar com o promotor. ADV- Foi ele
que levou você até o promotor? T- Sim. (...)”
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
recebia os presos. O senhor já teve algum problema no recebimento de presos, como por
exemplo: presos agredidos, presos se queixando de algum tipo de truculência por parte dos
acusados? T- Por parte dos acusados não. MP- Há quanto tempo o senhor é policial civil? T- 16
anos. MP- Já acompanhou muitas investigações telefônicas? T- Por muito pouco e durante
alguns meses, quando o DENARC foi instituído em Londrina. MP- É comum que use códigos os
A testemunha Gustavo Rodrigo Rodrigues da Costa Silva aduziu que: “(...) ADV- Os
policias aqui presentes atuavam na 4ª Companhia, correto? T- Correto. ADV- O senhor chegou
a comanda-los diretamente? T- Diretamente não, porque eu estou na 4ª Companhia desde
2014 e sempre eles foram da ROTAN, sendo que na 4ª Companhia as minhas atribuições era
comandante de Rádio Patrulha até março de 2015, e de lá para cá são atribuições que a função
de comandante da ROTAN é exercida por tenente. Então como capitão eu nunca exerci
diretamente a função de comandante da ROTAN.ADV- Não houve nenhuma testemunha que
explicasse o que é ROTAN e qual é a atividade que esse grupo especializado atua, por
gentileza? T- ROTAN é ronda ostensiva tático de natureza especiais. É motorizada. E ela é o
terceiro esforço na Companhia e é um policiamento do qual é desempenhado, e no qual o
comandante da unidade necessita desse tipo de policiamento para situações em que a demanda
de ocorrência faz-se necessário. Porque muitas vezes no dia-dia de serviço os policias de
ROTAN realizam policiamento/patrulhamento em local de risco dando um apoio para viaturas de
Rádio Patrulha. ADV- No caso em tela houve o chamado 190, via COPOM, e o COPOM
despachou a ocorrência para equipe que estava de plantão na região. A pergunta parece um
pouco óbvia, mas eu preciso fazer provas nesse sentido. Existe alguma hipótese de não aceitar
esse despacho ou de se furtar de atender o chamamento do COPOM? T- Não, o COPOM é
central de operações, então quando ele despacha, em termos, ele está determinando para
viatura deslocar para esse local e dar atendimento dessa ocorrência. Portanto, não tem como se
eximir de dar atendimento, e se caso não for, tem que reportar ao COPOM o motivo do não
atendimento. ADV- Capitão, esses policias que estão aqui presentes são policiais conhecidos na
corporação, na 4ª Companhia, são policiais de frente, de operação, que estão sempre dispostos
a defender a cidade de Londrina? Ou são aqueles policias que ficam no administrativo e que se
furtam de suas obrigações? O que o senhor pode nos testemunhar? T- Como o serviço da
ROTAN é um serviço diferenciado, então o comandante da unidade, assim como os policias da
P2, são policias de confiança da qual desempenham um papel fundamental. Eu tinha mais
contato com o policial Jeferson, haja vista ele ser o mais antigo da equipe, e em relação a
minha posição, quanto eu tinha contato com o mesmo e tinha algumas situações de ordem de
serviço, era tratado com o comandante de equipe para que nem todos tivessem a situação da
informação muitas vezes do cumprimento de missão. Mas os policias sempre foram assíduos e
profissionais, nunca teve qualquer situação diversa ou diferente em relação a esses policias,
como também aos demais policias da ROTAN. ADV- O senhor conhece a favela do São Jorge? T-
Conheço. ADV- Sabe onde os fatos se deram, Capitão? T- Sim. ADV- Há uma proximidade da
favela do São Jorge com a região dos fatos? T- Há uma proximidade. Tem uma via que liga no
fundo da Joubert de Carvalho com a Estrada Velha do acesso ao fundo do São Jorge, mesmo
porque naquela região é via de acesso de transporte de drogas, assim como veículos furtados
ou roubados passam por aquele local, pois dá acesso à cidade de Sertanópolis, Bela Vista. ADV-
É correto afirmar que as viaturas, os policias militares que patrulham a região estão sempre
PROJUDI - Processo: 0045929-37.2016.8.16.0014 - Ref. mov. 809.1 - Assinado digitalmente por Elisabeth Khater:6636
26/04/2018: PROFERIDA SENTENÇA DE PRONÚNCIA. Arq: Sentença
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
mais alertas por conta de ser uma região conflituosa nesse sentido? T- Com certeza. Como eu
mencionei é um local onde existe essa situação de transporte de drogas, de furto e roubo de
veículos. Então é uma via de passagem ali, e quando os policias que fazem patrulhamento
naquela localidade devem estar mais atentos do que em outros locais. ADV- Capitão, no dia do
fato e junto com essa operação, houve outra operação em que foi apreendida arma na casa do
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
a COGER? Faz essa requisição para COGER ou os policiais que estavam ali já comunicam o
COPOM e a COGER de todos os fatos? T- Não, não são os policias que se encontram no local
que fazem esse acionamento da COGER. Quem faz o acionamento da COGER são policias do
COPOM ou oficial supervisor que está no local, mas não são os policias em si que fazem o
acionamento da COGER. Os policias que estão ali podem fazer o acionamento do SIATE, mas da
A testemunha Isabel Cristiane de Vito asseverou: “(...) ADV- Dona Isabel, a senhora
estava dizendo que foi vizinha do Thiago Morales. T- Eu fui logo que eu me mudei para cidade
de Londrina em 98, nós moramos e fomos vizinhos na rua Hélio Cortez onde ele morou um
tempo. E eu conheço a família, a gente se conhece e tem amizade por sermos vizinhos durante
aqueles anos que eles viveram ali. ADV- A senhora trabalha? T- Sim. ADV- Qual atividade a
senhora exerce? T- Eu trabalho com uma corretora de seguros. ADV- Nesse tempo que a
senhora conhece o Thiago e a composição familiar dele, a senhora acompanhou o ingresso dele
na Polícia Militar? Soube que ele trabalhava em uma empresa e depois ingressou na Polícia
Militar? T- Sim, tivemos conhecimento. ADV- A senhora percebeu alguma alteração de
comportamento nele no tempo de alteração de trabalho? Se ele saindo da empresa e
ingressando na PM se tornou alguém mais agressivo? Mais truculento? Ou permaneceu sendo
da mesma forma? T- De forma alguma, sempre da mesma forma. ADV- Nesse convívio que a
senhora teve com ele e tem com a família dele, a senhora alguma vez o viu prevalecendo da
condição de policial militar para atingir algum objetivo ou para obter alguma vantagem? T- De
forma alguma, ele sempre foi uma pessoa muito humilde, muito amoroso com todos, muito
educado. Até quando aconteceu esse fato foi uma surpresa para todos porque não é imaginável
uma conduta dessa de uma pessoa que a gente teve conhecimento e que é tão amorosa quanto
ele. ADV- É alguém respeitado na comunidade? É alguém que tem a família respeitado na
comunidade? T- Com certeza. ADV- A senhora sabe se ele é casado e se ele tem filhos? T- Ele é
casado e tem uma filha. ADV- Ele tem uma constituição familiar sólida? T- Sim. MP- O Fábio
Lucena a senhora conhece? T- Não, sei que é companheiro de trabalho, mas eu não conheço.
MP- Companheiro de trabalho de quem? T- Do Thiago. MP- Como a senhora sabe disso? T- Eu
posso estar enganada, mas diante dos fatos que aconteceram eu imagino isso, imagino que eles
sejam conhecidos. MP- Mas a senhora disse companheiro de trabalho. Ele andava ou
frequentava o meio policial? T- Eu vou reformular, desculpa. Eu não tenho certeza. MP- Sabe se
nesse dia o Morales iria participar de alguma festa? T- Não sei. (...)”
A testemunha Jean Carlos Val Carnieri disse: “(...) ADV- Há quanto tempo o senhor
conhece o Fábio? T- Por volta de uns 20 anos, quando eles mudaram para perto de casa. ADV-
Também conhece a família? T- Sim. ADV- Conceito dele na sociedade, o que o senhor pode
dizer para nós? R- Até onde eu conheço são pessoas de bom relacionamento com a vizinhança,
trabalhadores, estudante, até onde eu sei. ADV- São pessoas corretas? T- Sim. ADV- São bem
quistos na sociedade? T- Creio que são bem quisto sim. ADV- O Fábio estuda? T- Fiquei
sabendo nos últimos meses que ele estava fazendo faculdade. ADV- O senhor sabe se é
envolvido com alguma coisa ilícita? T- De meu conhecimento não. ADV- É uma pessoa
confiável? T- Eu creio que sim. MP- O senhor tomou conhecimento dessa apreensão de armas
de fogos ilegais na residência do Fábio? T- No dia que o mandado de prisão/de busca/de
PROJUDI - Processo: 0045929-37.2016.8.16.0014 - Ref. mov. 809.1 - Assinado digitalmente por Elisabeth Khater:6636
26/04/2018: PROFERIDA SENTENÇA DE PRONÚNCIA. Arq: Sentença
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
apreensão, eu não sei, eu estava de plantão na delegacia de polícia, porque eu sou escrivão de
polícia e eu só fiquei sabendo por vizinhos que ele teria sido conduzido e alguma coisa teria sido
presa. MP- Os demais réus aqui presentes frequentavam a casa do Fábio? Eles eram amigos? O
senhor tem essa informação. T- Eu não tenho essa informação. MP- O Danilo Azolini, o Jeferson
José de Oliveira, João Paulo Roesner, Júlio César da Silva e o Thiago Morales, o senhor tem
A testemunha Jean Kleber Botino narrou que: “(...) ADV- O senhor é policial militar há
quanto tempo? T- 19 anos. ADV- Conhece o soldado Jefferson há quanto tempo? T- Do tempo
em que eu estou na Polícia, cerca de 19 anos. ADV- Já foi colega de viatura? Já trabalharam
juntos? T- Eu já trabalhei no mesmo batalhão que ele, mas junto na mesma viatura eu não
trabalhei. ADV- Qual o conceito do soldado Jefferson no Batalhão em que os senhores
trabalharam? T- Aprendi bastante com ele, é um policial de conduta ilibada e acredito que não
tenho nada de mal para falar dele, só a favor. ADV- É um policial bem quisto pela corporação?
T- Acho que pela corporação inteira. ADV- É um dos policias mais antigos aqui na cidade? T- Eu
creio que sim, inclusive já presenciei várias vezes ele recebendo elogios no batalhão. (...)”
A testemunha Jonas Ambrozio da Silva expôs: “(...) ADV- Jonas, há quanto tempo o
senhor conhece o Fábio? T- Desde 2013. ADV- De acordo com o conhecimento que o senhor
tem, qual é o conceito do Fábio na sociedade? T- Na realidade o Fábio sempre me pareceu uma
boa pessoa, ele sempre nos atendeu bem, assim, o nosso convívio é excelente. ADV- Alguma
coisa que desabone a conduta dele? T- Nenhuma. ADV- Algum envolvimento com crime? T- Eu
nunca tive ciência não. ADV- É uma pessoa confiável e bem quista na sociedade? T- Confiável.
MP- O senhor tomou conhecimento dessa apreensão de armas na casa dele? T- Fiquei sabendo
pela mídia. MP- Ele tinha costume de andar armado? T- Não. MP- Utilizar essas armas para
caçar ou algum tipo de esporte? T- Eu nunca vi. MP- Sabe me dizer se ele tinha amizade com
esses policias que estão sendo acusados? T- Eu não tenho conhecimento. MP- Esse contato que
o senhor tinha com o Fábio era apenas profissional? T- Profissional, mas ele passa na nossa
empresa a cada dois ou três dias ele está com a gente. MP- Mas quem frequentava a casa dele
ou faz parte do convívio dele o senhor não conhece? T- Não. (...)”
A testemunha José Roberto Ferreira discorreu: “(...) ADV- Qual sua atividade
profissional? T- Agente Penitenciário. ADV- O senhor conhece o Soldado Júlio há quanto tempo?
T- Aproximadamente uns cinco, seis anos. ADV- O que o senhor pode dizer da conduta
profissional do Soldado Júlio César? T- Sempre foi uma pessoa honesta, trabalhadora, não
tenho nada para falar contra ele. ADV- O senhor por ser funcionário público, tem contato com
presos, o considera um policial agressivo, truculento ou sereno e respeitoso? T- É um policial
exemplar, sempre cumpriu suas obrigações, honesto, não tem nada que macule a conduta dele.
ADV- Ele tem contato com seus colegas de trabalho, as pessoas que trabalham com o senhor
têm conhecimento dessa forma de agir do Soldado Júlio César? T- Tem alguns amigos que
conhecem ele também. ADV- E ele tem o mesmo conceito na comunidade do senhor? T- Com
certeza. (...)”
A testemunha José Roberto Rosalini relatou que: “(...) ADV- O senhor foi Policial
Militar por quantos anos? T- Vinte e cinco anos. ADV- Trabalhou em companhia do Soldado
Jefferson? T- Sim. ADV- Por quanto tempo aproximadamente? T- (...) mais ou menos uns 20
PROJUDI - Processo: 0045929-37.2016.8.16.0014 - Ref. mov. 809.1 - Assinado digitalmente por Elisabeth Khater:6636
26/04/2018: PROFERIDA SENTENÇA DE PRONÚNCIA. Arq: Sentença
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
anos. ADV- Trabalharam juntos em alguma Rádio Patrulha? T- Rádio Patrulha não. ADV- Na
mesma viatura? T- Também não. ADV- Na atuação profissional, o que o senhor pode dizer da
conduta do Soldado Jefferson? T- Para mim sempre foi um ótimo profissional, nunca deu
alteração, sempre foi prestador do seu serviço à comunidade, não tem nada contra sua
conduta. (...)”
A testemunha Laércio Felício Corbeta asseverou: “(...) M- O senhor faz o que? T- Sou
empresário em Londrina. (...) Sou amigo do Jefferson Oliveira. (...) ADV- O senhor frequenta a
casa do Soldado Jefferson? T- Olha, muito poucas vezes, mas já frequentei. ADV- Apesar de
não ter prestado o compromisso legal, o senhor presta o compromisso moral de dizer a verdade
aqui? T- Sim. ADV- Nesse tempo que o senhor tem de convívio com o Soldado Jefferson... o
senhor é empresário, né? T- Sim. ADV- De que ramo? T- Ramo de transporte. ADV- O senhor
pode testemunhar a conduta do policial Jefferson no meio comercial, ele é conhecido dos
empresários como atuante, ativo, que atende à comunidade local? T- Sim, pelo tempo que eu
conheço ele, pela amizade, eu testemunho em favor dele. ADV- Nesses anos de atuação como
Policial Militar, assistiu à alguma conduta truculenta por parte dele, agressiva, ou é um policial
sereno e tranquilo? T- Nunca presenciei e nunca fiquei sabendo de algo que viesse dessa forma
prejudica-lo. ADV- É alguém respeitado na comunidade local? T- Sim, com certeza. (...)”
A testemunha Leandro Caetano Pinto discorreu: “(...) ADV- O que o senhor pode
relatar sobre esses fatos? (...) T- Eu estava de serviço no dia do confronto. (...) Estava eu e
meu parceiro em patrulhamento na Avenida Henrique Mansano, quando ouvimos pelo rádio o
pedido de apoio e o pedido para acionar os órgãos competentes, SIATE, para atendimento em
PROJUDI - Processo: 0045929-37.2016.8.16.0014 - Ref. mov. 809.1 - Assinado digitalmente por Elisabeth Khater:6636
26/04/2018: PROFERIDA SENTENÇA DE PRONÚNCIA. Arq: Sentença
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
local de confronto. Nos deslocamos até o local. Descendo a rua Joubert de Carvalho, há uma
intersecção de terra para sair na estrada antiga da Warta, eu diminuí a velocidade da viatura
para começar a fazer o patrulhamento já naquela área. Quando a gente adentrou essa
intersecção, eu escutei um disparo de arma de fogo, aí eu parei a viatura, eu e meu parceiro
desembarcamos. ADV- O nome do seu parceiro? T- Soldado Machado. Desembarcamos da
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
vocês receberam? Qual era a descrição da ocorrência? T- A gente estava na Avenida Henrique
Mansano, houve o confronto e estava pedindo o apoio do SIATE. MP- Por que o apoio do SIATE?
Era ferimento constatado? T- Foi pedido o apoio do SIATE provavelmente porque estava ferido.
MP- Esse momento em que houve disparos contra a viatura onde o senhor estava, eles foram
posteriores à localização dessa pessoa que havia sido baleada ou foi antes de o senhor ter esse
A testemunha Lídia da Conceição Lucas Loback disse que: “(...) M- Qual o abrigo em
que a senhora trabalha? T- Nuselon. Núcleo Social Evangélico de Londrina. ADV- A senhora
disse que trabalha em um orfanato, correto? T- Não é orfanato, é um abrigo. ADV- Um abrigo
que recebe que tipo de pessoas? T- Crianças e adolescentes encaminhados pela Vara da
Infância e Juventude. ADV- A senhora também já afirmou que conhece o acusado João Paulo
Roesner. T- Sim. ADV- Em que condição a senhora o conheceu? T- Eu o conheci faz mais ou
menos um ano, quando ele ligou lá no abrigo e disse que gostaria de ajudar com algumas
ações, como por exemplo festa de fim de ano, nos ajudando a buscar donativos, fazendo alguns
eventos de promoção do acolhimento. ADV- Depois dessa ligação ele passou para o segundo
passo e começou a agir efetivamente? T- Sim, ele fez um evento em dezembro do ano passado
em que ele juntou padrinhos para presentear as crianças e adolescentes e fez uma tarde festiva
em uma chácara que tinha piscina, essas coisas. ADV- A senhora percebeu, por ser uma pessoa
experiente, que ele buscava algum tipo recompensa, de autopromoção agindo dessa forma ou
foi algo absolutamente voluntário? T- Eu não percebi que ele quisesse alguma promoção. ADV-
Nesse convívio esporádico e de poucas oportunidades que a senhora teve, o que pode dizer
quanto ao comportamento do acusado João Paulo? T- Dentro do serviço que eu executo, o
comportamento normal, de cidadão, de pessoa de bem. ADV- É comum pessoas se
voluntariarem e irem até a entidade da senhora e praticarem esse tipo de voluntariado? T- No
caso de fazerem só uma ação como por exemplo final de ano é bem comum, mas ele tem ficado
durante o ano também como o mediador entre pessoas e instituições para ajudar o abrigo, e
isso não é comum. ADV- É algo importante para a instituição da senhora? T- Sim, é importante.
MP- A senhora tem conhecimento de que o João Paulo responde processo por abuso de
autoridade? T- Não, eu nunca conversei com ele sobre isso. M- Então a senhora trabalha para a
Infância e Juventude? T- Sim. (...) Eu não trabalho para a Vara da Infância, mas em uma ONG
que recebe crianças encaminhadas pela Vara da Infância e Juventude. (...)”.
A testemunha Luis Claudio Andrade Neves declarou: “(...) ADV- O senhor conhece o
Soldado Júlio há quanto tempo? T- Aproximadamente uns quatro ou cinco anos. ADV- O que o
senhor pode testemunhar ao Juízo sobre a conduta do policial Júlio César? T- Eu o conheço
porque ele estudou com meu filho alguns anos atrás, fazia curso de Direito na PUC, e ele foi
algumas vezes na minha casa. O que eu posso dizer é que sempre me pareceu ser uma pessoa
honesta, equilibrada, enfim, que eu não tenho nada que desabone. ADV- Pelo que o senhor
assistiu, é uma pessoa truculenta, agressiva ou serena, tranquila? T- Jamais. Muito serena,
muito tranquila, muito educada, inclusive. ADV- O senhor, certamente, após os fatos que
geraram a prisão do Soldado Júlio, o senhor é daqui de Londrina, o que pode relatar sobre as
informações que chegaram até o senhor após os fatos, tomou conhecimento de mais algum
PROJUDI - Processo: 0045929-37.2016.8.16.0014 - Ref. mov. 809.1 - Assinado digitalmente por Elisabeth Khater:6636
26/04/2018: PROFERIDA SENTENÇA DE PRONÚNCIA. Arq: Sentença
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
fato? T- Através da imprensa eu tive, foi de surpresa, por conhece-lo e por uma pessoa como
ele é estar envolvida em uma situação dessa. Eu me surpreendi pela imprensa. ADV- Pelo que o
senhor tem conhecimento, é um policial respeitado na comunidade local, bem quisto? T-
Respeitadíssimo, bem quisto, enfim, nunca soube de nada que o desabonasse. (...)”.
A testemunha Marcelo Ferreira explanou: “(...) ADV- O senhor conhece o soldado Júlio
há quanto tempo? T- Desde 2009. ADV- Em que circunstância o senhor o conheceu? T- Na
ocasião ele era civil assim como eu e nós trabalhamos juntos em uma mesma empresa. ADV-
Trabalharam por quanto tempo? T- Não sei precisar quanto tempo. ADV- Aproximadamente? T-
Talvez uns 10 ou 11 meses. ADV- Depois que ele ingressou na Polícia Militar o senhor continuou
a ter contato com ele? T- Sim. ADV- Houve alteração de comportamento? Se tornou uma
pessoa mais truculenta, mais agressiva ou era o mesmo perfil? T- Mesmo perfil de quando eu o
conheci. Sempre dedicado aos estudos e nenhum tipo de desvio. ADV- O senhor conhece a
família dele? T- Conheço. ADV- Sabe se ele tem uma constituição familiar sólida? T- Sólida.
(...)”
A testemunha Marcelo Israel da Costa Vieira informou que: “(...) ADV- Pelo que eu
tenho de informação o senhor foi instrutor do soldado Morales? T- Sim. ADV- Nesse tempo de
instrução qual é a avaliação técnica e pessoal de quem está sendo instruído. O que o senhor
pode testemunhar com relação ao soldado Morales. T- O soldado Morales sempre foi um aluno
excepcional, tanto na questão de disciplina quanto na questão técnica. Nunca me deu problema
em questão de disciplina e muito menos em questão técnica. Ele era um dos melhores da turma
em questão de armamento, tiro e tática que era o que eu dava para eles. ADV- Em relação aos
demais policiais militares, o senhor chegou a dar instrução para eles? T- Já trabalhei e fui
instrutor de tiro do Jeferson. (...) ADV- São policiais respeitados dentro da corporação ou são
policias que sempre estão criando algum tipo de problema? T- São todos bem respeitados.
Nunca vi eles com problemas de ordem disciplinar e nem administrativo. Todos eles sempre
trabalhando bem, sendo elogiados e sempre dando produção para polícia. (...)MP- O senhor
PROJUDI - Processo: 0045929-37.2016.8.16.0014 - Ref. mov. 809.1 - Assinado digitalmente por Elisabeth Khater:6636
26/04/2018: PROFERIDA SENTENÇA DE PRONÚNCIA. Arq: Sentença
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
disse que é instrutor de tiro, correto? T- Sim. MP- Qual é o procedimento a ser tomado
imediatamente após a constatação de morte em confronto? T- Eu desconheço que exista algum
estudo, isso é mais baseado em relação a experiência mesmo. Em relação ao quesito de morte
em confronto, primeiramente será chamado o SIATE para constatação do óbito; retirar o
armamento daquele individuo, pois, a gente não tem certeza se está em óbito ou não, isso é
A testemunha Marcio Antonio Tavares relatou: “(...) ADV- Soldado Márcio, é Policial
Militar há quantos anos? T- Vai fazer seis anos em abril. ADV- O senhor já trabalhou na
Companhia dos policiais aqui presentes? T- Ainda trabalho na Companhia. ADV- Mas trabalhou
come eles? T- Sim, senhor. ADV- Com quais deles? T- Com o Júlio César. ADV- Nesse tempo
que o senhor trabalhou com o Soldado Júlio César, o que pode dizer sobre o comportamento
dele na viatura, no trabalho do dia a dia? T- Não tenho do que reclamar, sempre foi um policial
padrão, sempre fez o serviço correto de Policial Militar. ADV- É um policial sereno, tranquilo, ou
um policial truculento, agressivo? T- Policial tranquilo, sereno. ADV- Alguém respeitado ali na 4ª
Companhia? T- Não só ele como todos, senhor. (...)”
A testemunha Marcos Roberto Hidalgo disse: “(...) ADV- O senhor conhece o policial
Jefferson há quanto tempo? T- Já faz vinte anos. ADV- Em que circunstâncias o senhor o
PROJUDI - Processo: 0045929-37.2016.8.16.0014 - Ref. mov. 809.1 - Assinado digitalmente por Elisabeth Khater:6636
26/04/2018: PROFERIDA SENTENÇA DE PRONÚNCIA. Arq: Sentença
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
conheceu? T- De infância, a gente se conhece há muito tempo e depois ele passou a ser policial.
ADV- Depois que se tornou policial, o Soldado Jefferson em algum momento utilizou da sua
função para se sobressair, ter algum tipo de benefício, agir de maneira truculenta? T- Não, no
caso, sempre que ele precisava de alguma coisa na loja ele passava lá. ADV- Ele tinha uma
atuação efetiva como Policial Militar, pelo que o senhor tem conhecimento? T- Comigo não,
A testemunha Melissa Volpe da Silva contou: “(...) ADV- A senhora foi casada com o
senhor João Paulo, correto? T- Sim, correto. ADV- Conviveu com ele aproximadamente quanto
tempo entre casamento, namoro, de convívio, quanto foi? T- Nove anos. ADV- Deste convívio
se gerou duas filhas? T- Sim. ADV- Qual a idade delas? T- A Ester de 12 anos e Isabelle de 10.
ADV- Está separada dele há quanto tempo? T- Seis anos. ADV- A senhora acompanhou o
ingresso dele na Polícia Militar, correto? T- Correto. ADV- Testemunhas já foram ouvidas aqui
em Juízo e relataram o desejo como vocação de ser Policial Militar. É correta essa afirmação? T-
Sim. ADV- Sempre desejou, era algo que ele buscava incessantemente? T- Sim. ADV- Quando
ingresso na Polícia Militar, houve alguma alteração de comportamento do senhor João Paulo? T-
Não, o João Paulo como pai, marido, hoje ex-marido e amigo, a gente convive muito bem, não
houve nenhuma alteração, tanto no comportamento, sempre bem apoiado, cuida muito bem
das filhas, carinhoso, amoroso, mesmo estando no trabalho ou não, mesmo antes de entrar na
Polícia. ADV- Ele não se tornou alguém truculento, agressivo, algo que chamasse a atenção da
senhora? T- Não. Não mesmo. ADV- Com relação às filhas, foi alguém que sempre se
preocupou com as filhas, sempre cuidou, deu atenção naquilo que era possível? T- Sim, como
eu já falei aqui agora pouco, ele sempre foi um bom pai, antes da polícia, durante a nossa
separação e agora que nós já estamos divorciados, ele sempre deu toda a assistência. Ele que
vê todos os médicos, ele que leva para fazer exame na escola, inclusive ele faz parte de um
Conselho de Pais e Mestres da escola da nossa menor, que todos os pais sempre veem ele lá
apoiando, ele consegue verbas para a escola das meninas, então ele participa mais do que eu
que sou a mãe delas. MP- O João respondeu por alguns crimes aqui, lesão corporal, a senhora
tem algum conhecimento disso? T- Sim. MP- Quem foi vítima a senhora sabe? T- Só o que eu vi
no comercial, nos jornais, televisão. MP- Isso foi em serviço? T- Não sei. Eu sei que o saiu nos
jornais. (...)”
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
A testemunha Roberto Kaskanlian aduziu: “(...) M- O senhor é o que do João Paulo? T-
Ele foi meu funcionário. (...) trabalhou comigo durante dois anos. (...) ADV- O senhor disse que
foi patrão, chefe do João Paulo por dois anos. O que o senhor pode me dizer sobre o
comportamento dele nesses dois anos que vocês tiveram um contato mais próximo? T- O João
Paulo trabalhou comigo durante dois anos, ele foi praticamente o braço direito da empresa, tem
A testemunha Rodrigo Scapk Geara expôs: “(...) ADV- Há quanto tempo o senhor
conhece o Fábio e o que você pode dizer do conceito dele? Da família? Do trabalho? Como ele
era? T- Eu conheço o Fábio há pouco mais de três anos, que é o tempo que eu estou na cidade
de Londrina, em uma relação estritamente profissional. Em virtude da minha posição de diretor
da emissora de TV, eu me relaciono com muitas agências de publicidade e muitos empresários
aqui da região. O Fábio ao longo desses três anos foi um de nossos clientes, um dos parceiros
da televisão. Não tenho nada que desabone a pessoa dele no sentido profissional, no sentido
pessoal dentro da esfera que me cabe. No trabalho ele sempre se mostrou um rapaz dedicado,
comprometido, trabalhando em conjunto com o pai dele em uma agência de publicidade,
prospectando clientes, e sempre foi um grande parceiro ao longo desses três anos que eu estive
na direção da emissora. Sem citar números específicos, daria para dizer que a empresa que ele
e o pai dele respondem é a maior agência de publicidade ou a que tem maior volumes de
negócio com a TV atualmente. Portanto, ao longo desse tempo foi um parceiro e um profissional
muito correto nessa relação comercial. ADV- Pessoa idônea? T- Sim, nunca identifiquei nenhum
tipo de conduta irregular no nosso trato profissional. ADV- Confiável? T- Sim, sem dúvida. M-
Qual empresa que ele é proprietário? T- Eles têm uma agência chamada “De Lucena”, é o
sobrenome da família. M- Qual a finalidade dessa empresa? T- É uma agência de publicidade
que agencia mídia e propaganda para empresas e veículos. Ele representava a RICTV. M- O
senhor sabia que ele era policial militar? T- Não sabia. (...)”
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
circunstancias que o Pedro morreu? T: sim, o meu filho chegou em casa com uma marca de
mão na cara, de alguma polícia que bateu nele, não sei quem foi, com um chute na bunda que
ficou a marca do coturno da polícia, e falou para mim assim: ‘’eles mataram o Pedrinho’’, então
eu perguntei quem matou o Pedrinho e ele disse que foi a polícia, e ele não sabia o por que. O
Pedrinho saiu correndo a hora que viu a polícia, e a hora que ele caiu a polícia deu um monte
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
consta uma informação que ela estaria presa por tráfico de drogas. T: não sei, não conheço ela
nem o Saulo, nem o outro que morreu também não conheço. ADV: ele morreu do que? T: não
sei te informar. ADV: a senhora tomou conhecimento de que ele foi preso por tentativa de
homicídio? T: não. ADV: Tomou conhecimento que ele foi preso por furto? T: não. M: Doutor,
gostaria que a gente ficasse restringido a causa em si. ADV: mas eu preciso senhora excelência,
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
dele? T: nem lembro quando que foi, eu só lembro que era em um sábado. ADV: a senhora
chegou a ver o que tinha dentro da carroça ne? T: eu vi que tinha um monte de coisa na hora
que eu cheguei, só isso. ADV: a senhora fala no seu depoimento para o promotor de justiça...
T: que tinha cadeira? ADV: muamba a senhora fala. T: para mim é muamba, um monte de
cadeira e de coisa velha. ADV: Quando a senhora advertiu o Pedro dizendo para ele não fazer
A testemunha Rosângela Pereira dos Santos discorreu: “(...) ADV- A senhora prestou
um depoimento no dia 02 de março de 2016 no 5º Distrito Policial. A senhora se recorda desse
fato? T- Sim. ADV- lá na autoridade policial a senhora declarou que é proprietária da chácara
“Guelba Jacutinga”, lote 2, quadra 4, do Condomínio Portal do Sol. Isso é correto? T- É correto.
ADV- Diz também que no dia anterior a senhora teria ficado alguns dias sem ir até chácara e
quando foi percebeu que a grade estava cortada e de lá haviam furtado vários objetos. T- Sim.
ADV- E que esses objetos estariam avaliados, aproximadamente, em 3 mil reais. T- Sim. ADV-
Então a senhora efetivamente foi vítima de um furto e na sequência a senhora restituiu alguns
bens apreendidos. É correto isso? T- Sim. ADV- A senhora conseguiu recuperar esses
pertences? T- Correto. ADV- Dentre eles um armário, um compressor, um ventilador, cadeiras,
botijões, bebedouros, piscina, barraca, micro-ondas, mangueira, espelho, entre outros. Esses
objetos eram da senhora? T- Sim. ADV- A senhora conheceu o autor desse furto? T- Não. ADV-
A senhora ainda mantém essa propriedade? T- Tenho. ADV- A senhora tem essa propriedade há
um certo tempo? T- Um ano e pouco a dois anos. ADV- Foi a primeira vez que a senhora foi
vítima de um crime? T- Sim. ADV- Pelo que a senhora conversou com os vizinhos ou moradores
da região, a senhora tomou conhecimento de outros furtos ou roubos que tenham ocorridos? T-
Não. ADV- Além da grade cortada, a senhora se recorda de alguma outra barreira que foi
rompida para que pudessem adentrar ao seu imóvel? T- A grade de proteção e o muro que a
gente fez, uma tela. ADV- Ele rompeu o muro, rompeu a grade e adentrou? T- Isso, isso. ADV-
A senhora conhece os policias militares que estão aqui presentes? T- Não. ADV- Esse
depoimento que a senhor prestou em março de 2016, mais precisamente no dia 02 de março,
aqui diz na presença de um escrivão de polícia. A senhora se recorda desse depoimento? A
senhora recebeu algum tipo de pressão ou sugestão, ou a senhora teve total liberdade para
prestar esse depoimento? T- Total liberdade. MP- Estiveram peritos na sua propriedade para
constatar se a grade foi rompida ou como foi realizado essa entrada lá na chácara? T- Não me
recordo. MP- A senhora lembra o dia que aconteceu? Que a senhora constatou? T- Que eu sei
foi em um sábado. MP- De qual mês? T- Março. MP- Quanto tempo depois a senhora foi à
delegacia? T- Foi no outro dia. MP- A senhora ligou para o 190 no dia? Quando constatou esse
suposto arrombamento na sua casa? Essa subtração dos objetos. T- Acho que foi no outro dia,
porque eu fui direto lá. MP- Para a polícia a senhora foi na delegacia, né? T- É. MP- Para Polícia
Militar a senhora ligou? T- Não. (...)”
A testemunha Satiko Shiono informou: “(...) ADV- A senhora conhece o policial João
Paulo há quanto tempo aproximadamente? T- Faz uns 14 anos mais ou menos. (...) Ele tinha
PROJUDI - Processo: 0045929-37.2016.8.16.0014 - Ref. mov. 809.1 - Assinado digitalmente por Elisabeth Khater:6636
26/04/2018: PROFERIDA SENTENÇA DE PRONÚNCIA. Arq: Sentença
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
uns 15 anos, 16 anos. ADV- Ele já exercia alguma atividade profissional com a senhora? T- Já.
ADV- Qual atividade, o que ele fez? T- Trabalhou como office boy. ADV- Isso no início da
juventude dele? T- Isso. ADV- Por quanto tempo, senhora Satiko? T- Três anos e pouco. ADV-
Nessa atividade como office boy, depois ele galgou algum posto superior? T- Depois ele voltou
em 2004 e ficou três meses mais ou menos como balconista. ADV- O que a senhora pode
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
mesma que o senhor viu anteriormente nos demais dias? T- Correto. ADV- Essa carroça
costumeiramente andava com pertences daquela maneira? Com produtos, tais como:
micro-ondas, geladeira, televisão, enfim, objetos em seu interior? Essa carroça geralmente
estava com produtos? T- Não. Eu só via essa carroça indo de sentido Londrina para Warta, mas
nunca vi carregando objetos. ADV- Só dessa vez? T- Sim. Sempre com uma lona em cima
A testemunha André Luiz Franco de Lima aduziu: “(...) MP- O senhor é membro do
Siate, é socorrista, não? T- A minha função naquele dia, era a função de socorrista, mas como o
senhor perguntou, eu não tenho o curso de socorrista. MP- Nesse local que os senhores foram
prestar atendimento, o que o senhor pode nos descrever ao chegar lá? T- Nós chegamos no
local, era uma espécie de plantação, longe do local onde nós estacionamos a viatura,
imediatamente, descendo da viatura, nós já sabíamos que se tratava de um ferimento com
PROJUDI - Processo: 0045929-37.2016.8.16.0014 - Ref. mov. 809.1 - Assinado digitalmente por Elisabeth Khater:6636
26/04/2018: PROFERIDA SENTENÇA DE PRONÚNCIA. Arq: Sentença
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
arma de fogo, já desci com uma lanterna, utilizada para a verificação de pupilas, descemos, era
um local um pouco longe de onde estava estacionada a viatura, chegamos e constatei que a
vítima estava sem pulso e a pupila estava em midríase paralitica, aí já é constatado o óbito no
local. MP- Constatou aonde foram os ferimentos sofridos? T- Como se tratava de uma
ocorrência policial, nós evitamos de movimentar a vítima muito, eu vi que haviam ferimentos
A testemunha Gustavo Augusto Gomes disse: “(...) MP- O senhor prestou algum
atendimento nessa investigação envolvendo a morte do Pedro Melo Domingos e os réus aqui
presentes? T- Na realidade, doutor, até desconheço os fatos, nós só fomos chamados e tão
somente para prestarmos apoio à uma equipe que veio de fora, nós não tínhamos ciência do
que se tratavam os fatos. MP- Apoio a qual diligência? T- A diligência de mandado de busca e
apreensão e de prisão temporária do Fábio Lucena. MP- O senhor cumpriu essa diligência na
casa do Fábio? T- Um dos integrantes. MP- O que o senhor constatou lá na residência? T- Como
dito, nossa autoridade policial solicitou apoio na data anterior, nós só fomos informados do
atendimento na madrugada do dia dos fatos, que seria para cumprir um mandado de busca e
apreensão em uma casa que teria armas de fogo e armas que poderiam estar conexas a algum
tipo de ilegalidade. Chegamos na casa, o Fábio franqueou nossa entrada após perceber que
eram policiais, entramos, ele foi solícito, atendeu às ordens da autoridade policial, perguntado
se havia armas ele indicou que sim e mostrou onde estavam as armas e tudo transcorreu
normalmente. MP- Onde as armas estavam? T- Estavam no quarto do casal. É que na realidade
o que eu presenciei foram duas armas que ele mesmo indicou para a autoridade policial, duas
armas que ele mostrou onde estavam, embaixo de um armário na frente da cama do casal. MP-
Que tipos de armas foram encontradas? T- Foi encontrada uma Beretta 9mm curto, que é a
380. MP- Uma pistola, né? T- Uma pistola. E um revólver 38. Na sequência, o Delegado
perguntando, ele também indicou que teria uma arma na casa conexa que seria um revólver de
calibre 32, e ele também indicou onde tinha uma espingarda de pressão e outras coisas que
estavam ali. ADV- Tomou parte de qualquer outra circunstância que não seja essa de apoio aos
PROJUDI - Processo: 0045929-37.2016.8.16.0014 - Ref. mov. 809.1 - Assinado digitalmente por Elisabeth Khater:6636
26/04/2018: PROFERIDA SENTENÇA DE PRONÚNCIA. Arq: Sentença
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
policiais do Tigre de Curitiba? T- Doutor, como policial eu posso falar que eu desconheço
totalmente o caso. Fui tão somente como apoio, a gente na realidade nem sabia direito do que
se tratavam os fatos ali no momento do apoio, só que teria a possibilidade de ter armas de fogo
com uso em crime, algum crime. ADV- Também complementando o que o senhor falou, e eu
verifiquei ali 9 milímetros, era uma 380? T- Isso, porque na verdade, doutor, nós fomos
A testemunha Iria Carina Sodre expôs: “(...) MP- A senhora é Policial Civil, correto? T-
Isso. MP- Prestou atendimento em relação a esse homicídio? T- Nenhum. MP- Trabalhou nas
investigações? T- Não. MP- O que a senhora tomou conhecimento a respeito desses fatos? Qual
foi o seu papel nesse trabalho? T- Nenhum. MP- A senhora não fez a busca na casa de um dos
acusados? T- Só fiz a busca dando apoio ao grupo de Curitiba, nós demos apoio no
cumprimento do mandado de busca na casa do Fábio. MP- O que foi encontrado lá? T- Armas.
MP- A senhora lembra de que tipo? T- Acho que uma pistola, dois revólveres e duas
espingardas ou três. MP- A respeito da propriedade dessas armas, o que o Fábio alegou para a
senhora e seus colegas? T- Para mim nada, ele conversou com o delegado. MP- A senhora teve
algum contato com o Fábio? T- Só no momento do cumprimento do mandado de busca. MP- O
local onde as armas estavam, vocês descobriram vasculhando ou o Fábio indicou? T- O Fábio
indicou todos. MP- E onde estavam? T- No quarto deles. MP- Todas juntas? Todas no quarto? T-
Todas no quarto em locais separados, as espingardas em um local e a pistola e o revólver em
outro. MP- Essas armas estavam municiadas? T- Não me recordo. MP- O Fábio prestou algum
esclarecimento para a senhora ali no momento? T- Para mim não, para o delegado. ADV- Iria, o
Fábio espontaneamente mostrou as armas? T- Sim. ADV- Ele teve qualquer restrição com
vocês? Se opôs a alguma coisa? T- Não. ADV- Colaborou sempre? T- Colaborou. ADV- Ele
estava tranquilo? T- Estava tranquilo. (...)”
A testemunha Larissa Cardoso Richert asseverou: “(...) MP- Você é uma das peritas
que atendeu essa ocorrência envolvendo a morte do senhor Pedro Domingos (...) quando a
senhora chegou ao local, esse local de cena de crime estava devidamente isolado? T- Olha, a
característica do local era de um campo aberto, bastante grande, não havia faixas de
isolamento, então na hora acabou que o isolamento era o próprio local em si, não havia pessoas
que a gente chama de “curiosos” no local, por exemplo. MP- O que a senhora pode nos dizer
sobre a cena do crime que encontrou lá? T- Bom, quando tem a continuação da Rua Joubert de
Carvalho que eles chamam de Estrada Velha da Warta, lá havia uma carroça com diversos
objetos, essa foi a primeira coisa que eu observei no local, aí a vítima fatal estava bem para
dentro desse campo aberto, mais ou menos 160 metros. MP- Esse campo era transitável pela
própria carroça ou a pessoa teria que descer e correr a pé? Havia algum obstáculo de
vegetação? T- Não, vegetação baixa. MP- A carroça poderia seguir por ali também? T- Poderia.
(...) então, aí tinha essa vítima fatal, havia alguns policiais militares na ocorrência, a Polícia
Civil também estava lá, e eu fiz o exame do local, da vítima, das suas lesões. MP- O que a
senhora constatou? T- Eu constatei diversas perfurações de arma de fogo, no local havia
PROJUDI - Processo: 0045929-37.2016.8.16.0014 - Ref. mov. 809.1 - Assinado digitalmente por Elisabeth Khater:6636
26/04/2018: PROFERIDA SENTENÇA DE PRONÚNCIA. Arq: Sentença
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
também uma arma ao lado da vítima, uma pistola, havia algumas pedrinhas e alguns objetos
de uso pessoal no bolso da vítima também, além da carroça que estava mais distante da
posição final da vítima. MP- O sangramento do cadáver estava concentrado próximo ao local
onde o corpo foi encontrado ou havia rastro? T- Não havia rastro. Quando eu cheguei a vítima
também estava embrulhada em uma espécie de papel laminado, mas não havia rastro, estavam
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
ao fato descrever todos os objetos presentes na carroça. ADV- É correto afirmar que existiam
objetos de dentro de uma casa, de uso? T- Sim, sim. Poderia ser. ADV- Quanto tempo a
senhora permaneceu na ocorrência, vistoriando e periciando? T- Aproximadamente uns 40
minutos. ADV- Quando a senhora começa a fazer o seu lado daquilo que examinou e constatou,
no histórico a senhora relata aqui 14 horas em ponto, redondo, nós podemos nos fiar esse
A testemunha Rene Felix Decol relatou: “(...) MP – Sobre os fatos o que o senhor
poderia relatar a respeito? T – Eu poderia relatar que eu estava na minha chácara e eu
presenciei um possível ato de furto em uma das chácaras vizinhas. MP – Onde que era a
chácara? T – Em Londrina, em uma chácara que eu tenho em Londrina. Eu morava lá nessa
época da ocorrência e aí eu constatei que poderia ser uma cena de furto. MP – Do vizinho? T –
Isso. MP – Furto de que? T – Furto de objetos de dentro da casa, de cadeiras de descanso, de
móveis, de micro-ondas, de móveis eletrodomésticos. MP – O senhor viu o rapaz? T –
Carregando. MP – Era um só? T – Não, eram quatro. Um que aparentemente era maior de
idade, aparentemente 30, 40 anos e três crianças, uma com 7 anos no máximo e duas
próximas de 15, 16 anos. Estavam os quatro tirando as coisas da casa e passando para a
“carrocinha”. Uma “carrocinha” que eles passaram em frente à minha chácara. MP – Não tinha
ninguém na propriedade? T – Não tinha ninguém na propriedade. MP – E só o senhor que viu? T
– Eu e meu pai. Nós dois estávamos roçando a nossa chácara e nós dois presenciamos. MP –
Vocês viram a ação e ligaram? T – Ligamos para o 190. Só que nós deixamos para ligar para o
190 quando os indivíduos já tinham se evadido, eles já não estavam mais lá, já tinham ido
embora. A hora que eles saíram nós nos vimos na segurança de ligar e fazermos a denúncia.
Fizemos a denúncia e eu fui para a minha casa em Londrina. Eu tenho a chácara que é na área
rural e eu fui para a minha casa em Londrina. Chegando na minha casa eu recebi uma ligação
da Polícia Militar perguntando se poderia colher o meu depoimento, aí dois policiais foram até a
minha residência e colheram o meu depoimento exatamente como eu estou passando aqui para
o senhor, e me relataram que quando foram fazer a abordagem dessa “carrocinha” dos
indivíduos já dentro de Londrina, dentro da cidade, saindo da área rural para a área urbana, um
deles, que era esse maior de idade, abriu fogo contra a viatura da ROTAM. Aí eles acabaram
matando o indivíduo e as crianças correram para o mato, isso é o que eu sei do fato. MP – Eram
três crianças? T – Três aparentemente crianças, um próximo dos cinco a oito anos, dois
adolescentes e um maior de idade, com idade próxima já dos trinta anos. MP – Aí o senhor
ligou no 190 e foi embora para a sua casa? T – Eu fui embora para a minha casa. MP – E seu
pai? T – Meu pai também, fomos embora para a minha casa eu e o meu pai. MP – Não ficou
mais ninguém lá? T – Não, não ficou mais ninguém lá. MP – Aí a polícia ligou para vocês? T –
Ligou para o meu celular e perguntou se poderia. MP – O senhor tinha ligado pelo seu celular
lá? T – Liguei do meu celular. MP – Então eles tinham registrado lá? T – Provavelmente. MP – E
pediram para ir até a sua casa? T – Pediram para ir até a minha residência colher o
depoimento. MP – Foram dois policiais? T – Foram dois policiais. MP – Lembra o nome deles? T
PROJUDI - Processo: 0045929-37.2016.8.16.0014 - Ref. mov. 809.1 - Assinado digitalmente por Elisabeth Khater:6636
26/04/2018: PROFERIDA SENTENÇA DE PRONÚNCIA. Arq: Sentença
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
– Não lembro, sei que um deles era de Ibaiti, a gente até teve uma proximidade quando ele viu
meu sobrenome, é um sobrenome que é um pouco conhecido na região. MP – Como era o
sobrenome? T – Não, o meu. Ele viu o meu sobrenome e perguntou de onde eu era, aí eu falei
que era de Pinhalão e ele falou que era de Ibaiti. MP – Não lembra o nome ou apelido? T – Não,
de nenhum. MP – E como eles eram fisicamente? T – Um moreno alto e esse de Ibaiti era um
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
gente que tinha feito a denúncia, então a gente ficou sabendo que tinha sido roubado mesmo e
que esses bens ele não sei se recuperou ou não. Não entrei em detalhe para não me expor
também, não fiquei questionando. MP – Não tinha muita ligação com esse vizinho? T – Não, é
um vizinho de umas cinco chácaras para cima, então não tenho ligação nenhuma. Até porque a
nossa chácara não é residencial, a nossa chácara ainda está toda em área de terra, não está
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
código 4, em óbito, nós voltamos à nossa viatura para pegar o saco para colocar o corpo. MP- O
senhor que entende dessa questão da medicina, era possível dizer há quanto tempo estaria
morta a vítima? T- Isso não era possível dizer, e até nossos socorristas são tidos como leigos,
teria que ser um médico para fazer algum exame para dizer se estava há mais de 10 minutos,
20 minutos. MP- A sua formação qual é? T- Eu sou formado em Educação Física e socorrista do
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
sala de televisão. ADV- Os senhores lavram ali um boletim de atendimento? T- Temos sim,
temos o RGO, só não vou me recordar do número. ADV- E possivelmente isso está encartado no
Inquérito Policial? T- Isso, o documento não fala quanto tempo nós ficamos atendendo a vítima,
mas fala tudo o que aconteceu, a questão do ferimento em tórax, ferimento em região de
abdômen, está descrito lá. ADV- A equipe dos senhores se desloca com quantos (...)? T- Dois.
A testemunha Valmir Vaz de Souza informou: “(...) MP: O senhor é policial civil,
correto? T: sim. MP: prestou atendimento no local desse fato em que foi localizado o cadáver do
Pedro de Melo Domingos? T: sim. MP: o que pode nos relatar por favor, o senhor trabalhou
nessa investigação? T: não, não trabalhei. MP: no local do crime o que o senhor constatou? T:
então, tinha um jovem que estava alvejado, em óbito, no terreno baldio, não tinha identificação
dele. Então só colhi os dados dos policiais, o número da viatura, a arma do local do fato. Porque
o procedimento quando ocorre confronto em bandido e polícia é levado tudo para a delegacia e
o delegado é quem ouve os policiais. MP: o senhor disse que havia uma arma no local, foi o
senhor quem a recolheu? T: não. MP: quem recolheu? T: então eu cheguei após a perita então
já havia sido feita a perícia no local. MP: quando o senhor chegou a arma já havia sido retirada
de perto do cadáver ou ela ainda estava no chão? T: sim, tinha sido retirada. MP: ficou sabendo
quem pegou? T: eu não sei dizer, a perita já tinha feito todo o trabalho, normalmente em
situações assim, eles recolhem a arma para que apresente para o delegado. ADV: Seu Valmir o
senhor teve uma ordem de serviço para comparecer ao local para investigar os fatos correto? T:
é normalmente em confrontos, a polícia militar liga, e a gente se desloca para o local para
colher os dados. ADV: então a sua missão enquanto investigador de polícia é apurar fatos ali. T:
coreto, sou investigador plantonista daquele momento, eu não investigo posteriormente. ADV:
então lá chegando o senhor constatou que foi um confronto. T: isso, exatamente ADV: viu
alguma anormalidade? T: não, situação de local de morte normal. ADV: anormalidade das
quais, vestígios de arrastamento de corpo, pessoas estranhas no serviço policial próximo. T:
não, na verdade ali foi isolado o local e o elemento estava caído na terra, que era um terro
baldio. ADV: o senhor verificou o rapaz ali que confrontou com o policias, tinha muitas
tatuagens? T: sim, tinha umas tatuagens nas costas, um cabelo diferenciado. ADV: ele conta
com várias passagens na polícia, ele era um conhecido na polícia de Londrina? T: então,
naquele momento a gente não tinha identificado não, não era conhecido. ADV: (...) veio ou
tomou parte em algum momento da investigação que era um habitue aqui nas delegacias, um
sujeito... T: eu não tomei mais, não soube mais nada sobre ele não, parece que já era
envolvido no crime, tinha passagem. ADV: a carroça, o senhor verificou? T: eles estavam
colocando no guincho a carroça para levar para a delegacia. ADV: o senhor tomou
conhecimento que essa carroça tinha produtos oriundos de um crime? T: sim, eram objetos de
PROJUDI - Processo: 0045929-37.2016.8.16.0014 - Ref. mov. 809.1 - Assinado digitalmente por Elisabeth Khater:6636
26/04/2018: PROFERIDA SENTENÇA DE PRONÚNCIA. Arq: Sentença
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
um furto de uma residência próxima que eles estavam levando para a delegacia. M: como o
senhor tomou conhecimento que eram objetos furtados? T: os policiais disseram que eles
estavam em perseguição de elementos que haviam feito furto de objetos. (...)”
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
algum código ou algum termo para qualquer tipo de ocorrência. T- Eu desconheço a gravação e
desconheço se tem alguma situação especial em que use o termo “convite”. (...)”
A testemunha Ricardo Aurélio Seco aduziu: “(...) ADV- O senhor já informou para nós,
mas não gravou, que na época o senhor estava de plantão? T- Isso. ADV- Se o senhor puder
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
pede com prioridade a viatura do SIATE. Isso o senhor pode me dizer se foi em um período de
tempo próximo? Foi uma sequência dos chamados via rádio? T- Dessa parte final foi uma
sequência. ADV- Não passou muito tempo? T- Não, não, era um pequeno lapso de tempo. ADV-
Pede prioridade e pede SIATE? Essa foi a última comunicação que o senhor copiou no rádio? T-
Não, teve outras. O pessoal da Central perguntando se depois pediram o apoio da viatura do
Compulsando os autos, verifica-se que no dia dos fatos os acusados João Paulo Roesner,
Thiago Morales, Jefferson José de Oliveira e Júlio César da Silva, supostamente, praticaram os
delitos narrados na exordial acusatória.
Nota-se que os réus afirmam que no dia em que se deram os episódios, foram acionados,
via COPOM, para atender uma suspeita de furto ou roubo em um condomínio de chácara na
Estrada Velha da Warta.
Após, os réus afirmaram que se dividiram na mata, sendo que o acusado Jefferson José
de Oliveira alegou ter ouvido disparos e foi verificar o que teria acontecido, acrescentando que
quando chegou ao local a vítima Pedro de Melo Domingos estava em óbito, com uma arma de
fogo ao lado do corpo.
Por sua vez, João Paulo Roesner e Júlio César da Silva, em seus interrogatórios,
relataram que um dos elementos saiu da mata com a arma de fogo na mão, tendo sido dado
voz de abordagem para que o mesmo deixasse a arma, sem êxito, motivo pelo qual os réus
efetuaram disparos de arma de fogo, alvejando a vítima.
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
como, com as provas documentais acostadas.
Note-se que, da análise das interceptações telefônicas realizadas, os réus João Paulo
Roesner, Thiago Morales, Jefferson José de Oliveira e Júlio César da Silva, teriam entrado em
contato com as pessoas de Danilo Alexandre Mori Azolini e Fabio Antônio Lucena para que estes
Ademais, conforme consta das investigações, o réu Fábio Antônio Lucena, supostamente,
foi responsável pela guarda das armas utilizadas para o deslinde do episódio supracitado, o que
se reforçou com o cumprimento do mandado de busca e apreensão, momento no qual foram
encontradas diversas armas e acessórios de armamento.
Ressalte-se que, ao que tudo indica, os acusados teriam, ainda, telefonado para a pessoa
de Danilo Alexandre Mori Azolini, tendo este último determinado o retardamento da solicitação
de atendimento médico à vítima.
Outrossim, a criança Gabriel dos Santos Daniel, que estava na carroça, juntamente com
a vítima Pedro de Melo Domingos, informou que os policiais os abordaram e efetuaram disparos
de arma de fogo, enquanto a vítima pedia para que não o matassem.
O menor acima mencionado, acrescentou que estava com a pessoa da vítima em virtude
de que o ofendido teria o convidado para fazer um frete, sendo que quando estavam indo
embora a viatura se aproximou, sendo desferidos disparos contra a carroça, momento em que
afirma que os policiais o agrediram e queriam algemá-lo.
Há que se ressaltar que Gabriel afirma que não havia nenhuma arma de fogo na carroça
em que se encontravam.
Vale dizer, que a absolvição sumária somente será decretada se restar nitidamente
demonstrada pelas provas colhidas, à inexistência do fato, não ficar provado ser o acusado o
PROJUDI - Processo: 0045929-37.2016.8.16.0014 - Ref. mov. 809.1 - Assinado digitalmente por Elisabeth Khater:6636
26/04/2018: PROFERIDA SENTENÇA DE PRONÚNCIA. Arq: Sentença
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
autor ou partícipe do fato, provar-se que o fato não constitui infração penal ou quando o
Magistrado reconhece alguma excludente de ilicitude ou de culpabilidade. Caso contrário, em
havendo dúvida razoável, deve-se pronunciar o réu.
STF -“Por ser a pronúncia mero juízo de admissibilidade da acusação, não é necessária
prova incontroversa do crime, para que o réu seja pronunciado. As dúvidas quanto à certeza do
crime e da autoria deverão ser dirimidas durante o julgamento pelo Tribunal do Júri” (RT
730/463).
A sentença de pronúncia não depende de um juízo exauriente de provas, posto que diz
respeito a um juízo de admissão, bastando, nesta fase processual, tão somente a análise da
materialidade e indícios de autoria recaindo sobre a pessoa do acusado, podendo ser afastada
somente quando restar comprovado, sem sombra de dúvidas, de que tenha o mesmo cometido
delito diverso do doloso contra a vida, ou ainda, quando provar a presença da excludente de
ilicitude.
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
merece ser apreciada no caso concreto, de modo relativo, consistindo na medida dos meios
necessários”.[2]
Forçoso é convir que a excludente de ilicitude de legítima defesa alegada pelos réus,
deve ser observada com cautela, uma vez que deve ser apreciada a proporção entre a defesa
“Há excesso de legítima defesa quando o agredido podia ter escolhido um meio menos
prejudicial ou usou imoderadamente do meio a que teve de recorrer” (TJSP – AC – Rel.
Humberto da Nova – RJTJSP 3/414).
“A legítima defesa, causa excludente que é da criminalidade, para ser conhecida, deve
apresentar-se clara e precisa, sem qualquer eiva de dúvida. Assim, quando é invocada, a
primeira palavra que salta aos olhos do julgador é a do réu, que deve ser convincente, porque,
afinal, é pela sua palavra, pela descrição do fato da sua conduta que se irá afirmar se agiu ou
não em legítima defesa. Assim, o réu que a invoca jamais procura negar o fato que é
fundamental para a defesa porque, afinal, é desse fato, do seu comportamento que se poderá
inferir se a sua ação comportou-se ‘secundum jus’”. (TJSP. RT 424/346).
“A legítima defesa somente se justifica as ações defensivas necessárias para afastar uma
agressão antijurídica, da forma menos lesiva possível para o agressor. A necessariedade deve
ser considerada de acordo com as circunstâncias fáticas em que a ação e a reação se
desenvolvem (TJBA – AC – Rel. Gérson Pereira – Bahia Forense 23/248).
Portanto, a tese esposada pelos réus não pode ser acatada de plano, uma vez que,
analisando o caderno processual não existe prova cabal de que a excludente de ilicitude de
legítima defesa estaria presente, ficando afastada, portanto, a absolvição sumária dos
acusados, devendo a tese ser levada a plenário, por ocasião do Tribunal do Júri.
Insta esclarecer que a qualificadora prevista no artigo 121, inciso IV, parágrafo segundo,
do Código Penal, restou, em tese, comprovada, uma vez que os acusados, supostamente,
efetuaram disparos de arma de fogo enquanto a vítima estava sozinha e desarmada. Assim, o
ofendido não poderia esperar o ataque ou esboçar qualquer reação defensiva eficaz.
PROJUDI - Processo: 0045929-37.2016.8.16.0014 - Ref. mov. 809.1 - Assinado digitalmente por Elisabeth Khater:6636
26/04/2018: PROFERIDA SENTENÇA DE PRONÚNCIA. Arq: Sentença
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
Dessa forma, os denunciados incidiram, “a priori”, na qualificadora prevista no inciso IV,
do parágrafo segundo, do artigo 121, do Código Penal.
Nesse sentido, a jurisprudência: “Se o gesto do acusado foi tão repentino que não deu à
vítima a oportunidade de esboçar um gesto de defesa sequer, o homicídio se qualifica em razão
Portanto, hei por bem em manter a qualificadora nesta fase processual, não podendo
excluí-la de plano, posto que não foi eliminada pelas provas produzidas no curso da instrução,
devendo a mesma ser levada para apreciação do Colendo Conselho de Sentença.
No que se refere ao delito de fraude processual, previsto no artigo 347, parágrafo único,
do Código Penal, vislumbra-se do presente processo que, aparentemente, os denunciados
inovaram artificiosamente o local de crime, simulando que os fatos se tratavam de um suicídio
por enforcamento, com o fim de induzir o perito e este Juízo a erro e, consequentemente, se
esquivarem de suas possíveis responsabilidades penais.
“(...) HOMICÍDIO - TRIBUNAL DO JÚRI - Decisão que pronunciou o recorrente para ser
submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri, como incurso nas penas do art. 121 § 2º, III e IV
e art. 347, parágrafo único, ambos do CP. RSE pleiteando a reforma da decisão que o
pronunciou, posto que estão ausentes indícios de autoria. Narra a denúncia que o recorrente,
no período da madrugada, no interior da cela 5, do Presídio Carlos Tinoco, estrangulou a vítima,
utilizando uma corda artesanal, causando-lhes lesões que foram a causa de sua morte. Após o
crime, o recorrente pendurou o corpo da vítima na grade da cela, para simular um suicídio e se
livrar de sua responsabilidade penal, o que restou descartado após a confecção do laudo de
local. Sem razão a Defesa: Materialidade positivada através do AECD, acompanhado do
esquema de lesões e demais laudos. A prova pericial concluiu que a vítima teria falecido em
decorrência de asfixia mecânica por estrangulamento e o recorrente apresentava marcas no
dorso de suas mãos com características por fricção por corda. Prova oral inconteste. As
testemunhas de acusação apontaram o recorrente como autor do homicídio qualificado em face
PROJUDI - Processo: 0045929-37.2016.8.16.0014 - Ref. mov. 809.1 - Assinado digitalmente por Elisabeth Khater:6636
26/04/2018: PROFERIDA SENTENÇA DE PRONÚNCIA. Arq: Sentença
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
da vítima. Presença de indícios veementes de autoria, logo, outro não poderia ser o desfecho
que não a pronúncia. Existência de elementos probatórios suficientes para a submissão do
recorrente a julgamento pelo Tribunal do Júri. Por ora, bastam os indícios e a materialidade,
inclusive no que tange as qualificadoras. As qualificadoras referentes à utilização de meio cruel
e à utilização de recurso que impossibilitou a defesa da vítima não devem ser afastadas, diante
Sobreleva-se que o acusado Fábio Antônio Lucena tenha, “a priori”, incidido no exposto
no artigo 16 da Lei nº 10.826/03, uma vez que o mesmo possuía armas de fogo e munições,
conforme descritas no Auto de Exibição e Apreensão de seq. 4.21.
Ressalte-se que o acusado Fábio, supostamente, seria o responsável pela guarda das
armas utilizadas e que, ainda, durante o cumprimento do mandado de busca apreensão em sua
residência, foram encontradas diversas armas, coletes e acessórios de armamento.
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
Assim sendo, por tratar-se de crime conexo ao doloso contra a vida, praticado em
desfavor de Pedro de Melo Domingos, deve ser o mesmo levado a julgamento perante o
Tribunal do Júri.
Pelo exposto e o mais que dos autos consta, JULGO PROCEDENTE a denúncia de seq.
7.1, para o fim de PRONUNCIAR os réus JOÃO PAULO ROESNER, THIAGO MORALES,
JEFFERSON JOSÉ DE OLIVEIRA e JÚLIO CÉSAR DA SILVA, qualificados nos autos, como
incursos nas sanções penais do artigo 121, parágrafo segundo, inciso IV, e artigo 347, "caput",
combinados com o artigo 29, todos do Código Penal, observadas as disposições da Lei de
Crimes Hediondos; FÁBIO ANTÔNIO LUCENA, qualificado nos autos, como incurso nos artigos
347, "caput", combinado com o artigo 29, do Código Penal e artigo 16 da Lei nº 10.826/03, a
fim de submetê-los a julgamento perante o Egrégio Tribunal do Júri desta Comarca.
Elisabeth Khater
[1] NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal Comentado. 8. ed. rev., atual.
e ampl. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais: 2008. p. 744.
[2] NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Comentado. 9. ed. rev., atual. e ampl. São
Paulo.