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EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE MORTE DO AGENTE

Apelação Criminal - Morte do Agente - Certidão de Óbito - Princípiomors


Omnia Solvite- Extinção da Punibilidade.

Dados Gerais
Processo:
AP 377
Relator(a):
Min. EROS GRAU
Julgamento:
19/11/2010
Publicação:
DJe-227 DIVULG 25/11/2010 PUBLIC 26/11/2010
Parte(s):
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

JACKSON BARRETO DE LIMA

KARINA FERREIRA SOARES DE ALBUQUERQUE E OUTRO(A/S)


MAURÍCIO SANTANA DE LIMA E OUTROS
SÉRGIO BEZERRA DE SANT'ANA
DJALMA FERREIRA DE OLIVEIRA E OUTRO(A/S)
ADRIELSON CELESTINO DE CARVALHO
ZILDA MARIA FONTES CALDAS
ERIVALDO CAVALCANTE DE MELO
DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
EURICO DE SOUZA FILHO
GILBERTO VIEIRA LEITE NETO E OUTRO(A/S)

Decisão

DEPUTADO FEDERAL. CRIMES DE PECULATO E DE FALSIDADE


IDEOLÓGICA. MORTE DE AGENTE E PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO
PUNITIVA ESTATAL. PEDIDO DE ARQUIVAMENTO DOS AUTOS PELA
PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA. ARQUIVAMENTO
DETERMINADO.1. Esta ação, relatada pelo então Ministro Eros Grau, veio-me
por determinação do Ministro Presidente, Cezar Peluso, em 26 de maio de
2010, por força de manifestação da Procuradoria-Geral da República nos
termos seguintes:"1. O Ministério Público do Estado de Sergipe ofereceu, em
30 de outubro de 1991, denúncia contra JACKSON BARRETO DE LIMA,
SÉRGIO BEZERRA DE SANTANA, ADRIELSON CELESTINO DE
CARVALHO, ERIVALDO CAVALCANTE DE MELO e EURICO DE SOUZA
FILHO imputando-lhes a prática dos delitos previstos nos arts. 299 e 312,
combinados com os arts. 29 e 69, todos do Código Penal (fls. 03/06).2. A
denúncia foi recebida em 12 de maio de 1993 (fls. 369).3. Em razão da
investidura de JACKSON BARRETO DE LIMA no mandato de Deputado
Federal, os autos foram remetidos a essa Corte (fls. 672).4. Após o
encerramento da instrução, o Ministério Público Federal ofereceu alegações

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finais, onde requereu a extinção da punibilidade de ERIVALDO CAVALCANTE
DE MELO em razão de seu falecimento; o reconhecimento da prescrição em
relação ao delito do art. 299 do Código Penal; e a absolvição dos demais réus
quanto à prática do crime previsto no art. 312 do Código Penal (fls.
1279/1286).5. Os réus não apresentaram alegações finais.6. Passados mais de
dois anos desde então, verifica-se que ocorreu a prescrição também em
relação ao delito de peculato.7. A pena máxima cominada em abstrato para o
delito em questão é de 12 (doze) anos de reclusão. De acordo com o art. 109,
II, do Código Penal, a pena superior a 8 (oito) anos e que não exceda 12 (doze)
anos prescreve em 16 (dezesseis) anos.8. Considerando que a denúncia foi
recebida em 12 de maio de 1993, último março interruptivo, consumou-se a
prescrição em maio de 2009.9. Ante o exposto, o Ministério Público Federal
requer seja reconhecida a extinção da punibilidade de ERIVALDO
CAVALCANTE DE MELO em razão de seu falecimento, e dos demais réus em
razão da prescrição, nos termos do art. 107, IV, do Código Penal." (fls.1302-
1303).2. Em 5 de novembro de 2010, o Presidente deste Supremo Tribunal
Federal, Ministro Cezar Peluso, u:"DESPACHO: Considerando a aposentadoria
do Min. Relator, EROS GRAU, e a necessidade de deliberação pronta sobre
requerimento do Procurador-Geral da República, determino o encaminhamento
dos autos à eminente Min. CÁRMEN LÚCIA, para apreciação do pedido de fl.
1303, diante do fato de o Min. RICARDO LEWANDOWSKI ocupar a
presidência do Tribunal Superior Eleitoral" (fl. 1310).Analisados os elementos
havidos nos autos, DECIDO.3. O requerimento formulado pelo Procurador-
Geral da República fundamenta-se no evento morte do réu ERIVALDO
CAVALCANTE MELO e na prescrição da pretensão punitiva, que, na linha da
jurisprudência sedimentada deste Supremo Tribunal, "há de o juiz proferir ...
para declará-la ou para denegá-la, caso em que o julgado vinculará a
acusação: há, então, julgamento definitivo" (Inquérito n. 1.604-QO, Rel. Min.
Sepúlveda Pertence, DJ 13.12.2002).Nesse sentido, as decisões monocráticas
proferidas na Ação Penal n. 443, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJ 24.10.2007;
nas Petições ns. 3.641, de minha relatoria, DJ 1º.8.2006; 4.548, Rel. Min.
Menezes Direito, DJ 18.8.2009; 4.581, Rel. Min. Menezes Direito, DJ
18.8.2009; 3.590, Rel. Min. Gilmar Mendes; e nos Inquéritos ns. 2.806, Rel.
Min. Carlos Britto, DJ 30.6.2009; 2.654, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJ
7.4.2008; 2.093, Rel. Min. Nelson Jobim, DJ 24.3.2004; 1.484, Rel. Min.
Sepúlveda Pertence, DJ 21.2.2005; e 1.950, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ
30.3.2006, este último salientando:"(...) DECISÃO: Extrato da denúncia (f.
134/138):‘O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL (...) vem, perante esse Colendo
Supremo Tribunal Federal, oferecer DENÚNCIA em desfavor...1. Consta do
referido procedimento investigatório que no dia 03 de março de 2002, por volta
das 18 horas, na sala 1 do Aeroporto de Congonhas, São Paulo-SP, foi
detectada pela fiscalização de raio x a existência de grande quantidade de
dinheiro, em espécie, na bagagem de mão do ora denunciado, que embarcava
no vôo 3230 da TAM com destino a Belo Horizonte-MG....5. As provas coligidas
demonstram a total improcedência das manifestações do ora denunciado
juntadas aos autos.6. Ao utilizar expressões desprestigiadoras e humilhantes
dirigidas a funcionários públicos no exercício de suas funções, com o propósito
de menosprezá-los, é de se concluir que o denunciado incorreu no crime de
desacato, previsto no art. 331 do CP....8. Dessume-se, portanto, que o
denunciado, agindo com vontade livre e consciente de menosprezar e

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humilhar, dirigida à produção do resultado criminoso, desacatou policiais
federais no exercício regular de suas funções. Está, pois, incurso nas penas do
art. 331 do Código Penal. ...Considerando-se os efeitos de coisa julgada
material, o arquivamento com fundamento na extinção da punibilidade pela
prescrição há de ser objeto de decisão do órgão judicial competente (Inq 1.538
- QO, Pleno, Pertence, DJ 14.9.01).Os fatos, segundo a denúncia, ocorreram
em ‘03 de março de 2002’, sem que houvesse, desde então, qualquer causa
interruptiva da prescrição que, hoje - transcorridos mais 4 anos -, já se operou
(C. Penal, arts. 10; 107, IV; 109, V; 114, II; e 331 ).Assim - no uso do poder que
confere ao relator o art. 3º, II, da L. 8.038/90 -, julgo extinta a punibilidade do
fato pela prescrição da pretensão punitiva (L. 8.038/90, art. 3º, II).Arquive-se
(...)".4. Na espécie em causa,a) o falecimento do réu ERIVALDO
CAVALCANTE DE MELO está devidamente comprovado na certidão de óbito
de fl. 1053, do que decorre o reconhecimento da extinção de punibilidade, nos
termos da legislação vigente e como encarecido pelo Ministério Público; eb) os
crimes imputados aos demais réus são os previstos no art. 312 do Código
Penal ("Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou
qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão
do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio (...) Pena - reclusão, de
dois a doze anos, e multa") e no art. 299 do Código Penal ("Art. 299 - Omitir,
em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou
nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita,
com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato
juridicamente relevante (...) Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o
documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é
particular"). Quanto a estes o caso é de reconhecimento da prescrição.O prazo
prescricional para o crime previsto no art. 312 é de 16 anos, nos termos do que
dispõe art. 109, inc. II, do Código Penal.Quanto ao crime de falsidade
ideológica, pena de um a cinco anos de detenção, a contagem do prazo
prescricional submete-se à regra prevista no art. 109, inc. III, do Código Penal,
que fixa lapso de 12 anos para expiração da pretensão punitiva.A denúncia foi
recebida em 12.5.1993, ou seja, há mais de 16 anos, incidindo na espécie as
regras prescricionais acima mencionadas.Acolhendo o parecer ministerial, e
diante da ocorrência da morte do réu ERIVALDO CAVALCANTE DE MELO e
da prescrição da pretensão punitiva, nos termos do art. 109, incs. II e III, do
Código Penal, conforme demonstrado, declaro extinta a punibilidade dos fatos
imputados ao réu ERIVALDO CAVALCANTE DE MELO, com fundamento no
art. 107, inc. I, do Código Penal, e dos fatos imputados aos demais réus, com
fundamento no art. 107, inc. IV, do Código Penal (art. 3º, inc. II, da Lei n.
8.038/90, c/c art. 21, inc.XV, e art. 231, § 4º, do Regimento Interno do Supremo
Tribunal Federal).Comunique-se o teor dessa decisão aos representantes
legais dos réus.Arquive-se.Brasília, 19 de novembro de 2010.Ministra
CÁRMEN LÚCIA Relatora

CONCEITO DO ALUNO:
Referente ao processo extingui-se a punibilidade pela morte do agente, em
relação ao réu Erivaldo Cavalcante de melo foi comprovado a morte do agente
através da certidão de óbito emitida pelo cartório civil em relação aos demais
réus o processo continua em andamento.

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Apelação Criminal - Morte do Agente - Certidão de Óbito - Princípiomors
Omnia Solvite- Extinção da Punibilidade.

Dados Gerais
Processo:
8375457 PR 837545-7 (Acórdão)
Relator(a):
Marcus Vinicius de Lacerda Costa
Julgamento:
22/03/2012
Órgão Julgador:
5ª Câmara Criminal

APELAÇAO CRIME Nº 837.545-7, DE GUARAPUAVA - 1ª VARA CRIMINAL


APELANTE 1 : JEFERSON CORDEIRO FERREIRA BASTOS APELANTE 2 :
VANDERLEI OLIVEIRA SILVA APELADO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO
ESTADO DO PARANÁ RELATOR : DES. MARCUS VINÍCIUS DE LACERDA
COSTA APELAÇAO CRIMINAL 1 FURTO QUALIFICADO - DECLARADA
EXTINTA A PUNIBILIDADE EM RAZAO DA MORTE DO AGENTE - ARTIGO
107, I, DO CÓDIGO PENAL PEDIDO DE FIXAÇAO DE HONORÁRIOS AO
DEFENSOR DATIVO POSSIBILIDADE RECURSO A QUE SE CONHECE,
DECLARANDO-SE, PRELIMINARMENTE, A EXTINÇAO DA PUNIBILIDADE
EM RAZAO DA MORTE DO AGENTE E, NO MÉRITO, DÁ-SE PARCIAL
PROVIMENTO - APELAÇAO 2 PLEITO PELA ABSOLVIÇAO
DESCABIMENTO - AUTORIA E MATERIALIDADE DEVIDAMENTE
DEMONSTRADAS PALAVRA DA VÍTIMA EM CONSONÂNCIA COM OS
DEMAIS DEPOIMENTOS - RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Apelação Crime nº 837.545-7,
de Guarapuava - 1ª Vara Criminal, em que são Apelantes VANDERLEI
OLIVEIRA SILVA e JEFERSON CORDEIRO FERREIRA BASTOS e Apelado o
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ.

I RELATÓRIO:

Jeferson Cordeiro Ferreira Bastos e Vanderlei Oliveira Silva foram condenados


como se verifica da r. sentença proferida nos autos nº , da 1ª Vara Criminal da
Comarca de Guarapuava, nas sanções do artigo 155, 4º, I e IV, do Código
Penal, às penas iguais de 02 (dois) anos e 11 (onze) meses de reclusão, a
serem cumpridas em regime inicial fechado, e ao pagamento de 17 (dezessete)
dias-multa, no valor de 1/30 do salário mínimo vigente à época dos fatos.
Consta na denúncia o seguinte fato delituoso:
"No dia 22 de agosto de 2001, por volta das 07 horas e 30 minutos, na
residência localizada na Rua 17 de Julho, 1718, nesta cidade e Comarca, os
denunciados JOSÉ ANTONIO MARTINS, JEFERSON CORDEIRO FERREIRA
BASTOS e VANDERLEI OLIVEIRA SILVA, em comunhão de vontades e
conjugação de esforços, subtraíram, para si, objetivando lucro fácil, mediante
rompimento de obstáculo, consistente em arrombarem a porta da residência
(Auto de Arrombamento a ser juntado), os seguintes objetos: um

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microcomputador completo marca Pentium MMX 200, com impressora HP 610,
scaner Genius, um aparelho de som com CD marca CCE, um ferro a vapor
Black e Decker, uma colcha de cetim verde e duas mochilas sendo uma na cor
preta e outra na cor marron (sic) de propriedade da vítima Maria Neusa Lopes
Pinto, conforme Autos de Exibição e Apreensão de fl. 12, Auto de Avaliação de
fl. 37, e Auto de Entrega de fl. 38."

Inconformado com a decisão condenatória, o réu Jeferson Cordeiro Ferreira


Bastos, interpôs recurso de apelação, cujas razões encontram-se às fls.
325/327, requerendo sua absolvição com fulcro no artigo 386, IV, V e VI, do
Código de Processo Penal. Alternativamente, pede a desconsideração da
qualificadora do delito. Por fim, pleiteia que sejam fixados os honorários
advocatícios.
Vanderlei Silva de Oliveira, também interpôs recurso de apelação, razões fls.
328/332, demandando por sua absolvição, visto que, não há nos autos
elementos probatórios suficientes para ensejar a condenação.
O Ministério Público contra-arrazoou, às fls. 333/339, sendo pelo conhecimento
e, no mérito, pelo desprovimento do apelo.
Os autos foram remetidos a este Tribunal.
A Procuradoria Geral de Justiça, por meio do Parecer nº. 17257, fls. 347/354,
manifestou-se pelo conhecimento e desprovimento do recurso.
Os autos vieram conclusos a este Relator.
À fl. 358, o membro do parquet informa que o apelante Jeferson Cordeiro
Ferreira Bastos faleceu, conforme certidão de Óbito, fl. 359.
É o relatório.

II - VOTO E SUA FUNDAMENTAÇAO:

Apelação 1

Primeiramente, cumpre analisar a informação do Ministério Público (fls.


358/359) de que o apelante Jeferson Cordeiro Ferreira Bastos havia falecido,
conforme certidão de óbito apresentada, estando configurada uma das
hipóteses de extinção da punibilidade do agente.
Júlio Fabbrini Mirabete1, ao discorrer sobre o a extinção da punibilidade pela
morte do agente, ensina: "Extingue-se a punibilidade pela morte do agente, em
decorrência do princípio mors omnia solvit (a morte tudo apaga) e pelo princípio
constitucional de que nenhuma pena passará da pessoa do delinqüente (art.
5º, inciso XLV, 1ª parte, da CF).

Ao referir-se ao agente, a lei inclui o indiciado, o réu e o condenado. A prova da


existência dessa causa extintiva da punibilidade é a certidão do assento de
óbito e só a vista dela o juiz pode declarar extinta a punibilidade (art. 62, do ...

CONCEITO DO ALUNO:
Referente ao processo extingui-se a punibilidade pela morte do agente, em
relação ao réu depois do transito em julgado estava cumprindo pena em regime
fechado e foi assinado em quanto cumpria a pena.

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Apelação Criminal - Morte do Agente - Certidão de Óbito - Princípiomors
Omnia Solvite- Extinção da Punibilidade.

Dados Gerais
Processo:
APL 330005220088030001 AP
Relator(a):
Desembargador AGOSTINO SILVÉRIO
Julgamento:
14/06/2011
Órgão Julgador:
CÂMARA ÚNICA
Publicação:
no DJE N.º 115 de Terça, 28 de Junho de 2011

Ementa

APELAÇAO CRIMINAL - MORTE DO AGENTE - CERTIDAO DE ÓBITO -


PRINCÍPIOMORS OMNIA SOLVITE- EXTINÇAO DA PUNIBILIDADE.
1) A morte do agente dá causa à extinção da punibilidade, à vista da certidão
de óbito, depois de ouvido Ministério Público,ex vido artigo 62 Código Penal;
2) Recurso conhecido e extinto face a morte do réu/apelante.

RELATÓRIO

Trata-se de apelação criminal interposta por ADI OTONE DE FARIAS contra


sentença proferida pelo Juízo de Direito da 1ª Vara Criminal da Comarca de
Macapá.

Razões recursais às f. 207/218.

Contrarrazões às f. 219/227.

Pelo Juízo de primeiro grau, foi noticiada a morte do recorrente por meio da
certidão de óbito e documentos juntados às f. 248/252 dos autos.

No parecer de f. 255, a d. Procuradoria de Justiça manifestou-se pela


declaração da extinção da punibilidade pela morte do agente, nos termos do
artigo 107, I do Código Penal.

É o relatório.

VOTO

ADMISSIBILIDADE

O Excelentíssimo Senhor Desembargador AGOSTINO SILVÉRIO (Relator)


- Presentes os pressupostos objetivos e subjetivos de admissibilidade do
recurso, dele conheço.

O Excelentíssimo Senhor

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Juiz Convocado CONSTANTINO BRAHUNA (1º vogal) - Também o conheço.

O Excelentíssimo Senhor

Juiz Convocado EDUARDO CONTRERAS (2º vogal) - Também o conheço.

MÉRITO

O Excelentíssimo Senhor Desembargador AGOSTINO SILVÉRIO (Relator)

Consoante relatado foi noticiado o falecimento do réu ADI OTONE DE FARIAS,


ocorrido em 02/04/2011, conforme Certidão de Óbito encaminhada pelo Juízo
de Direito da 4ª Vara Criminal da Comarca de Macapá.

É cediço que a morte do agente dá causa a extinção da punibilidade, conforme


prescreve o art. 107, inciso ...

CONCEITO DO ALUNO:
Referente ao processo extingui-se a punibilidade pela morte do agente, em
através da certidão de óbito emitida pelo cartório civil em relação aos demais
réus o processo continua em andamento.

Penal. Processo Penal. Habeas Corpus Preventivo. Trancamento de Ação


Penal que em Tese Apura Crime de Falsidade Ideológica Absorvido Pelo
Crime de Estelionato. Certidão de Óbito Ideologicamente Falsa Apresentada
ao Inss Para Obtenção Fraude.

Dados Gerais
Processo:
HC 1212 RN 2000.05.00.052129-4
Relator(a):
Desembargador Federal Araken Mariz
Julgamento:
05/02/2001
Órgão Julgador:
Segunda Turma
Publicação:
DJ DATA-22/06/2001 PÁGINA-204

Ementa

PENAL. PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS PREVENTIVO.


TRANCAMENTO DE AÇÃO PENAL QUE EM TESE APURA CRIME DE
FALSIDADE IDEOLÓGICA ABSORVIDO PELO CRIME DE ESTELIONATO.
CERTIDÃO DE ÓBITO IDEOLOGICAMENTE FALSA APRESENTADA AO
INSS PARA OBTENÇÃO FRAUDULENTA DE PENSÃO POR MORTE
ESPÉCIE RURAL. PARCELAS SUCESSIVAS. PRESCRIÇÃO. PRETENSÃO
PUNITIVA. INOCORRÊNCIA. PERSECUTIO CRIMINIS. IMPROCEDÊNCIA
DO WRIT.

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1- TRATA-SE DE IMPETRAÇÃO DE ORDEM DE HABEAS CORPUS A FIM
DE SER RECONHECIDA, EM FAVOR DO PACIENTE, A EXTINÇÃO DA
PUNIBILIDADE PELA OCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO
PUNITIVA.
2- AS CAUSAS EXTINTIVAS DA PUNIBILIDADE CONSTITUEM MATÉRIA DE
ORDEM PÚBLICA. PODEM E DEVEM SER RECONHECIDAS PELO JUIZ A
QUALQUER TEMPO, SOB PENA DE COAÇÃO ILEGAL, CORRIGÍVEL POR
HABEAS CORPUS.
3- IN CASU, O CRIME-FIM (ESTELIONATO) ABSORVEU O CRIME-MEIO
(FALSIDADE). NO CRIME DE ESTELIONATO COM PERCEPÇÃO
FRAUDULENTA E SUCESSIVA DO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO, O
TERMO INICIAL DO PRAZO PRESCRICIONAL, CONTA-SE DA DATA EM
QUE FOI CESSADA A PRESTAÇÃO INDEVIDA, EX-VI DO ARTIGO 111,
INCISO III DO CPB (PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS). O CRIME DO
ARTIGO 171, PARÁGRAFO 3º DO CPB, ONDE A PENA É DE RECLUSÃO DE
UM A CINCO ANOS, COM PRESCRIÇÃO DA PENA EM ABSTRATO EM
DOZE ANOS E OS FATOS SEGUNDO A DENÚNCIA SE DESENVOLVERAM
DE OUTUBRO DE 1985 ATÉ 1994, TENHO COMO TERMO A QUO, INICIAL,
PARA A CONTAGEM DO PRAZO PRESCRICIONAL, O ANO DE 1994. DE
AGOSTO 1994 ATÉ O AJUIZAMENTO DA AÇÃO PENAL (09.10.1997), NÃO
DECORRERAM OS NECESSÁRIOS 12 (DOZE) ANOS PARA IDENTIFICAR-
SE A PRESCRIÇÃO PELA PENA IN ABSTRATO.
4- AFASTANDO-SE A DECLARAÇÃO DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
PELA OCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃO PUNITIVA PELA PENA IN
ABSTRATO, IMPÕE-SE O PROSSEGUIMENTO DO FEITO ATÉ
JULGAMENTO FINAL.
5- ORDEM DE HABEAS CORPUS DENEGADA.

CONCEITO DO ALUNO:
Referente ao processo não extingui-se a punibilidade pela morte do agente
porque houve uma tentativa de fraude em relação a certidão de obito.

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE ANISTIA, GRAÇA OU INDULTO

Tentativa de Estupro - Vítima Maior de Quatorze (14) Anos - Artigo 213,


Combinado com Artigo 14, Inciso Ii, Ambos do Código Penal - Crime
Considerando Hediondos Pena de Dois Anos de Reclusão a Ser Cumprida
Integralmente em Regime Fechado.

Dados Gerais
Processo:
ACR 561946 PR Apelação Crime - 0056194-6
Relator(a):
Hirosê Zeni
Julgamento:
22/05/1997
Órgão Julgador:
1ª Câmara Criminal

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Ementa

TENTATIVA DE ESTUPRO - VÍTIMA MAIOR DE QUATORZE (14) ANOS -


ARTIGO 213, COMBINADO COM ARTIGO 14, INCISO II, AMBOS DO
CÓDIGO PENAL - CRIME CONSIDERANDO HIDIONDO PENA DE DOIS
ANOS DE RECLUSÃO A SER CUMPRIDA INTEGRALMENTE EM REGIME
FECHADO § 1º, DO ARTIGO 2º, DA LEI 8.072/90 - ESTE DISPOSITIVO
LEGAL NÃO ESTÁ REVESTIDO DE INCONSTITUCIONALIDADE -
SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA - ARTIGO 77 DO CÓDIGO PENAL -
APELO DESPROVIDO SURSIS CONCEDIDO POR ESTA CORTE COM BASE
NO ARTIGO 175 DA LEP E ARTIGO 697 DO CÓDIGO DE PROCESSO
PENAL.
De acordo com os predominantes entendimentos jurisprudenciais, mesmo nos
crimes considerados hidiondos, desde que satisfeitas as exigências do artigo
77 do Código Penal, é autorizada a suspensão condicional da pena, pois os
incisos I e II, do artigo 2º, da Lei 8.072/90, mencionam expressamente que
estes crimes são insucetíveis de anistia, graça, induto, fiança e liberdade
provisória sem incluir a suspensão condicionada da pena por ausente norma
vedativa expressa, julgo ser possível a concessão do sursis.

CONCEITO DO ALUNO:
Referente ao processo não extingui-se a punibilidade pela anistia, graça ou
indulto pelo foto de crimes hediondos não extingue a punibilidade.

Número do processo: 1.0000.00.269167-3/000 (1)


Relator: ODILON FERREIRA
Relator do Acórdão: ODILON FERREIRA
Data do Julgamento: 04/06/2002
Data da Publicação: 04/09/2002
Inteiro Teor:

EMENTA: Recurso de Agravo. Comutação de Pena. Possibilidade. Sob a ótica


do Decreto 3.226/99, não se pode indeferir um pedido de comutação de pena
ao argumento simples de que tal benefício é vedado aos condenados por
crimes hediondos.

RECURSO DE AGRAVO Nº 000.269.167-3/00 - COMARCA DE


GOVERNADOR VALADARES - RECORRENTE (S): IVAN DO NASCIMENTO -
RECORRIDO (S): MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADO MINAS GERAIS, PJ 1 V
CR EXEC PENAIS COM. GOVERNADOR VALADARES - RELATOR: EXMO.
SR. DES. ODILON FERREIRA

ACÓRDÃO

Vistos etc., acorda, em Turma, a TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL do Tribunal


de Justiça do Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls., na
conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à unanimidade
de votos, EM DAR PROVIMENTO PARCIAL, VENCIDO O DES. 2º VOGAL.

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Belo Horizonte, 04 de junho de 2002.

DES. ODILON FERREIRA - Relator

NOTAS TAQUIGRÁFICAS

O SR. DES. ODILON FERREIRA:

VOTO

Cuida-se de recurso de agravo interposto pelo sentenciado IVAN DO


NASCIMENTO, qualificado alhures, que cumpre pena de 19 anos de reclusão,
em regime integralmente fechado, pela prática do delito tipificado no art. 121, §
2º, incs. II e IV do Código Penal, contra a decisão do MM. Juiz da Vara de
Execuções Penais da Comarca de Governador Valadares, que indeferiu seu
pedido de comutação da pena, ao argumento de que a natureza do delito
(hediondo) não permite a concessão do benefício, que trata de uma espécie de
"induto parcial".

Sustenta o recorrente, em síntese, que embora bastante conturbado esse tema


em nossos tribunais, não se pode dar guarida a tal posição, visto que o indulto
e a comutação de pena são institutos diferentes, já que esta é uma forma de
modificação de pena quantitativa ou qualificativamente, aquele - indulto - é
causa extintiva de punibilidade. E cita alguns arestos, bem como alguns
doutrinadores que apóiam tal afirmativa.

Assim, considerando presentes os requisitos objetivos e subjetivos de


admissibilidade do recurso, requer seja o mesmo admitido e ao final provido.

Contra-arrazoado o recurso e mantida a decisão pelo despacho de fls. 37,


subiram os autos e, nesta instância, manifestou- se a douta Procuradoria de
Justiça pelo seu desprovimento.

É o relatório.

Conheço do recurso, presentes os requisitos legais de admissibilidade.

Verifica-se dos autos, que Ivan do Nascimento, viu-se condenado na comarca


de Governador Valadares, a uma pena de 19 anos de reclusão, pela prática do
crime de Homicídio Duplamente Qualificado.

Com fulcro no Decreto Presidencial 3.226, de 29 de outubro de 1999, requereu


este sentenciado, ora recorrente, a comutação da pena que lhe foi imposta,
alegando que até a data de 25 de dezembro daquele ano de 1999, já havia
cumprido mais de 1/4 da mesma, sendo tal pleito indeferido pelo julgador
"a quo", ao argumento de que o art

CONCEITO DO ALUNO:
Referente ao processo foi concedido o indulto depois do agente ter sido
condenado a 19 anos de reclusão.

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STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO MANDADO DE
SEGURANÇA: AgRg no MS 18293 DF 2012/0047889-8
Dados Gerais
Processo:
AgRg no MS 18293 DF 2012/0047889-8
Relator(a):
Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI
Julgamento:
11/04/2012
Órgão Julgador:
S1 - PRIMEIRA SEÇÃO
Publicação:
DJe 16/04/2012

Ementa

AGRAVO REGIMENTAL DE DECISÃO QUE INDEFERIU O PEDIDO LIMINAR


EMMANDADO DE SEGURANÇA. ANISTIA POLÍTICA. EX-MILITAR.
INSTAURAÇÃO DEPROCESSO DE REVISÃO DE ANISTIA. INEXISTÊNCIA
DOS REQUISITOSINDISPENSÁVEIS À CONCESSÃO DA
MEDIDA.RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.

CONCEITO DO ALUNO:
Referente ao processo foi indeferido o pedido de anistia para ex-militar pela
razão de tamanho o crime contra a sociedade.

TJRS - Agravo: AGV 70046955977 RS

Execução Penal. Indulto e Comutação.


Dados Gerais
Processo:
AGV 70046955977 RS
Relator(a):
Ivan Leomar Bruxel
Julgamento:
01/03/2012
Órgão Julgador:
Terceira Câmara Criminal
Publicação:
Diário da Justiça do dia 16/03/2012

Ementa

EXECUÇÃO PENAL. INDULTO E COMUTAÇÃO.


Uma vez deferido o indulto, inviável a revogação. AGRAVO DEFENSIVO
PROVIDO. (Agravo Nº 70046955977, Terceira Câmara Criminal, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Ivan Leomar Bruxel, Julgado em 01/03/2012)

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EXECUÇÃO PENAL. INDULTO E COMUTAÇÃO.

Uma vez deferido o indulto, inviável a revogação.

AGRAVO DEFENSIVO PROVIDO.

Agravo em Execução Terceira Câmara Criminal


Nº 70046955977 Comarca de Santa Maria
ALEXANDER CARVALHO DA ROSA AGRAVANTE
MINISTÉRIO PÚBLICO AGRAVADO

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos.

Acordam, os Desembargadores integrantes da Terceira Câmara Criminal do


Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, dar provimento ao agravo
defensivo, para restabelecer a decisão que concedeu o indulto.

Custas na forma da lei.

Participaram do julgamento, além do signatário (Presidente), os eminentes


Senhores Des. Nereu José Giacomolli e Desa. Catarina Rita Krieger
Martins .

Porto Alegre, 01 de março de 2012.

DES. IVAN LEOMAR BRUXEL,

Relator.

RELATÓRIO

Des. Ivan Leomar Bruxel (RELATOR)

Adoto, data venia , o relatório do parecer:

Trata-se de recurso de agravo em execução interposto pelo agravante (fl. 02),


onde pretende a reforma da r. decisão que indeferiu o pedido de indulto ao
apenado, fls. 03/04.

O agravante apresentou suas razões (fls. 07/11), tendo o Ministério Público


oferecido suas contrarrazões (fls. 17/19V.).

O nobre Magistrado a quo manteve a decisão recorrida (fls. 25).

Subiram os autos, vindo a este Órgão para parecer.

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É o sucinto relatório.

Em 16 de janeiro de 2012 o Procurador de Justiça Roberto Claus Radke lançou


parecer pelo improvimento.

CONCEITO DO ALUNO:

Referente ao processo foi deferido o pedido de anistia, uma vez concedido a


anistia não e mais possível reverter., pois a lei só retroagem em favor do réu.

Pela retroatividade de lei que não mais


considera o fato como criminoso;
Dados Gerais
Processo:
APL 23363620078260582 SP 0002336-36.2007.8.26.0582
Relator(a):
Ruy Alberto Leme Cavalheiro
Julgamento:
17/01/2012
Órgão Julgador:
3ª Câmara de Direito Criminal
Publicação:
19/01/2012

Ementa

PORTE DE ARMA.
Alegação de posse de arma e ocorrência de abolitio criminis.
IMPOSSIBILIDADE. O acusado trazia consigo a arma, configurado o porte.
Abolitio criminis que se refere somente à conduta de possuir, não aplicável à
conduta de portar arma. Pena bem dosada, regime adequado. NEGADO
PROVIMENTO AO RECURSO.

CONCEITO DO ALUNO:

Referente ao processo foi indeferido o pedido de abolitio criminis. pelo fato que
o agente tem porte arma , enão somente pelo fato de obter a arma.

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Dados Gerais
Processo:
HC 151840 SP 2009/0210585-0
Relator(a):
MIN. MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA
Julgamento:
01/03/2012
Órgão Julgador:
T6 - SEXTA TURMA
Publicação:
DJe 19/03/2012

Ementa

PROCESSUAL PENAL. PRISÃO PREVENTIVA. TRANCAMENTO DA AÇÃO


PENAL.JUSTA CAUSA. ATIPICIDADE. SUPERVENIÊNCIA. SENTENÇA
CONDENATÓRIA.HABEAS CORPUS. PREJUDICIALIDADE DAS MATÉRIAS.
PENAL. POSSE DE ARMA EMUNIÇÕES DE USO PROIBIDO OU RESTRITO.
ABOLITIO CRIMINIS. NÃOOCORRÊNCIA.
1. A prolação de sentença condenatória prejudica a alegação de falhana
segregação cautelar e de trancamento da ação penal, poratipicidade na
conduta. Precedentes desta Corte e do SupremoTribunal Federal.
2. A Sexta Turma, a partir do julgamento do HC nº 188.278/RJ, passoua
entender que a abolitio criminis, para a posse de armas e muniçõesde uso
permitido, restrito, proibido ou com numeração raspada, temcomo data final o
dia 23 de outubro de 2005.3. Dessa data até 31 de dezembro de 2009,
somente as armas/muniçõesde uso permitido (com numeração hígida) e, pois,
resgistráveis, éque estiveram abarcadas pela abolitio criminis.4. Desde de 24
de outubro de 2005, as pessoas que possuam muniçõese/ou armas de uso
restrito, proibido ou com numeração raspada, podemse beneficiar de extinção
da punibilidade, desde que,voluntariamente, façam a entrega do artefato.5. No
caso concreto, o ora paciente foi pego na posse de arma de usorestrito (pistola
nove milímetros) e munições intactas, em abril de2009, não podendo, portanto,
se beneficiar da exclusão do crime (abolitio criminis temporária) e nem da
específica extinção dapunibilidade.6. Habeas corpus parcialmente prejudicado
e, no mais, denegado.

CONCEITO DO ALUNO:

Referente ao processo foi indeferido o pedido de abolitio criminis. pelo fato que
o agente tem porte arma , enão somente pelo fato de obter a arma.

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Dados Gerais
Processo:
HC 148338 MS 2009/0185868-3
Relator(a):
Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR
Julgamento:
02/08/2011
Órgão Julgador:
T6 - SEXTA TURMA
Publicação:
DJe 22/08/2011

Ementa

HABEAS CORPUS. PENAL. PORTE ILEGAL DE ARMAS. ART. 14


DA LEI N.10.826/2003. ABOLITIO CRIMINIS TEMPORÁRIA. NÃO
ABRANGÊNCIA. ORDEMDENEGADA.
1. A abolitio criminis temporária, prevista nos arts. 5º, § 3º, e 30da
Lei n. 10.826/2003 e nos diplomas legais que prorrogaram osprazos
previstos nesses dispositivos, abrangeu apenas a posse ilegalde
arma de fogo, mas não o seu porte. Precedentes desta Corte e
doSupremo Tribunal Federal.
2. Segundo entendimento desta Corte, o transporte em
veículocaracteriza o porte, e não a posse de arma de fogo.
3. Ordem denegada.

CONCEITO DO ALUNO:

Referente ao processo foi indeferido o pedido de abolitio criminis. pelo fato que
o agente tem porte arma , enão somente pelo fato de obter a arma.

Dados Gerais
Processo:
4938820128070000 DF 0000493-88.2012.807.0000
Relator(a):
MARIO MACHADO
Julgamento:
08/03/2012
Órgão Julgador:
1ª Turma Criminal
Publicação:
19/03/2012, DJ-e Pág. 219

Ementa

15
AGRAVO EM EXECUÇÃO PENAL. POSSE ILEGAL DE ARMA DE FOGO
COM NUMERAÇÃO SUPRIMIDA. TIPICIDADE DA CONDUTA.
INAPLICABILIDADE DA ABOLITIO CRIMINIS TEMPORÁRIA. AQUELE QUE
POSSUIR ARMA DE FOGO COM MARCA, NUMERAÇÃO OU QUALQUER
OUTRO SINAL DE IDENTIFICAÇÃO RASPADO, SUPRIMIDO OU
ADULTERADO, DEVERÁ SER PROCESSADO PELO CRIME PRATICADO
(ARTIGOS 14 OU 16 DA LEI 10.826/03), POR NÃO SER POSSÍVEL A
REGULARIZAÇÃO DO ARMAMENTO NOS TERMOS DOS ARTS. 30 E 32 DA
LEI 10.826/03, NÃO SE APLICANDO A ABOLITIO CRIMINIS TEMPORÁRIA
PROMOVIDA PELA LEI 11.922/2009. RECURSO DE AGRAVO
DESPROVIDO.

CONCEITO DO ALUNO:

Referente ao processo foi indeferido o pedido de abolitio criminis. pelo fato que
o agente tem porte arma , enão somente pelo fato de obter a arma.

Pela prescrição, decadência ou perempção;

Dados Gerais
Processo:
APL 994010655719 SP
Relator(a):
Marrey Uint
Julgamento:
02/02/2010
Órgão Julgador:
3ª Câmara de Direito Público
Publicação:
10/02/2010

Ementa

Apelação Cível - Prescrição, decadência e Perempção - Inocorrência -


Processo Administrativo que suspende prazos - Preliminar rejeitada.Apelação
Cível - Aplicação de multa por creditamento indevido de ICMS - Alegação de
inidoncidade da empresa vendedora - Declaração posterior ao negócio que deu
origem ao creditamento que não pode atingir o adquirente de boa fé -
Precedentes do STJ - Recurso Provido.

CONCEITO DO ALUNO:

Referente ao processo foi deferido a prescrição, pois não foi admitido o credita
mento ilegal do ICMS, pois o réu agiu de boa-fé.

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Inteiro teor (pdf)
Dados Gerais
Processo:
AC 5637221 PR 0563722-1
Relator(a):
Ivan Bortoleto
Julgamento:
13/04/2010
Órgão Julgador:
3ª Câmara Cível
Publicação:
DJ: 379

Ementa

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE ATOS


ADMINISTRATIVOS - INDEFERIMENTO DE PEDIDOS DE EXCLUSÃO DE
IMÓVEL DO ROL CADASTRAL DAS UNIDADES DE INTERESSES DE
PRESERVAÇÃO DO MUNICÍPIO DE CURITIBA (UIP) - PRESCRIÇÃO -
TRANSCURSO DE MAIS DE 15 (QUINZE) ANOS DESDE AS PRIMEIRAS
MEDIDAS DE INCLUSÃO DO IMÓVEL DAQUELE ROL - EXTINÇÃO DO
PROCESSO, COM JULGAMENTO DO MÉRITO. Apelo desprovido.
1. Os atos administrativos irradiam seus efeitos no mundo jurídico mesmo
sendo ilegais, nulos, ou anuláveis, efeitos estes passíveis de convalidação pelo
decurso dos prazos de decadência, prescrição, preclusão ou perempção.
2. No Direito Administrativo a prescritibilidade decorre do interesse público e do
princípio da segurança jurídica, sendo fundamental para estabilização das
relações entre a Administração Pública e os administrados. Assim, transcorrido
o prazo prescricional, a Administração Pública ou o administrado fica impedido
de praticar o ato.
3. Atingido está, pela prescrição, o direito do administrado que resolve
ingressar em juízo 15 (quinze) anos depois da prática, pela Administração
Municipal, dos atos administrativos de inscrição do imóvel de sua propriedade
como Unidade de Interesse de Preservação (UIP). A ação, de cunho pessoal,
prescreve em 5 (cinco) anos, segundo o disposto no artigo 1º do Decreto nº
20.910/32.

CONCEITO DO ALUNO:

Referente ao processo foi extinguido a punibilidade pelo a prazo de 15 anos


depois da pratica no crime na administração

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Dados Gerais
Processo:
11027 CE
Relator(a):
TARCÍSIO BRILHANTE DE HOLANDA
Julgamento:
08/08/2007
Publicação:
DJ - Diário de justiça, Tomo 157, Data 20/08/2007, Página 214/215

Ementa

AÇÃO CRIMINAL DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA. ELEIÇÕES 1998. ART.


299, CÓDIGO ELEITORAL. PRESCRIÇÃO. ART. 109, IV, CÓDIGO PENAL.
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. ARQUIVAMENTO DO FEITO.
1 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o
disposto nos §§ 1º e 2º do artigo 110 do Código Penal, regula-se pelo máximo
da pena privativa de liberdade cominada ao crime.
2 - Extingue-se a punibilidade: (...) pela prescrição, decadência ou perempção
(Código Penal, artigo 107, inciso IV).
3 - Os fatos delituosos teriam se consumado durante a campanha eleitoral de
1998, e como a pena máxima prevista no tipo penal é de 4 (quatro) anos, resta
plenamente caracterizada a prescrição da pretensão punitiva do Estado.
4 - Feito arquivado.

CONCEITO DO ALUNO:

Referente ao processo foi extinguido a punibilidade pelo a prazo porque


ocorreu antes do transito em julgado.

Dados Gerais
Processo:
RC 71002494326 RS
Relator(a):
Laís Ethel Corrêa Pias
Julgamento:
29/03/2010
Órgão Julgador:
Turma Recursal Criminal
Publicação:
Diário da Justiça do dia 01/04/2010

Ementa

APELAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DA DECISAÕ QUE EXTINGUIU A


PUNIBILIDADE COM FUNDAMENTO NO ARTIGO 107, IV, DO CÓDIGO
PENAL. CONHECIDA COMO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO.
POSSIBILIDADE.
Aplicando-se subsidiariamente ao Procedimento dos Juizados Especiais
Criminais as disposições do Código de Processo Penal, como prevê o art. 92

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da Lei 9.099/95, há de ser conhecido o recurso em sentido estrito. No caso em
tela, é possível a interpretação extensiva do inciso XI do artigo 581 do Código
de Processo Penal, atendendo-se aos princípios norteadores do Juizado
Especial Criminal, diante da lacuna da lei.Carece de fundamentação a decisão
extintiva de punibilidade, posto que não refere, explicita ou implicitamente em
qual das hipóteses baseou-se o decisium.Ademais, inocorrente prescrição,
perempção ou decadência no presente caso. Já que, não transcorridos dois
anos (prazo prescricional para o delito) desde a data do fato; impossível a
ocorrência da perempção na ação penal pública; e verificada a representação
não houve decadência do direito de ação..APELAÇÃO CONHECIDA COMO
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO E PROVIDA. (Recurso Crime Nº
71002494326, Turma Recursal Criminal, Turmas Recursais, Relator: Laís Ethel
Corrêa Pias, Julgado em 29/03/2010)

CONCEITO DO ALUNO:

Referente ao processo foi extinguido a punibilidade pelo a prazo porque


ocorreu 2 anos após o fato então devidos ao tempo houve a decadência do
direito.

Pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos


crimes de ação privada;

Dados Gerais
Processo:
QCR 6274760 PR 627476-0 (Decisão Monocrática)
Relator(a):
Valter Ressel
Julgamento:
27/03/2012
Órgão Julgador:
2ª Câmara Criminal

Decisão

Decisão Vistos, etc. 1. A Rede Feminina de Combate ao Câncer de São João


do Triunfo, representada por sua Presidente Teany Elisa Colle, ofertou queixa
crime contra Luiz de Lima e Mário César da Silva pela prática dos crimes de
difamação e injúria (arts. 139 e 140 do Código Penal). Segundo a querelante,
as ofensas teriam sido proferidas por ocasião da sessão plenária da Câmara
de Vereadores do Município de São João do Triunfo, realizada no dia 17 de
agosto de 2009. 2. Proposta a transação penal, a mesma foi aceita pelos
querelados, bem como homologada pela Juíza designada Drª Lilian Romero
(fls. 44/45). 3. Ambas as partes noticiam o cumprimento da transação penal
(fls. 69/72, 75 e 83). 4. A Procuradoria-Geral de Justiça opinou pela extinção da
punibilidade (fl. 79-v). Pois bem. Decido. 1. Extrai-se dos autos que os
querelados cumpriram a transação penal celebrada às fls. 44/45, pois se
retrataram publicamente durante a sessão plenária da Câmara de Vereadores
do Município de São João do Triunfo, realizada no dia 02 de maio de 2011 (fls.

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70/72). 2. Diante desse fato, prevê o item 6 da transação penal: "Com o
cumprimento da transação penal, nos termos do item 1 acima, será extinta a
punibilidade dos querelados, com o conseqüente arquivamento deste feito
(queixa-crime 627.447-9) bem como da queixa-crime nº 627.476-0 em que é
querelante a Rede Feminina de Combate ao Câncer de São João do Triunfo,
posto que tem por objeto os mesmos fatos." 3. E com o cumprimento da
transação, aplica-se ao caso o art. 74, parágrafo único, da Lei nº 9.099/95, bem
como o art. 107, inc. V, do Código Penal e, por fim, o art. 298, § 4º, inc. II, do
Regimento Interno desta Corte, assim redigidos: "Art. 74, parágrafo único, da
Lei nº 9.099 Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal
pública condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a
renúncia ao direito de queixa ou representação." "Art. 107, inc. V, do Código
Penal Extingue-se a punibilidade: V pela renúncia do direito de queixa ou pelo
perdão aceito, nos crimes de ação privada." "Art. 298 Nos crimes de ação
penal pública, o Ministério Público terá o prazo de quinze dias para oferecer
denúncia ou pedir arquivamento do inquérito ou das peças informativas. § 4º -
Competirá ao Relator: II decretar a extinção da punibilidade nos casos
previstos em lei."4. Assim, tendo em vista não só a homologação, mas também
o cumprimento da transação penal celebrada entre as partes, declaro extinta a
punibilidade com base nos arts. 74, parágrafo único, da Lei nº 9.099/95; 107,
inc. V, do Código Penal; 298, § 4º, inc. II, do Regimento Interno desta Corte e,
por conseguinte, determino o arquivamento dos presentes autos. Curitiba, 26
de março de 2012. VALTER RESSEL Relator

CONCEITO DO ALUNO:

Referente ao processo o extingui se a punibilidade pelo fato do querelante


renunciou o direito da queixa crime

Processo: 0314887-2

QUEIXA-CRIME Nº. 314.887-2


VARA CRIMINAL DE ARAPONGAS
Querelante: ILVINO FAZOLI
Querelado: ALMIR BATISTA
Relator: Des. Rogério Kanayama EMENTA: QUEIXA-CRIME. ARTS. 138 E 139
DO CÓDIGO PENAL. COMPETÊNCIA POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO.
DELITO ATRIBUÍDO A PREFEITO MUNICIPAL. CONSUMAÇÃO ANTES DA
INVESTIDURA NO CARGO. COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
RENÚNCIA DA AÇÃO PENAL PRIVADA. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE.
ARTIGO 107, V, DO CÓDIGO PENAL. a) O julgamento de prefeito deve ser
processado perante o Tribunal de Justiça mesmo que o suposto delito tenha
sido praticado antes da investidura no cargo de Prefeito Municipal.
b) Extingue-se a punibilidade do querelado por renúncia ao direito de queixa
(CP, art. 107, V) se, antes do recebimento da queixa-crime, o querelante
postula o arquivamento dos autos (CP, art. 104). VISTOS, relatados e
discutidos estes autos de Queixa-Crime n.º 314.887-2, da Vara Criminal de
Arapongas, em que é querelante ILVINO FAZOLI e, querelado, ALMIR

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BATISTA. I - Trata-se de queixa-crime oferecida em 15 de setembro de 2004
por Ilvino Fazoli em face de Almir Batista, atual prefeito do Município de
Sabáudia, com o intuito de vê-lo processado pelos crimes de calúnia e
difamação previstos, respectivamente, nos artigos 138 e 139, ambos do Código
Penal.

A queixa-crime tem o seguinte teor:

"Em final do mês de agosto e início do mês de setembro, em visita de


campanha aos seus correligionários, eleitores e cidadãos de Sabaúdia, por
diversas vezes, ofendeu o bom nome e a honra do querelante, dizendo ser
ele"ladrão"e que tinha ajudado o"Belinati", ex-prefeito de Londrina, a roubar a
prefeitura daquela cidade.

CONCEITO DO ALUNO:

Referente ao processo o extingui se a punibilidade pelo fato do querelante


renunciou o direito da queixa crime, por ter sido varia vezes acusado de
"ladrão" por ajudar o prefeito a furtar.

AÇAO PENAL Nº 572 - BA (2009/0087097-8)


AUTOR : MFC
ADVOGADO : MAURÍCIO VASCONCELOS E OUTRO (S)
RÉU : AFT
ADVOGADO : JOSÉ ORLANDO ROCHA DE CARVALHO E OUTRO (S)
RELATÓRIO
A EXMA. SRA. MINISTRA ELIANA CALMON: - MANOEL FIGUEIREDO
CASTRO , Presidente do Tribunal de Contas do Estado da Bahia, oferece
QUEIXA-CRIME contra ANTÔNIO FRANÇA TEIXEIRA , Conselheiro do
Tribunal de Contas do Estado da Bahia, acusando-o da prática dos delitos
tipificados, respectivamente, nos arts. 138, caput , (por cinco vezes), 139, caput
, (por quatro vezes) e 140, caput , (por cinco vezes) do Código Penal c/c art.
141, II, III, IV, na forma do art. 69, caput , do Código Penal (concurso material).
Alega o querelante que o querelado formulou representação ao Procurador-
Geral de Justiça do Estado da Bahia (doc. de fl. 23/35), pedindo providências
contra Amílson Carneiro de Araújo, servidor do Tribunal de Contas do Estado
da Bahia, pelo fato de ter o servidor interrompido sessão plenária da Corte, em
10/03/2009, para proferir ameaças e atribuir ofensas à honra do querelado.
Na representação é apontado como praticado o delito de prevaricação (art. 319
do Código Penal) e de condescendência criminosa (art. 320 do Código Penal)
pelo fato de ter o querelante deixado de efetuar a prisão do servidor Amilson
Carneiro de Araújo durante a sessão de julgamento do TCE e de o
responsabilizar, levando ao conhecimento da autoridade competente a ameaça
praticada.
Para o querelante o acusado praticou pela primeira vez o delito de difamação
(art. 139 do Código Penal), quando, de forma agressiva lhe acusou de ter
sonegado informações a respeito dos gastos expendidos nos seus (03) três
mandatos de Conselheiro do TCE, durante a sessão plenária do Tribunal de
Contas Estadual realizada no dia 07/04/2009.

21
Voltou a praticar pela segunda vez o delito de difamação, ao afirmar que o
querelante, em vez de tomar as necessárias providências, hipotecou
solidariedade a Amilson Carneiro de Araújo quando este emitiu juízo de valor
depreciativo em relação à pessoa do acusado, voltando a cometer pela terceira
vez o mesmo crime quando, na sessão de julgamento do dia 07/04/2009, disse
que o querelante agia com falsidade na condição de Presidente do TCE,
dando-lhe "gastura" (doc. de fl. 39/87).
Voltou a, pela quarta vez difamar o querelante quando enviou carta ao
jornalista Levi Vasconcelos, do jornal "A TARDE", afirmando ter o querelante
agido de forma pusilânime e omissa na sessão plenária de 10/03/2009 (doc. de
fl. 88/89).
Também é atribuído ao querelado a prática do primeiro delito de injúria (art.
140 do Código Penal) quando na sessão de julgamento do dia 07/04/2009
disse ser o querelante "frouxo e pusilânime", voltando a cometer uma segunda
injúria quando na mesma sessão disse que o querelante deveria renunciar à
Presidência da Corte de Contas por não ter capacidade para exercer o cargo.
Umas terceira injuria é perpetrada quando na carta enviada ao Jornalista Levi
Vasconcelos (fl.88) disse ser o querelante "lento, ausente e omisso,
inteiramente dependente de assessores.", seguindo-se o cometimento de uma
quarta e quinta injúria ao consignar na correspondência (fl. 89), que o
querelante é covarde e despreparado para exercer a Presidência do Tribunal
de Contas.
Continuando, pede o querelante sejam aplicadas à pena-base dos delitos
cometidos, as causas de aumento previstas nos incisos II, III e IV, do art. 140
do Código Penal, pois as ofensas foram dirigidas ao querelante em razão do
exercício do cargo de Presidente do Tribunal de Contas, com utilização de
meios que facilitaram a divulgação, quais sejam, no curso dos debates
travados durante sessão plenária, na petição dirigida a Procurador-Geral de
Justiça e nas cartas enviadas ao mencionado jornalista, das quais cópias foram
tiradas e entregues nos gabinetes dos Conselheiros do TCE, sendo de
considerar-se, ainda, o fato de ter o querelante mais de 60 (sessenta) anos de
idade (doc. de fl. 21).
Por fim, alega que o caso em comento não comporta as propostas de
transação penal e de suspensão condicional do processo, porque as penas
abstratamente cominadas aos delitos imputados (calúnia por cinco vezes,
difamação por quatro vezes e injúria por cinco vezes) devem ser somadas, nos
termos do art. 69, caput , do Código Penal, acrescidas das causas de aumento
de pena do art. 140, II, III e IV, do Código Penal.
Notificado, o querelado apresentou a resposta de fl. 151/174, na qual tece
comentários sobre os fatos que deram causa aos desentendimentos, iniciados
quando tomou o partido de servidores da Casa, prejudicados por omissões do
sindicato representativo da categoria (Sindicontas), dirigido pelo Sr. Amilson
Carneiro.
Afirma que o referido servidor, durante a sessão do dia 10/03/2009, passou a
agredir moralmente o querelado, chamando-o de "corrupto", "ladrão" e
"safado", oportunidade em que o querelante quedou-se inerte, sem adotar
nenhuma providência.
Com relação aos delitos de calúnia, argui a inépcia da exordial, sob o
argumento de que ocorreu erro de tipo, já que o acusado acredita que as
afirmações feitas em relação ao querelante, no tocante à prevaricação e à

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condescendência criminosa, são verdadeiras, como narrado na representação
criminal dirigida ao Ministério Público, não havendo dolo, tampouco ânimo de
ofender a honra alheia e sim, intenção de narrar um fato ( animus narrandi ) e
de pedir providências ao parquet ( animus defendendi ). Considera que pelo
fato de ter indicado o querelante como testemunha na representação
demonstra a ausência de animus calumniandi.
Por fim, argui ilegitimidade passiva ad causam do querelado, aduzindo que a
jurisprudência está sedimentada no sentido de que, em caso de ofensas
contidas em defesa judicial ou administrativa com o patrocínio de advogado,
somente a este pode ser imputada a prática de delito contra a honra em razão
de excessos verbais. Cita o HC 21.831/MT , rel. Min. Jorge Scartezzini; RHC
4417/CE, rel. Min. Edson Vidigal; RHC 4090/RO, rel. Min. Pedro Acioli.
Em relação aos delitos de difamação e injúria, o acusado afirma não haver dolo
específico nas condutas narradas e sim animosidade entre o ofendido e o
acusado, com ofensas perpetradas durante sessão do Tribunal de Contas,
presente o servidor Amilson Carneiro de Araújo, com um natural afloramento
de excessos verbais pelo calor do debate.
Afirma que, nos termos do art. 140, 1º, I, do Código Penal, o querelante deu
causa às suposta ofensas, pois foi omisso e deixou de tomar as providências
sobre as acusações feitas ao servidor Amilson Carneiro de Araújo, como
Presidente do TCE
Alega, ainda, que, nos termos do art. 142, I, do Código Penal, as ofensas
irrogadas em Juízo (sentido amplo) devem ser desconsideradas.
Por fim, disse que, ao dirigir-se ao jornalista Levi Vasconcelos, pretendia
apenas esclarecer o público sobre os fatos ocorridos nas sessões do Tribunal
de Contas do Estado, o que o levou a enviar as cartas de fl. 88/89 (datadas de
17/04/09 e de 22/04/09). Entende que, neste ponto, deve incidir a causa de
exclusão do crime prevista no art. 142, III, do Código Penal, sob o argumento
de que o conceito desfavorável emitido pelo acusado em relação à pessoa do
querelante foi levado a termo no cumprimento de dever de ofício.
Ouvido, opinou o Ministério Público Federal pelo recebimento parcial da
queixa-crime quanto aos delitos de injúria e difamação, manifestando-se sobre
a rejeição quanto ao delito de calúnia, em razão da falta de legitimidade do
querelado para figurar no polo passivo da ação penal proposta (fl. 190/212).
É o relatório.

CONCEITO DO ALUNO:

Referente ao processo o extingui se a punibilidade pelo fato do querelante


renunciou o direito da queixa crime

AÇAO PENAL Nº 572 - BA (2009/0087097-8)


RELATORA : MINISTRA ELIANA CALMON
AUTOR : MFC

23
ADVOGADO : MAURÍCIO VASCONCELOS E OUTRO (S)
RÉU : AFT
ADVOGADO : JOSÉ ORLANDO ROCHA DE CARVALHO E OUTRO (S)
VOTO
A EXMA. SRA. MINISTRA ELIANA CALMON (RELATORA): Como são várias
as imputações, cada uma delas em repetições, passo a examinar os fatos a
partir de cada delito.
CALÚNIA
Segundo o querelante foram perpetrados cinco delitos de calúnia, os quais
tiveram origem na representação de fl. 23/35, na qual o acusado dá ciência ao
Procurador-Geral de Justiça dos fatos ocorridos na sessão plenária do Tribunal
de Contas do Estado da Bahia do dia 10/03/2009, oportunidade em que disse
ter sido ameaçado e ofendido por Amilson Carneiro de Araújo, servidor do
TCE.
Lendo-se a representação,verifica-se que o querelado narra os fatos ocorridos
na sessão de julgamento, oportunidade em que pediu fossem adotadas
providências contra o servidor do TCE, mencionando, por algumas vezes, que
o Presidente do Tribunal de Contas, foi condescendente com a atitude do
servidor, não tomando nenhuma atitude capaz de restaurar o decoro da sessão
de julgamento, tampouco cuidou de punir o citado servidor, deixando, assim, de
praticar ato de ofício.
Para o querelante o acusado incorreu na prática do delito de calúnia, ao lhe
imputar a prática dos delitos de prevaricação e de condescendência criminosa,
capitulados, respectivamente, nos arts. 319 e 320 do Código Penal.
Para o querelado os delitos de prevaricação e de condescendência criminosa
foram imputados em representação firmada por advogados constituídos, o que
leva à conclusão de que a queixa-crime deveria ter sido oferecida contra os
responsáveis pela elaboração da peça, conforme entendimento expresso em
diversos jugados dest Corte, dentre os quais transcrevo alguns, trazidos pela
defesa:
HABEAS CORPUS - PROCESSUAL PENAL E PENAL CALÚNIA,
DIFAMAÇAO E INJÚRIA - IMUNIDADE PROFISSIONAL - ADVOGADO -
AUSÊNCIA DE DOLO - OFENSA AO PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE DA
AÇAO PENAL - TRANCAMENTO DA AÇAO PENAL FALTA DE JUSTA
CAUSA INOCORRÊNCIA.
- A imunidade profissional contemplada no art. 133, da Constituição Federal
não é absoluta, sofrendo restrições legais. A lei apenas protege o advogado
com relação às ofensas irrogadas no exercício da profissão, em razão de
discussão da causa, não socorrendo os seus excessos (art. 142, I, do CP e art.
7º, 2º, da Lei 8.906/94).
- No âmbito deste Colegiado, tem-se consagrado que o trancamento de ação
penal por falta de justa causa, pela via estreita do writ, somente se viabiliza
quando, pela mera exposição dos fatos narrados na denúncia, constata-se que
há imputação de fato penalmente atípico ou que inexiste qualquer elemento
indiciário demonstrativo da autoria do delito pelo paciente. Essa não é a
hipótese vertente.
- A peça vestibular, no caso, contém os elementos necessários de forma a
possibilitar ao acusado o pleno conhecimento do fato delituoso que lhe é
imputado, permitindo sua ampla defesa.

24
- Não há ofensa ao princípio da indivisibilidade da ação penal a imputação
apenas ao advogado das ofensas irrogadas contra a honra do
magistrado, uma vez que a parte não pode ser responsabilizada pelos
excessos de seu procurador.
- Ordem denegada.
(HC 21831/MT, Rel. Ministro JORGE SCARTEZZINI, QUINTA TURMA, julgado
em 25/03/2003, DJ 02/06/2003 p. 309)
PROCESSUAL PENAL. CALUNIA. CRIME CONTRA A HONRA. ADVOGADO.
IMUNIDADE.
I - NAO RESPONDE A PARTE PELOS EVENTUAIS EXCESSOS DE
LINGUAGEM COMETIDOS PELO ADVOGADO NA CONDUÇAO DA CAUSA.
II - O ADVOGADO E INVIOLÁVEL, POR SUAS MANIFESTAÇÕES, QUANDO
EXPRESSA OPINIAO NA DISCUSSAO DA CAUSA E NOS LIMITES DA LEI.
III - RECURSO PROVIDO PARA TRANCAR A AÇAO PENAL QUE TRAMITE
CONTRA OS PACIENTES.
(RHC 4.090/RO, Rel. Ministro PEDRO ACIOLI, SEXTA TURMA, julgado em
12/12/1994, DJ 13/03/1995 p. 5316)
PENAL. PROCESSUAL. OFENSA A HONRA DE MAGISTRADO.
ADVOGADO. AÇAO PENAL. TRANCAMENTO. JUSTA CAUSA. "HABEAS
CORPUS". RECURSO.
1. O ADVOGADO E SOMENTE ELE É O PROFISSIONAL RESPONSÁVEL
PELO QUE ESCREVE, ASSINA E FAZ JUNTAR AOS AUTOS DO
PROCESSO. SE O QUE ESCREVE E ASSINA INCURSIONA EM CRIME EM
TESE CONTRA A HONRA DE MAGISTRADO, NAO PODE O SEU CLIENTE
SER RESPONSABILIZADO CRIMINALMENTE.
2. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.
(RHC 4417/CE, Rel. Ministro EDSON VIDIGAL, QUINTA TURMA, julgado
em 20/03/1995, DJ 17/04/1995 p. 9585)
Entretanto a jurisprudência selecionada não se presta para solucionar a
espécie em julgamento, porque a representação dirigida ao Ministério
Público restou subscrita pelo

CONCEITO DO ALUNO:

Referente ao processo o extingui se a punibilidade pelo fato do querelante


renunciou o direito da queixa crime

Pela retratação do agente, nos casos em que a


lei a admite;
Dados Gerais

25
Processo:
HC 36231 MT 2003.01.00.036231-7
Relator(a):
DESEMBARGADOR FEDERAL PLAUTO RIBEIRO
Julgamento:
18/02/2004
Órgão Julgador:
TERCEIRA TURMA
Publicação:
26/03/2004 DJ p.135

Ementa

PENAL E PROCESSUAL PENAL. CRIME DE FALSO TESTEMUNHO. INÍCIO


DA AÇÃO PENAL.
1. Ação penal pelo crime de falso testemunho não pode ser iniciada antes de
prolatada a sentença nos autos do processo em que o delito é dado como
ocorrido, não somente em face da possibilidade de retratação ao agente (art.
342, § 2º - CP), como também porque o juiz, no exame do conjunto da prova,
pode até mesmo afastar a impressão inicial de cometimento do crime. Exegese
sistemática dos arts. 342, § 2º - Código Penal e 211, caput, do Código de
Processo Penal.
2. Concessão da ordem de habeas corpus.

CONCEITO DO ALUNO:

Referente ao processo não houve a extinção da punibilidade pelo falso


testemunho, não concedido o habeas corpus.

Dados Gerais
Processo:
ACR 4014 RJ 2004.51.01.502224-1
Relator(a):
Desembargador Federal ANDRÉ FONTES
Julgamento:

26
21/11/2006
Órgão Julgador:
SEGUNDA TURMA ESPECIALIZADA
Publicação:
DJU - Data::12/01/2007 - Página::123

Ementa

PENAL -APELAÇÃO CRIMINAL -FALSO TESTEMUNHO -ARTIGO 342 § 1º


DO CÓDIGO PENAL -RETRATAÇÃO EM JUÍZO ANTES DA SENTENÇA -
IMPUNIBILIDADE DO FATO -ABSOLVIÇÃO QUE SE IMPÕE.
I -A existência de retratação do agente no curso da instrução criminal implica
na retirada do Jus puniendi do Estado, constituindo medida de política criminal
destinada àqueles que tenham vontade de colaborar com a justiça mediante a
declaração da verdade.
II -Apelação provida.

CONCEITO DO ALUNO:

Referente ao processo não houve a extinção da punibilidade pelo falso


testemunho, não concedido o habeas corpus.

Dados Gerais
Processo:
RO 114467 PB 01080.2009.023.13.00-0
Relator(a):
UBIRATAN MOREIRA DELGADO
Julgamento:
04/05/2010
Órgão Julgador:
Tribunal Pleno
Publicação:
12/05/2010

Ementa

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. ENQUADRAMENTO NO ANEXO 13 DA


NR-15 DO MINISTÉRIO DOTRABALHO.
O laudo pericial esclarece que as tarefas executadas pelo reclamante, jungidas
à fabricação de artefatos de borracha, exigiam contato com substâncias
químicas nocivas, enquadrando-se nas atividades listadas no Anexo 13 da
Norma Regulamentar nº 15 do Ministério do Trabalho. Não há que se cogitar
da irregularidade do exame técnico pela ausência de indicativos de níveis de
tolerância, porquanto a caracterização da insalubridade, para o caso retratado
nos autos, se perfaz apenas com a análise qualitativa das substâncias nocivas,
a teor do que dispõe a norma regulamentar. Nesse contexto, e uma vez
constatado que os equipamentos de proteção fornecidos pela empresa eram
insuficientes à neutralização dos agentes prejudiciais à saúde, faz jus o autor

27
ao adicional de insalubridade em grau médio. Sentença confirmada no
particular. Recurso não provido.

CONCEITO DO ALUNO:

Referente ao processo não houve a extinção da punibilidade pelo falso


testemunho, não concedido o habeas corpus.

Dados Gerais
Processo:
ACR 200850010129267 RJ 2008.50.01.012926-7
Relator(a):
Juiz Federal Convocado MARCELLO FERREIRA DE SOUZA GRANADO
Julgamento:
21/06/2011
Órgão Julgador:
SEGUNDA TURMA ESPECIALIZADA
Publicação:
E-DJF2R - Data::04/07/2011 - Página::82

Ementa

DIREITO PENAL. FURTO QUALIFICADO. TENTATIVA. PROVAS DA


AUTORIA E DA MATERIALIDADE.
1. Sentença que julga parcialmente procedente a pretensão punitiva para
condenar dois acusados como incursos nas sanções do artigo 155, § 4º,
incisos II e IV, do Código Penal, na forma tentada, diante da captação de dados
- senhas e números dos cartões - dos usuários de terminal de autoatendimento
bancário, por meio de equipamento popularmente chamado de 'chupa-cabra',
sem que lograssem êxito na utilização desses dados em tempo, por motivos
alheios à vontade dos mesmos.
2. Elementos de convicção que autorizam a condenação de outro agente pela
participação no evento, mas que se evadiu antes da chegada da Polícia
Federal, não sendo infirmados pela retratação dos réus em juízo, diante da
perfeita sintonia entre os interrogatórios em sede policial e os indícios que
cercam o crime.
3. Recurso de apelação provido.

CONCEITO DO ALUNO:

Referente ao processo não houve a extinção da punibilidade pelo falso


testemunho, não concedido o habeas corpus.

Pelo perdão judicial, nos casos previstos


em lei.
Dados Gerais

28
Processo:
HC 7686 MS 0007686-92.2011.4.01.0000
Relator(a):
DESEMBARGADOR FEDERAL MÁRIO CÉSAR RIBEIRO
Julgamento:
28/03/2011
Órgão Julgador:
QUARTA TURMA
Publicação:
e-DJF1 p.132 de 26/04/2011

Ementa

PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE


ENTORPECENTES. PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO. LEI N. 11.343/2006,
ARTIGO 33, CAPUT, C/C ARTIGO 40, INCISO I E ARTIGO 35. PERDÃO
JUDICIAL. INSTRUÇÃO DEFICIENTE.
1. A ausência de documentos indispensáveis à análise do pedido inviabiliza o
seu conhecimento.
2. No caso, o paciente não demonstrou sequer quais os motivos que ensejaram
a sua prisão e não fez a juntada de cópia da sentença de mérito ou da decisão
que indeferiu o pedido de Perdão Judicial em primeiro grau.
3. Habeas Corpus não conhecido.

CONCEITO DO ALUNO:

Referente ao processo houve a extinção da punibilidade pelo que houve o


perdão judicial, pelo agente ser deficiente.

Dados Gerais
Processo:
HC 104010 BA 3548.19.20.104010-0
Relator(a):
DESEMBARGADOR FEDERAL CÂNDIDO RIBEIRO
Julgamento:
09/02/2010
Órgão Julgador:
TERCEIRA TURMA
Publicação:
26/02/2010 e-DJF1 p.218

Ementa

HABEAS CORPUS. DESCAMINHO. REITERAÇÃO. PERDÃO JUDICIAL.


REINCIDÊNCIA. NÃO CONFIGURAÇÃO.
I - A prisão cautelar não pode servir de antecipação de futura condenação,
consoante reiteradamente tem decidido os tribunais pátrios.
II - O paciente, ainda que condenado ao máximo legal, terá como regime inicial
o aberto (art. 33, § 2º, c, do CPB), pois que o perdão judicial não será

29
considerado para fins de reincidência (art. 120 do CPB), sendo sua situação
atual mais gravosa do que depois de futura condenação, se houver.
III - Ordem que se concede.

CONCEITO DO ALUNO:

Referente ao processo houve a extinção da punibilidade pelo que houve o


perdão judicial.

Dados Gerais
Processo:
HC 201102010051800 RJ 2011.02.01.005180-0
Relator(a):
Desembargador Federal MESSOD AZULAY NETO
Julgamento:
14/06/2011
Órgão Julgador:
SEGUNDA TURMA ESPECIALIZADA
Publicação:
E-DJF2R - Data::24/06/2011 - Página::54

Ementa

HABEAS CORPUS - TRANCAMENTO DE AÇÃO PENAL - EXTINÇÃO DA


PUNIBILIDADE - PERDÃO JUDICIAL - CONTINUIDADE DELITIVA I
- Hipótese em que a denúncia imputa fatos delituosos que se inserem na
mesma cadeia delitiva objeto de ação penal anterior, onde foi concedido o
perdão judicial e extinta a punibilidade da acusada; II - Impossibilidade de se
deflagrar nova persecução penal tão somente para que sejam ratificadas as
declarações prestadas em outra ação penal; III - A prova obtida na ação penal
anterior pode ser emprestada à nova ação, desde que submetida ao crivo do
contraditório, não se afastando a hipótese de que a paciente venha a ser
ouvida como testemunha, ratificando as declarações feitas anteriormente,
afastada que está a possibilidade de que tal fato implique em produzir prova
contra si mesma, uma vez que os fatos sobre os quais irá testemunhar já foram
alvo de percuciente análise no âmbito de ação penal com decisão já amparada
pelo manto da coisa julgada; IV - Ordem concedida.

CONCEITO DO ALUNO:

Referente ao processo houve a extinção da punibilidade pelo que houve o


perdão judicial.

Dados Gerais
Processo:
ACR 7104 SP 2003.61.09.007104-0
Relator(a):
DESEMBARGADOR FEDERAL JOSÉ LUNARDELLI
Julgamento:
19/07/2011

30
Órgão Julgador:
PRIMEIRA TURMA

Ementa

PROCESSO PENAL E PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. APROPRIAÇÃO


INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA. PERDÃO JUDICIAL. INSIGNIFICÂNCIA.
DÉBITO REMANESCENTE INFERIOR AO ESTABELECIDO PELA
PREVIDÊNCIA SOCIAL COMO O MÍNIMO PARA O AJUIZAMENTO DE SUAS
EXECUÇÕES FISCAIS.
I - O valor do débito, já incluídos juros e multa, em 22/12/2000, era de R$
4.139,36 (quatro mil, cento e trinta e nove reais e trinta e seis centavos) e, em
12/05/2008, de R$ 9.616,14 (nove mil seiscentos e dezesseis reais e quatorze
centavos), última informação constante nos autos, sendo que a r. sentença foi
proferida em 17 de agosto de 2007.
II - Aplicável o disposto no artigo 168-A, § 3º, inciso II, do Código Penal, que
trata do perdão judicial, uma vez que o apelante é primário e que não possui
maus antecedentes, faculdade conferida ao magistrado nas hipóteses em que
"o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior
àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo
o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais".
III - A Portaria nº 4.943 do Ministério da Previdência e Assistência Social,
dispõe, em seu artigo 4º (redação dada pela Portaria nº 296/MPS de 09/08/07),
que a Dívida Ativa do INSS de valor até R$(dez mil reais), considerada no
CGC/CNPJ, não será ajuizada, exceto se existirem outras dívidas em face do
mesmo devedor, hipótese em que serão agrupadas para o fim de ajuizamento.
IV - O princípio da insignificância, como corolário do princípio da pequenez
ofensiva inserto no artigo 98, inciso I, da Constituição Federal, estabelece que
o Direito Penal, pela adequação típica do fato à norma incriminadora, somente
intervenha nos casos de lesão de certa gravidade, atestando a atipicidade
penal nas hipóteses de delitos de lesão mínima, que ensejam resultado
diminuto.
V - Embora existam notícias nos autos de que o réu possui outros débitos
previdenciários, essa circunstância, na forma da jurisprudência ora dominante,
e ressalvado entendimento pessoal, não tem o condão de afastar a
insignificância do débito em comento e o perdão judicial.
VI - Apelação desprovida.

CONCEITO DO ALUNO:

Referente ao processo houve a extinção da punibilidade pelo que houve o


perdão judicial.

31

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