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Português do Zero

CADERNO DE PROVAS
FCC E CEBRASPE

Professora Adriana Figueiredo


Treinamento Constante

PROVA 1

fcc
MP - AM
2024

Professora Adriana Figueiredo


O viajante clandestino

— Não é arvião. Diz-se: avião.

O menino estranhou a emenda de sua mãe. Não mencionava ele uma criatura do
ar? A criança tem a vantagem de estrear o mundo, iniciando outro matrimônio entre as
coisas e os nomes. Outros a elas se assemelham, à vida sempre recém-chegando. São os
homens em estado de poesia, essa infância autorizada pelo brilho da palavra.

— Mãe: avioneta é a neta do avião?

Vamos para a sala de espera, ordenou a mãe. Sala de esperas? Que o miúdo acreditava que
todas as salas fossem iguais, na viscosa espera de nascer sempre menos. Ela lhe
admoestou, prescrevendo juízo. Aquilo era um aeroporto, lugar de respeito. A senhora
apontou os passageiros, seus ares graves, soturnos. O menino mediu-se com aquele luto,
aceitando os deveres do seu tamanho. Depois, se desenrolou do colo materno, fez sua a
sua mão e foi à vidraça. Espreitou os imponentes ruídos, alertou a mãe para um qualquer
espanto. Mas a sua voz se afogou no tropel dos motores.

Eu assistia a criança. Procurava naquele aprendiz de criatura a ingenuidade que nos


autoriza a sermos estranhos num mundo que nos estranha. Frágeis onde a mentira
credencia os fortes.

Seria aquele menino a fratura por onde, naquela toda frieza, espreitava a
humanidade? No aeroporto eu me salvava da angústia através de um exemplar da infância.
Valha-nos nós.

O menino agora contemplava as traseiras do céu, seguindo as fumagens, lentas


pegadas dos instantâneos aviões. Ele então se fingiu um aeroplano, braços estendidos em
asas. Descolava do chão, o mundo sendo seu enorme brinquedo. E viajava por seus
infinitos, roçando as malas e as pernas dos passageiros entediados. Até que a mãe debitou
suas ordens. Ele que recolhesse a fantasia, aquele lugar era pertença exclusiva dos
adultos.

— Arranja-te. Estamos quase a partir.

— Então vou despedir do passaporteiro.

A mãe corrigiu em dupla dose. Primeiro, não ia a nenhuma parte. Segundo, não se
chamava assim ao senhor dos passaportes. Mas só no presente o menino se deixava calar.
Porque, em seu sonho, mais adiante, ele se proclama:

- Quando for grande quero ser passaporteiro.

E ele já se antefruía, de farda, dentro do vidro. Ele é que autorizava a subida aos
céus.

— Vou estudar para migraceiro.

— És doido, filho. Fica quieto.

O miúdo guardou seus jogos, constrito. Que criança, neste mundo, tem vocação
para adulto?
Saímos da sala para o avião. Chuviscava. O menino seguia seus passos quando, na
lisura do alcatrão, ele viu o sapo.

Encharcado, o bicho saltiritava. Sua boca, maior que o corpo, traduzia o espanto das
diferenças. Que fazia ali aquele representante dos primórdios, naquele lugar de futuros
apressados?

O menino parou, observador, cuidando os perigos do batráquio. Na imensa


incompreensão do asfalto, o bicho seria esmagado por cega e certeira roda.

— Mãe, eu posso levar o sapo?

A senhora estremeceu de horror. Olhou vergonhada, pedindo desculpas aos


passantes. Então, começou a disputa. A senhora obrigava o braço do filho, os dois se
teimavam. Venceu a secular maternidade. O menino, murcho como acento circunflexo,
subiu as escadas, ocupou seu lugar, ajeitou o cinto. Do meu assento eu podia ver a tristeza
desembrulhando líquidas missangas no seu rosto. Fiz-lhe sinal, ele me encarou de soslado.
Então, em seu rosto se acendeu a mais grata bandeira de felicidade. Porque do côncavo de
minhas mãos espreitou o focinho do mais clandestino de todos os passageiros.

(Adaptado de: COUTO, Ma. Cronicando. Lisboa: Caminho, 1991)

01. FCC – 2024 – Ministério Público do Estado do Amazonas – Contador

O conto O viajante clandestino é narrado

(A) por um membro da companhia aérea.

(B) por um passageiro do avião.

(C) pela mãe do menino.

(D) pelo menino.

(E) por um narrador onisciente, que não participa da história.

02. FCC – 2024 – Ministério Público do Estado do Amazonas – Contador

Em vários momentos do conto, a mãe corrige atitudes do menino. Entre os trechos a seguir,
o único em que isso NÃO acontece é

(A) Depois, se desenrolou do colo materno, fez sua a sua mão e foi à vidraça. (4º parágrafo)

(B) A senhora obrigava o braço do filho, os dois se teimavam. Venceu a secular


maternidade. (19º parágrafo)

(C) - Não é arvião. Diz-se: avião. (1º parágrafo)

(D) Até que a mãe debitou suas ordens. Ele que recolhesse a fantasia, aquele lugar era
pertença exclusiva dos adultos. (7º parágrafo)

(E) A mãe corrigiu em dupla dose. (10º parágrafo)


03. FCC – 2024 – Ministério Público do Estado do Amazonas – Contador

Segundo o narrador, assim como as crianças, também teriam a capacidade de brincar com
o sentido das palavras:

(A) os viajantes.

(B) os homens que viveram uma boa infância.

(C) os escritores.

(D) as mães.

(E) os adultos.

Considere as seguintes afirmações a respeito de palavras criadas pelo menino.

I. Arvião: o prefixo a-, em avião, foi alterado para ar-, aproximando, assim, o nome do objeto
daquilo que ele representa de fato: “algo que voa no ar.

II. Avioneta: a palavra avião foi unida à palavra neta, formando (após pequena alteração) o
termo usado para nomear aquela que seria “a neta do avião”.

III. Migraceiro: acrescentou-se o sufixo -eiro, que indica uma atividade ou profissão, ao
radical migr, criou-se, dessa forma, o nome do profissional que trabalha com migração.

Está correto o que se afirma APENAS em:

(A) III.

(B) I.

(C) I e III.

(D) II e III.

(E) II.

05. FCC – 2024 – Ministério Público do Estado do Amazonas – Contador

O viajante clandestino a quem o título do conto se refere é

(A) o próprio autor, que narra a cena às escondidas.

(B) a mãe que pretendia viajar sem incomodar os demais passageiros.

(C) o menino que não sabia como se comportar em um avião.

(D) o passageiro que observa toda a cena sem que o percebam.

(E) o sapo que embarca com um passageiro.


06. FCC – 2024 – Ministério Público do Estado do Amazonas – Contador

Ao se passar para o discurso indireto o trecho — És doido, filho. Fica quieto. (14º parágrafo),
os verbos sublinhados assumem as respectivas formas:

(A) fora / fique

(B) era/ ficaria

(C) era/ ficasse

(D) seria / fique

(E) seria / ficasse

07. FCC – 2024 – Ministério Público do Estado do Amazonas – Contador

Considere o trecho a seguir.

A senhora estremeceu de horror. Olhou vergonhada, pedindo desculpas aos passantes.


Então, começou a disputa A senhora obrigava o braço do filho [...] Venceu a secular
maternidade. (19º parágrafo)

Mantêm-se a correção gramatical e, em linhas gerais, o sentido original do trecho acima


em:

(A) Horrorizada e envergonhada, a mãe olhava para os passantes e se desculpava. Então


agrediu ao filho segurando o seu braço. Venceu a maternidade, que já existia há séculos.

(B) A mãe ficou horrorizada e, envergonhada, pedia desculpas a quem passava.


Imediatamente começou a disputa: ela segurava o braço do filho. Venceu a tão tradicional
maternidade.

(C) A senhora estremeceu de horror e olhou envergonhada. Depois pediu desculpas às


pessoas que passavam. Começava a disputa: ela puxava o filho pelo braço. Venceu a mãe,
que já estava nessa função a muito tempo.

(D) Horrorizada, a senhora sentiu muita vergonha e pediu desculpas aqueles que passavam
por ali. Então os dois começaram a disputa: a mãe puxando o braço do filho. Venceu a mãe
com toda a sua experiência.

(E) Embora estivesse tremendo de horror, a mãe pediu desculpas às pessoas do entomo.
Contudo, começou uma disputa com o filho, do qual ela havia pego o braço. Como
acontece com todas as mães desde sempre, ela venceu.

08. FCC – 2024 – Ministério Público do Estado do Amazonas – Contador

Está gramaticalmente correta a redação da seguinte frase:

(A) O passageiro divertia-se com o menino enquanto esperava o seu voo e organizava seus
papeis.

(B) No saguão do aeroporto, o menino, muito ansioso esperava o seu voo.

(C) Muitos passageiros cujas as partidas ocorreriam em breve também esperavam por ali.
(D) Viajar com o menino costumava ser agradável, a única exceção era quando ele
começava a tagarelar.

(E) O medo da mãe era que, um dia, o menino encontra-se em seu caminho alguém sem
tanta paciência.

09. FCC – 2024 – Ministério Público do Estado do Amazonas – Contador

Em Procurava naquele aprendiz de criatura a ingenuidade que nos autoriza a sermos


estranhos num mundo que nos estranha (5º parágrafo). A palavra sublinhada refere-se a

(A) ingenuidade.

(B) criatura.

(C) nos.

(D) aprendiz de criatura.

(E) estranhos.

10. FCC – 2024 – Ministério Público do Estado do Amazonas – Contador

Mas só no presente o menino se deixava calar. Porque, em seu sonho, mais adiante, ele se
proclama (10º parágrafo).

Considerando o contexto, o termo sublinhado pode ser substituído, sem que haja prejuízo
para o sentido do texto, por

(A) De modo que.

(B) Embora.

(C) Entretanto.

(D) Logo.

(E) Porquanto.

11. FCC – 2024 – Ministério Público do Estado do Amazonas – Contador

No 3º parágrafo, o autor

(A) denuncia as condições trágicas em que vivem os migrantes.

(B) apresenta a migração como um problema social insolúvel.

(C) ressalta o espírito provocador dos migrantes face à situação vivida.

(D) reflete acerca do processo migratório como algo banal.

(E) expõe a condição predestinada a que os migrantes estão submetidos.


12. FCC – 2024 – Ministério Público do Estado do Amazonas – Contador

Em Dos “trabalhadores imigrantes”, últimos operários de fábricas agora fechadas ou


deslocalizadas, aos “imigrantes ilegais” (1º parágrafo), as palavras sublinhadas são

(A) substantivo e advérbio, respectivamente.

(B) substantivos.

(C) adjetivos.

(D) adjetivo e substantivo, respectivamente.

(E) substantivo e adjetivo, respectivamente.

1. Dos “trabalhadores imigrantes”, últimos operários de fábricas agora fechadas ou


deslocalizadas, aos “imigrantes ilegais”, modernos fornalheiros de um capitalismo
que ambiciona ser financeiro e esconde sua criadagem; das prostitutas africanas
aprisionadas na clandestinidade de uma escravidão moderna às longas filas de
refugiados apanhados em ratoeiras nas fronteiras da Europa: é sob as formas
contemporâneas da migração que as sociedades ocidentais representam
doravante o estrangeiro, aquele que é preciso temer e lamentar ao mesmo tempo,
vigiar e proteger.
2. Desde os anos de 1950, e até o ano em que Donald Trump chegou ao poder, não
existe mais campanha eleitoral na Europa ou nos Estados Unidos em que não se
acene com o espectro de uma migração invasiva. O migrante está no centro dos
temores e das fantasias suscitadas pela ameaça terrorista, transformando cada
requerente de asilo em uma vítima expiatória do medo da sombra. Mas essa
hipervisibilidade se combina paradoxalmente com um apagamento muito real dos
migrantes no espaço público. Entrevistos em uma área de descanso de autoestrada
ou no desvio de uma passagem de fronteira, relegados às cozinhas dos
restaurantes ou às oficinas clandestinas, escondidos atrás dos tapumes dos
canteiros de obras da modemidade, constrangidos por sua própria condição a viver
na sombra, os migrantes constituem uma categoria de pessoas que poucos
cidadãos comuns têm a ocasião de cruzarem em sua vida cotidiana. Fora das
trocas comuns se constrói, portanto, uma figura midiática do migrante, uma figura
de retórica política e de discurso que o coloca no centro de um vórtex emocional
de medos, e mesmo de ódio, ou então de empatia e de compaixão.
4. Essa dimensão trágica faz da migração a vertente sombria de todas as formas pelas
quais o mundo moderno se pôs em movimento. O migrante é de certa forma o exato
oposto do turista e do executivo intercontinental, dois personagens que aparecem
nas mesmas épocas e constituem as figuras “solares” dessa mobilidade em vias
de banalização. Raramente percebida como uma oportunidade, uma aventura, ou
mesmo simplesmente uma banal peripécia, a migração é interpretada como um
acidente, um drama, e até um delito. E mais: é com a condição de ser uma tragédia
que ela existe como objeto político, isto é, ao mesmo tempo como objeto de
designação, de discurso e de governança. Em suma, existe uma relação estreita
entre a construção da migração como tragédia, seu formato emocional e seu
tratamento como objeto político.
5. A narrativa política serve-se de uma confusão entre o que desencadeia os
movimentos migratórios e a realidade da experiência que começa pela viagem
migratória. Das grandes tragédias que são as guerras ou os desastres a essas
pequenas tragédias familiares que são os destinos despoticamente atribuídos
pelos pais aos filhos, é evidente que a migração nasce muitas vezes de uma
tragédia original, mas à qual ela oferece uma saída, uma oportunidade de
resistência e de salvação. É essa dimensão que a narrativa política esconde, e que
ao contrário é objeto das narrativas íntimas: na abundante literatura etnográfica
ou jornalística dominada pelos relatos de vida realistas, a migração é conduzida
pela esperança de escapar a uma situação que era, de múltiplas maneiras
possíveis, uma negação de ser. E na grande maioria de casos, essa esperança se
realiza.

13. FCC – 2024 – Ministério Público do Estado do Amazonas – Contador

Considere as seguintes afirmações:

I. As campanhas eleitorais dos Estados Unidos e Europa mantêm nos seus programas de
governo o fantasma da migração como uma questão a ser resolvida, pois o migrante é visto
como uma ameaça constante.

II. Os migrantes estão no centro das atenções políticas dos candidatos aos governos que,
por sua vez, promovem importantes transformações na vida dessas pessoas.

III. Os migrantes constituem uma categoria de pessoas invisíveis, vivendo à sombra, sem
que participem do universo cotidiano dos cidadãos.

Está correto o que se afirma em

(A) III, apenas.

(B) I, II e III.

(C) I e III, apenas.

(D) I e II, apenas.

(E) II e III, apenas.

14. FCC – 2024 – Ministério Público do Estado do Amazonas – Contador

No contexto, o sentido da palavra sublinhada em

(A) O migrante está no centro dos temores e das fantasias suscitadas pela ameaça
terrorista, transformando cada requerente de asilo em uma vítima expiatória do medo da
sombra (2 parágrafo) é o de sacrifício.

(B) Raramente percebida como uma oportunidade, uma aventura, ou mesmo


simplesmente uma banal peripécia (4º parágrafo) é o de imperícia.

(C) modernos fornalheiros de um capitalismo que ambiciona ser financeiro e esconde sua
criadagem (1º parágrafo) é o de camaradagem.

(D) não existe mais campanha eleitoral na Europa ou nos Estados Unidos em que não se
acene com o espectro de uma migração invasiva (2º parágrafo) é o de espelhamento.
(E) Entrevistos em uma área de descanso de autoestrada ou no desvio de uma passagem
de fronteira, relegados às cozinhas dos restaurantes (2º parágrafo) é o de delegar.

15. FCC – 2024 – Ministério Público do Estado do Amazonas – Contador

Em Fora das trocas comuns se constrói, portanto, uma figura midiática do migrante, uma
figura de retórica política e de discurso que o coloca no centro de um vórtex emocional de
medos, e mesmo de ódio, ou então de empatia e de compaixão (2º parágrafo), o termo
sublinhado exerce a função sintática de

(A) adjunto adverbial.

(B) objeto direto.

(C) sujeito.

(D) predicativo.

(E) objeto indireto.

16. FCC – 2024 – Ministério Público do Estado do Amazonas – Contador

Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do 5º


parágrafo em:

(A) negação de ser = afirmação do sujeito

(B) destinos despoticamente atribuídos = fatalidades oportunamente reivindicadas

(C) desencadeia os movimentos = provoca os movimentos

(D) tragédia original = drama elaborado

(E) narrativas íntimas = descrições destemidas

17. FCC – 2024 – Ministério Público do Estado do Amazonas – Contador

Emprega-se vírgula para separar o aposto no seguinte trecho:

(A) Desde os anos de 1980, e até o ano em que Donald Trump chegou ao poder (2º
parágrafo).

(B) Fora das trocas comuns se constrói, portanto, uma figura midiática do migrante (2º
parágrafo)

(C) Como um reflexo das emoções extremas que eles provocam, parece normal hoje
considerar a migração como uma tragédia (3º parágrafo).

(D) Dos “Trabalhadores imigrantes”, “últimos operários de fábricas agora fechadas ou


deslocalizadas, aos “imigrantes ilegais” (1º parágrafo)

(E) Em suma, existe uma relação estreita entre a construção da migração como tragédia (4º
parágrafo).
18. FCC – 2024 – Ministério Público do Estado do Amazonas – Contador

Considerando-se o contexto, NÃO admite transposição para a voz passiva o seguinte


segmento:

(A) Fora das trocas comuns se constrói, portanto, uma figura midiática do migrante (2º
parágrafo).

(B) a migração nasce muitas vezes de uma tragédia original (5º parágrafo).

(C) as sociedades ocidentais representam doravante o estrangeiro (1º parágrafo).

(D) se constrói a carga emocional da experiência migratória contemporânea (6º parágrafo).

(E) os migrantes constituem uma categoria de pessoas (2º parágrafo).

2. Desde os anos de 1950, e até o ano em que Donald Trump chegou ao poder, não
existe mais campanha eleitoral na Europa ou nos Estados Unidos em que não se
acene com o espectro de uma migração invasiva. O migrante está no centro dos
temores e das fantasias suscitadas pela ameaça terrorista, transformando cada
requerente de asilo em uma vítima expiatória do medo da sombra. Mas essa
hipervisibilidade se combina paradoxalmente com um apagamento muito real dos
migrantes no espaço público. Entrevistos em uma área de descanso de autoestrada
ou no desvio de uma passagem de fronteira, relegados às cozinhas dos
restaurantes ou às oficinas clandestinas, escondidos atrás dos tapumes dos
canteiros de obras da modemidade, constrangidos por sua própria condição a viver
na sombra, os migrantes constituem uma categoria de pessoas que poucos
cidadãos comuns têm a ocasião de cruzarem em sua vida cotidiana. Fora das
trocas comuns se constrói, portanto, uma figura midiática do migrante, uma figura
de retórica política e de discurso que o coloca no centro de um vórtex emocional
de medos, e mesmo de ódio, ou então de empatia e de compaixão.
5. A narrativa política serve-se de uma confusão entre o que desencadeia os
movimentos migratórios e a realidade da experiência que começa pela viagem
migratória. Das grandes tragédias que são as guerras ou os desastres a essas
pequenas tragédias familiares que são os destinos despoticamente atribuídos
pelos pais aos filhos, é evidente que a migração nasce muitas vezes de uma
tragédia original, mas à qual ela oferece uma saída, uma oportunidade de
resistência e de salvação. É essa dimensão que a narrativa política esconde, e que
ao contrário é objeto das narrativas íntimas: na abundante literatura etnográfica ou
jornalística dominada pelos relatos de vida realistas, a migração é conduzida pela
esperança de escapar a uma situação que era, de múltiplas maneiras possíveis,
uma negação de ser. E na grande maioria de casos, essa esperança se realiza.
19. FCC – 2024 – Ministério Público do Estado do Amazonas – Contador

Em Fora das trocas comuns se constrói, portanto, uma figura midiática do migrante (2º
parágrafo), o termo sublinhado pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido do texto,
por:

(A) entretanto

(B) não obstante

(C) por conseguinte

(D) no entanto

(E) embora

20. FCC – 2024 – Ministério Público do Estado do Amazonas – Contador

Os termos sublinhados no 2º e no 5º parágrafos referem-se, respectivamente, a

(A) Estados Unidos e as guerras ou os desastres

(B) campanha eleitoral e as guerras ou os desastres

(C) Estados Unidos e grandes tragédias

(D) espectro e as guerras ou os desastres

(E) campanha eleitoral e grandes tragédias


Anotações
Treinamento Constante

PROVA 2

fcc
TJ - BA
2023

Professora Adriana Figueiredo


PARÁGRAFO 1

Fui chegando aqui à Bahia, a caminho de Itaparica — onde deverei basicamente


pescar, mentir na praça do Mercado e, de quando em vez, escrever uma carta patética a
meu abnegado editor, solicitando mais fundos para a realização da minha obra — e fui logo
perguntando pelos cachorros. Os cachorros daqui da casa de meu pai, como aliás todos
os bichos que aparecem por aqui, são muito interessantes — a começar por Lilico, um
animal vagamente fox terrier que namorava escandalosamente com Chiquita, a gata
siamesa de meu pai. Uma vez, Lilico e Chiquita — como direi? — se engalfinharam
amorosamente em plena sala, na frente de uma visita eclesiástica, um verdadeiro
escândalo. Minha mãe e o monsenhor fingiram que não viram (um ato de heroísmo da parte
deles, já que fingir que não estavam notando aquela fuzarca era a mesma coisa que tentar
manter uma conversação junto de um trio elétrico), mas meu pai ficou entusiasmado.
“Creio que teremos nesta casa uma ninhada de cagatos”, disse-me ele com orgulho. Não
houve, infelizmente, frutos desse e de outros acalorados idílios vividos por Chiquita e Lilico,
mas por aí vocês já veem como os bichos aqui de casa são interessantes.

PARÁGRAFO 2

Agora temos dois cachorros, Duque e Wolfgang (embora este só atenda por Wolf ou
Carrapicho). Duque é um fila da envergadura de um hipopótamo e só um pouquinho mais
pesado, cujo principal talento é ser capaz de comer seis pães (seis dessas bisnagonas de
mais de meio metro) em 15 segundos cravados, coisa que ele faz toda vez que deixam o
pão dando sopa, e depois se julga no direito de ser festejado pela habilidade. Wolfgang é
um rottweiler alemão, cuja disposição habitual se compara desfavoravelmente com a de
um comandante das SS e que não se dá com ninguém. Meu pai explicou que ambos são
ótimos indivíduos, “apenas temos de respeitar suas respectivas maneiras de ser”.

PARÁGRAFO 3

— A maneira de ser de Duque — esclareceu ele — é abestalhada. A maneira de ser


de Carrapicho, por assim dizer, é de inimigo de toda a Criação em geral. São posições.

PARÁGRAFO 4

Duque e Wolfgang dividem as responsabilidades da guarda da casa. Duque cuida dos


fundos, onde de vez em quando derruba um bujão de gás com um encontrão casual. Wolf
cuida da frente, parte da casa onde absolutamente ninguém é bem recebido (a não ser os
da casa mesmo, mas sem intimidades) depois que ele assume o posto — com rigorosa
pontualidade e sempre parado no mesmo lugar, na evidente intenção de comer a primeira
coisa que se mexa em sua frente. Fui visitá-los. Duque me cumprimentou com efusão, Wolf
se levantou e rosnou, enfiando a cara pelas grades do canil. Com o ar confiante que estudei
nos livros sobre treinamento de cães, aproximei-me para fazer amizade, levantei a mão
para afagá-lo.

PARÁGRAFO 5

— Use a esquerda — aconselhou meu pai. — Pelo menos assim você ainda vai
poder bater à máquina com a direita.
PARÁGRAFO 6

Preferi adiar a experiência, fui passar em revista os outros moradores da casa ali
presentes. [...]

PARÁGRAFO 7

Fui lá dentro inspecionar minha vara de pescar, imaginei-me na ilha de Itaparica entre
garoupas, guaricemas, vermelhos, pampos e cabeçudos e mentindo estrondosamente
sobre “aquele de oito quilos que escapou no último instante”. Suspirei. A vida do escritor é
muito dura, mas, pelo menos, felizmente, encontrei todos aqui muito bem.

(Adaptado de: RIBEIRO, João Ubaldo. Arte e ciência de roubar galinha. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1998)

01. FCC - 2023 - TJ-BA - Técnico Judiciário - Escrevente de Cartório

O cronista manifesta embaraço ao expor o seguinte evento:

A) — A maneira de ser de Duque — esclareceu ele — é abestalhada. (3º parágrafo).

B) Wolf cuida da frente, parte da casa onde absolutamente ninguém é bem recebido (a não
ser os da casa mesmo, mas sem intimidades) (4º parágrafo).

C) Os cachorros daqui da casa de meu pai, como aliás todos os bichos que aparecem por
aqui, são muito interessantes (1º parágrafo).

D) Uma vez, Lilico e Chiquita — como direi? — se engalfinharam amorosamente em plena


sala (1º parágrafo).

E) Duque é um fila da envergadura de um hipopótamo e só um pouquinho mais pesado (2º


parágrafo).

02. FCC - 2023 - TJ-BA - Técnico Judiciário - Escrevente de Cartório

O cronista dirige-se explicitamente a seus leitores em:

A) Meu pai explicou que ambos são ótimos indivíduos, “apenas temos de respeitar suas
respectivas maneiras de ser” (2º parágrafo).

B) Não houve, infelizmente, frutos desse e de outros acalorados idílios vividos por Chiquita
e Lilico, mas por aí vocês já veem como os bichos aqui de casa são interessantes (1º
parágrafo)

C) Use a esquerda — aconselhou meu pai. — Pelo menos assim você ainda vai poder bater
à máquina com a direita (5º parágrafo).

D) “Creio que teremos nesta casa uma ninhada de cagatos”, disse-me ele com orgulho (1º
parágrafo).

E) Agora temos dois cachorros, Duque e Wolfgang (embora este só atenda por Wolf ou
Carrapicho) (2º parágrafo).
03. FCC - 2023 - TJ-BA - Técnico Judiciário - Escrevente de Cartório

É invariável quanto a gênero e a número o termo sublinhado em:

A) meu pai ficou entusiasmado.

B) carta patética a meu abnegado editor.

C) amorosamente em plena sala.

D) um ato de heroísmo da parte deles.

E) como aliás todos os bichos.

04. FCC - 2023 - TJ-BA - Técnico Judiciário - Escrevente de Cartório

Verifica-se a ocorrência de um dêitico que se refere ao lugar da enunciação (ou seja, ao


lugar onde se encontra o cronista) no seguinte trecho:

A) encontrei todos aqui muito bem.

B) A vida do escritor é muito dura

C) estudei nos livros sobre treinamento de cães

D) escrever uma carta patética a meu abnegado editor

E) Minha mãe e o monsenhor fingiram que não viram.

05. FCC - 2023 - TJ-BA - Técnico Judiciário - Escrevente de Cartório

Com finalidade humorística, o cronista recorre à figura de linguagem denominada


hipérbole no trecho:

A) Wolf se levantou e rosnou, enfiando a cara pelas grades do canil.

B) Como ar confiante que estudei nos livros sobre treinamento de cães, aproximei-me para
fazer amizade, levantei a mão para afagá-lo.

C) Duque é um fila da envergadura de um hipopótamo e só um pouquinho mais pesado

D) Os cachorros daqui da casa de meu pai, como aliás todos os bichos que aparecem por
aqui, são muito interessantes.

E) escrever uma carta patética a meu abnegado editor, solicitando mais fundos para a
realização da minha obra.

06. FCC - 2023 - TJ-BA - Técnico Judiciário - Escrevente de Cartório

— Use a esquerda — aconselhou meu pai.

Ao se transpor o trecho acima para o discurso indireto, o verbo sublinhado assume a


seguinte forma:

A) usava

B) usara

C) usou
D) usaria

E) usasse

07. FCC - 2023 - TJ-BA - Técnico Judiciário - Escrevente de Cartório

Agora temos dois cachorros, Duque e Wolfgang (embora este só atenda por Wolf ou
Carrapicho).

No contexto em que se insere, o trecho entre parênteses expressa ideia de

A) condição

B) consequência

C) concessão

D) conclusão

E) causa

08. FCC - 2023 - TJ-BA - Técnico Judiciário - Escrevente de Cartório

Verifica-se o emprego de vírgula para separar elementos de uma enumeração no seguinte


trecho:

A) onde deverei basicamente pescar, mentir na praça do Mercado e, de quando em vez,


escrever uma carta patética.

B) Wolf cuida da frente, parte da casa onde absolutamente ninguém é bem recebido.

C) A maneira de ser de Carrapicho, por assim dizer, é de inimigo de toda a Criação em geral.

D) Os cachorros daqui da casa de meu pai, como aliás todos os bichos que aparecem por
aqui, são muito interessantes.

E) Não houve, infelizmente, frutos desse e de outros acalorados idílios vividos por Chiquita
e Lilico.

09. FCC - 2023 - TJ-BA - Técnico Judiciário - Escrevente de Cartório

[...] parte da casa onde absolutamente ninguém é bem recebido (a não ser os da casa
mesmo, mas sem intimidades) depois que ele assume o posto.

O elemento sublinhado acima pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido do texto,
por:

A) a propósito

B) aliás

C) isto é

D) exceto

E) inclusive
10. FCC - 2023 - TJ-BA - Técnico Judiciário - Escrevente de Cartório

A expressão sublinhada em Preferi adiar a experiência exerce a mesma função sintática


daquela sublinhada em:

A) Duque me cumprimentou com efusão.

B) Agora temos dois cachorros.

C) A vida do escritor é muito dura.

D) Fui chegando aqui à Bahia.

E) Wolfgang é um rottweiler alemão.


Anotações
Treinamento Constante

PROVA 3

fcc
CETESB
2024

Professora Adriana Figueiredo


Ciência: o valor dos limites

A esperança de que podemos atingir o conhecimento total é muito simplista. A


ciência precisa falhar para avançar. Queremos certezas. Mas, para crescer, precisamos
abraçar as incertezas. A existência dos limites não deve ser vista como um obstáculo
intransponível. Limites são oportunidades, alavancas que nos ensinam algo sobre o mundo
e sobre nós mesmos, que nos incentivam a prosseguir na busca de respostas. Limites
expandem as possibilidades de quem podemos ser.

A ciência é muito mais do que conhecimento acumulado do mundo natural. É


uma visão de mundo, um estilo de vida, uma aspiração coletiva de crescermos como
espécie em um cosmos repleto de mistérios, de medos e encantos. A ciência é o cobertor
com que cobrimos os pés à noite, a luz que ligamos no fim do corredor, o mentor paciente
que nos lembra do que somos capazes quando trabalhamos juntos. Que a ciência seja
usada tanto para o bem como para o mal não reflete a ciéncia em si, mas a precariedade
da natureza humana, a tendência que temos tanto para criar quanto para destruir.

Embora as ciências fisicas e sociais sejam capazes de iluminar muitos aspectos do


conhecimento, não têm como missão responder a todas as perguntas. Nada diminuiria
mais o espirito humano do que restringir nossa criatividade a uma única esquina do
conhecimento. Somos criaturas multidimensionais e buscamos respostas de muitas
formas. Cada uma tem seus propósitos e precisamos de todas elas.

Aceitar que o conhecimento é incompleto não é uma derrota do intelecto humano,


não significa que estamos enquadrando a ciência como uma atividade humana, falível
mesmo que poderosa, incompleta mesmo como melhor ferramenta para descrever o
mundo. A ciéncia não reflete uma verdade divina, existente em um dominio platônico de
perfeição e beleza. A ciência reflete a inquietude humana, nossa necessidade de ter algum
controle sobre o tempo, sobre o misto de veneração e temor que sentimos quando
confrontamos a imensidão do cosmos.
(Adaptado de: GLEISER, Marcelo. A ilha do conhecimento. 7.ed. Rio de Janeiro: Record, 2023, p. 325-328, passim)

01. FCC – 2024 – CETESB – Analista de Tecnologia da Informação

Recorre-se à linguagem figurada no emprego destas duas expressões:

(A) restringir nossa criatividade / Cada uma tem seus propósitos

(B) o conhecimento é incompleto / necessidade de ter algum controle

(C) cobertor com que cobrimos os pés / esquina do conhecimento

(D) um obstáculo intransponivel / uma aspiração coletiva

(E) conhecimento acumulado / quando trabalhamos juntos


02. FCC – 2024 – CETESB – Analista de Tecnologia da Informação

A convicção exposta na frase A ciência precisa falhar para avançar (1º parágrafo) justifica-
se e acentua-se nesta outra afirmação do texto:

(A) tendência que temos tanto para criar quanto para destruir (2º parágrafo).

(B) Somos criaturas multidimensionais (3º paragrafo).

(C) Queremos certezas (1° parágrafo).

(D) Limites são oportunidades, alavancas (1º parágrafo).

(E) uma aspiração coletiva de crescermos (2° parágrafo).

03. FCC – 2024 – CETESB – Analista de Tecnologia da Informação

O autor considera a possibilidade de que a ciência seja usada tanto para o bem como para
o mal, uma vez que ela

(A) se mostra sujeita as escolhas com que norteamos sua aplicação.

(B) não leva em conta o fato de sermos criaturas multidimensionais.

(C) não é capaz de nos levar a qualquer atitude de caráter moralizante.

(D) está associada a métodos que podem ser ou não eficazes.

(E) se mostra sujeita a variação mesma dos valores civilizacionais.

04. FCC – 2024 – CETESB – Analista de Tecnologia da Informação

Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do


texto em:

(A) Nada diminuiria mais o espirito humano (3% paragrafo) = ninguém teria reduzido assim
nossa mentalidade.

(B) falivel mesmo que poderosa (4° paragrafo) = limitada na medida de sua potência.

(C) precisamos abraçar as incertezas (1° paragrafo) = é preciso retificar nossas convicções.

(D) aspiração coletiva de crescermos como espécie (2° paragrafo) = consenso no avanço
cultural.

(E) mentor paciente que nos lembra do que somos (2º paragrafo) = guia perseverante que
nos vê a nós mesmos.

05. FCC – 2024 – CETESB – Analista de Tecnologia da Informação

Está plenamente adequado o emprego do elemento sublinhado na frase:

(A) Um misto de veneração e temor é o sentimento por que somos tomados frente ao
cosmos.

(B) O emprego nocivo da ciência não é um efeito ao qual ela mesma seja responsável.

(C) As altas aspirações das quais nos curvamos podem nos levar a um estado de
frustração.
(D) Os limites científicos de cujos trata o texto derivam do limite mesmo da nossa
humanidade.

(E) É na necessidade da plenitude do conhecimento aonde se nota toda a nossa arrogancia.

06. FCC – 2024 – CETESB – Analista de Tecnologia da Informação

As normas de concordancia verbal encontram-se plenamente observadas na frase:

(A) Para um cientista, a existência de limites não requerem que sejam imediatamente
superados, mas reconhecidos com clareza.

(B) Não advém da vontade divina os métodos faliveis da ciência, a cujos limites o humano
pesquisador deve se mostrar sensível.

(C) Não se chegam jamais a conhecimentos completos, ainda quando a eles aspiram a
metodologia de todas as ciências.

(D) Os conhecimentos acumulados a que nos fazem chegar a ciência não se representa
como uma totalidade.

(E) Não caberiam aos cientistas resolver os problemas da humanidade, mas apenas
detecta-los na exata dimensão que tem.

Influências, influentes

Novos instrumentos de comunicação dão vida nova a velhos hábitos e


subterfúgios. “Influencer”, no tempo digital das redes sociais, designa um agente e
propagandista de valores que deseja incutir nos outros.

Coisa de hoje? Não apenas: me lembro de um livro de grande sucesso cujo titulo
em português é “Como fazer amigos e influenciar pessoas”, de Dale Carnegie, editado nos
EUA em 1936 e de grande sucesso por aqui nos anos seguintes. Já com esse título, instiga-
nos a fazer amigos para sermos influentes. Fazer amizades pode ser um bom negócio...

Essa convicção se expandiu muito em nosso tempo eletrônico, quando também


se propagam, sem qualquer prurido, ódios e ultrajes bem direcionados. Influenciar os
outros a qualquer custo segue sendo uma obsessão presente.

“Influir”, do latim ‘in-fluo’, é “correr para dentro”, ou ainda “insinuar-se”. Mesmo que
discretamente, da alguma medida do que pode haver de invasivo na relação supostamente
amistosa. Mas não custa lembrar que ‘“influenza” é também o batismo de um vírus
poderoso de gripe, que pode resultar em pneumonia. Hoje, graças as vias digitais, podemos
interferir drasticamente na saúde das cabeças alheias e ainda sermos prestigiados por
isso.

07. FCC – 2024 – CETESB – Analista de Tecnologia da Informação

No 4º parágrafo, o autor nos lembra que o verbo influir, na língua latina,

(A) descreve como toda manifestação a princípio afetiva pode se revelar nociva.

(B) revela o quão discreta pode se dar a passagem de um vírus pelas vias orgânicas.

(C) tinha a acepção enfática de tudo o que contamina cruelmente o nosso corpo.
(D) acentua a capacidade de interiorização com que algo avança dentro de nós.

(E) estabelece uma relação de causa e efeito entre um desvio mental e um mal físico.

08. FCC – 2024 – CETESB – Analista de Tecnologia da Informação

Essa convicção se expandiu muito em nosso tempo eletrônico (3º parágrafo). A convicção
de que aqui se fala é a de que

(A) A livre manifestação de ódios e ultrajes pessoais não favorece a capacidade de fazer
amigos e influenciar pessoas.

(B) A iniciativa de influenciar pessoas e fazer amigos pode ser agora altamente favorável
para expandir negócios.

(C) na midía eletrônica a vantagem de influenciar pessoas cedeu lugar a critícas e injúrias
que nada constroem.

(D) ser influente possibilita que, em nosso tempo eletrônico, as amizades podem se fazer
instantaneamente.

(E) a gerência dos bons negócios traz consigo uma oportunidade para estreitar lagos
comerciais entre amigos.

09. FCC – 2024 – CETESB – Analista de Tecnologia da Informação

Considerando-se a frase Já com esse título, instiga-nos a fazer amigos para sermos
influentes (2° parágrafo), o segmento sublinhado pode ser substituído, sem prejuízo para a
correção e o sentido desse enunciado, por:

(A) conduz-nos ao exercicio da influência perante aos nossos amigos.

(B) preparam-nos para que se estabeleçam amizades para as influenciarmos.

(C) adverte-nos de que façamos amigos ao sermos influentes.

(D) impõem-nos que amizades consumadas podem ser passíveis de influência.

(E) leva-nos a cultivar amizades com o fito de exercermos influência.

10. FCC – 2024 – CETESB – Analista de Tecnologia da Informação

Há adequada articulação entre os tempos e modos verbais na frase:

(A) Quando chegarmos a sentir o peso de tantas influências indevidas, nossa reação se
mostraria tão tardia como inconsequente.

(B) Caso as influências logo se mostrassem tão nocivas quanto a “influenza”, haverá tempo
para que as rebatêramos.

(C) Se persistirem nessa escalada, as vias digitais teriam acentuado ainda mais o poder
dos “influencers”.

(D) A menos que se estabeleça algum critério de funcionamento, as vias digitais não
haverão de sofrear a influência que exercem.

(E) No caso de que viessem a se fortalecer ainda mais, quem haverá de fazer frente ao poder
dos “influencers”?
11. FCC – 2024 – CETESB – Analista de Tecnologia da Informação

No contexto do 4º parágrafo, a expressão

(A) ainda sermos prestigiados é o mesmo que embora sejamos discriminados.

(B) graças às vias digitais é equivalente a deve-se ao sistema digital.

(C) Mesmo que discretamente tem o sentido uma vez que seja com discrição.

(D) dá alguma medida equivale a esclarece o sentido.

(E) Mas não custa lembrar que deve ser entendida como É fácil memorizar de que.

12. FCC – 2024 – CETESB – Analista de Tecnologia da Informação

É plenamente regular esta outra pontuação de uma frase do texto:

(A) “Influir” do latim “in-fluo” é: correr para dentro, ou ainda; “insinuar-se”.

(B) Mas, não custa lembrar que “influenza “ é, também, o batismo de um vírus poderoso.

(C) Novos instrumentos de comunicação, dão vida nova a velhos hábitos, e subterfúgios.

(D) Coisa de hoje? — não, apenas me lembro de um livro, de grande sucesso.

(E) Influenciar os outros, a qualquer custo segue sendo: uma obsessão presente.
Anotações
Treinamento Constante

PROVA 4

CEBRASPE
ANVISA
2024

Professora Adriana Figueiredo


Devemos salientar mais uma vez o caráter essencial dos sentimentos negativos.
Manifestações populares e mudança social advêm do acúmulo de muitos cidadãos
irritados e ofendidos. Ocultar sentimentos negativos sob o tapete do pensamento positivo
significa estigmatizar e tornar vexaminosa a estrutura emocional do mal-estar social e da
instabilidade. Alguns dirão que optamos por privar trabalhadores dos benefícios da ciência
do bem-estar em troca do aceno de uma ideia vaga de consciência coletiva. A felicidade,
como alguns empiristas ferrenhos afirmarão, é o único bem tangível em que podemos pôr
as mãos aqui e agora. Nossa resposta e nossa objeção final podem ser encontradas na
famosa refutação do utilitarismo do filósofo Robert Nozick. Em 1974, ele pediu a seus
leitores que participassem de um experimento mental que consistia em imaginar que
estamos conectados a uma máquina que nos proporciona qualquer experiência prazerosa.
Nossos cérebros seriam estimulados a acreditar que estaríamos vivendo a vida que
desejamos. A pergunta de Nozick, então, era: dada a possibilidade de escolha, você
preferiria a máquina prazerosa à vida real (e presumivelmente mais infeliz)? Uma resposta
a essa questão parece hoje ainda mais relevante do que antes, sobretudo agora que a
ciência da felicidade e as tecnologias virtuais se tornam tão predominantes. Nossa
resposta, assim como a de Nozick, é a de que o prazer e a busca da felicidade não podem
superar a realidade e a busca por conhecimento — o pensamento crítico sobre nós
mesmos e sobre o mundo que nos rodeia. Uma “máquina da experiência” do tipo que
Nozick imaginou tem hoje seu equivalente em uma indústria da felicidade que pretende
nos controlar: ela não apenas borra e confunde a capacidade de conhecer as condições
que moldam nossa existência, mas também faz que essas condições em si sejam
irrelevantes. Conhecimento e justiça, e não felicidade, continuam a ser o propósito moral
revolucionário da vida.

01. CESPE / CEBRASPE - 2024 - ANVISA - Especialista em Regulação e Vigilância


Sanitária

Em “você preferiria a máquina prazerosa à vida real” (nono período), o emprego do acento
indicativo de crase no vocábulo “à” justifica-se pela regência do termo “prazerosa” somada
ao fato de a palavra “vida” ser do gênero feminino e estar empregada com sentido
específico no texto, determinado pelo termo “real”.

02. CESPE / CEBRASPE - 2024 - ANVISA - Especialista em Regulação e Vigilância


Sanitária

O uso do pensamento positivo com o fim de dissimular sentimentos negativos é


condenado pelos autores no texto.

03. CESPE / CEBRASPE - 2024 - ANVISA - Especialista em Regulação e Vigilância


Sanitária

Na oração “como alguns empiristas ferrenhos afirmarão” (quinto período), os autores


estabelecem uma comparação para emitir um juízo de valor pejorativo a respeito do que
pensam os empiristas.

04. CESPE / CEBRASPE - 2024 - ANVISA - Especialista em Regulação e Vigilância


Sanitária

Os sujeitos das formas verbais “optamos” (quarto período) e “podemos” (quinto período)
têm referentes distintos.
05. CESPE / CEBRASPE - 2024 - ANVISA - Especialista em Regulação e Vigilância
Sanitária

No texto, os autores estabelecem uma analogia entre a atual “indústria da felicidade” e a


máquina de proporcionar experiências prazerosas idealizada no experimento de Nozick.

06. CESPE / CEBRASPE - 2024 - ANVISA - Especialista em Regulação e Vigilância


Sanitária

O trecho “dada a possibilidade de escolha” (nono período) veicula ideia de explicação.

07. CESPE / CEBRASPE - 2024 - ANVISA - Especialista em Regulação e Vigilância


Sanitária

De acordo com a concepção defendida no texto, a felicidade não é o propósito moral


revolucionário da vida.
Anotações
Treinamento Constante

PROVA 5

CEBRASPE
ANTT
2024

Professora Adriana Figueiredo


A palavra carreta começou a ser empregada para definir o que até então era
chamado de carroça; é possível pensar que fora definido o termo carreteiro para designar
quem conduzia as carretas.

As primeiras carretas foram utilizadas para várias finalidades. Em um primeiro


momento, auxiliaram no processo de colonização, mas também ajudaram em situações
de guerra, quando estavam carregadas de materiais bélicos e demais apetrechos militares.
Serviram de apoio ainda para comerciantes, mascates, conhecidos também como
vivandeiros, que transportavam os mais variados tipos de mercadorias, desde produtos
alimentícios até produtos mais simples, como pentes e espelhos. Dessa maneira, surgia o
carreteiro e, junto a ele, as representações que iriam compor a identidade desses
profissionais.
Danilo Leite Moreira. Uma breve abordagem histórica do desenvolvimento do rodoviarismo e do transporte
rodoviário de cargas no Brasil. In: Faces da História, v. 10, n.º 1, jan.-jun./2023, p. 157 (com adaptações).

01. CESPE / CEBRASPE - 2024 - ANTT - Especialista em Regulação de Serviços de


Transportes Terrestres

No segundo período do segundo parágrafo, identificam-se três orações; a segunda delas


exprime ideia de acréscimo, e a terceira, circunstância de tempo.

02. CESPE / CEBRASPE - 2024 - ANTT - Especialista em Regulação de Serviços de


Transportes Terrestres

De acordo com o texto, uma multiplicidade de funções estava associada às primeiras


carretas.

03. CESPE / CEBRASPE - 2024 - ANTT - Especialista em Regulação de Serviços de


Transportes Terrestres

Infere-se do texto que a palavra “carroça” caiu em desuso após a criação da palavra
“carreta”.

04. CESPE / CEBRASPE - 2024 - ANTT - Especialista em Regulação de Serviços de


Transportes Terrestres

O primeiro parágrafo constitui-se da apresentação inicial de um fato seguido de uma


hipótese.

05. CESPE / CEBRASPE - 2024 - ANTT - Especialista em Regulação de Serviços de


Transportes Terrestres

Conforme exposto no texto, a identidade dos carreteiros é construída a partir de


representações plurais que têm relação direta com as várias atividades deles e com os
diversos tipos de carretas.
Há muitas especulações sobre qual meio de transporte teria sido “inventado”
primeiro, desde o início da evolução humana, antes mesmo do surgimento da escrita.
Referentemente a esse período, o fato é que muito pouco pode ser comprovado, o que nos
deixa com algumas hipóteses e poucas certezas.

É provável que o ser humano tenha pensado em formas de solucionar problemas


como transportar sua caça ou transpor obstáculos, mas afirmar com exatidão que isso se
transformou em algum meio de transporte da forma como conhecemos hoje é bem mais
complicado.

Sabemos que o homem pré-histórico se deslocava em função do clima e da oferta


de alimentos. Os pés humanos foram os primeiros responsáveis por esses deslocamentos.
A melhor solução para o transporte a partir dessa época surgiu com a domesticação de
animais selvagens. O homem pode ter notado a facilidade de lidar com determinadas
espécies animais a ponto de utilizar sua força para transportar seus pertences.
Oswaldo Dias dos Santos Junior. Transportes turísticos. Curitiba, InterSaberes, 2014, p. 20 (com adaptações).

06. CESPE / CEBRASPE - 2024 - ANTT - Especialista em Regulação de Serviços de


Transportes Terrestres

No último período do texto, a expressão “determinadas espécies animais” e os pronomes


possessivos “sua” e “seus” fazem parte da mesma cadeia referencial.

07. CESPE / CEBRASPE - 2024 - ANTT - Especialista em Regulação de Serviços de


Transportes Terrestres

De acordo com o texto, na Pré-História, os deslocamentos dos seres humanos eram mais
eficientes quando efetuados com os próprios pés do que quando realizados por intermédio
de animais.

08. CESPE / CEBRASPE - 2024 - ANTT - Especialista em Regulação de Serviços de


Transportes Terrestres

Entende-se do texto que as poucas hipóteses referentes aos fatos ocorridos desde o início
da evolução humana são consequência da profusão de especulações sobre esse período.

09. CESPE / CEBRASPE - 2024 - ANTT - Especialista em Regulação de Serviços de


Transportes Terrestres

No texto, o autor considera a possibilidade de os seres humanos terem se preocupado com


questões de transporte de caça ou de transposição de obstáculos, mas demonstra
dificuldades em afirmar categoricamente que algum meio de transporte tenha se originado
dessa preocupação.

10. CESPE / CEBRASPE - 2024 - ANTT - Especialista em Regulação de Serviços de


Transportes Terrestres

No início do texto, a substituição da forma verbal “Há” por Existe manteria os sentidos do
texto, seu grau de formalidade e sua correção gramatical.
11. CESPE / CEBRASPE - 2024 - ANTT - Especialista em Regulação de Serviços de
Transportes Terrestres

No primeiro período do terceiro parágrafo, a próclise pronominal em “se deslocava”


justifica-se pelo caráter desenvolvido da oração subordinada em que tal trecho se insere.

12. CESPE / CEBRASPE - 2024 - ANTT - Especialista em Regulação de Serviços de


Transportes Terrestres

Os termos preposicionados “a esse período” (segundo período do primeiro parágrafo) e “de


alimentos” (primeiro período do terceiro parágrafo) desempenham a mesma função
sintática nas orações em que ocorrem.

A iniciativa Mãe Servidora, inserida no contexto do programa Pró-Equidade de


Gênero, reflete um esforço significativo da ANTT para promover o equilíbrio entre a vida
profissional e familiar de suas colaboradoras. Essa ação é direcionada especialmente para
mães servidoras, no regime de trabalho presencial, com filhos menores de sete anos de
idade, oferecendo a elas a oportunidade de reduzir a jornada de trabalho semanal em
quatro horas em um dia específico. O objetivo principal é fortalecer a interação entre mãe
e filho durante os anos cruciais de formação da criança, beneficiando-se tanto o bem-estar
da servidora quanto o da família como um todo.

Em caso de dúvidas, fale com a Coordenação de Projetos Especiais de Gestão de


Pessoas (COPEP), pelo email <copep@antt.gov.br>.
ANTT. Revista Via Sustentável. Destaques 2023, s/d, p. 35 (com adaptações).

13. CESPE / CEBRASPE - 2024 - ANTT - Especialista em Regulação de Serviços de


Transportes Terrestres

Estaria mantida a correção gramatical do segundo período do primeiro parágrafo caso o


segmento “para mães servidoras” fosse reescrito como à mães servidoras, visto que o
termo “mães” está especificado.

14. CESPE / CEBRASPE - 2024 - ANTT - Especialista em Regulação de Serviços de


Transportes Terrestres

O último parágrafo do texto caracteriza-se como injuntivo.

15. CESPE / CEBRASPE - 2024 - ANTT - Especialista em Regulação de Serviços de


Transportes Terrestres

Não haveria prejuízo da correção gramatical do texto caso se suprimissem as vírgulas que
delimitam o trecho “inserida no contexto do programa Pró-Equidade de Gênero” (primeiro
período do primeiro parágrafo), embora tal supressão alterasse as relações sintáticas no
período.
Anotações
Treinamento Constante

PROVA 6

CEBRASPE
CAPES
2024

Professora Adriana Figueiredo


Nos últimos anos, uma das tendências mais surpreendentes das ciências sociais
pode ser descrita como a descoberta da ignorância. À primeira vista, parece bizarra a
escolha desse objeto de estudo, pois há mais de trinta anos nos dizem que vivemos numa
sociedade do conhecimento. Está cada vez mais claro, entretanto, que hoje vivemos
também numa sociedade da ignorância, em que, de fato, sabemos pouco sobre as
doenças, o meio ambiente e o funcionamento dos negócios e da política.

Essa desconfortável tomada de consciência nos coloca um desafio. Como estudar a


falta de conhecimento? Uma das respostas tem sido examinar as práticas correntes de
ocultação de informações ou circulação de fake news, descrevendo essas atividades como
exemplos da construção, produção ou fabricação da ignorância, quando, por exemplo,
encobrem calamidades ou defendem que determinada droga não tem efeitos colaterais
perigosos. Seria mais preciso falar de manutenção do que de produção da ignorância.

Outra resposta a esse novo desafio seria estudar a história social da ignorância,
perguntando quem ignora o quê em dado lugar e em dada época, quais são as causas
dessa ignorância e, acima de tudo, que consequências ela produz. A humanidade nunca
soube tantas coisas como hoje, mas cada indivíduo tem conhecimento apenas de uma
parte ínfima desse saber. Quanto mais se tem a saber, mais se pode ignorar.
Peter Burke. A ignorância na política. E a política da ignorância. Revista Piauí, ed. 168, 2020.
Internet:<https://piaui.folha.uol.com.br> (com adaptações).

01. CESPE / CEBRASPE - 2024 - CAPES - Analista em Ciência e Tecnologia

No segundo período do primeiro parágrafo, a substituição de “bizarra” por bizarro


comprometeria a correção gramatical do texto.

02. CESPE / CEBRASPE - 2024 - CAPES - Analista em Ciência e Tecnologia

O termo “desconfortável”, no primeiro período do segundo parágrafo, veicula um juízo de


valor do autor a respeito da “descoberta da ignorância”, tratada no parágrafo anterior.

03. CESPE / CEBRASPE - 2024 - CAPES - Analista em Ciência e Tecnologia

De acordo com o texto, vivemos em uma “sociedade da ignorância” porque o


conhecimento individual não é idêntico ao conhecimento acumulado pela humanidade
em geral, consequentemente, as pessoas não sabem tudo sobre todos os assuntos.

04. CESPE / CEBRASPE - 2024 - CAPES - Analista em Ciência e Tecnologia

Entende-se do texto que o conceito de “sociedade do conhecimento” perdurou por mais


de trinta anos, até a sua substituição pela chamada “sociedade da ignorância”, recém-
descoberta.

05. CESPE / CEBRASPE - 2024 - CAPES - Analista em Ciência e Tecnologia

Segundo o texto, o estudo da história social da ignorância envolveria descobrir as pessoas


que ignoram algo em determinado espaço e em determinada época, o objeto da ignorância
dessas pessoas, as causas dessa ignorância e seus efeitos.
06. CESPE / CEBRASPE - 2024 - CAPES - Analista em Ciência e Tecnologia

No último período do segundo parágrafo, a oração “falar de manutenção” funciona como


complemento do termo “preciso”, que está empregado como adjetivo no referido período.

07. CESPE / CEBRASPE - 2024 - CAPES - Analista em Ciência e Tecnologia

As orações que formam o último período do texto estão coordenadas com base em uma
relação semântica de contraste.

A vida em sociedade trouxe para os seres humanos um aprendizado extremamente


importante: não se poderiam resolver todas as questões pela força, era preciso usar a
palavra para persuadir os outros a fazer alguma coisa. Por isso, o aparecimento da
argumentação está ligado à vida em sociedade e, principalmente, ao surgimento das
primeiras democracias.

Todo discurso tem uma dimensão argumentativa. Alguns se apresentam como


explicitamente argumentativos (por exemplo, o discurso político, o discurso publicitário),
enquanto outros não se apresentam como tal (por exemplo, o discurso didático, o discurso
romanesco, o discurso lírico). No entanto, todos são argumentativos: de um lado, porque
o modo de funcionamento real do discurso é o dialogismo; de outro, porque sempre o
enunciador pretende que suas posições sejam acolhidas, que ele mesmo seja aceito, que
o enunciatário faça dele uma boa imagem.
José Luiz Fiorin. Argumentação. 2.ª ed. revista e ampliada. São Paulo: Editora Contexto, 2022, p.11
(com adaptações).

08. CESPE / CEBRASPE - 2024 - CAPES - Analista em Ciência e Tecnologia

No último período do texto, as formas pronominais “suas” e “ele” são elementos de coesão
referencial que remetem à expressão “o enunciador”.

09. CESPE / CEBRASPE - 2024 - CAPES - Analista em Ciência e Tecnologia

O texto se caracteriza como predominantemente dissertativo-expositivo.

10. CESPE / CEBRASPE - 2024 - CAPES - Analista em Ciência e Tecnologia

O emprego do presente do indicativo no segundo parágrafo do texto sinaliza que as ações


apresentadas tiveram início no passado e se estendem até o momento atual.

11. CESPE / CEBRASPE - 2024 - CAPES - Analista em Ciência e Tecnologia

Ao empregar o vocábulo “se” em “não se poderiam resolver todas as questões pela força”
(primeiro período do texto), o autor, ao mesmo tempo, indetermina o sujeito gramatical da
oração e omite o agente responsável pela ação expressa pelo verbo “resolver”.

12. CESPE / CEBRASPE - 2024 - CAPES - Analista em Ciência e Tecnologia

Em “à vida” (segundo período do primeiro parágrafo), é facultativo o emprego do acento


indicativo de crase no vocábulo “à”.
Anotações

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