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CENTRO UNIVERSITÁRIO MULTIVIX VILA VELHA

ENGENHARIA CIVIL

ANA JÚLIA SAMPAIO CAMPOS

ROCHAS ORNAMENTAIS

VILA VELHA – ES
2024
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 3

1.1 OBJETIVOS ............................................................................................................ 3

2 DESENVOLVIMENTO ............................................................................................... 4

2.1 EXTRAÇÃO DAS ROCHAS ................................................................................... 4

2. 1. 1 Lavra por Desmoronamento ............................................................................... 4

2. 1. 2 Lavra por Bancadas ........................................................................................... 4

2. 1. 3 Lavra Subterrânea .............................................................................................. 5

2. 2 ROCHAS E ULTILIZAÇÃO .................................................................................... 5

2. 2. 1 Granitos ............................................................................................................. 5

2. 2. 2 Calcário .............................................................................................................. 6

2. 2. 3 Mármore ............................................................................................................. 7

3 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 7

4 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 8
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1 INTRODUÇÃO
Ao longo da história, a humanidade tem buscado compreender o mundo
que habita, adquirindo conhecimento essencial para moldar e decidir o destino
de suas construções. Nesse contexto, emerge o estudo das rochas, definidas
como associações naturais de um ou mais minerais, presentes em proporções
específicas e encontradas em vastas extensões (Brasil, 2015)
As rochas podem ser classificadas em três principais famílias:
Magmáticas, Metamórficas e Sedimentares. As rochas magmáticas são
formadas pela solidificação do magma. Quando o magma é expelido para fora
através de um vulcão, ocorre um resfriamento rápido, impedindo que os
minerais cresçam adequadamente. Por outro lado, quando o magma cristaliza
dentro da crosta terrestre, os minerais têm tempo para se desenvolver,
resultando na visibilidade dos cristais na rocha, como é o caso das rochas,
basalto e do granito respectivamente (Brasil, 2015).
As rochas sedimentares, por sua vez, são formadas em temperaturas
mais baixas, geralmente na superfície da crosta terrestre. Elas se originam
também pela decomposição natural de outras rochas, cujos sedimentos são
gradualmente depositados ao longo do tempo (Brasil, 2015).
Por último, as rochas metamórficas, tiveram sua origem em rochas
sedimentares ou ígneas. Após experimentaram uma brusca alteração de
pressão e temperatura, desencadeou o crescimento de minerais sem que aja
fusão, ocasionando mudanças físicas e mineralógicas nas rochas (Branco,
2008 apud Gomes et al., 2020).
Portanto, é crucial enfatizar a importância dessas categorias de rochas
para o setor da construção civil, sua utilização abrange desde materiais de
construção até o uso em rochas ornamentais, também conhecidas como
rochas lapidadas. Essas rochas são moldadas em diversas formas e passam
por um processo de beneficiamento que envolve esquadrejamento, polimento e
lustro (CETEM, 1995, p.xi). “A região Sudeste do brasil detém a liderança
nacional do setor de rochas ornamentais, correspondendo a 80% da produção”
(CETEM, 1995, p. xi)
Segundo o centro de tecnologia mineral (1995 p. xi), O Brasil apresenta
uma vantagem competitiva notável no mercado de rochas ornamentais,
atribuível à sua vasta "geodiversidade". No entanto, essa vantagem só será
plenamente eficaz com a modernização do parque industrial brasileiro.
1.1 OBJETIVOS

Este estudo constitui uma pesquisa descritiva, com o propósito primordial


de elucidar as características singulares de uma população ou fenômeno
específico. Direcionando nosso olhar para o âmbito das rochas, desde seu
processo de extração até sua aplicação na indústria da construção civil,
examinaremos as diversas categorias de rochas já mencionadas, promovendo
comparações entre elas. Além disso, abordaremos as vantagens e
desvantagens associadas à exploração desses recursos naturais, buscando,
ao final, chegar a uma conclusão fundamentada sobre qual caminho representa
a abordagem mais viável (Gil, 2002)
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2.1 EXTRAÇÕES DE ROCHAS


A extração de rochas, popularmente conhecida como Lavra, é um
processo que visa à obtenção de blocos de formatos aproximadamente
retangulares, com dimensões variadas, buscando maximizar o aproveitamento
do material e melhorar a capacidade produtiva dos equipamentos envolvidos
nas etapas de beneficiamento. Essa atividade requer um cuidadoso
planejamento, visando atingir as melhores condições para a extração e o
processamento das rochas, de modo a garantir eficiência e qualidade nos
resultados finais (CETEM, 2014, p. xi).
As técnicas de extração de rochas podem ser classificadas em dois grupos
principais: a lavra a céu aberto e a lavra subterrânea, sendo a primeira
modalidade a mais comumente empregada. A seleção do tipo de lavra a ser
adotado é influenciada por uma série de fatores, incluindo o método de corte, o
relevo do terreno e a topografia da área de extração. A escolha dessas
soluções visa primordialmente atender às demandas técnicas e construtivas
específicas de cada contexto, garantindo eficiência e segurança no processo
de extração e beneficiamento das rochas (CETEM, 2014, p. xi).
Uma subdivisão adicional na classificação das técnicas de lavra diz
respeito aos métodos adotados, os quais são selecionados com base na
morfologia do afloramento, no volume da reserva mineral, na análise estrutural
da jazida, na localização geográfica e nas características específicas do
material ou objeto de exploração. Existem diversos métodos empregados na
execução das técnicas de lavra. Neste trabalho, abordaremos três deles: o
método de desmoronamento, a lavra em bancadas e a lavra subterrânea
(CETEM, 2014, p. xi).
2. 2. 1 Lavra por Desmoronamento
Para utilizar esse método, é fundamental que a rocha exiba esfoliação
natural provocada pelo intemperismo. Dessa forma, a estrutura da rocha se
distribui em camadas que seguem a morfologia do material. Nesse contexto, o
processo envolve a aplicação estratégica de explosivos nos planos de fraqueza
resultantes da esfoliação, o que permite a remoção eficiente de um grande
volume de maciço durante o desmonte (CETEM, 2014, p. xi).
Porém, é necessário ressaltar que esse método se restringe a estruturas
específicas de rochas. Mesmo com os devidos cuidados tomados, há um
desperdício considerável do material rochoso, acarretando perdas econômicas
devido ao baixo índice de recuperação. Além disso, a segurança relacionada
ao método da larva tem sido alvo de críticas significativas, o que evidencia sua
obsolescência e denota a falta de experiência na época em que era
amplamente utilizado (CETEM, 2014, p. xi).
2. 2. 2 Lavra por Bancadas
No método de extração por bancadas, a mina é dividida em diferentes
níveis de operação que progridem lateralmente de maneira sequencial. A altura
de cada nível é determinada com base na topografia da área de extração e nas
propriedades físico-mecânicas da rocha. O número de níveis em operação é
determinado pelas características geomorfológicas do terreno e pelas metas de
produção estabelecidas (CETEM, 2014, p. xi).
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A classificação das bancadas pode variar significativamente de acordo


com sua configuração espacial e localização dentro do ambiente de mineração.
Essas bancadas podem ser executadas em diversas situações, podendo estar
situadas em encostas naturais ou abaixo do nível do terreno, dependendo das
características específicas da jazida e das necessidades operacionais da mina
(CETEM, 2014, p. xi).
2. 2. 3 Lavra subterrânea
Os egípcios, gregos e romanos foram os primeiros a desenvolver a técnica
de extração subterrânea de mármore. Para isso, eles utilizavam a escavação
de poços e galerias para extrair e selecionar os materiais mais resistentes aos
efeitos do intemperismo (CETEM, 2014, p. xi).
A exploração subterrânea ocorre através da criação de espaços
subterrâneos conhecidos como salões, os quais são sustentados por pilares.
Estes pilares são tipicamente compostos por material de qualidade inferior, já
que não serão alvo de exploração. Esse método é utilizado particularmente em
rochas Carbonáticas e principalmente em Mármores (CETEM, 2014, p. xi).
Embora as lavras subterrâneas não causem danos significativos à
paisagem natural, é essencial um gerenciamento cuidadoso da estabilidade em
curto, médio e longo prazo. Isso se deve ao considerável número de vazios que
podem comprometer a estrutura de sustentação, acarretando sobrecargas
indesejadas. Mesmo com um controle eficiente, prever esses parâmetros
necessários pode ser desafiador. Assim, é crucial programar medidas de
monitoramento contínuo e estratégias de mitigação de riscos para garantir a
segurança e a sustentabilidade das operações de mineração subterrânea
(CETEM, 2014, p. xi).
2. 2 ROCHAS E ULTILIZAÇÃO
Nesta seção, vamos abordar diversos tipos de rochas, classificando-as
como ígneas magmáticas ou metamórficas, e destacando suas características
distintas e aplicações relevantes. Exploraremos as propriedades únicas de
cada tipo de rocha, oferecendo uma compreensão abrangente de sua formação
geológica e sua importância em várias aplicações práticas.
2. 2. 1 Granito
Os granitos têm sido considerados símbolos de luxo ao longo da história
da humanidade, um testemunho disso é a sua presença marcante nas tumbas
dos faraós no Egito antigo. Esta escolha não é arbitrária, mas sim
fundamentada nas características excepcionais deste material que facilitam sua
utilização e lhe conferem uma aura de nobreza. Sua durabilidade, resistência e
beleza natural fazem do granito uma escolha privilegiada em projetos
monumentais e arquitetônicos REFERENCIA.
São classificadas como rochas ígneas de granulação grossa devido ao seu
resfriamento lento, que proporciona tempo suficiente para a formação dos
minerais que ficam visíveis na rocha. Esse processo permite que os minerais
se cristalizem e se desenvolvam gradualmente, resultando em uma textura
granulosa característica. Podem ser encontradas em uma variedade de cores,
incluindo vermelho, marrom, amarelo, azul, verde, preto e cinza, devido à
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presença de diferentes minerais em sua composição. Essa diversidade de


tonalidades é resultado das variações minerais presentes em sua formação
REFERENCIA.
Granito é frequentemente composto pelos minerais de mica, quartzo e
feldspato, formando um conjunto diversificado de rochas salicílicas encontradas
em jazidas. Em comparação ao mármore, o granito se destaca pela sua
excepcional durabilidade e resistência, sendo uma escolha popular em
aplicações que exigem alta resistência ao desgaste e à erosão. Além disso, o
granito oferece uma vantagem adicional na possibilidade de ser utilizado na
paginação de fachadas, proporcionando uma estética elegante e duradoura em
diversos projetos arquitetônicos. Sua versatilidade e beleza natural o tornam
uma opção amplamente apreciada em diversas áreas da construção e da
decoração (Dias, 2013).
O granito encontra uma variedade de aplicações, desde a arquitetura de
edifícios até a pavimentação de vias urbanas e a criação de monumentos. Sua
versatilidade e durabilidade o tornam uma escolha popular para uma ampla
gama de projetos de construção e design urbano. Na arquitetura, é
frequentemente utilizado em bancadas de cozinha, revestimentos de pisos e
paredes, e até mesmo em detalhes ornamentais. Nas vias urbanas, é uma
opção confiável para calçadas e calçadões, proporcionando resistência ao
desgaste e uma estética atraente. Além disso, sua presença é marcante em
monumentos e esculturas, onde sua beleza natural e durabilidade são
valorizadas ao longo do tempo (Dias, 2013).
2. 2. 2 Calcário
As rochas sedimentares carbonatadas têm sua origem em processos
químicos de precipitação e deposição de materiais orgânicos. Seu principal
constituinte mineralógico é a calcita (CaCO3), formando estruturas distintas
que incluem calcário e dolomito. A extração desses minerais geralmente ocorre
em minas a céu aberto, onde uma série de etapas é realizada para sua
obtenção. Isso inclui a remoção do capeamento superficial, seguida de
perfuração e desmonte por explosivos para acessar as camadas de rocha
desejadas. Essa atividade de mineração requer cuidadoso planejamento e
execução para garantir a segurança dos trabalhadores e a eficiência da
produção (Sampaio, 2005).
O calcário desfruta de uma ampla gama de aplicações em diversos setores
industriais. Na indústria de cimento, por exemplo, é um componente essencial,
onde se estima que para cada tonelada de cimento produzida sejam
necessárias cerca de 1,4 toneladas de carbonato de cálcio. Além disso, o
calcário desempenha papéis fundamentais em muitos outros setores, como na
fabricação de papel, plásticos, tintas, vidros, cerâmicas e produtos químicos.
Na agricultura, é usado como corretivo de solo para ajustar o pH, melhorando a
qualidade e a produtividade das colheitas. Também é essencial na alimentação
animal, fornecendo cálcio necessário para a saúde dos animais. No campo da
decoração, é valorizado por sua beleza natural em revestimentos de pisos e
paredes. Além disso, na indústria metalúrgica, é usado como fundente em
altos-fornos para remover impurezas e facilitar a fusão do minério de ferro. Por
fim, o calcário desempenha um papel crucial no tratamento de água, ajudando
a remover impurezas e a neutralizar a acidez. Essa versatilidade e importância
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em diversos setores tornam o calcário um recurso valioso e amplamente


utilizado em todo o mundo (Sampaio, 2005).
2. 2. 3 Mármore
O mármore tem sua origem em rochas carbonatadas, como o calcário ou a
dolomita, que, ao longo do tempo, passam por processos de metamorfismo
devido a mudanças nas condições de pressão e temperatura. Essas condições
extremas alteram a composição mineral e a estrutura da rocha original,
resultando na formação do mármore. Durante o metamorfismo, os minerais
presentes no calcário ou na dolomita são reorganizados e recristalizados,
criando uma textura distintiva e uma variedade de cores e padrões
característicos do mármore.
Ao contrário do granito, o mármore é encontrado em regiões mais
profundas da crosta terrestre, resultando em uma formação geológica distinta.
Suas cores podem variar amplamente, incluindo tons de branco, cinza, grafite e
preto, dependendo das impurezas minerais presentes durante o processo de
sua formação. Essa diversidade de cores e padrões confere ao mármore uma
estética elegante e versátil, tornando-o uma escolha popular em uma variedade
de aplicações arquitetônicas e de design de interiores. Sua beleza natural e
sofisticação tornam o mármore uma opção procurada para revestimentos de
pisos e paredes, bancadas de cozinha e banheiro, esculturas e outras peças
decorativas. Além disso, podem assumir papeis corretivos no solo.
3 CONCLUSÃO
Como discutido anteriormente, o Brasil possui uma vasta diversidade
geológica em seu território, o que confere uma vantagem significativa no setor
de rochas ornamentais. No entanto, essa vantagem só pode ser plenamente
eficaz mediante investimentos econômicos adequados nesse segmento, dados
a sua grande importância para a economia nacional.
É crucial ressaltar que, apesar da importância econômica, a busca por
lucro não deve comprometer a segurança e a preservação ambiental. Os
desastres ambientais de Brumadinho e Mariana são exemplos contundentes
das consequências devastadoras que podem ocorrer quando a corrida pelo
lucro supera a consideração pela segurança e pelo meio ambiente. Esses
eventos deixaram um legado de impactos ambientais e sociais que perdurarão
por décadas, destacando a necessidade premente de uma abordagem mais
responsável e sustentável na indústria extrativista.
Portanto, o caminho ideal é encontrar um equilíbrio entre produção,
qualidade e segurança - pilares fundamentais da engenharia civil. É imperativo
que todas essas dimensões sejam cuidadosamente consideradas e integradas
em todas as etapas da exploração de recursos naturais, garantindo que
nenhuma delas comprometa diretamente as outras. Isso exige a
implementação de práticas de gestão eficazes, padrões rigorosos de
segurança e investimentos em tecnologias e processos que promovam a
sustentabilidade e a responsabilidade socioambiental. Somente assim
podemos garantir um desenvolvimento econômico sustentável e equilibrado,
que respeite tanto as necessidades presentes quanto as futuras das
comunidades e do meio ambiente.
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4 REFÊRENCIAS

DIAS, Carlos Rubens (org.). CARACTERIZAÇÃO E GÊNESE DE SOLOS


ORIGINADOS DE ROCHAS METAMORFICAS E CARBONATADAS NA
REGIÃO SEMIÁRIDA DE PERNAMBUCO: manual de caracterização,
aplicação, uso e manutenção das principais rochas comercias do
espirito santo. Vitoria: Euvaldo Lodi, 2013.

NASCIMENTO, Isamor Gomes do. CARACTERIZAÇÃO E GÊNESE DE


SOLOS ORIGINADOS DE ROCHAS METAMORFICAS E CARBONATADAS
NA REGIÃO SEMIÁRIDA DE PERNAMBUCO. 2020. 83 f. Tese (Doutorado) -
Curso de Engenheira Agrônoma, Universidade Federal Rural de
Pernambuco, Pernambuco, 2020. Cap. 6. Disponível em:
http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede/bitstream/tede2/8831/2/Isamor
%20Gomes%20do%20Nascimento.pdf. Acesso em: 19 abr. 2024.
GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São
Paulo: Atlas S.A, 2002. 17 p. Disponível em:
http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede/bitstream/tede2/8831/2/Isamor
%20Gomes%20do%20Nascimento.pdf. Acesso em: 05 abr. 2032

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