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INSTITUO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO

Licenciatura em Engenharia Eléctrica

4º Ano 7º Semestre

Prática de Planeamento de Redes

Projecto de Execução de Linha de de transmissão de 220 kV no distrito de Namacurra

na província da Zambézia

Discente: Docente:

Faustino Carlos Lobo Msc. Eng. Gervásio Stefan de Amorim Manjate

Songo, Maio de 2019


INSTITUO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO

Licenciatura em Engenharia Eléctrica

4º Ano 7º Semestre

Práticas de Planeamento de Redes

Projecto de Execução de Linha de de transmissão de 220 kV no distrito de Namacurra

na província da Zambézia

Projecto elaborado por estudante do 4° do


curso de Engenharia Eléctrica do Instituto
Superior Politécnico de Songo no âmbito da
cadeira de Práticas e Planeamento de Redes
para fim avaliativo.

Discente: Docente:

Faustino Carlos Lobo Msc. Eng. Gervásio Stefan de Amorim Manjate

Songo, Maio de 2019


Dedicatória

Aos grandes homens da ciência que iniciaram ou deram continuidade a um trabalho, às vezes do
nada ou com extrema dificuldade, mas no final dividiram o resultado com o mundo e
praticamente não pediram nada em troca. Sabemos que sem eles a electrónica, a eléctrica, a
robótica, a medicina, a aeronáutica e tantos outros conhecimentos humanos não teriam o nível
tecnológico actual e não contribuiriam tão significativamente para a qualidade da vida humana.
São eles, citando alguns dos nossos “professores”:

George Simon Ohm, Andre Marie Ampere, Alessandro G. Volta, Michael Faraday, Joseph
Henry, James Watt, Gustav Kirchhoff, James Prescott Joule, Benjamin Franklin, Charles
Augustin de Coulomb, Willian Gilbert, Karl Friedrich Gauss, Hans Cristian Orsted, Isaac
Newton, Henrich Lenz, Nikola Tesla…

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Agradecimentos

A Deus que tem-me guardado em vida e saúde e a minha família que tem me apoiado de forma
incondicional nesta longa caminhada académica e que nunca deixou de acreditar em mim.

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Índice

1. Introdução ............................................................................................................................................. 1
1.1. Descrição e Objectivo do Projecto ................................................................................................ 1
1.2. Normas .......................................................................................................................................... 1
2. Revisão Bibliográfica............................................................................................................................ 2
2.1. Linhas Aéreas de Alta Tensão ...................................................................................................... 2
2.2. Elementos Constituintes das Linhas Aéreas ................................................................................. 3
2.2.1. Torres de Apoio .................................................................................................................... 3
2.2.2. Isoladores e Cadeias de Isoladores ........................................................................................ 5
2.2.3. Condutores ............................................................................................................................ 6
2.2.4. Postos de Transformação .................................................................................................... 23
3. Apresentação e discussão de resultados .............................................................................................. 24
3.1. Cálculo Eléctrico ......................................................................................................................... 24
3.1.1. Tensão nominal ................................................................................................................... 24
3.1.2. Corrente de serviço ............................................................................................................. 24
3.1.3. Resistência eléctrica ............................................................................................................ 25
3.1.4. Coeficiente de Auto-indução .............................................................................................. 25
3.1.5. Capacidade .......................................................................................................................... 25
3.1.6. Constantes Eléctricas .......................................................................................................... 25
3.1.7. Dimensionamento dos isoladores........................................................................................ 26
3.1.8. Dimensionamento dos cabos de guarda .............................................................................. 28
3.2. Cálculo Mecânico ....................................................................................................................... 29
3.2.1. Forcas que actuam no vento ................................................................................................ 30
3.2.2. Estado atmosférico mais desfavorável ................................................................................ 30
3.2.3. Flecha máxima .................................................................................................................... 30
3.2.4. Distâncias Mínimas Regulamentares .................................................................................. 31
4. Dimensionamento da Subestação........................................................................................................ 32
4.1. Descrição e Objectivo do Projecto .............................................................................................. 32
4.2. Localização ................................................................................................................................. 32
4.3. Generalidade ............................................................................................................................... 32
4.4. Constituição ................................................................................................................................ 33
4.4.1. Parque exterior .................................................................................................................... 33

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4.4.2. Parque Interior..................................................................................................................... 35
4.5. Protecções ................................................................................................................................... 35
4.6. Aparelhagem de AT (220kV) ..................................................................................................... 36
4.6.1. Chaves Seccionadoras ......................................................................................................... 36
4.6.2. Transformador de Potencial ................................................................................................ 36
4.6.3. Transformador de Corrente (TC) ........................................................................................ 37
4.6.4. Disjuntores .......................................................................................................................... 38
4.6.5. Pára-raios ............................................................................................................................ 39
4.6.6. Transformador de potência ................................................................................................. 39
4.6.7. Barramento de 220 kV ........................................................................................................ 40
4.7. Aparelhagem de MT (33KV) ...................................................................................................... 42
4.7.1. Dimensionamento e escolha do Pára‐Raios (33KV) ........................................................... 42
4.7.2. Seleccao do cabo ................................................................................................................. 42
4.7.3. Seleção do disjuntor ............................................................................................................ 42
4.7.4. Seccionador ......................................................................................................................... 42
4.7.5. Dimensionamento do barramento (33KV) ......................................................................... 43
5. Dimensionamento da subestação do consumidor /Posto de transformação ........................................ 45
5.1. Memória Descritiva .................................................................................................................... 45
5.2. Corrente de serviço ..................................................................................................................... 48
5.3. Pára-raios .................................................................................................................................... 48
5.4. Disjuntor ..................................................................................................................................... 48
5.5. Seccionador ................................................................................................................................. 49
6. Conclusão Recomendações ................................................................................................................. 50
7. Bibliografia ......................................................................................................................................... 51
8. Anexos ................................................................................................................................................ 52

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Índice de figuras

Figura 1. Configuração de torres para 1 e 2 circuitos. ................................................................... 4


Figura 2. Cadeia de isoladores. ....................................................................................................... 5
Figura 3. Composição dos cabo de alumínio com alma de aço ou acs ........................................... 7
Figura 4. Forças exercidas sobre umcondutor…………………………………………………….8
Figura 5. Vão em desnível ............................................................................................................ 10
Figura 6. Cantão em patamar com apoio central em suspensão ................................................... 19
Figura 7. Cantão em patamar com vãos de diferentes comprimentos .......................................... 19
Figura 8. Cantão em declive com vãos de diferentes comprimentos. ........................................... 20
Figura 9. Situação de enforcamento do apoio. .............................................................................. 20
Figura 10. Figa frontal e de cima de uma subestação de consumidor em alvenaria. ................... 47

Índice de tabelas

Tabela 1. Número de isoladores considerando o nível de tensão. .................................................. 7


Tabela 2. Número de isoladores considerando o nível de tensão e o grau de contaminação. ...... 27
Tabela 3. Tensões máximas de serviço. ........................................................................................ 27
Tabela 4. Cargas normalizadas de um TC .................................................................................... 38
Tabela 5. Potências e correntes para estágio de ventilação. ......................................................... 40

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1. Introdução

1.1. Descrição e Objectivo do Projecto

O presente projecto é fruto de pesquisas de informações de campo nomeadamente província da


Zambézia no distrito de Namacurra nas localidades de Munhiba e Malei onde se pretende montar
três fábricas; uma para o processamento da castanha de caju em Munhiba, outra de processamento de
Arroz e a terceira fábrica para o fábrico de Sumo, estas duas últimas em Malei, visto abundância da
matéria-prima. O distrito de Namacurra já está electrificado no entanto a linha que alimenta o distrito
é de 33 KV, não sendo capaz de alimentar as fábricas que se pretendem implantar. Dai a necessidade
de construir uma linha para alimentar a demanda incrementada no distrito. A subestação será
montada na localidade de Malei onde sairão três (3) linhas de 33 KV para as respectivas fábricas.

A Linha de transmissão projectada será derivada da linha de 220 KV existente que sai da subestação
de Cerâmica no distrito de Nicuadala para a subestação de Mocuba. Alinha terá um cumprimento de
30 Km. Com uma capacidade de transporte de 100 MW, um factor de potência de 0.8 indutivo.

O objectivo do projecto é dimensionar os parâmetros da linha (eléctricos e mecânicos) obedecendo o


regulamento de segurança de linhas eléctricas de alta tensão (RSLEAT) para que as distâncias de
segurança, os níveis de queda de tensão entre outros parâmetros não sejam ultrapassadas.

1.2. Normas
Os parâmetros assumidos neste projecto estão em conformidade com o regulamento de segurança de
linhas aéreas de alta tensão (RSLEAT).

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2. Revisão Bibliográfica

2.1. Linhas Aéreas de Alta Tensão


Uma “Linha Eléctrica” é, segundo o RSLEAT, o conjunto de condutores, de isolantes, de
acessórios e de suportes destinados ao transporte e distribuição de energia eléctrica. A linha
representa um circuito eléctrico que comporta elementos passivos e activos cuja finalidade é garantir
o transporte e distribuição de energia eléctrica. Os condutores, enquanto elementos activos,
asseguram a condução da energia. Os restantes elementos garantem o suporte da linha que, nas
linhas aéreas, são compostos pelas torres, pela armação e pelos isoladores ou cadeias de isoladores.

Linha aérea de alta tensão é um circuito polifásico de corrente alternada, estando a linha
suportada por torres ao longo do seu trajecto. Como, a maior parte do isolamento é feito pelo ar, as
linhas aéreas de alta tensão é o método mais barato de transmissão de energia a larga escala. As
torres que sustentam os condutores são geralmente metálicas ou de betão de acordo com os esforços
que têm que suportar e os condutores são em alumínio ou alumínio reforçado com aço.

No acto da projecção de uma linha de alta tensão diversos factores devem ser considerados. Estes
poderão ser de natureza eléctrica, mecânica, ambiental e económica. Os factores ambientais e
económicos são dois factores difíceis de satisfazer, o recomendado é encontrar uma solução óptima
para albergar as exigências ambientais mas que não sejam economicamente inviáveis.

Visto que o presente projecto é de carácter didáctico a sua elaboração cingiu-se nos primeiros 2
factores eléctricos e mecânicos.

Os factores de natureza eléctrica: determinaram o tipo de condutor, a secção utilizada, tipo de


isoladores e número de condutores por fase;

Os factores de natureza mecânica: determinaram as forças mecânicas resultantes da acção dos


agentes atmosféricos (temperatura, vento) nos elementos constituintes da linha.

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2.2. Elementos Constituintes das Linhas Aéreas
A linha de transmissão é composta por vários elementos que deverão ser dimensionados de modo
a suportar as solicitações eléctricas e mecânicas a que estão sujeitos. Nesta secção serão abordados
os elementos que constituem uma linha aérea de transmissão de energia, assim como alguns dos seus
fundamentos teóricos e aspectos de construção. Os elementos principais que fazem parte da
constituição de uma linha aérea de alta tensão (AT) são os seguintes:

 Torres de apoio;
 Isoladores;
 Condutores;
 Posto de transformação.

2.2.1. Torres de Apoio

As torres de apoio ou simplesmente torres são estruturas cuja função é fazer a sustentação mecânica
dos cabos condutores e todos restantes acessórios existentes na linha, transmitindo todos os esforços
mecânicos à fundação. Na maioria dos casos as torres são compostas por uma estrutura espacial
treliçada de aço, e seguem um formato padronizado por questões económicas e produtivas. Devido a
essa padronização, é possível classificá-las baseando-se em alguns aspectos técnicos, por exemplo,
pela quantidade de circuitos.
As torres metálicas apresentam a vantagem de poderem ser transportadas divididas em
partes, sendo montadas e aparafusadas no local, o que facilita a sua colocação principalmente em
locais de difícil acesso. No entanto, são torres com uma base de grande dimensão, tanto maior
quanto maior a altura da torre. As torres garantem as distâncias de segurança dos condutores ao solo
e a objectos por baixo ou perto da linha. O dimensionamento das torres deve respeitar aspectos de
segurança, ou seja, devem ser escolhidas as dimensões mínimas das torres, que respeitam as
distâncias de segurança, descritas no Regulamento de Segurança de Linhas Eléctricas de Alta Tensão
(RSLEAT), devem também ser respeitados aspectos mecânicos, que se resumem aos requisitos
necessários para resistir aos esforços aplicados, que não devem ultrapassar os valores máximos
estipulados pelos fabricantes.

As forças aplicadas nas torres podem ser classificadas como verticais e horizontais. As forças
verticais actuam paralelamente ao plano vertical e são causadas pelos pesos dos condutores, cabos de
guarda, isoladores e armações. As forças horizontais actuam normalmente à direcção da linha,

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devido à incidência de vento e paralelamente à direcção da linha, devido à tensão
exercida pelos condutores. As torres podem ser classificadas segundo a sua função em:
 Torre de alinhamento: situado num troço rectilíneo da linha;
 Torre de fim de linha: usado no fim da linha, consegue suportar os esforços que os
condutores e os cabos de guarda exercem só de um dos lados;
 Torre de ângulo: situado num ângulo da linha;
 Torre de derivação: a partir deste apoio estabelecem-se uma ou várias derivações,
para outras linhas;
 Torre de reforço: destina-se a suportar esforços longitudinais, para reduzir as
consequências resultantes da roptura de condutores ou cabos de guarda. São colocados
em pontos onde existe uma grande variação da tensão dos condutores ou cabos de
guarda. O afastamento entre duas torres de reforço consecutivas deve ser de 15 vãos.

Figura 1. Configuração de torres para 1 e 2 circuitos. [8]

As torres aplicadas para o presente projecto são torres de um circuito com uma altura média de 30
metros separadas 300m uma da outra, e desde o ponto de derivação da linha até a subestação prevê-
se montar um total de 100 torres, esse número pode ser ultrapassado e a distância de 300mentre as
torres também poderá variar para salvaguardar aspectos de segurança.

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2.2.2. Isoladores e Cadeias de Isoladores

Os isoladores têm como principal propósito evitar a passagem de corrente do condutor para a torre e
para o solo, uma vez serem constituídos por material dieléctrico (vidro, porcelana e outros materiais
apropriados, não susceptíveis de degradação). “Os isoladores devem apresentar dimensões e formas
apropriadas ao ambiente em que serão utilizados, à tensão eléctrica a que vão ser expostos e às
tensões mecânicas que terão de suportar. Devem também apresentar elevada resistividade e rigidez
dieléctrica. Os isoladores deverão ser dimensionados de acordo com as solicitações eléctricas
(sobretensões) a que poderão estar submetidos, podendo estas ser de origem interna ou externa à
própria rede eléctrica, nomeadamente:

 Sobretensões de impulso devidas a descargas atmosféricas;


 Sobretensões internas sob a forma de impulso como consequência de uma alteração brusca
do estado da rede – Sobretensões de manobra;
 Sobretensões sinusoidais à frequência industrial.
Em linhas aéreas de alta tensão, são geralmente usados isoladores na forma de cadeia, quer em
cadeias de suspensão normalmente usadas em apoios de alinhamento, quer em cadeias de amarração
no caso de apoios de ângulo, reforço, fim de linha e derivação. As cadeias de isoladores são
concebidas de modo a serem fixadas articuladamente às armações das torres. As cadeias são
constituídas por vários isoladores de campânula de porcelana, vidro, ou resina artificial, por
componentes metálicos e pelo material ligante que as justapõe. Além disso, poderão ser ainda
providas de anéis de guarda (também designados anéis de Nicholson), isto é, anéis metálicos
colocados num ou noutro extremo da cadeia, ou em ambos, para assegurar uma protecção contra os
arcos de descarga eléctrica e uma melhor repartição de potência pelos elementos da cadeia.

Figura 2. Cadeia de isoladores. [9]

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Como requisito mecânico, a cláusula 10.7/PT.1 da EN50341-3-17 impõe que cadeias de
isoladores devem ter uma carga mínima de ruptura mecânica ou electromecânica pelo menos igual à
tracção de ruptura dos condutores. O nível de isolamento adoptado é definido pela tensão suportada
por um isolador sob chuva, durante um minuto e à frequência de 50 Hz. A tensão de contornamento
sob chuva dos isoladores deverá ser superior pelo menos em 10% à respectiva tensão de ensaio e
deve ser pelo menos 4 vezes maior que a tensão simples da linha aérea, pois as máximas
sobretensões de manobra numa rede não ultrapassarão cerca de 3 a 3,5 vezes a respectiva tensão
simples.

Em redes trifásicas a tensão de contornamento sob chuva não deverá ser inferior a:
[2.1]
Onde:
é a tensão de contornamento em kV;
É a tensão máxima da rede em kV.

2.2.3. Condutores

Os condutores de uma linha devem ser escolhidos, tendo em conta as tensões mecânicas a que serão
submetidos que variam com as condições ambientais, e as correntes a que estarão sujeitos, não
descurando o aspecto económico. Os principais tipos de condutores utilizados em linhas aéreas são
condutores nus de cobre, ligas de alumínio e alumínio com alma de aço. Actualmente devido as
vantagens, (Relação condutividade eléctrica/peso; Relação resistência mecânica/peso; Economia.) os
condutores de ligas de alumínio e de alumínio-aço são os mais utilizados. No presente projecto será
usado um cabo de alumínio com ala de aço fabricado pela solidal Portugal.

2.2.3.1. Construção

Os cabos de alumínio com alma de aço ou ACS são cabos condutores concêntricos, compostos de
uma ou mais camadas de fios de alumínio do tipo AL1, e um núcleo (alma) de aço galvanizado de
alta resistência do tipo ST1A, ST2B, ST3D, ST4A, ST5E ou de ACS (aço coberto a alumínio) do
tipo 20 SA. Devido às numerosas combinações possíveis de fios de alumínio e aço, pode-se variar a
proporção dos mesmos, a fim de se obter a melhor relação entre capacidade de transporte de corrente
e resistência mecânica para cada aplicação.

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Os cabos de guarda devem ser de aço zincado ou inoxidável, ou dos materiais usados nos
condutores. Estes devem estar na parte mais alta dos apoios e estão sujeitos aos mesmos esforços
que os condutores. Os cabos de guarda têm como principais funções a protecção das linhas contra
descargas eléctricas directas ou ocorridas nas proximidades, interligação dos circuitos de terra dos
apoios e redução de indução causada nos circuitos de telecomunicações e outras canalizações nas
proximidades da linha, outra função que pode ser incorporada nos cabos de guarda é o transporte de
informação através de fibra óptica.

Figura 3. Composição dos cabo de alumínio com alma de aço ou ACS. [6]

2.2.3.2. Influência de agentes externos e internos sobre as linhas

Durante o seu tempo de vida útil a linha estará constantemente, a sofrer acções provenientes dos
elementos que a constituem ou dos elementos externos. Estas acções podem ser classificadas como:

 Acções variáveis – acções do vento e do gelo, assim como as variações de temperatura que
ocorrem ao longo do dia e de estação para estação;
 Acções permanentes – acções horizontais devidas às componentes horizontais das tracções
máximas a que os condutores estão sujeitos e acções verticais devidas ao próprio peso.

Tendo em conta as tensões mecânicas a que serão submetidos é necessário definir as estações do
ano: A estação de inverno e a estação de verão. A estação de inverno caracteriza-se por uma
temperatura de 15ºC, por vento máximo e ausência de gelo. Os condutores ficam sujeitos a esforços
mecânicos superiores, aumentando assim a tracção. A estação de verão, que é a estação de flecha
máxima, caracteriza-se por uma temperatura de 60ºC. Visto que com a inexistência de vento e gelo
e, como a temperatura é a mais elevada, os condutores irão dilatar, aumentando o comprimento do
arco da catenária e, consequentemente, diminuindo a tracção. A curva que representa os condutores
de uma linha aérea, em equilíbrio, suspensos entre dois pontos razoavelmente afastados entre si e a
uma altura que garanta que não se apoiam sobre o solo é conhecida como a catenária.

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2.2.3.3. Acção do Vento
O vento encontra uma resistência nos condutores, a qual se manifesta sob a forma de pressão. Esta
pressão é proporcional à velocidade do vento, que no cálculo de dimensionamento se considera
como actuando na direcção horizontal normal à superfície dos condutores. A pressão do vento
introduz uma acção transversal que deverá ser absorvida pelos apoios.

Figura 4. Forças exercidas sobre um condutor. [8]

O cálculo da força proveniente da acção do vento em cada condutor é dado pela expressão a seguir:

[2.2]

√ [2.3]

Tabela 1. Valores da pressão dinâmica do vento. [4]

Onde:

é força proveniente da acção do vento;

é o coeficiente de redução;

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é o coeficiente de forma;

é o valor da pressão dinâmica do vento em ;

é o diâmetro do condutor em metro;

é a força resultante em ⁄ .

2.2.3.4. Estado atmosférico mais desfavorável


Define-se qual o estado mais desfavorável, em que corresponde ao estado de verão e
corresponde ao estado de inverno.

[2.4]

2.2.3.5. Tensões máximas


É a tensão máxima que o condutor ira suportar sem danificar a sua própria integridade física
(ruptura).

Tabela 2. Tensões máximas de serviço. [4]

2.2.3.6. Flecha máxima


A flecha de um condutor entre duas torres depende, principalmente da sua temperatura, da tensão
máxima de serviço e da velocidade do vento.
Observação: Como o projecto é de carácter didáctico considerou-se somente a flecha máxima dado
pelo vão máximo ou seja em trocos horizontais.

[2.5]

Onde: Peso específico do condutor; Vão; Tensão de montagem.

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Admite-se, assim, que os condutores são perfeitamente flexíveis e inextensíveis, e deste modo
define-se a curva de equilíbrio de um cabo suspenso em dois dos seus pontos como sendo uma
catenária homogénea. A curva traçada pelos condutores é afectada pela diferença entre os dois níveis
em que estão os pontos de suspensão dos condutores. Assim, o vão achar-se-á numa das seguintes
formas: em patamar ou em plano inclinado.

a) b)

Figura 5. Vão em patamar a) e em plano inclinado b). [4]

É bastante comum que os pontos de fixação dos condutores se situarem a diferentes níveis de altura
e, nessa situação, o vão deixa de estar em patamar e passa a estar desnivelado. Os vãos deste
projecto estão em desnivel, pesa embora pouco signifivativo, esse desnivel é causado pelo terreno,
pelas deferenças de altura das torrese pela profundidade de aterramento o que irá implicar num vão
diferente.

2.2.3.7. Vão Contínuo


Na prática a maioria das situações, os vãos são contínuos, isto é, cantões. Os cantões correspondem a
uma sequência de vãos compreendidos entre duas amarrações consecutivas havendo, entre estas, fixação
dos condutores por suspensão. Os pontos de suspensão não são rígidos e, deste modo, os esforços são
transmitidos de um vão para o outro, através do condutor, situados no mesmo cantão. Existe, portanto,
necessidade de estudar as várias possibilidades:

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Vãos com apoios ao mesmo nível: em que o comprimento dos vãos é o mesmo e o apoio central é de
suspensão, permitindo que a cadeia de isoladores se desloque por forma a mitigar eventuais solicitações
mecânicas. Neste caso, as curvas serão iguais para ambos os vãos.

Figura 5. Cantão em patamar com apoio central em suspensão. [8]

Cantão em patamar com vãos distintos: Para este caso consideram-se os vãos com diferentes
comprimentos, mantendo a altura igual por forma a simplificar a análise.

Figura 6. Cantão em patamar com vãos de diferentes comprimentos. [8]

Cantão inclinado com vãos de comprimentos distintos: Este caso consiste numa sucessão de vãos com
comprimentos distintos e com alturas diferentes é, o caso mais frequente nas linhas de transmissão pelos
motivos indicados anteriormente.

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Figura 7. Cantão em declive com vãos de diferentes comprimentos. [8]

A torre enforcada: Esta situação, é um caso específico da última situação analisada. A torre enforcada
consiste num apoio em suspensão colocado a uma altura consideravelmente inferior à altura dos apoios
adjacentes como ilustrado a seguir;

Figura 8. Situação de enforcamento do apoio. [8]

Uma vez a equipe que de projecção de uma linha de transmissão de energia eléctrica não ser
exclusivamente composta por engenheiros eléctricos, mas também por ambientalistas, geólogos, entre
outros, pela dificuldade de tirar as medições do desnível do terreno (cotas) esses dados são fornecidos
pelos geólogos ou por programas de computador.

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2.2.3.8. Distâncias Mínimas Regulamentares
No cálculo das distâncias mínimas é considerada a flecha do estado de verão por ser a estação de flecha
máxima, permitindo salvaguardar os outros estados. Assim, a altura das torres é dimensionada por forma
a garantir todas as distâncias impostas pelo RSLEAT e que serão apresentadas a seguir.

2.2.3.8.1. Distância dos Condutores ao Solo

O RSLEAT no artigo 27° estabelece que, na condição de flecha máxima, desviados ou não pelo vento, a
distância entre os condutores e o solo não deverá ser inferior ao resultado da seguinte expressão:
[2.6]

2.2.3.8.2. Distância dos Condutores às Árvores

[2.7]

2.2.3.8.3. Distância dos Condutores aos Edifícios

[2.8]

2.2.3.8.4. Distância dos Condutores a Obstáculos Diversos

[2.9]

2.2.3.8.5. Distância entre Condutores

O 30º artigo de RSLEAT estabelece que a aproximação dos condutores, devido às oscilações provocadas
pelo vento, para as linhas de 3ª classe, não deverá ser inferior à dada pela seguinte expressão:

√ [2.10]

Como a instalação é da 3ª o mesmo artigo também estabelece que a distancia não deve ser inferior à 0.5m
numa proporção de 1cm por kV; logo a distância entre os condutores será não inferior à 2.2 m e de
acordo com o 33° artigo a distância entre os condutores e os cabos de guarda próximos da fixação aos
apoios não deve ser inferior a distancia entre os condutores.

2.2.3.9. Corrente de serviço


A expressão (2.11) permite determinar o valor da corrente de serviço em amperes que circula nos
condutores da linha. P é a potência activa em KW, a tensão composta em kV e cosφ o factor de
potência. (Teixeira, 2006).

[2.11]

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2.2.3.10. Resistência eléctrica

A resistência de um condutor é dada por:

[2.12]

Onde:

Resistividade do condutor à temperatura ambiente em ⁄ ;


Secção do condutor em
Comprimento do condutor .

2.2.3.11. Coeficiente de Auto-indução


O coeficiente de auto-indução, por unidade de comprimento, é dado pela seguinte expressão: (Checa,
1988)

( ) [2.13]

Onde:
Representa a distância média geométrica entre os condutores;
Coeficiente de auto-indução em ⁄ ;
Capacidade em ;
Raio médio geométrico em .

2.2.3.12. Capacidade
Para avaliar a capacidade entre condutores, num determinado meio com uma permitividade característica,
é necessário obter a tensão entre os condutores e a intensidade do campo eléctrico que os rodeia. Assim, a
capacidade linear de um condutor, é a relação entre a carga electroestática, por unidade de comprimento,
e a diferença de potencial, a cada instante, entre o condutor e o seu invólucro (terra), quando os
condutores são sujeitos a um sistema polifásico de diferenças de potencial em relação a esse invólucro.
(Sequeira, 2009)

[2.14]
( )

2.2.3.13. Reactância
A reactância de auto-indução, por unidade de comprimento, é definida pela seguinte expressão:

[2.15]

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2.2.3.14. Susceptância
A susceptância, por unidade de comprimento, é calculada do seguinte modo, fazendo uso da notação
descrita anteriormente:

[2.16]

2.2.3.15. Impedância
A impedância é então o resultado da soma vectorial da resistência linear com a reactância linear, sendo
dada por:
[2.17]
Onde:
Frequência da rede;
Capacidade;
Frequência angular da corrente ;
é o cumprimento da linha em .

2.2.3.16. Perdas de Energia


As perdas de energia devem-se, sobretudo, às perdas por efeito de Joule, i.e., às perdas de energia sob a
forma de calor que resultam da passagem da corrente nas linhas (pois estas têm carácter resistivo). Esta
energia dissipada calculasse do seguinte modo:
[2.18]

2.2.3.17. Queda de tensão


Em linhas de transmissão a queda de tensão não deve exceder 5%.

√ ( ) [2.19]

2.2.4. Postos de Transformação

O posto de transformação, numa rede, tem como objectivo proporcionar a transição entre diferentes
níveis de tensão, recorrendo a transformadores.

Os transformadores são máquinas eléctricas estáticas, com objectivo de transformar através de indução
electromagnética, um sistema de correntes alternadas num ou vários sistemas de correntes alternadas da
mesma frequência, mas de intensidades e tensões diferentes. O transformador a instalar na subestação de
Malei será uma subestação abaixadora que vai abaixar a tensão de 220 kV para 110kV/ 66kV/33kV.

Faustino Carlos Lobo Página 23


3. Apresentação e discussão de resultados
3.1. Cálculo Eléctrico
Objectivo
O cálculo eléctrico tem como objectivo a determinação da tensão nominal da linha e da secção
transversal dos condutores que a constituem de forma a assegurar que não sejam excedidas as limitações
técnicas impostas pelos fabricantes dos condutores, nomeadamente as intensidades de corrente máximas
admissíveis, quedas de tensão, perdas de energia e também a resistência mecânica.

3.1.1. Tensão nominal

A tensão da linha para o presente projecto é de 220KV de acordo com RSLEAT é uma instalação da 3
classe. A linha é prevista para transportar 100 MW de potência com um factor de potência de 0,8
indutivo.

3.1.2. Corrente de serviço

Usando a equação [2.11]

De modo a diminuir as perdas na condução, repartir-se-á a corrente nominal por 2, ou seja dois
condutores por fase.

De acordo com da tabela da solidal a corrente nominal é de 205 A para cada condutor da fase que
corresponde a uma secção de com um diâmetro igual à 9 mm. Para cada condutor das fases.

3.1.2.1. Descrição do Condutor


Cabos de Alumínio com Alma de Aço (ACSR.)
.O cabo escolhido é da solidal com a seguinte descrição:
 Designação do condutor: 42-AL1/4-ST1A;
 Carga de Ruptura: 14.93 ;
 Capacidade de Corrente: 205 A;
 Resistência Eléctrica Máxima à 20°C: 0, ;
 Secção transversal: 49.5 ;
 Número de fios: Al-6; Aço-1;
 Diâmetro do cabo: 9 ;

Faustino Carlos Lobo Página 24


 Peso do condutor: 172.4
 Coeficiente de dilatação ;
 Módulo de elasticidade 76000 ⁄ .

3.1.3. Resistência eléctrica

Usando a equação [2.12]

3.1.4. Coeficiente de Auto-indução

Usando a equação [2.13]

( )

.De acordo com a classe da instalação a projectar o RSLEAT no 31° artigo determina que a distância
entre os condutores nus para linhas da classe 3 deve ser 1 com um mínimo de 0,5m.

√ √

( )

3.1.5. Capacidade

Usando a equação [2.14]


( )

3.1.6. Constantes Eléctricas

As características eléctricas da linha, por unidade de comprimento, são deduzidas a partir das Constantes
físicas supracitadas. De seguida, é introduzido o cálculo de cada uma desta característica.

3.1.6.1. Reactância
Usando a equação [2.15]

Faustino Carlos Lobo Página 25


3.1.6.2. Susceptância
De acordo com [2.16]

3.1.6.3. Impedância
De [2.17] temos

3.1.6.4. Perdas de Energia


As perdas de energia devem-se, sobretudo, às perdas por efeito de Joule, i.e., às perdas de energia sob a
forma de calor que resultam da passagem da corrente nas linhas (pois estas têm carácter resistivo). Esta
energia dissipada calculasse de cordo com a equação [2.18].

( )

Em percentagem:

3.1.6.5. Queda de tensão


Segundo [2.19]

√ ( ) √ ( )

Em percentagem:

3.1.7. Dimensionamento dos isoladores

A linha projectada passa por regiões caracterizadas por práticas agrícolas que no estacão de verão
acontecem queimadas descontroladas, e termina numa mina de grafite com índices de poluição

Faustino Carlos Lobo Página 26


intermédio, portanto a linha de fuga específica mínima será de 19 mm/kV. A linha de fuga mínima
considerada para a linha será:

A solicitação mecânica máxima a que os isoladores estarão sujeitos pelos condutores será:

Optando por utilizar isoladores rígidos a tensão a força de rotura mínima à flexão não deve ser inferior a
2,5 vezes a solicitação mecânica máxima a que estarão sujeitos pelos condutores.

Segundo a tabela abaixo os valores típicos encontrados para tensões de linha de 110 kV são:
 Número de isoladores 16;
 Espaçamento entre isoladores 1750 mm.

Tabela 3. Número de isoladores considerando o nível de tensão e o grau de contaminação. [7]

3.1.7.1. Tensão de contornamento


O valor da tensão nominal da linha é de 220 kV a que corresponde uma tensão mais elevada de 242
kV. De acordo com a equação [1]. A tensão de contornamento sob chuva não deverá ser inferior a:

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3.1.8. Dimensionamento dos cabos de guarda

Determinação da corrente do curto-circuito


Impedância percentual para o cálculo da corrente do curto-circuito.

 Para linhas até 630 KVA a impedância percentual é de 4%;


 Para linhas entre 630 KVA a 1000 KVA é de 5%.

Portanto, a corrente do curto-circuito da linha é de 8.2 kA. De acordo com tabela a corrente do curto-
circuito será de 10 kA dois (2) cabos de guarda, usando o cabo do tipo alumoweld com as seguintes
características:
 Secção transversal 42. ;
 Diâmetro 7.252;
 Temperatura máxima admissível 200°C;
 Tensão de roptura 723.63 ;
 Coeficiente de dilatação 0.001296 ;
 Peso 0. ⁄ .

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3.2. Cálculo Mecânico
Objectivo

O cálculo mecânico é fundamental para assegurar a estabilidade das linhas aéreas de transmissão de
energia, bem como as condições e distâncias de segurança. Através da realização desta etapa, é possível
assegurar que todos os esforços mecânicos verificados ao longo da linha são suportados, para os diversos
estados atmosféricos verificados, através da avaliação feita aos impactos criados na linha pelas condições
atmosféricas a que esta está sujeita, como as variações do vento e variações de temperatura existentes. O
cálculo mecânico tem como objectivos:

 Dimensionar a tensão mecânica exercida pelos condutores, no acto da montagem da


linha, levando em conta as condições climatéricas que se verificarem naquele
momento, de forma a se garantir que, em condições atmosféricas diferentes das da
instalação, estes sejam capazes de se manterem operacionais, sem risco de ruptura;
 Determinar e verificar se a linha cumpre todas as distâncias mínimas de segurança regulamentares
entre os condutores e os elementos presentes no seu meio envolvente, no local onde esta será
inserida;
 Garantir que os condutores, tanto à esquerda ou à direita da torre, estejam devidamente afastados,
de maneira a que sejam evitadas situações de contactos que originem curto-circuitos fase-fase;
 Determinar a altura dos apoios, de forma a garantir que os condutores não se mantenham
relativamente próximos dos objectos situados ao redor da linha;

Faustino Carlos Lobo Página 29


3.2.1. Forcas que actuam no vento

Para a estação de inverno considerando vento máximo habitual, com pressão dinâmica a forca de
vento de acordo com [2..2]

Para a estação de verão, considerando vento reduzido, com pressão dinâmica 300Pa

O peso específico linear do condutor de alumínio-aço utilizado é igual 172.4 ⁄ o que equivale a
0,169 ⁄ . A força resultante das actuantes no condutor, considerando a ausência de gelo „e dada
na época de inverno por [2.3]:
√( ) ( ) ⁄
Na estação de verão:
√( ) ( ) ⁄

3.2.2. Estado atmosférico mais desfavorável

Para o presente projecto, o coeficiente de sobrecarga para a época de inverno é dado pela expressão [2.4]

Para a época de verão:

De entre as duas estações do ano, acima consideradas, a do inverno é a mais desfavorável, no que diz
respeito a sujeitar os condutores à tracção mais elevada. A mais favorável é a de verão.

De acordo com a tabela 4 a tensão máxima a que os cabos estão sujeitos é de:

3.2.3. Flecha máxima

Características de montagem a 20°C: ⁄ ; ⁄ . De acordo


com [2.5]

( ) ( ) ( )
( )

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3.2.4. Distâncias Mínimas Regulamentares
No cálculo das distâncias mínimas é considerada a flecha do estado de verão por ser a estação de flecha
máxima, permitindo salvaguardar os outros estados. Assim, a altura das torres é dimensionada por forma
a garantir todas as distâncias impostas pelo RSLEAT e que serão apresentadas a seguir.

3.2.4.1. Distância dos Condutores ao Solo


De acordo com equação [2.6]

3.2.4.2. Distância dos Condutores às Árvores


De acordo com equação [2.7]

3.2.4.3. Distância dos Condutores aos Edifícios


De acordo com equação [2.8]

3.2.4.4. Distância dos Condutores a Obstáculos Diversos


De acordo com equação [2.9]

3.2.4.5. Distância entre Condutores


De acordo com equação [2.10]

Como a instalação é da 3ª o mesmo artigo também estabelece que a distancia não deve ser inferior à 0.5m
numa proporção de 1cm por kV; logo a distância entre os condutores será não inferior à 2.2 m e de
acordo com o 33° artigo a distância entre os condutores e os cabos de guarda próximos da fixação aos
apoios não deve ser inferior a distancia entre os condutores.

3.2.4.6. Distância entre Condutores e Apoios

 Caso os condutores se encontrem em repouso:

 Casos os condutores estejam desviados sob a acção do vento:

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4. Dimensionamento da Subestação
4.1. Descrição e Objectivo do Projecto
A subestação a implantar fará a redução do nível da tensão de 220kV para 33kV. Entra na subestação
uma linha de Alta tensão (AT) e saem dela 3 linhas de Média Tensão (MT) pra as três fábricas. A
subestação será composta por um transformador abaixador com os níveis de tensão mencionados
anteriormente, de 125 MVA potência com regulação de tensão. A subestação será uma instalação mista,
com aparelhagem de montagem exterior a instalar no Parque exterior de aparelhagem e de montagem
interior, a instalar no edifício de Comando. O parque exterior possui espaço e condições para a montagem
de mais transformadores de potência caso haja necessidade.

Nesta secção pretende-se descrever o tipo de subestação implantar, as características dos


equipamentos que a constituem, dimensionar os esforços electrodinâmicos a que os componentes estarão
sujeitos e dimensionar os equipamentos de protecção.

4.2. Localização
A subestação estará localizada no distrito de Namacurra na localidade de Malei numa área de
. A localização será condicionada pelos resultados da medição da resistência de terra. Visto que é
uma zona com muito espaço não ocupado esta será a única condição a satisfazer no ponto de vista
estética urbana não descartando com isso as exigências do meio ambiente.

4.3. Generalidade
Subestação é um conjunto de condutores, aparelhos e equipamentos designados a modificar as
características da energia eléctrica (tensão e corrente), permitindo a sua distribuição aos pontos de
consumo em níveis adequados de utilização. Em termos gerais, as subestações podem ser classificadas
como:

 Subestação central de transmissão


É aquela normalmente construída junto as centrais produtoras de energia eléctrica, cuja finalidade „e
elevar os níveis de tensão fornecidos pelos geradores para transmitir a potencia gerada aos grandes
centros de consumo.

 Subestação receptora de transmissão


É aquela construída próximo aos grandes blocos de carga e que esta conectada, através de linha de
transmissão à subestação central de transmissão ou a outra subestação receptora intermediaria.

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 Subestação de Subtransmissão
É aquela construída, em geral, no centro de um grande bloco de carga, alimentada pela subestação
receptora e de onde se originam os alimentadores de distribuição primários, suprindo directamente os
transformadores de distribuição e/ou as subestações de consumidor.

 Subestação de consumidor
É aquela construída em propriedade particular suprida através de alimentadores de distribuição primários,
originados das subestações de subestações de Subtransmissão, que suprem os pontos finais de consumo.

Tipos de subestação

Dependendo das condições técnicas e económicas do projecto, pode ser adoptado um ou mais tipos de
subestação para suprimento da carga da instalação. Em geral podem ser classificadas como:

Subestação Interior

É aquela em que os equipamentos e os aparelhos são instalados em dependências abrigadas das


intempéries. Para essa maneira de instalação as subestações podem ser construídas em alvenaria ou em
involucro metálico.

Subestação Exterior
É aquela em que os equipamentos são instalados ao ar livre e, normalmente, os aparelhos abrigados.

4.4. Constituição
A subestação projectada é uma subestação de Subtransmissão de acordo a classificação anterior,
no entanto, mista ou seja com aparelhagem de montagem exterior e interior, nomeadamente no parque
exterior de aparelhagem e no edifício de comando; o comando será feito da sala de comando assim como
no parque exterior. A plataforma da subestação será vedada, sendo a vedação constituída por painéis pré-
fabricados e rede composta por arames de aço. O terreno da subestação também será vedado com rede
progressiva em arame de aço, apoiado em postes de madeira.

4.4.1. Parque exterior

Do ponto de vista técnico, a subestação é constituído pelos seguintes elementos estruturais: Sela
de 220Kv: seccionador de linha, seccionador de terra, transformador de tensão e de corrente, disjuntor,
pára-raios e o transformador de potência. Sela 33kV: a sequência começa com o transformador de
potência, seguido do pára-raios, transformadores de tensão e de corrente e por fim o seccionador. As
alturas dos equipamentos nas duas secções variam de acordo com o nível de tensão. O transformador será

Faustino Carlos Lobo Página 33


assente e fixo directamente a um maciço de fundação, com recolha periférica de óleo e respectivo
encaminhamento para um depósito de retenção.

A protecção desta instalação contra descargas atmosféricas directas é constituída, na sua maior
parte, por uma rede de cabos de guarda de alumínio-aço do tipo alumoweld, ligados nas cabeças dos
pórticos e ligados à rede de terra subterrânea através da massa metálica das próprias estruturas, as quais
possuirão na sua base uma ligação terra. Em pontos específicos serão instalados eléctrodos de terra
verticais e varetas de aço cobreado com 2.4 m de comprimento. Numa subestação, as ligações entre
condutores nús (entre si ou entre estes e a aparelhagem) são realizadas por ligadores concebidos de forma
a ser de montagem simples e com características eléctricas e mecânicas adequadas.

De modo a reduzir os riscos de tensões de passo e de contacto e limitando-as a valores não perigosos, em
caso de defeito à terra, é necessário conceber a rede geral de terra de forma a constituir uma rede
equipotencial. A rede de terra subterrânea será constituída por condutores de cobre nú de
150 enterrados à profundidade de 0,80 m, de modo a abranger toda a área ocupada pela instalação.
Toda massa existente no parque deve ser aterrado, a resistência de terra deverá ser inferior a 1 ohm. Esta
rede será um conjunto interligado formado por:

 Terra de protecção: destina- se a contribuir para a segurança das pessoas nas proximidades de
um objecto metálico da instalação susceptível de colocação acidental sob tensão em caso de
defeito de isolamento;
 Terra de serviço: destina‐ se a influenciar o comportamento da rede em caso de defeito à terra;
 Cabos de guarda: para proteger a instalação contra descargas atmosférica directa.

Nas áreas não cobertas pelos referidos cabos de guarda, ou por questões de faseamento de construção,
poderão ser utilizadas torres equipadas com pára-raios de haste de Franklin. Muito embora a protecção
com cabos de guarda seja muito eficaz, a eventual roptura de um cabo de guarda devido a uma descarga
atmosférica directa e localizada, com a respectiva queda sobre um barramento é de grande gravidade,
pelo se considerou a montagem de hastes de Franklin em todas as cabeças dos pórticos de amarração, o
que, para além de melhorar a protecção, diminui a probabilidade da fixação das descargas nos cabos de
guarda.

Os valores máximos dos campos eléctricos e magnéticos esperados no nível de tensão de 220 kV são de
1,54 kV/m e 11,1 µT, respectivamente. O nível máximo de pressão acústica (LpA) produzida por
qualquer dos transformadores de potência, está limitado a 80 dB.

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4.4.2. Parque Interior.

O edifício de comando é o local onde estará instalado os equipamentos de comando, controlo


medida e alimentação, integrados em armários próprios para o efeito em espaço próprio, será ainda
adoptadas medidas construtivas que permitam assegurar um elevado isolamento térmico, de modo a
garantir uma temperatura média interior compreendida entre os 15ºC e 25ºC. Como acção complementar
destas medidas, o edifício de comando, deverá ainda, ser dotado de um sistema de ar condicionado. Os
armários de comando e controlo serão concebidos de modo a receber os dispositivos electrónicos
inteligentes dos painéis AT do Sistema de Protecção, comando e controlo, os equipamentos
complementares necessários para o correcto funcionamento destes painéis e à ligação dos cabos de BT.

Os equipamentos destinados ao sistema de contagem, qualidade de energia e sistema de


comunicações, bem como os referentes aos Serviços Auxiliares de Corrente Alternada e contínua,
incluindo os seus Dispositivos Electrónicos Inteligentes, serão também instalados em armários idênticos
aos anteriores. Os serviços auxiliares podem ser de corrente alternada ou de corrente contínua 400/230 V,
uma frequência de 50 Hz, sendo que a sua alimentação é assegurada por uma fonte distinta, um gerador
de emergência. Existirá também um sistema automático que garanta a comutação para outra fonte
disponível em caso de falha da fonte em serviço. Os serviços auxiliares de corrente contínua da
subestação estão previstos para 110 V, sendo a sua alimentação realizada a partir de um banco de bateria
(baterias alcalinas).

4.5. Protecções
O sistema de protecção da subestação deve ter selectividade de actuação minimizando a área afectada;
Redundância na actuação permitindo colmatar o deficiente funcionamento de qualquer componente do
sistema de protecções; Coexistência com os restantes funcionalismos do SPCC (Sistema de Protecção,
Comando e Controlo Numérico). A protecção contra sobretensões de origem atmosférica será feita por
meio dos cabos de guarda e contra contactos acidentais será feito por meio de aterramento de todas
massas como mencionado anteriormente.

Faustino Carlos Lobo Página 35


4.6. Aparelhagem de AT (220kV)

4.6.1. Chaves Seccionadoras

São dispositivos que tem por finalidade conectar e desconectar diversas partes de uma instalação
eléctrica, para efectuar manobras de operação ou qualquer aplicação de manutenção.

As chaves seccionadoras são formadas por uma base metálica de lâmina galvanizada com um conector
para a terra; duas ou três colunas de isoladores que fixam o nível básico de impulso. O equipamento é
formado por uma parte móvel e uma parte fixa, sendo por essa maneira estabelecida a abertura ou
fechamento. Pode ser actuado através de seu comando manual local ou comando eléctrico à distância.

Características
 Tensão nominal 220 kV;
 Tensão máxima de operação 245 kV;
 Frequência industrial 460 kV;
 Impulso 1050 kV;
 Sobre a distância de seccionamento;
 Frequência industrial: 530 kV (pico);
 Impulso: 1200 kV (pico);
 Intensidade máxima admissível:
 De curta duração (valor eficaz): 50 kA;
 Valor máximo de corrente (crista): 80 kA.

4.6.2. Transformador de Potencial

O transformador de potencial tem por finalidade proporcionar a medição de tensões em sistemas acima
de 600 V, transformando-as de modo equivalente nos circuitos do seu secundário em baixa tensão. O
transformador de tensão escolhido é o UTG-245KV, fabricado pela ARTECHE. O transformador de
tensão escolhido tem isolamento do tipo papel óleo, sendo hermeticamente fechado e funcionando com
nível de óleo constante. Possui um indicador do nível do óleo e uma válvula de para o controlo do nível e
da qualidade do óleo. São bastante utilizados devido ao seu tamanho, fácil manuseamento, sendo quase
nula a sua manutenção ao longo do seu tempo de vida útil.

Características

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 Tensão nominal máxima: 245 kV
 Frequência industrial: 460 kV
 Impulso: 1050 kV
 Potência térmica: 3500 VA
 Linha de fuga (mm): 6.125

4.6.3. Transformador de Corrente (TC)

São equipamentos capazes de reproduzir proporcionalmente em seu circuito secundário a corrente do seu
primário com sua posição fosorial mantida, conhecida e adequada para uso em instrumentos de medição,
controlo e protecção. O transformador de corrente deve reproduzir no seu secundário uma corrente que é
uma réplica em escala reduzida da corrente do primário do sistema. O transformador de corrente tem
basicamente três finalidades:

 Isolar os equipamentos de medição, controlo e relés do circuito de alta tensão;


 Fornecer no seu secundário uma corrente proporcional à do primário;
 Suprir em seu secundário uma corrente adequada para medidores e relés.

Características

 Corrente nominal 376.5;


 Relação de correntes: 400:5;
 Tensão nominal máxima: 245 kV;
 Exactidão: Em TC´s de medição é usual a classe de exactidão de 0.3%.
 Cargas do secundário: um wattímetro, um varímetro, um wattímetro hora e um varímetro hora e o
relé de sincronismo estima-se uma impedância de 2Ω.

A potência necessária para suprir a carga do secundário do TC é: ( ) ( ) ;


segundo a tabela 4 a classe de exactidão definida é: 0.3C50.

 A corrente máxima de operação corresponde a uma sobre carga de 50% ou seja o seu valor será
565 A.

Faustino Carlos Lobo Página 37


Tabela 4. Cargas Normalizadas de um TC. [7]

4.6.4. Disjuntores

São dispositivos capazes de estabelecer e de interromper a condução de correntes eléctricas. A actuação do


disjuntor está estabelecida ao encontro de parâmetros necessários para a protecção da subestação ou afins tais
como:

 Abertura de forma rápida em caso de curto-circuito;


 Interrupção e estabelecimento de correntes eléctricas de plena carga;
 Capacidade de suportar tensão do sistemas, mantendo as características de isolamento;
 Estabelecimento rápido do -circuito em caso de uma falha súbita, eliminando o defeito.

O disjuntor é capaz de extinguir arcos eléctricos, bem como os efeitos mecânicos em determinado ciclo
da corrente eléctrica de curto-circuito, visto que este defeito é o mais severo. Esse processo baseia-se em
eliminar a falta através do tanque em meio isolante (gás SF6), que é liberado após o accionamento pelo
sistema de protecção.

Características

 Corrente de curto-circuito simétrica: 10 KV;


 Tempo máximo de interrupção: 3 ciclos;
 Tensão máxima de serviço: 245 kV;
 Tolerância máxima no valor do tempo nominal de interrupção: 2ms;
 Capacidade de interrupção ( ⁄ ) ( ⁄ )

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4.6.5. Pára-raios

São dispositivos destinados à protecção de outros componentes contra sobretensões transitórias elevadas.
Estes equipamentos devem actuar de forma a limitar a magnitude dos impulsos de tensão, o que permitir
diminuir os riscos para outros equipamentos. Estes equipamentos devem actuar de forma a:

 Limitar impulsos de tensão em equipamentos, descarregando para a terra a corrente de surto que
atinge a subestação;
 Ter uma boa capacidade de isolamento a tensão nominal, ou seja não adicionar riscos ao
barramento ou a linha ao qual „e conectado;

Características
 Tensão máxima monofásica ( ⁄√ )
 Tensão máxima de operação 245 kV;
 Tensão mínima de operação 140 kV;
 Corrente nominal de descarga 10 k A;
 Máximo impulso de corrente de longa duração 1200 A;
 Máxima corrente de curto-circuito 50 kA.

4.6.6. Transformador de potência

O transformador é o elemento dentro de um sistema de potência capaz de modificar tensões e correntes,


de modo proporcional, a fim de manter a mesma potência; o transformador de potência a instalar na
subestação é trifásico com os enrolamentos separados em banho de óleo, possui as seguintes
características:

 Tensão nominal do enrolamento primário AT 220 kV;


 Tensão nominal do enrolamento secundário BT 33 kV;
 Ligação do lado de AT: Estrela;
 Ligação do lado de BT: Delta;
 Refrigeração: ONAN/ONAF;
 Tensão de curto-circuito: 8%
 Impedância de curto-circuito:5%.

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Tabela 5. Potências e Correntes para estágio de ventilação. [7]

4.6.7. Barramento de 220 kV

Dados inicias:
 Corrente nominal ( ): 325 A;
 Carga de segurança a flexão ( ): 1200 ⁄ ;
 Distância entre fases ( ) 2.5 m;
 Factor ⁄ 2.5
 Tempo de actuação das protecções ( ): 0.5s;
 Corrente de curto-circuito ( ): 10 kA;
 Frequência ( ): 50 Hz;
 Distancia entre os apoios ( ) 5 m;
 Factor ; 1.8

Sendo a corrente se serviço da instalação 325 A consultando a tabela 6-35 do Manual BBC, relativa às
intensidades de corrente admissíveis em regime permanente para condutores de cobre de secção tubular,
e escolhe-se o primeiro tubo que possa veicular essa corrente, nomeadamente o tubo 20 x 16 mm
(corrente admissível = 449 A).

4.6.7.1. Verificação da condição de aquecimento


√ √

( )

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Falso

Uma vez que a condição de verificação do aquecimento não se verifica há que se escolher novo tubo que
verifique essa condição. O primeiro tubo da tabela que verifica a condição é o tubo
mm, cujo módulo de flexão é , Secção do tubo e peso do condutor
⁄ .

4.6.7.2. Verificação dos esforços térmicos devidos ao curto-circuito


De seguida verificam-se os esforços térmicos devidos ao curto-circuito. Começando por calcular ea
secção mínima:

Consultando os ábacos BBC 736966 do MIEBBC obtém-se:



} }

A secção do tubo é adequada pois é maior que a secção mínima requerida.

4.6.7.3. Verificação da condição de ressonância


O momento de inércia é dado por:

A frequência de ressonância do tubo é dada por:

√ √

Uma vez que a frequência de ressonância não faz parte do intervalo de frequência eléctrica nem
do dobro da frequência está excluído o perigo de o barramento oscilar entrando em ressonância. Isto
conclui o dimensionamento do barramento; o tubo escolhido – 20x12mm em Cobre – é adequado à
instalação.

Faustino Carlos Lobo Página 41


4.7. Aparelhagem de MT (33KV)

4.7.1. Dimensionamento e escolha do Pára‐Raios (33KV)

A tensão máxima (monofásica) será: ( ) ;


Segundo Duncan Glover o pára-raios terá as seguintes características:


 Máxima tensão eficaz monofásica: 20.6 kV;
 Tensão Nominal de máxima operação: 36,2 kV;
 Tensão de operação continua (MCOV): 22 kV;
 Corrente máxima de crista em forma de onda (classificação de para raios): 1.97-2.23;

4.7.2. Seleccao do cabo

Corrente de serviço:

√ √
Corrente de seviço monofásica: ⁄ . Segundo a tabela da solidal a corrente
nominal é de 915 A que implica uma seccao de 484.5 cabo de aluminiu com alma de aço.

4.7.3. Seleção do disjuntor

Caracteristicas:
 Tensão maxima de opereção : 36KV;
 Tensao nominal de operacao: 34.5 kV;
 Potência nominal trifasica: 1500MVA;
 Maximo valor de corrente de curto-circuito: 22 kA;
 Corrente nominal: 1200 A.

4.7.4. Seccionador

Características Técnicas :
 Tensão nominal máxima de operação : 36 kV
 Tensão de Ensaio (terra/entre polos):
o Frequência industrial: 70KV (pico):
o Impulso: 170KV (pico);
 Sobre a distância de seccionamento:

Faustino Carlos Lobo Página 42


o Frequência industrial: 80KV (pico);
o Impulso: 195KV (pico);
 Intensidade máxima admissível:
o De curta duração: 31,5 KA (valor eficaz);
o Valor máximo de corrente (crista):80KA.

4.7.5. Dimensionamento do barramento (33KV)

Potenvia de curto circuito

Assumindo os seguintes dados:

√ √

Dados inicias:
 Corrente nominal ( ): 2.19 kA;
 Carga de segurança a flexão ( ): 1200 ⁄ ;
 Distância entre fases ( ) 1.15 m;
 Factor ⁄ 2.5
 Tempo de actuação das protecções ( ): 0.5s;
 Corrente de curto-circuito ( ): 43.74 kA;
 Frequência ( ): 50 Hz;
 Distancia entre os apoios ( ) 2.5 m;
 Factor ; 1.8

O tubo escolhido é o de , capacidade de condução de corrente em regime permanente de


1450A. um peso de 6.31 kg/m e uma secção de 707 .

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4.7.5.1. Verificação da condição de aquecimento
√ √

( )


Uma vez que a condição de verificação do aquecimento se verifica o tubo escolhido é adequado.

4.7.5.2. Verificação dos esforços térmicos devidos ao curto-circuito


De seguida verificam-se os esforços térmicos devidos ao curto-circuito. Começando por calcular ea
secção mínima:

Consultando os ábacos BBC 736966 do MIEBBC obtém-se:


} }

A secção do tubo é adequada pois é maior que a secção mínima requerida.

4.7.5.3. Verificação da condição de ressonância


O momento de inércia é dado por:

A frequência de ressonância do tubo é dada por:

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√ √

Uma vez que a frequência de ressonância não faz parte do intervalo de frequência eléctrica nem do dobro
da frequência está excluído o perigo de o barramento oscilar entrando em ressonância. Isto conclui o
dimensionamento do barramento; o tubo escolhido – 50x40mm em Cobre – é adequado à instalação.

Observação: é a partir deste barramento que se alimentam as três fábricas. As linhas são suportadas por
postes de betão e sem cabo de guarda. A linha deve transportar uma potência nominal de cerca de 10
MW, de acordo com a carga nominal dos postos de transformação nas indústrias, com um nível de tensão
de 33 kV e um factor de potência de 0.8 indutivo. Devido à predominância de planície em todo o
percurso da linha do projecto, apenas é considerado o vão em patamar nivelado. O vão máximo deve ser
100 metros e deve ser inferior ao vão critico; a flecha máxima; A tensão de montagem e a tracção de
montagem devem ser tais que não comprometam as distâncias de segurança estabelecidas pelo RSLEAT.
O processo de cálculo e igual ao demostrado no capítulo 3.

5. Dimensionamento da subestação do consumidor /Posto de transformação


5.1. Memória Descritiva
Nesta secção pretende-se dimensionar o posto de transformação que estará instalado no recinto da
fábrica. Cada fábrica possui um posto de transformação que reduz o nível de tensão de 33kV para 400 V
para alimentar as máquinas da indústria. O acesso ao Posto de Transformação está restrito à empresa
distribuidora e ao pessoal de manutenção devidamente autorizado. Para aceder ao transformador existe
uma porta que possui um encravamento por fechadura com o seccionador de terra da cela de protecção.
Este encravamento impedirá que o acesso ao transformador seja realizado com este em serviço. As
paredes e tectos do espaço onde irá ser colocado o Posto de Transformação deverão ser impermeáveis
para não permitirem infiltrações.

Esta instalação está dotada de caleiras para a passagem dos cabos de Média Tensão e fosso para recolha
de óleo do transformador segundo os regulamentos. A caleira por onde irão passar os cabos de Média
Tensão deve ter dimensões adequadas, deve ser coberta nas zonas fora das celas e deve ser correctamente

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dimensionada de forma a permitir a passagem dos cabos e a sua correcta curvatura. No que diz respeito
ao depósito de recolha de óleo, este deve dimensionado para recolher no seu interior todo o óleo do
transformador sem que este se derrame. Também irá ser constituído por grelhas de ventilação com um
sistema que impeça a entrada de insectos ou outros animais de pequeno porte, sem diminuir a capacidade
de ventilação. Como descriminado na secção 4.3 essa subestação do tipo interior de alvenaria por ser o
tipo mais comum em industrias e apresentar um custo reduzido; além de ser de fácil montagem e
manutenção.

A subestação estará dividida em compartimentos denominados cabines, cada um desempenhando uma


função bem definida.

 Posto de medição: é destinado a localização de equipamentos auxiliares de medição, tais como


transformadores de corrente e de potencial. Esse posto é de uso exclusivo da concessionária
(EDM), sendo o seu acesso devidamente lacrado de modo a não permitir a entrada de modo a não
permitir a entrada de pessoas estranhas. A sua obrigação é obrigatória nos seguintes casos:
o Quando a potência de transformação for superior a 223 kVA;
o Quando existir mais de um transformador na subestação;
o Quando a tensão secundarizado transformador for diferente da tensão padronizada pela
concessionária.
 Posto de protecção primária: é destinado a instalação de chaves seccionadoras, fusíveis ou
disjuntores responsáveis pela protecção geral e seccionamento da instalação.
o A norma Europeia (EN 61869-1, EN 61869-2, VDE 0414-9-2), estabelece que, para
subestações com capacidade de transformação trifásica superior a 300 kVA a protecção
geral na média tensão deve ser realizada por meio de um disjuntor accionado por relés.
 Posto de transformação: destinado a instalação do transformador de potência, podendo
conter ou não equipamentos de protecção individual. A mesma norma estabelece que nas
instalações de transformadores de 500 kV ou mais em líquido isolante inflamável devem ser
observadas as seguintes precauções;
o Construção de barreiras incombustíveis entre os transformadores e demais aparelhos;
o Construção de dispositivos adequados para conter ou drenar o líquido proveniente de um
eventual rompimento.

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Figura 9. Figa frontal e de cima de uma subestação de consumidor em alvenaria. [1]

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5.2. Corrente de serviço

√ √

O transformador de corrente a instalar no posto de medição será o 4NC da SIEMENS deverá ter as
seguintes características:

 Classe de exactidão: 0.2s;


 Corrente nominal no primário: 250 A;
 Corrente nominal do secundário: 5 A;
 Potência nominal: 5 VA;

5.3. Pára-raios

 Tensão máxima de operação : ;


 BIL: 170 kV;
 Capacidade para suportar a sobre tensão temporária em kV ( );

o ;
√ √

 Tensão máxima de operação continua (MCOV):


o 29.34kV=23.47;

 Capacidade de absorção:

 Tensão residual ou nível de protecção ( ): ;

 Margem de protecção do para raios (PM):

o ( ) ( ) ;

Os para raios devem ser de marca ASEA, tipo XBE, 10 kA e 33 kV. A ligação à terra deve ser feita em
condutor de cobre com a secção mínima de 35 exterior e quando penetra no solo até ao eléctrodo de
terra .

5.4. Disjuntor
 Um disjuntor tripolar SF6,de 34.5 kV;
 Frequência de 50Hz;
 Tensão máxima de operação 38 kV;
 Corrente nominal de curto-circuito: 22 kA;
 Corrente nominal 250 A.

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5.5. Seccionador
 O seccionador deve ser tripolar;
 Tensão nominal de 33 kV,
 Frequência de 50 Hz,
 Poder de fecho de 25,4 kA;
A saída deste transformador é conectada as entradas das cargas, a tensão na saída e justada de acordo
com a necessidade do consumidor.

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6. Conclusão Recomendações
O transporte de energia eléctrica em alta tensão (220kV) normalmente é feito para grandes distâncias,
com a elaboração do presente projecto foi possível perceber que há casos de transporte de energia
eléctrica em alta tensão para distâncias curtas, quando as condições (técnicas e económicas) assim o
permitirem e que é possível fazer uma derivação de uma linha de 220 kV ao longo de seu trajecto (que
não seja uma subestação);
Para o bom funcionamento da linha de transporte projectada é necessário uma manutenção de rotina;
fazer uma inspecção visual aos isoladores das torres para avaliar o índice de contaminação nas sonas com
índice de poluição significativo, avaliar o estado dos isoladores se estão ou não quebrados. Abrir estradas
por onde passa a linha, em média 6 metros de largura com o centro da estrada no meio das torres
garantindo assim as torres fiquem protegidas das queimadas descontroladas na estação de verão e livres
de arbustos que podem comprometer as distâncias de segurança na estação de inverno.

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7. Bibliografia
[1]. DGE. “Regulamento de segurança das linhas eléctrica de alta tensão.” pags. 4-10;35-39; 45-79 e
109.

[2]. Direção da Rede de Transporte, EDM. “Caracterização da Rede Nacional de Transporte.” 2010.
pags. 31-34.

[3]. GLOVER, J. Duncan, Mulukutla S. Sarma e Thomas J. Overbye. Power System Analysis e Design.
SI Edition, s.d.

[4]. GONÇALVES, João Parada Filipe. Projecto de Execução de Linhas de Média Tensão (Relatório
apresentado para a obtenção do grau de Mestre em Automação e Comunicação em Sistemas de
Energia). Coimbra, Portugal, 2011.

[5]. LABEGALINI, P. R., Labegalini, J. A., Fuchs, R. D., & Almeida, M. T. D. E. Projetos mecânicos
das linhas aéreas de transmissão. Blucher, Edgard, 1992.

[6]. Solidal, Q. Q. “GUIA Técnico . Soldal-Condutores Eléctricos , S. A.” Quintas e Quintas -


Condutores Eléctricos . 2007.

[7]. Material fornecido pelo docente .

[8]. CARDOSO, Rafael Lourenço. Cálculo automático para projecto de linha aérea até 33kV "
Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Electrotécnica e de Computadores
FCT: Lisboa 2016.

[8]. CHECA, L. M. (1988). Lineas de transporte de energia. S.A MARCOMBO. acessado no site
https://books.google.es/books/about/L%C3%ADneas_de_transporte_de
_energ%C5.3%ADa.html?hl=ES&id=J4qKMYB6wC4C&pgis=1. no dia 22d de maio as 23h4

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8. Anexos

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