Você está na página 1de 6

1 Análise de Drogas Vegetais

2
Qualidade: conjunto de critérios que caracterizam a matéria-prima para o uso ao qual se
destina. Não garante eficácia, segurança e qualidade do produto final.

Eficácia: comprovação através de ensaios farmacológicos pré-clínicos e clínicos dos efeitos
biológicos preconizado para esses recursos terapêuticos.

Segurança: Ensaios que comprovam ausência de efeitos tóxicos e inexistência de
contaminantes nocivos à saúde. (Metais pesados, agrotóxicos, produtos de degradação,
etc.)

Eficácia e segurança: definidas produtos a produto.

3 1. Estabelecimento dos parâmetros de qualidade


Farmacopéias e códigos oficiais
Monografias: definem critérios de identidade, pureza e teor.
Farmacopéia Brasileira, Alemã, Argentina, Britânica, Européia, Americana, Internacional
(OMS), Japonesa, Francesa, Mexicana e Portuguesa.
Monografias elaboradas pela OMS, Ministério de Saúde Alemão e União Européia.

4 2. Amostragem
Amostra: representativa do todo – determinante para confiabilidade do resultado análise,
depende da quantidade total do material a ser analisado.
5

6
De cada embalagem selecionada: retirar 3 amostras iguais, cada uma correspondendo às
regiões superior/intermediária/inferior do recipiente.
3 amostras – quarteamento – amostra para análise

7
Quantidade menores de 10 kg – mín. 125g de amostra (F.Bras.)
Durante todo o processo de análise – matéria-prima mantida em quarentena (aguardando
do laudo técnico e sua liberação).
Guardar contra-prova da amostra utilizada para análise (caso seja necessário repetir os
ensaios).
Processo todo deverá ser documentado, colocando etiquetas apropriadas no material em
quarentena e nas amostras enviadas ao laboratório.

8 Identificação
Avaliação macroscópica e microscópica

Avaliação qualitativa dos constituintes químicos por métodos cromatográficos e reações


químicas de formação de cor

1
químicas de formação de cor

9 3. Ensaios de qualidade de matérias-primas vegetais


Objetivam:
 Verificação da identidade botânica;
 Pureza;
 Caracterização dos constituintes químicos da espécie;
 Doseamento.
Ensaios realizados em triplicata.

3.1. Análise sensorial ou organoléptica


Aspecto do visual, do sabor, do odor e da percepção ao tato. Útil para verificação de
parâmetros de identidade (através da comparação com amostras autênticas) e pureza
(verificar contaminação por fungos, material em decomposição, ataque de insetos,
condições inadequadas de conservação, prazo de validade ultrapassado). Ex: Folhas de
hortelã com fraco aroma de mentol.


10
3.2. Verificação da autenticidade
Parâmetros de identidade botânica, através de ensaio macro e microscópicos, e pela
presença de constituintes químicos ativos e/ou característicos da espécie.
Utilizar preferencialmente matérias-primas íntegras, para análise de diferentes partes da
planta, como folhas, frutos, folhas e caules.

3.2.1. Caracteres botânicos macroscópicos
Análise a olho nu ou com lupa. Necessário material de comparação (amostra autêntica,
desenhos, fotos)

3.2.2. Caracteres botânicos microscópicos


Necessária preparação prévia do material: lâminas.
Cortes histológicos ou próprio pó da droga;
Reações histoquímicas para caracterizar determinados grupos constuintes químicos que
auxiliam na identificação das estruturas microscópicas.
Necessária a comparação com lâminas, desenhos ou fotos com material autêntico.


11

12
3.2.3. Identificação através de constituintes químicos característicos

2
3.2.3. Identificação através de constituintes químicos característicos

3.2.3.1. Reações químicas de caracterização


Necessário conhecimento fitoquímico prévio.
Reações químicas para verificar a presença de grupos de substâncias como alcalóides,
flavonóides, esteróides, etc.
Método simples, rápido , seguro e baixo custo.
Pouco eficaz como único método de identificação, pois são inespecíficas (reações com
grupos funcionais ou estruturas comuns a várias substâncias).

13

14
3.2.3.2. Caracterização cromatográfica
Cromatografia: processo físico-químico de separação de constituintes de uma mistura.
CCD (cromatografia em camada delgada)
CP (cromatografia em papel)
CLAE (cromatografia líquida de alta eficiência)
CG (cromatografia gasosa)
Necessário conhecer previamente o perfil cromatográfico e a técnica a ser utilizada. Utiliza-se
padrões das substâncias características, de extratos de amostras autênticas ou substâncias
marcadoras ou de referência.
Útil para identificação de M.P. em preparados fitoterápicos intermedários (tinturas, extratos,
óleos fixos e voláteis, etc.).
Permite verificar a pureza do material.
Permite determinação do teor dos constituintes ativos (CCD, CLAE e CG).

15

16
3.2.3.3. Eletroforese capilar
É uma técnica de separação baseada na diferença de migração de compostos iônicos ou
ionizáveis na presença de um campo elétrico.
Pode ser utilizada para análise e doseamento de alcaloides, flavonoides, ácidos fenólicos e
terpenos.

17
3.2.3.4. Metabolômica
O Metaboloma é a composição de todas as pequenas moléculas presentes em um
organismo.
A tecnologia voltada para o fornecimento de uma visão geral compreensiva qualitativa e
quantitativa dos metabólitos presentes em um organismo é denominada Metabolômica
(HALL, 2006).

3
(HALL, 2006).
Os experimentos de metabolômica fornecem resultados únicos para melhorar a
compreensão das informações biológicas relacionadas ao metaboloma e mais comumente
à genômica funcional.

18

19

20
3.2.3.4. Metabolômica
O tamanho do metaboloma varia muito, pois depende do organismo estudado. O
Saccharomyces cerevisiae, por exemplo, contém aproximadamente 600 metabólitos,
identificados até o momento, enquanto as plantas têm, aproximadamente, 200.000
metabólitos primários e secundários (DUNN; ELLIS, 2005).
O grau de diversidade é indicado pelas análises de metabólitos orgânicos com baixo peso
molecular, polares e voláteis, como etanol e isopreno, até análises de metabólitos com
maiores pesos moleculares, polares (carboidratos) e não polares (terpenóides e lipídeos)
(DUNN; ELLIS, 2005).

21
3.2.3.4. Metabolômica
Para caracterizar e quantificar estes compostos é necessário a utilização de metodologias e
equipamentos específicos, de acordo com as características de cada classe. Portanto, a
metabolômica engloba diversas tecnologias analíticas, que necessitam ser cuidadosamente
selecionadas, de acordo com os metabólitos e a via metabólica de interesse, ou com a
questão biológica a ser respondida.
22
3.2.3.5. Elucidação estrutural
A elucidação estrutural de compostos naturais é realizada através de tecnologias
associadas a técnicas espectroscópicas (UV, Infravermelho, espectrometria de massa,
ressonância magnética nuclear e a cristalografia de raios X).

23
3.3. Verificação da pureza da amostra

3.3.1. Pesquisa de elementos estranhos


Máx. aceito (qdo. Não especificado na monografia farmacopéica) 2% (m/m).
Partes do organismo ou organismos dos quais a droga deriva, exceto aqueles incluídos na
definição e descrição da droga (acima da tolerância especificada na monografia).
Partes de outras espécies vegetais, insetos,fungos etc.
Impurezas de natureza mineral (areia, terra, pedras.)
Utiliza-se exame visual, lupa e lente de aumento 6x.


4

24
3.3.2. Pesquisa de constituintes químicos indesejáveis.
Normalmente é preconizada na monografia farmacopéica. Realizada através de reações
químicas de caracterização ou métodos cromatográficos (usualmente CCD).
Ex: Cáscara-sagrada – antronas e diantronas que causam irritação gástrica, vômitos, cólicas e
diarréias. É necessário secagem das cascas em ar quente e armazenamento por 1 ano antes
do uso para oxidação destes compostos. Logo, presença de antronas indicam material
inadequado para o uso.

3.3.3. Determinação do teor de cinzas


Para a determinação de impurezas inorgânicas não-voláteis como contaminantes. Realizados
em triplicata, utilizando-se cadinho de porcelana ou platina, com incineração do material
até peso constante.
Cinzas sulfatadas (utilizando-se ác. Sulfúrico-cloretos de metais alcalino e alcalino-terroso –
muito voláteis)
Cinzas insolúveis em ác. Clorídrico – resíduos silicosos
Cinzas insolúveis em água

25
3.3.4. Determinação do teor de umidade
Teor máx. estabelecido nas farmacopéias entre 8 e 16%. Excesso de umidade permite reações
enzimáticas que podem levar à degradação de constituintes químicos, levar ao
desenvolvimento de fungos e bactérias.
Farmac. Bras.: Métodos gravimétrico (dessecação), da destilação azeotrópica (destilação com
tolueno) e volumétrico (Karl Fischer).

26
3.3.5. Pesquisa de contaminantes microbiológicos
Drogas vegetais podem conter grande Número de fungos e bactérias provenientes do solo,
pertencentes à microflora natural de algumas plantas ou introduzidas durante a
manipulação. Dependendo das condições de manejo, secagem e armazenamento,
microorganismos viáveis podem se desenvolver, aumentando a contaminação. Os limites
toleráveis variam em cada país, sendo aceitos, geralmente, valores estabelecidos para
alimentos. A carga microbiana é determinada pelo número de UFC através: filtração em
membrana, contagem em placa ou diluição seriada

27

28
3.3.6. Pesquisa de agrotóxicos ou pesticidas
Raticidas, inseticidas, herbicidas e fungicidas. Técnicas de análise dependem do grupo

5
Raticidas, inseticidas, herbicidas e fungicidas. Técnicas de análise dependem do grupo
químico ao qual pertencem.
Ensaios complexos, devido à gde. Variedade de substâncias , à instabilidade e peqnas.
Quantidades detectadas. Conhecimento da região geográfica do plantio ou coleta pode
auxiliar no estabelecimento de agentes utilizados.
OMS- qdo. Natureza é desconhecida, pesquisa de organoclorado.
Utiliza-se cromatografia gasosa e CLAE.

29
3.3.6. Pesquisa de metais pesados
Limites de tolerância controversos. WHO estabelece 500µg Pb/dia junto com alimento e
água, neste contexto, 20% poderia advir de medicamentos (100 µg Pb/dia )
Recomenda-se utilizar espectrofotometria de absorção atômica ou emissão atômica.
Produtos de uso oral: As (1,5µg/g); Cd (0,5µg/g); Pb (1,0µg/g); Hg (1,5µg/g);

30
3.4. Ensaios quantitativos e semi-quantitativos de constituintes químicos
Objetivam a determinação do teor de substâncias ativas presentes nas drogas vegetais e
dependem da classe dessas substâncias.
Teor de constituintes químicos vegetais podem variar com época, local de coleta, forma de
cultivo, clima, idade do vegetal, período e condições de armazenamento.
Doseamento é realizado de acordo com o tipo de substância, empregando-se metodologia
adequada.

31 4. Documentação de Protocolos de Análise


ANVISA – Boas Práticas de Fabricação – todos os procedimentos que envolvem produção
e controle de qualidade de medicamentos devem ser documentados.
Fitoterápicos: origem da M.P.; protocolos do controle de qualidade da M.P.; processamento
da M.P. e dos produtos intermediários e final

32

33

34

35

Você também pode gostar