Ronaldo Aparecido Marcatto1, Genilson Moreira2, Jader Farias Magalhães3, Patrícia Reyko Miyahira4, Valter Vicente Cordeiro da Luz5, Vanessa Albiero Avancini6, Professor Ms. Edson de Moura7 1,2,3,4,5,6,7 FATEC-SP –Faculdade de Tecnologia de São Paulo ronaldo.marcatto@agnet.com.br / edmoura@usp.br
1. Introdução prova restante, ambos os conjuntos constituídos de
Esta pesquisa foi desenvolvida com o intuito de (0%, 5%, 10% e 15% de teor de areia). auxiliar na consolidação do ensaio de “creep estático” O ensaio teve uma duração aproximada de 1 hora de como alternativa no estudo da previsão da deformação “carregamento” e 15 minutos de “recuperação” do permanente em misturas asfálticas usinadas à quente. corpo de prova após a retirada da carga. Isto se faz necessário em função do alto custo e da Durante a realização do ensaio com a aplicação da dificuldade de mobilização de equipamentos em carga através de uma prensa pneumática, a coleta dos métodos de ensaios “similares”, tal como o L.C.P.C. dados foi realizada com um sistema de aquisição Wheel Tracking Test e da crescente demanda por computacional. Foram executadas leituras dos estudos nessa área. deslocamentos axiais e, com os dados obtidos, foram Os órgãos reguladores das atuais concessões gerados gráficos para análise dos dados e conclusão. rodoviárias estabelecem parâmetros mínimos de conforto e segurança aos seus usuários, assim, as 4. Conclusões concessionárias de rodovias se vêem na obrigação de Foi possível concluir que os corpos de prova manter a qualidade do pavimento e já na fase de projeto moldados com a mistura de maior teor de areia (15%) buscam determinar a melhor mistura asfáltica possível apresentaram um maior “retorno elástico” quando para garantir o atendimento dos parâmetros exigidos. comparados aos corpos de prova moldados com 0% de Essa atitude pró-ativa acaba estendendo a vida útil do areia. Esse comportamento ocorreu para ambas as pavimento e reduzindo custos de manutenção corretiva cargas aplicadas (0,40 kgf/cm² e 1,00 kgf/cm²). nas faixas de rolamento. Os autores acreditam que essa maior deformação elástica encontrada nos corpos de prova com 15% de 2. Conceito de deformação permanente teor de areia não se consolidou em uma deformação A deformação permanente segundo Yoder e Witczak permanente, devido ao fato de o ensaio de creep (1975) apud Merighi (1999)[1] pode ser definida como realizado basear-se na aplicação de uma carga uniaxial uma distorção na superfície do pavimento causada pela estática. consolidação de uma ou mais camadas desse pavimento. Por fim, possivelmente esse comportamento O Brasil apresentou através do documento 005/2003- observado nos corpos de prova com 15% de teor de TER – Defeitos nos Pavimentos Flexíveis e Semi- areia pode ser um indicativo de suscetibilidade à Rígidos[2] a sua definição de deformação permanente: deformação permanente por consolidação quando da afundamento caracterizado por depressão da superfície ocorrência da aplicação de uma carga dinâmica, como acompanhado ou não de solevamento. ocorre nas faixas de rolamento que recebem as cargas oriundas da pressão do contato dos pneus dos veículos. 3. Previsão da deformação permanente pelo 5. Referências método de ensaio de creep estático [1] J.V. Merighi, Estudo da deformação permanente de O ensaio realizado consistiu em analisar o misturas asfálticas em ensaios de laboratório, 255p, comportamento de 4 tipos de misturas asfálticas com 1999. Tese (Doutorado) – Escola Politécnica, granulometria em conformidade com a faixa IV-B do Universidade de São Paulo. São Paulo, Brasil. Instituto do Asfalto, teor ótimo de ligante e variação no [2] DNIT, Defeitos nos Pavimentos Flexíveis e Semi- teor de areia de cada mistura em 0%, 5%, 10% e 15%, Rígidos, Edição publicada sob a designação DNIT- quando submetidas a uma carga de compressão uniaxial 005/2003-TER. Departamento Nacional de Infra- estática, por um mesmo período de tempo em condições Estrutura de Transportes. Rio de Janeiro, Brasil idênticas de temperatura. Foram moldados 8 corpos-de-prova cilíndricos tipo Marshall sendo 2 corpos-de-prova de cada mistura. Agradecimentos Após a moldagem e cura dos corpos de prova Ao Professor Ms. Edson de Moura pela orientação, realizou-se o ensaio de creep estático nos 8 corpos-de- amizade e dedicação na execução desta pesquisa. prova, o ensaio foi conduzido a uma temperatura Aos mestres da FATEC-SP pelos ensinamentos constante de 40ºC, a carga de ensaio foi de 1,00 essenciais para a realização deste trabalho. kgf/cm² em um conjunto de 4 corpos-de-prova e uma Ao laboratório de Pavimentação da Poli-USP pela carga de 0,40 kgf/cm² no outro conjunto de 4 corpos de cessão do espaço e equipamentos utilizados nos ensaios. Aos nossos colegas de graduação pela amizade e apoio que nos prestaram em todos os momentos.