Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Dinesh_D_Souza_A_Grande_Mentira_Expondo_as_Raízes_nazistas_da_Es
Dinesh_D_Souza_A_Grande_Mentira_Expondo_as_Raízes_nazistas_da_Es
Dinesh_D_Souza_A_Grande_Mentira_Expondo_as_Raízes_nazistas_da_Es
***
Os Campos de Escravos
e os Campos Nazistas Agora passemos da
remoção indígena para a escravidão. À primeira
vista, parece difícil comparar uma fazenda de
escravos americana do século XIX com os
campos de concentração alemães do século XX.
Estes eram criações industriais modernas,
aqueles pareciam ecos antiquados de uma era
passada. No entanto, em 1959, o historiador
Stanley Elkins revolucionou a história comparada
de ambas as instituições. Assim como Marc
Buggeln usou o conceito de trabalho escravo
para elucidar o sistema do campo de
concentração, Elkins usou o conceito de campo
de concentração para elucidar o estudo daquele
sistema escravagista.
Elkins parte de uma compreensão assustadora. Ele entendeu que,
até hoje, os retratos estereotipados da escravidão sulista não só
perduram na literatura, mas também na experiência contemporânea.
É possível enxergar, em outras palavras, as subservientes “casas de
negros” e os rebeldes “negros do campo” sobre os quais os
escravos e donos de escravos falavam. Em outras palavras, os
estereótipos não eram ficções racistas, que não seriam tão
persistentes, diz Elkins, a não ser que tivessem ao menos um
núcleo de verdade.
Elkins encontrou um estereótipo particularmente instigante: o do
cafuzo [Sambo] extravagante, desencanado, semi-idiota. Elkins
observa: “Seu comportamento era cheio de tolices infantis e sua
conversa inflada de exageros pueris”. O cafuzo, em outras palavras,
é uma criatura infantil que não amadureceu, jamais atingiu a
hombridade. O cafuzo é personagem persistente na literatura e no
teatro do início do século XX. De onde veio o cafuzo, indaga Elkis?
Aqui ele não está se referindo ao cafuzo literário ou artístico, mas ao
real, à personalidade negra real que corresponde a esse
personagem estranho e ridículo.
Ao pensar nisso, Elkins teve uma súbita epifania. Ele lembrou
que, nos campos de concentração alemães, os internos
descobriram, após o choque inicial do deslocamento, que as regras
do mundo exterior não se aplicavam ali. Olhando ao redor, eles
viram que os prisioneiros sobreviventes desistiram completamente
da dignidade e responsabilidade que, estivessem do lado de fora,
lhe caberiam. Eles se transformaram em seres infantis, quase como
crianças, em sua dependência e conformidade com as autoridades.
“O humor deles foi atingido por uma tolice e eles riam feito crianças
quando algum deles soltava um pum”.26 Em suma, aqui, num
cenário tão distante e pouco familiar, apareceu algo como o
personagem cafuzo, tão vividamente identificado como habitante da
fazenda de escravos democrata.
Ademais, Elkins observa, havia, nos campos nazistas, judeus e
outros presos que foram designados Kapos, isto é, prisioneiros
postos na função de supervisionar os esquadrões de trabalho
chamados Kommandos, sem contar que exerciam também o papel
de escreventes ou eram aqueles que registravam a rotina diária sob
a supervisão da equipe da SS alemã. Os sobreviventes dos campos
disseram em entrevistas que os Kapos basicamente assumiram o
papel dos nazistas. Eles eram tão severos quanto, ou até mesmo
mais rígidos; alguns deles chegaram a se vestir e a falar como tais.
Em suma, eles assumiram o papel daqueles que os oprimiam. Logo,
eis aqui um segundo tipo, não o cafuzo, mas não menos
desfigurado e estranho.
Como isso pôde acontecer? Elkins percebeu que as fazendas de
escravos democratas na América e os campos de concentração
nazistas tinham algo em comum. Ambos eram sistemas fechados
em que os internos viviam num mundo separado, em grande parte
selado do mundo exterior. Consequentemente, teoriza Elkins, o
ritmo ordinário dos escravos nas fazendas e dos internos dos
campos de concentração foi corrompido e transtornado a tal ponto
que acabou criando novas personalidades — personalidades
anormais e distorcidas, sem paralelo no mundo normal.
No caso do cafuzo como personagem peculiar, Elkins nota que ele
simplesmente não existia na América do Sul, cujo sistema
sustentava a escravidão, mas sem o cafuzo. E por quê? Porque,
respondeu Elkins, a escravidão sul-americana não era um sistema
fechado. Mesmo os escravos da fazenda viviam em um mundo mais
amplo, sob a proteção de seus senhores da Coroa espanhola e da
Igreja Católica. Nas fazendas democratas do Sul dos EUA, em
contraste, o escravo adulto era despojado de suas
responsabilidades masculinas usuais — homens maduros eram
tipicamente chamados de “garotos” —, resultando nessa criatura
infantilizada chamada cafuzo, a qual Elkins chama de a “perpétua
criança”.27
Toda a comunidade de estudiosos do escravagismo logo
percebeu que o livro de Elkins havia levado o debate a um novo
patamar. Quase duas décadas após ser publicado, a editora da
Universidade de Illinois lançou a obra The Debate Over Slavery:
Stanley Elkins and His Critics [O Debate Sobre a Escravidão:
Stanley Elkins e Seus Críticos], em que os principais estudiosos da
área responderam à tese de Elkins, que depois devolveu com uma
réplica. O falecido Eugene Genovese, talvez o mais conhecido
estudioso em escravidão da América, considera o livro de Elkins
“um dos ensaios históricos mais influentes da nossa geração”.28
Voltarei à tese, mas primeiro quero abordar um assunto que Elkins
evitou. Ele insistiu que não tinha a intenção de fazer uma análise
comparada das duas instituições em sua realidade, entre a fazenda
de escravos e os campos de concentração nazista. O autor não
entra em questões como itinerário, dieta, administração, de que
modo eram tratados os escravos cativos e os internos, ou as
ideologias subjacentes que sustentavam ambos os sistemas. Elkins
deixa implícito que eram regimes tão diferentes que, na maioria dos
aspectos, seriam incomparáveis.
Discordo. E suspeito que Elkins não tenha se aventurado por
desconhecer parcialmente os campos de concentração nazistas.
(Ele certamente não desconhecia as fazendas de escravos). Elkins
parece derivar boa parte do que sabe a respeito dos campos de
concentração a partir do trabalho do sociólogo Bruno Bettelheim, ele
mesmo um sobrevivente de Buchenwald e Dachau e autor de um
estudo inovador, Individual and Mass Behavior in Extreme Situations
[O Comportamento Individual e das Massas em Situações
Extremas]. No entanto, Bettelheim não tentou produzir uma
pesquisa abrangente sobre os campos, mas simplesmente destacou
a transformação do comportamento humano em condições de
sobrevivência extrema. Meu propósito de chegar aonde Elkins
temeu pisar não é miná-lo, mas avançar ainda mais a sua tese, para
mostrar que ele realmente subestimou os paralelos.
Acomodações e alimentos: a estrutura física dos campos de
concentração nazistas, e não a das fazendas, aproximava-se mais
do sistema carcerário. O típico campo de concentração tinha um
quartel, uma oficina, um escritório administrativo, uma enfermaria,
uma prisão e um crematório. (O comandante e a equipe da SS
residiam fora das instalações). Já as fazendas de escravos eram
construídas de forma um tanto diferente. Elas geralmente consistiam
na mansão do senhor de escravos — a chamada Casa-Grande —,
senzalas em ruínas, possivelmente uma oficina e campos para
plantação de arroz ou algodão.
Os campos nazistas eram segregados por sexo, enquanto as
senzalas se formavam com habitações familiares contendo homens,
mulheres e crianças. Não obstante, o conteúdo físicos tangível de
cada compartimento ou habitação era bastante semelhante em
ambos os casos: nada mais do que um leito e um cobertor, um
banheiro ou um penico e, quem sabe, uma cadeira. Para o campo
de Ravensbruck, a historiadora Sarah Helm relata que as únicas
provisões eram um prato, um copo, alguns utensílios, uma escova
de dentes, um pedaço de sabão e uma pequena toalha.29
Em termos de alimentação, os escravos estavam bem melhores,
já que recebiam porções regulares de carne e vegetais, enquanto os
presos nos campos nazistas recebiam pouco mais que uma sopa de
aveia rala, pão e água. Elie Wiesel, aprisionado em Auschwitz e
depois em Buchenwald, conta que sua ingestão diária consistia em
uma “tigela de sopa” e uma “crosta de pão velho”. Em Ravensbruck,
as mulheres pareciam estar numa situação um pouco melhor; aos
domingos, elas recebiam um “bocado de geleia, um tablete de
margarina e uma salsicha”, e também eram autorizadas a pegar
dinheiro de casa e comprar bolachas e biscoitos na loja da
instalação local.30 A desnutrição, problema episódico no regime
escravo democrata, foi crônica nos campos de concentração
nazistas.
Seja a fazenda de escravos dos democratas, seja o campo de
concentração nazista, ambos os regimes eram selados do mundo
exterior, demarcados, em alguns casos, por uma cerca alta ou
arames farpados, vigiados por guardas, nos campos, ou capatazes,
nas fazendas, às vezes auxiliados por cães treinados. Em ambos os
casos, os cativos ficariam lá por toda a vida; aqueles que entravam
nunca mais sairiam, fato para ambos os sistemas. Assim, Elkins não
poderia estar mais certo de que esses eram sistemas fechados,
mundos para si mesmos, completamente separados do mundo
exterior.
Rotina de trabalho: aqui o termo “trabalho escravo” aplica-se
igualmente ao sistema das fazendas democratas e dos campos de
concentração. O trabalho começava com o nascer do sol e acabava
ao anoitecer: era contínuo, persistente e incessante. Enquanto a
maioria dos escravos trabalhavam em plantações de algodão, a
maior parte dos cativos nos campos de concentração trabalhava em
locais de construção e pedreiras. Durante a maior parte do tempo
que passou em Auschwitz, Elie Wiesel trabalhou na construção
“onde, por doze horas diárias, arrastava pedras pesadas”.31 Em
ambos os sistemas o trabalho era principalmente braçal, não
qualificado ou pouquíssimo qualificado, embora também houvesse
tarefas que exigiam habilidade especializada como soldagem,
carpintaria, alvenaria e eletricidade, serviços atribuídos a um
pequeno subconjunto de prisioneiros um pouco mais qualificados.
Escravos e prisioneiros eram obrigados a trabalhar. O tempo
trabalhado dos escravos costumava ser de seis dias por semana,
exceto na época de plantação, e recebiam folga em virtude do
feriado de Natal, que normalmente era comemorado com música e
um banquete. Os prisioneiros nazistas trabalhavam todos os dias,
sem feriados, sem festa. Se desse uma pausa no trabalho, o
escravo provavelmente seria açoitado; agora, se um prisioneiro
nazista parasse, ele provavelmente seria espancado ou baleado.
Obviamente, em nenhum dos casos os trabalhadores eram pagos,
embora os proprietários de escravos e os capatazes por vezes
oferecessem incentivos para trabalhar, incluindo ao permitir que
escravos ficassem com parte da produção. O único pagamento que
os prisioneiros dos campos nazistas recebiam era a chance de viver
e trabalhar por mais um dia.
Os limites do poder absoluto: os democratas senhores de
escravos não possuíam, por lei, poder absoluto sobre seus
escravos. Em todos os estados sulistas, o assassinato de um
escravo era proibido. Na maioria dos estados, formas extremas de
mutilação e ferimento também eram proibidas. Mas os donos de
escravos tinham o poder de facto, porque teriam o direito de
reivindicar invariavelmente que o escravo resistira à autoridade ou
inventariam alguma outra desculpa, medidas nas quais os tribunais
acabavam acreditando.
Com açoites e outras punições, os senhores de escravos
democratas possuíam uma autoridade praticamente desenfreada.
Em 1829, no caso Estado vs Mann, o juiz Thomas Ruffin decidiu o
caso em que determinado dono foi acusado de ferir gravemente seu
escravo. Ruffin, embora democrata, era relativamente humanitário, e
disse que sua consciência se revoltava ao permitir que o abuso
ficasse impune. Apesar disso, declarou, ele precisava unir-se ao
senhor de escravos porque o “objetivo da escravidão é o lucro do
senhor” e a tarefa do escravo é “labutar duro para que outro possa
colher os frutos”.32 Tal sistema só poderia sobreviver se a vontade
do senhor fosse, praticamente falando, absoluta.
Ironicamente, o que mais protegia os escravos, se seus senhores
democratas tendessem à crueldade ou ao assassinato, era a própria
posição de posse, bem ou propriedade. Wolfgang Sofsky defende
esse ponto em seu livro The Order of Terror [A Ordem do Terror], um
estudo sobre a vida nos campos de concentração. Sofsky observa
que, ao contrário dos escravos, as vítimas dos campos de
concentração “não eram propriedade pessoal desse ou daquele
senhor, mas detentos de uma instituição. Eles não pertenciam a
ninguém”. Assim, “os prisioneiros não tinham valor nem preço”.
Em contraste, “o escravo tinha valor e preço de mercado. O dono
não adquire para si escravos a fim de matá-los, mas tem por
objetivo colocá-los para trabalhar em benefício próprio”.33 Os
escravos custavam entre 1 200 e 1 500 dólares no período entre
1830 e 1860. Isso significa que os senhores democratas tinham
grande investimento em seus escravos. Os donos não desejavam
danificá-los, cujo valor, afinal, decairia; em outras palavras, não
desejavam fazê-lo pelo mesmo motivo que você não gostaria de
danificar seu próprio carro.
Por mais marginal que fosse a proteção do escravo de seu senhor
democrata, os internos do campo nazista não tinham proteção de
seus algozes, que tinham total discrição para brutalizá-los e matá-
los. Por razão disso, não há sequer comparação quanto ao nível de
perigo que sentiam os presos do campo de concentração em
relação aos escravos. Estes temiam seus senhores e capatazes,
mas não estavam em constante risco de morte; aqueles, sim,
estavam. O perigo era maior, é claro, para os judeus, mas todos os
presos sentiam com força esse medo.
Assim como com a escravidão, a escassa proteção que os presos
dos campos nazistas conseguiram foi por ocasião da utilidade que
tinham para o regime nazista. Quando as condições do campo
melhoraram, Buggeln conta: “tinha pouco que ver com o considerar
a humanidade” e era, na verdade, “um reflexo daquilo que se exigia
da mão de obra” no regime.
É conveniente lembrar que, Buggeln comenta, no fim da guerra,
os nazistas pediram aos oficiais da SS que alimentassem melhor os
trabalhadores dos campos de concentração, que lhes dessem
roupas de inverno apropriadas e permitissem oito horas de sono,
sem interrupção. Foram regras que chegaram a se aplicar mesmo
aos judeus, dando a entender que, prevendo o fim, os nazistas
estavam tão desesperados por trabalhadores que se “dispuseram a
rescindir temporariamente de uma das principais exigências
ideológicas do nazismo — livrar o Terceiro Reich dos judeus”.34
Rebeliões e fugas: certa feita, Andrew Jackson ofereceu a
recompensa de cinquenta dólares a quem capturasse um fugitivo de
sua fazenda “e dez dólares a mais por cada cem chicotadas, até
totalizar trezentas, a quem as aplicasse ao fugitivo”.35 Fugas eram
comuns na rotina dessas fazendas. Os donos procuravam leis — A
Lei do Escravo Fugitivo — que obrigassem os estados livres a
devolver fugitivos. O senhorio passou a empregar patrulheiros a fim
de impedir que os escravos tentassem escapar e contratavam
caçadores para recuperar fugitivos. Os jornais democratas
anunciavam “cachorros negreiros” para farejar fugitivos escondidos
nas florestas ou nos pântanos. Rebeliões por parte dos escravos
eram um tanto incomuns, e é por isso que sabemos sobre as
poucas existentes, tais como as rebeliões levantadas por Nat Turner
e Denmark Vesey. No entanto, mesmo estas falharam e os autores
foram capturados e executados.
“Pouquíssimos prisioneiros escaparam dos campos”, relata Sofsky
em seu estudo The Order of Terror.36 Sofsky conta algumas
centenas de fugitivos, em si um pequeno milagre, já que os campos
eram grandes fortalezas. Sofsky salienta que as filiais menores
ofereciam melhores chances de fuga, embora até mesmo ali fosse
necessário grande planejamento. Ademais, civis da população local
poderiam entregar o fugitivo de volta aos campos.
Quanto às rebeliões, Sofsky contabiliza apenas três: uma em
Treblinka, outra em Sobibor, em 1943, e outra em 1944, em
Auschwitz. A revolta de Treblinka envolveu um ataque às cercas
perimetrais, por onde em média duzentos prisioneiros fugiram,
perseguidos por guardas da SS em caminhões e a cavalo. Sofsky
estima “ser improvável que mais de cinquenta ou sessenta dos que
escaparam tenham sobrevivido para presenciar o fim da guerra”. A
rebelião de Sobibor foi um fracasso e resultou em cerca de cem
presos executados. Da mesma forma na rebelião de Auschwitz,
todos os fugitivos, conseguindo matar três oficiais da SS e ferir
outros doze, foram caçados e mortos.37
A mensagem essencial é a seguinte: com regimes fechados
profundamente opressivos como os campos nazistas e as fazendas
dos democratas, os oprimidos, por mais motivados que estivessem
em se rebelar e derrubar o sistema, simplesmente não conseguiam
fazê-lo. Ainda que desejosos, mas sem poder. Em última análise,
tanto as fazendas de escravos quanto o regime dos campos de
concentração nazistas tiveram de ser derrubados pelo lado de fora,
pela invasão militar externa. Os Aliados e o Exército dos Estados
Unidos, cada qual tendo seu papel, foram os libertadores dos
prisioneiros e dos escravos.
Ideologias de inferioridade: o termo “escravo” [slave] deriva-se, na
verdade, do termo “eslavo” [slav]. Por certo os escravos do regime
nazista eram em grande parte eslavos e, em termos raciais,
brancos. Mesmo assim os nazistas consideravam os eslavos —
bem como consideravam os judeus e os russos — como
Untermenschen, ou sub-humanos. Dentro dos campos nazistas,
havia uma hierarquia de inferioridade que determinava o tratamento
dos presos: os prisioneiros alemães eram considerados os mais
elevados e tratados melhor, enquanto os judeus — especialmente
os judeus não alemães — eram considerados os mais inferiores e
tratados da pior forma.
Os nazistas não apenas desenharam uma simples demarcação
entre captores e cativos; havia também subcategorias que
estabeleciam uma hierarquia ou gradação entre as populações
cativas. Entre os democratas donos de escravos, em contraste,
havia uma única linha racial. Nem todos os proprietários de
escravos eram brancos — havia, inclusive, um número substancial,
embora proporcionalmente pequeno, de proprietários negros. Mas
todos os escravos eram negros. Conquanto ambos, nazistas e
democratas, tenham aplicado um código racial em seus sistemas de
escravidão, o código nazista era mais variado e multifacetado do
que o dos democratas.
É curioso perceber que os nazistas não precisaram defender sua
ideologia, pois não enfrentaram nenhum tipo de questionamento
interno. Os democratas, no entanto, enfrentaram oposição, primeiro
do Partido Whig e depois do Partido Republicano, sem contar a forte
oposição do pequeno grupo de republicanos conhecidos como
abolicionistas. Isso posto, os democratas desenvolveram uma
ideologia abrangente pró-escravidão, na qual tinham a cara de pau
de afirmar que a escravatura era boa não só para o dono, mas
também para seu escravo.
George Fitzhugh, escritor democrata, argumentou que o escravos
eram como animais, nascidos para serem dominados por seus
donos e que “a equitação lhes faz bem”. Outros democratas, como o
senador John C. Calhoun, insistiram que a escravidão foi uma
“escola civilizatória”, embora, aparentemente, não fosse uma escola
na qual alguém pretendesse se graduar.38 Convém, nesse ponto,
desfavorecer os democratas em comparação aos nazistas. Mesmo
estes não tiveram a audácia e a desonestidade intelectual de sugerir
que os Untermenschen e os judeus eram, de alguma forma,
beneficiados com o regime nazista.
Ecco Un Ditatore!
Por fim, demonstro como FDR chegou assustadoramente perto de
tornar-se um ditador fascista durante seu longo mandato no
governo, de 1932 a 1945. Se não um déspota em maior escala,
FDR chegou perto mais do que qualquer outra pessoa na história
dos EUA. A essa altura do livro, já antevejo a indignação que isso
provocará na esquerda. Mas é também hora de, calmamente,
ignorá-la. A indignação em si é uma tática para proteger a grande
mentira. “Como você pode dizer isso?” e “Como você ousa?”. Ouso,
porque é verdade.
Analisados há pouco, os fascistas italianos e até mesmo os
nazistas reconheceram as tendências ditatoriais de FDR e também
a consanguinidade ideológica que havia entre as políticas dos três.
Herbert Hoover, antecessor republicano de FDR, percebeu paralelos
bastante íntimos entre o New Deal e o fascismo. O socialista
Norman Thomas, do outro extremo político, percebeu o mesmo. E,
em 1933, o colunista mais respeitado da América, Walter Lippmann,
disse a FDR que ele não tinha “nenhuma alternativa, senão assumir
poderes ditatoriais”.33 Portanto, não estou falando invencionices;
FDR foi amplamente considerado um ditador fascista, ou futuro
ditador, por muitos de seus contemporâneos.
Não digo que era o caso de um ditador aos moldes de Hitler, afinal
FDR nunca teve o aquele mesmo poder absoluto nem, é claro,
matou seus oponentes, nem enviou judeus a câmaras de gás, nem
iniciou uma guerra mundial. Então, ao retratá-lo na posição de führer
americano, quero dizer que FDR era führer da maneira americana, e
não do jeito alemão. Melhor comparação pode ser feita entre FDR e
Mussolini; ambos se julgavam uma espécie de comandante da
nação, superando as restrições da democracia enquanto ainda
funcionavam dentro das limitações políticas impostas por seus
respectivos sistemas. Os poderes legais de FDR permaneceram
abaixo dos de Mussolini; e não por ele ter “se contido”, mas, pelo
contrário, por ter sido constrangido pelo sistema constitucional dos
Estados Unidos, que impediu esse perigoso homem de trazer o
fascismo na íntegra à América.
Considere uma das principais iniciativas de FDR, peça central do
New Deal: a National Recovery Act [Lei de Recuperação da
Indústria Nacional (LRIN)]. Em essência, a lei sentenciou à morte o
livre mercado nos Estados Unidos. Acontece que essa lei dava ao
governo federal a força para criar alianças trabalhistas e de gestão
em cada indústria, a fim de estabelecer objetivos de produção, de
salário, de precificação e até mesmo de horas mínimas e máximas
trabalhadas. Eram acordos que seriam analisados por um Conselho
Consultivo da Indústria gerido pelo governo, que daria satisfação ao
próprio FDR. Além disso, a legislação da LRIN aumentou os
impostos sobre o rendimento, sobre as empresas e expandiu o
eminente poder de domínio do governo usado para confiscar terras
privadas e transferi-las ao uso público. De acordo com o conselheiro
de FDR, Rexford Tugwell, a LRIN foi projetada para “eliminar a
anarquia do sistema competitivo”.34
Jamais havia se contemplado — e muito menos decretado — uma
intervenção governamental na economia dos EUA nessa escala. Na
época, a LRIN era amplamente reconhecida em todo o espectro
político como um projeto fascista. Escrevendo para a revista North
American Review, Roger Shaw, escritor progressista, afirmou que a
LRIN era “uma nítida adaptação americana do Estado Corporativo
italiano”. Victor F. Calverton, escritor marxista, destacou esse
mesmo ponto escrevendo para o periódico Modern Monthly: “A LRIN
tem feito parte do trabalho que o fascismo europeu se propôs a
executar”. E o próprio secretário do Interior de FDR, Harold Ickes,
admitiu: “O que estamos fazendo neste país é, em certa medida, o
mesmo que está sendo feito na Rússia e até mesmo na Alemanha
de Hitler”. Mussolini mesmo, ao ouvir falar da LRIN, fez um único e
intenso comentário,“Ecco un ditatore!”, que significa “Eis um
ditador!”.35
O homem que FDR escolheu para gerir a LRIN, o General Hugh
Johnson, era ele fascista, um que tinha prazer de associar-se àquilo
que ele chamou de “o brilhante nome” de Mussolini. Johnson
carregava consigo um exemplar do pequeno livro-propaganda The
Structure of the Corporate State [A Estrutura do Estado Corporativo],
escrito em italiano por um dos acólitos do Il Duce, Raffaello Vigone,
e traduzido para o inglês pela União Britânica de Fascistas, partido
fundado por Oswald Mosley, em 1933. Johnson gostava de citar
especialmente as seções sobre como o fascismo passava por cima
do aparato confuso da democracia em direção à plena autoridade
do Estado centralizado. Sob Johnson, a LRIN publicou um panfleto,
Capitalism and Labor Under Fascism [O Capitalismo e o Labor sob o
Fascismo], que admitiu: “os princípios fascistas são muito
semelhantes aos que estavam em evolução na América”.36
Para o desgosto de FDR, sua LRIN foi derrubada pela Suprema
Corte em decisão histórica no caso Schechter Poultry Corp vs
Estados Unidos, em março de 1935. Outras iniciativas do New Deal
também foram transtornadas. A Suprema Corte estava inquieta com
a forma como FDR procurou passar por cima dos direitos da
propriedade privada e contratuais. Tais direitos — que podem ser
vistos sob a cobertura da liberdade econômica —, desde os Pais
Fundadores, são considerados tão basilares quanto outros direitos
fundamentais, como os direitos à liberdade de expressão, de religião
e de assembleia. Atuando em seu papel de protetor dos direitos das
minorias — parte do nosso sistema de freios e contrapesos —, a
Suprema Corte barrou FDR de reverter 150 anos de liberdade
econômica.
Daí o que FDR fez? Em 1937, ele apresentou a Lei de Reforma
do Processo Judiciário, um infame projeto que ficou mais conhecido
por “aparelhamento do judiciário” [Court Packing]. Basicamente,
FDR ameaçou aumentar o número de juízes da Suprema Corte, de
nove para até quinze. Isso lhe daria a chance de nomear até seis
juízes a mais, dando-lhe uma grande maioria. A mentalidade por
trás disso pode ser vista no que o principal assessor de FDR, Harry
Hopkins, disse a uma audiência de ativistas do New Deal em Nova
Iorque. “Desejo garantir”, disse ele, “que teremos advogados que
declararão legal tudo aquilo que vocês quiserem fazer”. Essa foi a
abordagem de FDR: se quer fazer algo, diga estar de acordo com a
lei; e, se a Suprema Corte discordar, expanda-a. É perceptível o
clássico desprezo do fascismo pelo papel distintivo da Suprema
Corte como fiscal dos direitos das minorias em um sistema de
equilíbrio.
Em pânico, a Suprema Corte fez uma rápida mudança e cedeu a
FDR, um movimento que os progressistas chamaram, um tanto
quanto maliciosamente, de the switch in time that saved nine, isto é,
“porque o tempo mudaram, nove se salvaram”. Esse pequeno
gracejo foi cunhado para desviar a atenção da enormidade daquilo
que FDR fez, que basicamente ameaçava destruir nosso Sistema
Constitucional, a menos que obtivesse o que queria — e assim ele
conseguiu o que queria. As ações de FDR aqui — na tênue
penumbra entre o legal e o ilegal — são diretamente comparáveis
ao que era feito na Alemanha nazista e na Itália fascista, táticas de
intimidação usadas para forçar o judiciário à conformidade.
A rendição da Suprema Corte significou, em substância, o fim da
liberdade econômica como direito constitucional. Não, FDR não
conseguiu reviver a LRIN naquele momento, e ter violado os direitos
de propriedade e contratuais, por meio dos vários programas do
New Deal, foi uma atitude relativamente modesta. Em essência,
FDR nos deu o Estado do Bem-Estar Social, e não pense que com
isso eu que o denomino um conceito fascista por si só. O Estado do
Bem-Estar Social na Alemanha, por exemplo, originou-se do
progressismo moderado e conservador de Otto von Bismarck e
antecedeu o fascismo em mais de meio século. No entanto, não
esqueça que foi a esquerda — os socialistas, os fascistas e os
progressistas — que vastamente aprofundaram o Estado do Bem-
Estar Social.
Meu objetivo aqui, entretanto, é dizer que FDR estabeleceu as
bases para que futuras administrações progressistas minassem
continuamente a liberdade econômica. O Governo Leviatã que
temos agora não se deve totalmente ao que FDR fez, mas ele quem
o iniciou. Antes dele, tínhamos liberdade econômica como direito
constitucional. Depois dele, não mais. O principal impulso da
economia fascista envolve a expansão do poder estatal centralizado
à custa dos direitos individuais e da liberdade da esfera privada.
Assim, nesse sentido, as ações de FDR, com a destruição da
liberdade econômica, são fascistas.
Ainda que intimidasse a Suprema Corte, FDR não precisava
intimidar o Poder Legislativo, já que o seu partido, o Partido
Democrata, controlava o Congresso. FDR convenceu seus aliados
democratas à passada do controle praticamente absoluto sobre uma
grande área da economia nacional. Em substância, FDR já não mais
tinha de consultar o Congresso e poderia prosseguir por iniciativa
própria em grandes áreas das tomadas de decisão. Com efeito,
invocando os gritos de “emergência econômica” durante a Grande
Depressão e depois de “emergência nacional” durante a Segunda
Guerra Mundial, FDR pôde assumir poderes quase ditatoriais.
Da mesma forma Mussolini, que subverteu o Poder Legislativo e
convenceu seu Parlamento, flexível e maleável, a entregar-lhe o
poder. O Parlamento italiano não precisava nem mesmo congregar
durante o reinado de Mussolini, pois ele, na prática, tomava quase
todas as decisões. Assim também Hitler, que na vigília do incêndio
do Reichstag, em 1933, convenceu o Parlamento alemão a aprovar
a Lei de Concessão de Plenos Poderes, que lhe confiava a
autoridade legislativa, tornando-o, portanto, de forma aparentemente
legal, o supremo governante da Alemanha nazista. Tal como FDR,
esses ditadores fascistas não apenas derrubaram o sistema, mas,
mais que isso, persuadiram-no e pressionaram-no a dar-lhes uma
autoridade essencialmente absoluta.
Como FDR lançou mão de tamanha autoridade? Mais uma vez,
aos moldes do clássico despotismo fascista, ele a usou para
intimidar empresas privadas e cidadãos comuns à submissão diante
de suas iniciativas estatais. O exemplo mais evidente foi o programa
Blue Eagle de FDR, simbolizado pela imagem de uma águia azul.
Hoje em dia, ninguém reconheceria esse símbolo, cuidadosamente
pulverizado da História pelos progressistas. Mas, na época, era o
símbolo mais reconhecido na América, amplamente comparado ao
símbolo da suástica da Alemanha nazista.
O objetivo do programa Blue Eagle consistia em forçar as
empresas à submissão “voluntária” às iniciativas de FDR. As
empresas que se submetiam penduravam o símbolo da Águia Azul
em suas lojas ou o exibiam mediante publicidade corporativa. O
governo ativamente estimulava o público a comprar apenas das
lojas Blue Eagle e a boicotar as empresas que não exibiam o
símbolo. Os capangas de FDR organizavam manifestações do estilo
de Nuremberg para chicotear o público em um frenesi contra
aqueles que se decidissem contra a submissão ao Blue Eagle.
Novamente, essa era precisamente a função do símbolo da
suástica: juntamente da saudação “Heil Hitler!”, servia para notificar
a conformidade com as políticas do regime nazista. O historiador
Aryeh Unger tem um termo direto para isso; ele o chama de
“compulsão voluntária”. Certo admirador alemão de Hitler na década
de 1930 a isso deu o nome de “trabalhar para o Führer”.37 Todos
prestavam lealdade orientando suas ações em função de Hitler,
entrando nos eixos com ele. FDR empregou precisamente a mesma
compulsão voluntária para que todo o país trabalhasse em função
do führer americano.
Como Hitler e Mussolini, FDR estabeleceu uma máquina de
propaganda maciça dentro do governo e, ao mesmo tempo,
procurou restringir a liberdade da imprensa. Na Alemanha, os
jornalistas eram praticamente obrigados a fazer união com o
Ministério da Propaganda. Do mesmo modo a Itália, que dispunha
de seu Sindicato Nacional Fascista de Jornalistas ao qual era
preciso pertencer para ser um jornalista de “boa reputação”. A
abordagem de FDR foi apenas um pouco mais sutil. Ele nomeou um
de seus escudeiros mais devotos como presidente da Comissão
Federal de Comunicações (CFC). Sob esse capanga, a CFC exigiu
que as estações de rádio enviassem transcrições de todos os
programas que lidassem com “assuntos públicos” para passar pela
autorização da Comissão.
A CFC também deixava claro que criticar o governo poderia levar
a uma revogação de licença de transmissão. Muitos âncoras de
rádios progressistas estavam bastante ansiosos para servir como
animais de estimação de FDR, da mesma maneira como a nossa
mídia convencional tornou-se voluntariamente serviçal de Obama e
Hillary. Henry Bellows, da CBS, disse a FDR que valorizava a
“cooperação” entre o governo e sua rede e “como um democrata ao
longo da vida, queria garantir seus melhores esforços para fazer
com que essa cooperação fosse bem-sucedida”. A CBS e a NBC
baniram críticas ao New Deal de suas estações durante a década
de 1930 e o início dos anos 1940. Apenas poucas estações
resistiram, mas para salvar suas licenças, elas logo foram obrigadas
a entrar na linha.38
Capítulo Três
A Jornada de Mussolini 1 HAYEK, F. A. The Road to
Serfdom. Chicago: University of Chicago Press, 2007.
p. 145.
2 STERNHELL, Zeev. The Birth of Fascist Ideology. Princeton: Princeton
University Press, 1994. p. 208.
3 SHIRER, William. The Rise and Fall of the Third Reich. New York: Simon &
Schuster, 2011. p. 298.
4 ULLRICH, Volker. Hitler. New York: Alfred A. Knopf, 2016. p. 125.
5 HITLER, Adolf. Hitler’s Table Talk. Intro. H. R. Trevor-Roper. New York:
Enigma Books, 2000. p. xxiv, 10.
6 GREGOR, A. James. The Faces of Janus. New York: Encounter Books,
2002. p. 105.
7 MURAVCHIK, Joshua. Heaven on Earth. New York: Encounter Books, 2002.
p. 105.
8 ______. ______. p. 101.
9 ______. ______. p. 108.
10 STERNHELL, Zeev. The Birth of Fascist Ideology. Princeton: Princeton
University Press, 1994. p. 39-66.
11 GREGOR, A. James. The Ideology of Fascism. New York: Free Press,
1969. p. 159.
12 PAYNE, Stanley. A History of Fascism. Madison: University of Wisconsin
Press, 1995. p. 84.
13 GREGOR, A. James. Young Mussolini and the Intellectual Origins of
Fascism. Berkeley: University of California Press, 1979. p. 20.
14 GREGOR, A. James. Mussolini’s Intellectuals. Princeton: Princeton
University Press, 2005. p. 33.
15 Para uma melhor discussão acerca de Woltmann, veja A. James Gregor
em seu livro: Marxism, Fascism and Totalitarianism. Standford: Standford
University Press, 2000. p. 183-186.
16 GREGOR, A. James. Giovanni Gentile. New Brunswick: Transaction
Publishers, 2008. p. 100.
17 GREGOR, A. James. Young Mussolini and the Intellectual Origins of
Fascism. Berkeley: University of California Press, 1979. p. 215.
Capítulo Quatro
Um Segredo do Partido Democrata 1 SNYDER,
Timothy. Bloodlands. New York: Basic Books, 2010. p.
160.
2 HELM, Sarah. Ravensbruck. New York: Anchor Books, 2015. p. 54.
3 HITLER, Adolf. Hitler’s Table Talk. New York: Enigma Books, 2000. p. 188.
4 GILBERT, Alan. The Cowboy Novels that Inspired Hitler. Daily Beast, 20
ago. 2016. Disponível em: http://www.thedailybeast.com/the-cowboy-novels-
that-inspired-hitler.
5 KATZNELSON, Ira. Fear Itself. New York: Liveright Publishing, 2003. p. 282-
283.
6 HITLER, Adolf. Mein Kampf. Boston: Houghton Mifflin, 1999. p. 139.
7 RICH, Norman. Hitler’s Foreign Policy. In: MARTEL, Gordon (Ed.). The
Origins of the Second World War Reconsidered: The A.J.P. Taylor Debate
After Twenty-Five Years. Boston: Allen & Unwin, 1986. p. 136.
WHITMAN, James. Hitler’s American Model. Princeton: Princeton University
Press, 2017. p. 9-10.
8 ULLRICH, Volker. Hitler: Ascent, 1889-1939. New York: Alfred A. Knopf,
2016. p. 665.
EVANS, Richard. The Coming of the Third Reich. New York: Penguin
Books, 2005. p. 111.
9 TOLAND, John. Hitler: the Definitive Biography. New York: Anchor Books,
1992. p. 702.
10 SNYDER, Timothy. Bloodlands. New York: Basic Books, 2010. p. 160.
11 ALY, Gotz. Why the Germans? Why the Jews? New York: Henry Holt, 2014.
p. 2.
12 BUGGELN, Marc. Slave Labor in Nazi Concentration Camps. New York:
Oxford University Press, 2014.
PLATO, Alexander Von; LEH, Almut; THONFELD, Christoph (Ed.). Hitler’s
Slaves. New York: Berghahn Books, 2010.
13 BUGGELN, Marc. Slave Labor in Nazi Concentration Camps. New York:
Oxford University Press, 2014. p. 22.
14 HELM, Sarah. Ravensbruck. New York: Anchor Books, 2015. p. 244.
15 SNYDER, Timothy. Bloodlands. New York: Basic Books, 2010. p. xiii, 256,
76, 382.
16 SOFSKY, Wolfgang. The Order of Terror. Princeton: Princeton University
Press, 1993. p. 199.
17 STANNARD, David. American Holocaust. New York: Oxford University
Press, 1992. p. x, 147.
18 LEWY, Guenter. Were American Indians the Victims of Genocide? History
News Network, set. 2004. Disponível em:
http://historynewsnetwork.org/article/7302.
19 UNITED NATIONS HUMAN RIGHTS OFFICE OF THE HIGH
COMMISSIONER. “Convention on the Prevention and Punishment of the
Crime of Genocide”. 9 dez. 1948. Disponível em:
http://www.ohchr.org/EN/ProfessionalInterest/Pages/CrimeOfGenocide.aspx
.
20 INSKEEP, Steve. Jacksonland. New York: Penguin Books, 2015. p. 203-
204.
21 ______. ______. p. 205.
22 JACKSON, Andrew. Andrew Jackson to Rachel Jackson, March 28, 1814
[carta]. In: OWSLEY, Harriet et. al. (Colab.). The Papers of Andrew Jackson.
Knoxville: University of Tennessee Press, 1980. v. 3, p. 54.
BALL, Timothy Horton; HALBERT, Henry Sale. The Creek War of 1813 and
1814. Montgomery: White, Woodruff & Fowler, 1895. p. 276-277.
23 “Andrew Jackson’s Speech to Congress on Indian Removal”. 6 dez. 1830.
Disponível em:
https://www.nps.gov/museum/tmc/MANZ/handouts/Andrew_Jackson_Annua
l_Message.pdf.
24 STANNARD, David. American Holocaust. New York: Oxford University
Press, 1992. p. 123-124.
25 LAWRENCE, Jane. The Indian Health Service and the Sterilization of
Native American Women. In: MIHESUAH, Devon A (Ed.). American Indian
Quarterly. University of Nebraska Press, 2000. v. 24, n. 3, p. 400-419.
26 ELKINS, Stanley. Slavery: A Problem in American Institutional and
Intellectual Life. Chicago: University of Chicago Press, 1976. p. 111.
27 ______. ______. p. 130.
28 GENOVESE, Eugene. Rebelliousness and Docility in the Negro Slave. In:
LANE, Ann (Ed.). The Debate Over Slavery: Stanley Elkins and His
Critics.Urbana: University of Illinois Press, 1975. p. 43.
29 HELM, Sarah. Ravensbruck. New York: Anchor Books, 2015. p. 25.
30 WIESEL, Elie. Night. New York: Hill & Wang, 2006. p. 52.
HELM, Sarah. Ravensbruck. New York: Anchor Books, 2015. p. 34.
31 ______. ______. p. 70.
32 GENOVESE, Eugene. The World the Slaveholders Made. Middletown:
Wesleyan University Press, 1988. p. 200.
33 SOFSKY, Wolfgang. The Order of Terror. Princeton: Princeton University
Press, 1993. p. 171-172.
34 BUGGELN, Marc. Slave Labor in Nazi Concentration Camps. New York:
Oxford University Press, 2014. p. 37-38, 46.
35 STAMPP, Kenneth. The Peculiar Institution. New York: Vintage Books,
1984. p. 188.
36 SOFSKY, Wolfgang. The Order of Terror. Princeton: Princeton University
Press, 1993. p. 58.
37 ______. ______. p. 271-274.
38 STAMPP, Kenneth. The Peculiar Institution. New York: Vintage Books,
1984. p. 11, 420.
39 PATTERSON, Orlando. Towards a Study of Black America. Dissent, Fall
1989, 480 p. Disponível em:
https://www.dissentmagazine.org/article/toward-a-study-of-black-america.
Capítulo Cinco
Os Racistas Originais 1 FREDRICKSON, George. Racism: A Short
History. Princeton: Princeton University Press, 2002. p. 123-124.
2 POSNER, Gerald; WARE, John. Mengele. New York: Cooper Square Press,
200. p. 9.
3 ______. ______. p. 279.
4 KLIFF, Sarah. The Gosnell Case: Here’s What You Need To Know.
Washington Post, 15 abr. 2013. Disponível em:
https://www.washingtonpost.com/news/wonk/wp/2013/04/15/the-gosnell-
case-heres-what-you-need-to-know/?utm_term=.61910f9f415c.
5 DESANCTIS, Alexandra. A Shocking New Undercover Video Exposes the
Grisly Reality of Ripping Apart Fetuses. National Review, 25 maio 2017.
Disponível em: http://www.nationalreview.com/article/447939/undercover-
video-center-medical-progress-exposes-gruesome-abortion-practices.
6 SALETAN, William. The Baby Butcher. Slate, 20 jan. 2011. Disponível em:
http://www.slate.com/articles/health_and_science/human_nature/2011/01/th
e_baby_butcher.html.
7 NASH, Nathaniel. Mengele an Abortionist, Argentine Files Suggest. New
York Times, 11 fev. 1992. Disponível em:
http://www.nytimes.com/1992/02/11/world/mengele-an-abortionist-argentine-
files-suggest.html.
8 EVANS, Richard. The Third Reich in History and Memory. New York: Oxford
University Press, 2015. p. 21.
9 SNYDER, Timothy. Bloodlands. New York: Basic Books, 2010. p. xv, 257,
261, 382.
10 BURLEIGH, Michael. The Racial State. Cambridge: Cambridge University
Press, 2013. p. 142.
11 FRANKS, Angela. Margaret Sanger’s Eugenic Legacy. Jefferson, NC:
McFarland & Co., 2005. p. 180.
12 ______. ______. p. 70.
13 POPENOE, Paul; JOHNSON, Roswell Hill. Applied Eugenics. New York:
Macmillan, 1918. p. 184.
14 BLACK, Edwin. The War Against the Weak. Washington, D.C.: Dialog
Press, 2013. p. xvii, 258.
15 SANGER, Margaret. My Way to Peace. Discurso, 17 jan. 1932. In:
Margaret Sanger Papers. Disponível em:
https://www.nyu.edu/projects/sanger/webedition/app/documents/show.php?
sangerDoc=129037.xml.
______. America Needs a Code for Babies. Discurso, 27 mar. 1934. In:
Margaret Sanger Papers. Disponível em:
https://www.nyu.edu/projects/sanger/webedition/app/documents/show.php?
sangerDoc=101807.xml.
16 “Letter From Margaret Sanger to Dr. C. J. Gamble, December 10, 1939”.
Genius. Disponível em: https://genius.com/Margaret-sanger-letter-from-
margaret-sanger-to-dr-cj-gamble-annotated.
17 GORDON, Linda. Woman’s Body, Woman’s Right: Birth Control in America.
New York: Penguin Books, 1990.
18 KUHL, Stefan. The Nazi Connection. New York: Oxford University Press,
1994. p. 34.
19 SANGER, Margaret. Human Conservation and Birth Control. Discurso, 3
mar. 1938. In: Margaret Sanger Papers. Disponível em:
https://www.nyu.edu/projects/sanger/webedition/app/documents/show.php?
sangerDoc=220126.xml.
20 WEIKART, Richard. From Darwin to Hitler. New York: Palgrave Macmillan,
2004. p. 9.
21 HITLER, Adolf. Mein Kampf. Trad. Ralph Manheim. Boston: Houghton
Mifflin, 1999. p. 286, 439-440.
22 WAGENER, Otto. Hitler: Memoirs of a Confidant. New Haven: Yale
University Press, 1987. p. 145-146.
23 HITLER, Adolf. Mein Kampf. Trad. Ralph Manheim. Boston: Houghton
Mifflin, 1999. p. 252.
24 BLACK, Edwin. The War Against the Weak. Washington, D.C.: Dialog
Press, 2013. p. 270.
25 ______. ______. p. 259.
26 KUHL, Stefan. The Nazi Connection. New York: Oxford University Press,
1994. p. 36, 46.
27 ______. ______. p. 277.
28 FREDRICKSON, George. Racism. Princeton: Princeton University Press,
2002. p. 2.
29 FONER, Eric. Introduction. In: HOFSTADTER, Richard. Social Darwinism in
America. Boston: Beacon Press, 1992. p. x-xi.
30 HOFSTADTER, Richard. Social Darwinism in America. Boston: Beacon
Press, 1992. p. 161.
31 FRANKS, Angela. Margaret Sanger’s Eugenic Legacy. Jefferson, NC:
McFarland & Co., 2005. p. 141.
Capítulo Sete
Führers Americanos 1 “Volkischer Beobachter, May 11, 1933”. In:
GOLDBERG, Jonah. Liberal Fascism. New York: Doubleday, 2007.
p. 148.
SCHIVELBUSCH, Wolfgang. Three New Deals. New York: Henry
Holt, 2006. p. 19.