Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Noções de Anatomia, Biologia, Fisiologia e Patologia Dos Animais - Pescado
Noções de Anatomia, Biologia, Fisiologia e Patologia Dos Animais - Pescado
Noções de Anatomia, Biologia, Fisiologia e Patologia Dos Animais - Pescado
Autor:
Nicolle Fridlund
29 de Junho de 2022
Sumário
Apresentação .................................................................................................................. 2
Desenvolvimento ............................................................................................................ 3
2.1 IMPORTÂNCIA DOS PEIXES ........................................................................................ 3
2.2 BIOLOGIA DOS PEIXES ........................................................................................... 13
2.3 ANATOMIA E FISIOLOGIA DOS PEIXES ........................................................................ 15
2.4 PATOLOGIA DOS PEIXES ......................................................................................... 29
2.5 INSPEÇÃO DE PESCADOS ........................................................................................ 42
Questões.................................................................................................................... 52
Conclusão .................................................................................................................. 59
Referências consultadas............................................................................................. 60
APRESENTAÇÃO
Olá! Bom tê-lo novamente aqui!
Ao final desta aula, teremos 10 QUESTÕES que já caíram em concursos para testar os
conhecimentos adquiridos até o momento.
Estamos aqui para auxiliá-lo na preparação para o concurso do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA)!
Vem com a gente!
DESENVOLVIMENTO
▪ Piscicultura (criação de peixes, em água doce e marina), é uma atividade zootécnica que
visa ao cultivo racional de peixes, exercendo particular controle sobre o crescimento, a
reprodução e alimentação destes animais, é uma atividade muito difundida e vem
sendo, constantemente aperfeiçoada com técnicas que envolvem conhecimento das
outras ciências.
▪ Malacocultura (produção de moluscos como ostras, mexilhões, caramujos e vieiras). A
criação de ostras é conhecida por Ostreicultura e a criação de mexilhão por Mitilicultura.
▪ Carcinicultura (criação de camarão em viveiros, ou ainda de caranguejo, siri).
▪ Algicultura (Cultivo macro ou microalgas).
▪ Ranicultura (Criação de rãs).
Com 13,7% da água doce disponível do planeta, um litoral de mais de oito mil quilômetros de
linha litoral, totalizando 4,5 milhões de km2 de Zona Econômica Exclusiva (ZEE), equivalente
ao tamanho da Amazônia, se estende desde o Cabo de Orange (5˚N) até o Chuí (34˚S),
situando-se, na maior parte, nas regiões tropicais e subtropicais o Brasil possui enorme
potencial para a aquicultura. Apenas com o aproveitamento de uma fração desta lâmina
d’água é possível criar com fartura, de forma controlada, peixes, crustáceos (camarões etc.),
moluscos (mexilhões, ostras, vieiras etc.) e algas, entre outros seres vivos. Mercado é o que
não falta. O consumo de pescado está em alta no mundo inteiro. O pescado é um alimento
saudável e cada vez mais procurado pela população, em todas as faixas de renda.
O Brasil é um dos poucos países que tem condições de atender à crescente demanda mundial
por produtos de origem pesqueira, sobretudo por meio da aquicultura.
A produção brasileira de pescados ainda é bem modesta, quando comparada as demais carnes
(aves, bovina e suína). A Figura abaixo demonstra as quantidades produzidas em milhões de
toneladas em 2012 e faz uma projeção para 2022, das diferentes proteínas animais:
O interessante é que o Brasil possui condições extremamente favoráveis para incrementar a sua
produção aquícola. Existem mais de 3,5 milhões de hectares de lâmina d’água em reservatório
de usinas hidrelétricas e propriedades particulares no interior do país. O país também conta com
uma extensa área marinha passível de uso sustentável para a produção em cativeiro.
Fauna ictiológica: Ramo da zoologia, ou ciência dos animais, que estuda os peixes. A
ictiologia compreende o estudo do desenvolvimento, da estrutura e dos hábitos dos peixes,
a classificação dos diferentes tipos de peixes e o estudo de sua distribuição geográfica e de
suas relações com o meio ambiente.
Maior classe de vertebrados: 24 mil espécies no mundo sendo 3 mil espécie na Amazônia.
Dentro das espécies cultivadas no Brasil destaca-se o cultivo espécies nativas e exóticas.
Segundo a FAO, o Brasil poderá se tornar um dos maiores produtores do mundo até
2030, ano em que a produção pesqueira nacional teria condições de atingir 20 milhões
de toneladas
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) usa uma definição genérica para
definir o que é “pescado”. E ainda diz que as normas previstas no RIISPOA são extensivas aos
gastrópodes terrestres, no que for aplicável.
Gastrópodes (gr. gaster = ventre + podos = pé): fazem parte da Classe Gastropoda, a maior e mais
diversa classe do filo Mollusca. Essa classe é composta por animais marinhos, terrestres e de água
doce. Um exemplo são os escargots, muito usados na gastronomia francesa.
TODO PEIXE PODE SER CONSIDERADO COMO PESCADO, PORÉM NEM TODO
PESCADO É PEIXE!!!
Vamos agora falar sobre as características organolépticas que os pescados frescos devem
apresentar:
I. Bivalves:
1) Estarem vivos, com valvas fechadas e com retenção de água incolor e límpida nas conchas;
2) Odor próprio e suave; e
3) Carne úmida, bem aderente à concha, de aspecto esponjoso, da cor característica de cada
espécie.
II. Cefalópodes:
1) Pele lisa e úmida;
2) Olhos vivos, proeminentes nas órbitas;
3) Carne firme e elástica;
4) Ausência de qualquer pigmentação estranha à espécie; e
5) Odor próprio.
III. Gastrópodes:
1) Carne úmida, aderida à concha, de cor característica de cada espécie;
2) Odor próprio e suave; e
3) Estarem vivos e vigorosos.
I.Carne de rã
1) Odor suave e característico da espécie;
2) Cor rosa pálida na carne, branca e brilhante nas proximidades das articulações;
3) Ausência de lesões e elementos estranhos; e
4) Textura firme, elástica e tenra.
O RIISPOA descreve que as características sensoriais acima são extensivas, no que for aplicável,
às demais espécies de pescado usadas na alimentação humana e que se aplicam ao pescado
fresco, resfriado ou congelado, recebido como matéria-prima, no que couber.
Os peixes, crustáceos e moluscos devem ser avaliados quanto às características sensoriais por
pessoal capacitado pelo estabelecimento, com utilização de tabela de classificação e pontuação
com embasamento técnico-científico, nos termos do disposto em normas complementares ou,
na sua ausência, em recomendações internacionais.
Nos casos em que a avaliação sensorial revele dúvidas acerca do frescor do pescado, deve-se
recorrer a exames físico-químicos complementares.
O Art. 211 define os parâmetros a serem atendidos para o pescado ser considerado fresco:
RIISPOA Art. 211. Pescado fresco é aquele que atende aos seguintes parâmetros físico-químicos complementares, sem
prejuízo da avaliação das características sensoriais:
I - pH da carne inferior a 7,00 (sete inteiros) nos peixes;
II - pH da carne inferior a 7,85 (sete inteiros e oitenta e cinco décimos) nos crustáceos;
III - pH da carne inferior a 6,85 (seis inteiros e oitenta e cinco décimos) nos moluscos; e
IV - bases voláteis total inferiores a 30 mg (trinta miligramas) de nitrogênio/100g (cem gramas) de tecido muscular.
§ 1º Poderão ser estabelecidos valores de PH e base voláteis totais distintos dos dispostos neste artigo para determinadas
espécies, a serem definidas em normas complementares, quando houver evidências científicas de que os valores naturais
dessas espécies diferem dos fixados.
§ 2º As características físico-químicas a que se refere este artigo são aplicáveis ao pescado fresco, resfriado ou congelado,
no que couber.
Biologia: todo piscicultor, para criar seus peixes, deve conhecer suas principais
características e sua maneira de viver, o que permite compreender as principais
relações do peixe com o meio em que se encontra.
• Pelágicos (do latim pelagos, que significa o "mar aberto"): os peixes que vivem
geralmente em cardumes, nadando livremente na coluna de água; fazem parte deste grupo
as sardinhas, as anchovas, os atuns e muitos tubarões.
• Demersais: os que vivem a maior parte do tempo em associação com o substrato, quer
em fundos arenosos como os linguados, ou em fundos rochosos, como as garoupas. Muitas
espécies demersais têm hábitos territoriais e defendem o seu território ativamente. Exemplos
são as moreias, que se comportam como verdadeiras serpentes aquáticas, atacando qualquer
animal que se aproxime do seu esconderijo.
• Batipelágicos: os peixes que nadam livremente em águas de grandes profundidades
(zona batial).
• Mesopelágicos: espécies que fazem grandes migrações verticais diárias, aproximando-
se da superfície à noite e vivendo em águas profundas durante o dia. Um exemplo desse grupo
são os peixes-lanterna.
• Anádromos: peixes que vivem geralmente no mar, mas se reproduzem em água doce;
• Catádromos: peixes que vivem nos rios (água doce), mas se reproduzem no mar (água
salgada);
• Anfídromos: peixes que mudam o seu habitat de água doce para salgada durante a
vida, mas não para se reproduzirem (normalmente por relações fisiológicas, ligadas à sua
ontogenia);
• Potamódromos: peixes que realizam as suas migrações sempre em água doce, dentro
dum rio ou dum rio para um lago; e
• Oceanódromos: peixes que realizam as suas migrações sempre em águas marinhas,
como os atuns.
CORPO: é geralmente alongado. A cabeça, o tronco e a cauda são contínuos, que permite ao
peixe deslizar facilmente na água. Seu corpo é coberto pela pele que, por sua vez, é coberta
por muco viscoso que protege. A maioria dos peixes tem escamas lisas sobre a pele
(estratificada com muitas glândulas secretoras de muco), imbricadas e dispostas como telhas
com função de proteção e diminuição do atrito com a água. Nos peixes Osteichhthyes existem
três tipos de escamas: cicloides, tenioides e ganoides, nos Chondrichthyes as escamas
placoides (possuem mesma estrutura que dentes humanos - homólogo aos dentes), com
interior de dentina.
O peixe é um vertebrado, portanto seu corpo é sustentado por um esqueleto. O qual que
confere a forma, sustenta seus músculos e lhe protege os órgãos internos. O esqueleto é
dividido em esqueleto axial constituído pelo crânio e pela coluna vertebral, e esqueleto
apendicular, constituído pelos elementos de sustentação das nadadeiras (guelras - arco
ósseo).
CABEÇA: Deve-se observar, na parte anterior do corpo, a cabeça, pois a forma desta é
característica e varia de acordo a alimentação. Os peixes que tem boca grande e dentes
afiados em geral são carnívoros; os que tem boca pequena, posta na parte inferior da
extremidade anterior da cabeça, são os que comem plâncton. No focinho estão as narinas,
cuja função é de cheirar, não de respirar. Alguns peixes tem filamentos sensoriais ao redor da
boca (“cat fish”). Na parte posterior da cabeça encontram-se dois ossos chatos, os opérculos
que protegem as brânquias.
TRONCO: Nestes se encontram os órgãos internos do peixe: estômago, intestino, fígado,
bexiga natatória, rins, ovários ou testículos.
CAUDA: é a parte posterior do corpo, que se encontra após o ânus e termina na nadadeira
caudal.
Sistema digestivo: é completo. Composto basicamente por boca, faringe, esôfago, estômago
e intestino. Apresenta glândulas anexas como o pâncreas e o fígado. A boca pode ser inferior
(peixes cartilaginosos) ou anterior (peixes ósseos). Na faringe, abrem-se as fendas branquiais.
O esôfago é curto, seguido pelo estômago, esse órgão sofre as mais pronunciadas adaptações
trópicas e correlações com a sua forma segunda a natureza da dieta. Observa-se que em
Os peixes cartilaginosos possuem no intestino uma estrutura que permite maior superfície de
absorção do alimento, denominada válvula espiral ou tiflosolis (dobra intestinal também
encontrada nos anelídeos).
Já nos peixes ósseos há estruturas com função semelhante: são os cecos pilóricos.
00718223993
Sistema respiratório: os peixes, de maneira geral, respiram por meio de brânquias (guelras),
que são projeções filamentosas e ricas em vasos sanguíneos, localizadas nos arcos entre as
fendas branquiais.
Brânquias são órgãos especializados em realizar trocas gasosas entre o meio aquático e o
sangue animal. O suprimento constante de gás oxigênio e a remoção do gás carbônico são
garantidos pela circulação constante da água em torno dos filamentos branquiais. Existem
espécies que se adaptam a outros tipos de respiração (bexiga natatória, pele) sempre que não
for possível respirar por meio das brânquias por falta de oxigênio ou água. As brânquias
retiram o oxigênio dissolvido na água (eventualmente do ar). As trocas de gases faz-se através
da membrana das lamelas branquiais, sobre as quais passa continuamente uma corrente de
água. Para isso, os peixes engolem água pela boca, esta passa pelas brânquias e saem pelas
fendas dos opérculos. Para que os peixes respirem é necessário haver oxigênio em
quantidades suficiente de água. Quanto mais quente a água, menos oxigênio terá dissolvido,
portanto, as espécies de água quentes tem menos necessidades de oxigênio no seu meio
ambiente do que os de água fria.
É uma estrutura óssea que protege as brânquias nos peixes ósseos.
Os peixes ósseos desenvolveram um mecanismo que fez a água circular pelas brânquias
mesmo quando estão parados. Eles abaixam o “assoalho” de sua cavidade bucal, de modo a
aspirar água pela boca e, em seguida, abrem os opérculos e forçam água a sair pelas fendas
brânquias. A fina camada de células que recobre os filamentos branquiais permite que o
sangue ai presente se abasteça de gás oxigênio e elimine o gás carbônico.
Algumas poucas espécies de peixes ósseos respiram no meio aéreo, por uma bolsa ricamente
vascularizada, pulmão, ligada à faringe. Esses organismos, conhecidos como peixes dipnoicos
ou pulmonados, são capazes de encher seu pulmão de ar, do qual o sangue retira o gás
oxigênio, eliminando o excesso de gás carbônico. Esses peixes pulmonares podem resistir a
longos períodos de seca, quando permanecem entocados em buracos no fundo lamacento
dos rios. Acredita-se que esse tipo de respiração era usado pelos ancestrais dos peixes ósseos,
os quais viviam em água doce pobre em gás oxigênio e teriam desenvolvido esse mecanismo
como auxiliar da respiração branquial. O primitivo pulmão perdurou nos peixes pulmonados
atuais, enquanto nos demais osteíctes transformou-se em uma bolsa com gases, a bexiga
natatória. A função dessa bolsa é atuar como órgão flutuador, regulando a densidade do
!∀#∃∀% ∋%%∀(%
corpo do peixe. Quando o peixe se aproxima da superfície, os gases dissolvidos no sangue
passam para a bexiga natatória, enchendo-se e diminuindo a densidade corporal, que fica
ajustada para pequena profundidade. Quando o peixe se desloca para profundidades
maiores, os gases da bexiga natatória passam para o sangue, o que aumenta a densidade
corporal, ajustando-a a nova situação.
Sistema circulatório: os peixes têm sistema circulatório fechado, composto por artérias,
veias, capilares sanguíneos e por um coração com apenas duas câmaras: um átrio (ou
aurícula) e um ventrículo. Quando a parede do ventrículo se contrai, o sangue é impulsionado
para uma artéria de grande calibre, a aorta. Pela aorta, o sangue é conduzido até as brânquias,
onde os vasos se ramificam intensamente, formando finíssimos capilares sanguíneos. Nas
brânquias, o sangue circula próximo da água e é oxigenado, ao mesmo tempo em que se livra
do excesso de gás carbônico. Ao deixar as brânquias, o sangue está rico em oxigênio e pobre
em gás carbônico, sendo por isso denominado de sangue arterial. Das brânquias, o sangue
arterial é conduzido por artérias até diversas partes do corpo, onde circula em capilares
finíssimos, fornecendo gás oxigênio aos tecidos e deles removendo o gás carbônico.
Depois de retornar ao coração pelo interior das veias, desemboca em uma bolsa de parede
fina, o seio venoso, o coração passa para o átrio cardíaco (aurícula). A contração do átrio força
o sangue em direção do ventrículo, que o bombeia, em seguida, para a artéria aorta fechando
o ciclo. A circulação em peixes é considerada SIMPLES, pois o sangue percorre um único
circuito. Não há mistura de sangue venoso e arterial: circulação completa.
Porém nos peixes dipnoicos o coração é dividido em dois átrios e ocorre a formação de
ventrículos (parcialmente divididos), de modo que a circulação pode ser considerada dupla.
O átrio esquerdo recebe sangue do pulmão e o reconduz pelo ventrículo esquerdo a aorta
dorsal que o transporta para os tecidos corporais. O sangue flui por veias até o ventrículo
direito que o encaminha às guelras das quais é levado por ductos até a aorta dorsal ou para
o pulmão novamente.
Sistema Excretor: o sistema excretor dos peixes, como dos outros vertebrados, regula o
conteúdo de água do corpo, mantém o equilíbrio salino adequado e elimina os resíduos
nitrogenados. Os órgãos excretores dos peixes são um par de rins (do tipo mesonéfrico,
formado por uma série de túbulos renais), localizados na parte superior da cavidade
abdominal, logo acima da bexiga natatória. Os peixes marinhos não têm glomérulos nos
túbulos renais, portanto não tem filtração do sangue ao nível das cápsulas de Bowman. Os
rins retiram do sangue as excretas nitrogenadas, eliminando-os na forma de uma solução
aquosa chamada urina. A substância nitrogenada excretada pela maioria dos peixes é a
amônia (peixes ósseos) e a ureia (nos peixes cartilaginosos). A urina dos peixes ósseos é
conduzida por meio de ureteres até um poro excretor localizado perto do ânus. Nos peixes
cartilaginosos, os condutos vindos dos rins desembocam na cloaca, uma câmara na qual
também se abrem o intestino e os dutos do sistema reprodutor. A maior parte das excretas
dos peixes, no entanto, é eliminada através das brânquias.
Sistema Reprodutor: os peixes têm reprodução sexuada e são dioicos. Entre eles, pode
ocorrer tanto fecundação externa (as células sexuais são liberadas na água) ou fecundação
interna, e pode haver desenvolvimento direto (ovo) ou indireto (alevinos). Nos peixes os
sexos são separados, mas o reconhecimento externo é difícil. Há espécies hermafroditas.
Muitas vezes na época de reprodução, os machos tornam-se coloridos. Às vezes é possível
distinguir-se o sexo pelo orifício genito-urinário, principalmente nos Ciclidae. A idade e
tamanho a partir dos quais o peixe começa a se reproduzir variam em cada espécie e, dentro
de cada espécie, dependem das condições em que os animais vivem. A maioria dos peixes é
ovípara (fecundação interna - as fêmeas eliminam os ovos já fecundados, que se desenvolvem
na água.) e algumas outras ovovivíparas, isto é, as fêmeas retêm os ovos no interior do corpo
até o fim do desenvolvimento embrionário, “dando à luz” pequenos peixes, denominados
alevinos (larva), em adiantado grau de desenvolvimento e, em poucas espécies os embriões
se desenvolvem dentro do corpo da fêmea, alimentando-se de substâncias que retiram do
sangue materno por meio de uma estrutura equivalente a uma placenta; fala-se, nesse caso,
em espécies vivíparas.
Certas espécies só põe ovos uma vez por ano, outras se as condições forem favoráveis, o
fazem várias vezes por ano. Outras espécies não põe ovos se as águas permanecerem muito
frias.
Nos machos encontramos testículos, que estão dispostos no sentido longitudinal do corpo
como os ovários das fêmeas. O líquido espermático é expulso por um orifício genital, que
pode ser também o orifício urinário e o ânus. Neste caso chama-se cloaca. Na maior parte dos
peixes a fecundação é feita externamente, isto é, na água. A fêmea põe os óvulos e o macho
espalha os espermas por cima. Os ovos (óvulo fecundado) podem ser colocados em ninhos,
preparados pelos pais anteriormente (tilápia), podem grudar-se em plantas (carpa) ou parede
dos tanques (tucunaré) ou podem ser incubados na boca da mãe (nilótica). Após serem
fecundados, demoram um certo tempo para se abrir: é o chamado período de incubação. O
tempo de incubação varia com a espécie, e na mesma espécie, varia com a temperatura da
água. Quanto mais alta a temperatura, mais rápida a incubação.
Sistema Nervoso: os peixes, como os outros vertebrados, têm sistema nervoso bem
desenvolvido, que costuma ser dividido em: sistema nervoso central, constituído pelo
encéfalo e pela medula espinhal (ou medula nervosa), e sistema nervoso periférico,
constituído pelos nervos e gânglios nervosos.
O encéfalo é a porção anterior dilatada do tubo nervoso dos vertebrados. Ele apresenta
regiões bem diferenciadas, cujo tamanho e complexidade variam nos diferentes grupos de
vertebrados. Nas diversas regiões do encéfalo são processadas as informações captadas pelos
órgãos dos sentidos e trazidas até ele diretamente por nervos ou pela medula espinhal. A
medula espinhal é a porção tubular do tubo nervoso que percorre o dorso dos animais
vertebrados, protegida pela coluna vertebral. Da medula partem sinais nervosos que recebem
informações captadas pelos órgãos dos sentidos e transmitem instruções de ação aos
músculos. Nos peixes, a região do encéfalo relacionada com o olfato é muito desenvolvida.
Esse sentido é importantíssimo para animais adaptados ao meio aquático. Os salmões, por
exemplo, podem sentir o “cheiro” dos rios onde nasceram e segui-lo por dezenas de
quilômetros, muitos anos após terem partido para a vida no mar. Os órgãos responsáveis
pelos sentidos do paladar e do olfato (quimiorreceptores) dos peixes localizam-se nas
narinas, na boca e em outras partes do corpo.
Tanto os peixes cartilaginosos como os peixes ósseos possuem, ao longo das laterais do
corpo, uma série de estruturas sensoriais microscópicas capazes de detectar variações na
pressão da água ao redor. Essas estruturas formam uma linha em cada lado do corpo do peixe,
a linha lateral. Nos peixes ósseos, cada escama que recobre a linha lateral tem um pequeno
furo por onde o canal da linha lateral comunica-se com o ambiente. Os peixes também podem
detectar vibrações na água por meio do ouvido, localizado dentro da cabeça.
é limitada pela sua retina fraca que faz a distinção de objetos e outros peixes fiquem
dificultados. Pode-se observar facilmente a dificuldade de visão quando apagamos a maioria
das lâmpadas do aquário, mas mantemos ainda a luz ambiente. Nós conseguimos visualizar
todo o aquário e com certa perfeição, mas os peixes não conseguem perceber nossa
aproximação.
Audição: se a visão é o sentido mais ineficiente em contra partida a audição é muito aguçada.
Os peixes podem ouvir facilmente a grande distancias e nitidamente, qualquer ruído que é
ampliado pela massa líquida, sem contar que a água é um ótimo condutor de som. Com o
ouvido e as ramificações nervosas espalhadas pelas linhas laterais do corpo do peixe
percebem outra sensação (sentido) que para nós é desconhecido, que se chama
cientificamente de “Sentido espacial”. Com essa união de sentidos os peixes podem
pressentir chuvas, trovões e qualquer modificação no tempo. Certas espécies acasalam e
reproduzem com essas sensações. Portanto o simples fato de pisarmos em um carpete faz
que os peixes percebam a sua presença.
Olfato: dentro da água dificilmente os peixes podem sentir cheiro de qualquer substancia,
também pelo fato que a propagação na água de algum odor é muito mais lento do que
no ar. Os peixes possuem aberturas nasais entre “focinho” e os olhos que são protegidos
por válvulas que regulam a entrada e saída de água, permitindo assim que o peixe sinta o
cheiro. O olfato age diretamente com o paladar, portanto a percepção de cheiro está ligada
diretamente com o gosto. A grosso modo os peixes sentem em primeiro estágio o cheiro mas
logo o gosto. Se mudarmos bruscamente o alimento do peixe ou inserirmos algo que não faz
parte da cadeia alimentar, o peixe ira cheirá-lo e não identificando ira abocanhá-lo para sentir
o cheiro e no mesmo instante o seu gosto.
O coração é o órgão que bombeia o sangue de forma a que circule no corpo de todo o animal;
As brânquias ou guelras (termo vernáculo) são os órgãos da respiração, ou seja, é nelas que
ocorrem as trocas gasosas entre o sangue ou linfa, dos seus portadores, e a água;
Intestino é a víscera responsável pela absorção dos nutrientes após digeridos no estômago;
Poro genital é o orifício na extremidade terminal das gônadas, pelo qual se expelem os
gametas;
Fígado é responsável por armazenar e metabolizar as vitaminas, fazer a síntese das proteínas
plasmáticas, desintoxicação de toxinas químicas produzidas pelo organismo e desintoxicação
de toxinas químicas externas ao organismo.
Doenças ambientais
Em geral, quando os fatores ambientais afastam-se da faixa ótima para a espécie de peixe
cultivada ou quando ocorrem mudanças bruscas desses fatores podem surgir doenças
ambientais. Vários são os fatores geradores de doenças ambientais, tais como: variações de
temperatura, pH, sólidos em suspensão, toxinas endógenas e exógenas (efluentes, metais
pesados, toxinas orgânicas e industriais, gases, agrotóxicos, agentes terapêuticos ou
queimaduras pelo sol).
Doenças nutricionais
Estes problemas podem ter suas origens na fabricação, inadequação do balanço da dieta
para a espécie de peixe cultivado, armazenagem inadequada ou contaminação secundária.
Doenças Neoplásicas
Neoplasia (câncer) resulta do crescimento não controlado de células do próprio ser vivo.
Como no caso de humanos, o aparecimento de neoplasias é maior em peixes mais velhos e,
frequentemente, ocorre em apenas um número limitado de indivíduos do plantel. Quando
neoplasias tornam-se comuns em peixes em um cultivo, é preciso considerar a possibilidade
de contaminação da água por compostos químicos (compostos aromáticos, metais pesados),
problema genético, danos mecânicos (tanque ou viveiro mal construído, densidade
populacional elevada, excesso de sedimento em suspensão) ou infecção por vírus. Esses são
fatores que podem induzir ao aparecimento de neoplasias em peixes (assim como em outros
grupos animais).
Os fungos são conhecidos há muitos anos como importantes agentes patogênicos para os
peixes. São várias as doenças em que se manifestam, podendo adquirir o aspecto de infecções
tegumentares ou branquiais, como acontece com a saprolegniose ou branquiomicose, ou
então ter um carácter sistêmico, como a exofialose ou a infecção por Phoma herbarum ou
por Ichthyophonus hoferi.
Saprolegniose - Saprolegnia parasítica é um dos fungos branco ou cinza claro com aspecto
de algodão causadores da infecção. Nutrição inadequada e injúrias físicas propiciam a
infestação. Transporte e manejo de espécies tropicais como as tilápias, pacus, tambaquis e
tucunarés, entre outras, sob condições de baixa temperatura de inverno e de início de
primavera podem favorecer as infestações. A doença se manifesta inicialmente com
despigmentação de áreas na pele dos peixes seguida da multiplicação e elongação das hifas
(filamentos) formando os típicos tufos de algodão. Peixes mortos devem ser retirados dos
tanques.
Phoma herbarum - doença que geralmente se manifesta nas larvas e alevinos, os exemplares
infectados tem dificuldades de natação e manutenção do equilíbrio, mantendo-se no fundo
dos tanques, inclinados sobre um dos lados. Embora com capacidade de retornarem a posição
normal quando estimulados. Podem apresentar hemorragias extensas na nadadeira caudal e
em menor quantidade nas regiões laterais e ventrais do corpo. Internamente, verificam-se
lesões na bexiga natatória, inicialmente pequenas – 1 a 2 milímetros com cor branca, que se
localizam na região anterior do órgão.
Doenças parasitárias
Anisakis simplex é um nematoide que, na sua forma larvar, é extremamente frequente nos peixes
marinhos, enquanto que os adultos encontram-se em mamíferos marinhos, especialmente nas
águas polares e nas regiões mais frias das zonas temperadas.
O homem é o principal HD
de D. latum, mas outros
mamíferos podem manter
o ciclo por meio de um
mecanismo de transmissão
similar
Vamos ver agora alguns casos de Doenças Transmitidas por Alimentos relacionadas
aos pescados ocorridos no mundo, para entendermos a importância de uma
inspeção precisa e minuciosa nestes produtos:
§ 3º Para os fins deste Decreto, entende-se por unidade de beneficiamento de pescado e produtos de pescado
o estabelecimento destinado à recepção, à lavagem do pescado recebido da produção primária, à manipulação,
ao acondicionamento, à rotulagem, à armazenagem e à expedição de pescado e de produtos de pescado, que
pode realizar também sua industrialização. (Redação dada pelo Decreto nº 10.468, de 2020)
§ 4º Para os fins deste Decreto, entende-se por estação depuradora de moluscos bivalves o estabelecimento
destinado à recepção, à depuração, ao acondicionamento, à rotulagem, à armazenagem e à expedição de
moluscos bivalves.
§ 5º O exame será repetido caso decorra período superior a vinte e quatro horas entre a primeira avaliação e o
momento do abate. (Redação dada pelo Decreto nº 9.069, de 2017)
§ 6º Dentre as espécies de abate de pescado, somente os anfíbios e os répteis devem ser submetidos à inspeção
ante mortem. (Incluído pelo Decreto nº 9.069, de 2017)
A Seção III descreve os aspectos gerais da inspeção post mortem e a Subseção VI traz
os requisitos específicos para pescados.
Art. 204. Na inspeção de pescado, além do disposto nesta Subseção e em norma complementar, aplica-se, no
que couber, o disposto na Seção III deste Capítulo.
Parágrafo único. A terminologia post mortem não se aplica às espécies de pescado comercializadas vivas.
(Revogado pelo Decreto nº 10.468, de 2020)
Art. 204-A. É vedado o abate e o processamento de anfíbios e répteis que não atendam ao disposto na legislação
ambiental. (Incluído pelo Decreto nº 10.468, de 2020)
Art. 204-B. As carcaças, as partes e os órgãos de anfíbios e répteis que apresentem lesões ou anormalidades que
possam torná-los impróprios para consumo devem ser identificados e conduzidos a um local específico para
inspeção. (Incluído pelo Decreto nº 10.468, de 2020)
Parágrafo único. As carcaças, partes e órgãos de anfíbios e répteis julgados impróprios para consumo humano
serão condenadas. (Incluído pelo Decreto nº 10.468, de 2020)
Art. 204-C. Nos casos de aproveitamento condicional, o pescado deve ser submetido a um dos seguintes
tratamentos: (Incluído pelo Decreto nº 10.468, de 2020)
O pescado proveniente da fonte produtora não pode ser destinado à venda direta ao
consumidor sem que haja prévia fiscalização, sob o ponto de vista industrial e sanitário.
O estabelecimento que recebe pescado oriundo da produção primária deve possuir cadastro
atualizado de fornecedores que contemple os produtores e as embarcações de pesca.
A recepção e o processamento do pescado capturado ou colhido sem atenção ao disposto nas
legislações ambientais e pesqueiras são proibidos.
O pescado utilizado como matéria-prima para consumo humano direto ou para a
industrialização deve ser previamente lavado de forma a promover a limpeza, a remoção de
sujidades e microbiota superficial.
Art. 209. Sem prejuízo das disposições deste Capítulo, os controles do pescado e dos seus
produtos realizados
pelo estabelecimento abrangem, no que for aplicável: (Redação dada pelo Decreto nº 10.468, de 2020)
I - análises sensoriais;
II - indicadores de frescor;
III - controle de histamina, nas espécies formadoras;
IV - controle de biotoxinas ou de outras toxinas perigosas para saúde humana; e
V - controle de parasitas”.
Falando em novo RIISPOA, vamos ver mais alguns Artigos trazidos por ele,
referentes à inspeção de pescados:
“Art. 207. São vedados a recepção e o processamento do pescado capturado ou colhido sem atenção ao disposto
nas legislações ambientais e pesqueiras”.
Art. 207-A. O estabelecimento é responsável por garantir a identidade, a qualidade e a rastreabilidade do
pescado, desde sua obtenção na produção primária até a recepção no estabelecimento, incluído o transporte.
(Incluído pelo Decreto nº 10.468, de 2020)
§ 1º O estabelecimento que recebe pescado oriundo da produção primária deve possuir cadastro atualizado de
fornecedores que contemplará, conforme o caso, os produtores e as embarcações de pesca. (Incluído pelo
Decreto nº 10.468, de 2020)
§ 2º O estabelecimento que recebe pescado da produção primária é responsável pela implementação de
programas de melhoria da qualidade da matéria-prima e de educação continuada dos fornecedores. (Incluído
pelo Decreto nº 10.468, de 2020)
Art. 207-B. Quando o desembarque do pescado oriundo da produção primária não for realizado diretamente no
estabelecimento sob SIF, deve ser realizado em um local intermediário, sob controle higiênico-sanitário do
estabelecimento. (Incluído pelo Decreto nº 10.468, de 2020)
§ 1º O local intermediário de que trata o caput deve constar no programa de autocontrole do estabelecimento
ao qual está vinculado. (Incluído pelo Decreto nº 10.468, de 2020)
§ 2º O estabelecimento deve assegurar: (Incluído pelo Decreto nº 10.468, de 2020)
I - a rastreabilidade do pescado recebido; e (Incluído pelo Decreto nº 10.468, de 2020)
II - que as operações realizadas no local intermediário de que trata o caput: (Incluído pelo Decreto nº 10.468, de
2020)
a) não gerem prejuízos à qualidade do pescado; e (Incluído pelo Decreto nº 10.468, de 2020)
b) não sejam de caráter industrial, facultados a lavagem superficial do pescado com água potável, sua
classificação, seu acondicionamento em caixas de transporte e adição de gelo, desde que haja condições
apropriadas para estas finalidades. (Incluído pelo Decreto nº 10.468, de 2020)
Art. 208. É obrigatória a lavagem prévia do pescado utilizado como matéria-prima para consumo humano direto
ou para a industrialização de forma a promover a limpeza, a remoção de sujidades e microbiota superficial”.
“Art. 212. Nos estabelecimentos de pescado, é obrigatória a verificação visual de lesões atribuíveis a doenças
ou infecções, bem como a presença de parasitas.
Parágrafo único. A verificação de que trata o caput deve ser realizada por pessoal capacitado do estabelecimento,
nos termos do disposto em normas complementares ou, na sua ausência, em recomendações internacionais”.
(Redação dada pelo Decreto nº 10.468, de 2020)
Algumas espécies são potencialmente patogênicas para o homem, sendo o risco de infecção
pronunciado em relação às que penetram na musculatura dos peixes.
“Art. 213. É autorizada a sangria, a evisceração e o descabeçamento a bordo do pescado. (Redação dada pelo
Decreto nº 10.468, de 2020)
§ 1º O estabelecimento deve dispor em seu programa de autocontrole, com embasamento técnico, sobre:
(Incluído pelo Decreto nº 10.468, de 2020)
I - o tipo de pesca; (Incluído pelo Decreto nº 10.468, de 2020)
II - o tempo de captura; (Incluído pelo Decreto nº 10.468, de 2020)
III - o método de conservação; (Incluído pelo Decreto nº 10.468, de 2020)
IV - a espécie de pescado a ser submetida as atividades de que trata o caput; e (Incluído pelo Decreto nº 10.468,
de 2020)
V - os requisitos das embarcações que podem realizar as atividades de que trata o caput. (Incluído pelo Decreto
nº 10.468, de 2020)
§ 2º Na recepção, o pescado objeto das atividades de que trata o caput deve ser submetido pelo estabelecimento
ao controle de qualidade, com análises sensoriais e avaliação de perigos químicos, físicos e biológicos. (Incluído
pelo Decreto nº 10.468, de 2020)
“Art. 214. É permitida a destinação industrial do pescado que se apresentar injuriado, mutilado, deformado,
com alterações de cor, com presença de parasitas localizados ou com outras anormalidades que não o tornem
impróprio para o consumo humano na forma em que se apresenta, nos termos do disposto em normas
complementares ou, na sua ausência, em recomendações internacionais”. (Redação dada pelo Decreto nº 10.468,
de 2020)
“Art. 215. Nos casos do aproveitamento condicional a que se refere esta Subseção, o pescado deve ser
submetido, a critério do SIF, a um dos seguintes tratamentos: (Revogado pelo Decreto nº 10.468, de 2020)
I - congelamento; (Revogado pelo Decreto nº 10.468, de 2020)
II - salga; ou(Revogado pelo Decreto nº 10.468, de 2020)
III – calor.” (Revogado pelo Decreto nº 10.468, de 2020)
PADRÃO
LEGAL
“Art. 217. O pescado, suas partes e seus órgãos com lesões ou anormalidades que os tornem impróprios para
consumo devem ser segregados e condenados. (Redação dada pelo Decreto nº 10.468, de 2020)
TECNICAMENTE, sabe-se que o congelamento a -20 °C pelo período de sete dias, ou a -35 °C por
período não inferior a 15 horas para os produtos destinados ao consumo cru, ou média cocção são
eficientes.
Salga e conserva reduzem o perigo mas não o eliminam completamente. Larvas de nematódeos são
capazes de sobreviver em salgas a 21% (p/p) em sal.
Outro procedimento redutor do perigo, em número de parasitas é a remoção das vísceras do peixe
e a observação física da carne no processo de filetagem, com o uso de luz direcionada contra a carne,
permitindo a localização dos nódulos encistados.
“Art. 278. Para os fins deste Decreto, miúdos são os órgãos e as partes de animais de abate julgados aptos para
o consumo humano pela inspeção veterinária oficial, conforme especificado abaixo:
I - nos ruminantes: encéfalo, língua, coração, fígado, rins, rúmen, retículo, omaso, rabo e mocotó;
II - nos suídeos: língua, fígado, coração, encéfalo, estômago, rins, pés, orelhas, máscara e rabo;
III - nas aves: fígado, coração e moela sem o revestimento interno;
IV - no pescado: língua, coração, moela, fígado, ovas e bexiga natatória, respeitadas as particularidades de cada
espécie;
V - nos lagomorfos: fígado, coração e rins; e
VI - nos equídeos: coração, língua, fígado, rins e estômago”.
“Art. 327. Poderá ser autorizada a fabricação de ingredientes ou insumos destinados à alimentação animal tais
como a farinha de carne, a farinha de sangue, a farinha de carne e ossos, a farinha de vísceras, a farinha de penas,
a farinha de penas e vísceras, a farinha de pescado e outros nas dependências anexas aos estabelecimentos de
abate destinadas ao processamento dos subprodutos industriais”. (Revogado pelo Decreto nº 10.468, de 2020)
“Art. 499. Além dos casos previstos no art. 497, o pescado ou os produtos de pescado devem ser
considerados impróprios para consumo humano, na forma como se apresentam, quando:
I - estejam em mau estado de conservação e com aspecto repugnante;
II - apresentem sinais de deterioração;
III - sejam portadores de lesões ou doenças;
IV - apresentem infecção muscular maciça por parasitas;
V - tenham sido tratados por antissépticos ou conservadores não autorizados pelo Departamento de Inspeção
de Produtos de Origem Animal;
VI - tenham sido recolhidos já mortos, salvo quando capturados em operações de pesca; ou
VII - apresentem perfurações dos envoltórios dos embutidos por parasitas”.
Entende-se por derivados do pescado os produtos e subprodutos, comestíveis ou não, com ele
elaborados no todo ou em parte.
O Art. 332 descreve que:
“Art. 351. Na elaboração de produtos não comestíveis de pescado devem ser seguidas, naquilo que lhes for
aplicável, as exigências referentes aos produtos não comestíveis previstas neste Decreto e o disposto em
legislação específica”. (Revogado pelo Decreto nº 10.468, de 2020)
QUESTÕES
01. (SANTA CASA) A principal estrutura responsável pela propulsão dos peixes é:
A. bexiga natatória;
B. nadadeira peitoral;
C. nadadeira dorsal;
D. nadadeira ventral;
E. nadadeira caudal.
04. (PUC) Os peixes marinhos sempre absorvem água e sal em quantidade. O excesso de
sais é excretado:
A. pela pele;
B. pelas brânquias;
C. pelos rins;
D. pelo intestino;
E. pelo ânus.
05. (UBERABA) Peixes que migram da água doce para o mar para desovar são:
A. dóldromos
B. catádromos
C. saládromos
D. anádromos
E. pinóticos
07. (FATEC) Nos peixes cartilaginosos encontramos a tiflosolis, dobra intestinal também
encontrada em:
A. poríferos
B. platielmintes
C. asquielmintes
D. anelídeos
E. moluscos
08. Alguns peixes marinhos não têm glomérulos nos túbulos renais. Em consequência:
A. há, obrigatoriamente, grande perda de água na secreção;
B. a amônia passa diretamente das células para o sangue;
C. não há filtração do sangue ao nível das cápsulas de Bowman;
D. não há reabsorção de materiais no sistema excretor;
E. os rins não são utilizados para a excreção da uréia.
QUESTÃO RESPOSTA
1 E
2 B
3 E
4 B
5 B
6 C
7 D
8 C
9 C
10 E
04. Os peixes marinhos sempre absorvem água e sal em quantidade. O excesso de sais é
excretado:
A. pela pele;
B. pelas brânquias;
C. pelos rins;
D. pelo intestino;
E. pelo ânus.
A alternativa correta é a letra “B”.
Conforme vimos nesta aula, a maior parte das excretas dos peixes é eliminada através das
brânquias.
05. Peixes que migram da água doce para o mar para desovar são:
A. dóldromos
B. catádromos
C. saládromos
D. anádromos
E. pinóticos
A alternativa correta é a letra “B”.
Catádromos são peixes que vivem nos rios (água doce), mas se reproduzem no mar (água
salgada).
06. A tilápia é espécie criada por atender às formas de produção e aos consumidores. Na
tilapicultura é importante se ter em mente as condições que permitirão obter produto com
qualidade. Quanto à tilapicultura, analise:
I. a tilápia tem conforto térmico na faixa de 15 a 35oC, com bom desenvolvimento entre
26 a 28oC.
II. a tilápia é a espécie de água doce mais cultivada no Brasil, sendo considerado o Ceará
o maior produtor e consumidor de tilápia do Brasil.
III. maior custo de produção de tilápia se refere à mão de obra, uma vez que as fontes
alimentares podem ser variadas alternativas
IV. a depuração da tilápia é o processo que visa garantir sua qualidade organoléptica e
reduzir a contagem microbiana superficial.
Estão corretas apenas as afirmativas:
A. II e IV
B. I, II e IV
C. I, II, III e IV
D. I, II e III
E. I e II
07. Nos peixes cartilaginosos encontramos a tiflosolis, dobra intestinal também encontrada
em:
A. poríferos
B. platielmintes
C. asquielmintes
D. anelídeos
E. moluscos
A alternativa correta é a letra “D”.
Conforme vimos nesta aula, os peixes cartilaginosos possuem no intestino uma dobra
intestinal que permite maior superfície de absorção do alimento, válvula espiral ou tiflosolis
também encontrada nos anelídeos.
08. Alguns peixes marinhos não têm glomérulos nos túbulos renais. Em consequência:
A. há, obrigatoriamente, grande perda de água na secreção;
B. a amônia passa diretamente das células para o sangue;
C. não há filtração do sangue ao nível das cápsulas de Bowman;
D. não há reabsorção de materiais no sistema excretor;
E. os rins não são utilizados para a excreção da ureia.
A alternativa correta é a letra “C”.
Conforme vimos nesta aula, os órgãos excretores dos peixes são um par de rins (do tipo
mesonéfrico, formado por uma série de túbulos renais), localizados na parte superior da
cavidade abdominal, logo acima da bexiga natatória. Os peixes marinhos não têm glomérulos
nos túbulos renais, portanto não tem filtração do sangue ao nível das cápsulas de Bowman.
10. Na prática da inspeção industrial e sanitária do pescado, este é considerado impróprio para
o consumo quando:
A. for encontrado, na inspeção post mortem, algum parasita em vísceras ou musculatura.
B. for capturado em águas pertencentes a um estado da federação e comercializado em
outro.
C. for capturado por métodos não convencionais de pesca previamente conhecidos para a
espécie.
D. for portador de microrganismos que comprometem a sustentabilidade econômica do
cultivo.
E. apresentar sinais de deterioração.
A alternativa correta é a letra “E”.
Como estudamos nesta Aula, conforme o Artigo 499 do RIISPOA, considera-se impróprio para o
consumo, o pescado:
“Art. 499. Além dos casos previstos no art. 497, o pescado ou os produtos de pescado devem
ser considerados impróprios para consumo humano, na forma como se apresentam, quando:
I - estejam em mau estado de conservação e com aspecto repugnante;
II - apresentem sinais de deterioração;
III - sejam portadores de lesões ou doenças;
IV - apresentem infecção muscular maciça por parasitas;
V - tenham sido tratados por antissépticos ou conservadores não autorizados pelo Departamento de Inspeção
de Produtos de Origem Animal;
VI - tenham sido recolhidos já mortos, salvo quando capturados em operações de pesca; ou
VII - apresentem perfurações dos envoltórios dos embutidos por parasitas”.
CONCLUSÃO
Chegamos ao final da aula, na qual abordamos a biologia, anatomia, fisiologia e patologia dos
peixes.
Professora Nicolle
REFERÊNCIAS CONSULTADAS
LOPERA-BARRERO, N. M.; RIBEIRO, R. P.; POVH, J. A. Produção de organismos aquáticos –
Uma visão geral no Brasil e no mundo. Agro livros, 2011. 317p.
RIBEIRO, P. A. P.; COSTA, L. S.; ROSA, P. V. Manejo alimentar em piscicultura convencional.
Revista eletrônica Nutritime, Artigo 109. V. 7, n. 21189-1196, 2010.
SOUSA, E., C., P., TEIXEIRA FILHO, A. R. Piscicultura fundamental. Editora: Nobel. São Paulo,
1985.
OGAWA, M.; MAIA, E. L. Manual de pesca Ciência e Tecnologia do pescado. São Paulo:
Varela, 1999. 430p.
OSTRENSKY, A. Piscicultura: fundamentos e técnicas de manejo. Guaíba: Agropecuária,
1998. 211p.
PAVANELLE, G. C.; EIRAS, J. C.; TAKEMOTO, R. M. Doenças de peixes profilaxia, diagnóstico e
tratamento. 2˚Ed. Maringá: Eduem, 2002. 305p.
WOYNAROVICH, E.; HORVATH, L. A propagação artificial de peixes de águas tropicais – Manual
de Extensão. Brasília: FAO/CODEVASF/CNPq, 1983. 220p.
Sites consultados:
EMBRAPA – EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA
MAPA – MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO
www.agricultura.gov.br