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Em defesa

da superinterpretação-CAP.5
Jonathan Culler

II SEMINÁRIO LITERATURA E ENSINO


INTRODUÇÃO

MARTA
Jonathan Culler se propõe a
comentar as conferências de Umberto
Eco “Interpretação e
superinterpretação”, mas também
trará para seu comentário o ensaio de
Richard Rorty.
“A convicção do pragmatista de que todos os
antigos problemas e distinções podem ser
jogados fora [...] tem a virtude da
simplicidade, mas a dificuldade de
negligenciar os problemas com que Umberto
Eco e muitos outros se confrontaram [...]”
“[...] a interpretação só é interessante
quando é extrema. A interpretação modera
[...] é de pouco interesse.”
Jonathan Culler diz acreditar que o
próprio Umberto Eco acha a
superinterpretação mais interessante
e justifica dizendo que em suas
conferências, ele não se detém numa
interpretação adequada, mas se
debruça na interpretação rosa-cruz.
Culler julga o termo
superinterpretação tendencioso
Porque incorre em princípio de
petição e não apreende os problemas
que Eco deseja abordar.
Para suplantar as crítica à
superinterpretação, Culler, ele vai
analisar dois exemplos abordados por
Eco nas conferências:
O texto de Rossetti, sobre Dante
O texto “A slumber did my spirit
seal”
Sobre o primeiro, Culler concorda com Eco de
que Rossetti tentou extrair uma temática
rosa-cruz dos elementos de um dos motivos,
que de fato não aparecem juntos. Tentou
explicar a importância desses motivos, da qual
não existe nenhum indício mas não considera
que isso tenha sido superinterpretação, mas
subinterpretação.
Sobre o primeiro, Culler concorda com Eco de
que Rossetti tentou extrair uma temática
rosa-cruz dos elementos de um dos motivos,
que de fato não aparecem juntos. Tentou
explicar a importância desses motivos, da qual
não existe nenhum indício mas não considera
que isso tenha sido superinterpretação, mas
subinterpretação.
Para Eco é um caso de superinterpretação
porque Hartman diz ouvir sugestões de um
motivo fúnebre, um potencial trocadilho
Ouve a palavra tears (lágrimas) evocada pela
série de rimas construídas fears, hears, years
A Slumber did my Spirit Seal
BY WILLIAM WORDSWORTH
A slumber did my spirit seal;
I had no human fears:
She seemed a thing that could not feel
The touch of earthly years.

No motion has she now, no force;


She neither hears nor sees;
Rolled round in earth's diurnal course,
With rocks, and stones, and trees.
Interpretação paranoide
Se o nosso interesse é apenas receber as
mensagens enviadas, a interpretação paranoide
é contraproducente
Mas se nosso interesse for acadêmico, um
pouco de paranoia é essencial
Se o interesse for entender os mecanismo da
interação linguística e social, o que Eco
chamaria de superinterpretação são perguntas
necessárias
I ESTUDOS E
PERSPECTIVAS

IMACULADA
ECO chama de
Superinterpretação
A superinterpretação pode ser, na verdade, a
prática de fazer exatamente aquelas perguntas que
não são necessárias à comunicação normal, mas
que nos possibilitam refletir sobre seu
funcionamento.
“Oi, belo dia, não?”

O que significa o
Será que está
fato de esta ser uma Seriam hábitos ou
comprometido com
forma casual de formas fáticas
a indecisão?
cumprimento? diferentes?
Oposição formulada
Destaca COMPREENSÃO da
mesma forma que ECO, ao

por Wayne Booth leitor-modelo . Compreender é


fazer as perguntas e encontrar
as respostas em que o texto
insiste.
EXEMPLO:

“Era uma vez três


porquinhos”

-E daí, o que aconteceu?


-Leitor modelo
Compreensão
X x
-Por que três? SUPRACOMPREENDER
-Qual contexto?
Vantagem de oposição

Se a interpretação é a reconstrução da intenção do


É mais fácil enxergar a importância da texto, então tem determinadas perguntas que não
supracompreensão levam ao caminho(TEXTO EXEMPLO)

A crítica moderna não perguntam o que a obra tem


A prática da superinterpretação é
em mente, mas o que ela esquece, não o que ela
tendeciosa diz, mas o que toma como ponto pacífico.

BOOTH X ECO
Para ilustrar o objetivo da
supracompreensão, ele
pergunta:
perspectiva crítica de Little
Jack Horner.
Tomar a elucidação da intenção do texto
como objetivo dos estudos literários.
A alternativa para Frye, é uma poética
que procure descrever as convenções e Culler
estratégias pelas quais as obras
literárias conseguem seus efeitos.
Muitas obras de crítica literária são
interpretações na medida em que falam
de obras específicas, mas seu objetivo é
menos reconstruir o significado dessas
obras do que explorar os macanismos ou
estruturas através das quais funcionam
e assim esclarecer problemas gerais da
literatura, narrativa, linguagem
figurativa, tema, e assim por diante.
RORTY A ECO

o ponto decisivo na resposta do


professor rorty a eco não é,
portanto sua afirmação de que
há diferença entre usar texto e
interpretá-lo-de que ambos são
apenas udos do texto-mas que
deveríamos abandonar a busca
por códigos, nossa tentativa de
identificar mecanismos
estruturais e simplismente
desfrutar.
II ESTUDOS E
PERSPECTIVAS

FLÁVIO
Em “Philosophy and the mirror of
nature” (Filosofia e o espelho da
natureza), Richard rorty aponta o
empreendimento filosófico como
um sistema estruturado e com
relações contraditórias entre as
partes daquela estrutura. Tais
relações colocam em xeque o
caratér fundamental do
empreendimento filosófico.
Para Rorty não é necessário
compreender o funcionamento
dessas estruturas, mas apenas
utilizar os textos para seus
propósitos particulares.
Falando-se de literatura, na visão
de rorty, os estudiosos da
literatura não precisam preocupar-
se com o seu funcionamento, mas
apenas deterem-se em desfrutá-la
na esperança de encontrar alguma
obra que lhes mude a vida.
entretanto...

Os estudos literários são a


tentativa de compreensão do
funcionamento do sistema literário.
Sobre a desconstrução

o termo “desconstrução” foi


proposto pelo filósofo francês
Jaques Derrida e propõe que o
significado do texto está limitado
pelo contexto, entretanto o
contexto é ilimitado, levando o
texto a significar muito mais do que
aquilo que está posto, ou seja, o
sentido está muito além das
estruturas do texto.
Sobre a desconstrução em
Umberto Eco e Richard Para Rorty existem
Rorty estruturas ou mecanismos
textuais básicos, através dos
quais é possível descobrir
Para Eco, a desconstrução é coisas sobre o
condenável por ser uma forma funcionamento de um texto.
extrema de crítica, pois o texto
pode significar qualquer coisa que Rorty enxerga o erro da
o leitor queira.
desconstrução por ser
Eco acredita que os textos dão incapaz de de aceitar os
ampla margem ao leitor, mas que modos diferentes dos
existe um limite a essa significação. leitores usarem o texto.
Nesta divergência quem está certo?

Será que a desconstrução diz


que um texto significa o que um
leitor quer que signifique ou ou
será que tem estruturas a serem
descobertas?
Para finalizar Jonathan Culler afirma

“Seria triste realmente se o medo da


’superinterpretação’ nos levasse a evitar
ou reprimir o estado de assombro na
interação de textos e na
interpretação.” (p.146)
REFERÊNCIAS

CULLER, Jonathan. Em defesa da superinterpretação. in


ECO, Umberto. Interpretação e superinterpretação. 2.Ed.
São paulo: Martins Fontes, 2005. p.129 - 146.

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