Você está na página 1de 102

FUNDAMENTOS DA ERGONOMIA

O que é ergonomia ?
(e não ergonometria e muito menos ergologia)

Adaptação do trabalho ao ser humano:


O trabalho tem todo um pano de fundo de sofrimento:
* Em latim: trabalho = tripalium
trabalhar= tripaliare (torturar com o tripalium)
* Na bíblia: “ganharás o pão com o suor de teu rosto”
* Na Grécia antiga: duplo sentido: ponos = penalidade
ergon = criação

No sentido etimológico do termo:


Ergonomia significa estudo das leis do trabalho.
AZ
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ERGONOMIA

Não existe uma história propriamente dita sobre


ergonomia;
O conjunto de conhecimentos referentes ao homem
em atividade de trabalho permitiu o surgimento desta
disciplina;
Os primeiros estudos sobre o homem em atividade
profissional foram realizados por engenheiros, médicos
do trabalho e pesquisadores de diversas áreas de
conhecimento.

AZ
O termo ergonomia foi utilizado pela primeira vez, em
1857, pelo polonês W. Jastrzebowski, que publicou um
artigo intitulado “Ensaio de ergonomia ou ciência do
trabalho baseada nas leis objetivas da ciência da
natureza”.
Em 1949, um engenheiro inglês chamado Murrel criou na
Inglaterra a primeira sociedade nacional de ergonomia, a
“Ergonomic Research Society”.

AZ
Posteriormente, a ergonomia desenvolveu-se em
numerosos países industrializados, como a França, Estados
Unidos, Alemanha, Japão e países escandinavos.
Em 1959 foi fundada a “International Ergonomics
Association”.
Em 31 de agosto de 1983 foi criada a “Associação
Brasileira de Ergonomia”.
Em 1989 foi implantado o primeiro mestrado do país na
Universidade Federal de Santa Catarina.

AZ
CONCEITOS DE ERGONOMIA

Conceito da Ergonomics Research Society (U.K.):“


“A ergonomia é o estudo da relacionamento entre o
homem e o seu trabalho, equipamento e ambiente, e
particularmente a aplicação dos conhecimentos de
anatomia, fisiologia e psicologia na solução surgida
neste relacionamento”.

AZ
Conceito da International Ergonomics Association
(IEA):
“ A ergonomia é o estudo científico da relação entre o
homem e seus meios, métodos e espaços de trabalho. Seu
objetivo é elaborar, mediante a contribuição de diversas
disciplinas científicas que a compõem, um corpo de
conhecimentos que, dentro de uma perspectiva de
aplicação, deve resultar em uma melhor adaptação ao
homem dos meios tecnológicos e dos ambientes de trabalho
e de vida”.
AZ
Conceito da Associação Brasileira de Ergonomia
(ABERGO):
“A ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho às
características fisiológicas e psicológicas do ser
humano”.

AZ
DESENVOLVIMENTO ATUAL DA ERGONOMIA

Pode ser caracterizado segundo quatro níveis de


exigências:
As exigências tecnológicas: técnicas de produção;

As exigências econômicas: qualidade e custo de


produção;

As exigências sociais: melhoria das condições de


trabalho;

As exigências organizacionais: gestão participativa.

AZ
DIFERENTES ABORDAGENS em ERGONOMIA

1) Quanto a abrangência:
Ergonomia do posto de trabalho:

abordagem microergonômica
Ergonomia de sistemas de produção:

abordagem macroergonômica

AZ
2) Quanto a contribuição:
Ergonomia de concepção:
normas e especificações de projeto
Ergonomia de correção:
modificações de situações existentes
Ergonomia de arranjo físico:
melhoria de seqüências e fluxos de produção
Ergonomia de conscientização:
capacitação em ergonomia

AZ
3) Quanto a interdisciplinaridade:
Engenharia: projeto e produção ergonomicamente
seguros
Design: metodologia de projeto e design do produto
Psicologia: treinamento e motivação do pessoal
Medicina e enfermagem: prevenção de acidentes e
doenças do trabalho
Administração: projetos organizacionais e gestão de R.H.

AZ
DIFERENTES TIPOS DE ERGONOMIA

Ergonomia de projeto X Ergonomia industrial:

Ergonomia de projeto:

é a ergonomia preventiva no estágio de projeto

Ergonomia industrial:

é a ergonomia corretiva de situações existentes


AZ
Ergonomia do produto X Ergonomia da produção

Ergonomia do produto:

é a ergonomia de concepção de um dado objeto

Ergonomia da produção:

é a ergonomia de chão de fábrica

AZ
Ergonomia de laboratório X Ergonomia de campo
Ergonomia de laboratório:
é a pesquisa em ergonomia realizada em situação
controlada de laboratório;
Ergonomia de campo:
é a pesquisa em ergonomia realizada em situação
real de trabalho.

AZ
AZ
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Os comportamentos do homem no trabalho podem ser
estudados sob dois ângulos:
➨Sistema de transformação de energia: atividades motoras
(ou musculares) de trabalho, que permitem a transformação
da energia físico-muscular em energia mecânica de
aplicação de forças, de deslocamentos, de movimentos, de
manutenção de posturas,...
➨Sistema de recepção e tratamento de informação:
atividades cognitivas de trabalho, que permitem a detecção,
a percepção e o tratamento das informações recebidas do
meio ambiente de trabalho.AZ
Energias do meio ambiente
Sub-sistema de estocagem

Respostas verbais ou motoras


Memória de Memória de
longo-termo curto-termo

Olhos Discriminação Membros

Reconhecimento
Ouvidos Interpretação Posturas
de padrões

Outros Tomada de
órgãos
Voz
decisão
109 BIT/S 10² BIT/S 107 BIT/S
Sub-sistema Sub-sistema Sub-sistema
sensorial tratamento informação resposta

AZ
Fisiologia do Trabalho Muscular
➨A descrição do trabalho muscular permite evidenciar as
relações existentes entre o ser humano e seu posto de trabalho;
➨Sem detalhar os aspectos histológicos e bioquímicos, de pouco
interesse para a ergonomia, salientamos a existência dos
músculos sinérgicos e dos músculos de controle;
➨Os músculos sinérgicos são engajados principalmente nas
atividades dinâmicas. Os músculos de controle são engajados
nas contrações prolongadas.

AZ
Fisiologia do Trabalho Muscular
➨O tecido muscular é um tecido adaptado à contração.
Distingue-se:
➨ A contração estática ou isométrica;
➨ A contração dinâmica ou anisométrica.
➨A tensão desenvolvida ao nível da extremidade dos
tendões depende dos seguintes aspectos:
➨ número de fibras musculares excitadas;
➨ ângulo de articulação;
➨ estado do músculo;
➨ tipo de organização espacial das fibras;
➨ cor do músculo (branca ou vermelha).
AZ
Fisiologia do Trabalho Muscular
➨Toda atividade profissional necessita um trabalho muscular.
Este trabalho muscular é necessário tanto para a manutenção de
uma simples postura, quanto para a execução de gestos e
movimentos de trabalho;
➨O conhecimento da fisiologia muscular é a base dos estudos
ergonômicos do homem como um sistema de transformação de
energia, onde um arranjo físico do posto de trabalho pode
diminuir os gastos energéticos e a fadiga física produzida pela
realização de uma tarefa com forte solicitação muscular.

AZ
PROPRIEDADES ESSENCIAIS DOS MÚSCULOS:
➨O músculo é constituído de um grande número de fibras
musculares (de 100.000 à 1.000.000);
➨Este sistema de fibras é constituído de substâncias proteicas: a
actina e a miosina;
➨Este sistema de fibras apresentam dois estados possíveis:
contração ou relaxamento;

actina

miosina
Fibra contraída Fibra relaxada

AZ
AZ
Fisiologia do Trabalho Muscular
➨A contração muscular depende do influxo nervoso, por
intermédio de unidades motoras (uma unidade motora é
representada por uma fibra nervosa que aciona várias fibras
musculares);
➨No relaxamento, poucas unidades motoras são acionadas,
apenas aquelas responsáveis pela manutenção do tonus
muscular;
➨Quando de uma contração muscular, ocorre um recrutamento,
maior ou menor, de unidades motoras em função da intensidade
de contração. AZ
Atividade Muscular:
➨Cada fibra muscular se contrai com uma determinada
força e a força total do músculo é a soma das forças
das fibras envolvidas na contração;
➨A força absoluta do músculo está na faixa de 30 à 40
N/cm2 da seção transversal de músculo. Isto significa
que um músculo com 1cm2 de seção transversal pode
suportar de 3 à 4 Kg no sentido vertical;

AZ
Fisiologia do Trabalho Muscular

➨Os movimentos são comandados pelos centros


motores corticais com uma freqüência de estímulos
que leva a uma resposta do músculo em tétanos
perfeitos (40/s);
➨As intervenções dos centros motores são
conscientes, mas, na medida em que se estabelece um
condicionamento, a execução do movimento passa
ocorrer sem intervenção da consciência (automatismo).
AZ
Sinapse neuro-muscular

Sinapse interneuronal

Axônio
Músculo

Dendritos

Transmissão da informação
entre diversos elementos nervosos ou musculares
AZ
Aspectos físico-químicos da atividade muscular :
Toda atividade muscular implica em um gasto de energia.
Esta energia necessária à contração muscular é de origem
química:

➨O organismo produz trabalho a partir da energia química. A


alimentação aporta os nutrientes que, uma vez metabolizados no
organismo, servirão para cobrir as necessidades básicas e
energéticas do conjunto das células. É principalmente a partir dos
glicídeos e dos lipídeos que as necessidades energéticas serão
cobertas.
AZ
Fisiologia do Trabalho Muscular

Ao nível muscular esta cobertura se fará:


➨ diretamente, a partir da glicose ou do
metabolismo dos ácidos graxos, segundo o tipo de
músculo;
➨ indiretamente, a partir da fosfocreatina que se
decompõe em presença da ADP, em creatina e
ATP.
AZ
Fisiologia do Trabalho Muscular

Fosfatos ricos
Glicose em energia
Sem O2

Regeneração
Ácido láctico Ácido pirúvico
Contração muscular

Com O2
Com O2
Fosfatos pobres
H2o e CO2
em energia

Diagrama do metabolismo energético no trabalho muscular

Fluxo de energia
Rotas de reação
AZ
Fisiologia do Trabalho Muscular
Segundo o músculo, o metabolismo envolvido será diferente.
➨Musculatura estriada: respiração celular = principal fonte de
energia  fosforização oxidativa;
➨As células musculares estriadas são particularmente ricas em
mitocôndrias;
➨Utilizam em geral os ácidos graxos como principal combustível;
➨São músculos posturais ricamente vascularizados.

AZ
Fisiologia do Trabalho Muscular
➨Na musculatura lisa é a glicose que constitui a principal fonte

de energia para a refosforização da ADP.

Segundo o princípio da conservação da energia, a energia

química assim gasta, é restituída sob a forma de energia

mecânica (1/4) e de energia calorífica (3/4).

Durante um trabalho muscular, ocorre produção de dejetos

metabólicos ácidos, pirúvicos e láticos, que estão na origem da

acidez observada quando de um trabalho muscular intenso ou

anaeróbico. AZ
AZ
Fisiologia do Trabalho Muscular

O corpo humano como um sistema de alavancas:


➨Músculos, ossos e articulações formam diversas alavancas
no corpo. Para cada movimento há, no mínimo, dois
músculos que trabalham antagonicamente: quando um se
contrai, o outro se distende. Exemplo: flexão e extensão do
braço.
➨Os músculos funcionam de forma complexa, permitindo
várias combinações de movimentos.

AZ
Fisiologia do Trabalho Muscular
➨Alavanca interfixa: Ponto de apoio localizado entre a

Resistência e a Potência  Equilíbrio (ex: intervertebral)

➨Alavanca inter- resistente: Resistência esta localizada

entre a Potência e o Ponto de apoio  Força (ex: Flexão-

plantar - tornozelo)
➨Alavanca inter- potente: Potência está localizada em tre a

Resistência e o Ponto de Apoio  Velocidade (ex: Joelho)

AZ
Noção de trabalho muscular:
➨ A força muscular: é uma ação com direção, sentido e
intensidade. Ela varia em função:
dos músculos solicitados;
das atitudes (alongamento, obliqüidade e gravidade);
dos sujeitos (sexo, idade, lateralidade, treinamento).
➨ Trabalho estático: é um trabalho sem deslocamento
aparente. Corresponde às contrações musculares isométricas.
Este trabalho permite a manutenção dos segmentos ósseos
numa determinada atitude (postura, segurar um objeto,...)

AZ
➨ Trabalho dinâmico: trabalho que permite contrações

anisométricas sucessivas com alternância de relaxamentos

dos músculos. (ex: martelar, serrar, girar um volante ou

caminhar)

A atividade dinâmica resulta da ação:

dos músculos sinérgicos envolvidos no início do movimento;

dos músculos de controle que regulam o movimento em

curso da ação, permitindo assim a precisão do gesto.

AZ
Medida da força muscular: Dinamômetro.

Força muscular máxima: é a maior força que um sujeito pode


manter constante durante um determinado lapso de tempo (2 à 5
segundos).

AZ
Medida do trabalho muscular:
➨ Dinâmico: o trabalho é o produto da força aplicada pelo
deslocamento realizado. Ele se exprime em Joules (1 Kgm =
9,82 J = 2,35 Cal = 0,49 ml O2 ). Mede-se por meio de
ergômetros, bicicletas ou esteiras ergométricas.
➨ Estático: a partir do momento em que este tipo de
trabalho muscular foi definido como um trabalho sem
deslocamento, do ponto de visto físico do termo não existe
trabalho. Para avaliar a intensidade deste tipo de atividade
muscular, pode-se medir o gasto energético que ele
provoca. Entretanto, é preciso saber que esta medida é
sempre sub-avaliada. AZ
Eletromiografia: avalia o envolvimento do número, mais
ou menos importante, de unidades motoras no interior de
cada músculo.

AZ
AZ
CAPACIDADES DE TRABALHO DE UM MÚSCULO:

➨ Capacidade de trabalho estático: é o produto da força


exercida (F) pelo tempo máximo ou limite (t lim ), durante o qual a
força pode ser exercida.
Quando F é máxima, o tempo limite é de 2,5 à 10 s
abaixo de 20% da Fmax , a contração pode ser mantida
durante um tempo teoricamente ilimitado;
acima de 20% da Fmax , o t lim de manutenção (aparecimento
de fadiga) é função do nível de contração.

AZ
➨ Capacidade de trabalho dinâmico:

potência de pico: potência máxima em um

trabalho dinâmico ativo;

potência crítica: potência que pode ser mantida

sem limite de tempo.

Ex: exercícios abdominais

AZ
SOLICITAÇÃO FISIOLÓGICA E TRABALHO MUSCULAR:
➨ Solicitação absoluta:
A contração muscular necessita um aporte em princípios
nutritivos assegurada por adaptações vegetativas:
Vasodilatação e aumento do fluxo sangüíneo nos músculos;.
Aceleração cardíaca e conseqüente aumento do fluxo e do
trabalho cardíaco;
Aumento da capacidade respiratória e conseqüente aumento
do fluxo de oxigênio através dos pulmões no sentido do sangue;

AZ
➨ Solicitação relativa:
Todos os sujeitos não apresentam a mesma aptidão ao
trabalho muscular;
Uma mesma carga física de trabalho não constitui uma
mesma solicitação para o organismo segundo a morfologia, a
idade, o sexo e o condicionamento, sem esquecer o estado de
saúde.

➼A atividade muscular se acompanha de um aumento


de gasto energético, avaliado pela medida de consumo de O2
por calorimetria respiratória e expressa em Kcal/min.
AZ
Biomecânica Ocupacional

A DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA:

➨ A observação direta: pesquisa o alcance, a repartição da


atividade muscular, o tipo e as modalidades de contração, as
características dimensionais do posto de trabalho, as
conseqüências fisiológicas e a intensidade aparente da tarefa.

AZ
➨A observação instrumental:

Gravação do movimento (fotografia, vídeo);


Análise eletromiográfica (EMG): quando de uma
contração, a ativação das fibras musculares é acionada
pelo aparecimento de um PA do músculo que se
propaga à superfície da fibra e que é detectado por
meio de eletrodos de superfície, colados sobre a pele
dos músculos estudados.

AZ
COLUNA VERTEBRAL

A coluna vertebral é constituída de 33 vértebras, classificadas

em cinco grupos:
➨Vértebras cervicais (7);

➨Vértebras torácicas ou dorsais (12);

➨Vértebras lombares (5);

➨Vértebras sacrococcigenas (9): Sacrais (5) e Coccígeas (4).

AZ
➨As vértebras de maior mobilidade são as cervicais e as
lombares;
➨As vértebras dorsais estão unidas a 12 pares de costelas,
formando a caixa torácica, que limitam os movimentos;
➨Entre uma vértebra e outra existe um disco intervertebral
cartilaginoso. As vértebras também se conectam entre si por
ligamentos;
➨Os movimentos da coluna são possíveis pela compressão e
deformação dos discos e pelo deslizamento dos ligamentos.

AZ
AZ
As principais deformações da coluna são:
➨Escoliose: Desvio lateral da coluna;

AZ
➨Hipercifose: é o aumento da convexidade, acentuando-se a

curva para a frente na região torácica, correspondendo ao

“corcunda”;

AZ
➨Hiperlordose: é um aumento da concavidade posterior da

curvatura na região cervical ou lombar, acompanhado por uma

inclinação dos quadris para a frente.

AZ
Sistema Cardiorrespiratório
• Anatomia do coração;
• Sistema de condução elétrica;
• Débito cardíaco;
• Pressão arterial;

AZ
Sistema Cardiorrespiratório
• Anatomia respiratória;
• Mecanismo da respiração;
• Difusão gasosa.

AZ
Órgãos dos Sentidos
• Visão
• Audição

AZ
Visão
• Fisiologia do olho humano
• Assemelha-se a uma câmara fotográfica;
• Imagens luminosas convertidas em impulsos
nervosos;
• Íris  controle da quantidade de luz (8mm a
2mm)
• Músculos ciliares e ligamentos regulam a
forma do cristalino  acomodação
AZ
Visão
• Convergência  capacidade dos olhos se
moverem coordenadamente, focalizando o
mesmo objeto;
• Escuro p/ claro  adaptação + rápida =
decomposição da Rodopsina;
• Claro p/ escuro  adaptação + lenta =
aumento gradual de Rodopsina
(ex: cinema)
AZ
Visão
• Acuidade visual = capacidade para
discriminar pequenos detalhes (iluminação e
tempo de exposição);
• Percepção de cores = fotorreceptores 
cones (7 milhões) e bastonetes (123 milhões);
• Cones = fóvea (fundo da retina)  visão das
cores;
• Bastonetes = periferia da retina 
acromáticos (preto e branco).
AZ
Visão
• Daltonismo = deficiência da percepção das
cores:
• Protanopia = ausência do vermelho
• Denteranopia = ausência do verde
• Tritanopia = ausência do azul

AZ
Visão
• Emetropia = visão normal;
• Hipermetropia = visão de longe;
• Miopia = visão de perto;
• Astigmatismo = incapacidade de focar.

AZ
Audição
• Ouvido = converter som em impulsos
nervosos;
• Som = ondas de compressões repetidas a
321,8 m/s;
• Ouvido divide-se em : externo, médio e
interno.

AZ
Audição
• Ouvido externo: captação do som;
• Ouvido médio: vibração da membrana
timpânica;
• Ouvido interno: conversão do som em sinais
nervosos (cóclea).

AZ
Audição
• Características do som:
• Frequência  número de oscilações por
segundo = percepção de 16 a 2000 Hz
• Intensidade  energia das oscilações = dB
(50 a 80dB dia-a-dia)
• Duração  Curta e ampla duração = seg.

AZ
Audição
• Transtornos da Audição (hipoacusias):
• Perda auditiva
– Superficial
– Média
– Profunda
– Anacusia ou surdez

AZ
OS GESTOS DE TRABALHO

Atividade da mão e tarefa manual


➨Grande plasticidade mecânica, importante mobilidade dos
dedos em relação a multiplicidade de ossos, músculos e
articulações e, em relação a fineza da inervação motora e
sensitiva (tato);
➨A mão é um instrumento de pega e de manipulação delicada,
pois é nela que se observa uma convergência dos efeitos
resultantes da mobilização, mais ou menos generalizada, dos
membros, do tronco e etc.

AZ
desfavorável modificada

Atividade da mão e tarefa manual:


AZ
adaptações de empunhadura em função da anatomia da mão.
➨ Os movimentos manuais:
Os movimentos especificamente manuais: Envolvem
atividades de manipulação com imobilização do tronco, dos
braços, dos ante-braços. Esses movimentos são encontrados
em tarefas finas e delicadas como micro-soldagem, desenho
decorativo em cerâmica, relojoaria, micro-eletrônica.

Três posições de preensão


especificamente manuais. Os
valores referem-se as forças nos
dedos.

AZ
➨Os movimentos não especificamente manuais:

Envolvem um certo número de segmentos corporais:

mobilização do ante-braço, do braço e, às vezes, de

movimentos de acompanhamento do tronco. Esta

mobilização é necessária à aplicação de força e a realização

eficaz do gesto de trabalho, como por exemplo em tarefas de

aperto de parafusos de maiores dimensões.

AZ
➨Os movimentos não especificamente manuais:
Envolvimento do tronco, do braço
e do antebraço, além , é claro, da
mão, para a realização do gesto de
trabalho

AZ
➨ A análise das tarefas manuais:
➨Uma tarefa manual pode ser definida como sendo
constituída de uma ou mais seqüências de movimentos,
específicos e não específicos, comportando exigências
cumulativas de precisão, velocidade e/ou força;
➨Diversos estudos foram realizados na indústria, com o
objetivo de racionalizar e quantificar as atividades gestuais
desenvolvidas pelos trabalhadores, dando origem à vários
métodos de análise e de medida dos tempos e movimentos.

AZ
➨ Os movimentos gestuais dirigidos:
➨Hierarquia muscular e gestos:
➨segundo as características da atividade manual, a
musculatura utilizada será totalmente diversa:
➨Os movimentos delicados (atividades específicas de
pequenas manipulações, por exemplo) mobilizam a
musculatura fina;
➨Em contrapartida, as atividades não especificamente
manuais, mobilizam uma musculatura mais robusta
(necessidade de mobilização de segmento de membro mais
pesado);
➨A boa coordenação desses dois tipos de musculatura faz do
gesto de trabalho um movimento dirigido.
AZ
Tipos de gestos em função dos circuitos
empregados:
➨ Os gestos voluntários:
Realizados de forma consciente  córtex cerebral.
Eles podem ser:
Gestos voluntários subentendidos:
São gestos lentos, tensos, operados por contração dos
músculos sinérgicos e de controle, que trabalham em
sentido opostos.
A duração desses gestos é igual à soma do tempo de
reação, da duração do movimento primário (deslocamento
do membro superior) e da duração do movimento
secundário (ajustamento final do gesto);

AZ
Gestos voluntários balísticos:
São gestos mais econômicos em termos energéticos, eles
são muito mais rápidos e a ação simultânea dos músculos
sinérgicos e de controle é bastante reduzida.
A duração desses gestos é igual à soma do tempo de
reação e do tempo de movimento primário, e o ajuste final é
reduzido quase a nada.
Este tipo de gesto é utilizado, por exemplo, em caso de
perigo, quando de uma parada brusca de uma máquina em
funcionamento. O movimento balístico termina, então, sobre
o botão vermelho de parada de urgência, que está localizado,
normalmente, ao lado do painel de comando das máquinas e
equipamentos, cujo diâmetro é aproximadamente o da palma
da mão.

AZ
➨ Os gestos automáticos ou automático-voluntários:
São os gestos que correspondem às atividades motoras
que envolvem um nível de integração sub-cortical. Pode ser
observado em trabalhadores experientes. Um exemplo de
atividade automática-voluntária é dado pela análise do
comportamento operativo de um motorista quando da
condução de um veículo em uma rua bastante conhecida.
➨ Os gestos reflexos:
São gestos que correspondem a circuitos reflexos bem
conhecidos, do ponto de vista fisiológico. Este tipo de gesto
ocorre, por exemplo, em caso de perigo para a integridade
física corporal do sujeito: reação à choque, calor, gesto de
proteção do rosto.

AZ
A classificação dos gestos em função do tipo de
tarefa:
➨ A tarefa de ajustamento contínuo:
Caracterizada pela necessidade de ajustar, a cada instante, a
ação motora a seu objetivo. As informações vindo do
ambiente de trabalho e variando de forma aleatória, exigem
uma resposta motora contínua e permanentemente corrigida.
Por exemplo, a condução de um automóvel e o corte de
determinados materiais segundo um traçado pré-
determinado.

AZ
➨ A tarefa de ajustamento descontínuo:
Caracterizada pelo fato de que a necessidade de ajustar a ação
motora ao seu objetivo não ocorre a todo instante. As
informações provenientes do ambiente de trabalho são
independentes da natureza da resposta motora precedente.
Entram neste tipo de tarefa aquelas que comportam uma única e
mesma ação (por exemplo: girar um botão com duas posições) e
aquelas que comportam uma seqüência de gestos, mais ou
menos isolados (por exemplo: digitação, onde após um erro o
digitador pode perfeitamente continuar a digitar o texto)

AZ
Classificação em função da cinemática do gesto:
Cadeia articulada (ou cinemática) é um sistema de segmentos
móveis ligados entre si por meio de articulações;

Cadeia articulada aberta: quando nenhuma resistência


exterior apreciável não se opõe ao movimento de sua
extremidade distal;
Cadeia articulada fechada: uma cadeia cuja extremidade
distal encontra uma resistência exterior que impede ou limita seu
movimento livre. Neste caso três possibilidades podem ocorrer:
a parte distal se move, apesar da resistência (esforço dinâmico);
a parte próxima se desloca em relação a parte distal imobilizada;
nenhum movimento ocorre (esforço estático)

AZ
AZ
OS FATORES QUE INFLUENCIAM OS GESTOS:

➨ A aprendizagem:
A aprendizagem de um trabalho consiste em criar circuitos
sensório-motores preferenciais que, na medida em que vão
sendo elaborados, tendem a se tornar cada vez menos
conscientes;
Neste sentido, o endereço gestual máximo é obtido
quando este circuito torna-se perfeitamente automático;
O gesto pode, então, ser executado em um nível sub-
cortical e o nível cortical intervêm somente para criar a
concentração necessária à realização da tarefa;
Dois processos neuro-fisiológicos concorrem à
aprendizagem: o processo central e o periférico.
AZ
➨ Processo central:
Estabelecimento de planos de cooperação muscular, por
meio da criação de vias neuro-fisiológicas particulares;
Nota-se ao nível dos gestos uma diminuição progressiva
dos movimentos acessórios (diminuição das co-contrações)
dos grupos musculares cuja intervenção é útil à atividade
considerada;
Objetivamente, isto se traduz por um gesto fácil e simples
com um sujeito experiente, em oposição à um gesto hesitante
e contraído com um sujeito aprendiz.

AZ
➨ Processo periférico:
Adaptação fisiológica cardio-respiratória, muscular,
desenvolvimento do tato. Por exemplo: ao nível muscular
observa-se um aumento da força e da velocidade de
execução.
Na prática, para a aprendizagem, na medida em que se
necessita uma forte concentração mental e motora, é
desejável, ao menos no início, que as seções sejam curtas e
repetitivas.
A análise do trabalho pelo futuro operador é um elemento
importante para a descrição e a compreensão das operações
elementares que serão em seguida repetidas.

AZ
Os estereótipos mentais:
DEFINIÇÃO:
A aprendizagem de uma profissão, assim como o projeto
de uma máquina ou de um posto de trabalho, deve respeitar
os estereótipos mentais;
Estereótipo é a tendência que um sujeito tem de atingir
uma certa reação dos aparelhos que ele utiliza quando ele
age sobre um comando, assim como o significado que ele
tem tendência a dar na interpretação de uma informação lida
sobre um painel, por exemplo;
Identifica-se dois tipos de estereótipos mentais: os
universais e os culturais.
AZ
Os estereótipos universais:
Existem determinados estereótipos, universalmente aceitos, que
podem ser caracterizados qualitativa e quantitativamente.
➨Noção qualitativa:
A noção qualitativa está relacionada com a ação motora
realizada. Por exemplo: quando uma alavanca é puxada de
sua posição central para a direita ou para frente, espera-se
que a agulha de um painel que visualize esta ação, gire no
sentido horário ou para cima.

AZ
Estereótipos universais: noção qualitativa

AZ
➨Noção quantitativa:
Sobre uma escala graduada horizontal o zero está a
esquerda;
Sobre uma escala graduada vertical o zero está em baixo;
Nestes dois casos, um aumento do parâmetro que se
estuda, deverá se traduzir, respectivamente, por um
deslocamento da esquerda para a direita, e de baixo para
cima.

AZ
Esteriótipos universais: noção quantitativa

AZ
Os estereótipos culturais:
São estereótipos adquiridos em função de nosso ambiente
cultural, não sendo portanto universalmente aceitos;
O exemplo mais típico está relacionado a estratégia de leitura
e da influência desta estratégia sobre os erros na visualização de
um quadro sinótico;
Os métodos eletro-oculográficos permitem estudar os
movimentos do globo ocular, durante uma leitura ou durante a
exploração de um quadro de comando.

AZ
AZ
Esteriótipos culturais: erro na leitura de um quadro sinótico

Erro
14%

45,5% 29%

14% 11,5%
Erro 95%

AZ
O tremor:
➨Consiste em uma oscilação concomitante ao esforço
aplicado, desenvolvido para conservar a posição ou a direção
fixada do gesto.
➨O tremor diminui com a aprendizagem, em caso de
trabalho com atrito ou se o membro superior for apoiado (se
isto for possível), assim como se o corpo for bem equilibrado.
➨O tremor aumenta em caso de fadiga, quando se faz um
esforço para não tremer ou em caso de emoção.

AZ
AZ
AS POSTURAS DE TRABALHO

➨A postura é a organização no espaço dos diferentes


segmentos corporais. Ela é o suporte da busca e das
tomadas de informações para a ação do sujeito;

➨A postura é então, principalmente, determinada:


pelas características e exigências da tarefa;
pelas condicionantes internas: formas fisiológicas e
biomecânicas de manutenção do equilíbrio;
pelas características do meio ambiente de trabalho.

AZ
Nenhuma postura de trabalho é neutra.
Nenhuma “má postura” é adotada
“livremente” pelo sujeito.

AZ
Elementos fisiológicos e biomecânicos da
manutenção postural:
➨Condição da manutenção do equilíbrio:
A manutenção do equilíbrio implica que uma certa parte da massa
muscular estabiliza o corpo numa postura lhe permitindo evitar a
queda;
Um sujeito em pé, e sem outro ponto de apoio, está em equilíbrio se
a projeção vertical do seu centro de gravidade estiver dentro do
polígono de sustentação;
No caso do sujeito utilizar um apoio (por exemplo uma cadeira), os
pontos de apoio entram na determinação do polígono de sustentação.

AZ
➨Modificação do equilíbrio:
Todo desvio do CG dos segmentos corporais, em relação
à linha de gravidade e ao polígono de sustentação, necessita
o emprego de forças musculares de manutenção da posição.
A posição da projeção do CG não é, então, em postura em
pé fixa, mas varia em função do estado do sujeito (idade,
sexo, fadiga, álcool,...);
A manutenção do equilíbrio é assegurada principalmente
pela contração dos músculos posturais sob o controle de
estruturas nervosas que recebem informações diversas
(labirínticas, visuais e táteis,..).

AZ
➨Modificação do equilíbrio:
➨ Manutenção postural estática:
Na criança, a manutenção do equilíbrio é instável. Com a
aprendizagem ela se estabiliza até próximo dos 60 anos. A partir daí
ocorre uma degradação;
A amplitude dos reajustamentos posturais pode ser evidenciada por
estático-fisiometria;
A manutenção do equilíbrio utiliza, de forma preponderante, as
informações de origem visual. No caso de variação da “vertical
subjetiva” ou do deslocamento de uma parte do campo visual, a
manutenção postural sofre modificações e o risco de queda aumenta.

AZ
➨Modificação do equilíbrio:
➨ Perturbação postural:
Em caso de desequilíbrio do corpo, as mesmas modalidades
sensoriais são utilizadas, com prioridade para as informações visuais
em relação às vestibulares e às cinestésicas. Com os cegos a
situação é diferente porque a hierarquia sensorial é modificada;
O envelhecimento diminui a adaptação da resposta muscular que
permite evitar a queda;
O tipo de tarefa e o treinamento modificam a performance do
sujeito;
Em situação real, as estratégias empregadas pelos sujeitos, graças
à experiência, também melhoram a performance.

AZ
Características das principais posturas de trabalho:
➨Existe uma variedade considerável de posturas de trabalho
(72 segundo método OWAS);
➨ Tentativas de classificação em vista de uma avaliação;
➨Limites posturais:
Um deslocamento, mesmo fraco, de um segmento
corporal, pode modificar a estabilidade da postura e as
contrações musculares estáticas do equilíbrio;
A duração da manutenção de uma postura imóvel é um
fator essencial de avaliação do constrangimento postural.

AZ
Os principais métodos de avaliação postural:

➨ Medida do custo energético:

A contração estática dos músculos não leva à um

considerável aumento do consumo de oxigênio;

Os efeitos hemodinâmicos e biomecânicos não aparecem

em termos de custo energético.

AZ
Custo fisiológico de diferentes posturas

• • 
•  •

 •

•  •
• 

 •


• 

 •
• •

• •

• 1 2 3 4 5

0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 Kcal/min
0
5 10 15 20 25 puls/min
AZ
Classificação das diferentes posturas, segundo
Método OWAS

3. Reto e 4. Inclinado
Dorso

1. Reto 2. Inclinado
torcido e torcido
1. Dois 2. Um 3. Dois
Braços

braços braço para braços Exemplos:


para baixo cima para cima Código 127
215
3. Duas 327
1. Duas 2. Uma
pernas perna pernas
Pernas

retas reta flexionadas

4. Uma 5. Uma 6. Deslocamento 7. Duas


perna perna com pernas pernas
flexionada ajoelhada suspensas

AZ
Consumo de energia no lazer. Os valores dão o consumo médio de energia
em minutos para os homens em Kcal/min. Para as mulheres (10 a 20% menos)

AZ

Você também pode gostar