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O Seminarista

Bernardo Guimarães
O Seminarista – Bernardo Guimarães

A ação se passa no interior de Minas Gerais. Eugênio é filho


do Capitão Francisco Antunes e Margarida é filha de dona
Umbelina, uma viúva e simples empregada, que mora de favor
na fazenda do Capitão.
O Seminarista – Bernardo Guimarães

Eugênio e Margarida viviam como irmãos. Dessa


convivência nasce o amor. Mas os pais de Eugênio, cristãos
fervorosos, querem que ele seja padre e a amizade com
Margarida é vista como um risco a vocação do menino. Para
evitar que o caso de amor progrida, os pais de Eugênio,
resolvem interná-lo no seminário de Congonhas do Campo,
obrigando-o a seguir a carreira eclesiástica.
O Seminarista – Bernardo Guimarães

O tempo passa e Eugênio não esquece Margarida.


Sentimento que é reforçado pelos estudos e a tradução de
poemas bucólicos latinos que lhe provocam fortes
recordações. O padre diretor descobre ente os pertences de
Eugênio cartas e poemas dedicados a Margarida. É punido
pelos seus superiores com severas penitências. Os castigos
debilitam sua saúde, e por isso, retorna à fazenda para
repouso.
O Seminarista – Bernardo Guimarães
Reencontra-se com Margarida e percebe, definitivamente,
que ela é seu grande amor. No entanto, é obrigado a voltar ao
seminário, mas, na partida, trocam juras de amor eterno.
Com a ajuda dos padres superiores, o Capitão forja a notícia
do casamento de Margarida. Eugênio já desiludido, ordena-se
padre.
De volta à vila de Tamanduá, ele é chamado a confessar uma
enferma em estado grave. Ao chegar a casa descobre que é
Margarida. Ela lhe conta toda a verdade, tinha sido expulsa da
fazenda com sua mãe, que morreu logo depois, motivo pelo
qual passava necessidades. Não havia casado, porque ainda o
amava. Eugênio sente renascer a paixão e consuma-se o
sacrilégio.
O Seminarista – Bernardo Guimarães

No dia seguinte, atormentado pelo remorso, prepara-se para


celebrar sua primeira missa, quando presencia a chegada de
um cortejo fúnebre. Era Margarida que morrera no dia
anterior.
Eugênio não resiste ao choque; Abandona suas vestes aos
pés do altar e retira-se da igreja. Estava louco.
Análise
Em “O Seminarista” podemos facilmente perceber que a ação
das personagens, os acontecimentos e o desfecho da narrativa,
converge para um problema religioso: o celibato clerical.
Bernardo Guimarães usa a narrativa para fazer uma análise
crítica da imposição da vocação religiosa. Através da trama da
narrativa, do conflito das personagens, ele nos expõe as causas
e as conseqüências dessa imposição religiosa. Também está
colocado o autoritarismo familiar, a ponto de o capitão Antunes
não permitir que o filho siga o seu próprio caminho.
A obra se encaixa no perfil de romance de tese, que tem uma
função moralizadora, denunciando os aspectos negativos da
sociedade, induzindo os leitores a fazerem algo para melhorá-la.
A punição de Eugênio com a loucura tem o objetivo de uma
prevenção social e a educação dos costumes.
Bernardo Guimarães
Biografia
Biografia Bernardo Guimarães
Bernardo Joaquim da Silva Guimarães nasceu em Ouro
Preto, Minas Gerais, em 15 de agosto de 1825. Filho de João
Joaquim da Silva Guimarães e Constança Beatriz de Oliveira
foi magistrado, jornalista, professor, romancista e poeta.
Dos seus quatro anos, até a adolescência, viveu em Uberaba e
Campo Belo, impregnando-se das paisagens que descreveria
com predileção nos seus romances. Antes dos 17 anos, estava
de volta a Ouro Preto, matriculando-se, em 1847, na
Faculdade de Direito de São Paulo, onde se tornou amigo
íntimo e inseparável de Álvares de Azevedo e Aureliano
Lessa, com os quais chegou a projetar a publicação de uma
obra que se chamaria Três Liras. Fundaram os três, com outros
estudantes, a "Sociedade Epicuréia", a que se atribuíram
"coisas fantásticas", que ganharam fama no meio paulistano.
Se bacharelou em 2ª época no começo de 1852, depois de um
qüinqüênio ruidoso de troças, orgias e irreverência. Já então o
distinguiam pela sua indisciplina, pelas alternativas de bom
humor e melancolia, pelo coração bondoso e completa
generosidade. Juiz municipal de Catalão, Província de Goiás,
em 1852-1854 e 1861-1863, foi também jornalista no Rio, de
1858 a 1860 ou 61.
Em 1875 publicou o romance que melhor o situaria na
campanha abolicionista e viria a ser a mais popular das suas
obras: A Escrava Isaura. Dedicando-se inteiramente à
literatura, escreveu ainda quatro romances e mais duas
coletâneas de versos. A visita de Dom Pedro II à Minas
Gerais, em 1881, deu motivo a que o Imperador prestasse
expressiva homenagem a Bernardo Guimarães, a quem
admirava. Voltando a Ouro Preto, ali viveu até a morte, em 10
de março de 1884.
Obras
 Cantos da Solidão (1852)
 Inspirações da Tarde (1858)
 O Ermitão de Muquém (1858)
 A Voz do Pajé (1860)
 Poesias Diversas (1865)
 Evocações (1865)
 Poesias (volume que reúne as quatro obras de versos anteriores publicadas e mais o poema A
Baia de Botafogo – 1865)
 Lendas e Romances (1871)
 O Garimpeiro (1872)
 História e Tradições da Província de Minas Gerais (1872)
 O Seminarista (1872)
 O Índio Afonso (1872)
 A Escrava Isaura (1875)
 Novas Poesias (1876)
 Maurício ou Os Paulistas em São João del-Rei (1877)
 A Ilha Maldita ou A Filha das Ondas (1879)
 O Pão de Ouro (1879)
 Folhas de Outono (1883)
 Rosaura, a Enjeitada (1883)
 O Bandido do Rio das Mortes (romance terminado em 1905 por Teresa Guimarães, mulher
do autor).
 Dança dos Ossos
Obras não Publicadas
 Os Inconfidentes (1865)
 Os dois Recrutas (1870)
 As Nereidas de Vila Rica ou As Fadas da Liberdade (1870)
 A Catita Isaura (1876).
 A História de Minas Gerais (encomendada pelo imperador D. Pedro II, em 1881).

Bernardo Guimarães é patrono da Cadeira nº 5 da


"Academia Brasileira de Letras", por escolha de Raimundo
Correia.

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