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Primeira Geração do Romantismo

Biografia de José de Alencar


José Martiniano de Alencar nasceu em 1º de maio de 1829 na cidade de
Messejana, no Ceará. Com apenas 1 ano de idade, sua família muda-se
para o Rio de Janeiro, que na época era capital do Império do Brasil.

Estudou no Colégio de Instrução Elementar e, em 1846, com 17 anos,


ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, na capital
paulista, formando-se em 1850. Durante esses anos na Universidade,
criou a revista intitulada “Ensaios Literários”.

José de Alencar foi uma figura multifacetada, exerceu sua profissão de


advogado e atuou na política elegendo-se Deputado Estadual do Ceará
(1861). Foi também chefe da Secretaria do Ministério da Justiça (1859)
e Ministro da Justiça (1868-1870).

Atuou como jornalista no “Correio Mercantil” (1854) e redator-chefe no


“Diário do Rio de Janeiro” a partir de 1856. Nesse mesmo ano, publicou
seu primeiro romance: “Cinco Minutos”.

No ano seguinte, publicou dois romances, “A Viuvinha” e “O Guarani”.


Casou-se com Ana Cochrane e, em 1872, teve seu primeiro filho, Mário
Cochrane de Alencar (membro da Academia Brasileira de Letras).

Faleceu no Rio de Janeiro dia 12 de dezembro de 1877, com 48 anos,


vítima de tuberculose.

A despeito de ter morrido com apenas 48 anos, José de Alencar foi um


ávido escritor e dono de uma vasta obra. Escreveu romances (urbano,
indianista, regionalista, histórico), crônicas, críticas e teatro.

Suas obras foram marcadas, em sua maioria, por temáticas voltadas


para o nacionalismo, a história e a cultura popular brasileira.

Outra importante característica refere-se à linguagem, uma vez que


Alencar foi um grande inovador da língua portuguesa e valorizou uma
linguagem mais nacional.
Resumo de Iracema - José de Alencar
Composta de 33 capítulos, Iracema possui grande valor estético e
histórico. Faz parte da trilogia escrita pelo escritor José de Alencar: O
Guarani, Ubirajara e Iracema.

Essa obra relata a história de amor entre a índia Iracema e o europeu


Martin Soares Moreno. O romance começa porque Martin ficou
encarregado de colonizar a região, atual Ceará. Foi ali que ele conheceu
"Iracema, a virgem dos lábios de mel".

O primeiro capítulo retrata o final da história, quando Martim e seu filho


Moacir deixam as terras do Ceará.

No segundo capítulo da obra, o autor apresenta a protagonista, nesse


momento, ocorre o encontro com o colonizador. Iracema está se
banhando nas águas do rio e se assusta com uma imagem que nunca
vira antes. Sua reação foi atirar-lhe uma flecha, após ferir o branco
guerreiro, Iracema se arrepende e resolve ajudá-lo, levando Martim até
sua tribo.

Quando chegou à tribo, ele contou que estava perdido após sair para
uma caçada com os índios potiguaras (tribo inimiga dos tabajaras). A
partir desse momento, começa a ser revelado o interesse entre os dois.
Diante de um amor idealizado e proibido, Iracema resolve se relacionar
com o português. Ela leva Martim a um bosque e lhe oferece uma
bebida alucinógena.

Ainda que guardasse o segredo de Jurema, Iracema se apaixona pelo


português. Ou seja, ela é guerreira virgem e sua virgindade pertence ao
Deus Tupã. Uma das peripécias reveladas pelo romance é a presença de
Irapuã, o chefe dos guerreiros Tabajaras, apaixonado por Iracema.

No decorrer da trama, Martim e Irapuã tornam-se inimigos. Ocorrem


várias tentativas de Irapuã tentar eliminar Martim, entretanto, sem
sucesso.

A obra aponta a rivalidade entre as tribos potiguaras e tabajaras. Para


os tabajaras, a tribo inimiga estava permitindo a entrada dos
colonizadores.
Embora Martim tentasse voltar a tribo que o acolheu primeiramente
(potiguaras), a pedido de Iracema ele resolve ficar com os tabajaras.
Num dos embates entre as tribos inimigas, Iracema e Martim resolvem
viver numa cabana. Assim, a índia abandona sua família, tribo e
tradições.

Poti, amigo tabajara de Martim segue com eles. Foi aí que a gravidez de
Iracema foi revelada, dando à luz a um filho que lhe chamaram de
Moacir.

Moacir veio ao mundo quando Poti e Martim saem para lutar. Quando
retornam, Iracema está muito debilitada e acaba morrendo. Ao final,
Martim, que sentia muitas saudades de sua terra, retorna ao velho
continente com seu cão e seu filho, o primeiro luso-brasileiro.
Biografia de Gonçalves Dias
Antônio Gonçalves Dias nasceu em 10 de agosto de 1823 na cidade de
Caxias, Maranhão.

Ingressou na Universidade de Coimbra em 1840, formando-se em


Direito. Em 1845, retorna ao Brasil e publica a obra "Primeiros Contos". É
nomeado Professor de Latim e História do Brasil no Colégio Pedro II, no
Rio de Janeiro.

Ali, na época capital do Brasil, ele trabalhou como jornalista e crítico


literário nos jornais: Jornal do Commercio, Gazeta Oficial, Correio da
Tarde e Sentinela da Monarquia.

Também foi um dos fundadores da Revista Guanabara, importante


veículo de divulgação dos ideais românticos. Em 1851 publica o livro
"Últimos Cantos".

Nessa época conhece Ana Amélia, mas por ser mestiço, a família dela
não permitiu o casamento. Assim, casa-se com Olímpia da Costa, com
quem não era feliz.

Em 1854 parte para a Europa e encontra sua Ana Amélia, já então


casada. Desse encontro nasce o poema “Ainda uma vez-adeus!”.

Em 1864, depois de uma temporada na Europa para tratamento de


saúde, embarca de volta a sua terra natal, ainda debilitado.

No dia 3 de novembro de 1864 o navio em que estava naufraga. O poeta


falece próximo ao município de Guimarães, Maranhão, aos 41 anos de
idade.
Resumo da obra Canção do Exílio
A Canção do Exílio, que começa com os versos "Minha terra tem
palmeiras, onde canta o Sabiá", foi publicado em 1857 no livro Primeiros
Cantos.

É um dos poemas líricos mais conhecidos do poeta romântico brasileiro


Gonçalves Dias. Sem dúvida, a Canção do Exílio, é um dos mais
emblemáticos poemas da fase inicial do Romantismo.

Nele, o autor expressa o nacionalismo ufanista (patriotismo exagerado)


por meio da exaltação da natureza.

Composto por cinco estrofes, sendo três quartetos e dois sextetos, o


autor escreveu esse poema em julho de 1843, quando estava estudando
Direito na Universidade de Coimbra, em Portugal. Assim, com saudades
de seu país, sentia-se exilado.

Essa saudade fica bastante evidente na última estrofe, em que o poeta


expressa o seu desejo de regressar:

"Não permita Deus que eu morra,


Sem que eu volte para lá;".

Curioso notar que dois versos da Canção do Exílio são mencionados no


Hino Nacional Brasileiro, composto em 1822: “Nossos bosques têm mais
vida, Nossa vida, (no teu seio) mais amores”.
Biografia de Álvares de Azevedo
Manuel Antônio Álvares de Azevedo nasceu na cidade de São Paulo, dia
12 de setembro de 1831.

Filho de família ilustre, seu pai era Inácio Manuel Álvares de Azevedo e
sua mãe, Maria Luísa Mota Azevedo, Manuel.

Com apenas 2 anos, mudou-se com sua família para a cidade do Rio de
Janeiro, local onde passou sua infância. Estudou no Colégio Stoll e no
internato Pedro II, onde se destacou como aluno excelente.

Em 1848, com apenas 17 anos, matriculou-se no curso de Direito da


Faculdade de Direito de São Paulo, destacando-se pelo seu brilhantismo
e engajamento.

Fundou a “Revista Mensal da Sociedade Ensaio Filosófico Paulistana”,


em 1849.

Em 1851, o poeta sofreu uma queda de cavalo, evento que favoreceu o


aparecimento de um tumor na fossa ilíaca e, consequentemente, da
tuberculose pulmonar, doença que o acompanhou até o final da vida.

Álvares de Azevedo faleceu no Rio de Janeiro, dia 25 de abril de 1852,


com apenas 20 anos.
Resumo da obra Noite na taverna
"Noite na Taverna" é uma obra do escritor brasileiro Álvares de Azevedo,
publicada postumamente em 1855. É composta por uma série de
contos interligados que retratam o submundo da sociedade brasileira
do século XIX, marcada por temas como amor, morte, paixão,
decadência e desespero.

A narrativa se desenrola em uma taverna, onde um grupo de amigos se


reúne para compartilhar histórias de suas vidas. Cada história revela um
aspecto sombrio e melancólico da existência humana, explorando
personagens atormentados por paixões proibidas, tragédias pessoais e
a inevitabilidade da morte.

Os contos apresentam uma atmosfera gótica e romântica,


caracterizadas por ambientes sombrios e personagens atormentados. A
obra reflete as angústias e inquietações da juventude do autor, que
viveu uma vida breve e intensa, marcada por um sentimento de
desilusão e alienação em relação à sociedade e aos valores
tradicionais.

"Noite na Taverna" é considerada uma das principais obras do


romantismo brasileiro, influenciando gerações de escritores e deixando
um legado significativo na literatura brasileira.
Biografia de Casimiro de Abreu
Casimiro José Marques de Abreu, nasceu na Barra de São João, no
Estado do Rio de Janeiro, no dia 4 de janeiro de 1839. Com apenas 13
anos, enviado pelo pai, vai para a cidade do Rio de Janeiro, trabalhar no
comércio.

Em novembro de 1853 viaja para Portugal, com o intuito de completar a


prática comercial e nesse período inicia sua carreira literária. No dia 18
de janeiro de 1856 sua peça Camões e o Jaú é encenada em Lisboa.

Casimiro de Abreu volta ao Brasil em julho de 1857 e continua


trabalhando no comércio. Conhece vários intelectuais e faz amizade
com Machado de Assis, ambos com 18 anos de idade. Em 1859 publica
seu único livro de poemas “As Primaveras”.

No início de 1860, Casimiro de Abreu fica noivo de Joaquina Alvarenga


Silva Peixoto. Com vida boêmia, contrai tuberculose.

Vai para Nova Friburgo tentar a cura da doença, mas no dia 18 de


outubro de 1860, não resiste e morre, aos 21 anos de idade.
Casimiro de Abreu (Minha mãe - Poesia)
Da pátria formosa distante e saudoso,
Chorando e gemendo meus cantos de dor,
Eu guardo no peito a imagem querida
Do mais verdadeiro, do mais santo amor;
– Minha Mãe! –

No berço, pendente dos ramos floridos,


Em que eu pequenino feliz dormitava:
Quem é que esse berço com todo o cuidado,
Cantando cantigas alegre embalava?
– Minha Mãe! –

De noite, alta noite, quando eu já dormia


Sonhando esses sonhos dos anjos dos céus,
Quem é que meus lábios dormentes roçava,
Qual anjo da guarda, qual sopro de Deus?
– Minha Mãe! –

Feliz o bom filho que pode contente


Na casa paterna de noite e de dia
Sentir as carícias do anjo de amores,
Da estrela brilhante que a vida nos guia!
– Minha Mãe! –

Por isso eu agora na terra do exílio,


Sentado sozinho co’a face na mão,
Suspiro e soluço por quem me chamava:
– “Oh filho querido do meu coração!”
– Minha Mãe! –
Biografia de Gonçalves de Magalhães
Domingos José Gonçalves de Magalhães, o Visconde do Araguaia,
nasceu no Rio de Janeiro dia 13 de agosto de 1811. Desde cedo
desenvolveu o gosto pelas artes, sobretudo, pintura e literatura.

Ingressou no curso de Medicina, no Colégio Médico-Cirúrgico da Santa


Casa de Misericórdia, em 1828, graduando-se em 1832, ano que
publicou seu primeiro livro “Poesias”.

Estudou também Filosofia de Monte Alverne, no Seminário Episcopal de


São José. Em 1833, resolve aperfeiçoar seus conhecimentos na área
médica e viaja para a Europa. Envolvido no meio literário parisiense, o
escritor publicou, em 1836, o Manifesto Romântico intitulado “Discurso
sobre a Literatura no Brasil”.

Junto aos escritores brasileiros Manuel de Araújo Porto-Alegre (1806-


1879) e Francisco de Sales Torres Homem (1812-1876) fundaram a
Revista Niterói (Nitheroy, revista brasiliense), focada na divulgação de
textos nas áreas das ciências, letras e artes, com o intuito de divulgar a
cultura brasileira.

Entretanto, foi com sua obra “Suspiros Poéticos e Saudades” (1836) que
Gonçalves de Magalhães se destacou, sendo considerada a primeira
obra do romantismo no Brasil.

Em 1837, retorna ao Brasil e começa a escrever obras de dramaturgia,


inaugurando, também, o teatro romântico no Brasil. No ano seguinte, foi
nomeado professor de Filosofia do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro.
Além disso, foi secretário do coronel Luís Alves de Lima e Silva, futuro
Duque de Caxias, no Maranhão. Permaneceu no cargo de 1837 a 1841.
Mais tarde, viaja para o Rio Grande do Sul sendo eleito Deputado.

Em 1847, ingressou na profissão de Diplomacia exercendo a função de


Ministro de Negócios em diversos países: Paraguai, Argentina, Uruguai,
Estados Unidos, Itália, Vaticano, Áustria, Rússia e Espanha.

Nesse mesmo, ele ano casou-se com Ana Amélia, com quem teve dois
filhos: Domingos e Luís. Em 1876, recebe o título de Visconde do
Araguaia. Gonçalves de Magalhães falece em Roma, Itália, dia 10 de
julho de 1882.

Resumo da obra Suspiros Poéticos


Suspiros Poéticos e Saudades", obra de Gonçalves de Magalhães, é uma
expressão inicial e marcante do Romantismo brasileiro.

Publicada em 1836, a obra é uma coletânea de poemas líricos que


exploram os temas típicos do movimento romântico, como o amor, a
natureza e a melancolia.

Dividida em três partes - "Poesias", "Dores do Coração" e "Ecos do


Coração" -, a obra retrata os sentimentos profundos e intensos do autor,
muitas vezes marcados pela saudade e pela angústia.

Os poemas refletem uma busca pela expressão dos sentimentos


individuais e uma conexão emocional com a natureza e com as
experiências humanas.

Gonçalves de Magalhães utiliza uma linguagem poética e imagética


para explorar questões existenciais e espirituais, bem como as nuances
dos relacionamentos humanos.

"Suspiros Poéticos e Saudades" foi uma obra significativa na


consolidação do Romantismo no Brasil, influenciando outros escritores
e poetas da época e deixando um legado duradouro na literatura
brasileira.
Biografia de Joaquim Manuel de Macedo
Joaquim Manuel de Macedo nasceu no interior do Rio de Janeiro, na
cidade de Itaboraí, dia 24 de junho de 1820.

Filho do casal Severino de Macedo Carvalho e Benigna Catarina da


Conceição, Macedo concluiu os estudos secundários em Itaboraí.

Com 18 anos mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro, onde ingressou


na Faculdade de Medicina, formando-se em 1844, ano da publicação de
sua obra mais conhecida, A Moreninha.

Chegou a trabalhar como médico, porém, dedicou-se o resto da vida à


literatura, uma vez que essa obra lhe proporcionou fama e fortuna.

Em 1849, junto aos escritores, Araújo Porto-Alegre (1806-1879) e


Gonçalves Dias (1823-1864) fundou a "Revista Guanabara". Como
jornalista fundou o jornal "A Nação", do qual tornou-se o principal
articulista e fomentador.

Estabeleceu forte vínculo com a Família Imperial Brasileira, relação que


lhe proporcionou ser professor de história e geografia do Colégio D.
Pedro II.

Além disso, foi eleito membro do Conselho Diretor da Instituição Pública


da Corte (1866) e atuou como militante político no partido liberal, sendo
Deputado Provincial (1850, 1853, 1854-1859) e Deputado Geral (1864-
1868 e 1873-1881).

No final de sua vida, sofreu com problemas mentais e no dia 11 de abril


de 1882, com 61 anos, faleceu no Rio de Janeiro.
Resumo da obra A Moreninha
O romance relata a vida de quatro estudantes de medicina durante um
final de semana.

No feriado de Sant’Ana um grupo de amigos estudantes de medicina


vão para ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro.

Augusto, Leopoldo, Fabrício e Filipe vão passar o feriado na casa da avó


de Filipe. Augusto, um dos namoradores do grupo, foi desafiado por
Filipe a conquistar uma das meninas.

Sendo assim, ficou combinado que se ele se apaixonasse por uma


delas, deveria escrever um romance. Do contrário, Filipe o escreveria.

Todavia, durante um jantar, Fabrício acaba por revelar características de


Augusto, o que leva as garotas a se afastarem dele.

Entretanto, a irmã de Filipe, Carolina, é a única em que cogita a


possibilidade de se aproximar dele.

Nesse final de semana, Augusto revela para a avó de Felipe sobre uma
de suas paixões. Foi durante uma viagem à praia que ele conheceu uma
garota.

Na época, Augusto lhe ofereceu um camafeu enrolado numa fita verde.


Mas, até hoje não sabe o nome da garota.

Quando todos retornam aos estudos, Augusto sente falta de Carolina e


resolve ir encontrá-la na Ilha de Paquetá.

Quando ela lhe entrega o embrulho do camafeu que ele outrora deu para
uma garota, o mistério de seu amor é revelado. Assim, para cumprir a
promessa, ele escreve o romance intitulado A Moreninha.

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