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Sexologia Forense

Definição:

É o ramo da medicina legal que se


dedica ao estudo dos fenômenos
relacionados com a reprodução
humana, desde a concepção até o
puerpério.
Sexologia Forense
Definição:
Segundo Bonnet, 1993:
É a disciplina científica que estuda as
questões relacionadas com o sexo
em seus aspectos médicos, jurídicos,
filosóficos e sociológicos, ou seja
estuda a solução dos problemas
jurídicos que o sexo pode suscitar.
Sexologia Forense

Conceito:
 Sexo genético: Cromossômico e
Cromatínico(síndromes);
 Sexo endócrino(desenvolvimento das características
sexuais: hormônios, gônadas, tiróide, hipófise);
 Sexo Morfológico: interno e externo,
dinâmico ou copulativo;
 Sexo Psicológico;
 Sexo Jurídico.
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Alterações genéticas:
Síndrome de Turner:
 Sexo Feminino;

 Presença de 45 cromossomos, tendo


apenas um X no par de
cromossomos sexuais;
 Não costumam apresentar desvios
de personalidade.
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Alterações genéticas:
Síndrome de Klinefelter:
 Sexo Masculino;

 Alterações de caráter sexual ;

 Discreta diminuição da capacidade

mental.
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Alterações genéticas:
Polissomia dos Cromossomos Sexuais:
 Sexo Masculino (estudos buscam ligar
comportamentos violentos) e Feminino
(retardamento mental);
 Não há alterações fenotípicas;
 Alguns autores chegaram a denominá-lo
“ síndrome da criminalidade”, porém não
aceito pela comunidade científica
Sexologia Forense
Sexo Jurídico:

É aquele que consta do registro civil,


baseado na declaração dos pais e
testemunhas, podendo ocorrer erro
dolosamente ou em decorrência de
presença de estados intersexuais
(pseudo-hermafroditismo)
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Sexo Psicológico: Comportamental

Há uma série de fatores ligados ao


sexo e que somados aos aspectos de
natureza orgânica, de ordem social,
religiosa, familiar ou educacional, de
alguma maneira apresentam
repercussão psicológica no
comportamento sexual do indivíduo.
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Sexo Psicológico:

Esses fatores combinados podem levar


tanto ao desenvolvimento de um
comportamento característico de
cada sexo ou originar transtornos
patológicos.
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Transtornos do Instinto Sexual:

O sexo e o comportamento sexual é


um dos temas mais delicados e
controvertidos da atualidade, com
grande repercussão na área jurídica.
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Transtornos do Instinto Sexual:

A determinação de sexo (jurídico),


bem como seu reconhecimento como
fator modificador das capacidades
civil e criminal, são exemplos de
alguns dos temas polêmicos,
ocupando a mente dos legisladores.
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Transtornos do Instinto Sexual:

De acordo com a Associação


Psiquiátrica Americana, os
transtornos englobam:
 Disfunções sexuais;

 Transtornos da Identidade de
gênero;
 Parafilias.
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Disfunções Sexuais:
 Transtorno de desejo sexual hipoativo
(depressão);
 Transtorno de aversão sexual;
 Transtorno da excitação sexual
feminina(dificuldade);
 Transtorno erétil masculino(impotência);
 Transtorno orgásmico masculino(atraso);
 Ejaculação precoce;
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Disfunções Sexuais:
 Dispareunia (dor antes, durante ou
depois);
 Vaginismo (contração involuntária);
 Transtorno decorrente de uma condição
médica geral (disfunção sexual
relacionada com diabetes, hipertensão,
depressão) ;
 Disfunção sexual induzida por
substância.
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Transtornos da identidade de gênero e
homossexualismo:

 Forte insatisfação com o próprio


sexo, acompanhada de uma
identificação com o sexo oposto;
 O transexual é inconformado com
seu estado sexual e não admite ser
homossexual.
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Homossexualismo:

 Preferência pelo mesmo sexo;


 Não é aceita como desvio sexual ou
anormalidade, mas sim uma opção
sexual.
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Parafilias

À Medicina Legal interessa, por sua


repercussão sobre a sociedade, o estudo
das diversas manifestações (qualitativas
e quantitativas) do desejo sexual,
particularmente quando estas
apresentam caráter obsessivo.
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Parafilias

Conhecidas como anomalias, desvio sexuais


ou perversões, termos que devem ser
utilizados apenas no contexto jurídico, não
discriminatório.
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Parafilias

A sexualidade alcança níveis de anormalidade


ou desvios, quando a satisfação e o prazer só
podem ser obtidos através de uma
modalidade sexual atípica, como exemplo
através de objetos inanimados ou animais.
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Parafilias:

Anafrodisia

Ausência de desejo sexual.


A palavra refere-se ao
homem.
Pode ter causas orgânicas ou
psíquicas.
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Parafilias:

Anafrodisia

Importância:
Anulação de casamento;
Negar autoria de coito
criminoso
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Parafilias:

Frigidez

Ausência de desejo
sexual.
A palavra refere-se à
mulher.
Pode ter causas
orgânicas ou psíquicas.
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Parafilias:

Frigidez

Importância:
Anulação de casamento;
Adultério
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Parafilias:

Erotismo

Aumento do desejo
sexual.
Interessa ao Direito o
aumento
exagerado, compulsivo.
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Parafilias:

Erotismo

Importância:
Abusam da masturbação,
podendo gerar crime de
estupro, escândalo,
adultério e prostituição
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Parafilias:

Satiríase
A palavra é derivada de
“satyros” e
significa um estado de
ereção quase
permanente.
O sátiro não se satisfaz,
mesmo obtendo
o orgasmo.
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Parafilias:

Ninfomania
Do grego: nymphe (ninfa,
jovem, recémcasada).
Sentimento obsessivo
para atos sexuais.
É frequente a
insatisfação.
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Parafilias:

Ninfomania
Assim como acontece
com o sátiro, está
ligada ao adultério, ao
atentado ao
pudor, ao ultraje ao
pudor, ao
homicídio.
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Parafilias:

Auto-erotismo
Prazer sexual sem
parceiro(a) podendo
ocorrer orgasmo sem
estimulação de
zonas erógenas e mesmo
sem a presença
de alguém do outro sexo.
Coito psíquico.
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Parafilias:

Erotomania
Mania amorosa.
A pessoa é obcecada por
uma paixão
avassaladora e súbita.
Às vezes é desencadeada
por apenas um
aceno, cumprimento ou
por atenção.
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Parafilias:

Erotomania
Importância:
Tímidos, podem chegar
ao suicídio ou homicídio
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Parafilias:

Narcisismo
Admiração excessiva,
com forte conotação
sexual, por si mesmo,
com indiferença
para o sexo oposto.
É o amar a si mesmo.
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Parafilias:

Narcisismo
A palavra deriva de
Narcisus, personagem
da mitologia romana,
que apaixonou-se por
si mesmo ao ver sua
imagem refletida em
um lago.
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Parafilias:

Mixoscopia ou Voyerismo

Prazer sexual ao ver


pessoas se despindo,
nuas, praticando atos
libidinosos ou
mantendo relações
sexuais.
Sexologia Forense
Parafilias:

Exibicionismo

Atitude compulsiva
caracterizada pela
exibição de áreas
erógenas ou dos órgãos
sexuais, como meio de
obter gratificação e
prazer sexual.
Sexologia Forense
Parafilias:

Edipismo

Atração com conotação


sexual pela figura
materna, o que dificulta o
relacionamento
normal com as mulheres.
Sexologia Forense
Parafilias:

Edipismo
A palavra deriva de
Édipo, personagem da
mitologia grega que,
após matar o pai,
casou-se com sua mãe,
Jocasta, sem
suspeitar do seu
parentesco.
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Parafilias:

Complexo de Electra

Atração com conotação


sexual pela figura
paterna, o que dificulta o
relacionamento
normal com os homens.
Sexologia Forense
Parafilias:

Feticismo ou Fetichismo

O prazer sexual se realiza


à vista, ao toque
ou à simples lembrança
de objetos ou
partes do corpo de
pessoa do outro sexo,
que não os genitais.
Sexologia Forense
Parafilias:

Feticismo ou Fetichismo

O ato sexual só se
confirma com a
evocação do objeto de
desejo.
-Está relacionado a
furtos.
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Parafilias:

Feticismo ou Fetichismo

O objeto do fetiche pode


ser: cabelo, mãos,
pés, olhos, nádegas,
seios, nariz, dentes,
orelhas, cicatrizes,
tatuagens.
Há o fetiche da voz.
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Parafilias:

Travestismo

O indivíduo se sente
atraído pelas roupas
utilizadas por pessoas do
sexo oposto.
Mais comum nos homens
que nas
mulheres.
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Parafilias:

Travestismo
O travesti (masculino ou feminino)
se
identifica com o sexo oposto tanto
na maneira
de se vestir quanto nas idéias em
geral.
Não tem necessariamente
conotação
homossexual.
Nem todo travesti é homossexual e
vice-versa.
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Parafilias:

Pedofilia
Atração sexual obsessiva de
indivíduos
adultos por crianças ou
adolescentes,
acompanhadas de
manifestações eróticas:
atos libidinosos, exibição de
fotos e filmes, etc.
Sexologia Forense
Parafilias:

Pigmalionismo

Atração sexual por


estátuas.
Sexologia Forense
Parafilias:

Pigmalionismo
Segundo a mitologia romana,
Pigmalião foi
um escultor da ilha de Chipre
que se
apaixonou pela estátua de
Galatéia, que ele
mesmo construiu.
Conta a lenda que Vênus deu
vida à Galatéia.
Sexologia Forense
Parafilias:

Pigmalionismo
Os portadores desta parafilia
se masturbam
em parques e praças
públicas.
O amor exagerado às
estátuas e os atos
libidinosos com elas
praticados são
conhecidos por estátua-
estupro.
Sexologia Forense
Parafilias:

Pigmalionismo
Importância:
Ultraje público ao pudor
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Parafilias:

Pictofilia
Atração sexual por quadros,
telas ou painéis,
em geral quando estes
representam figuras
humanas.
Não há a necessidade de que
as imagens
estejam nuas.
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Parafilias:

Dolismo
Atração sexual por bonecas
(plástico, louça,
porcelana, etc.)
As bonecas podem ser
utilizadas para a
masturbação ou para o ato
sexual.
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Parafilias:

Lubricidade senil
Manipulação física (atos
libidinosos) em
crianças de baixa idade, por
indivíduos idosos.
A parafilia pode atingir idosos
normais ou
idosos doentes
(aterosclerose avançada).
Sexologia Forense
Parafilias:

Lubricidade senil
Importância:
Prática de atos libidinosos
Sexologia Forense
Parafilias:

Triolismo

É a prática sexual por três


pessoas,
duas mulheres e um homem
ou um
homem e duas mulheres.
Sexologia Forense
Parafilias:

Triolismo

O termo estendeu-se para


mais de
três pessoas.

Swinging (amor coletivo).


Swapping (troca de casais)
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Parafilias:

Urolagnia

O desejo sexual é despertado


ao ver
a urina ou ao ouvir o ruído
produzido pela emissão do
jato
Urinário.
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Parafilias:

Coprofilia

Prazer sexual obtido no ato


da
defecação ou pelo contato
com
fezes próprias ou de outro.
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Parafilias:

Gerontofilia

Atração sexual obsessiva de


pessoas
jovens por outras de
excessiva
Idade.
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Parafilias:

Cromo-inversão

Atração sexual obsessiva por


pessoas
de cor diferente da do
indivíduo.
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Parafilias:

Etno-inversão

Atração sexual obsessiva por


pessoas
de raça diferente da do
Indivíduo.
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Parafilias:

Riparofilia

Atração erótica por


pessoas sujas e sem
nenhum asseio.
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Parafilias:

Necrofilia

Compulsão obsessiva
para atos
libidinosos ou relação
sexual com
cadáveres.
Sexologia Forense
Parafilias:

Necrofilia

Importância:
Homicídio
Sexologia Forense
Parafilias:

Vampirismo
O prazer sexual é obtido
quando o
indivíduo suga o sangue
do parceiro ou
vítima.
Pode levar ao homicídio.
È uma forma especial de
sadismo.
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Parafilias:

Bestialismo ou Zoofilismo

Prática de atos
libidinosos ou de
relações sexuais com
animais.
Sexologia Forense
Parafilias:

Sadismo Prazer obtido mediante o


sofrimento e a
dor do(a) parceiro(a) ou
vítima.
A satisfação sexual só se
realiza pelo
sofrimento físico ou
moral imposto a
Outrem.
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Parafilias:

Sadismo Comporta gradações.


Pequeno sadismo: beliscões,
bofetadas,
mordeduras, chupões.
Médio sadismo: agressões
corporais,
flagelações, queimaduras,
picadas, murros,
pontapés.
Grande sadismo: mais que a
dor, a morte.
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Parafilias:

Masoquismo
Caracteriza-se pela obtenção
de prazer
sexual mediante dor física ou
moral,
causada por outrem ou por si
mesmo.
Os masoquistas procuram a
dor e não a
Morte.
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Parafilias:

Masoquismo
A palavra é referente ao escritor
polonês
Sacher-Masoch, que era portador
desta
parafilia e a descreveu.
Masoch fazia-se bater até pelos
criados.
Armava situações para apanhar.
Promoveu a infidelidade da esposa,
como
forma de sofrimento.
ASPECTOS LEGAIS DOS
CRIMES SEXUAIS
ASPECTOS LEGAIS DOS
CRIMES SEXUAIS
Em Direito, crimes sexuais são
denominados crimes contra a liberdade
sexual

Estupro
Atentado violento ao pudor

Segundo o Código Penal, são


atos sexuais:

Conjunção carnal
Ato libidinoso
ASPECTOS LEGAIS DOS
CRIMES SEXUAIS
•Os crimes antes considerados atentado violento ao pudor,
enquadrados no Artigo 214 do Código Penal, são contemplados
agora no Artigo 213, referente ao estupro. Com isso, estupro e
atentado violento ao pudor, que eram dois crimes autônomos
com penas somadas, devem resultar na aplicação de uma
única pena.

•Há o risco das penas serem menores. Antes era aplicado


concurso material de delitos. Quem praticou [de forma forçada]
sexo vaginal [que era estupro] e depois oral [que era atentado
violento ao pudor] podia receber seis anos por causa de cada
delito. A condenação pelos dois delitos com penas somadas,
agora passaram a ser a mesma coisa.
ASPECTOS LEGAIS DOS
CRIMES SEXUAIS

A unificação dos crimes de estupro e atentado violento ao pudor


vai na contramão de uma decisão tomada em 18 de junho de
2009 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), quando os
ministros da Corte decidiram por seis votos a quatro que
atentado violento ao pudor e estupro não são crimes
continuados.

Pela manifestação do STF, quem praticar os dois crimes deve


ter as penas somadas, já que os delitos, embora ambos sejam
crimes sexuais, não são da mesma espécie
ASPECTOS LEGAIS DOS
CRIMES SEXUAIS

Gravidez

A conjunção carnal poderá também ser comprovada


com base na constatação de gravidez

O prazo mínimo legal da gravidez é de 180 dias

O prazo máximo legal da gravidez é de 300 dias


ASPECTOS LEGAIS DOS
CRIMES SEXUAIS

Gravidez

CC, Lei 10.406/2002, art. 1523, I: estabeleceu como


causa suspensiva do matrimônio, para a mulher, o
prazo de 10 meses, contados do dia em que
ocorreu a viuvez ou desfez-se a sociedade
conjugal.
ASPECTOS LEGAIS DOS
CRIMES SEXUAIS

Gravidez

Quanto à paternidade, presumem-se concebidos na


constância do casamento os filhos “ nascidos 180
dias, depois de estabelecida a convivência
conjugal” (CC, art. 1597, I), e os filhos “ nascidos
300 dias subsequentes à dissolução da sociedade
conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e
anulação do casamento” (CC, art. 1597, II)
ASPECTOS LEGAIS DOS
CRIMES SEXUAIS

Importância Médico-legal do Diagnóstico de Gravidez

 Resguardo dos Direitos do Nascituro;


 Investigação de Paternidade;
 Prova de adultério;
 Prova de Violência Carnal;
 Infanticídio;
 Aborto;
 Atestado de gravidez p/ funcionárias públicas;
 Impedimento de anulação de casamento.
ASPECTOS LEGAIS DOS
CRIMES SEXUAIS

Puerpério e Estado Puerperal

Período compreendido entre o parto e o retorno do


útero ao seu estado normal (45 dias).
É um quadro fisiológico que atingem todas as mulheres
que dão a luz, sendo raras alterações de cunho
psicológico graves como a psicose puerperal.
ASPECTOS LEGAIS DOS
CRIMES SEXUAIS

Puerpério e Estado Puerperal

Zacharias (1991, p. 173): “ Perturbação psíquica, de


caráter agudo e transitório, que, por influência
simultânea de fatores fisiológicos, psicológicos e
sociais, acomete a parturiente, até então
mentalmente sã, afetando seu comportamento e
podendo impeli-la à prática do infanticídio.
ASPECTOS LEGAIS DOS
CRIMES SEXUAIS

Puerpério e Estado Puerperal

Caracterização do crime de infanticídio pela lei penal,


há controvérsias entre autores.
ASPECTOS LEGAIS DOS
CRIMES SEXUAIS

Puerpério e Estado Puerperal

É sempre possível que estados mentais


patológicos preexistentes sejam agravados
pelo parto e, com isso, levem à prática do
infanticídio.
ASPECTOS LEGAIS DOS
CRIMES SEXUAIS

Puerpério e Estado Puerperal


O Perito deverá observar:
• A recenticidade do parto;
• Se o parto transcorreu de forma a provocar sofrimento
incomum na parturiente;
• Se a parturiente recorda-se do ocorrido;
• Se a parturiente apresenta histórico de psicopatia anterior;
• Se existe comprovação de que, em razão do parto, surgiu
alguma perturbação mental capaz de levá-la ao crime.
ASPECTOS LEGAIS DOS
CRIMES SEXUAIS

Aborto
Considera-se aborto, em Medicina Legal, a interrupção
da gravidez, por morte do concepto em qualquer
época da gestação, antes do parto

Para se caracterizar o aborto é necessário e suficiente


que se comprove a morte do concepto ainda dentro
do corpo da gestante
ASPECTOS LEGAIS DOS
CRIMES SEXUAIS

Aborto Doloso

É repelido por nosso CP, excluindo-se algumas


situações em que é legal e, portanto, permitido ( Art.
128 CP).
ASPECTOS LEGAIS DOS
CRIMES SEXUAIS

Aborto Terapêutico (Art. 128,I,CP)

• Em algumas situações não há como manter a vida


do concepto e da gestante.
• Lei autoriza o sacrifício da vida do feto.
ASPECTOS LEGAIS DOS
CRIMES SEXUAIS

Aborto Terapêutico (Art. 128,I,CP)

Condições: O médico tem que sempre ter a opinião de 2


outros colegas.
• Que a gestante esteja em perigo de morte;
• Que o perigo de morte esteja diretamente relacionado com a
gravidez;
• Que a interrupção da gestação faça cessar o risco da
gestante;
• Que a interrupção da gestação seja o único meio de salvar a
vida da gestante.
ASPECTOS LEGAIS DOS
CRIMES SEXUAIS

Aborto Sentimental (Art. 128,II,CP)

• Aborto praticado por médico quando a gestação


decorre de estupro.

• É aplicável também quando a gestação ocorre de


atentado violento ao pudor. (jurisprudência)
ASPECTOS LEGAIS DOS
CRIMES SEXUAIS

Perícia no Aborto Criminoso


• É considerada bastante difícil;
• Lesões no períneo;
• Vestígios do meio empregado (sonda ou outros
instrumentos;
• Lesões uterinas;
• Exames laboratoriais;
• Exame do feto quando possível;
• Exame de DNA.
ASPECTOS LEGAIS DOS
CRIMES SEXUAIS
Infanticídio (Art. 123 CP)

É a morte do recém-nascido provocada pela própria mãe, sob


estado de transtorno mental, decorrente do trabalho de parto
ou puerpério (estado puerperal)
Para se admitir o infanticídio, é indispensável que o recém-
nascido seja morto pela própria mãe.
Infante nascido: é o que acabou de nascer, mas ainda não
recebeu os primeiros cuidados(corpo recoberto por sangue,
vérnix caseoso, cordão umbilical, não expulsou o mecônio.
Recém Nascido: criança que recebeu os primeiros cuidados, até
o 7o dia de vida.
ASPECTOS LEGAIS DOS
CRIMES SEXUAIS
Infanticídio (Art. 123 CP) Perícia em 2 etapas:
a) Para se tipificar o infanticídio é indispensável, em tese, a comprovação do
nascimento com vida;
A docimásia hidrostática de Galeno é utilizada para comprovar o nascimento
com vida (pulmão colocado em vasilha com água, se flutuar existiu
respiração = vida)
A positividade das docimásias de Galeno depende, essencialmente da
respiração do feto, ao nascer
b) Se a mulher agiu sob influência do estado puerperal.
Também podemos encontrar corpos estranhos na vias aéreas,
indicando que a criança foi morta por sufocação.
CRIMES SEXUAIS
Crime de sedução

Lei 11.106, 2005, Art. 5, revogou o Art. 217 CP.

Não sendo mais necessário realizar perícia por sedução. Porém,


manteve-se as considerações a respeito da integridade do hímem
por ser de interesse médico legal em outras perícias.
CRIMES SEXUAIS
Conjunção Carnal

Também chamada de:


Cópula
Coito

É a relação entre homem e mulher, caracterizada pela


penetração do pênis na vagina, com ou sem ejaculação
CRIMES SEXUAIS
Atos Libidinosos

• Conjunção carnal: (ato libidinoso por excelência)

• Atos libidinosos diversos da conjunção carnal:


CRIMES SEXUAIS
Atos Libidinosos
1) Cópulas ectópica: cópulas fora da vagina:
1) cópula anal
2) Cópula retal
3) Cópula vulvar (cópula vestibular ou “ad introitum”)
4) Cópula oral ou felação
5) Cópula entre as coxas
2) Atos orais:
1) felação
2) cunilíngua (sexo oral na genitália feminina)
3) beijos e sucções nas mamas, coxas ou outras regiões de conotação
sexual
3) Atos manuais:
1) masturbação e
2) manipulações eróticas de todos os tipos
CRIMES SEXUAIS
Estupro

Conjunção carnal é o ato sexual convencional: cópula vaginal


(coito pênis/vagina). Introdução do pênis pode ser parcial ou total,
havendo ou não ejaculação.

Somente mulher pode ser vítima desta espécie delituosa,


podendo, no entanto, ser indiciada como co-autora
CRIMES SEXUAIS
Estupro

Violência
Concurso de força física e de emprego de meios capazes de
privar ou perturbar o entendimento da vítima
impossibilitando-a de reagir ou de se defender

Tipos de violência:
1. Efetiva
2. Presumida(novo código: Art: 217-A)
CRIMES SEXUAIS
Estupro
Violência Efetiva

Física: a lei exige que o agressor tenha agido de forma violenta,


anulando ou enfraquecendo a oposição (resistência física) da
vítima(deixa vestígios: hematomas, contusões, marcas de
mordidas, etc.)

Psíquica:
1. o agente conduz a vítima a uma forma de não resistência
por inibição ou enfraquecimento das faculdades mentais
1. embriaguez completa
2. anestesia
3. estados hipnóticos
4. drogas alucinógenas (“Boa noite Cinderela”)
CRIMES SEXUAIS
Estupro

Violência Presumida
3 situações:
1. Menor de 14 anos
2. Vítima alienada ou débil mental e o agente conhecia
esta circunstância
3. Qualquer causa que impeça a vítima de resistir
CRIMES SEXUAIS
Perícia no Estupro

Objetivos Periciais

Comprovar a cópula vaginal, e neste caso há três


situações:
1. Na mulher virgem
2. Na mulher com vida sexual pregressa
3. Na adolescente com vida sexual pregressa
CRIMES SEXUAIS
Perícia no Estupro: Exame do Hímem
CRIMES SEXUAIS
Perícia no Estupro: Exame do Hímem
CRIMES SEXUAIS
Perícia no Estupro: Exame do Hímem

No exame, o hímen pode estar:


1. Íntegro
2. Com rotura completa
3. Com rotura incompleta
4. Com agenesia (ausência congênita)
5. Complacente
6. Reduzido a carúnculas mirtiformes (ocorre em
mulheres que pariram)
CRIMES SEXUAIS
Perícia no Estupro: Exame do Hímem
Hímens rotos quanto à cicatrização:

1. Rotura de data recente: (até cerca de 20 dias)


2. Rotura antiga ou cicatrizada

Quando se afirma que a rotura é antiga isto


significa que ocorreu há mais de 20 dias.

Substituída por rupturas cicatrizadas ou não: mais


ou menos 15 dias.
CRIMES SEXUAIS
Perícia no Estupro: Exame do Hímem

Hímens Complacente:

Este permite a conjunção carnal sem que se


rompa o hímem, em virtude de sua elasticidade.
Presume-se que 10% dos hímens são
complacentes e este conceito relativo também
interdepende da relação espessura do pênis e
largura da vagina.
CRIMES SEXUAIS
Perícia no Estupro: Exame do Hímem
O exame da ruptura do hímen recente
apurará os caracteres próprios da
ruptura, associados ao processo
cicatricial em evolução num período
inferior à 20 dias: depois disso não se
pode calcular a data provável do contato
sexual. Desde que a cicatrização esteja
completa, só poderemos concluir por
ruptura antiga (sem data). Ex:
carúnculas mirtiformes
CRIMES SEXUAIS
Perícia no Estupro: Exame do Hímem
O Prof. Flamínio Fávero sugeriu: o emprego
de iluminação do hímen com luz
ultravioleta, pois ao incidir em tecidos
com rupturas recentes, aparecerá cor
arroxeada. No caso de tecido cicatricial,
terá cor amarelada. Diante desses dados,
o perito concluirá por ruptura há mais ou
menos de 15 dias(cicatrizadas ou não).
CRIMES SEXUAIS
Considerações Periciais sobre o Hímem

Geralmente se rompe na primeira conjunção


carnal.
Pode ocorrer rompimento na:
1. Masturbação
2. Colocação de corpo estranho
3. Colocação de absorvente íntimo
O seu exame não constitui tarefa pericial fácil,
podendo levar o perito a equívocos
O exame macroscópico, sem colposcópio, falha
em 10% dos casos
CRIMES SEXUAIS
Colposcópio
Funciona como um microscópio o qual é colocado dentro
da paciente. O médico olha através dele, a cerca de 30
cm da superfície que está sendo examinada.

Durante o exame, são pincelados líquidos reagentes, que


revelam as alterações destas superfícies e são feitas
fotografias para que o médico possa ver as alterações.
CRIMES SEXUAIS
Considerações Periciais sobre o Hímem
Dificuldades periciais:
1. Hímens de difícil exame:
• Infantis
• Franjados
• Complacentes
2. Diagnóstico diferencial entre:
• rupturas completas, incompletas e entalhes
congênitos
• rupturas recentes e cicatrizadas
3. Reconhecimento de vestígios indicativos de
• cópula vulvar
• toque digital
CRIMES SEXUAIS
CRIMES SEXUAIS
Mulher com vida sexual pregressa
A Perícia deve buscar provas de ejaculação
(sêmen)

1. Presença de espermatozóides no líquido


seminal
2. Fosfatase ácida (indício)
3. Proteína P30 (PSA) (certeza)
CRIMES SEXUAIS
Fosfatase Ácida
•É uma enzima normalmente presente em alguns
órgãos, tecidos e secreções em teor normal

•O líquido seminal contém grandes teores de


fosfatase ácida

•O achado de altos teores de fosfatase ácida na


vagina é indicativo de sêmen (ejaculação) e, por
conseguinte, de conjunção carnal (penetração
vaginal)
CRIMES SEXUAIS
Teste Proteína P30 (PSA)
•A P30 é uma glucoproteína produzida pela próstata e
idêntica ao PSA - Antígeno Prostático Específico (marcador
do câncer da próstata), cuja presença no sêmen
independe de haver ou não espermatozóides

•Sua verificação no fluído vaginal é teste de certeza


quanto à presença de sêmen na amostra estudada
(ejaculação). Ausentes nos fluídos femininos.

• Obs.: Pode ocorrer estupro sem que tenha havido


ejaculação (sem sêmen) ou o sêmen encontrado na vítima
pode ser oriundo de penetração consensual anterior
CRIMES SEXUAIS
Teste Proteína P30 (PSA)

• Possuem níveis normais em


indivíduos azoosperma,
oligoosperma e vasectomizado.
CRIMES SEXUAIS
Lesões genitais
Lesões genitais (contusões, lacerações),
decorrentes da
• violência da penetração
• desproporção de tamanho entre pênis e
vulva e vagina (no caso de crianças)
podem fundamentar o diagnóstico de
• conjunção carnal
• ato libidinoso
CRIMES SEXUAIS
Pêlos genitais
•Pêlos pubianos soltos encontrados
na região pubiana
na região vulvar
sobre o corpo da vítima
na roupa íntima ou de cama
desde que comprovada sua origem como sendo de
outra pessoa, é indicativo de relação sexual
CRIMES SEXUAIS

Manchas de sêmen

•Quando presente nas vestes, em roupas íntimas


ou de cama, constituem achado comum e
importante da ocorrência de crimes de natureza
sexual
CRIMES SEXUAIS
Mulher com vida sexual pregressa
• O diagnóstico de maior certeza consiste na confirmação
da presença do elemento figurado do esperma
(espermatozóide).

• A constatação da presença de um único espermatozóide


em cavidade vaginal é prova de conjunção carnal.

•A confirmação da presença do esperma (sêmen) na


cavidade vaginal é importante no diagnóstico da conjunção
carnal nos casos de hímen complacente ou de
desvirginadas.
CRIMES SEXUAIS
Espermatozóides
• A presença de sêmen na vagina é confirmada em
amostras de fluído vaginal pelo achado de
espermatozóides
•bastando apenas um ou poucos deles
•móveis ou não
•com ou sem cauda

• A coleta deve ser cuidadosa (swab = cotonete) com


exames a fresco e com coloração pela Técnica Christmas
Tree ou hematoxilina-eosina (esfregaço em lâmina).
CRIMES SEXUAIS
Posse Sexual mediante Fraude
1. Não há elemento de violência

2. Perícia médica voltada exclusivamente para a


comprovação da cópula

3. Com a alteração da redação do artigo 215 CP, pela lei


11.106, 2005: Agora, qualquer mulher pode, em tese,
ser vítima do crime em questão (honestidade da
mulher)
CRIMES SEXUAIS
Atentado violento ao Pudor

Art. 214. “Constranger alguém, mediante


violência ou grave ameaça, a praticar ou
permitir que com ele se pratique ato libidinoso
diverso da conjunção carnal”.

Artigo 213
CRIMES SEXUAIS
Atentado violento ao Pudor (Atos Libidinosos)

formas mais frequentes:


retal (sodomia)
bucal (felação)
comumente associadas ao estupro
às vezes com participação de mais de um
agente
não raro seguindo-se homicídio
CRIMES SEXUAIS
Atentado violento ao Pudor

Objetivos Periciais:

1. Caracterizar o ato libidinoso


2. Comprovar a violência efetiva ou presumida
3. Se possível obter uma relação de provas
biológicas que permitam identificar o agente
CRIMES SEXUAIS
Atentado violento ao Pudor

Objetivos Periciais:

1. Caracterizar o ato libidinoso


2. Comprovar a violência efetiva ou presumida
3. Se possível obter uma relação de provas
biológicas que permitam identificar o agente
(marcas de mordidas, presença de esperma
ou outros líquidos orgânicos)
CRIMES SEXUAIS
Atentado violento ao Pudor mediante Fraude

1. Perícia bastante difícil


2. Em alguns casos, (coito anal), a presença de
esperma poderá fornecer elemento de certeza
ao perito médico
3. Lei 11.106, 2005, alterou a redação do Art. 216
CP, substituindo a expressão “ mulher honesta”
pelo vocábulo “alguém”(tanto homem como
mulher, honesta ou não), podem ser sujeitos
passivos deste crime
CRIMES SEXUAIS
Lei 12.015/2009

A nova redação determina:

Estupro: Art. 213. Constranger alguém, mediante


violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal
ou a praticar ou permitir que com ele se pratique
outro ato libidinoso.

Pena: Reclusão de 6 a 10 anos.


CRIMES SEXUAIS
Lei 12.015/2009

A nova redação determina:

§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza


grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de
14 (catorze) anos:

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.

§ 2o Se da conduta resulta morte:

Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.


CRIMES SEXUAIS
Lei 12.015/2009

A nova redação determina:


Estupro praticado mediante conjunção carnal:
Tem que haver violência física.
Antes a violência podia ser presumida, física ou
psíquica

Art. 217-A. Estupro contra vulnerável


CRIMES SEXUAIS
Lei 12.015/2009

A simples dúvida ou incerteza do acusado quanto á


menoridade da vítima, exclui o delito????
E quanto á vítima com deficiência mental????
CRIMES SEXUAIS
Lei 12.015/2009

A nova redação determina:


Estupro praticado mediante grave ameaça:

Ameaça contra si ou contra terceiros (filhos, entes


queridos).

É crime que não deixa vestígios. Dispensável o exame


pericial para conjunção carnal.
CRIMES SEXUAIS
Lei 12.015/2009

A nova redação determina:


Estupro praticado mediante outro ato libidinoso (antigo
atentado violento ao pudor):
Constrangimento de alguém a praticar ou permitir que
com ele pratique outro ato libidinoso.
O ato libidinoso é diverso da conjunção carnal,
praticado com violência ou grave ameaça contra
pessoa de um ou outro sexo, podendo ser homem
ou mulher.
CRIMES SEXUAIS
Lei 12.015/2009

A prostituta pode sofrer crime de estupro ou outro ato


libidinoso, na sua profissão?????
E a esposa com relação ao marido???????
CRIMES SEXUAIS
Lei 12.015/2009

A nova redação determina:


Art. 217-A: Estupro de Vulnerável.
Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso
com menor de 14 anos.

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.


§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações
descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou
deficiência mental, não tem o necessário discernimento
para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa,
não pode oferecer resistência.
CRIMES SEXUAIS
Lei 12.015/2009

A nova redação determina:


Art. 217-A: Estupro de Vulnerável.

§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza


grave:

Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.


§ 4o Se da conduta resulta morte:

Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.”


CRIMES SEXUAIS
Lei 12.015/2009

A nova redação determina:


Art. 217-A: Estupro de Vulnerável.

Menor de 14 anos: O fato do agressor não saber, não


desqualifica o crime.

Doente mental: Se o agressor não souber e pelo exame o


perito perceber que é difícil de identificar a doença mental,
o agressor não responderá por esse artigo.
CRIMES SEXUAIS
Lei 12.015/2009

Induzir menor de 14 anos à satisfazer a


lascívia(sensualidade, libidinagem) de outrem, ou
induzir à presenciar conjunção carnal ou outro ato
libidinoso, comete crime de estupro??
CRIMES SEXUAIS
Lei 12.015/2009

NÃO!! Crime de |Corrupção de Menores

Arts: 218 e 218ª


CRIMES SEXUAIS
Lei 12.015/2009
A nova redação determina:

Estupro Cometido Mediante Grave Ameaça

•Ameaça grave contra si ou ente querido;

•Crime que não deixa vestígio;

•Dispensável prova pericial de conjunção carnal


CRIMES SEXUAIS
Lei 12.015/2009
A nova redação determina:

Violação sexual mediante fraude

Art. 215 Ter conjunção carnal ou praticar outro ato


libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que
impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da
vítima (homem e mulher):

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.


Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter
vantagem econômica, aplica-se também multa.”
CRIMES SEXUAIS
Lei 12.015/2009
A nova redação determina:

Com a atual renomeação do Código Penal, os delitos


sexuais devem ser encarados sob o ponto de vista da
dignidade sexual, protegendo-se a livre manifestação
da vontade da vítima, em face do princípio
constitucional da dignidade da pessoa humana.
CRIMES SEXUAIS
Impotências
Trata-se da incapacidade de se realizar o ato
sexual necessário à procriação e à preservação da
espécie. Neste aspecto temos a:
•COEUNDI: normalmente aplicada a ambos os
sexos por defeitos genéticos(defeito físico).
•GENERANDI: típica masculina -incapacidade de
fertilização (gerar descendência).
•CONCIPIENDI: típica feminina, que se traduz na
incapacidade de concepção (conceber).
CRIMES SEXUAIS
Impotências Masculinas
COEUNDI: compromete a capacidade de conjunção, cujas
causas podem ser:
INSTRUMENTAL: defeitos do órgão em si, relativos ao
volume, tamanho ou ausência do órgão ou presença de
tumores.
FUNCIONAL: defeitos no funcionamento do órgão
(disfunção erétil):
ORGANOFUNCIONAL:
•Fisiológica: idade
•Fisiopática: disfunções endócrinas
•Orgânica: doenças físicas (lesões nervosas)
PSICOFUNCIONAL: alterações psíquicas – inibição sexual
inconsciente.
CRIMES SEXUAIS
Impotências Masculinas

• CONCIPIENDI ou GENERANDI = ESTERILIDADE:


impossibilidade de procriação.

• PSEUDO-IMPOTÊNCIA: (impotência emocional): são


fracassos sexuais passageiros motivados pelo nervosismo,
desejos prolongados ou timidez excessiva.
CRIMES SEXUAIS
Impotências Femininas

COEUNDI: compromete a capacidade de copulação. Tem


como causas:
• INSTRUMENTAL: defeitos da genitália externa:
malformações, hermafroditismo, infantilismo ou presença
de tumores

• FUNCIONAL: pela configuração da genitália, torna-se


difícil a separação entre as causas físicas e as psíquicas
pois ambas se manifestam como parte do desenvolvimento
sexual feminino.
CRIMES SEXUAIS
Impotências Femininas
ALTERAÇÕES DO COMPORTAMENTO SEXUAL:
•ACOPULIA: inaptidão para conjunção carnal pela associação de
defeito instrumental, associado ao temor da própria relação.
•COITOFOBIA: repugnância sistemática e intransponível ao ato sexual
(possíveis causas: cultural, religiosa, educacional, traumas familiares
e/ou complexos específicos).
•FRIGIDEZ: incapacidade absoluta de responder aos estímulos
erógenos ou sexuais para a realização do ato sexual ou incapacidade
para o orgasmo.
•VAGINISMO: contração involuntária, dolorosa, intensa e duradoura
impedindo a penetração ou mesmo aprisionando o pênis em seu
interior.
•DISPAURENIA: sensação dolorosa durante o ato ou na conjunção
carnal.
CRIMES SEXUAIS
Impotências Femininas

• CONCIPIENDI: é a esterilidade feminina por incapacidade


de conceber ou desenvolver o feto
• CONGÊNITA: agenesia de órgãos do aparelho reprodutor
ou infantilismo
• PATOLÓGICAS: doenças infecciosas, venéreas,
metabólicas, hormonais, obstrutivas, tumorais, inflamações
agudas ou crônicas do trato genital ou urinário
• FISIOLÓGICAS: menopausa e dismenorréias(cólicas
menstruais).
Crimes Sexuais
PERÍCIA

* Toda perícia deve concluir pela existência ou não da conjunção


carnal através da observação da existência de roturas, gravidez,
presença de esperma, contaminação venérea, vestígios de atos
libidinosos diferentes da conjunção carnal e outros.
* Deve ter descrição detalhada da condição himenal e do órgão
vaginal como um todo, incluindo cronologia das lesões; atenção
para hímen complacente e outros.
Crimes Sexuais
PERÍCIA
* Laudo: linguagem clara, objetiva, inteligível e simples, sem
presunções e deve responder aos seguintes quesitos:
1) Houve conjunção carnal? Em caso de complacência,
deixar bem claro sua existência.
2) Data provável da conjunção carnal? Evitar datas
precisas, usar termos “recente”, “antiga”, “mais de 20
dias”, etc.
3) Era virgem a paciente? Possibilidade de desvirginamento
antigo desclassifica o crime de estupro e sedução
(cicatrização antiga associada a lesão recente).
Crimes Sexuais
PERÍCIA
4) Houve violência para essa prática? Ausência de violência pode
desclassificar o crime para sedução. Verificar vestígios de violência
efetiva física sobre todo o corpo.
5) Qual o meio empregado para efetuar a violência?
- Em menores de 14 anos: violência presumida.
- Expressões tipo “a força”, “cigarro misterioso”, etc.
6) Se da violência resultou incapacidade, perigo de vida,
debilidade permanente de membro, sentido ou função,
etc.
A descrição exata das lesões pode levar a qualificação do crime.
Crimes Sexuais
PERÍCIA
7) Vítima é alienada ou débil mental? Enquadramento
em presunção de violência.
8) Se houve qualquer outro fato que impossibilitasse
a vítima de resistir?
Conclusão: Erro pericial é fatal: ou atinge a honra da
mulher e a liberdade do homem, ou permite a
absolvição de criminoso e desamparo da ofendida.
Assédio

COMO PAQUERAR SEM


CORRER O RISCO DE SER
PROCESSADO POR ASSÉDIO
SEXUAL?
Assédio
* Seja educado. Ao iniciar a abordagem, evite beijos;
* Tenha bom censo. Jamais insista se um convite ou dois já
tenham sido recusados;
* Não faça elogios sexuais ou comentários inconvenientes
do tipo: “Esse perfume me deixa louco!”. Seja sutil;
* Evite a proximidade física exagerada. Um aperto de mão
muito demorado pode ser mal interpretado;
Assédio
* Não devore ninguém com os olhos. Também não tente
enxergar o que se esconde por baixo das roupas delas;
super-homem não existe, nem visão de RX. Qualquer
adulto entende um olhar diferente;
* Presente para colegas de trabalho, fora de datas
especiais, pode gerar constrangimentos. Em qualquer
caso, deve-se fazê-lo sempre na presença da própria
esposa, do contrário, mesmo que se dê presentes para
todas as mulheres da empresa, corre-se o risco de ser
indiciado por “tentativa de cantada coletiva”.

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