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SECAGEM

Concurso UCS - Edição 2016

http://rodolfo.chengineer.com/operacoes-unitarias-2.html

Aula __/__/17 - Fernanda Trindade Gonzalez Dias


Transferência de um líquido que está em um sólido molhado
para uma fase gasosa não-saturada.

A redução do conteúdo de água residual em um sólido pode ser exigida pelas


seguintes razões:
• Qualidade final do produto;
• Maior facilidade de manuseio dos sólidos secos;
• Melhorar a conservação e o armazenamento;
• Reduzir o custo de transporte dos sólidos;

 É uma operação complexa, pois é controlada por fenômenos de transferência de


calor e de massa em estado transiente. Simultaneamente, podem ocorrer
processos cinéticos associados a transformações físicas (ex: encolhimento do
sólido, cristalização, transformações químicas e/ou bioquímicas, etc);

 Diferentemente da evaporação, a secagem envolve uma quantidade de água


relativamente pequena;
SECAGEM

 Alternativa para se diminuir o consumo energético em uma operação de


secagem: redução prévia da umidade do sólido por meio de processos
mecânicos (centrifugação e prensagem).

Na produção do leite em pó, por exemplo, utiliza-se um evaporador para a


concentração prévia do leite e só depois efetua-se a secagem fina para a
obtenção do pó.

 Força motriz na secagem  gradiente de concentração de água na


atmosfera
Entre a atmosfera que envolve o material a ser secado e a atmosfera do ambiente.

Para ser eficiente, a secagem exige o uso de gases com baixa pressão parcial de
água (gases secos) ou gases quentes (pressão parcial elevada no equilíbrio)
PROCESSOS DE TRANSFERÊNCIA

 TRANSFERÊNCIA DE CALOR do ambiente para evaporar a umidade superficial.


Esta transferência depende das condições externas de secagem (temperatura,
umidade do ar, fluxo e direção de ar, área de exposição do sólido e pressão).

 TRANSFERÊNCIA DE MASSA do interior para a superfície do material e sua


subseqüente evaporação devido ao primeiro processo (condições internas de
secagem). O movimento interno da umidade no material sólido é função da
natureza física do sólido, sua temperatura e conteúdo de umidade.

Processo de transferência
de calor e massa em uma
superfície de secagem
CONDIÇÕES EXTERNAS DE SECAGEM

 Por convecção em um secador de contato direto: uma corrente gasosa aquecida


fornece o calor necessário para a vaporização do líquido contido no sólido.

 Secagem indireta (por condução): o sólido úmido é depositado sobre uma


superfície metálica aquecida que lhe fornece a energia necessária para a
secagem.

 Outras formas de energia disponível para a secagem:


- Radiação;
- Energia de micro-ondas;
- Energia de campos eletromagnéticos;
COMPORTAMENTO NA SECAGEM

Na secagem:
um sólido úmido perde umidade quando
exposto a uma corrente de gás (meio
secante) com temperatura e umidade fixas.

- Período de secagem a taxa constante;


NO - A temperatura da superfície do sólido molhado se iguala à
EQUILÍBRIO: temperatura de bulbo úmido do agente secante;
- O sólido atinge o teor de umidade crítico;

Período de - A temperatura da superfície se eleva;


secagem a taxa - A taxa de secagem aproxima-se de zero em um teor de
decrescente umidade de equilíbrio;
CURVA DE SECAGEM

Teor de umidade de equilíbrio:


• Menor teor de umidade atingível no processo de secagem;
• Esta umidade de equilíbrio pode estar adsorvida sob a forma de um filme
superficial ou condensada em pequenos capilares à uma pressão reduzida;
• Depende da natureza do sólido (seu valor é praticamente zero para sólidos
não-higroscópicos);

Curva de Secagem:
Teor de Umidade em
função do Tempo
CURVA DE SECAGEM

Região AB - regime não permanente. Temperatura do sólido atinge o valor de


regime permanente.

Região BC – regime permanente. Toda a superfície exposta do sólido está


saturada de água. A secagem ocorre como se fosse a evaporação de uma
massa de líquido, sem haver influência direta do sólido. Período antecrítico.

Ponto C - teor de umidade do sólido


é o mínimo para suprir a
totalidade da superfície do sólido
(Teor de Umidade Crítico). Além
deste ponto, a taxa de secagem
cai rapidamente.
CURVA DE SECAGEM

Região CD - primeiro período de taxa decrescente. A superfície do sólido fica


gradativamente mais pobre em líquido, porque a velocidade do movimento do
líquido para a superfície é menor que a velocidade com que a massa é
transferida da superfície.
CURVA DE SECAGEM

PONTO D - não há, na superfície, qualquer área significativamente saturada de


líquido. Nos teores de umidade mais baixos que os do ponto D, toda a
evaporação ocorre a partir do interior do sólido.
CURVA DE SECAGEM

Segundo período de taxa decrescente


O processo continua até se chegar ao teor de umidade de equilíbrio (XE ou X*),
que é atingido quando a pressão de vapor sobre o sólido é igual a pressão
parcial do vapor no gás secante afluente.
Teor de umidade crítica
É a umidade medida no término do período de secagem a taxa constante.

Teor de umidade de equilíbrio


É a umidade limite que um material pode ser seco em determinadas condições
de temperatura e umidade do ar. É atingido quando a pressão de vapor no sólido
é igual à pressão parcial de vapor no gás secante. A quantidade de umidade
retida em um sólido em equilíbrio com um gás úmido depende da estrutura do
sólido, da temperatura e do teor de umidade do gás.
Período de velocidade de secagem constante:
• A velocidade de secagem é constante e independente da umidade do sólido;
• Neste período, se o sólido é não-poroso, o líquido evaporado é somente o líquido
que cobre a superfície do sólido. Em um sólido poroso, a maior parte do líquido
evaporado neste período provém do interior do sólido;
• A temperatura do sólido durante este período é constante e igual à temperatura
do bulbo úmido (TW) do gás de secagem;
Período de velocidade de secagem decrescente:
• O ponto representativo da umidade crítica marca o instante em que o líquido que
está sobre a superfície é insuficiente para manter uma película contínua que cubra
toda a área de secagem;
• Para sólidos não-porosos, ocorre quando se evapora a umidade superficial. Para
sólidos porosos, alcança-se quando a velocidade da corrente de umidade para a
superfície não for capaz de igualar a velocidade de evaporação que o processo
requer, de acordo com o mecanismo de termômetro úmido;

O período de velocidade de secagem constante só existe quando a umidade inicial


do sólido for inferior à sua umidade crítica. Ao atingir-se a umidade crítica, a
velocidade de secagem começa a diminuir e inicia-se o período de velocidade de
secagem decrescente.
FORMAS DE UMIDADE EM SÓLIDOS

• Umidade ligada: umidade contida no sólido que está combinada quimicamente


ou presente em solução líquida no sólido ou mesmo aprisionada na sua
microestrutura em pequenos capilares.

Por não estar totalmente livre, esta


umidade exerce uma pressão de
vapor inferior à do líquido puro.

• Umidade não-ligada: umidade


que está em excesso em relação à
umidade ligada.

Umidade de equilíbrio
(P e T constantes)
FORMAS DE UMIDADE EM SÓLIDOS

A diferença entre a umidade total do sólido (X) e a umidade de equilíbrio (X*) com
o ar é a umidade livre do sólido (XL = X – X*).

• Umidade livre: umidade que o


sólido pode perder após um contato
suficientemente prolongado com o ar
em determinadas condições.

Depende tanto da umidade do sólido


quanto da umidade relativa do ar.
CLASSES DE MATERIAIS - COMPORTAMENTO NA SECAGEM

Sólidos Granulados ou Cristalinos

• Retêm a umidade nos interstícios entre as partículas ou em poros superficiais,


rasos e abertos;
• O movimento da umidade nestes materiais é relativamente livre;
• O período de taxa constante estende-se até teores de umidade relativamente
baixos;
• O período de taxa decrescente apresenta apenas uma inclinação;
• Estes sólidos são geralmente inorgânicos e são pouco afetados
no processo de secagem;
• Os teores de umidade de equilíbrio são geralmente muito
próximos de zero;
Exemplos: TiO2, catalisadores, fosfato de sódio
CLASSES DE MATERIAIS - COMPORTAMENTO NA SECAGEM

Sólidos Orgânicos

• Retêm a umidade como parte integral da estrutura do sólido, ou


no interior de fibras ou poros delgados;
• O movimento da umidade é lento nestes materiais e ocorre provavelmente pela
difusão do líquido através da estrutura do sólido;
• Apresentam períodos muito curtos de taxa de secagem constante, os quais
terminam em valores elevados do teor crítico de umidade;
• O primeiro período de taxa decrescente é muito reduzido; a maior parte da
secagem ocorre no segundo período de taxa decrescente;
• Os teores de umidade no equilíbrio são, em geral, elevados (significativa
quantidade de água é retida intimamente na estrutura do sólido);—
CLASSIFICAÇÃO DE SECADORES
CLASSIFICAÇÃO DE SECADORES
CLASSIFICAÇÃO DE SECADORES
CLASSIFICAÇÃO DE SECADORES
CLASSIFICAÇÃO DE SECADORES
ALGUNS TIPOS DE SECADORES PARA MATERIAIS DIVERSOS

Secadores de Bandejas

• Operam com baixa capacidade, em câmaras fechadas, com bandejas em

prateleiras de forma que um fluxo de gás quente (ar aquecido) passa através do

material sobreposto à bandeja;

• O material pode ser aquecido por contato direto com o gás de secagem, ou

indiretamente por meio de tabuleiros aquecidos, serpentinas de aquecimento ou

paredes refratárias dentro do equipamento;

• Adequados para materiais granulares;

• A operação em batelada deste tipo de secador implica em mão-de-obra com carga

e descarga;

• Aconselhável para a secagem de pouca quantidade de material ou quando são

necessários longos ciclos de secagem;


ALGUNS TIPOS DE SECADORES PARA MATERIAIS DIVERSOS

Secadores de Bandejas

• Controle da operação: monitoramento da temperatura e da umidade do gás de


secagem;
• Ventiladores e chicanas são utilizados para a manutenção do fluxo de ar;

Secador de bandejas
de aquecimento
direto
ALGUNS TIPOS DE SECADORES PARA MATERIAIS DIVERSOS

Secadores de Bandejas

Secador de bandejas
de aquecimento
indireto
ALGUNS TIPOS DE SECADORES PARA MATERIAIS DIVERSOS

Secadores Transportadores ou Secadores a Túnel

• Opera em contínuo e é recomendado para grandes capacidades de sólidos;


• São constituídos de correias transportadoras ou vagonetas, nas quais são
carregados os sólidos;
• Um fluxo de ar paralelo, contracorrente ou transversal passa através do material,
impulsionado por exaustores ou ventiladores. O ar normalmente é aquecido.
• São utilizados na secagem de materiais similares àqueles recomendados para o
secador de bandejas;
• Nestes secadores, as condições do ar variam continuamente ao longo do
comprimento do equipamento. O tempo de residência (ou retenção) necessário à
secagem do material determinará o comprimento do secador.
• Este secador opera adiabaticamente e pode ser dividido em 4 zonas para efeito
do cálculo do tempo de retenção;
ALGUNS TIPOS DE SECADORES PARA MATERIAIS DIVERSOS

Secadores Transportadores ou Secadores a Túnel


ALGUNS TIPOS DE SECADORES PARA MATERIAIS DIVERSOS

Secadores Transportadores Pós aquecimento


ou Secadores a Túnel O sólido não perde umidade nesta zona, mas
admite-se que sofra um aquecimento de TW
até a temperatura de saída

Secagem constante
Secagem decrescente
O sólido perde umidade a TW
Secagem do material com
constante; sua superfície
Pré-aquecimento a superfície não-saturada de
encontra-se saturada de
Aquecimento do umidade (temperatura
umidade (o ar sofre um
sólido até a permanece igual à TW )
resfriamento adiabático)
temperatura de bulbo
úmido do ar de
secagem
ALGUNS TIPOS DE SECADORES PARA MATERIAIS DIVERSOS

Secadores Rotatórios

• Formados por uma câmara cilíndrica e rotativa horizontal, com uma ligeira

inclinação (1 – 5º) para facilitar a progressão do sólido dentro do secador;

• Os sólidos são alimentados numa das extremidades e transportados por ação da

gravidade, avançando, caindo e deslizando ao longo do secador. de um cilindro na

posição horizontal. Ar quente circula em contracorrente (ou em co-corrente),

percolando a cascata de sólidos no tambor;

• Velocidades típicas de gás neste tipo de secador:

3 m/s (co-corrente) e 2 m/s (contracorrente)

• Recomendados para sólidos granulados, os quais têm facilidade de

escorregar através das telas metálicas das correias transportadoras;


ALGUNS TIPOS DE SECADORES PARA MATERIAIS DIVERSOS

Secadores Rotatórios

Secador rotativo de
contato direto

Secador rotativo de
tubos de vapor
(contato indireto)

Vantagens: Reduzida deterioração do material e eliminação de substâncias tóxicas


(NOX) pelo gás de secagem.
ALGUNS TIPOS DE SECADORES PARA MATERIAIS DIVERSOS

Secadores Rotatórios

Secador rotativo de
vácuo
ALGUNS TIPOS DE SECADORES PARA MATERIAIS DIVERSOS

Secadores Pneumáticos (Flash Dryer)

• É capaz de eliminar toda a umidade contida no sólido em poucos segundos (3 ou

4 s);

• O material úmido é introduzido em uma coluna de secagem. O produto é

succionado na tubulação pela ação de um exaustor, sendo coletado via ciclone (o

sólido sai pelo fundo e o gás pelo topo);

• São adequados para materiais termossensíveis (a temperatura do gás pode

atingir 600 ºC, mas o tempo de secagem é tão rápido que o sólido raramente atinge

temperaturas superiores a 40 ºC);

• Elevada capacidade de evaporação (11 – 200 kg água evaporada/m3h);

• Principais aplicações: indústria mineral (derivados de potássio,

chumbo ou magnésio), indústria de alimentos (amido, caseína), etc;


ALGUNS TIPOS DE SECADORES PARA MATERIAIS DIVERSOS

Secadores Pneumáticos (Flash Dryer)

Secador de transporte pneumático


ALGUNS TIPOS DE SECADORES PARA MATERIAIS DIVERSOS

Secador de Soleiras Múltiplas (secador a gravidade)

Um tubo cilíndrico vertical contendo várias soleiras anulares e horizontais

montadas umas sobre as outras. O material sólido é despejado na parte superior do

equipamento e arrastado para fora e para dentro nas soleiras sucessivamente até a

saída na parte inferior. O calor é transferido para o material através das soleiras,

que são aquecidas por óleo térmico ou vapor. O material seco é descarregado na

parte inferior do equipamento em uma tremonha e transportado para os silos de

armazenamento, uma parte é recirculada no secador, misturada com o lodo úmido

na entrada para iniciar a formação de novos grânulos Também é usado para secar

sólidos particulados.
ALGUNS TIPOS DE SECADORES PARA MATERIAIS DIVERSOS

Secador de Soleiras Múltiplas


ALGUNS TIPOS DE SECADORES PARA MATERIAIS DIVERSOS

Secadores de Lamas e Pastas Grossas

• A solução de alimentação é introduzida entre dois tambores aquecidos

interiormente. Esta solução é espalhada mecanicamente pela ação dos tambores

que rodam em sentido contrário, dando origem à duas folhas finas aderentes. Estas

folhas são rapidamente secas por condução e raspadas da superfície dos tambores

por ação de uma lâmina;

• Os secadores a vácuo rotatório e os secadores a parafuso são normalmente

utilizados em operações descontínuas. Os secadores a tambor são utilizados em

processos contínuos;

• Os sólidos não devem ser abrasivos para não danificar a superfície dos tambores;
ALGUNS TIPOS DE SECADORES PARA MATERIAIS DIVERSOS

Secadores de Lamas e Pastas Grossas


ALGUNS TIPOS DE SECADORES PARA MATERIAIS DIVERSOS

Secadores a Leito Fluidizado

• Utilizam os princípios da fluidização;

• O gás fresco é alimentado a uma fornalha, de onde sai com a temperatura

desejada. Este gás aquecido passa então através de uma placa distribuidora

(difusor) que suporta o leito de material fluidizado. O sólido é continuamente

alimentado ao secador, e o sólido seco sai por uma tubulação lateral.

• Podem trabalhar com temperaturas elevadas na entrada (800 ºC);

• Usados para secar carvão, calcário, escória de alto forno;


ALGUNS TIPOS DE SECADORES PARA MATERIAIS DIVERSOS

Secadores a Leito Fluidizado


ALGUNS TIPOS DE SECADORES PARA MATERIAIS DIVERSOS

Secadores Pulverizadores ou Atomizadores

• São indicados para operações contínuas de secagem de soluções, suspensões


finas e emulsões;
• São constituídos essencialmente por:
- Bomba da corrente de alimentação
- Atomizador;
- Permutador de calor;
- Dispersor de gás;
- Câmara de secagem;
- Sistema de limpeza do gás exausto;
- Sistema de recuperação de pós finos (ciclone);
• Desempenho: depende das dimensões das gotículas produzidas e do modo como
estas contactam o gás quente;
ALGUNS TIPOS DE SECADORES PARA MATERIAIS DIVERSOS

Secadores Pulverizadores ou Atomizadores

• Existem basicamente 3 tipos de atomizadores usados na secagem industrial:

- Rotativos (energia centrífuga);

- Tubeira de pressão (energia de pressão);

- Tubeira de dois fluidos (energia cinética);

• São capazes de processar grandes capacidades de alimentação e fluidos

abrasivos;

• A câmara de secagem é cilíndrico-cônica e de grandes dimensões (grande área

de troca térmica);

• Curto tempo de secagem (2 – 20 s) – adequado para materiais termossensíveis;

• Produzem, em uma única etapa, partículas eféricas maciças ou ocas e

imediatamente empacotáveis;
ALGUNS TIPOS DE SECADORES PARA MATERIAIS DIVERSOS

Secadores Pulverizadores ou Atomizadores

• Um secador de atomização é polifuncional, pois pode funcionar como evaporador,


cristalizador, secador, equipamento de redução de tamanho e classificador.
Entretanto, a eficiência destes secadores é baixa, pois perde-se muito calor através
dos gases exaustos;
VELOCIDADE E TEMPO DE SECAGEM

A velocidade de secagem é definida por:

WS dX NaM a
R  k y ( X i  X g )M a 
Ad A
VELOCIDADE E TEMPO DE SECAGEM

 X
WS dX
Esta expressão também pode ser escrita na forma:
 d  
0
A X R
0

Período de Velocidade Constante:


Neste período, R será constante e igual à RC: C  
WS
X C  X1 
ARC
VELOCIDADE E TEMPO DE SECAGEM

O parâmetro R depende dos coeficientes de transferência de calor e de massa:

hy
R  k y ( H i  H )M a  (T  Ti )
 vap hi

hy
No Período de Velocidade Constante: Rc  k y ( H SAT  H ) M a  (T  TW )
 vap hi
• R = Rc
• A umidade na interface (Hi) é igual à de saturação (HSAT);
• A temperatura da interface (Ti) é igual à temperatura de bulbo úmido (Tw);
• ky e hy não variam com a perda de umidade e são considerados constantes;

ky : coef. transf. massa

hy : coef. transf. calor

 vap hi : calor latente de evaporação da água à temperatura da interface (Ti)


VELOCIDADE E TEMPO DE SECAGEM

A quantidade total de calor (qt) que será dirigida para a superfície evaporante
dependerá das contribuições:
= Condução através da superfície metálica do secador + Convecção no gás +
Radiação do ambiente

T : Temperatura do gás
qconvecção  hy ( X )(T  TS ) A TS : Temperatura da superfície do sólido
TM : Temperatura da superfície metálica
qcondução  U D ( X )(TM  TS ) A
U D : Coef. global de transf. calor
1 hM , S : Coef. de transf. calor entre a parede
UD 
1 z metálica e a partícula sólida
 S
hM , S KS hR : Coef. transf. calor por radiação

qradiação  hR (TR  TS ) A zS
: Razão entre a espessura da camada de
K S sólido e sua condutividade térmica
VELOCIDADE E TEMPO DE SECAGEM

Se as paredes do secador estiverem na temperatura da fase gasosa (TW):

htotal  hy  U D  hR

Na maioria dos casos, o calor transferido pela radiação e pela condução constituem
uma parcela pequena de qt.

qt é essencialmente uma transferência de calor convectiva h  hy

Para a secagem com ar, verificou-se que:

hy  0,0128G 0,8

G : Fluxo mássico de gás (G = .v)


G[lb / ft 2 h]
hy [ Btu / ft 2 hº F ]
VELOCIDADE E TEMPO DE SECAGEM

Período de Secagem a Taxa Decrescente:

Em muitos casos, a curva da velocidade de secagem contra o teor de umidade,


durante o período de taxa decrescente, aproxima-se de uma reta que passa pelo
teor de umidade crítico (Xc) e vai até a origem:

R Rc

X Xc

 X
WS X c dX
0 d   A X Rc X
0

Integrando:

Relação linear entre R e X:


WS mX1  b
X2
WS X c X W dX
  c   ln
A Rc X c Rd = mx + b
d   S
A X mx  b A ln mX 2  b

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INFLUÊNCIA DAS VARIÁVEIS DE PROCESSO

• Velocidade do ar: na secagem por convecção e em co-corrente, a velocidade de


secagem é proporcional ao coef. transf. calor (hy) ou ao G0,8. O efeito da velocidade
do gás é menos importante quando ocorrem simultaneamente transferências por
condução e radiação;

• Umidade do gás: quando a umidade absoluta do gás diminui, a temperatura de


bulbo úmido (TW) também diminui, e por isso, r(X) aumenta em virtude do aumento
da força motriz para o transporte de calor;

• Temperatura do gás: aumentando-se a temperatura de bulbo seco do gás,


aumenta-se também a temperatura de bulbo úmido (TW) e, em consequência, a
velocidade de secagem;

• Espessura do sólido: a variação da velocidade de secagem é inversamente


proporcional à espessura da camada de sólido submetido à secagem;
CÁLCULO DA UMIDADE CRÍTICA DO SÓLIDO

SS
Hc  (XC  X0)  HF
GS

SS
Hc  ( X 0  X C )  H0
GS
ÁREA DE SECAGEM

• É fundamental para o projeto de um secador;


• É determinada através de um balanço mássico ao líquido que o sólido contém;

Hf Expressão geral que permite calcular a


dH
A   dA  GS  área de exposição de um sólido,
H0
k y ( X )( H i  H )
necessária para uma dada tarefa de
secagem

Esta expressão pode ser aplicada ao período de velocidade de secagem constante


e ao período de velocidade de secagem variável (usar os limites de integração
adequados).

OBS: ky (X) – coeficiente de transferência de massa para a difusão do vapor da


superfície úmida do sólido para a corrente de gás. É função da umidade do sólido.
ÁREA DE SECAGEM

Período de Velocidade de Secagem Constante:

Neste período, ky é constante e a secagem ocorre de acordo com o mecanismo de


bulbo úmido.

Hf HC
G dH GS dH
Ac  S
ky H ( HW  H ) Ac 
ky 
H0
( HW  H )
C

Contracorrente Cocorrente

Mudam os limites
de integração
ÁREA DE SECAGEM

Período de Velocidade de Secagem Decrescente:

HC Hf
dH dH
Ad  GS 
H0
k y ( X )( HW  H )
Ad  GS 
HC
k y ( X )( H W  H )

Contracorrente Cocorrente

A área total será a soma das áreas correspondentes aos períodos de velocidade de
secagem constante e de secagem variável:

HC Hf
GS dH dH
A  Ac  Ad 
ky 
H0
( HW  H )
 GS 
k ( X )( H W  H )
HC y

Para um secador
em cocorrente
EFICIÊNCIA DE VAPORIZAÇÃO

• É a relação entre a velocidade de secagem em qualquer tempo (R) e a velocidade


máxima de secagem (Rmax);

Rmax é alcançada quando o ar de saída na zona de vaporização estiver na


temperatura de saturação do ar de entrada.

R (H f  H 0 ) R  ERmax  E ( H SAT  H 0 )
E  OU
Rmax ( H SAT  H 0 )

Na secagem de um material em um leito (ou sobre bandejas):


 E estará relacionada com o número de unidades de transferência (NUT), com a
altura do leito (z) e com a altura da unidade de transferência (HUT).

E  1  e  NUT NUT 
z
HUT
EFICIÊNCIA DE VAPORIZAÇÃO

Para partículas muito pequenas (2,0 – 0,008 mm) em leitos de pequena espessura,
o NUT será dado por:

0 , 215
0,272  DP G 
NUT  
0 , 35 
 ( X s Z ) 0, 64
DP   

Para partículas grandes (10 – 60 mm), HUT no sistema ar – água é dado por:

( DPG) 0, 41
HUT 
a
EFICIÊNCIA DE VAPORIZAÇÃO

Para a secagem de um leito de sólidos, o tempo de secagem em função da


eficiência de vaporização será dado por:

 vap hi Rc ( X i  X c )
c  Período de Secagem a Velocidade Constante
AnGs C p (T1  Tbu ) E

An : Área perpendicular ao fluxo

 Gs C p E (T1  Tbu )  X 2  X e 
Rd   
 
  vap hi 
  X c  X e  Período de Secagem a
Velocidade Decrescente
 vap hi Rd ( X c  X e )  X c  X e 
d  ln  
AnGs C p (T1  Tbu ) E  X 2  X e 
VARIÁVEIS QUE INFLUENCIAM NO DIMENSIONAMENTO

Secador contínuo (tipo Túnel):


• Nestes secadores, as condições do ar variam continuamente ao longo do mesmo
(o tempo de retenção do material dentro do secador é um importante parâmetro na
determinação do comprimento do secador);
• Considera-se que o secador opera adiabaticamente (ié, o calor sensível do ar de
entrada é empregado para evaporar a água do material);
• O tempo de retenção total é a soma dos tempos de retenção do material em cada
uma das 4 zonas de secagem (zona de pré-aquecimento, zona de secagem
constante, zona de secagem decrescente e zona de pós-aquecimento);

T   I   II   III   IV
VARIÁVEIS QUE INFLUENCIAM NO DIMENSIONAMENTO

Secador contínuo (tipo Túnel):


• O comprimento do secador (L) é obtido em função dos seguintes fatores:
- Tempo de retenção do sólido no secador;
- Carga de sólido que cada vagoneta recebe;
- Comprimento da vagoneta;
- Capacidade horária do secador;

Comprimento do Capacidade do secador Tempo de


secador = x retenção total
(L) Massa total de sólido por (T)
unidade de comprimento
da cinta
VARIÁVEIS QUE INFLUENCIAM NO DIMENSIONAMENTO

Secador contínuo (tipo Rotativo):


• Admite-se que estes secadores estejam divididos em 3 zonas (zona de pré-
aquecimento, zona de secagem e zona de pós-aquecimento);
VARIÁVEIS QUE INFLUENCIAM NO DIMENSIONAMENTO

Secador contínuo (tipo Rotativo):


• O diâmetro do secador é obtido em função da massa total de ar que circula no
secador:

D 2 ar ar :
S  Massa total de ar
4 Gg

• Comprimento do secador:
qtotal  qzona  qzona  qzona
I II III
qtotal
L
UaSTm Diferença média de ( LMTDI  LMTDII  LMTDIII )
temperatura entre o ar
e o sólido (nas 3 zonas)
3

0,16 Coeficiente global:


57Gg
Ua  Relação proposta por
D Perry
VARIÁVEIS QUE INFLUENCIAM NO DIMENSIONAMENTO

Secador contínuo (tipo Rotativo):


• Considerações adicionais no cálculo de secadores rotativos:
O tempo de retenção () em um secador rotativo depende de 3 mecanismos que
influenciam o movimento do sólido:
1) Avanço (ou deslocamento) do sólido
Quando o tambor gira, o sólido é levantado e cai a uma certa altura.

Deslocamento do Diâmetro do Inclinação (I)


sólido
= secador (D)
x

L
Para N rotações do tambor:

IDN

2) Ao tocarem o fundo do tambor, as partículas rebatem e rolam umas sobre as


outras;
VARIÁVEIS QUE INFLUENCIAM NO DIMENSIONAMENTO

Secador contínuo (tipo Rotativo):


3) O gás de secagem pode favorecer (corrente paralela) ou dificultar (contra-
corrente) o avanço dos sólidos;

O tempo de retenção () no secador rotativo será:

 0,35L   0,6( BLG g ) 


   0, 9    [min]
 IN D   Gs 

 dependerá então da densidade e do ângulo de repouso do sólido, da disposição


dos suspensores no secador, da inclinação do secador e da massa de material
presente no secador.
EXERCÍCIO PARA A AULA DIDÁTICA:
(apresentação UFERSA)

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