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“Eu lia textos em Língua Portuguesa => meu cérebro entendia em Libras => meu
cérebro fazia a tradução do que eu entendi de volta para a Língua Portuguesa => eu
escrevia em Língua Portuguesa. Daí minha mãe arrumava o Português. Eu não gostava
muito, porque ela sempre mexia um pouco no que eu escrevi. Parecia um pouco
diferente. Daí precisava conversar quando eu achava que estava diferente, até a gente
concordar. Minha mãe perguntava: O que você quer falar aqui? Ela dizia que às vezes
eu escrevia diferente do que eu estava pensando e que precisava mudar um pouco.”
RETEXTUALIZAÇÃO
“Eu pensava que só se fazia a retextualização do que o surdo escreveu em
Português, porque surdo escreve errado, ou melhor, diferente. O artigo tratava
da tem retextualização da Língua Portuguesa para Libras!!!!! Legal!!!! Isso
acontece quando o surdo lê em Português e entende em Libras. Como eu faço.
Então pode mudar muita coisa também quando lê em Português e entende em
Libras. Depois vai fazer a transcrição do que entendeu e muda de novo! Porque
junto com a leitura e a transcrição também fazemos TRADUÇÃO. Primeiro da
Língua Portuguesa para a Libras na leitura e depois da Libras para a Língua
Portuguesa para escrever o que entendemos. Ah! Outra coisa interessante é que
mesmo os ouvintes tem dificuldades para fazer transcrição ou retextualização.”
RETEXTUALIZAÇÃO
“Então aparecem coisas interessantes, por exemplo, quando o surdo não
entende, ele pode fazer duas coisas (opção) 1. Ele não sinaliza nada, porque
não entende. Pula pedaço. Fica um buraco, falta coisa. No texto isso chama
lacuna... 2. O surdo inventa coisas para ajudar entender. Então ele imagina o
que texto está falando e inventa coisas. Isso chama acréscimo.”
“Então o que acontece é que o surdo pode ter MENOS informação, quando
acontece uma lacuna ou pode ENTENDER diferente, quando faz um
acréscimo.”
ORALIZAR PRA QUEM?
“Quando a gente tinha 18 anos mais ou menos, lá no Centrinho mandaram uma carta
falando que Marília tinha sido escolhida para fazer implante coclear. Minha mãe ficou
animada. Marília não aceitou. Eu achei ela certa. Marília falou: "Eu nasci surda, meus
amigos são surdos, meu namorado é surdo, minha irmã é surda. Todos surdos perto de mim.
Nunca conheci som”. Parece que mesmo no oralismo, a Marília já tinha identidade surda. E
Marília falou uma coisa que fez minha mãe pensar muito OUVIR É IMPORTANTE PARA VOCÊ
MÃE. NÃO É IMPORTANTE PARA MIM. Eu concordo. Então minha mãe perguntou também
para mim, porque Centrinho falou que eu já estava na fila. Eu falei que meu pensamento era
igual ao da Marília. Então minha mãe respondeu que a gente não ia fazer. Eu acho que ela
ficou triste, mas orgulhosa suas filhas. A gente sempre foi feliz. Não era "pesado” ser surda.”
OS BENEFÍCIOS DA ORALIZAÇÃO E DA
LEITURA LABIAL NO DESEMPENHO DE
LEITURA DE SURDOS PROFUNDOS
USUÁRIOS DA LIBRAS
Em uma pesquisa feita por Tofollo, Bernardino, Vilhena e Pinheiro (2017),
os autores trazem a seguinte pergunta: o uso de LIBRAS associado a outros
meios de comunicação, como leitura labial e oralismo, pode ajudar o surdo
no aprendizado do português escrito?
- Pouco se discute sobre o ensino do português escrito para surdos,
apesar de o bilinguismo não ensinar de maneira adequada.
- Criança ouvinte x criança surda
- Resultados
ANDREIA CHAGAS ROCHA TOFFOLO, ELIDÉA LÚCIA ALMEIDA BERNARDINO, DOUGLAS DE ARAÚJO VILHENA e ÂNGELA MARIA VIEIRA PINHEIRO, 2017.
Comunidade Surda: percepções
individuais em relação ao método
oralista.
• A partir de entrevistas realizadas com pessoas surdas na dissertação de mestrado
de Beatriz Ignatius Nogueira Soares, intitulada: Enfim, posso falar! Relatos de
surdos paranaenses que vivenciaram a transformação do oralismo ao
bilinguismo, buscou-se elencar alguns pontos destacados pelos entrevistados em
relação a sua percepção sobre o oralismo.
• https://desculpenaoouvi.com.br/interprete-oralista-um-relato-pe
ssoal-de-experiencia/
• http://steno.com.br/dia-a-dia-do-estenotipista/
• https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/65863/R
%20-%20D%20-%20BEATRIZ%20IGNATIUS%20NOGUEIRA%20S
OARES.pdf?sequence=1&isAllowed=y