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GÊNERO

CONTO
“O segredo do conto é promover o
sequestro do leitor, prendendo-o num
efeito que lhe permite a visão em
conjunto da obra, desde que todos os
elementos do conto são incorporados
tendo em vista a construção deste
efeito.”

Edgar Allan Poe


Eduardo e Mônica

https://www.youtube.com/watch?v=TYy6-zUwrIY
Eduardo e Mônica – Legião Urbana Eu não tô legal, não aguento mais birita
Quem um dia irá dizer que não existe razão E a Mônica riu e quis saber um pouco mais
Nas coisas feitas pelo coração Sobre o boyzinho que tentava impressionar
E quem me irá dizer que não existe razão E o Eduardo, meio tonto só pensava em ir pra
Eduardo abriu os olhos mas não quis se casa
levantar É quase duas e eu vou me ferrar
Ficou deitado e viu que horas eram Eduardo e Mônica trocaram telefone
Enquanto Mônica tomava um conhaque Depois telefonaram e decidiram se encontrar
No outro canto da cidade O Eduardo sugeriu uma lanchonete
Como eles disseram Mas a Mônica queria ver um filme do Godard
Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem Se encontraram então no Parque da Cidade
querer A Mônica de moto e o Eduardo de camelo
E conversaram muito mesmo pra tentar se O Eduardo achou estranho e melhor não
conhecer comentar
Um carinha do cursinho do Eduardo que disse Mas a menina tinha tinta no cabelo
Que tem uma festa legal e a gente quer se
divertir
Festa estranha, com gente esquisita
Eduardo e Mônica era nada parecido E os dois se encontravam todo dia
Ela era de Leão e ele tinha dezesseis E a vontade crescia
Ela fazia medicina e falava alemão Como tinha de ser
E ele ainda nas aulinhas de inglês Eduardo e Mônica fizeram natação,
Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus fotografia
De Van Gogh e dos Mutantes Teatro e artesanato e foram viajar
De Caetano e de Rimbaud A Mônica explicava pro Eduardo
E o Eduardo gostava de novela Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar
E jogava futebol-de-botão com seu avô Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo
Ela falava coisas sobre o Planalto Central crescer
Também magia e meditação E decidiu trabalhar
E o Eduardo ainda tava no esquema E ela se formou no mesmo mês
Escola, cinema, clube, televisão Em que ele passou no vestibular
E, mesmo com tudo diferente E os dois comemoraram juntos
Veio meio de repente E também brigaram juntos muitas vezes
Uma vontade de se ver depois
E todo mundo diz que ele completa ela e
vice-versa
Que nem feijão com arroz
Só que nessas férias não vão viajar
Porque o filhinho do Eduardo
Construíram uma casa uns dois anos atrás Tá de recuperação ah-ah-ah
Mais ou menos quando os gêmeos vieram E quem um dia irá dizer que existe razão
Batalharam grana e seguraram legal Nas coisas feitas pelo coração
A barra mais pesada que tiveram E quem me irá dizer
Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília Que não existe razão
E a nossa amizade dá saudade no verão
• Na música, há presença de uma história?
• Há presença de personagens?
• Há falas dessas personagens?
• Em que locais se passam a história?
• O tempo da história segue uma sequência na
sucessão dos acontecimentos ou não?
• Qual o conflito da história?
• Em que consiste a história?
• Como a história é concluída?
CONTO é uma narrativa literária ficcional geralmente curta
com economia de meios, como tempo, espaço e
personagens, enfocando uma célula dramática ou conflito
único. Possui apenas um clímax. O conto é conciso.
Quais os elementos que constituem um conto?

• Narrador
• Personagens
• Enredo
• Tempo
• Espaço
• Conflito
• Desfecho
Elementos constituintes do gênero conto:

NARRADOR

É o ser do discurso, ou seja, é por ele que ficamos sabendo dos fatos
que acontecem na história. Podendo ser:

• Personagem : Que narra e participa ao mesmo tempo da história.


• Exemplo: “A casa em que eu estava hospedado era do escrivão
Meneses” [...] (MACHADO, Assis. Contos. 2007,p.57).

• Observador: Que narra os fatos fora da história.


• Exemplo: “Resolveu tentar a sorte nos Estados Unidos, pouco
antes dos atentados terroristas” [...] (CUNHA, Léo. Olhar de
descoberta. 2003, p.31).
Elementos constituintes do gênero conto:

PERSONAGEM

• É a voz da narrativa. Através dela que compreendemos as cenas, os


cenários e o próprio enredo, pois sem ela este nem existiria, ou seja, ela é
a peça fundamental da história.

Exemplo: Capitu – “criatura de 14 anos, alta,


forte e cheia, apertada em um vestido de chita,
meio desbotado. Os cabelos grossos, feitos em
duas tranças, com as pontas atadas uma à
outra, à moda do tempo” (ASSIS, Machado de.
Dom Casmurro. São Paulo: Scipione, 1994,
p.14).
TEMPO

 Indica a ordem dos fatos na história. Podendo ser:

• CRONOLÓGICO: Aquele que segue a ordem dos acontecimentos de forma


linear, como: começo, meio e fim.

Exemplo: “O menino dessa história se chama Léo, é igual a todo mundo, só que
de vez em quando, sem ele querer, escapam do seu corpo magricelo e
superbranco borboletas” (MARINHO, J. Miguel. Olhar de descoberta. 2003, p.17).

• PSICOLÓGICO: Aquele em que há uma interrupção (quebra) na sequencia


lógica dos acontecimentos.

• Exemplo: “Nunca pude entender a conversação que tive com uma senhora, há
muitos anos, contava eu dezessete, ela trinta” (MACHADO, Assis. Contos, 2007,
p. 57).
ESPAÇO

 Local onde as personagens circulam, onde as ações se realizam.


Podendo ser físico/geográfico e social.

• ESPAÇO FÍSICO: É o lugar onde acontecem os fatos, por exemplo:


numa máquina do tempo; numa casa; praça; cidade.

• ESPAÇO SOCIAL: É o espaço relativo às condições


socioeconômicas, morais e psicológicas que dizem respeito às
personagens.
ENREDO
Trata-se da história propriamente dita, na qual os fatos são organizados e
narrados. Mesmo em se tratando de fatos ficcionais (inventados), o discurso
requer uma certa coerência, visando proporcionar no leitor uma impressão de que
os fatos, situados em um dado contexto, realmente são possíveis de acontecer.

CONFLITO
Talvez seja a parte elementar de toda a história, pois é ele que confere motivação
ao leitor/ouvinte, instigando-o a se envolver cada vez mais com a história.

DESFECHO

Depois de conferidos toda a tramitação da história, é chegado o momento de se


partir para uma solução dos fatos apresentados. Lembrando que esse final poderá
muitas vezes nos surpreender, revelando-se como trágico, cômico, triste, alegre,
entre outras formas.
CONTO FANTÁSTICO é quando a história
é verossímil, exceto em um acontecimento,
cuja natureza desperta a dúvida sobre a
existência ou não de fenômenos
sobrenaturais. Contos como os de Edgard
Allan Poe costumam ser assim. 

CONTO MARAVILHOSO é quando o


sobrenatural é aceito de antemão, como ocorre,
por exemplo, com as histórias das Mil e uma
noites.
Os CONTOS DE FADA são tipos de contos
maravilhosos. 
1ª) O conto é um gênero narrativo que expõe uma
história/acontecimento. Tomando como exemplo o conto de Allan Poe,
observe e conclua os seguintes elementos composicionais essenciais
do gênero:

A) Qual o papel da sequência de fatos/tempo?


B) Personagens/Simbolização das personagens (o que cada uma
representa na história?):
C) Qual a função do narrador? Se houvesse uma mudança de tipo de
narrador, haveria diferença no entendimento do conto? Seu efeito de
sentido seria diferente? Justifique.
D) Qual a importância do enredo para a construção do conto?
E) Todo texto é escrito para algum fim. Diante disso, diga qual o propósito
sociodiscursivo do conto lido.

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