Você está na página 1de 17

PUC-Minas

SEMINÁRIO DE FILOSOFIA

INTEGRANTES

DIOGO
ÉRICA SOARES
GUSTAVO
IGOR AUGUSTO
LETICIA
PABLO HENRIQUE

PROF. PAULO ANTONIO COUTO FARIA


FILOSOFIA: RAZÃO E MODERNIDADE
PUC-Minas
UMA LEITURA CRÍTICA DA TÉCNICA E
DA
TECNOLOGIA: DA RAZÃO
INSTRUMENTAL
À TECNOÉTICA

DANIEL FELIPE VICTOR MARTINS


ANDRÉ FELIPE DE ALBUQUERQUE FELL
NILKE PIZZIOLO FELL
PUC-Minas

INTRODUÇÃO
Promover uma análise e crítica sobre modelos de A reflexão se desenvolve em duas partes, a
conhecimentos entre a técnica e a tecnologia e sua saber:
aplicabilidade como ciência.
 a primeira, analisa os elementos entre a
Caminhos temporais: moderno e contemporâneo técnica e a tecnologia quanto conceito,
- Escola de Frankfurt e a Teoria Crítica progresso e suas implicações;
 na segunda, justificamos como a categoria
Partimos da argumentação de como esses ética se coloca como eixo de equilíbrio
modelos de conhecimento Instrumentais são entre a identidade da técnica e da
levados na condição de finalidade para o homem. tecnologia, pela via tecnoética.
A argumentação propõe um eficiente
instrumento de compreensão para um novo
olhar da compreensão da virtude e progresso
das ações do homem.
PUC-Minas
PERGUNTAS PARA REFLEXÃO COM
BASE NOS AVANÇOS TECNOLÓGICOS

O que é ético mediante os avanços tecnológicos?

Quais as implicações sociais e evolutivas para a humanidade?

‘’Biotecnologias e manipulação genética, aperfeiçoamento do


corpo humano e criação de vida. O homem passa a reproduzir
outros homens em laboratório, como se estivesse brincando de
Deus.’’ É correto?

Somos escravos do capitalismo disfarçado de tecnologia?

Onde podemos chegar com tais avanço? Qual o futuro esperado?


PUC-Minas
TÉCNICA E
TECNOLOGIA: Entende-se que a técnica é um aprendizado constituído pela
ERA ANTIGA PARA ERA busca do saber que possibilita revolucionar no que se refere à
necessidade do ser humano em empreender a
CONTEMPORÂNEA instrumentalização de suas próprias limitações naturais, de
modo a encontrar nessa instrumentalização um maior grau de
eficiência na execução de suas práticas, promovendo a
superação da melhoria da própria vida humana.
Para construir o argumento da passagem da Desde os primórdios da pré-história, encontramos na vida do
técnica para a tecnologia é dado o conceito homem a busca incessante pelo seu desenvolvimento e sua
da técnica desde a idade moderna para a nossa segurança, de forma a caracterizar a técnica como um
atualidade. instrumento de autopreservação da própria vida, ou seja, sua
própria virtude.
A tecnologia, diferentemente da técnica, emprega esse termo
para justificar as inovações e o aperfeiçoamento das descobertas
do homem, isto é, constitui o aperfeiçoamento da própria
técnica, como eixo de compreensão como fim de
desenvolvimento para a vida do homem e a sua própria
dignidade. Pensar no novo e afastar o arcaico considerando que
este é um dos princípios da tecnologia constitui a base de
sustentação para o desenvolvimento do raciocínio acerca da
razão instrumental.
PUC-Minas

RAZÃO INSTRUMENTAL

A Razão Instrumental é o modelo "tradicional" de razão no


Ocidente, em que  o raciocínio humano é completamente
determinado por um conjunto de objetivos e métodos
específicos.
O conceito, desenvolvido por Horkheimer, faz parte da crítica Auschwitz
da Escola de Frankfurt às bases da sociedade ocidental, que Campo de concentração em Oświęcim, Polônia
estaria fundamentalmente exposta aos perigos do fascismo uma
vez que limitava o uso da razão aos ideias de "praticidade",
O campo de concentração de Auschwitz foi uma
"eficiência" e adotava a Ciência como uma espécie de "novo rede de campos de concentração localizados no
Deus". sul da Polônia operados pelo Terceiro Reich e
colaboracionistas nas áreas polonesas anexadas
Na Escola de Frankfurt, Adorno e Horkheimer fazem uma
pela Alemanha Nazista, maior símbolo do
análise sobre a racionalização do conhecimento cientifico
Holocausto perpetrado pelo nazismo durante a
como instrumento de domínio do homem.
Segunda Guerra Mundial.
Barbárie ou civilização, o que a humanidade
pretende desenvolver?
PUC-Minas

O TECNICISMO E SUAS FACES Revolução Industrial


Se nessa revolução, tínhamos as grandes fábricas e
A técnica como modelo de conhecimento surge na vida do maquinários que viabilizavam o esforço do trabalhador,
homem com um simples propósito – dar um sentido como podemos justificar os indícios históricos sobre a
eficiente ao aperfeiçoamento das práticas desenvolvidas insatisfação desse mesmo trabalhador sobre a fadiga,
pelo ser humano. em especial mental e física, se o esforço em teoria a
partir da instrumentalização da técnica seria menor?
Essas práticas estão calcadas sobre aquilo que é necessário à
vida humana, de modo a viabilizar ações que antes levavam
o homem à ideia de esforço, em especial físico. Assim, com Ainda com as descobertas que assessorariam o homem no
a técnica e sua instrumentalização, o homem passou a decorrer de sua vida a partir das grandes invenções, o ser
otimizar suas práticas de vida, buscando a princípio a sua humano continuava a ser visto no sentido mecanicista,
melhoria contínua. sendo considerado como mera máquina e sendo
desprovido de suas necessidades e dignidade, esmagado
pelo crescimento da acumulação da riqueza.
PUC-Minas

ESCOLA DE FRANKFURT
A Escola de Frankfurt com seus principais expoentes, da qual
destacamos o enfoque sobre a Teoria Crítica, cujo princípio possui diretrizes
na orientação pela emancipação da sociedade e consolidando-se como uma
versão teórica do marxismo, desenvolve uma crítica profunda sobre os padrões
políticos, econômicos e sociais da época. Assim, para a citada corrente,
percebe-se que, se o capitalismo busca promover uma sociedade livre e
igualitária, ao mesmo tempo constrói uma barreira sobre a qual postula,
aumentando a desigualdade entre indivíduos.

Principais expoentes de Frankfurt: Escola de Frankfurt - é uma escola (ou vertente)


Theodor Adorno de teoria social e filosofia, particularmente
Herbert Marcuse associada ao Instituto para Pesquisa
Max Horkheimer Social da Universidade de Frankfurt na Alemanha.

Nova Escola de Frankfurt:


Jürgen Habermas  
PUC-Minas
UMA VISÃO CRÍTICA SOBRE O MAU USO DA TÉCNICA E,
EM SEGUIDA, DA TECNOLOGIA PERANTE O SEU PRÓPRIO CONCEITO.

Theodor W. Adorno (1903- 1969), Max Horkheimer (1895 – 1973), foi


foi um filósofo, sociólogo e crítico um filósofo e sociólogo alemão, famoso
musical alemão, um destacado por seu trabalho em teoria crítica como
representante da chamada “Teoria membro da "Escola de Frankfurt" de
Crítica da Sociedade” desenvolvida pesquisa social.
no Instituto de Pesquisas Sociais
(Escola de Frankfurt).
PUC-Minas
UMA VISÃO CRÍTICA SOBRE O MAU USO DA TÉCNICA E,
EM SEGUIDA, DA TECNOLOGIA PERANTE O SEU PRÓPRIO CONCEITO.

“Parece que enquanto o conhecimento técnico expande o horizonte da


atividade e do pensamento humanos, a autonomia do homem enquanto
indivíduo, a sua capacidade de opor resistência ao crescente mecanismo
de manipulação das massas, o seu poder de imaginação e o seu juízo
independente sofreram aparentemente uma redução. O avanço dos
recursos técnicos de informação se acompanha de um processo de
desumanização. Assim, o progresso ameaça anular o que se supõe ser o
seu próprio objetivo: a ideia de homem”

(HORKHEIMER, Max. Eclipse da razão. Trad. de Sebastião Uchôa


Leite. Rio de Janeiro: Editorial Labor do Brasil, 1976. p. 6.)
A imagem de Chaplin está de acordo com a crítica
de Horkheimer: ao invés de o progresso e da técnica
servirem ao homem, este se torna cada vez mais
escravo dos mecanismos criados para tornar a sua
vida melhor e mais livre.
PUC-Minas
MARCUSE (1967) UTILIZA EM SEU ARGUMENTO CRÍTICO UMA
POSIÇÃO DIFERENTE DE ADORNO E HORKHEIMER.

Marcuse (1967) utiliza em seu argumento crítico uma


posição diferente de Adorno e Horkheimer. O autor usa, em
lugar de técnica, a palavra tecnologia para justificar o
sistema que a técnica assumiu a partir do capitalismo.
Considera que a tecnologia ou o progresso tecnológico gera
uma forma de libertação. Segundo Marcuse (1967), essa
ampliação da técnica é um modo de organizar e modificar as
relações pessoais, de forma a emancipar-se à
obrigatoriedade do trabalho e, portanto, à geração de
uma sociedade não opressiva.
Herbert Marcuse (1898 -1979), foi um sociólogo e
filósofo alemão naturalizado norte-americano,
pertencente à Escola de Frankfurt do século XX.
PUC-Minas

NOVA ESCOLA DE FRANKFURT


Habermas (2010)  explora aspectos éticos acerca de questões influenciadas
pela tecnologia sobre práticas terapêuticas e eugênicas, a respeito de uma
possível mudança evolutiva que, oriunda das manipulações da biogenética,
poderia conduzir o homem a uma alteração do conceito de ser humano.
Em algum momento do seu argumento, Habermas levanta questões de como o
desenvolvimento científico moderno, que pôs o homem em destaque com a
exploração de energias, como a nuclear, por exemplo, colocou o homem em um
pedestal e caracterizou-o como um super-homem, já que possuía em mãos uma
grande capacidade de destruição com o uso dessas energias. Com a
exploração da biotecnologia, o homem passa a reproduzir outros homens
em laboratório, como se estivesse brincando de Deus e pudesse decidir pela
Jürgen Habermas  é um filósofo e sociólogo vida futura do sujeito em intervenção.
alemão que participa da tradição da teoria
A discussão levantada por Habermas é um viés da instrumentalização e
crítica e do pragmatismo, sendo membro da
aperfeiçoamento da técnica, o que leva o homem a se posicionar perante os dois
Escola de Frankfurt.
lados do nosso problema em foco: sobre a passagem da técnica para a
tecnologia como fim positivo ou negativo.
PUC-Minas

DA RAZÃO INSTRUMENTAL À TECNOÉTICA

A tecnoética é a fusã o entre dois conceitos levantados QUESTIONAMENTO


no decorrer deste trabalho. É um termo criado para
É justo que os homens percam seus empregos, porque as
compreender os limites éticos que a técnica assumiu e
máquinas podem substituí-los?
deve assumir naquilo que propõ e como fator de
desenvolvimento para o bem humano e a boa vida.
É justo criar seres humanos em laboratório, com
Se levarmos o embate com base no ponto de vista
características previamente definidas pela vontade dos
filosófico, a temática é conduzida a uma incansável linha
pais responsáveis?
de posições sobre sua finalidade, de modo a saber se a
técnica e a tecnologia trazem virtude à vida humana. Caso
se considere o ponto de vista eminentemente econômico, Todavia, simultaneamente, levantamos a questão: é justo
baseado nos interesses capitalistas (individualistas e abdicar da tecnologia, dado que esta promove também o
totalitários), acaba-se considerando que a virtude do bem-estar dos homens?
homem está na própria tecnologia.
PUC-Minas

DA RAZÃO INSTRUMENTAL À TECNOÉTICA

Hacker, bom ou mal?


É perceptível que os limites éticos são elementos que
requerem um nível de reflexão mais elevado, para que
possamos posicionar nossas ações e nossas vidas como seres
viventes.

O uso da técnica e a manipulação tecnológica apresentam


vertentes baseadas na tecnoética, como ação de bem coletivo
pela virtude.

O filósofo e o cientista embatem sobre as formas de


conhecimento, de maneira a elevar as discussões que giram
em torno da sociedade, de maneira a melhor compreendê-la
para transformá-la.
PUC-Minas

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A instrumentalização está formado sobre o conceito de


técnica, sendo está a ferramenta adequada para identificar os
elementos que levam à compreensão racional do motivo pelo
qual chegamos ao conhecimento tecnológico.

O ponto principal, foi mostrar como a categoria de técnica


resulta em colocações da vida do homem como ser natural e
social.
Em termos de tecnoética, algumas questões ainda estão por ser
Colocações que esta narração remete a outras instâncias que esclarecidas, como, por exemplo, qual será a maneira correta de tratar
articulam e dão sentido às vertentes e identidades que a as complexas máquinas de Inteligência Artificial (IA), ápice do
passagem da técnica para a tecnologia assumiu com o passar conhecimento científico e tecnológico aplicados? A partir de que
do tempo. instante essas mentes artificiais serão consideradas como tendo status
moral e, por conseguinte, adentrarão a esfera ética no sentido da
necessidade de criação de um estado de direito? (BATISTA, 2011).
Em outras palavras, a mente artificial deverá ser tratada da mesma
maneira que a mente animal e a mente humana para que as incógnitas
da humanidade sejam respondidas para as próximas gerações humanas
PUC-Minas
CONCLUSÃO

A partir dos argumentos apresentados, podemos


fazer uma reflexão sobre o desenvolvimento
tecnológico e suas implicações sociais e éticas.
Visto que, atualmente, o processo de aceitação é
maior com relação ao período inicial das
invenções e dos avanços científicos.
O que nos leva a pensar até onde vai o limite da
ações humanas pela busca do seu bem estar e se
haverá limites éticos para suas ações.
PUC-Minas
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Uma leitura crítica da técnica e da tecnologia: da razão instrumental à tecnoéticaNavus - Revista de


Gestão e Tecnologia. Florianópolis, SC, v. 3, n. 1, p. 31-35, jan/jun. 2013 ISSN 2237-4558.

Razão instrumental - Brasil Escola. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?


v=Zuou_QzrhRc&ab_channel=BrasilEscola > Acesso em 26 nov. 2021.

Você também pode gostar