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PESQUISA E PRODUÇÃO

CIENTÍFICA EM PSICOLOGIA II

Prof. Dr. Pedro G. B. Machado


Artigo Científico

• São pequenos estudos que tratam de questões científicas


originais, mas não chegam a constituir-se em matéria de
um livro/monografia pela sua reduzida, objetiva e sintética
estrutura (MARCONI; LAKATOS, 1999). É uma produção
mais densa (TRZESNIAK, 2014).
• Tem a mesma estrutura exigida para trabalhos científicos:
introdução; desenvolvimento; considerações finais*
(SEVERINO, 2014).
Artigo Científico

• Objetiva versar sobre um estudo/descoberta, oferecer


soluções/dúvidas; assim como registrar e divulgar o
conhecimento e resultados ao público intelectual,
expressando esclarecimentos sobre questões em discussão.
• A formatação* depende do veículo de comunicação,
cabendo ao autor se inteirar para submissão (MARCONI;
LAKATOS, 1999)*.
Tipos de Artigo

Pesquisas devem buscar


responder: o quê?* Para quê
(objetivos)? Por quê? como
(método)? A que chegou-se
(resultados)? O que obteve-se
com o trabalho (conclusões)?

• Os artigos científicos possuem distintas categorias, por


exemplo: Artigo Empírico, Teórico, Estudo de Caso*,
Relatos de Experiência, Resenha*. 
• Publicados principalmente em capítulos de livros,
congressos e periódicos científicos.
Finalidade de um
Artigo Científico

• Serve de medida da produtividade (qualitativa e


quantitativa) individual dos autores e de suas instituições.
• Pode servir de parâmetro nas decisões referentes a
contratação, promoção e estabilidade em alguns
empregos*.
Escrita Artigo

• Sugere-se uso de: clareza e precisão, frases diretas, curtas


e objetivas*, voz ativa (ex. participaram deste estudo...),
terceira pessoa do singular (ex.: investigou-se...). Buscar
iniciar e finalizar ideias nos parágrafos, que devem ser
curtos sempre que possível.
• Evitar primeira pessoa do plural (ex. investigamos) e siglas
(MORAIS, 2014; HOHENDORFF, 2014).
Escrita Artigo

• Não é necessário começar pelo título, introdução ou pelo


primeiro parágrafo. Sugestão: refletir especialmente sobre
a etapa “A” da figura para iniciar a construção*. Os
arredondamentos e ajustes finos são para fases finais do
trabalho (TRZESNIAK, 2014).
Escrita Artigo

• A redação não é uma empreitada de um folego só.* Ciclos


de escrita e análise.
• Geralmente a última etapa é o edição/formatação para
uma revista. O artigo não termina quando acaba a
pesquisa, mas quando termina o processo de edição*.
• Obs.: com uma mesma pesquisa, pode-se escrever mais de
um artigo (TRZESNIAK, 2014).
Escrita Artigo

Cuidar com gramática e


coesão.
Ex.: esta;está
Continuo;contínuo, etc.

• Após terminado, deixe de lê-lo por um tempo, para


esquecer detalhes, depois leia o artigo novamente,
auxiliará na verificação da clareza do mesmo*.
• Por mais que você escreva bem, sempre há algo a
melhorar. Entregar a algum colega esperto no tema* (e
estar pronto para críticas; o texto tem que estar
suficientemente bom para ser entendido por si só). Após,
fazer última revisão (TRZESNIAK, 2014).
ESTRUTURA DE ARTIGOS*
Título

• Precisa indicar de maneira adequada o problema e


objetivos do estudo. É necessário que contenha as
palavras mais esclarecedoras acerca do trabalho*.
• Visa atrair o leitor*, descrevendo de forma lógica, concisa
e rigorosa do que trata o artigo; sua essência (SECAF,
2000).
• Geralmente entre 10 a 15 palavras*. Se necessário, sub-
Título

• Deve-se evitar as palavras desnecessárias, gírias,


abreviaturas*, gerúndio, repetição de termos, exclamação,
ponto final e aspas. Pode-se usar ponto de interrogação
para exprimir dúvida ou para atrair mais o leitor. O uso de
dois pontos é válido para tornar explícita a segunda parte
do título. Geralmente não se sublinha e é colocado em
negrito*.
• Sugestão de título sóbrio, sem excesso, mas criativo
(TRZESNIAK, 2014).
Autoria

• Não há um número fixo de autores (na prática dificilmente superam a 5


autores). O 1º autor é o que mais leva a importância e responsabilidade
sobre o trabalho* (OLIVEIRA, 2014). De acordo com Secaf (2000), em
um artigo científico o nome completo do autor deve ser colocado logo
abaixo do título e à direita.
• Frequentemente é necessário que se use algum sinal (asterisco,
números ou letras) logo após o nome de cada autor para que a
identificação dos mesmos seja localizada no rodapé* da primeira
página...
Autoria

• ...Essa identificação permite que o leitor conheça algo


sobre o autor do artigo que pretende ler. Deve apresentar
o contato* e a formação profissional e acadêmica
(especificar o curso e a instituição).*
Resumo
Deve incluir: descrição sumária do
problema investigado, objetivo,
método utilizado para a coleta de
dados, resultados e conclusões
(PAIDÉIA, 2020*).

• Geralmente é o 2º item lido após o título. Por meio dele


que leitores tendem a decidir se lerão o manuscrito.
• Espécie de sumário das informações relevantes do
trabalho*. Deve ser uma apresentação clara, precisa e
sintética das informações relevantes do trabalho; ser
elaborado em texto contínuo, geralmente sem parágrafos e
recuos...
Resumo

• Evitar uso de siglas, abreviaturas, quadros ou figuras,


parágrafo e recuos, informações que extrapolam o objetivo
e os resultados do trabalho e apontar conclusão
abrangente que pouco tem a ver com os resultados
obtidos (MORAIS, 2014). Limita-se a expor conteúdos do
texto (SEVERINO, 2014).
Resumo
A leitura atenta de resumos
publicados em boas revistas
científicas certamente afinará o olhar
dos leitores/ escritores, ajudando-os
na elaboração dos próprios.

• O número de palavras é variável (APA, 2012). Ver regras de


submissão do veículo de publicação.* Quanto mais clareza
do trabalho, mais fácil é realizar o resumo.
• Sugere-se ser uma das últimas partes do trabalho* a ser
escrita (juntamente com o título), pois é justamente nessa
etapa que se espera que os autores estejam mais
familiarizados com o corpo geral de sua produção e com
uma maior capacidade de síntese* (MORAIS, 2014).
Resumo

• Sugere-se ter parcimônia na distribuição das partes, ex. de


proporção: 15% para introduzir o assunto; - 35% para
descrição dos materiais e do método utilizados; - 35% para
resultados e discussões; - 15% para conclusões (ou
considerações finais)* (SECAF, 2000).
Palavras-Chave

• Indicação de, geralmente, 3 a 5* termos mais significativos


do texto. Frequentemente devem ser separadas por
vírgula.
• Conjunto de palavras que caracteriza os domínios em que o
trabalho se inscreve. Estas palavras são normalmente úteis
para permitir que o artigo possa ser localizado por meio dos
Palavras-Chave

Biblioteca Virtual em Saúde


(BVS-Psi) -
http://newpsi.bvs-psi.org.br/cgi-bi
n/wxis1660.exe/iah/?IsisScript=ia
h/iah.xis&lang=P&base=TERMIN
OLOGIA
.

• ... Em buscas, estes elementos geralmente são


desvinculados do texto principal; assim, têm um alcance
muito maior que o texto (TRZESNIAK, 2014).
• Para definição, recomenda-se a consulta a importantes
bancos de dados de descritores: Thesaurus-APA; e BVS-
Psi–Psicologia (MORAIS, 2014)*.
Introdução

• Deve introduzir o tema/problema (definir os conceitos


usados), a justificativa e considerações teóricas* para o
estudo (SHAUGHNESSY; ZECHMEISTER; ZECHMEISTER,
2007).
• Demonstrando assim que o que se planejou fazer é
necessário e original*.
Teoria

• Implica na triagem de estudos para compor as referências


bibliográficas; os pesquisadores podem buscar por
resumos, sumários, palavras-chave (específicas/amplas),
tema, autores, obras.
• Parte constante em todas as fases da pesquisa. É
importante ter dados suficientes, de outros estudos, para
sustentar argumentações e conceitos* (SEVERINO, 2014).
Introdução

Os conceitos empregados
necessitam de uma definição
precisa, usualmente denominada
de definição operacional que é
necessária, pois uma mesma
palavra pode ter significados
diferentes (CRESSWELL, 2007).

• Envolve: descrição (definição e construção) do problema;


objetivo do estudo; perspectiva teórica; definição de
termos*; delimitações; revisão da literatura (CRESSWELL,
2007).
• Deve lembrar a imagem de um funil.*
Objetivo

• Orienta o método e rumos da pesquisa, proveniente do


problema de pesquisa*. Pode ser agregado no início ou
final da introdução; ou mencionado em outras partes do
trabalho*.
• Deve ser claro, conciso e específico (para ser atingível).
Objetivo

• Toda pesquisa deve ter um objetivo explícito e


determinado de seu problema de pesquisa: o quê, por quê,
pra quê, como? (MARCONI; LAKATOS, 1999).
Método

Deve ser o mais


informativo possível. É
uma seção relevante
para que estudos
tenham valor científico

• Descreve como se conduziu o estudo, possibilita ao leitor


avaliar a confiabilidade e validez dos resultados*
(SHAUGHNESSY; ZECHMEISTER; ZECHMEISTER, 2007). São
passíveis de limitações; não são infalíveis* (ALVES-MAZZOTTI,
GEWANDSZNAJDER, 1999).
• O método a ser usado depende do objetivo, e estes
dependem da pergunta/problema de pesquisa...
Método

• ...Ou seja, envolve uma tentativa de resolver problemas


(ALVES-MAZZOTTI, GEWANDSZNAJDER, 1999) e atender
aos objetivos da pesquisa (HAGUETTE, 1992).
• É um caminho, conjunto de meios, procedimentos lógicos;
regras e técnicas que delimitam o roteiro de uma
investigação* (DEMO, 1990; SEVERINO, 2014)...
Método

Sugestão: vide em periódicos A1


diferentes modelos de métodos e
objetivos similares a sua pesquisa
para ter parâmetros.

• …Aponta o desenho, o caminho da pesquisa (SEVERINO,


2014).
• Deve apontar o tipo de pesquisa, participantes*, materiais
e procedimentos* (CRESSWELL, 2007).
Método

Obs.: Há pesquisadores que


discordam de que as ciências
humanas ou sociais utilizem o
mesmo método que as naturais*
(ALVES-MAZZOTTI,
GEWANDSZNAJDER, 1999).

• O melhor método é aquele que mais ajuda na compreensão


do fenômeno a ser estudado (HAGUETTE, 1992)*.
Características Gerais
Comuns em Desenhos dePesquisas
VIDE – SAIBA MAIS – TIPOS DE PESQUISA DE ACORDO COM OBJETIVO E PROCEDIMENTOS DE COLETA DE
DADOS

Procedimento
Tipo da Objetivo Fonte de de Coleta de Análise de
Pesquisa Pesquisa* Dados Dados* Dados
Transversal / Longitudinal

Exploratório Observação
Campo Quantitativa
Aplicada
Questionário* e;ou
Correlacional
Problema de Laboratório
Pesquisa Entrevista Qualitativa
Explicativo
Teórica Bibliográfica Pesq. Biblio.
Documental
Descritivo
Documental Memorandos
Analíticos

Virtual/Físico
Tipos de Pesquisa de Acordo
com a Natureza-Finalidade

• As pesquisas geralmente se enquadram em duas grandes


dimensões: “teóricas" e "aplicadas" (CHIZZOTI, 2005; GIL,
2010). Ambas* são importantes, pois uma pode
retroalimentar a outra. O conhecimento produzido na
pesquisa pura pode ser utilizado na aplicada e vice versa.
Tipos de Pesquisa de Acordo
com a Natureza-Finalidade

Vide protocolo
PRISMA para
pesquisas teóricas
sistemáticas

• Pesquisa Teórica*: dedicada a aprimorar; produzir


fundamentos teóricos*. Não requer coleta de dados em
campo (VILAÇA, 2010). É útil para o avanço da ciência: na
construção de teorias, subsídio de pesquisas aplicadas,
transmissão de conhecimento, etc.
Tipos de Pesquisa de Acordo
com a Natureza

• Pesquisa Aplicada/Práticas: objetiva gerar conhecimentos


para aplicação e fins práticos (GIL, 2010) imediatos e
concretos (VILAÇA, 2010). Utilizada para fins explícitos de
intervenção* (DEMO, 2000). Partem de estudos teóricos
(VILAÇA, 2010).
Tipos de Acordo com a Análise

Ex. análises
descritivas*, de Sugestão: vide
diferença de médias, obras e redes
confiabilidade, sociais de Bruno
correlação, Damásio para saber
exploratórias, sobre psicometria.
confirmatórias, etc.

• Quantitativa*: Suporte em medidas e cálculos


mensurativos. O investigador deve avaliar os dados
objetivamente.
• Pressupostos: Imparcialidade I Objetividade I buscar
Generalização de princípios.
Tipos de Acordo com a Análise
Exemplo: Artigos de estudo de caso clínico
(especificando procedimentos de coleta e análise
que justificam a alta da terapia.

Outros exemplos de métodos nos slides 76,77,78


(vide também revistas A1 com artigos
qualitativos publicados).

• Qualitativa: caracterizada pela análise aprofundada e


minuciosa de questões mais particulares e específicas
Ressalta-se as significações subjetivas, que estão contidas
no processo de pesquisa (CHIZZOTTI, 2005; GIL, 2008;
MARCONI; LAKATOS, 1999)*.
• Deve proporcionar conhecimentos inteligíveis e usar
métodos consistentes e articulados teoricamente*.
Questões Éticas - Refletir

• Não falsificar os dados de acordo com a necessidade do


pesquisador. Citar obras utilizadas.
• Fornecer detalhes sobre os procedimentos da pesquisa para
auxiliar na credibilidade do estudo.
• Para estudos aplicados, entre outros aspectos, proteger
anonimato da amostra; anter dados por 5 a 10 anos. Evitar
compartilhar os dados com pessoas não-envolvidas no
projeto (CRESSWELL, 2007)* etc.
• Vide res. 466/12 e 510/16 CNS.
Resultados

• Resumo dos dados coletados de forma suficiente para


conseguir realizar uma adequada justificação das
conclusões; podem ser estruturados de acordo com o
problema de pesquisa* (SHAUGHNESSY; ZECHMEISTER;
ZECHMEISTER, 2007)*.
Resultados

• Por vezes são apresentados separadamente, por vezes, são


descritos junto com as discussões.
• Os resultados obtidos nas pesquisa são tendenciosos de
acordo com os procedimentos metodológicos realizados*.
• Devem ser organizados e analisados e discutidos*.
Análise de Dados
Uma forma de organizar os
resultados é apresentar
primeiro o conjunto de
informações mais gerais. A
seguir, em conjuntos
separados, as informações
mais específicas.

• Possibilita Interpretações, Discussões e Representações*


• Envolve a categorização*, compilação, descrição,
organização e interpretação de dados (CHIZZOTTI, 2005).
• Deve descrever;identificar tendências, significados,
aspectos centrais dos resultados (SEVERINO, 2014).
Análise e Discussão de Dados

• SUGESTÕES DE LEITURA: CASTRO, T. G.; ABS, D.;


SARRIERA, J. C. Análise de Conteúdo em Pesquisas de Psicologia.
Psicologia: Ciência e Profissão, v.3, n.4, p.814-825, 2011.
• DIEHL, A. A. Pesquisa em ciências sociais aplicadas. SP: Prentice
Hall, 2004.

• Objetiva compreender o sentido/significado manifesto e


implícito das informações*. Trata-se, de um esforço de
interpretação que oscila entre o rigor da objetividade
(evidência; quanti) e a fecundidade da subjetividade
(interpretação; quali) (CASTRO; ABS; SARRIERA, 2011).*
Discussão*

RESULTADOS
Envolve análise de dados:
organização, categorização,
DISCUSSÃO
descrição e interpretação de
dados (CHIZZOTTI, 2005).
TEORIA

• Local do artigo que implica na busca de uma explicação


plausível* para os achados. O pesquisador deve discutir as
relações de dados de um estudo versus dados da literatura
e fornecer os subsídios para se julgar a adequação dos seus
argumentos (PEREIRA, 2013).
• Na análise e discussão de resultados, é importante gerar
dados úteis e confiáveis para atingir o objetivo.
Conclusões - Considerações
Finais

• Devem ser sintéticas, objetivas e claramente expostas


(UFRGS, 2011)*.
• Na parte final, o autor pode utilizar sua criatividade*, com
a devida cautela e evidenciar o que foi conquistado com o
estudo*.
Conclusões - Considerações
Finais

Sugestão finalize seu artigo com conclusões gerais ou retomando a ideia


principal do texto (HOHENDORFF, 2014). Esta seção não deve ficar “muito
curta”; nem “muito longa”.

• Deve ser o mais prático possível; pode-se apontar pontos a


desenvolver sobre o tema*;  assim como recomendações e
perspectivas futuras (PEREIRA, 2013).
• Estruturadas de acordo com o tema/objetivo/resultados da
pesquisa (pode incluir contribuições e limitações*).
Limitações - Contribuições

• Cabe destacar que todas estratégias de pesquisa e métodos


têm limitações* que são relevantes para identificar
potenciais pontos fracos do estudo (CRESSWELL, 2007).
• Os autores geralmente mencionam tanto seus pontos fortes
como seus pontos fracos na seção final do estudo (Ex.
considerações finais) ou no final em sessão específica
(limitações).
Citações

• São elementos retirados dos documentos pesquisados. Podem


ser descrições literais ou síntese de um trecho; quando bem
escolhidas enriquecem o trabalho (SEVERINO, 2014).
• Para ser citado, além do mérito do conteúdo do artigo, também
envolve a qualidade do texto. Um mau texto (ex. má escrita de
Abstract) pode reduzir citações de boas pesquisas, mas um
bom texto não faz uma pesquisa ser citada (TRZESNIAK, 2014)*.
Referências Bibliográficas

• Listagem das obras que foram referenciadas-citadas ao


longo do texto*.
• Apresentadas segundo ordem alfabética dos autores;
quando há mais de 1 obra por autor utiliza-se o critério de
ordem cronológica da obras* (SEVERINO, 2014)*.
Referências Bibliográficas*

• As referências devem ter dados suficientes, de outros


estudos, para sustentar argumentações (SEVERINO, 2014).
• Busca de fontes em biblioteca*, sites oficiais, veículos
reconhecidos de comunicação, bases de dados (scielo, med
line, lilacs, ibecs, bvspsi, psycinfo, pepsic, ebsco, research
gate, academia.edu, plataforma sucupira-qualis**...), anais
de congressos***, banco de teses da CAPES e
Universidades***, referências das obras consultadas, lattes,
Referências Bibliográficas

• Referências bibliográficas (usadas no trabalho*) são


diferentes de bibliografia (literatura).
• Geralmente devem ser trazidas em abono às posições
defendidas pelo pesquisador (MARCONI; LAKATOS, 1999).*
Referências Bibliográficas

Sugestão: gestão de
referências ex.:
softwares Refworks e
Mendeley

• As melhores validades das referências são aquelas que:


têm maior critério de confiabilidade (endosso da
comunidade científica; autor, periódico, citações, etc.),
atualidade (geralmente anais de congressos e revistas
ágeis), acessibilidade (pesquisas públicas e visíveis) e
perenidade* (que a fonte esteja preservada no tempo, ex.
armazenados em distintos locais; ex. repositórios digitais-
Open Journals) (TRZESNIAK, 2014)*.
Hierarquia Estimada
Referências*

• 1) Artigos: a informação científica mais confiável é a que


passa por um processo editorial que inclui uma rigorosa
revisão pelos pares, como o desenvolvido por revistas
científicas de qualidade.
• 2) Capítulos de livros/Anais - um endosso geralmente mais
frágil são artigos de livros/obras em congressos ...
Hierarquia Estimada
Referências*

• ...3) Teses/dissertações (que podem ter considerações a


serem melhoradas)*
• 4) Demais tipos (TRZESNIAK, 2014).
Referências Proporção
Aproximada

• Nas áreas humanas: pelo menos 40% das referências por


artigos / 30% de capítulos de livros. Se fugir muito desta
proporção os pareceristas poderão pedir explicações.
Contudo, dificilmente um parecerista irá objetar
referências clássicas*(TRZESNIAK, 2014).
Referências Proporção
Aproximada

• Importante referenciar com pertinência. Equilibrar: se há


muitas referências, fica sem espaço para as considerações
do próprio autor. Um texto em que a quantidade de
referências supera um terço do número de parágrafos já
começa a gerar desconfiança nos revisores*.
• Nunca deve citar referências não pertinentes, mas também
nunca se deve omitir referências pertinentes, pode diminuir
o fator de impacto de uma publicação (TRZESNIAK, 2014).
Anexos

• Deve-se incluir, quando necessário e com a devida


indicação (por título e número), aqueles elementos que
são esclarecedores para melhor compreensão do texto.
Por exemplo: dados do estudo, instrumentos, imagens,
etc. (SECAF, 2000).
Apêndices

• Textos, imagens ou documentos elaborados pelo autor


para complementar/ilustrar suas argumentações.
• Exemplo: relatório, instrumentos, figuras, TCLE etc.
Submissão Artigo

• Importante escolher a revista para se adaptar a ela*.


• Os periódicos exigem exclusividade na submissão.
Diferentes periódicos adotam diferentes critérios para
selecionar artigos. Vide escopo, últimas edições, instruções
aos autores para que o artigo tenha maior probabilidade
de ser aceito, indexação, periodicidade, Web Qualis e fator
de Impacto (OLIVEIRA, 2014)*.
Submissão*

• Vide: WEBQUALIS* na plataforma sucupira - abrir página da CAPES


para ver lista de periódicos*: www.qualis.capes.gov.br/
• Ou ainda, vide softwares que buscam revistas por similaridade no
título/resumo/palavras-chave, como o “springer” ou “journal finder-
Elsevier”.
Submissão

• Atualmente, a classificação de periódicos por meio do


WebQualis é dividida em estratos indicativos da qualidade:
A1; A2; B1; B2; B3; B4; B5; C. Os três primeiros são
considerados os estratos superiores, B2 a B5 são estratos
intermediários. No entanto, as avaliações são realizadas a
cada três anos e esses critérios podem ser alterados.
• FATOR DE IMPACTO: é uma medida padronizada que, reflete
a chance de um artigo ou de um periódico ter impacto e de
fato contribuir para o conhecimento em sua área-ser citado*
(OLIVEIRA, 2014).
Submissão

• Se seu artigo não for aceito, não se desespere! Fique “feliz”


se você for convidado a re-submeter seu artigo. Leia os
pareceres atentamente, lembrando que os revisores são
seus colaboradores nesse processo de produção e
publicação do artigo. Não interprete as críticas como algo
pessoal (TRZESNIAK, 2014).
Submissão

• ...Se mesmo assim não for aceito, não desista, melhore-o. a


aprendizagem é contínua e vem com prática.
• Lembre-se de que os editores não julgam apenas o
conteúdo de seu artigo, mas também sua apresentação.
Um artigo fora das normas da revista será rejeitado mesmo
antes de seu conteúdo (TRZESNIAK, 2014).*
Normas para Publicação

• As normas para publicação de artigos são variáveis, sendo


formuladas de acordo com os interesses do periódico que
vai publicar. Entretanto, existem certas normas
padronizadas que são exigidas pela maioria dos periódicos:
• O texto deve ser original, inédito e atual.
• Deve ser enviado ao periódico com exclusividade.
• No momento em que o artigo é selecionado, os direitos
autorais ficam reservados ao periódico/editores.
Normas para Publicação

• Há um tamanho pré-definido; número de


folhas/caracteres*.
• Acompanhado do artigo devem ser enviadas as seguintes
informações: nome completo do (s) autor (es), endereço,
contato e títulos e/ou cargos ocupado pelo mesmo.*
• Os autores são plena e exclusivamente responsáveis pelas
informações contidas em seus trabalhos.
PROCEDIMENTOS PARA MAXIMIZAR A
CONFIABILIDADE DA PESQUISA

Tem algo no artigo que não é


importante? Tem algo importante que
não está no artigo?

• Ter preocupação com o rigor dos procedimentos*.


• Possuir conhecimento frente ao fenômeno a ser pesquisado*.
• Usar instrumentos de coleta de dados adequados.
• Revisão para verificar possíveis falhas e pontos obscuros nos procedimentos
realizados...*
PROCEDIMENTOS PARA MAXIMIZAR A
CONFIABILIDADE DA PESQUISA

• ...Checagem e feed back pelos participantes e por outros


pesquisadores para verificar as interpretações do
pesquisador; para então elaborar o relatório final (ALVES-
MAZZOTTI, GEWANDSZNAJDER, 1999).*
Material de Apoio
para Publicação*

https://youtu.be/C43rTOeIB7M
REFLEXÃO*
• Quais os principais aspectos a considerar na
realização e na submissão de um artigo?*

Obs.: Pesquisas boas podem ser feitas com uma “simples” análise de
documentos/publicações já publicados. Ex.: há correlação entre o PIB x IDH de
um país?
ESTRUTURA GERAL

• 1) Início (título, autor, resumo, palavras-chave).


• 2) Introdução (problematização-conceitualização, justificativa, objetivo*)
• 3) Desenvolvimento (método, tipo de pesquisa, participantes, instrumentos,
procedimentos, considerações éticas, Resultados-Discussões)
• 4) Considerações finais
• 5) Referências (e Momento para revisar e finalizar o trabalho).
RESUMO AULA*
SUGESTÃO DO PROFESSOR*
REFERÊNCIAS
• ALVES-MZZOTTI, A. J.; GEWANDSZNAJDER, F. O método nas ciências sociais. Pioneira: 1999.
• CHIZZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 2005.
• CRESSWELL, J. W. Projeto de Pesquisa. Porto Alegre: Artmed, 2007.
• DEMO, P. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000.
• GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
• GOLDENBERG, M. A arte de pesquisar. São Paulo: Record, 2004.
• HAGUETTE, T. M. F. Metodologias qualitativas na sociologia. 3 ed. ver. amp. Petrópolis: Vozes, 1992.
• HOHENDORFF, J. V. Como escrever um artigo de revisão de literatura. In: KOLLER, S. H.; COUTO, M. C. P. P.; HOHENDORFF, J. V. Manual de
produção científica. Porto Alegre: Penso, 2014. (p.39-70).
• MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa. São Paulo: Alas, 1999.
• MORAIS, N. A. Como escrever um resumo. In: KOLLER, S. H.; COUTO, M. C. P. P.; HOHENDORFF, J. V. Manual de produção científica. Porto
Alegre: Penso, 2014. p.91-98.
• OLIVEIRA, M. Z. Como escrever um artigo empírico. In: KOLLER, S. H.; COUTO, M. C. P. P.; HOHENDORFF, J. V. Manual de produção
científica. Porto Alegre: Penso, 2014. p.71-90.
• PEREIRA, M. G. A seção de discussão de um artigo científico. Epidemiologia Serv. Saúde, 22(3), p.537-538, 2013.
• SECAF, V. Artigo científico: do desafio à conquista. São Paulo: Green Forest do Brasil, 2000.
• SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2014.
• TRZESNIAK, P. Hoje vou escrever um artigo científico: a construção e a transmissão do conhecimento. In: KOLLER, S. H.; COUTO, M. C. P. P.;
HOHENDORFF, J. V. Manual de produção científica. Porto Alegre: Penso, 2014. (p.15-38).
• UFRGS. Manual básico para elaboração de artigo científico. Seminário Conexões e Saberes. Porto Alegre, 2011.
• VILAÇA, M. L. C. Pesquisa e ensino: considerações e reflexões. Revista da UNIABEU, v. 1, n.2, p.59-74, 2010.
SAIBA MAIS

• Sugestão para busca de artigos: ir em bases de dados de


forma mais ou menos sistematizada de acordo com objetivo e
método das pesquisas. Pensar e definir ao menos:
– anos de publicações das obras, autores, resumos, títulos dos
artigos, países, periódicos, etc.
– palavras chave* (pensar em usar “and” / “and not”/ “or”), se
pesquisa uma ou mais por vez, quais critérios etc.
SAIBA MAIS

• Metodologia é o estudo dos caminhos, dos instrumentos


utilizados para fazer uma pesquisa científica; vai além da
descrição dos procedimentos (métodos e técnicas a serem
utilizados na pesquisa). A metodologia se interessa pela
validade do caminho escolhido para se chegar ao fim
proposto pela pesquisa; portanto, não deve ser confundida
com o conteúdo (teoria) nem com os procedimentos
(métodos* e técnicas) (GERHARDT; SILVEIRA, 2009)*.
SAIBA MAIS
• RESENHA:
• É uma síntese precisa e;ou comentário de obras. Pode ser informativa
quando apenas expõe o conteúdo ; e crítica, quando se manifesta
sobre o valor e o alcance do texto analisado; crítico informativa
quando expõe o conteúdo e tece comentários sobre o texto
analisado.
• Deve passar visão precisa do conteúdo e análise temática, destacando
o assunto, objetivos, ideia central, comentário crítico as ideias do
texto;com indicação de aspectos positivos e negativos da obra. Pode
incluir informações bibliográficas dos autores (SEVERINO, 2014).
TIPOS DE ACORDO COM O OBJETIVO
PESQUISA

• Descritivas: se restringe à descrição dos fatos/fenômenos e


a realização de novas perguntas, objetiva descrição de
características de determinados fenômenos*.
• Exploratórias: proporcionar maior familiaridade com o
problema, levantamento de informações sobre o objeto; é
uma preparação para pesquisa explicativa que registra e
analisa os fenômenos buscando identificar causas*
(SEVERINO, 2014).
TIPOS DE ACORDO COM O OBJETIVO
PESQUISA

• Explicativas: objetiva identificar os fatores que determinam


a ocorrência de determinados fenômenos; realização de
análises e conclusões; busca identificar o efeito de uma
sobre a outra(s).*
• Correlacional: propósito de examinar as relações dialéticas
entre 2 ou mais variáveis, buscando associações* entre
elas; Relação de predição* (SEVERINO, 2014).
TIPOS DE ACORDO COM OS
PROCEDIMENTOS

• Bibliográfica / Documental / Experimental / de Campo


• Bibliográfica: desenvolvida de acordo com material já
elaborado, principalmente livros, artigos etc.; estudo de
registros disponíveis, livros, documentos, jornais,
gravações, etc.
• Documental-Histórica: de acordo com a natureza das
fontes a serem pesquisadas; devem ser registros oficiais,
prontuários, etc.; / “Descreve o que era”.
TIPOS DE ACORDO COM OS
PROCEDIMENTOS

• Experimental/Laboratório:* análise do objeto de estudo


em condições de observação e;ou manipulação/controle de
contingências. Toma o próprio objeto em sua concretude
como fonte; seleciona-se variáveis e testa-se suas relações
com hipóteses planteadas. “Descreve o que será”
• Pesquisa de campo: objeto é abordado em seu ambiente
próprio, nas condições naturais (SEVERINO, 2014).
SAIBA MAIS – “VARIÁVEL”

• Variável: é todo fato ou fenômeno que se encontra numa


relação com outros fatos (SEVERINO, 2014)*.
• Variável dependente: é a variável que o investigador
pretende avaliar, e depende da variável independente.
• Variável independente*: é a variável que integra um
conjunto de fatores, condições experimentais que são
manipuladas e modificadas pelo investigador para
determinar a sua relação com outra variável.*
SAIBA MAIS

• O fator de impacto mais usado é o determinado pela


Thomson-Reuters, calculado sobre uma base de cerca de 9
mil revistas, das quais 114 (1,3%) são brasileiras e 92
(1,0%) dos demais países da América Latina (TRZESNIAK,
2014). Há rankings mundiais para identificar a relevância
das revistas: ex. Thomsom Scientific; Scimago*; Scopus.

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