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D i s c i p l i n a : Pa ra s i to l o g i a C l í n i c a

D o c e nte re s p o n s áve l : M a rc u s V i n i c i u s N a s c i m e nto ( P h . D )


UNIDADE 3 – Métodos Laboratoriais
UNIDADE 3 – Métodos Laboratoriais
TÓPICO 1
Diagnóstico Laboratorial de Parasitoses Causadas por Helmintos
TÓPICO 1 – Diagnóstico Laboratorial - Helmintos
Fase Pré-Analítica
A fase pré-analítica é uma etapa crucial para um diagnóstico fidedigno à realidade do caso clínico
do paciente.

Pré- Pós-
Analítica
analítica analítica

Coleta, Armazenamento e Transporte


• Cuidados especiais
• Evitar refrigeração prolongada (>12 horas)
• Utilização de medicamentos deve ser relatada pelo paciente
• Avaliar uso ou não de conservante e suas particularidades
• Avaliar consistência das fezes e possibilidade de análise
TÓPICO 1 – Diagnóstico Laboratorial - Helmintos
Ascaris lumbricoides
O diagnóstico laboratorial de Ascaris lumbricoides pode ser realizado por meio de exames de fezes
ou imunológicos. Quando nos referimos aos exames de fezes, podemos citar o teste direto, o método
de Hoffman ou o método de Kato-Katz
TÓPICO 1 – Diagnóstico Laboratorial - Helmintos
Enterobius vermicularis
O diagnóstico laboratorial pela aplicação de metodologias convencionais para exames de fezes não
apresenta resultado eficaz para essa parasitose. O ideal é realizar o método proposto por Graham
(1941), posteriormente adaptado por Brooke, Donaldson e Mitchell (1949), também conhecido como
método da fita adesiva, pela manhã, para ampliar as chances de positividade e de visualização dos
ovos; em caso de negatividade, fazer novamente durante 5 a 6 dias consecutivos.
TÓPICO 1 – Diagnóstico Laboratorial - Helmintos
Trichuris trichiura
O diagnóstico laboratorial de tricuríase pode ser feito por qualquer método de rotina laboratorial
(por exemplo, método de Hoffman) em regiões endêmicas ou, quando é necessária a contagem do
número de helmintos, realiza-se o método de Kato-Katz, descrito adiante em esquistossomose.
TÓPICO 1 – Diagnóstico Laboratorial - Helmintos
Strongyloides stercoralis
O diagnóstico laboratorial de estrongiloidíase em amostras de fezes baseia-se na busca pela larva do
parasita, pois os ovos eclodem assim que chegam na mucosa intestinal, sendo raramente
encontrados nas amostras fecais. A larva rabditoide é habitualmente encontrada, porém, larvas
filarioides podem ser vistas em pacientes com trânsito intestinal lento. Os métodos de Baermann
(1917) e de Rugai, Mattos e Brisola (1954) são considerados ideais para a pesquisa de larvas de S.
stercoralis, pois, por meio de hidro e termotropismo desse parasito, as larvas migram para o fundo
de um tubo cônico, facilitando a sua detecção.
TÓPICO 1 – Diagnóstico Laboratorial - Helmintos
Ancilostomídeos
O diagnóstico laboratorial de ancilostomídeos baseia-se na pesquisa dos ovos dos parasitos nas
amostras de fezes, na observação e na anamnese do paciente. As técnicas de flutuação em sulfato de
zinco são comumente empregadas para a identificação dos ovos de ancilostomídeos, sendo a técnica
de centrífugo-flutuação, proposta por Faust et al. (1939), uma adaptação da flutuação de Willis
(1921).
TÓPICO 1 – Diagnóstico Laboratorial - Helmintos
Toxocara canis
O diagnóstico laboratorial de toxocaríase no ser humano, causado pela larva migrans visceral (LMV),
é complexo e, geralmente, envolve histórico clínico do paciente, exames hematológicos, radiológicos
e imunológicos. O diagnóstico laboratorial, em humanos, baseia-se na presença de eosinofilia
(aumento na contagem de eosinófilos) persistente, aumento nas concentrações de imunoglobulinas
IgM e IgE.
TÓPICO 1 – Diagnóstico Laboratorial - Helmintos
Schistosoma mansoni
O diagnóstico laboratorial de esquistossomose baseia-se na pesquisa das formas parasitárias nas
amostras de fezes, bem como na biópsia retal e em testes imunológicos. Entre os testes realizados
em amostras de fezes, o método de Kato-Katz é o mais recomendado.
TÓPICO 1 – Diagnóstico Laboratorial - Helmintos
Taenia sp. e Hymenolepis nana
O diagnóstico laboratorial de teníase baseia-se na pesquisa das formas parasitárias nas fezes ou nas
pregas anais, por meio do método de Graham (abordado anteriormente). A liberação das proglotes
auxilia e direciona o diagnóstico, uma vez que as de Taenia soluim são expelidas passivamente
durante a evacuação (3 a 6 proglotes), enquanto as proglotes de Taenia saginata podem ser
encontradas nas roupas íntimas e roupas de cama, pois têm a característica de forçar a sua passagem
pelo orifício anal.
TÓPICO 2
Diagnóstico Laboratorial de Parasitoses Causadas por Flagelados e
Amebas
TÓPICO 2 – Diagnóstico Laboratorial – Flagelados e Amebas
Giardia sp.
O diagnóstico laboratorial de giardíase baseia-se na pesquisa das formas parasitárias (trofozoíto ou
cistos) em amostras de fezes. No entanto, o teste deve ser determinado de acordo com a
consistência da amostra do paciente. As fezes formadas fornecem a visualização de cistos de Giardia
sp., enquanto amostras diarreicas permitem a detecção de trofozoítos, os quais podem ser
observados pelo método direto.
TÓPICO 2 – Diagnóstico Laboratorial – Flagelados e Amebas
Trichomonas sp.
O exame direto a fresco pode ser realizado com ou sem o auxílio de corantes. No método direto, sem
corante, os flagelados mantêm sua motilidade por algumas horas, se mantidos entre lâmina e
lamínula vedada com parafina, e em temperatura de 20 °C. O uso de corantes em amostras
sugestivas de Trichomonas vaginalis permite o aumento na sensibilidade do exame microscópico,
embora o parasito vivo não se core com corantes como safranina, verde de malaquita, azul de cresil
brilhante ou azul de metileno, a coloração das células e dos leucócitos presentes na amostra permite
o contrate com o parasito, facilitando a sua visualização. Esfregaços fixados e corados com Giemsa
têm sido usados há muitos anos no diagnóstico da tricomoníase, sendo os reagentes preparados em
laboratório ou adquiridos prontos.
TÓPICO 2 – Diagnóstico Laboratorial – Flagelados e Amebas
Amebas
Para o diagnóstico laboratorial, é importante que as amostras sejam coletadas em conservante, a fim
de manter a integridade das formas parasitárias. O exame a fresco deve ser realizado em até 30
minutos após a coleta, pois visa à busca pelo trofozoíto em movimento e fagocitose de hemácias –
nesse caso, isso garante a segurança para reportar um caso de disenteria amebiana. Quando a
análise da amostra não pode ser feita prontamente após a coleta, as amostras devem ser mantidas
em fixadores como de Schaudinn, embora, devido à toxicidade do fixador, esse procedimento deva
ser realizado somente se a amostra for coletada em ambiente hospitalar ou laboratorial.

Iodamoeba butschlii Entamoeba histolytica


TÓPICO 3
Diagnóstico Laboratorial de Parasitoses Causadas por
Hemoparasitas
TÓPICO 3 – Diagnóstico Laboratorial – Hemoparasitas
Trypanosoma cruzi
O diagnóstico da doença de Chagas tem como objetivo a pesquisa e a identificação de formas
tripomastigotas do parasita pela observação em microscópio ou por métodos indiretos. Entre os
métodos diretos, podem-se citar o exame direto a fresco, o método de Strout modificado e as
preparações coradas, e, entre os indiretos, o xenodiagnóstico, a xenocultura, a hemocultura e a
inoculação em animais de laboratório, os quais são mais dispendiosos e necessitam de mais tempo.
TÓPICO 3 – Diagnóstico Laboratorial – Hemoparasitas
Plasmodium sp.
O diagnóstico laboratorial da malária envolve a busca e a diferenciação do parasita em amostra de
sangue do paciente e, quanto antes o diagnóstico for realizado, melhor o prognóstico (e a chance de
cura). O esfregaço sanguíneo corado com Giemsa ainda é o método mais utilizado.

P. falciparum
P. vivax
TÓPICO 3 – Diagnóstico Laboratorial – Hemoparasitas
Plasmodium sp.
Espécie P. falciparum P. vivax P. malariae

Aspecto dos Normal, apresentando granulações de Aumentado e apresentando granula- Normal, apresentando granulações
eritrócitos Maurer raras ções de Schüffner de
Ziemann raras

Trofozoíto jovem O citoplasma é delgado, e a cromatina é O citoplasma é espesso e o núcleo O citoplasma é espesso e o núcleo
pequena e em forma de anel. Raramente apresenta cromatina única. apresenta cromatina média. Ocupa
apresenta granulações de Maurer. Poliparasitismo raro. cerca de 1/3 do volume da
Poliparasitismo frequente. Hemácia.

Trofozoíto maduro Raro no sangue periférico. Citoplasma irregular e com aspecto Citoplasma compacto,
ameboide. Cromatina isolada. arredondado. Cromatina pouco
visível. Disposição em faixa
equatorial no Eritrócito.

Esquizonte Pouco encontrado no sangue periférico. Apresenta forma ameboide, o citoplasma Apresenta cromatina pouco
Apresenta formato arredondado, citoplasma é irregular e com vacúolos. A cromatina é segmentada e pode manifestar-se
pouco irregular e cromatina com grânulos segmentada. em forma de banda Equatorial.
espessos.

Merozoítos na 6 a 32 12 a 24 6 a 12
hemácia
TÓPICO 3 – Diagnóstico Laboratorial – Hemoparasitas
Toxoplasma sp.
O diagnóstico laboratorial pode ser feito pelo isolamento do parasita no sangue, quando em fase
aguda da doença, em exsudatos e/ou líquor ou, ainda, em cortes histológicos corados com Giemsa.
Apesar de essas técnicas estarem disponíveis, o imunodiagnóstico (pesquisa de anticorpos de fase
aguda ou crônica) ainda é o método mais utilizado, em virtude de sua fácil execução e alta
sensibilidade.
“ Obrigado!

marcus.nascimento@uniasselvi.com.br

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