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Análise de Narrativas Identitárias Produzidas no Município de

Mercedes, Pr

Guilherme Kakimori

MCR
2021
• Esse artigo tem o objetivo de apresentar os resultados de análise do projeto de
iniciação científica sobre as narrativas e a fixação de uma identidade cultural para
a população do município de Mercedes. Utilizando-se nessa pesquisa os materiais
produzidos pela prefeitura de Mercedes e o livro intitulado Mercedes uma história
de encontros. Podemos perceber que essas narrativas e materiais produzidos pela
prefeitura de Mercedes visam uma criação de uma identidade cultural que
beneficia um grupo específico de imigrante.
• Fonte: google maps
O livro possuí 5 capítulos (sendo o quinto capítulo um conjunto de
narrativas e relatos mais amplos, que não encerram a discussão, mas a
expande) sendo eles:
1.O Homem, a paisagem e a formação de Mercedes
2.A Organização da produção de vida
3.Mercedes: estruturação administrativa, serviços e cotidiano
4.Mercedes: Uma história de encontros
5.Para não concluir
• ‘’Outro fator importante a ser considerado refere-se à
presença humana (índios, caboclos e mensus paraguaios)
no perímetro de Mercedes, conforme comentado no inicio
do texto’’ (pág 42)

• ‘’A colonizadora Maripá estava atenta à origem e


procedência dos colonos e comerciantes, pois ser
descendente de alemão, italiano, polonês ou russo, era ser
portador de valores culturais e bons costumes’’ (pág 42)
•O reconhecimento de outros migrantes e moradores na região
de Mercedes, que não se caracterizavam pioneiros (como
paraguaios, indígenas e caboclos), eram por muitas vezes
esquecidos na narrativa oficial. A Maripá beneficiava a imagem
do colono do sul, mais especificamente aqueles que detinham
alguma origem europeia. Acabando por ocultar e até ignorar a
existência dos ‘’não pioneiros’’. O colono com descendência
europeia, era então enaltecido por seus valores e práticas sociais,
fazendo por muitas vezes seus destaques de propaganda e
propagação para outras cidades.
• Conclusões:

• As narrativas oficiais criadas sobre Mercedes, beneficiam desde


os programas coloniais de ocupação da região, a figura do
migrante europeu. Essa narrativa se perpetua ainda em visões
progressistas, propagadas em discursos e trabalhos da
prefeitura de Mercedes.
• Referências
• ALBERTI, Verena (2012). De “versão” a “narrativa” no Manual de História Oral. In: Revista Brasileira de História Oral, vol. 15, 159-166.
http://revista.historiaoral.org.br/index.php?journal=rho&page=article&op=view&path%5B%5D=263&path%5B%5D=295. Acesso em 16/04/2020

• BACKES, Gilson (2009). As plantações de hortelã e as dinâmicas socioculturais da fronteira: memórias, trajetórias e estranhamentos em Mercedes
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• CUCHE, Denys (1996). A noção de cultura nas Ciências Sociais. Bauru: EDUSC. 

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• GREGORY, Valdir; MYSKIW, Antônio Marcos; VANDERLINE, Tarcísio. (2001). Mercedes: uma história de encontros. Marechal Cândido Rondon:
Editora Germânica.

• GREGORY, Valdir (2002). Os eurobrasileiros e o espaço colonial: migrações no oeste do Paraná (1940-70). Cascavel: Edunioeste.

• HALL, Stuart (2000). Quem precisa da identidade?. In: Identidade de Diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Tomaz Tadeu da Silva (org.).
Petrópolis, RJ: Vozes.

• HISTÓRIA do município. https://www.mercedes.pr.gov.br/historia.php. Acesso em 16 de abril de 2020.

• PAGLIARINI, Raphael. O Colono na cidade: memórias e viveres rural-urbanos em Marechal Cândido Rondon (Oeste do Paraná, 1970-2009).
(2009). Dissertação do Programa de Pós-Graduação Mestrado em História - Universidade Estadual do Oeste do Paraná.

• RIPPEL, Ricardo. (2005). Migração e desenvolvimento econômico no Oeste do estado do Paraná: uma análise de 1950 a 2000. Tese de doutorado
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• WACHOWICZ, Ruy Christovam (1982). Obrages, mensus e colonos: história do oeste-paranaense. Curitiba: Ed. Vicentina.

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