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A complexidade do

tempo e do espaço
11ºF
ÍNDICE
Tempo: 
• Tempo da História 
• Tempo Psicológico
• Tempo do discurso

Espaço:
• Espaço Fisico
• Espaço Psicológico
• Espaço Social
Tempo da
História

O Tempo da história é aquele que se prolonga em


dias, meses e anos no qual os personagens vão
vivendo. 
Nesta obra, o autor mostra-nos referências
cronológicas da história de três gerações de uma
família.
Tempo da História

1820-1875
Absolutismo de Caetano da Maia
Juventude de Afonso
Suicidio de Pedro da Maia
Educação de Carlos Eduardo 

1875-1877 1877-1887
História dos amores trágicos de Ausência de Carlos no estrangeiro e
Carlos e Maria Eduarda o seu regresso a Lisboa.
Referências Cronológicas

1875 Ano em que Carlos vai habitar o Ramalhete com Afonso, em Lisboa

Data em que Carlos abandona Lisboa para empreender uma viagem


1877 pelo estrangeiro. 

Ano em que Carlos regressa a Lisboa, após 10 anos de ausência.


Numa manhã de Janeiro, desse mesmo ano, Carlos e Ega almoçam
1887 "num salão do Hotel Bragança, com as duas janelas abertas para o rio"
(cap. XVIII)
Tempo Psicológico
O tempo psicológico é o tempo vivido pelas
personagens, de uma forma subjetiva.
Não coincide com as referências cronológicas
apresentadas e transmite a sensação sentida pelos
personagens durante o tempo em que de facto
ocorreu.
Tempo Psicológico
Na obra, o tempo psicológico surge através de
reflexões de Carlos e de Ega traduzindo as
seguintes ideias:
• O sentimento de perda após o abandono do
Ramalhete, no final da obra, onde Carlos diz:
"-É curioso! Só vivi dois anos nesta casa e é nela que me
parece estar metida a minha existência inteira!"
• O desgaste das personagens a nível psicológico após
os dois anos no Ramalhete, Carlos e Ega sentem-se a
"esvaziar" por dentro
• A inatividade da nação portuguesa, Carlos sente que
após 10 anos no estrangeiro nada mudou em
Portugal
Tempo do
 Discurso
O tempo do discurso é revelado através da
forma como o narrador relata os
acontecimentos. Ele pode apresentá-los de
forma linear, ou seja, por ordem
cronológica, ou optar por retroceder no
tempo em relação ao momento da narrativa
em que se encontra ou antecipar situações.
Tempo do Discurso

Momentos da ação d’ Os Maias 

Momento 1: No outono de 1875, Afonso e Carlos vão habitar o Ramalhete, em Lisboa 

Momento 2: Recua-se a 1820 para recuperar a história recente da família Maia, com ênfase na
relação de Pedro e Maria Monforte e no percurso de Carlos até se licenciar em Coimbra. 

Momento 3: Retoma-se a ação em 1875 para narrar a intriga principal, que dura cerca de
catorze meses e desenrola-se em alternância com os episódios da crónica de costumes. 

Momento 4: Em jeito de epílogo, dez anos mais tarde, Carlos regressa a Lisboa. 
Tempo do Discurso

Ao longo do romance é possível detetar: 

• Analepses: a inicial, que apresenta a história da família Maia, antes da instalação de


Carlos e do avó no Ramalhete, bem como a referente ao passado de Maria Eduarda.
(desde pág. 13 à aprox. 95) 
• Resumos: É através de sumários que são conhecidos os episódios relativos à existência
das três gerações dos Maias; “Outros anos tranquilos passaram sobre Santa Olávia”
página 89, cap.III ; "O Outono passou, chegou o Inverno" , cap.II, pág. 32
• Elipses:  “Outros anos passaram” pág.706
                  “Semanas depois” cap. XVIII, pág. 69
                      “Três semanas depois”, cap. X, pág. 305
• Prolepse: “(...) por fim aludia mesmo a uma lenda, segundo a qual eram sempre fatais
aos Maias as paredes do Ramalhete (...)” pág. 247 (manual)
Espaço Físico
Dois tipos de espaço físico: 
• O primeiro, de âmbito eminentemente geográfico, é o
que diz respeito, em especial, ao percurso do
protagonista ao longo da ação; 
• O segundo, é constituído por cenários interiores capazes
de exercerem uma significação complementar
relativamente a certos aspetos da história mais ou menos
relevantes. 
Espaço Físico

Com a deslocação de Carlos no decurso da história, verifica-se que os espaços geográficos


privilegiados são sobretudo os de Coimbra e Lisboa 

• Santa Olávia- é o lugar de refúgio de Afonso, após o suicidio de Pedro;


é lá que Carlos cresce e se prepara para a reabilitação da familia.
• Coimbra- é o espaço de formação académica e cívica de Carlos.
• Lisboa é o grande espaço privilegiado ao longo do todo o texto, onde irá
desenrolar-se toda a ação após a sua formatura e regresso da sua
“longa viagem pela Europa”
• Sintra- é a vila para onde Carlos, Cruges e Alencar vão passear, no
capitulo VIII.
Espaço Físico
Os espaços interiores são descritos exatamente de acordo com as personagens. Os espaços
interiores mais destacados são O Ramalhete, o quarto da Toca, a Vila Balzac e o
consultório de Carlos.
• O Ramalhete- a descrição no início do primeiro capitulo (antes e depois da
remodelação ) é reveladora de bom gosto e do requinte de Carlos,
evidenciando o seu diletantismo.
• Toca- a descrição do ninho de amor de Carlos e Maria Eduarda aponta para a
expressão de um gosto exótico, requintado e sensual, apropriado à vivência de
uma paixão marginal.
• Vila Balzac- a casa em que João da Ega se instala em Lisboa; é o seu retiro
amoroso.
• Consultório de Carlos-  é revelador de certas facetas de Carlos: o seu
diletantismo, os seus entusiasmos passageiros, os seus projetos inacabados,
conducentes ao tédio e ao ócio. 
Espaço
Psicológico

O espaço desta narrativa também possui uma


dimensão psicológica, está muitas vezes
relacionado ao estado de espirito das
personagens, sonhos e reflexões.
Espaço Psicológico
• O Sonho (capíulo VI): Carlos sonha com Maria Eduarda
a passar em frente ao Hotel Central
• A imaginação (capítulo VIII): Carlos vai a Sintra, na
esperança de encontrar Maria. Assim que descobre que
esta já tinha partido para Lisboa, imagina-a.
• Reflexões de Carlos e Ega.
Espaço Social
 O espaço social consiste no ambiente social
vivido pelas personagens e cujos traços ilustram a
atmosfera social em que os personagens se
movimentam.
Espaço Social

Ambientes:

• Jantar no Hotel Central- retrata a falta de civismo da sociedade portuguesa. 


Neste jantar são apresentados vários temas: Literatura, Finanças e Política. 

• Corrida de cavalos- retrata o esforço da sociedade a tentar imitar o que se


fazia no estrangeiro. 

• Sarau do Teatro da Trindade- retrata a falta de educação, respeito e


apreciação por parte dos espectadores da alta sociedade só demonstra o
mísero desenvolvimento de Portugal na época.
Webgrafia Bibliografia
● https://pt.slideshare.net/elisetegoncalves/mai ● Análise da obra "Os Maias" Eça de Queirós
asapontamentos - Porto Editora

● https://notapositiva.com/os-maias-espaco-e- ● Caderno para uma direcção de leitura de


accao/ "Os Maias" de Eça de Queirós - Porto
    Editora
● https://www.livros-digitais.com/eca-de-
queiros/os-maias/212

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